Você está na página 1de 28

Janeiro / 2005

PROGRAMA

1ª aula (Segunda-feira dia 17/01/2005)


• Introdução das modalidades redacionais (Narração, Descrição e
Dissertação);
• Qualidades do texto;
• Como elaborar uma redação;
• Elementos da Narrativa.

2ª aula (Terça-feira dia 18/01/2005)


• Descrição objetiva e subjetiva;
• Dissertação;
• Tipos de Correspondência;
• Prática Textual.

3ª aula (Quarta-feira dia 19/01/2005)


• Redação Comercial (tipos e características);
• Redação Oficial (tipos e características);
• Aspectos Gramaticais que deverão ser observados na elaboração de
um texto com qualidade;
• Prática Textual.

4ª aula (Quinta-feira dia 20/01/2005)


• Usos ortográficos especiais;
• Formas de Tratamentos;
• Dicas;
• Prática Textual;
• Avaliação do curso.

2
Prezado Aluno:

Vivemos num mundo de interpretações, interligações, inter-relações, de


congregações....
É preciso ter em mente quando se propõe um estudo sobre a língua portuguesa. O
que é ler? Que sentido tem o ato de falar, de escrever, de se expressar neste momento e
neste espaço? São questões que devem trazer à tona algumas reflexões referentes ao ato
de comunicar-se , ação inerente ao ser humano.
Neste tempo que estaremos reunidos focaremos nossos esforços no sentido de
aprimorar os conhecimentos já adquiridos na linguagem escrita, especificamente, a
redação comercial.
Para tanto, faz-se necessário uma abordagem rápida sobre os modelos redacionais,
suas características básicas e utilizações, esses elementos serão imprescindíveis para a
determinação do texto a ser produzido.
Um texto correto, preciso e bem concatenado resulta de um pensamento
organizado, ao qual se somam a capacidade de aproveitar os recursos expressivos da
língua, a vivência pessoal e o pensamento crítico.
Não se pretende aqui formar escritores, mas prepará-los para escrever
satisfatoriamente textos que revelem precisão vocabular e clareza de idéias.
As qualidades de um texto vão-se aprimorando a cada nova experiência redacional,
criando, reconstruindo ou inovando, num contínuo e diletante processo de
aprendizagem.
Esperamos sinceramente atingir os objetivos a que nos propusemos. Contamos com
sua crítica e a colaboração para posterior aprimoramento deste trabalho.

Rosangela Grigoletto

“Qualquer um de nós, senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever


sobre ele. Não há um jeito especial para a redação, ao contrário do que muita
gente pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática
vencem.”
(J. Mattoso Câmara Jr.)

3
DESCREVER, NARRAR, DISSERTAR

1. Modalidades Redacionais

Tudo o que se escreve é redação. Elaboramos bilhetes, cartas, telegramas, respostas


de questões discursivas, contos, crônicas, romances empregando as modalidades
redacionais ou tipos de composição: descrição, narração ou dissertação. Geralmente as
modalidades redacionais aparecem combinadas entre si. Seja qual for o tipo de
composição, a criação de um texto envolve conteúdo (nível de idéias, mensagem, assunto),
estrutura (organização das idéias, distribuição adequada em função da introdução,
desenvolvimento e conclusão), linguagem (expressividade, seleção vocabulário) e
gramática (norma da língua).

1.2 Narrar x descrever x dissertar

A narração é marcada pela temporalidade; a descrição, pela espacialidade; e a


dissertação pela racionalidade.
O redator que narra trabalha com fatos; o que descreve, com características; e o que
disserta, com juízos.

Resumindo
A descrição caracteriza seres num determinado espaço: fotografia.
A narração seqüência ações num determinado tempo: história.
A dissertação expõe, questiona e avalia juízos: discussão.

2. Qualidades do texto

É importante ressaltar que a palavra qualidade não contém, aqui, nenhum juízo de
valor, preso à produção artística do texto. Entende-se por qualidades do texto as
características que ele deve apresentar para cumprir seu objetivo primordial – a
comunicação. E quais são elas?
Primeiramente, o texto deve apresentar uma ligação lógica entre as palavras,
orações, períodos, parágrafos; todas as suas partes devem articular-se para formar uma
unidade, onde tudo gira em torno de uma idéia principal. É o que se chama de coesão.
O texto deve também ser claro, para que o pensamento expresso possa ser captado
sem problemas pelo leitor. Um texto deve comunicar. E de que forma conseguir essa
comunicação se não existir clareza na expressão do pensamento?
Concisão é a qualidade que o texto apresenta quando comunica o essencial, sem se
perder em palavras supérfluas, adjetivação excessiva e períodos extensos.

3. Como elaborar uma redação

É através da prática que se atinge o domínio de uma atividade; esse princípio


também se aplica à expressão escrita. Só se aprende a escrever, escrevendo, transmitindo
as experiências, as idéias, as emoções, exteriorizando o que está armazenado no interior de
cada um. Escrever deve ser um trabalho freqüente, se possível diário.
Isso é conseguido através da:

4
• Leitura - quando se tem oportunidade de observar as diferentes técnicas de
composição, a forma como se organizam os diferentes elementos dentro de um
texto, os recursos expressivos disponíveis etc.;
• Reflexão - a partir da qual surgem as idéias;
• Discussão - o debate de ideais (por vezes conflitante) pode levar a um resultado
enriquecedor.

Outro aspecto a ser considerado é o fato de o texto não nascer “pronto”. Ele é
resultado de um trabalho quase exaustivo, um trabalho não só mental, mas, e
principalmente, físico, no sentido de que o texto é feito, refeito, emendado, na procura
da melhor forma para expressar a mensagem que se quer transmitir.

NARRATIVA
1. Definição
Narrar é contar uma história (real ou fictícia). O fato narrado apresenta uma
seqüência de ações envolvendo personagens em determinado espaço (ou espaços) e
tempo.
São exemplos de narrativa a novela, o romance, o conto, crônica, uma notícia de
jornal, uma piada, um poema, uma letra de música, uma história em quadrinhos, desde que
apresentem uma sucessão de acontecimentos, de fatos.

2. Estrutura da Narração
Convencionalmente, o enredo da narração pode ser assim estruturado:
• exposição (apresentação das personagens e/ou do cenário e/ou época),
• desenvolvimento (desenrolar dos fatos, apresentando complicações e clímax),
• desfecho (arremate da trama).

