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Uma solidão

Não, não era um ser humano

era algo incorpóreo, um espectro

suspenso pela sua angústia,

um grito para além da dor,

uns olhos vazios, detidos

na absorta reflexão da morte,

uma forma esquecida

de outra forma, sem peso nem idade

cavalgando sobre uma terra

seca e neutra, sobre uma rua

como uma besta leprosa que cheirara

entre os ares podridão,

não, era mais do que um queixume,

isso, talvez uma solidão imune

aos limites do tempo

soando numa estranha dimensão

Francisco Pérez Perdomo

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