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CITOLOGIA E HISTOLOGIA 2012 1ª SEMESTRE

Nucléolos ......................................... 36 Tecido adiposo unilocular ................ 51


DEFINIÇÃO .............................................23
Matriz nuclear ................................. 36 Tecido adiposo multilocular ............ 51
CÉLULAS .................................................23 Nucleoplasma .................................. 36 TECIDO CARTILAGINOSO ....................... 52
TEORIA CELULAR ................................... 23 Cromatina ........................................ 36 Pericôndrio ...................................... 52
MODELO MOSAICO FLUÍDO .................. 23 ORGANELAS .......................................... 37 Condrócitos ..................................... 52
Mitocôndrias ................................... 37 Histogênese ..................................... 52
HEREDITARIEDADE .................................24 Ribossomos ...................................... 37 Crescimento ........................................ 52
MACROMOLÉCULAS .............................. 24 Reticulo endoplasmático ................. 37 Cartilagem hialina ........................... 53
Carboidratos (HCs) ........................... 24 Reticulo endoplasmático ruguso Cartilagem elástica.......................... 53
Moléculas poliméricas ......................... 24 (RER) ........................................... 37 Cartilagem fibrosa ........................... 53
Água ................................................ 24 Reticulo endoplasmático liso (REL) ..... 37 TECIDO ÓSSEO....................................... 54
Afinidade pela água......................... 25 Complexo de Golgi ........................... 38 Osteoblasto ......................................... 54
Íons .................................................. 25 Lisossomos ....................................... 38 Osteócitos ........................................ 54
Lipídeos ............................................ 25 Peroxissomos ................................... 38 Osteoclasto ......................................... 54
Ácidos graxos ....................................... 25 SINALIZAÇÃO CELULAR .......................... 39 Tipos de tecido osseo....................... 55
Esteróis ................................................ 25 Osteogênese .................................... 56
Aminoácidos .................................... 26 MECANISMO ......................................... 39 Ossificação intramenbranosa .............. 56
Proteínas.......................................... 26 Mecanismo de ação......................... 40 Ossificação endocondral ..................... 57
Moléculas que se ligam aos Remodelação ...................................... 57
CÉLULAS .................................................27 receptores da superfície ............. 40 TECIDO MUSCULAR ............................... 58
Vias de sinalização intracelular por Músculo esquelético ........................ 58
PROCARIONTES E EUCARIONTES ........... 27
receptores da superfície ............. 41 Organização das fibras ........................ 58
Procariontes..................................... 27
Vias de sinalização intracelular ....... 41 Retículo sarcoplasmático e sistema
Eucariontes ...................................... 27
Via AMPc............................................. 41 de túbulos T ................................ 59
Diferença ............................................. 27
Via da GMPc........................................ 42 Mecanismo de contração .................... 59
MEMBRANA PLASMÁTICA ..................... 28
Músculo cardíaco ............................ 60
Proteínas integrais ........................... 28 HISTOLOGIA .......................................... 43
Músculo liso ..................................... 61
Proteínas periféricas ........................ 28 TECIDO EPITELIAL .................................. 43
Proteínas transporte e proteínas TECIDO NERVOSO .................................. 62
Formas e caracteristica ................... 43
de canais .................................... 28 CLASSIFICAÇÃO ..................................... 62
Tipos epiteiliais ................................ 43
Glicocálice ........................................ 28
Epitélio de revestimento..................... 43 NEURÔNIO ............................................ 62
ESPECIALIZAÇÃO DA MEMBRANA ......... 29 Corpo celular ....................................... 63
Tecido epitelial estratificado .............. 44
Cílios ................................................ 29 Dentritos ............................................. 63
TECIDO EPITELIAL GLÂNDULAR ............. 45
Microvilos ........................................ 29 Axônio ................................................. 63
Tipos de epitélios glândulares ......... 45
Estereocilio ...................................... 29 Grupos de neurônios e grupos de
Glândulas endócrinas ......................... 45
Junções celulares ............................. 30 Glândulas exócrinas ............................ 45 axônios ...................................... 63
Junções apertadas ............................... 30 Porção secretora................................. 45 Terminais sinápticos e sinapses....... 64
Junções comunicantes ......................... 30 Tipos de secreção ............................... 46 CANAIS E RECEPTORES DA
Junções aderentes ............................... 31 Mecanismo de secreção ..................... 46 MEMBRANA ................................... 64
Desmossomos .................................. 31 CÉLULAS DA GLIA .................................. 66
Zonulas de oclusão .......................... 31 TECIDO CONJUNTIVO (TC) ..................... 47 Oligodendrócitos ................................. 66
Zonulas de adesão ........................... 31 Matriz extracelular .......................... 47 Astrócitos ............................................ 67
Membrana basal ............................. 32 Tipos de tecido conjuntivo ............... 48 Células de Schwann............................. 67
Células de adesão ............................ 32 Tecido conjuntivo propriamente Células ependimárias .......................... 67
Integrinas ............................................. 32 dito ............................................. 48 Microglia ............................................. 67
Caderinas ............................................. 32 Células do tecido conjuntivo ............ 48 SNP 67
Selectinas............................................. 33 Fibroblasto .......................................... 48 Estrutura.......................................... 67
CITOPLASMA ......................................... 34 Macrófagos ......................................... 48 Gânglios sensitivos .......................... 68
Depositos citoplasmáticos ............... 34 Mastócitos .......................................... 49 SNA 68
Citoesqueleto ................................... 34 Plasmócitos ......................................... 49
Microtúbulos ....................................... 34 FIBRAS ................................................... 50 SISTEMA CIRCULATÓRIO ........................ 69
Filamentos intermediários................... 35 Fibras colágenos .............................. 50 Arteríolas ......................................... 70
microfilamentos .................................. 35 Fibras reticulares ............................. 50 Artérias musculares ......................... 70
NÚCLEO CELULAR .................................. 36 Sistema elástico ............................... 50 Grandes artérias elasticas ............... 70
Envoltórionuclear............................. 36 TECIDO ADIPOSO ................................... 51 Venulas pós-capilares e capilares.... 70

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Veias ................................................ 71 Ducto deferente.................................. 80 Tubo disgestório .............................. 92
Coração............................................ 71 Glândulas acessórias ....................... 81 Esôfago................................................ 93
Sistema linfático .............................. 71 Vesículas seminais .............................. 81 Estômago ............................................ 93
Próstata .............................................. 81 SEGMENTO DISGESTÓRIO INFERIOR ..... 94
CÉLULAS DO SANGUE .............................72 Glândulas túbulos-alveolares.............. 81 Intestino delgado ............................ 94
PLASMA ................................................. 72 Pênis ................................................ 82 Intestino grosso .................................. 95
Composição do plasma .................... 72 APARELHO REPRODUTOR FEMININO .... 82 ÓRGÃOS ASSOCIADOS........................... 96
Eritrócitos ........................................ 72 Ovários ............................................ 82 Glandulas salivares.......................... 96
Leucócitos ........................................ 72 Folículos ovarianos .......................... 83 Glândula parótida ............................... 96
Crescimento folicular .......................... 83 Glândula submandibular ..................... 96
Neutrófilos ....................................... 73
Tuba uterina .................................... 83 Glândula sublingual ............................. 96
Eosinofilo ......................................... 73
Útero ............................................... 84 Pâncreas .......................................... 97
Basófilos .......................................... 73
Placenta ........................................... 84 Fígado .............................................. 98
Linfócitos ......................................... 73
Cervix uterina .................................. 85 Hepatócitos ......................................... 98
Monócitos ........................................ 73
Vagina ............................................. 85 Trato biliar ....................................... 99
Plaquetas ......................................... 73
Genitália externa ............................. 85 Vesícula biliar .................................. 99
MEDULA ÓSSEA ..................................... 74
Ciclo ovariano .................................. 86 PELE..................................................... 100
Medula óssea vermelha ................... 74
TIPO E ORGANIZAÇÃO ......................... 100
SISTEMA RESPIRATÓRIO ........................ 86
SISTEMA URINÁRIO ................................75 Epiderme ....................................... 100
Fossas nasais ................................... 87 Queratinócitos .................................. 100
Rim ................................................... 75
Vestibulo e área respiratória .............. 87 Melanocitos ...................................... 101
Corpusculo renal.................................. 75
Área olfatória ...................................... 87 Células de Merkel.............................. 101
Células mesangiais ............................... 76
Seios paranasais .................................. 87 Células de Langerhans....................... 102
Túbulo contorcido proximal ................ 76
Nasofaringe......................................... 87 Derme ............................................ 102
Alça de Henle ....................................... 76
Laringe ............................................. 87 Suprimento sanguíneo e linfatico ..... 102
Túbulo contorcido distal ...................... 77
Túbulo e ductos coletores ................... 77 Traquéia .......................................... 88 SISTEMA ENDÓCRINO .......................... 103
Aparelho justaglomerular .................... 77 Árvore brônquica ................................ 88
Brônquios ........................................ 88 Hormônios ..................................... 103
Circulação sanguínea....................... 77
Intersticio renal ................................... 77 Bronquíolos......................................... 89 GLÃNDULA TIREOIDE .......................... 104
Uréter e Bexiga ................................ 77 Bronquíolos terminais......................... 89 Histologia ...................................... 104
Bronquiolos respiratório ..................... 89 Função ........................................... 104
Uretra .............................................. 78
Ductos alveolares ............................ 89 GLÂNDULAS PARATIREOIDES .............. 105
SISTEMA REPRODUTOR ..........................78 Alvéolos ........................................... 89 HIPÓFISE ............................................. 105
SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO .... 78 Poros alveolares.................................. 90 Hipotálamo-hipofisário ................. 106
Macrófagos alveolares ........................ 90 Adeno-hipófise .................................. 106
Testículos ......................................... 78
Túbulos seminíferos ............................ 78
Vasos sanguineos ............................ 90 Neuro-hipófise .................................. 106
Tecido intersticial ................................ 79 SISTEMA DIGESTÓRIO............................ 90 Células cromofilas acidófilas ............. 107
Epitelio seminífero .............................. 79 ADRENAIS ............................................ 107
Células de Sertoli ................................. 79 SEGMENTO DIGESTÓRIO SUPERIOR ...... 91 Córtex adrenal ............................... 107
Ductos intratesticulares....................... 79 boca ................................................. 91 Medula adrenal ............................. 108
Ductos genitais extratesticulares .... 80 Língua ................................................. 91 ILHOTAS DE LANGERHANS .................. 108
Ducto epidídimo .................................. 80 Dentes................................................. 92