3. A tessitura narrativa
A narrativa deve tentar elucidar os acontecimentos, respondendo às seguintes
perguntas essenciais:
O quê? – o(s) fato(s) que determina(m) a história;
Quem? – a personagem ou personagens;
Como? – o enredo, o modo como se tecem os fatos;
Onde? – o lugar ou lugares da ocorrência;
Quando? – o momento ou momentos em que se passam os fatos;
Por quê? - a causa do acontecimento;
Por isso? - as conseqüências dos fatos.

4. Elementos básicos da narração

São elementos básicos da narração: enredo (ação), personagem, tempo e espaço.


Quando a história é curta, são imprescindíveis enredo e personagem. A perspectiva
de quem escreve é dado pelo foco narrativo (de 1ª ou 3ª pessoa). Os discursos (direito,
indireto e indireto livre) representam a fala da personagem.

5
DESCRIÇÃO

A descrição é um texto, literário ou não, em que se caracterizam seres, coisas e


paisagens.
Raramente encontramos um texto exclusivamente descritivo. Quase sempre a
descrição vem mesclada a outras modalidades, caracterizando uma personagem,
detalhando um cenário, um ambiente ou paisagem.
A descrição pura aparece geralmente como parte de um relatório técnico, como no
caso da descrição de peças de máquinas, órgãos do corpo humano, funcionamento de
determinados aparelhos (descrição de processo ou funcional).
Dessa maneira, na prática, seja literária, seja técnico-científica, a descrição é
sempre um fragmento, é um parágrafo dentro de uma narração, é parte de um relatório, de
uma pesquisa, de dissertações em geral.

1. Descrição objetiva e subjetiva

Há dois aspectos fundamentais na maneira de ver o mundo - o objetivo e o subjetivo -


que são flagrantes, de modo especial, na descrição.
Apreendemos o mundo com nossos sentidos e transformamos nossa percepção em
palavras. Das diferenças de sensibilidade de cada observador decorre o predomínio da
abordagem objetiva ou subjetiva.

1.1. Descrição Objetiva


É a reprodução fiel do objeto. É a visão das características do objeto
(tamanho, cor, forma, espessura, consistência, volume, dimensões etc.), segundo
uma percepção comum a todos, de acordo com a realidade.
Na descrição objetiva há grande preocupação com a exatidão dos detalhes e
a precisão vocabular. O observador descreve o objeto tal qual ele se apresenta na
realidade.
1.2. Descrição Subjetiva
A descrição subjetiva é a apreensão da realidade interior, isto é, da imagem.
O objeto é transfigurado pela sensibilidade do emissor-observador.
Esse tipo de descrição apresenta o modo particular e pessoal de o escritor ou
redator sentir e interpretar o que descreve, traduzindo as impressões que tem da
realidade exterior.
Na descrição subjetiva não deve haver preocupação quanto à exatidão do
objeto descrito. O que importa é transmitir a impressão que o objeto causa ao
observador.

DISSERTAÇÃO

Dissertar é expor idéias a respeito de um determinado assunto. É discutir essas


idéias, analisá-las e apresentar provas que justifiquem e convençam o leitor da validade do
ponto de vista de que as defende. Dissertar é, pois, analisar de maneira crítica situações,
questionando a realidade e nosso posicionamento diante dela.

1. Estrutura
A dissertação, comumente, apresenta três partes: introdução, desenvolvimento e
conclusão.

6
1.1. Introdução
É a apresentação do assunto. O parágrafo introdutório caracteriza-se por apresentar
uma idéia-núcleo através de uma afirmação, definição, citação etc.
1.2. Desenvolvimento
É a análise crítica da idéia central. Pode ocupar vários parágrafos, nos quais se
expõem juízos, raciocínios, provas, exemplos, testemunhos históricos e justificativas que
argumentem a idéia central proposta no primeiro parágrafo.
1.3 Conclusão
É a parte final do texto, na qual se condensa a essência do conteúdo desenvolvido,
reafirma-se o posicionamento exposto na tese ou lança-se uma perspectiva sobre o assunto.

Assim, na dissertação argumentativa, a introdução é a tese (idéia central) a ser


discutida e provada nos parágrafos seguintes; o desenvolvimento é a argumentação, ou
seja, a discussão de idéias que comprovam e fundamentam a tese; e a conclusão é a
retomada da tese ou dos juízos discutidos e justificados na argumentação.

CORRESPONDÊNCIA

Correspondência é a comunicação por escrito entre as pessoas. Realiza-se através


de vários instrumentos: bilhetes, cartas, ofícios, requerimentos, telegramas, e-mail etc.
Há três tipos de correspondência:
1. Familiar ou social – trata de assuntos variados, desde felicitações, convites e
avisos até solicitações e pêsames. A linguagem utilizada é informal.
Instrumentos: bilhete, carta, telegrama, cartão postal.
2. Comercial – trata de assuntos ligados à vida do comércio, da indústria, dos
bancos, escritórios e empresas. Tem por objetivo estabelecer um
relacionamento entre as empresas, ou entre as pessoas e as empresas.
A linguagem utilizada nesse tipo de correspondência deve ser formal, objetiva,
simples, elegante e correta.
Instrumentos: recibo, carta, telegrama, ofício, memorando, circular.
3. Oficial – correspondência dirigida a autoridades ou órgãos públicos,
eclesiásticos ou militares.
Utiliza-se o mesmo tipo de linguagem empregada na correspondência
comercial, sendo que a forma de tratamento depende da pessoa a quem se envia
a mensagem:
• Vossa Senhoria (V.Sa.) – para pequenas autoridades;
• Vossa Excelência ( V. Exa.) – para altas autoridades;
• Vossa Reverendíssima (V. Revma.) – para sacerdotes.
Instrumentos: declaração, requerimento, ofício, procurações, circular,
memorando etc.

A seguir serão apresentados os principais instrumentos utilizados na


correspondência comercial e oficial.

1. Carta Comercial é um instrumento de comunicação usado por empresas para


iniciar, manter ou encerrar transações.

7
GONÇALVES, DIAS & CIA.
Rua Verona, 100 – São Paulo – SP.
(3 espaços)

46/04
São Paulo, 17 janeiro de 2005.

(3 espaços)
Sr. Celso Fagundes
Diretor Comercial

(3 espaços)
Prezado Senhor:

(2 espaços)

Seguiram pelo correio os catálogos de nossos produtos, solicitados pelo seu


gerente de compras.
Para um rápido atendimento, entrar em contato telefônico com nosso
departamento de vendas.
(3 espaços)

Atenciosamente,

_________________________
Álvares de Azevedo
Diretor Comercial

2. Ofício é um tipo de correspondência muito utilizada nos órgãos públicos, podendo ser
usado também por empresas, clubes e associações, e, ainda atualmente, como
correspondência protocolar entre as entidades públicas ou particulares.

8
COLÉGIO PAZ E AMOR
(3 espaços)

15/96 São Paulo, 17 de janeiro 2005.

(3 espaços)

Senhor Secretário:

(3 espaços)

Temos o prazer de anunciar a V. Exa. que, no próximo dia 15 de novembro, às 10


horas, será aberta neste colégio a 20ª Feira de Ciências.
Será para nós uma grande honra se V. Exa. puder prestigiar essa iniciativa
educacional com sua presença.
Aproveitamos o ensejo para apresentar nossos protestos de consideração e apreço.

(4 espaços)

Atenciosamente,

_______________
José de Alencar
Diretor

(3 espaços)
Exmo. Sr.
Raul Pompéia
DD. Secretário da Educação
São Paulo – SP

RAS/RSS

3. Sempre que ocorre uma transação comercial, faz-se necessário o recibo. O recibo é o
comprovante do recebimento de uma mercadoria ou de um pagamento efetuado.

9
RECIBO
(2 espaços)
Nº 10/04
R$ 2.500,00
(3 a 8 espaços)

Recebi do Sr. Ernesto da Silva, residente na rua das Flores, nº 150, CPF
número 11 8348314-2, a quantia de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), referente à
venda de um aparelho de som marca Mundial.
Para maior clareza, firmo o presente recibo.
(3 espaços)
São Paulo, 17 de janeiro de 2005.
(2 espaços)
______________________
Carlos de Assis

4. Declaração é um instrumento de comunicação, usado quando se quer afirmar a


veracidade de um fato. A declaração pode ser feita de dois modos: verbalmente
ou por escrito.

DECLARAÇÃO

( 7 a 8 espaços)

Declaro, para os devidos fins, que José da Silva foi empregado desta
Empresa durante oito anos. Por motivos alheios à nossa vontade, o mesmo foi dispensado
de suas funções, mas nada há que venha em desabono de sua idoneidade moral.

(3 espaços)
São Paulo, 17 de janeiro 2005.

(3 espaços)
_______________________
Manoel Pires
Departamento Pessoal

5. Requerimento é um meio de comunicação escrita usado para fazer um pedido a um


autoridade pública.
É a sua estrutura:
a. invocação – pronome de tratamento adequado e título da pessoa a quem se dirige;
b. preâmbulo – identificação do requerente (nome, número do documento de
identidade, nacionalidade, estado civil, endereço, profissão);
c. texto – exposição do que o requerente solicita, e justificativa;

10
d. fecho – onde aparecem fórmulas como: Nestes termos pede deferimento.
Termos em que pede deferimento.
e. data e assinatura do requerente.

Ilmo. Sr. Diretor da Escola Estadual Modelo

( 7 espaços destinado ao despacho da autoridade)

Luís de Oliveira, brasileiro, solteiro, auxiliar de escritório, RG 9.666.313,


aluno regularmente matriculado na oitava séria do Ensino Fundamental deste
Estabelecimento de Ensino, vem, por motivo de mudança de residência, solicitar a
V.Sa. sua transferência para a Escola Municipal Juventude Alegre, juntando, para esse
fim, a declaração de vaga.

(3 espaços)

Nestes termos,
Pede Deferimento.

(2 espaços) São Paulo, 17 de janeiro de 2005.

(2 espaços)
_____________________________
Luís de Oliveira

6. Relatório é um tipo de redação técnica usado para expor o modo como foi realizado um
trabalho, ou as circunstâncias em que se deu determinado fato ou ocorrência.
Dependendo do assunto, o relatório poderá conter descrições de objetos, processos,
experiências e narrativas detalhadas de fatos ou acontecimentos, inclusive com anexos
específicos.
Muitas vezes, um ofício acompanha o relatório.
Partes de um relatório
a. folha de rosto (título, Autor, destinatário);
b. sumário (relação dos assuntos);
c. introdução;
d. desenvolvimento;
e. conclusão.

Constam da introdução:
• indicação do assunto ou fato investigado;
• objetivos que levaram à escolha do assunto ou o propósito da investigação;
• tratamento dado á pesquisa ou á investigação;
• identificação das pessoas que realizaram o trabalho, especificando a tarefa
de cada uma;

11
No desenvolvimento, os fatos são relatados minuciosamente. Ele contém:
• período da pesquisa ou investigação;
• local de realização;
• métodos utilizados;
• discussão dos assuntos ou dos fatos.

A conclusão deve ser redigida cuidadosamente, a fim de que a idéia principal do relatório
fique clara para o destinatário.

7. Procuração é um documento por meio do qual uma pessoa transfere a outra poderes
para praticar atos em seu nome.

PROCURAÇAO

Por este instrumento particular de procuração, eu, FULANO DE TAL,


brasileiro, solteiro, estudante, residente à Rua A, nº 10, nesta cidade, portador da
Carteira de Identidade nº 000.000.000-0, nomeio e constituo meu procurador o Sr.
BELTRANO DE TAL, brasileiro, casado, advogado, residente à Rua B, nº 20, nesta
cidade, portador da Carteira de Identidade nº 000.000.000-0, a quem confiro os mais
amplos poderes para realizar todos os atos que se fizerem necessários para efetuar
minha inscrição para os exames vestibulares da Faculdade de Medicina Bom Jesus.

São Paulo, 17 de janeiro de 2005.

__________________________________
Fulano de Tal

Com base nesse exemplo, podemos destacar as características principais da procuração:


a. Apresentação dos dados pessoais do outorgante (aquele que passa a procuração) e
do outorgado (aquele que recebe a procuração). Esses dados são: nome,
nacionalidade, estado civil, profissão, residência e identidade.
b. Explicação da finalidade da procuração.
c. Indicação do local e data, seguida da assinatura do outorgante.