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DEFINIÇÃO TEORIA CELULAR
Biologia é a ciência que estuda a vida. O termo Em 1838, Mathias Schleiden e Theodor Schwann,
biologia vem do grego bios=vida e logos=estudo. baseados em seus estudos microscópicos
Estuda os seres vivos e suas relações, a fim de desenvolvidos em tecidos de plantas e animais
compreender suas peculiaridades, a partir da propuseram a teoria celular para todos os
análise dos organismos e seus processos vitais, organismos, segundo a qual todos os seres vivos
incluindo a origem, caracterização, classificação, são formados por células. Esta teoria foi
estrutura, atividade e evolução. complementada em 1855, quando o médico russo
Rudolf Virchow, sugeriu que a continuidade dos
CÉLULAS seres vivos depende da reprodução das células e
Todos os organismos vivos são formados por criou o aforismoquetoda a célula provém de outra
células. As células são as unidades que constitui os pré-existente.
seres vivos, podendo ocorrer isoladamente, nos
seres unicelulares, ou formar arranjos, os tecidos,
que constituem o corpo dos seres pluricelulares. A
denominação célula foi dada em 1665 pelo inglês
Robert Hook, para denominar pequenas cavidades
no interior de cortiças que ele havia observado com
um microscópio simples. Ele visualizou figuras que Figura 2: (a) Mathias Schleiden(1804-1881)Foi advogado em
se pareciam com celas, por isso as chamou de Hamburgo, um dos primeiros alemães a aceitar a teoria da
evolução de Charlles Darwin; (b) Theodor Schwann(1810-
Células. O estudo das células teve grande avanço 1882)Fisiologista alemão, fundador da histologia,
após Zacharias Jansen, desenvolver experimentos descobriu e preparou a primeira enzima de um tecido
com tubos e duas lentes. Antonie Van animal: a Pepsina. Criou o termo metabolismo; (c) Rudolf
Virchow (1821-1902)Médico e político alemão considerado
Leeuwenhoek fez melhorias no microscópio, de sua pai da patologia, filho de um açougueiro formou-se em
época, foi o primeiro a observar e descrever fibras medicina em 1843. Ele dizia que as doenças eram uma
mudança na célula.
musculares, bactérias, protozoários e o fluxo
sanguíneo nos capilares de peixes. MODELO MOSAICO FLUÍDO
Em 1972, Seymour Jonathan Singer, e Garth L.
Nicolson elaboraram o modelo do mosaico fluído,
aceito para explicar o arranjo e a organização da
membrana celular. Refere-se ao estado quase
líquido da bicamada lipídica e mosaica, à
diversidade das proteínas que compõem a
Figura 1: (a)Possível imagem de Robert Hook (1635-1703) membrana.
Cientista experimental inglês do séc. 17 uma figura chave
da revolução científica, foi de grande ajuda na
reconstrução que se seguiu ao grande incêndio de
Londres, em 1666; (b)Zacharias Jansen (1580-1703) Na
época em que realizou os experimentos, com tubos e
lentes, acredita-se que ele teve ajuda de seu pai que era
fabricante de lentes; (c)Antonie Van Leeuwenhoek (1632-
1723) comerciante de tecidos, cientista e construtor de
microscópios. Seu microscópio tinha a capacidade de
aumentar à imagem cerca de 200x.

Figura 3: (a) Seymour Jonathan Singer(1947) Químico norte


americano trabalhou no laboratório de Linus Pauling, foi
um dos descobridores da hemoglobina anormal nas
células falciformes; (b) Garth L. Nicolson (1943) Químico
norte americano ganhou muitos prêmios e homenagens,
foi eleito presidente do instituto de medicina molecular de
Huntington Beach, na Califórnia.

23
HEREDITARIEDADE Moléculas poliméricas
O fenômeno da hereditariedade é o centro para É uma característica da matéria viva a presença de
definição da vida. A maioria dos organismos vivos é moléculas de alto peso, ou macromoléculas, que
unicelular ou multicelular, como nós. O conjunto são polímeros constituídos pela repetição de
total do organismo tem que ser gerado a partir de unidades menores, chamadas de monômeros. Os
uma divisão celular de uma célula unicelular. Então, polímeros formados por monômeros parecidos são
isso torna a célula unicelular veículo de informação chamados de homopolímeros, é o caso do
da hereditariedade que irá definir as espécies. glicogênio que é constituído por apenas moléculas
Nessa informação está usar o maquinário para de glicose. Os heteropolimeros são constituídos
captar matéria prima do ambiente, e construir uma por monômeros diferentes. Os ácidos nucleicos são
nova célula à sua imagem, com uma nova copia da heteropolimeros.
informação hereditária. Os polímeros encontrados nos seres vivos são
chamados de biopolimeros. Os de maior
importância são as proteínas constituídas de
aminoácidos, os polissacarídeos que são polímeros
de monossacarídeos, e os ácidos nucleicos (DNA e
RNA), formados por nucleotídeos. Além dos
polímeros, moléculas menores como lipídios, água,
sais minerais e vitaminas tem importante papel na
constituição e funcionamento celular. A diversidade
estrutural e funcional de um polímero depende da
variedade de seus monômeros. Na constituição das
proteínas participam 20 aminoácidos diferentes,
enquanto dos ácidos nucleicos são formados por
Figura 4: A informação hereditária na fertilização de células apenas 5 tipos de nucleotídeos (monômeros). Por
embrionárias determinará a natureza multicelular do
organismo. (a) célula embrionária de ouriço do mar que irá isso, as proteínas possuem maior polimorfismo e
gerar um novo ouriço; (b) uma célula embrionária de rato maior diversidade funcional do que os ácidos
que irá gerar um novo rato; (c) uma célula embrionária de
alga marinha que irá gerar uma nova alga marinha.
nucleicos. Geralmente, macromoléculas de
diferentes tipos se associam para formar complexos
MACROMOLÉCULAS como as lipoproteínas, glicoproteínas e
As moléculas que nos formam são formadas pelos proteoglicana (proteínas combinadas com
mesmos átomos que formam os seres inanimados. polissacarídeos) e as nucleoproteínas (ácidos
99% da massa das células são formadas por 1H, 6C, nucleicos + proteínas).
8O e 7N, enquanto nos seres inanimados, os quatro
elementos mais abundante são 8O, 14Si, 13Al e 11Na. Água
Tirando a H2O temos em abundância nas células os As moléculas de proteínas, lipídios e
compostos de 6C. Portanto, a primeira célula e as polissacarídeos varia de uma célula para outra, mas
que dela evoluíram escolheram os compostos de todas contêm água. Este composto e seus íons
influenciam na configuração e propriedades
6C, cujas propriedades químicas são mais
adequadas à vida. biológicas das macromoléculas. A molécula de
água é morfologicamente e eletricamente
Carboidratos (HCs) assimétrica. Os dois átomos de 1H formam com o
Os HCs ou polissacarídeos representam uma das de 8O um ângulo de 104,9º. Esta molécula é
grandes classes moleculares biológicas com uma relativamente positiva devido à forte atração
variedade de funções celulares. Esses polímeros exercida pelo núcleo do 8O sobre os elétrons, no
são a principal fonte de energia celular, sendo lado dos dois 1H, negativamente no lado dos 8O,
também constituintes estruturais importantes da isto é, a molécula de H2O é um dipolo. Por sua
parede celular. Eles também atuam como sinais de natureza dipolar, a H2O é um dos melhores
reconhecimento específico, tendo um papel solventes conhecidos, ele dissolve muitas
informacional, e são, além disso, substâncias substâncias cristalinas e outros compostos iônicos
intercelulares com função estrutural. porque sua tendência é combinar com íons
Os HCs mais simples são moléculas pequenas, negativamente ou positivas. É maior que a
monoméricas, chamadas monossacarídeos, ou tendência de os íons se combinarem entre si.
açucares como glicose. Os sacarídeos são
formados pela ligação de uma ou mais açucares. os
sacarídeos formados pela ligação de poucas
unidades monoméricas são chamadas de
oligossacarídeos. Varias moléculas de açucares
ligadas formam polímeros.
24
Lipídeos
Formam um grupo de compostos, com varias
funções celulares e ocorrendo com bastante
frequência na natureza. Uma molécula lipídica
possui duas regiões: uma região polar, hidrofílica,
conectada a uma região apolar, hidrofílica,
constituída por uma cadeia de HCs. Essa estrutura
caracteriza os lipídeos como um grupo de composto
Figura 5: Três representações da molécula de água. (a) pouco solúvel em água e solúveis em solventes
desenho estrutural de linhas e letras, onde as linhas orgânicos. Essa característica molecular promove
representam as ligações químicas e as letras indicam os
átomos; (b) modelo de bola-bastão, os bastões
associações do tipo anfipática, reunião das
representam as ligações químicas e as bolas com tamanho moléculas de lipídios com interação não-covalente
e cores diferentes representam os átomos; (c) modelo de em meio aquoso. Essas interações têm
nuvens, onde o núcleo das nuvens é ligado por forças de
Van Der Waals. consequências importantes em nível celular. A mais
importante delas é a tendência dos lipídeos
Afinidade pela água formarem micelas e bicamadas que constituem as
Os polímeros celulares contêm em sua estrutura, membranas biológicas.
grupamentos químicos que apresentam afinidade
pela água (grupo polares) ou que não apresentam Ácidos graxos
afinidade pela água (grupo apolar), repelindo-a. Os Os lipídeos mais simples são os ácidos graxos,
grupamentos polares principais são carboxila, também constituintes dos lipídeos mais complexos.
hidroxila aldeído, sulfato e fosfato. Sua estrutura exemplifica a maioria das moléculas
Moléculas com alto teor de grupamentos polares dos lipídeos, como o ácido esteárico. Sua estrutura
são fracamente solúveis na água e são chamados é formada por uma longa cadeia de HCs,
de hidrofílicas (hidro=água, filos=amigo). A hidrofóbicos e pouco reativos quimicamente.
maioria dos hidratos de 6C, os ácidos nucleicos e Normalmente, os ácidos graxos contem um número
muitas proteínas são hidrófilos. Em contraposição par de átomos de 6C e, usualmente, a cadeia de
existem moléculas sem ou com poucos HCs não é ramificada. Os ácidos graxos são
grupamentos polares e que, são insolúveis na água. classificados em saturados ou insaturados,
São as moléculas hidrofóbicas (hidro=água, dependendo das ligações entre os átomos de
fobos=aversão). Como exemplo temos os lipídios, a carbonos:
parafina e os óleos, estas moléculas são repelidas  Ácidos graxos saturados: possuem apenas
pela água. ligações simples;
Existem também macromoléculas, que apresentam  Ácidos graxos insaturados: possuem ligações
uma região hidrofílica e outra hidrofóbica. São as duplas.
moléculas chamadas anfipáticas, dotadas da A molécula é formada por um grupamento
capacidade de associar-se simultaneamente a água carboxílico extremamente hidrofílico, ionizável em
e a compostos hidrofóbicos, pela outra extremidade. solução (COO-). Essas moléculas formarão
triacilglicerois (triglicerídeos) que são triésteres de
ácido graxo e glicerol, conhecidos como gorduras.