A procuração pode ser pública ou particular. A pública é registrada em cartório; a


particular é geralmente conservada sem registro. Mas as assinaturas devem ser sempre
reconhecidas em cartório.

8. Memorando é uma comunicação interna das empresas utilizada entre os vários


setores para encaminhar, solicitar, pedir, distribuir ora informações ou documentos, ora
material ou relatórios etc.

12
Geralmente as empresas tem formulário próprio que deve conter as seguintes
informações dos departamentos remetentes e destinatário:
• Sigla do Departamento e Nome por extenso;
• Nomes e cargos dos funcionários;
• Referência ou síntese do assunto;

GONCALVES, DIAS & CIA.

Memorando
DE: Sr. Reginaldo Mello - Gerente
DP – Departamento Pessoal Data: ____/____/_____.
PARA: Sra. Maria do Carmo - Gerente
DTE – Depto. de Tesouraria

Assunto: liberação de verba para compra de emergência

Dado o atraso no fornecimento de formulário continuo, solicitamos a liberação de


R$ 2.000,00 (dois mil reais) para a compra deste material que será usado na
impressão da folha de pagamento.
Após a compra, imediatamente, efetuaremos a prestação de contas.
Sem mais para o momento,

Atenciosamente,

Reginaldo Mello
Departamento Pessoal

E-mail: Com o advento da INTERNET a comunicação por e-mail tornou-se essencial


nas relações comerciais (interna e externa).
Veja como redigir um e-mail.
Regras de Ouro:
• Na hora de responder, seja ágil. Redija textos curtos, de fácil e rápida
assimilação.
• Quando a quantidade de informações for muito grande, prefira transformá-las
em arquivos anexados. Os textos de corpo de mensagem devem ser sempre
curtos.
• Letras maiúsculas ou em negrito são como um “grito” eletrônico. Evite-as.
• Nos e-mails de negócio, evite usar abreviaturas e ícones de emoção.

Em seus e-mails procure também ser diplomático. Nada que o cliente diga é
contra você especificamente. Por isso, não “grite” com o leitor e mantenha sempre
uma atitude positiva. Tente em sua resposta citar trechos do e-mail do cliente, o que
fará sentir-se respeitado. Em vez de “Em resposta a seu pedido, informamos que...”,
escreva: “Em resposta a sua solicitação de patrocínio artístico, informamos que...”.

13
Além disso, foco no leitor, clareza, concisão, precisão vocabular,
expressividade e uma dose de persuasão são os ingredientes fundamentais para uma
boa comunicação eletrônica.

Senhora Gabriela,

Recebemos seu e-mail de 31/12/2004, solicitando a listagem de todos os


números de DDD do país.
Como o setor responsável por essas informações ainda está em fase de
implantação, não é possível atender seu pedido no momento.
Uma sugestão: que tal recorrer à Abatel?
A Abatel é o órgão governamental controlador e fiscalizador da telefônica
no Brasil e, como tal, apta a atender seu pedido.
Endereço da Abatel: QSL 1-25 – 70313-900 – Brasília – DF
Endereço Eletrônico: abatel@abatel.gov

Atenciosamente,

Lara Assis Dutra


Gerente de Atendimento

Use o tom correto: A instantaneidade do e-mail dispensa alguns


formalismos da carta. Seu tom deve ser coloquial, sem ser vulgar.

“InterNETiqueta”
Tão importante quanto se comportar à mesa sem errar os talheres é ser bem-
educado ao navegar na super-rodovia da informação. Para isso, já existe a etiqueta
da Internet.
Você até pode achar que “pãos ou pães é questão de opiniães”, como
ensinou o escritor Guimarães Rosa. Mas na rede planetária de computadores, com
mais de 35 milhões de freqüentadores, não é bem isso. Há convenções (não
“convençães”) para facilitar a comunicação. A seguir algumas dicas para quem não
quer passar por deselegante:

Não use frases com maiúsculas


É muito mais difícil ler letras maiúsculas do que minúsculas. Num cenário
virtual em que as pessoas não se conhecem, escrever em maiúsculas equivale a falar
gritando numa reunião de trabalho. Pura grosseria.

Modere a linguagem
Seus interlocutores são pessoas desconhecidas. Evite afirmações
contundentes, do tipo “dono da verdade”. Cada um tem sua própria opinião que
deve ser sempre respeitada. Não seja irônico, nem violento, muito menos arrogante.
Quando escrever alguma coisa, coloque-se no lugar de quem está lendo sua
mensagem do outro lado da linha.

14
Vá direto ao ponto
Os newsgroups, os centros de discussão da Internet, são muito específicos.
Portanto, não divague. Se estiver num newgroup sobre religião, não fale sobre rock.
Não “enrole” em seus textos, defendendo teses mirabolantes e sem embasamento.
Cuidado com as respostas
Se alguém quer saber sua opinião sobre determinado assunto, evite as
respostas pomposas e longas. Evite também as curtas demais. Tipo: se falam sobre
a metafísica e a loucura em Nietzsche, jamais responda “é isso aí”. Se não tem nada
para dizer fique quieto. Inclua no seu texto as questões que deram origem à
discussão, ou um pequeno resumo, entre aspas.Serve para localizar os novos
usuários.

Leia sempre o que escreveu


Não há nada mais desagradável do que receber um texto repleto de erros de
ortografia ou concordância, escrito de maneira rápida.Dá a impressão de que o
autor não estava muito interessado em tomar parte na discussão e despachou a
primeira coisa que lhe veio à cabeça.

Não use linhas compridas


O padrão dos textos para internet é de cerca de 60 caracteres por linha.
Programe seu computador para isso. Dessa forma, o destinatário consegue ler seu
texto na tela cheia, sem ter de usar a barra de comandos para encontrar o final de
uma frase.

ASPECTOS GRAMATICAIS A SEREM OBSERVADOS NA PRODUÇÃO


TEXTUAL

Nem sempre temos ampla liberdade a hora de escrever um texto. È o que ocorre,
por exemplo, no caso da correspondência oficial ou comercial. Esses textos possuem
formas consagradas pelo uso e é bastante útil conhecê-las.
Não devemos esquecer, porém, que a característica principal desses tipos de texto
deve ser a objetividade. Por isso essas formas não podem ser vistas como imutáveis.
Com o tempo, elas vêm admitindo mudanças e simplificações. Expressões antiquadas,
fórmulas de saudação exageradamente enfáticas, palavras redundantes – tudo isso deve
ser evitado pelo redator. O importante é que o conteúdo seja expresso de maneira clara
e em poucas palavras. Clareza e concisão, eis as duas características principais que
esses tipos de correspondência devem apresentar.

USOS ORTOGRÁFICOS ESPECIAIS

Por que / por quê / porque / porquê

É usado por que (separado e sem acento):


a) em interrogações diretas e indiretas, quando o que equivale a qual
motivo ou qual razão .

15
Exemplo: Não sabemos por que ele faleceu.

b) como um equivalente pelo qual, pela qual, pelos quais e pelas quais.
Exemplo: Ignoro o motivo por que ele se demitiu.

c)como um equivalente a motivo pelo qual ou razão pela qual.


Exemplo: Viajamos sem roteiro: eis por que nos atrasamos.

Emprega-se por quê (separado e com acento):


a) como pronome interrogativo, quando colocado no fim de frase.
Exemplo: Ele estava sorrindo. Você sabe por quê?

b) quando empregado isolado em frases interrogativas.


Exemplo: Quero que você entre agora.
Por quê?

Escreve-se porque (uma só palavra, sem acento gráfico):


a) quando conjunção coordenativa explicativa, equivalente a pois,
porquanto, uma vez que, precedida de pausa na escrita (vírgula, ponto-e-
vígula ou ponto ou ponto final).
Exemplo: Compre agora, porque há poucas peças.

b) quando conjunção subordinativa causal, substituível por pela causa,


razão de que ou pelo fato, motivo de que.
Exemplo: Não fui a Santos porque estive acamado.

c) quando conjunção subordinativa final, em orações com verbo no


subjuntivo, equivalente a para que.
Exemplo: “ Virá ali o Samorim, porque em pessoa veja a batalha.”
( Os Lusíadas, X, 17)
Emprega-se porquê (uma só palavra, com acento gráfico):
a) quando substantivo, com o sentido de causa, razão ou motivo. Admite
pluralização (porquês) e é acentuado por ser um oxítono terminado em e.
Exemplo: Os jovens querem saber o porquê de tudo.

CRASE
É a fusão de duas vogais iguais. O sinal grave usado sobre o a nesses casos indica
que houve crase, isto é, a contração de duas vogais idênticas: a + a = à.

CASOS EM QUE NÃO OCORRE CRASE

A) Diante de substantivo masculino.


Ex.: Ela gosta de andar a pé.

B) Diante de verbos.
Ex.: Estávamos prestes a sair de casa.

C) Diante de artigo indefinido e pronome indefinido.

16
Ex.: Suas observações fizeram-me chegar a uma conclusão.
Não conte isso a ninguém.

D) Diante de pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo e de alguns


pronomes de tratamento que repelem o artigo.
Ex.: “ peço a ela que me traga um copo d’água.” ( Mário Quintana)
“... Eu estava tão presa a ti, que não sabia...” ( Manuel Bandeira)
O juiz cedeu o terreno a Vossa Senhoria.

E) Quando um a no singular encontra-se diante de palavra no plural, fornecendo à


expressão um sentido genérico.
Ex.: Gostava de assistir a óperas.

F) Nas expressões formadas por palavras repetidas.


Ex.: Os inimigos encontraram-se frente a frente.

CASOS EM QUE SEMPRE OCORRE CRASE

O acento indicativo de crase é obrigatório:

A) Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas femininas em que aparece a


ou as.
Ex.: “ Portas no alto.
À direita. À esquerda.
Se abrindo, familiares.” ( Cora Carolina)

Eis algumas locuções:

Adverbiais:
à parte à disposição à distância à custa
às pressas às vezes às escondidas às claras

Prepositivas:
à procura de à espera de à roda de
em frente à à beira de

Conjuntivas:
à medida que à proporção que

B) Nas expressões à moda de e à maneira de, ainda que subentendidas.


Ex.: Serviu arroz à grega no jantar. (= à maneira dos gregos)
Eles estão vestidos à italiana. (= à moda dos italianos)
Sempre ocorrerá crase com a expressão à moda de, mesmo diante de palavra masculina
Ex.: A sala de visitas foi decorada com móveis à Luís XV.

17
C) Na indicação de horas.
Ex.: O avião pousará às quinze horas.
CASOS DE CRASE FACULTATIVA

Pode ou não ocorrer crase:


A) Diante de nomes próprios femininos.
Ex.: Contei à (a) Lúcia o desfecho do livro.

B) Diante de pronomes possessivos femininos.


Ex.: “Entra o sol, gato amarelo, e fica à (a) minha espreita, no tapete claro.” (Mário
Quintana)

C) Depois da preposição até.


Ex.: “Por supremo pudor, despe-te, despe-te, quanto mais
nu mais tu,
despoja-te mais e mais.
Até à (a) invisibilidade.”(Mário Quintana)

REGRA PRÁTICA PARA IDENTIFICAÇÃO DA CRASE

• Para comprovar se se deve ou não usar o acento indicativo de crase, substitua uma
palavra feminina por uma palavra masculina, como no poema de Mário Quintana:
“O poeta dá hesitações às folhas.
O poeta dá anseios ao vento.”
Se resultar na contração ao (a + o), o uso do acento grave será necessário.
• Para saber se um nome de lugar aceita ou não o artigo a diante dele, elabore uma
frase com um nome de lugar e os verbos vir ou voltar. Caso seja obtida a contração
da (de+a), o artigo se faz necessário. Caso seja obtida somente a preposição de, o
nome do lugar repele o artigo.
Ex.: Vou à China: quero conhecer o mais populoso pais do mundo! (Volta da
China.)
Vou a Paris em minhas férias. (Venho de Paris.)

VERBOS HAVER E FAZER

HAVIA PESSOAS/ HOUVE ACIDENTES: Os verbos haver e fazer são os dois da


língua portuguesa com os quais ocorrem os mais numerosos e mais graves erros do idioma.