Esteróis
Grupo de moléculas com uma variedade de
funções. Essas funções incluem um número de
hormônios importantes, entre eles os sexuais. O
colesterol é o esteroide mais importante, fazendo
parte da membrana celular, ele também é o
Figura 6: ácido graxo. É composto de hidrocarboneto precursor de para síntese de varias substâncias a
hidrofóbico ligado a um grupo ácido carboxílico. (a)
fórmula estrutural do grupo ácido carboxílico mostrando estrutura dos esteroides derivam de uma estrutura
sua forma ionizada; (b) modelo bola e bastão; (c) modelo geral com três anéis de 6 6C e um anel com cinco
de esfera.
átomos de 6C. A molécula de colesterol é levemente
anfipática, pois existe um grupamento hidroxila no
Íons final da molécula. O resto da molécula é altamente
A presença de íons, como Cl-, Na+ e K+, é solúvel no interior hidrofóbico das membranas. Os
importante para manter a pressão osmótica e o anéis ciclohexano fusionadas da molécula formam
equilíbrio ácido-básico da célula. Alguns íons uma estrutura bastante rígida e a sua presença na
inorgânicos, como magnésio, são indispensáveis membrana tende a romper a regularidade da
como cofatores enzimáticos. Os fosfatos estrutura, dando-lhe maior rigidez.
inorgânicos formam adenosina trifosfato (ATP), a
principal fonte de energia química dos processos
vitais.
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Aminoácidos carboxílico de ligação peptídica do aminoácido
São os monômeros que formam as proteínas e são situado quatro resíduos mais adiante na mesma
assim chamados por serem ácidos inorgânicos, cadeia polipeptídica.
possuindo um grupamento a mínimo (-NH2) e um Outro tipo de estrutura possível de ser formada
grupamento carboxílico (-COOH). A exceção é o ocorre quando o aminoácido tem conformação de
aminoácido prolina, que possui um grupamento (- uma folha pregueada chamada folha-β ou β-sheet.
NH-) no lugar do grupo amínico. Em pH fisiológico, Essa estrutura esta, estabilizada pela formação de
os grupamentos amínico e carboxílico se encontram pontes de hidrogênio entre os grupamentos
ionizados (NH+3 COO-), fazendo com que o aminicos e carboxílicos de diferentes cadeias
aminoácido tenha carga positiva e negativa polipeptídicas. Têm também, segmentos na
(molécula dipolar). A presença simultânea desses proteína que não fazem união transversal, formando
grupamentos determinam o comportamento ácido e configurações menos organizadas, certas
básico dos aminoácidos, é determinado pelo pH do combinações de hélice-α e β enovelam-se formando
meio onde se encontra o aminoácido. unidades globulares chamadas de domíniosou
Todos os aminoácidos possuem uma estrutura supersecundárias.
básica formada de um átomo de 6C central, 3. Estrutura terciária: refere-se à forma como a
chamado de alfa (Cα), ligado a um grupamento cadeia polipeptídica está enovelada, incluindo o
aminico, um grupamento carboxílico, um átomo de arranjo tridimensional de todos os átomos da
1H e a um grupamento variável, chamado de R ou molécula, inclusive os da cadeia lateral e do
cadeia lateral. Com exceção da glicina, todos os grupo prostético. Esse nível estrutural
aminoácidos possuem 4 grupamentos diferentes estabelece-se quando diferente estrutura
ligados ao Cα, dando origem a duas formas de secundaria dispõem-se entre si. A estabilização
imagem especular não superpostas da estrutura é mantida através de pontes de 1H
(esteroisômeros). A cadeia lateral dá ao aminoácido entre grupos R, por interações hidrofóbicas, por
suas propriedades. A união para formar uma ligação iônica entre grupamentos carregados
molécula proteica produz-se através de uma ligação positiva e negativamente e por ligações
entre o grupamento carboxílico de um aminoácido, covalentes do tipo dissulfeto (S-S);
com perda simultânea de uma molécula de água. A 4. Estrutura quartenaria: refere-se à disposição
molécula formada gera um peptídeo que mantêm da subunidade proteica que formam a molécula.
seu caráter anfótero, já que sempre ficará um As forças estabilizadoras podem ser covalentes,
grupamento ácido numa extremidade e um formados pela S-S entre grupos SH dos
grupamento dipeptídeo; a união de poucos resíduos de cisteina, dando, vários aspectos
aminoácido originaoligopeptídeos. característicos da estrutura terciária ligações
iônicas ou eletrostatica, resultantes das forças
Proteínas de atração entre grupos ionizadas de cargas
São mais da metade do peso seco de uma célula. contrários, pontes de 1H que produzem quando
São polímeros com varias funções biológicos e um próton (H+) é compartilhado entre dois
também determinam a forma e a estrutura da átomos eletronegativo muito próximo ou
célula. Elas catalisam muitas reações químicas, interações hidrofóbicas, que compreendem a
regulam a concentração de metabolitos associação de grupamentos não-polares de
reconhecem e ligam não covalentemente outras maneira a excluir o contato com a água.
biomoléculas, dando movimentos e controlam a
função gênica.
1. Estrutura primaria: Refere-se a sequência de
aminoácidos, ou seja, a ordem onde os
aminoácidos ligados para formarem uma cadeia
peptídica. Nessa estrutura estão localizadas
ligações peptídicas e as pontes S-S formados
entre os resíduos de cisteina. As ligações
peptídicas estabilizam esse tipo de estrutura.
2. Estrutura secundaria: Refere-se à organização
espacial dos aminoácidos que estão próximos
na cadeia peptídica central. Algumas regiões
podem ter uma estrutura em forma de cilindro,
ou em hélice-α, onde a cadeia peptídica se em
rola, em torno de um eixo imaginário. Essa
estrutura é estabilizada por pontes de 1H,
formado entre o grupamento amínico da ligação
peptídica de um aminoácido, e o grupamento
26
CÉLULAS Essas regiões estão separadas do citoplasma pela
As células são as unidades funcionais e estruturais membrana interna e formam compartimentos, que
dos seres vivos. são as organelas, nos quais realizam funções
especializadas.Outra diferença importante entre
PROCARIONTES E EUCARIONTES elas é em relação ao material genético. A
A microscopia eletrônica mostrou duas classes de informação genética de organismos procariontes
células: os procariontes(pro=primeiro, e está contida, numa ou mais moléculas circulares de
cario=núcleo), nos procariontes os cromossomos DNA. As baterias possuem um único cromossomo.
não estão separados do citoplasma por membrana,
e os eucariontes, (eu=verdadeiro e cario=núcleo),
com o núcleo individualizado e delimitado pelo
envoltório nuclear.

Procariontes
Constituem as bactérias, não apresentam envoltório
nuclear separando o material genético dos outros
constituintes celulares e não possuem histonas
ligadas ao DNA, nem organelas citoplasmáticas. Os
seres que têm células procariontes são chamados
de procariotas, compreendendo as bactérias. O
citoplasma não apresenta outra membrana além da
que separa do meio externo. Nas células
procariontes não há citoesqueleto.

Eucariontes
São maiores que os procariontes e apresentam
envoltório nuclear, histonas associadas ao DNA e
têm o citoplasma dividido por membrana, em
diversos compartimentos. Figura 7: Figuras que demonstram as principais
Os eucariontes apresentam o citoplasma e núcleo, caracteristicas em comum dos dois tipos de células.
o citoplasma é envolto pela membrana plasmática,
e o núcleo, pelo envoltório nuclear.O citoplasma dos
eucariontes possuem organelas, como
mitocôndrias, retículo endoplasmático, aparelho de
Golgi, lisossomo e peroxisomas. Preenchendo o
espaço entre essas estruturas, encontra-se a matriz
citoplasmática, hialoplasma ou citosol.

Diferença
A principal diferença entre esses dois tipos
celulares são:
 Procariontes: não possuem envoltório nuclear.
Neles os cromossomos ocupa um espaço dentro
da célula chamado nucleotídeo, ficando em
contato direto com o resto do protoplasma, junto
com ribossomos etc. As células procariontes,
além da membrana plasmática, possuem uma
parede celular, com a função de dar mais rigidez
e proteção mecânica. A composição da parece
celular é bastante complexa, contendo
moléculas de polissacarídeos, lipídeos e
proteínas.
 Eucariontes: as células eucariontes, possuem
um núcleo verdadeiro, com um envoltório
nuclear por onde acontecem os intercâmbios
com o citoplasma. As células de organismos
eucariontes, diferentemente, dos procariontes
possuem regiões definida.

27
MEMBRANA PLASMÁTICA Proteínas integrais
A membrana plasmática determina os limites Estão diretamente incorporadas na estrutura da
estruturais e funcionais de uma célula. As membrana. As proteínas integrais estão fortemente
membranas intracelulares separam vários ligadas aos lipídios. As moléculas das proteínas
processos celulares em compartimentos conhecidos integrais estão ligadas aos lipídios da membrana
como organelas. por interação hidrofóbica, deixando expostas ao
Bicamada lipídica: Os quatro principais meio aquoso apenas suas partes hidrofílicas.
fosfolipídios das membranas plasmáticas são: Algumas proteínas transmembranares possuem
 Fosfatidilcolina; moléculas longas e dobras longas, que atravessam
 Fosfatidiletanolamina; a membrana.
 Fosfadilserina;
 Esfingomielina. Proteínas periféricas
Um quinto fosfolipídio, o fosfatidilinositol, está Estão fracamente associadas à membrana, elas
localizado no folheto interno da membrana podem ser facilmente extraídas.Não interagem com
plasmática. As membranas plasmáticas também a região hidrofóbica da bicamada lipídica. Elas se
possuem glicolipidios e colesterol. Os glicolipidios ligam à membrana por interação com as proteínas
são encontrados no folheto externo, com as frações integrais, ou interagindo com a região polar dos
de carboidratos expostas na superfície celular. lipídios.
O colesterol está inserido na bicamada fosfolipidica
para modular a fluidez das membranas através da Proteínas transporte e proteínas de canais
restrição, do movimento, das cadeias de ácidos Proteínas de transporte específico medeiam à
graxos dos fosfolipídios em altas temperaturas. Dois passagem seletiva de moléculas através da
aspectos são importantes: membrana, permitindo à célula controlar sua
1. A estrutura dos fosfolipídios é responsável pela composição interna. Algumas moléculas podem
membrana como barreira entre dois atravessar a membrana plasmática contra gradiente
compartimentos aquosos. As cadeias de ácidos de concentração ao se dissolverem inicialmente na
graxos são hidrofóbicos, no interior da bicamada fosfolipidica e em seguida no ambiente
bicamada fosfolipidica são responsáveis pelo aquoso do lado citosólica ou do lado extracelular da
fato das membranas serem impermeáveis a membrana. Este mecanismo, conhecido como
moléculas hidrossolúveis; difusão passiva não envolve proteínas de
2. A bicamada fosfolipidica é um fluido viscoso. As membrana. Outras moléculas biológicas como H+,
longas cadeias de hidrocarbonetos dos ácidos Na+, K+, e Cl- são incapazes de se dissolverem no
graxos da maioria dos fosfolipídios estão interior hidrofóbico da bicamada fosfolipidica. Eles
frouxamente compactadas e podem mover-se precisam do auxílio de proteínas transportadoras
no interior da membrana. especificas e proteínas canais, as quais facilitam a
Parte mais externa do citoplasma, separando o difusão da maioria das moléculas biológicas.
meio extracelular do intracelular. É a principal
responsável pelo controle da penetração e saída de Glicocálice
substância das células. Tem espessura de 7,5 a A superfície externa da membrana é recoberta por
10nm, são compostas por duas camadas de uma camada, rica em hidratos de 6C é constituído
moléculas de fosfolipídios, organizadas com suas de cadeias de glicídios. Ela participa do
cadeias apolares (hidrofóbicas) voltadas para o reconhecimento entre as células e da união entre
interior da membrana, enquanto as cabeças polares elas, e com moléculas extracelulares. Um exemplo
(hidrofílicas) ficam voltadas para o meio de marcadores de superfície são as glicoproteínas e
extracelular ou para o citoplasma. Eles estão os glicolipidios que determinam os grupos
associados por interação hidrofóbica de suas sanguíneos.
cadeias apolares. Os agrupamentos polares desses
lipídios ficam nas duas superfícies da membrana.
As proteínas presentes nas membranas podem ser
divididas em dois grupos: proteínas integrais e
proteínas periféricas.

Figura 8: molécula de fosfolipídios. (1) cabeça hidrofílica;


(a) grupo polar; (b) fosfato; (c) glicerol. (2) duas caudas de
ácidos graxos; (3) bicamada lipídica ou fosfolipídios.
Figura 9: Representação das principais estruturas da
membrana plasmática.
28
ESPECIALIZAÇÃO DA MEMBRANA Microvilos
São áreas especiais que facilitam a execução de Os microvilos são projeções celulares da superfície
determinadas funções, como absorção, adesão e apical unidas por ligações cruzadas. Na
comunicação entre as células epiteliais. extremidade citoplasmática de cada microvilo,
feixes de actina e de outras proteínas se estendem
para a trama terminal, uma rede de filamento
proteico de citoesqueleto que corre paralelamente
ao domínio apical da célula epitelial.Os microvilos
são expansões flexíveis da membrana que
possuem actina e aumentam a superfície de contato
e a absorção celular. Revestem a superfície interna
do intestino delgado são colunares, dispostas em
camada única, e suas superfícies em contato com
os alimentos apresentam numerosas digitações.

Figura 10: Domínio de uma célula epitelial polarizada. (a)


junção de oclusão; (b) especialização do domínio apical;
(c) domínio apical; (d) microvilos; (e) lúmen; (f) domínio
basolateral; (g) membrana basal.

O domínio apical de algumas células podem


apresentar três tipos de especializações de
superfície:
1. Cílios;
2. Microvilos; Figura 12: Microvilos. (a) um eixo de microfilamentos de
3. Estereocílios. actina; (b) junções de oclusão e desmossomas em
cinturão, pontos terminais de trama filamento de actina; (c)
lamina basal; (d) capuz; eixo de filamento de actina; (f)
Cílios região da trama terminal; (g) intestino delgado; (h) tuba
Os cílios são projeções celulares móveis que se uterina; (i) eixo de filamento; (j) microvilos; (l) cílios.
originam a partir de corpúsculos basais ancoradas
por radículas à porção apical do citoplasma. Eles se Estereocilio
desenvolvem a partir de corpúsculos basais São longas projeções ramificadas da superfície
próximos ao domínio apical. Os cílios possuem 9 apical de células epiteliais. Eles contêm um eixo de
trincas de microtúbulos periféricos. As radículas filamento de actina unidos por ligações cruzadas a
ancoram o corpúsculo basal ao citoplasma. outras proteínas.

Figura 13:Estereocílios. (a) Estereocílios contêm um eixo


de microfilamento de actina; (b) Estereocílios ramificados;
Figura 11: Especialização da superfície apical cílios. (a) (c) vesículas de endocitose; (d) lamina basal; (e) cauda de
cílio. Um eixo de duplas de microtúbulos um arranjo espermatozoide; (f) epidídimo.
concêntrico circundado pela membrana plasmática; (b)
corpúsculo basal, um eixo de 9 trincas de microtúbulos
num arranjo helicoidal ancorado ao citoplasma por
radículas estriadas.; (c) os centríolos no centrossoma dão
origem aos corpúsculos basais os corpúsculos basais
formam centríolos; (d) centro organizador de microtúbulos;
(e) lâmina basal; (f) cílio; (g) corpúsculo basal; (h) radículas
estriadas; (i) membrana plasmática; (j) cílio; (l) corpúsculo
basal; (m) radícula; (n) microtúbulos.

29
Junções celulares As junções comunicantes são junções simétricas
São especializações da membrana plasmáticas, de comunicação, formadas por proteínas integrais
das células vizinhas ou entre células e a matriz de membrana chamada conexinas. O alinhamento
extracelular. As junções celulares podem ser dos conexons através de suas extremidades em
divididas em 3 grupos: células adjacentes fornece um canal direto de
1. Tem a função de unir fortemente as células comunicação entre o citoplasma de duas células
umas às outras ou à matriz extracelular: adjacentes. Essas junções facilitam o movimento de
desmossomas e junções aderentes; moléculas ca2+ e monofosfato cíclico de adenosina
2. Promove a vedação entre as células: zonulas entre as células. Os canais centrais dos conexons
oclusivas; se fecham quando a concentração de Ca2+ esta
3. Estabelece comunicação entre uma célula e alta.
outra: junções comunicantes.
As junções celulares podem ser simétricas e
assimétricas. As junções simétricas incluem as
junções de oclusão, os desmossomas, e as junções
comunicantes. Os hemidesmossomas são um tipo
de junção assimétrica. As junções são necessárias
para fornecer estabilidade mais intensa, são
estruturas simétricas formadas entre duas células
adjacentes. Temos 3 classes de junções simétricas: Figura 14:Hemidesmossoma. (a) integrinaα6β4; (b)
 Junções de oclusão; membrana plasmática; (c) filamento intermediário de
queratina; (d) disco; (e) placa; (f) filamento de ancoragem;
 Junções de adesão; (g) lâmina basal; (h) filamentos de queratina; (i) disco; (j)
 Junções comunicantes. placa; (l)filamentos de ancoragem; (m) lâmina basal.
As junções de oclusão apresentam três funções
principais: Junções apertadas
 Ela determina a polaridade das células epiteliais Elas ligam duas células vizinhas tornando o meio
por separar o domínio apical do domínio extracelular impermeável não permitindo a
basolateral; passagem de pequenas moléculas ou íons, suas
 Impedir a livre difusão de lipídeos e proteínas proteínas são Claudinas e as Ocludinas.
entre eles;
 Elas impedem a livre passagem de substância Junções comunicantes
através de uma camada de células epiteliais. Ligam duas células adjacentes permitindo a
As junções de adesão são encontradas abaixo das passagem de moléculas e de íons entre as duas
junções de oclusão, normalmente próxima à células. São canais proteicos nas quais há troca de
superfície apical de um epitélio têm três classes: pequenas moléculas, íons e elétrons. Sua
 Zonulasde adesão: é uma zonulas parecida ocorrência é muito frequente, é observado entre as
com um cinturão está associada células epiteliais de revestimento, epiteliais
àmicrofilamentos de actina; glandulares, musculares lisas, cardíacas e
 A desmossoma é uma junção parecida a uma nervosas. Sua função é estabelecer comunicação
mancha, que se estendem de um desmossoma entre as células, permitindo que grupos celulares
a outro nas superfícies lateral e basal das funcionem de modo coordenado. Cada junção tem
células epiteliais; Os demossomas em mancha a forma circular, constituída por um conjunto de
fornecem resistência e rigidez a uma camada de tubos proteicos paralelos que atravessam as
células epiteliais. membranas das células.
 Os hemidesmossomas estruturas assimétricas
que ancoram o domínio basal de uma célula
epitelial à lâmina basal subjacente têm uma
organização diferente comparada com ao
desmossoma. Eles aumentam a estabilidade
total dos tecidos epiteliais através da ligação do
filamento intermediários do citoesqueleto e Figura 15: Junções comunicantes. (a) eletromicrografia de
uma junção comunicantes negativamente coradas. A seta
componentes da lâmina basal. É constituída indica um dos muitos conexons com um canal central; (b)
pelas seguintes porções: o canal intercelular é um canal central que permite a
passagem direta de pequenas moléculas sinalizadoras
a. Um disco citoplasmático interno associado a entre células adjacentes para coordenar respostas
filamentos intermediários de citoqueratinas; celulares; (c) aglomerados de canais intercelulares
b. Uma placa membranar externa que liga o conhecidos como junções comunicantes por causa do
estreito espaço extracelular que separa as membranas
hemidesmossomas a lâmina basal através de plasmáticas justapostas; (d) membrana plasmática externa
filamentos de ancoragem e da integrina α6β4. e interna; (e)conexina; (f) conexon; (g) espaço extracelular.