Vamos começar por haver.Quando significa existir, ele apresenta a mesma forma
no singular e no plural. Trata-se no caso de um verbo impessoal, ou seja, sem sujeito, e é
por isso que permanece na terceira pessoa do singular. Veja um exemplo: HAVIA muitos
alunos na classe. Constitui erro grave escrever: Haviam muitos alunos na classe. HOUVE
(e não houveram) muitos acidentes nas estradas).

No caso de haver formar locução com um verbo auxiliar, este também fica
invariável, assim: Deve haver muitas pessoas ali (e não “devem haver” muitas pessoas ali.)
Estava havendo (e não “estavam havendo”) muitos acidentes na estrada.

18
Fazer, também, pode ficar invariável, o que acontece quando designa tempo ou
fenômenos da natureza. Nesse caso, a exemplo de haver, o verbo é impessoal e, como não
tem sujeito, tem a mesma forma no singular e no plural. Assim , nunca diga: “Fazem”
cinco dias que ele
chegou. O certo: Faz cinco dias que ele chegou.
A regra mantém-se no caso de fazer ser acompanhado de um verbo auxiliar: Vai fazer
cinco anos (e não “vão fazer” cinco anos).

Formas de tratamento para personalidades

Titulo Forma Vocativa Forma de Tratamento

Presidente da República Excelentíssimo Senhor Vossa Excelência


Presidente da República
Governadores de Estado Excelentíssimo Senhor Vossa Excelência
Ministro do Estado Excelentíssimo Senhor Vossa Excelência
Ministro
Senadores da República Excelentíssimo Senhor Vossa Excelência
Senador
Deputados Federais e Estaduais Excelentíssimo Senhor Vossa Excelência
Deputado
Vereadores Senhor Vereador Vossa Excelência
Prefeitos Municipais Excelentíssimo Senhor Vossa Excelência
Prefeito
Marechais, Almirantes, Senhor (patente) Vossa Excelência
Brigadeiros e Generais
Outras patentes militares Senhor Vossa Senhoria
Juízes de Direito Meritíssimo Juiz Vossa Excelência
Desembargadores da Justiça Excelentíssimo Senhor Vossa Excelência
Desembargador
Papa Santíssimo Papa Vossa Santidade
Sua Santidade
Cardeais e Arcebispos Eminentíssimo Senhor
Arcebispos e Bispos Reverendíssimo Senhor Vossa Excelência
Reverendíssima
Dom Digníssimo Dom Vossa Senhoria
Reitores de Universidades Magnífico Reitor Vossa Magnificência
Embaixadores Excelentíssimo Senhor Vossa Excelência
Cônsules Senhor Cônsul Vossa Excelência
Diretores de Autarquias Senhor Diretor Vossa Senhoria
Federais, Estaduais e
Municipais
Chefes das Casas Civis Senhor Chefe Vossa Excelência
e Casas Militares
Reis e Imperadores Vossa Majestade
Doutor (a) Doutor (a) O (A) Doutor (a)
Senhor Senhor (a) (ita) V. Sa.
Professor Professor (a) O (A) Senhor (a)
V. Sa.

19
Abreviações

Observe, na relação a seguir, as principais abreviações das formas vocativas e de


tratamento:

Digníssimo D. D.
Dom D.
Doutor (a) Dr./ Dra.
Eminentíssimo Emo.
Excelentíssimo Exmo.
Meritíssimo MM.
Mui Digno M. D.
Professor Prof./Profa.
Reverendíssimo Revmo.
Senhor (a) (ita) Sr./Sra./Srta.
Sua Santidade S. S.
Vossa Alteza V. A.
Vossa Excelência Reverendíssima V. Exa. Revma.
Vossa Excelência V. Exa.
Vossa Eminência V. E.
Vossa Majestade V. M.
Vossa Reverência V. Reva.
Vossa Santidade V. S.
Vossa Senhoria V. Sa.

As formas “Vossa Excelência” e “Vossa Senhoria” pertencem à terceira pessoa. A


concordância, portanto, dá-se sempre com o verbo na terceira pessoa.

DICAS

•Habitue-se a dizer gratuito, gratuitamente, fluido (líquido), fluído (do verbo fluir: o
trânsito tinha fluido bem), opta, impregna, designa, rubrica.

•O prefixo ex e a palavra extra, redução de extraordinário, devem ser pronunciadas com


o som fechado. Portanto: hora extra ( “êstra” e não “éstra” ).

•Pronuncie salsicha (e não salchicha), mortadela (e não mortandela), privilégio (e não


previlégio), espontaneidade (e não espontaniedade), empecilho (e não impecilho),
mendigo (e não mendingo), interveio (e não interviu), traslado (e não translado).

•NÃO existe a palavra “menas”: “Hoje, ela tem menos chances de errar.”

•MIM NÃO FAZ NADA: Na linguagem de todos nós, eu é que pode ser sujeito, isto é,
pode fazer alguma coisa.Sou eu que faço. Por isso: Para eu fazer.

20
Então nunca se esqueça: sempre que houver um verbo depois, é o eu que você deve usar.
Assim: O livro é para eu ler (e nunca para mim ler ). / Trouxe o texto para eu rever (e
nunca para mim rever)./ Deixe a carta para eu assinar (e nunca para mim assinar).

Repita sempre: mim não faz, mim não estuda, mim não sai, mim não anda, mim não deixa
(só em filmes de índio é que “mim quer casar com moça”).