30
Junções aderentes Zonulas de oclusão
Rodeiam completamente as células. São É uma faixa contínua em torno da porção apical de
encontradas em vários tecidos. Circundam a parte certas células epiteliais, que veda total ou
apical das células, como um cinto contínuo, sendo parcialmente o trânsito de íons e moléculas por
desenvolvido no epitélio colunar simples com entre as células. Deste modo, as substâncias que
bordas estriadas, encontradas na mucosa do passam pela camada epitelial através das células,
intestino. Existem vários tipos de junções aderentes são submetidas ao controle celular. Outra função é
entre os desmossomos e os hemidesmossomos e permitir a existência de potenciais elétricos
zonulas de adesão. diferentes, consequência de diferenças nas
concentrações iônicas entre as duas faces das
Desmossomos camadas epiteliais. As membranas de células
São áreas em forma de botões que unem adjacentes se unem integralmente, vetando os
fortemente duas células epiteliais cada célula espaços intercelulares e impedindo que as
possui uma placa discoide para qual convergem os substâncias captadas voltem para o meio externo.
filamentos de queratina.Nas desmossomas, há uma
camada amorfa, na face citoplasmática de cada
membrana, chamada placa de desmossoma. Nela
insere filamentos intermediários de queratina, que
penetram no interior da célula. Os desmossomas
são locais onde o citoesqueleto prende a membrana
celular e como as células aderem umas às outras.

Figura 18: microscopia eletrônica do revestimento do


intestino delgado de rato. Na região da zônula de oclusão
observa-se uma rede de saliência de uma lâmina da
membrana. Aumento de 68.000X

Zonulas de adesão
São zonas em forma de cinturão que aumentam a
coesão entre as células. São formadas por vários
Figura 16:Desmossomas. (a) placa elétron-densa filamentos de actina, que circundam a região do
citoplasmática contendo as proteínas; (b) desmaplaquina,
placoglobina e placofilina; (c) linha densa mediana; (d)
citoplasma superior das células epiteliais.
caderinas; (e) filamentos intermediários de queratina estão
ancorados à desmoplaquina; (f) membrana plasmática; (g)
filamentos intermediários de queratina; (h) membrana
plasmática; (i) placa densa externa; (j) placa densa interna;
(l) linha densa mediana.

Figura 17: Junções de ancoragem e junções comunicantes.


(a) junções de oclusão; (b) zônula de adesão ou
desmossoma em cinturão; (c) mácula de adesão ou
desmossoma em mancha (d) hemidesmossoma; (e)
junções comunicantes; (f) macula de adesão;(g)zonula de
adesão; (h) junção de oclusão; (i) junções comunicantes
não estão associadas a componentes do citoesqueleto.

31
Membrana basal Células de adesão
Éconstituída por dois componentes: Elas permitem o contato entre as células epiteliais,
1. Lâmina basal: uma matriz extracelular parecida e está em contato e estabilizado por junções
com uma camada ou lâmina em contato direto celulares especializadas. Temos duas classes de
com as superfícies celulares epiteliais; moléculas de adesão:
2. Lâmina reticular: formada por fibras colágenas,  Moléculas Ca2+ dependente: incluindo as
sustentando a lâmina basal e é contínua com o caderinas e as selectinas;
TC.  Moléculas de Ca+ independente: as quais
A lâmina basal tem funções especificas em compõem a superfamília de imunoglobina e as
diferentes tecidos. A dupla lâmina basal do integrinas.
glomérulo renal constitui o mais importante
elemento da barreira de filtração glomerular durante Integrinas
a etapa inicial na formação da urina.No tecido Asintegrinas estão envolvidas em interações do
muscular estriado esquelético, a lâmina basal tipo célula matriz extracelular. Ascaderinas e as
mantém a integridade do tecido, e sua ruptura dá integrinas estabelecem uma interação do
origem a distrofia muscular. citoesqueleto de uma célula, internamente
A lâmina basal não somente oferece sustentação localizada, com o exterior de outra célula com a
para os epitélios, mas também participa de outras matriz extracelular. As integrinas diferem das
funções de célula não epiteliais, a lâmina é uma selectinas e das caderinas e membros da família Ig,
proteína em formato de cruz que é constituído por pelo fato de as integrinas serem heteroidimeros
três cadeias: a cadeia α,β e a γ. formados por duas subunidades associadas, α e β
quase todas as células expressa uma ou mais
integrinas.

Caderinas
Ascaderinas são componentes de uma família de
moléculas de Ca2+ dependentes com um papel
principal na adesão celular e na morfogênese.
Existem mais de 40 tipos diferentes de caderinas a
E-caderina é uma caderina epitelial encontrada ao
longo das superfícies celulares bilaterais é
responsável pela manutenção da maioria das
camadas epiteliais.
AN-caderina é encontrada no SNC, no cristalino do
olho, e em células musculares esqueléticas e
cardíacas. AP-caderina é encontrada na placenta.
Odomínio citoplasmático das caderinas está ligada
à actina através de proteínas intermediarias
conhecidas como complexo das cateninas. O
complexo inclui as cateninas (α, β e γ) e proteínas
Figura 19: membrana basal. (a) membrana basal, um de ligação à actina, tais como α-actina, vinculina, e
componente extracelular em contato direto com o domínio
basal de células epiteliais; (b) em lâmina formina-L, entre outros.O complexo das cateninas
demicroscopiaeletrônica, a membrana basal é definida por tem, três papeis diferentes associadas as funções
apresentar duas camadas ou lâminas. (c) núcleo de um
fibroblasto que está produzindo componentes da lâmina
das caderinas:
reticular. 1. As caderinas medeiam uma ligação direta aos
filamentos de actina;
2. Elas interagem com moléculas reguladoras do
citoesqueleto de actina;
3. Elas controlam o caráter adesivo do domínio
extracelular das caderinas.
Os membros da família das caderinas estão
presentes entre as placas citoplasmáticas de
zonulas de adesão e de máculas de adesão
(desmossomas).

32
Selectinas
As selectinas são moléculas de adesão Ca2+
dependentes. Em contraste com as caderinas, as
selectinas se ligam a carboidratos e pertencem ao
grupo das lectinas (do latim lectum=selecionar).
Cada selectina tem um domínio de reconhecimento
de carboidrato (CRD), com afinidade de ligação a
um oligossacarídeo especifico aderidos a proteína
(glicoproteína) ou um lipídio (glicolipideo) a
configuração eletrônica do CRD é controlada pelo
cálcio.
Asselectinas participam no movimento de
leucócitos do sangue circulante em direção ao
tecido por extravasamento. As três principais
classes de selectina são as seguintes:
 P-selectina: encontrada em plaquetas e em
células endoteliais ativadas que revestem vasos
sanguíneos;
 E-selectina: encontradas em células endoteliais
ativadas;
 L-selectina: encontrada em leucócitos.
AP-selectina é armazenada em vesículas
citoplasmáticas nas células. Endoteliais, quando as
células endoteliais são ativadas por algumas
sinalizaçõesinflamatórias, P-selectina aparece na
superfície celular. Em sua superfície, os leucócitos
contêm o antígenosialil-Lewis-X, um ligante
oligossacarídeo especifico para a selectina. A
ligação da P=selectina ao antígeno diminui a
velocidade dos leucócitos na corrente sanguínea, e
eles começam a rolar ao longo da superfície das
células endoteliais. As P-selectinas obtém um
auxilio adicional a partir de membros da
superfamília de imunoglobulinas (Ig) e de integrinas
de modo a estabilizar a adesão dos leucócitos,
levando ao extravasamento.

33
CITOPLASMA Citoesqueleto
O constituinte mais externo do citoplasma é a É uma rede tridimensional de proteínas distribuídas
membrana plasmática, que é o limite entre o meio por todo o citoplasma de células eucarióticas. Tem
intracelular e o ambiente extracelular. Nele estão o como função:
citoesqueleto, as organelas e os depósitos de  Movimento celular;
hidratos de 6C, proteínas e pigmentos. O espaço  Suporte e resistência fornecida as lesões;
entre as organelas e os depósitos é preenchido pela  Na fagocitose;
matriz citoplasmática ou citosol, contendo  Na citocinese;
diversas substâncias, como aminoácidos e  Na adesão intercelular e entre as células e a
proteínas. matriz extracelular;
 Na modificação do formato celular.
Os componentes do citoesqueleto foram
classificados em três grupos, de acordo com a
espessura em:
 Microfilamento;
 Filamentos intermediários;
 Microtúbulos.

Microtúbulos
Figura 20: (A) citoplasmas com as organelas; (B) O seu principal componente é a actina. Os
citoplasmas sem organelas (Citosol).
filamentos de actina são compostos de monômeros
Depositos citoplasmáticos globulares, os quais se polimerizam para formar
São frequentes os depósitos de polissacarídeos de filamentos helicoidais e assimétricos. O crescimento
glicogênio, existente nas células sob a forma de dos filamentos de actina pode ocorrer em ambas as
grânulos com 30µm, que podem aparecer extremidades, entretanto, uma extremidade cresce
isoladamente ou agrupados, constituindo rosetas. mais rápido que a outra extremidade.
Os depósitos contendo pigmentos são responsáveis São estruturas encontradas no citoplasma e
pela cor dos seres vivos, com implicação nos também prolongamentos celulares, como cílios e
processos de mimetismo, nas atividades sexuais e flagelos. São rígidos e tem papel significativo no
na proteção contra radiação UV. Nesta ultima desenvolvimento e na manutenção da forma das
função, a melanina tem papel relevante, pois, ela células. São constituídos pela polimerização de um
se, dispõe como um capuz sobre o núcleo das heterodímero de tubulina α e β, originando uma
células da epiderme protegendo o DNA nuclear do parede de 13 protofilamentos alinhados
efeito mutagênico dos raios UV. longitudinalmente. Os microtúbulos são estruturas
polarizadas sendo que a extremidade positiva, onde
se encontra a tubulina β, é o local onde ocorre uma
polimerização mais acelerada. Na extremidade
oposta, de polaridade negativa, estando exposta a
tubulina α, ocorre uma fraca polimerização.

Figura 21: micrografia eletrônica de grânulos de glicogênio


a maioria sob a forma de aglomerados chamados rosetas.
Célula do fígado de ratos.

Figura 22: (a) borda estriada, formada por uma camada


composta de microvilos, no domínio apical das células
epiteliais cilíndricos de revestimento intestinal; (b)
glicocálix; (c) microvilos intestinal; (d) capuz; (e) feixe de
actina; (f) fibrilas de conexão de uma isoforma de
espectrina; (g) trama terminal; (h) radículas dos filamentos
de actina.

34
Filamentos intermediários
Têm um diâmetro entre os microtubulos e o os
microfilamento. Formam uma rede perinuclear,
onde se estendem até à membrana celular.
Ocorrem sob a forma de pequenos feixes ou
constituindo feixes muito compacto nas células
epiteliais. É constituído por proteínas fibrosas, de
dimensões e sequência muito variáveis. As suas
principais funções são:
 Desempenhar funções estruturais;
 Reforçam as células;
 Organização das células em tecidos;
 Reforçam a membrana celular;
 Transporte de macromoléculas e vesículas.

microfilamentos
A atividade contrátil do músculo resulta
primariamente da interação de duas proteínas:
actina e miosina. A actina constitui uma rede no
citoplasma e forma uma delgada camada próxima à
superfície interna da membrana plasmática, ela
participa de processos como endocitose, exocitose
e migração das células esses filamentos,
interagindo com a miosina, produzem correntes
citoplasmáticas que transportam diversas moléculas
e estruturas.

Figura 23: Filamento de actina com suas estruturas constituintes.

35
NÚCLEO CELULAR Nucléolos
O estudo do núcleo celular começou com Franz São fábricas para produção de ribossomos,
Bauer que o descreveu pela primeira vez em 1802. constituidas principalmente por RNAr e proteínas.
Anos depois Mathias Jakob Scheiden, reconheceu As células podem apresentar vários nucléolos.No
a importãncia do núcleo celular, ao relacioná-lo com nucléolo é onde ocorre a síntese de RNAr e da
a divisão celular.O núcleo celular é o centro de montagem de subunidades ribossomicas. O
todas as atividades celulares porque contém, nos núcleolo abriga várias proteínas incluindo a
cromossomos, todo o genoma da célula. fibrilarina e o núcleolo é uma estrutura nuclear
Chamamos degenoma o conjunto de informações multifuncional formada por proteínas estáveis
genéticas codificada no DNA. O núcleo também é envolvidas na síntese de ribossomos e de
responsável pela síntese de processamento de moléculas que preenche funções não nucleares. O
todos os tipos de RNA. Os principais componentes nucléolo é uma grande estrutura esférica,
nucleares são o envoltório nuclear, a cromatina, o constituida por três componentes:
nucléolo, a matriz núclear e o nucleoplasma.O  Um centro fibrilar;
núcleo das células de mamiferos é contituida por  Um componente fibrilar denso;
três componentes:  Um componente granular.
 Envoltório nuclear;
 Cromatina;
 Nucléolo.
O envoltório núclear consistem em duas
membranas concentricas separadas por um espaço
perinuclear. As membrana do RE e pode estar
associados a ribossomas.

Figura 26: nucléolo. (a) componente fibrilar denso; (b)


componente granular; (c) centro fibrilar.

Matriz nuclear
É uma estrutura fibrilar, que fornece um esqueleto
para apoiar os cromossomos, determinando sua
localização dentro do nucleo celular.

Figura 24:Franz Bauer (1758-1840)Artista e botânico inglês. Nucleoplasma


Após a chegada de Norbert Boccius, abade de Feldsberg,
em 1763, produziu mais de 2000 aquarelas de espécimes É um soluto com muita H2O, íons, aminoácidos,
vegetais. metabólitos e precursores diversos, enzimas para a
síntese de RNA e DNA.
Envoltórionuclear
O conteúdo intranuclear é separado do citoplasma Cromatina
pelo envoltório nuclear, o envoltório nuclear é Há dois tipos de cromatina. A heterocromatina,
constituído por duas membranas separadas por um aparece como grânulo grosseiro e bem visível a
espaço, a cisterna perinuclear. A membrana olho nú. A hélice heterocromatina é inativa porque
nuclear externa contém polirribossomos presos à nela a hélice duplas de DNA está muito compacta, o
sua superficie citoplasmática e é contínua com o que impede a transcrição dos genes.A
retículo endoplasmático rugoso. O envoltório eucromatina aparece granulosa e clara, entre os
nuclear apresenta póros, estruturas gumes de heterocromatina. O filamento de DNA
chamadascomplexos de póros. Sua função é o não está condensado e tem condições de
transporte seletivo de moléculas para fora e para transcrever os genes.
dentro do núcleo, o envoltórios é impermeável a
íons e moléculas.

Figura 25: Eletrón-micrografia: observam-se as duas Figura 27: (A) Eucromatina; (B) Heterocromatina; (C)
membranas do envoltório nuclear e os poros. nucléolo; Cabeças de setas: indicam a cisterna
perinuclear; setas apontam para o nucléolo.

36
ORGANELAS Ribossomos
Mitocôndrias São pequenas partículas compostas de quatro tipos
São organélas esféricas ou alongadas, sua de RNAr. Há dois tipos de ribossomos, um tipo é
distribuição na célula varia, tendendo a se acumular encontrado nas células procariontes,o outro tipo é
mais nos locais do citoplasma com maior gasto de encontrado em todas as células eucariontes. Os
energia. Elas transformam energia química em ribossomos desempenham um papel de
energia utilizável pela células. São constituidos de decodificação, ou tradução de memsagens para
duas membranas: a interna e a externa. síntese proteica.
A membrana interna apresenta projeções para o
interior da organela, as cristas mitocôndriais. A Reticulo endoplasmático
membrana externa é lisa e faz contato com o meio É uma rede de vesículas redondas e túbulos,
exterior. O espaço entre essas duas membranas é formadas por uma membrana contínua e que
denominado deespaço intermembranoso. delimita um espaço muito irregulara cisterna do
O compartimento limitado pela membrana interna retículo endoplasmático. Alguns locais, a superficie
contêm a matriz mitocondrial. Entre as cristas externa da membrana que são injetados nas
mitocondriais existe uma matriz amorfa, rica em cisternas. Isto possibilita a diferenciação em dois
proteínas e contendo pequenas quantidade de DNA tipos de reticulo endoplasmático: o rugoso e o liso.
e RNA.
A função primária das mitocôndrias é abrigar a Reticulo endoplasmático ruguso (RER)
maquinária enzimática para a fosforilação oxidativa Abundante nas células especializadas na secreção
que resulta na produção de ATP e na liberação de de proteínas, como as células do pâncreas,
energia a partir do metabolismo de moléculas. fibroblastos. O RER consiste em cisternas
As cristas contêm a cadeia transportadora de saculares ou achatadas, sua principal função é
elétron e a ATP-ase. A mitocôndria também segregar no citosol proteínas destinadas a
participa na morte celular programada ou apoptose. exportação, ou para uso intracelular.
As mitocôndrias são transmitidas pela mães, os
homens nunca transmitem doenças relacionada ao Reticulo endoplasmático liso (REL)
DNA mitocôndrial.
Não apresenta ribossomos, sua membrana se
dispõe sob forma de túbulos que se anastomosam
profundamente. Sua membrana é contínua com o
RER. Ele participa de varios processos funcionais,
produzem esteróides, como a glândula adrenal,
ocupando grande parte do citoplasma e contém
enzimas para a síntese destes hormônios o REL é
abundante nas células do fígado, onde é
responsável pelos processos de conjugações
oxidação e metilação.

Figura 28: ilustração de uma mitocondria e uma foto de um


microscópio eletrônico.

Figura 30: Foto de um reticulo endoplasmático tirada com um


microscopio eletronico.

Figura 29: mitocôndria. (a) membrana externa; (b)


membrana interna; (c) cristas; (d) matriz.

37
Complexo de Golgi Peroxissomos
É um conjunto de vesículas achatadas empilhas, São organelas esféricas limitadas por membranas.
com porções laterais dilatadas. Localiza-se em Eles utilizam grandes quantidades de oxigênio
regiões determinadas do citoplasma. Ele completa porém não produzem ATP. Receberam esse nome
modificações, pós-tradução, empacota e coloca um porque oxidam substratos orgânicos específicos,
endereço nas moléculas sintetizadas pelas células, retirando átomos de 1H e combinando-os com 8O
encaminhando-as para vesículas de secreção, para molecular produzindo peróxido 1H (H2O2),substância
lisossomos ou para a membrana celular. As prejudicial para a célula, que é eliminada pela
cisternas do aparelho de Golgi apresentam enzimas enzima catalase. A catalase usa 8O do per[oxido de
diferentes conforme a posição da cisterna. hidrogênio para oxidar diversos substratos
orgânicos. Essas enzimas também decompõe o
H2O2 em H2O e 8O, segundo a reação:
⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ 2H2O + O2
2H2O2𝒄𝒂𝒕𝒂𝒍𝒂𝒔𝒆
As enzimas mais abundantes nos peroxissomos
humanos são urato oxidase, d-aminoácido oxidase
e catalase.

Figura 31: (1) Aparelho de Golgi numa célula de Paneth no


jejuno humano. Observa a presença de material elétron-
denso nas cisternas de Golgi e o desenvolvimento de
grânulos de secreção em (2); (4) mitocôndria.Aparelho de
Golgi, suas vesículas de secreção.