• O BOM E O MAU USO DE MAL: Mau cheiro ou mal cheiro? Se escolheu mau
cheiro, parabéns! Qual é o contrário de mal? È bem. E o oposto de mau? É bom. Então
guarde a diferença:
Ele vive de mau humor. Ele vive bom humor.
Ele vive mal- humorado. Ele vive bem-humorado.
Mal x bem Mau x bom

• A MAIORIA FOI OU FORAM: Quando o sujeito é um coletivo ou expressão de


quantidade isolada, o verbo fica no singular: O grupo iniciou o espetáculo./ A multidão
irritou-se./ Grande parte saiu./ A maioria ficou./ “ A gente quer comida diversão e arte”.
Se a expressão de quantidade estiver especificada por palavras no plural, a concordância
poderá ser feita no singular ou no plural: A maioria dos atacantes não sabia (ou sabiam)
chutar no gol.
. O FILME COMEÇOU ÀS 15:00 : Essa representação de horas e minutos não pertence
a nós, brasileiros, mas sim aos ingleses e norte-americanos, a quem servilmente imitamos.
Já está na hora de usarmos o que temos: 15h, 15h30min, 20h, 20h30min, etc. Existem os
que abreviam hora ou horas desta forma: hs., hrs., Hora ou Horas tem uma única
abreviação: h (sem ponto).
Há corajosos por aí que escrevem 15:00 hrs., 20:25 hs., etc.
. FAÇO HORA EXTRAS OU HORAS EXTRAS? Quem gosta de trabalhar, sem fazer
asneiras, faz horas extras, faz até vôos extras e edições extras...
. PREZADOS SENHORES: Na invocação das cartas, usamos o dois-pontos. Embora
trata-se de um vocativo, termo que normalmente exige a vírgula. Faz-se um uso especial
de dois-pontos. Ex.: Prezados Senhores:
Caro Amigo Luiz:

• - AM – ou – ÃO – em final de verbo?
- A forma – am - é empregada para o passado.
Ex.: Os trabalhadores perderam o dia de folga por causa das faltas.
- A forma – ão – é empregada para o futuro.
Ex.: Os trabalhadores perderão as folgas se continuarem faltando.

• ONDE OU AONDE?
ONDE é empregado com verbos que não indicam movimento.
Ex.: Gosto muito da casa onde moro.
AONDE é empregado com verbos que indicam movimento: ir, chegar, levar,
encaminhar-se, dirigir-se...
Ex.: Aonde foste ontem à noite?

• A ou HÁ?
Usaremos a para indicar tempo futuro.
Ex.: Daqui a pouco, o cliente vai chegar.

21
Usaremos há (verbo haver) para indicar tempo passado (=faz) e, também, no lugar
de existir.
Ex.: O cliente chegou há poucos minutos.

PERCEBA A DIFERENÇA ENTRE:

• Perda: (substantivo): “A perda da memória foi irreversível.”


• Perca: (verbo): “Não perca a chance de escrever sempre certo.”

• De encontro a (choque, oposição): “No acidente, o carro foi de encontro ao poste.”


• Ao encontro de (designa uma situação favorável): “O aumento veio ao encontro
das suas necessidades.” (Isto é, lhe agradou).

• Em vez de (substituição): “ Em vez de sentar-se na cadeira, preferiu o banco.”


• Ao invés de (ao contrário de): “Ao invés de baixar, o preço da passagem subiu.”
(baixar é contrário de subir).

• Obrigada (somente usado por mulheres como agradecimento): “ Muito obrigada,


disse ela ao chefe.”
• Obrigado (somente usado por homens como agradecimento)
Obs.: Não faz sentido, portanto, dizer obrigada (o) você, por exemplo. Já obrigada
(o) eu é uma forma possível.
A resposta ao obrigada (o) deve ser por nada (e não “de nada”).

• Em domicílio é a expressão correta para entregas (entregas em domicílio e não a).

• Meio-dia e meia: porque se trata de meio-dia e meia hora.


Observe:
Ela está meio adoentada. (É um advérbio e equivale a um pouco.)
Ele tomou meia taça de vinho. (É um numeral e equivale a metade.)
• Em nível
Convém eliminar o “a”, que pertence mais à construção francesa que à portuguesa, em
que se usa melhor “em”:
A reunião será em nível de diretoria.
A conversa prosseguiu em bom nível.
• Atenciosamente = Atentamente?
É. Ao concluirmos cartas, podemos usar atenciosamente ou atentamente, já que as
duas palavras podem significar respeitosamente.
• Situado, sito, residente e morador
Situado, assim como sito, residente e morador, pede a preposição em, e não a.
Portanto:
A casa está situada na Rua ônix.
O edifício, sito na Avenida Atlântica, foi construído ano passado.
Filipe, residente na Praça da Paz, teve sua casa assaltada.

22
O CORRETO É:

Reouveram Paralisar Talvez Consciente


Possui Pesquisa A fim de que Ânsia
Quiseram Prazerosamente Analisar Esplêndido
Espontâneo Pretensão Através
Misto Suscitar Atrás
Obsessão Sucinto Atrasado

Exercícios

Retire do texto de Manuel Bandeira os elementos que formam a Tessitura Narrativa


respondendo as seguintes perguntas:
O quê? Quem? Como? Onde? Quando? Por quê? Por isso?

Tragédia brasileira

Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.


Conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma
aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou
médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria.
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.
Misael não queria escândalo. Podia dar um surra, um tiro, uma facada. Não fez
nada disso: mudou de casa.
Viveram três anos assim.
Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos,
Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp,
outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos....
Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência,
matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontra-la caída em decúbito dorsal, vestida de
organdi azul.

Respostas:

23
Circuito Fechado (fragmento)
Ricardo Ramos

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água, escova, creme dental, água, espuma,
creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água
quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias,
sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio,
maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule,
talhares, guardanapos. Quadros, pastas, carro. Cigarro, fósforos. Mesa e poltrona,
cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas,
espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro,
fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas,
notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete,
cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta,
projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro negro, giz, papel.
Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa,
guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforo. Escova de dentes, pasta, água.
Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone
interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel e caneta,
telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel
e caneta. Carro. Maço de cigarro, caixa de fósforos. Paletó e gravata. Poltrona, copo,
revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro
e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo.
Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos.
Coberta, cama, travesseiro.

Esta crônica constrói-se pela enumeração de nomes (substantivos) que, não sendo
aleatório, supõe a seqüência de ações de um sujeito.
É interessante notar que a crônica se compõe dos elementos que um texto de qualidade
deve apresentar (coesão, coerência e concisão).
Passemos à observação de alguns desses elementos.

1) Podemos inferir que a personagem do texto é um homem adulto:

2) Que se veste com apuro:

3) Que é fumante inveterado:

4) Que é executivo:

5) Executivo ligado à área publicitária:

Sobre a coesão é importante ressaltar que o texto se compõe, de conjuntos de palavras


relativos a campos semânticos determinados. Vejamos:

24
1) indicando o café-da-manhã:

2) a mesa de trabalho:

3) a descanso ao fim do dia:

Outros trabalhos, níveis de análise, poderiam ainda ser desencadeados por este texto.
Por ora, bastam-nos os que comentamos.

Leia com atenção o texto dissertativo, abaixo, e separe : Tese, Argumentação e


Conclusão.
Da “livre manifestação” ao vandalismo

Não se pode, obviamente, configurar a pichação como crime, mas sem


dúvida se trata de uma contravenção e, como tal, deve ser reprimida.
Se alguns setores da opinião pública entendem que a pichação é uma
manifestação artística, que se criem , então, espaços próprios onde ela possa ser
realizada. A Prefeitura poderia, também, abrir cadastros de proprietários de muros,
os quais, desde que aprovem a “obra”, permitiriam a sua pintura.
Recordo-me de um bar, no centro de São Paulo – se não me engano, o
Jogral – onde, na década de 60, nos toaletes, aparecia a seguinte inscrição: ”Não
risque as paredes. Se você acredita que seu pensamento seja tão original a ponto de
merecer sua inscrição aqui, não se constranja. Procure a gerência e nós nos
encarregaremos de autorizá-lo.”
O mesmo raciocínio vale para os pichadores. Se o que eles têm a manifestar
tem algum valor artístico ou filosófico, sem dúvida existirão proprietários de muros
dispostos a permitir-lhe a inscrição.
Agora, pichação de bens públicos ou de muros particulares, à revelia do
proprietário, não é manifestação artística, é vandalismo. E, como tal, deve ser
coibido. O dever do Estado é proteger a propriedade de todos da sanha de cada um
e a propriedade de cada um da sanha de todos. A pichação de bens públicos ou
particulares viola ambos os princípios e, portanto, é dever da autoridade competente
tomar medidas coercitivas.
Eu, como milhões de cidadãos, gosto de ver a minha cidade limpa. Faço
minha parte, de um lado mantendo meu muro pintado e de outro pagando impostos
para que a Prefeitura faça o mesmo com os nossos monumentos. Se os pichadores
têm seus “direitos” de expressarem-se livremente, eu também tenho os meus de
querer minha cidade em ordem e bonita. Com uma diferença: eu pago impostos
para exercer minha cidadania e eles, tão-somente, adquirem um lata de aerossol.

(João Melo Neto, jornalista)

25
Crase

Coloque o acento indicador de crase quando for necessário.

A) Não vou a festas, não assisto a novelas e não aspiro a grandes posses.
B) Vamos a Bahia ou a Santa Catarina?
C) Diga as pessoas que me procurarem que tive de sair.
D) Vamos a sua casa ou a minha?
E) Envie dinheiro a estas instituições beneficentes.
F) Comunique nossas decisões as pessoas interessadas.
G) O presidente afirmou que nada pode fazer a curto prazo.

Por que, Porque ou Por quê?

A) Vocês não se casaram ainda _________?


B) Eles não vieram e nem telefonaram. _________?
C) _________ ela não se casou?
D) Não sei _________ , mas acho que meu chefe não gosta de mim.
E) _________ o departamento de pessoal fechou?

Elementos de coesão

1) Leia o texto a seguir, publicado no Jornal do Brasil em 6 de junho de 1987, e responda


às questões propostas.

“Os ministros da Fazenda, Bresser Pereira, e do Planejamento, Aníbal Teixeira e o


presidente do Banco Central, Fernando Miliet, se deslocarão no final de semana para o
coração do Nordeste pobre e seco. Eles vão, com deputados de toda a região e
governadores, a Patos e Souza, na Paraíba, onde terão o retrato de uma realidade da qual
nenhum cidadão de São Paulo tem a mínima idéia. Isso faz parte da mobilização do
Nordeste por melhor tratamento na Constituinte.”

A) Que vocábulos do texto repetem o termo ministros?


B) Que vocábulos do texto repetem se deslocarão?
C) Que vocábulos do texto repetem Nordeste?
D) A que termo anterior se refere o termo isso?
E) A que termo anterior se refere o termo uma realidade e como esse mesmo termo se
repete na seqüência do texto?

Respostas:

26
2) Complete as lacunas das frases a seguir com palavras de conteúdo geral, ou sinônimos,
de modo a evitar a repetição idêntica dos termos anteriores em destaque.

a) O novo prazo de financiamento de automóveis procura reanimar a indústria de


_________ , paralisada desde o anúncio do plano.
b) Dizem que a maconha diminui a fertilidade masculina. Um cientista declarou que o
uso da ________ produz a redução do número de espermatozóides.
c) Toda imprensa italiana parou ontem, em uma greve sem precedentes no país. A
__________ está sendo promovida pelo sindicato da categoria.
d) Quando chegaram, os bombeiros encontraram o prédio em ruínas, mas ainda puderam
retirar uma vítima dos _______________.
e) Mais de cinco presos foram removidos da cadeia de Santo André; lá os __________
prometeram baderna caso continue a superlotação.

“Somente o indivíduo capaz de instalar-se dentro da sociedade em que vive, com


um discurso próprio, é que poderá considerar-se parte dessa mesma sociedade e,
portanto, reivindicar seus direitos e lutar para que ela seja realmente
democrática.”
(Maria Thereza Fraga Rocco)

27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Beltrão, Odacir e Mariúsa. Correspondência Linguagem & Comunicação. 19ª ed.


Atlas.

Cabral, Beatriz. Ensino do Teatro Experiência Interculturais. 1ª ed. Capes.

Castro, Maria da Conceição. Redação Básica. 4ª ed. São Paulo, Saraiva.

Chinellato, Thaís Montenegro. Massaranduba, Elizabeth de M. Coleção Objetivos –


Sistema de Métodos de Aprendizagem. São Paulo, Sol.

Faraco, Carlos.Trabalhando a Narrativa. 2ª ed. São Paulo, Ática.

Sacconi, Luiz Antonio. Não Erre Mais!. 16ª ed. São Paulo, Atual.

Souza, Jésus Barbosa de. Campedelli, Samira Youssef. Minigramática. 2ª ed. Saraiva.

Tufano, Douglas. Estudos de Redação. 4ª ed. São Paulo, Moderna.

Yozo, Ronaldo Yudi K. 100 Jogos para Grupos. 2ª ed. Ágora.

28

Você também pode gostar