Lisossomos
São vesículas delimitadas por membrana, com,
mais de 40 enzimas, com funções de digestão
intracitoplasmática. Estão em todas as células,
Figura 33: elétron-micrografia de uma célula acinosa do
porém são mais abundantes nas fagocitárias, como pâncreas. Observa-se varias vesículas ou grânulos de
os macrófagos e os leucócitos neutrófilos. Suas secreção (S), próximos a vesículas mais claras, os
enzimas variam com a célula, porém todas têm vacúolos de condensação (C), que são vesículas de
secreção ainda imaturas.
atividade máxima em pH 5,0 e as mais comuns são:
fosfatase ácida, ribonuclease, desoxirribonuclease,
protease, sulfatase, lipase e etc. em geral, são
esféricos, e apresentam aspectos granulos. Sua
membrana constitui uma barreira, impedindo que as
enzimas ataque o citoplasma.

Figura 32 lisossomos e peroxissomos.Ambosostipos de


vesículas contêm enzimas digestória. As reações nos
peroxissomos geram peróxido de 1H. (A) mitocôndria; (B)
lisossomo; (C) peroxissomo.

38
3. A sinalização celular autócrina caracterizada
SINALIZAÇÃO CELULAR por células que respondem a moléculas
As células respondem aos sinais extracelulares sinalizadoras que elas mesmas produzem. Ex.:
produzidos por outras células ou elas mesmas. é a resposta das células do sistema imunológico
Estes mecanismos, chamados de sinalização a antígenos estranhos ou fatores de
celular, permite a comunicação célula-célula e é crescimento, que estimulam sua própria
necessário para a regulação funcional e integração proliferação ou diferenciação. Alguns hormônios
dos organismos multicelulares. ou fatores de crescimento tais como as
As moléculas sinalizadoras são liberadas ou prostaglantinas e as interleucinas, podem atuar
expressas na superfície celular. As moléculas nas células de origem e exercem um controle
sinalizadoras podem ligar-se aos receptores na autócrino.
superfície de outra célula ou da mesma célula. 4. A sinalização celular por neurotransmissores
Em organismos multicelulares, diferentes tipos de é uma forma especifica de sinalização parácrina.
moléculas sinalizadoras transmitem informações, e Em resposta a um sinal neural, os neurônios
seus mecanismos de ação nas células-alvos podem secretam neurotransmissores a partir dos
ser diversos. terminais axônicos para ativar neurônios
Algumas moléculas sinalizadoras podem agir na adjacentes.
superfície celular após sua ligação, com os 5. A sinalização celular neuroendócrina é uma
receptores da superfície celular, outras podem forma especifica de sinalização endócrina. Em
atravessar a membrana plasmática e se ligar a respostas a um sinal neural, as células
receptores intracelulares no citoplasma e no núcleo. neuroendócrinas secretam um hormônio para o
Quando uma molécula sinalizadora se liga ao seu sangue ser transportado até um órgão-alvo. Ex.:
receptor, ela inicia uma cascata de reações é a norepinefrina, que atua nos hepatócitos ou
intracelulares para regularem importantes funções, ser adipócitos.
tais como proliferação, diferenciação, movimento,
metabolismo e comportamento.

MECANISMO
Os principais mecanismos de sinalização são:
1. A sinalização celular endócrina envolve uma
molécula sinalizadora chamada hormônio,
secretado por uma célula endócrina e
transportada pela circulação para agir em
células distantes.
 Ex.: a testosterona nos testículos estimulam o
desenvolvimento e manutenção do sistema
genital masculino.
As células endócrinas liberam hormônios
polipeptídicos ou esteroides para o interior de
um vaso sanguíneo. Em seguida, o hormônio é
transportado até uma célula-alvo, que pode
estar localizada a uma distância considerável da
célula secretora.
 Ex.: de hormônio polipeptídico é o hormônio
tireotrófico, secretado pela hipófise e atua na
glândula tireoide.
 Ex.: de hormônio esteroide é o estradiol,
produzido pelo ovário e que age no Figura 34:Mecanismo de ação dos hormônios. (1)
endométrio. sinalização endócrina: (a) vaso sanguíneo; (b) glândula
endócrina; (c) hormônio secretado na corrente sanguínea;
2. A sinalização celular parácrina é mediada por (d) receptor no citossol; (e) célula-alvo distante; (f) receptor
uma molécula que atua localmente, regulando o de membrana. (2) sinalização parácrina: (a) hormônio ou
comportamento da célula, vizinha. fator de crescimento secretado no espaço extracelular; (b)
receptor de membrana; (c) célula-alvo adjacente. (3)
 Ex.: o neurotransmissor é produzido nos sinalização autócrina: (a) hormônio ou fator de
neurônios e liberado numa sinapse. crescimento; (b) receptor de membrana. (4) sinalização por
neurotransmissores: (a) neurônio; (b) estimulo do terminal
As células parácrinas secretam hormônios ou axônico; (c) sinapse; (d) neurônio adjacente; (e)
fatores de crescimento que atuam sobre uma neurotransmissor. (5) sinalização neuroendócrina: (a)
célula adjacente. estimulo do terminal axônico; (b) hormônio; (c) célula-alvo
distante; (d) vaso sanguíneo; (e) células neuroendócrina.
 Ex.: São o glucagon e somatostatina, que
atuam em células adjacentes das ilhotas de
Langerhans que secretam insulina.
39
Mecanismo de ação
As moléculas sinalizadoras exercem ação após a
ligação com os receptores expressos por suas
células-alvos. As células-alvos determinam uma
ação de retroalimentação negativa ou positiva
para regular a liberação do hormônio, que, as está
estimulando. Várias alças de Feedback coordenam
a secreção de hormônios:
a. Uma alça de Feedback negativo impede a
liberação não regulada de um hormônio a partir
da hipófise para a circulação sanguínea quando
a célula-alvo u tecido podem não ser receptivos;
b. Uma alça de Feedback positivo ocorre quando
a célula-alvo ou tecido podem não ser Figura 36:Mecanismo de ação dos hormônios esteroides.
receptivos. Uma alça de Feedback positivo (a) membrana plasmática; (b) hormônio esteroides; (c)
ocorre quando a hipófise percebe uma redução complexo hormônio esteroide-receptor citossolico; (d)
receptor; (e) citoplasma; (f) envoltório nuclear; (g)
nos níveis sanguíneos de um hormônio complexo hormônio esteroide-receptor nuclear; (h)
produzido pela célula-alvo ou pelo tecido. atividade gênica; (i) nucleo; (j) DNA. (1) o hormônio
esteroide hidrofóbico se difunde através da membrana
plasmática; (2) o hormônio esteroide se liga a um receptor
no citossol. (3) o complexo hormônio esteroide-receptor
citossolico se transloca para dentro do núcleo ou reprime a
expressão gênica.

Moléculas que se ligam aos receptores da


superfície
Varias moléculas sinalizadoras se ligam aos
receptores da superfície celular:
1. Peptídeos: Nele incluímos os hormônios
peptídicos (insulina, glucagon e hormônios da
hipófise), os neuropeptídios são secretados
pelos neurônios, os fatores de crescimento, que
Figura 35: Alças de Feedback e sinalização celular e
retroalimentação (Feedback). (1) Feedback: negativo; (a) controlam o crescimento, e a diferenciação
hipotálamo; (2) Feedback: positivo; (b) hipófise; (c) células- celular (NGF), fator de crescimento epidérmico
alvo. (EGF), fator de crescimento derivados de
plaquetas (PDGF), e as citocinas.
Os receptores celulares podem ser expressos na a. O NGF é um membro da família de peptídeos
superfície celular das células-alvos. Alguns chamadosneurotrofinas, que regulam o
receptores são proteínas intracelulares no citosol ou desenvolvimento e a viabilidade dos neurônios.
núcleo. Os receptores intracelulares precisam que b. O EGF estimula a proliferação celular e é
as moléculas sinalizadoras se difundam através da essencial durante o desenvolvimento
membrana plasmática. Os hormônios esteróides embrionário e no adulto;
são moléculas sinalizadoras sintetizadas a partir do c. O PDGF é armazenado nas plaquetas e
colesterol e incluem a testosterona, os estrógenos, liberados durante a coagulação.
a progestona e os corticosteroides. 2. Neurotransmissores: estas moléculas são
Existem três moléculas sinalizadoras que são liberadas pelos neurônios e atuam nos
estruturalmente e funcionalmente distintas dos receptores de superfície celular presentes nos
esteroides, mas atuam em célula alvos pela ligação neurônios ou em outro tipo de célula-alvo. Este
a receptores intracelulares após entrar na célula por grupo inclui a Ach, a DoA, epinefrina, 5HT,
difusão pela membrana. Elas incluem os: histamina, glutamato e o GABA. A liberação dos
 Hormônios da tireoide; neurotransmissores a partir de hormônios é
 Vitamina d; desencadeada por um potencial de ação. Os
 Retinóis. neurotransmissores liberados se difundem
Os receptores de esteroides são membros da através da fenda sináptica e se ligam aos
família de receptores esteroides, que atuam como receptores de superfície nas células-alvo.
fatores de transcrição por seus domínios de ligação Alguns neurotransmissores têm função dupla: a
com o DNA, os quais possui função de ativação ou epinefrina pode agir como neurotransmissor e
de repressão da transcrição. Os hormônios como um hormônio para induzir a degradação
esteroides e moléculas relacionadas podem regular do glicogênio nas células musculares.
a expressão gênica.

40
3. Eicosanoides e Leucotrienos: são moléculas de quinases associadas. As quinases ativadas
sinalização celular derivadas de lipídios que, ao fosforilam os receptores, fornecendo sítios de
contrário dos esteróides, se ligam aos receptores ligação para as moléculas sinalizadoras que contêm
de superfície celular. As prostaglandinas, as o domínio 5H2. A tirosina-quinase associadas, aos
prostaciclinas, os tromboxanos e os leucotrienos receptores de citocinas pertence a duas famílias:
são membros desse grupo de moléculas. Eles  Src;
estimulam a agregação plaquetária, as respostas  Janus quinase (JAK).
inflamatórias e a contração do músculo liso. Os
eicosanoides são sintetizados a partir do ácido 4. Receptores ligados a outras enzimas
araquidônico. (tirosina-fosfatases de proteínas e serina e
Durante a síntese de prostaglantinas, o ácido reonina-quinases de proteínas): Alguns
araquidônico é convertido em prostaglandina H2 receptores se associam às tirosinas fosfatases
pela enzima prostaglandina sintase. Estas enzimas de proteínas para remover grupamentos fosfatos
são inibidas pela aspirina e por drogas anti- resíduos de fosfotirosina. Eles regulam o efeito
inflamatórias. da tirosina-quinases de proteínas ao bloquear os
sinais iniciados pela fosforilação dos resíduos de
Vias de sinalização intracelular por receptores tirosina das proteínas. Os membros da família
da superfície do fator de crescimento transformante (TGF-β)
Quando uma molécula de sinalização celular se liga são proteino-quinase e os receptores de
a um receptor especifico, ela ativa uma serie de citocinas, a ligação de um ligante ao receptor do
alvos intracelulares. Varias moléculas associadas a TGF-β induz a dimerização do receptor e o
receptores foram identificadas. domínio citosólico da serina ou treonina-quinase
1. Receptores acoplados à proteína G: realiza a fosforilação cruzada das cadeias
Membranas da família das proteínas G estão polipeptídicas do receptor.
presentes e associadas ao folheto interno da
membrana plasmática. Quando uma molécula
sinalizadora ou ligante de receptor se une a Vias de sinalização intracelular
porção extracelular de um receptor da superfície Alem dos ligantes, a maioria dos receptores de
celular, seu domínio citosólico sofre uma superfície estimulam as enzimas-alvos
mudança conformacional, que permite a ligação intracelulares para transmitir e amplificar um sinal.
do receptor à proteína G, este contato ativa a Um sinal amplificado pode ser propagado até, o
proteína G, em seguida, se dissocia do receptor núcleo para regular a expressão gênica em
e desencadeia um sinal intracelular para uma resposta a um estimulo celular externo. As
enzima ou canal iônico; principais via de sinalização intracelular incluem:
2. Tirosina-quinase: Como proteínas receptoras, AMPc; GMPc; Ca2+ fosfolipase C; NF-KB; Ca2+
estes receptores de superfície são enzimas que calmodulina; Jak-Stat.
fosforilam substratos proteicos nos resíduos de
tirosina. Os receptores para EGF, NGF, PDGF, Via AMPc
insulina e para vários fatores de crescimento O AMPc é formado a partir do ATP pela ação da
são receptores proteicos do tipo tirosina- enzima AMPc-fosfodiesterase. Este mecanismo
quinase. A maioria desses receptores consiste conduziu ao conceito de um primeiro mensageiro
num polipeptídios, embora o receptor de insulina (epinefrina) mediando um efeito da sinalização
e de outros fatores de crescimentos seja celular através de um segundo, o AMPc. O receptor
formado por um par de cadeias polipeptídicas. A de epinefrina se liga a adenilato-ciclase por
ligação de um ligante ao domínio extracelular intermédio da proteína G, a qual estimula a
desses receptores induz à dimerização do atividade da ciclase sob a ligação da epinefrina. Os
receptor que resulta na autofosforilação do efeitos intracelulares da sinalização do AMP são
receptor. A autofosforilação dos receptores mediados pela enzima proteino-quinase
determina a ligação na via de sinalização. As dependente de AMPc. Na sua forma inativa, a
moléculas sinalizadoras seguintes na via de proteína-quinase é um tetrâmero composto por
sinalização se ligam aos resíduos de duas subunidades reguladoras e duas subunidades
fosfotirosina por meio dos domínios chamados catalíticas. A ligação do AMPc resulta na
domínios SH2. O Src (de sarcoma) é um gene dissociação das subunidades catalíticas. As
presente no vírus que causa o sarcoma de subunidades catalíticas livres podem fosforilar os
Raus, e codifica uma proteína que funciona resíduos de serina em proteínas-alvo. OAMPc
como uma proteína tirosino-quinase. também tem um efeito na transcrição de genes
3. Receptores de citocinas: Estimulam proteínas alvos específicos que contem uma sequencia
intracelulares do tipo tirosino-quinase, as quais reguladora chamado de elemento de resposta ao
não são componentes intrínsecos do receptor. AMPc.
Um ligante de um fator de crescimento induz à
dimerização e à fosforilação cruzadas das tirosinas-
41
As subunidades catalíticas da proteína-quinase
entram no núcleo após a dissociação das
subunidades reguladoras. No núcleo, as
subunidades catalíticas fosforilam um fator de
transcrição chamado de proteína de ligação ao
CRE, que ativa genes induzidos pelo AMPc.

Figura 37: via do monofosfato cíclico de adenosina (AMPc).


(1) um ligante se liga a um receptor celular: (a) receptor; (b)
molécula sinalizadora ou ligante (hormônio ou fator de
crescimento). (2) a adenilato-ciclase, ativada pela
subunidade α da proteína G, ligada o GTP, forma o AMPc a
partir do ATP: (a) proteína G inativa; (b) proteína G ativada;
(c) adenilato-ciclase; (d) membrana plasmática. (3) o AMPc,
o segundo mensageiro, se liga às subunidades
reguladoras de proteína-quinase dependente de AMPc
(proteína-quinase A) e libera as subunidades catalíticas: (a)
proteína-quinase dependente de AMPc (proteína-quinase);
(b) subunidade reguladora; (c) subunidade catalítica; (d)
subunidade ativada entra no núcleo. (4) o AMPc é
degradado por uma fosfodiesterase dependente do AMPc:
(a) a fosfodiesterase degrada o AMPc; (b) envoltório
nuclear. (5) a subunidade catalítica ativada transloca-se
para o núcleo e fosforila o fator de transcrição CREB
(proteína de ligação ao CRE) ligado ao elemento de
resposta ao AMPc (CRE): (a) DNA; (b) CREB; (d) CRE. (6)
ocorre a indução à expressão de genes específicos.

Via da GMPc
O GMPc é um segundo mensageiro. Ele é
produzido a partir do GTP (trifosfato de guanosina)
pela guanilato-ciclase e degradado a GMP por uma
fosfodiesterase. As guanilato-ciclase são ativados
pelo oxido nítrico e por moléculas sinalizadoras
peptídicas. A função mais bem caracterizada do
GMPc ocorre nos bastonetes da retina, onde ele
converte os sinais luminosos em impulsos
nervosos.

42
HISTOLOGIA Tipos epiteiliais
O organismo humano é constituido por quatro São divididos em dois grupos, de acordo com sua
tipos de tecidos: o epitelial, o conjuntivo,o estrutura e função: epitélio de revestimento e
muscular e o nervoso esses tecidos não existem, epitélio glândulares.
como unidades isoladas, mas associadas umas as
outras em proporções variáveis,formando os Epitélio de revestimento
diferentes órgãos e sistemas do corpo. A maioria As células são organizadas em camadas que
dos órgãos podem ser divididos em dois cobrem a superfície externa do corpo, ou revestem
componentes: o parênquima, composto pelas as cavidades interna do corpo,e de acordo com o
células responsáveis pelas principais funções do número de camada de células na camada
órgão, e o estroma é o tecido de sustentação. superficial.

TECIDO EPITELIAL Tecido epitelial simples


As células epiteliais são poliédricas justapostas, O Epitélio simples: contêm apenas uma camada
geralmente aderem-se firmemente umas as outras de célula. O epitélio simples também pode ser
por meio de junções intracelulares. A principal classificado de acordo com a forma das suas
função dos epitélios são o revestimento de células, o epitélio simples pode ser pavimentoso,
superfície, absorção de moléculas, secreção, cúbico ou colunar.
percepção de estímulos e contração. Os epitélios  Epitélio simples pavimentoso (endotélio):
são camadas de células altamente coesas que revestimento de todos os vasos sanguíneos é
cobrem ou revestem as superficies corporais, e formado por uma camada única de células
formam as unidades funcionais das glândulas de endoteliais pavimentosas. Sua fina espessura
secreção exocrinas e endocrina. A classificação reflete a sua função primária nas rápidas trocas
tradicional e a nomenclatura de diferentes tipos de de substâncias entre o sangue e os tecidos;
epitelios são baseados no formato bidmensional  Epitelio simples cúbico (túbulo coletor, rim):
das celulas quando observadas na microscopia o revestimento interno dos túbulos renais e dos
óptica. foliculos tireoidianos são formados por uma
camada única de células cúbicas. São altamente
Formas e caracteristica polarizados e participam na absorção, na
São derivadas do ectoderma, do mesoderma e do secreção, e no transporte ativo de íons (rim)
endoderma. Revestem todas as superfícies  Epitelio simples colunar (intestino delgado):
corporais, exceto as cartilagens articulares o o intestinoo delgado é revestido por células
esmalte do dente e a superfície anterior da iris.Tem epiteliais cilindricas com o núcleo na porção
como função proteção (pele), absorção (intestinos) basal da célula. A região apical possui
transporte de substâncias sobre a superfície microvilos que forma uma planura estriada.
(mediado por cilios), secreção (glândula),
excreção (túbulos do rim), trocas gasosas
(alvéolos pulmonares). São renovadas
continuamente por mitose, não possuem direto
suprimento sanguíneo e linfático. Os nutrientes são
liberados por difunsão quase não apresentam Figura 39: (1) Epitélio de revestimento. (a) Capilares; (b)
lâmina própria; (c) membrana basal; (d) epitélio. (2) epitélio
substâncias intercelulares livres. Todas as células simples cúbico. (a) capilares sanguíneos; (b) lâmina
epiteliais estão apoiadas sobre o tecido conjuntivo. própria; (c) membrana basal; (d) epitélio. (3) epitélio
simples colunar ciliado. (a) cílios; (b) capilar sanguíneo; (c)
A porção da células epiteliais voltada para o tecido lâmina própria; (d) membrana basal; (e) epitélio; (f) barra
conjuntivo é chamado porção basal, as porções da terminais.
célula voltada para o o lúmen são chamada de
porção apical e as superfícies epiteliais que
confrontam células vizinhas são chamadas paredes
laterais.

Figura 40: (1) Epitélio simples pavimentoso (endotélio). (a)


Hemácias no lúmen; (b) Núcleo achatado de uma célula
endotelial; (c) epitélio simples pavimentoso; (d) lúmen; (e)
lâmina basal. (2) Epitélio simples cúbico (túbulo coletor, rim).
(a) Epitélio simples cúbico; (b) Lúmen; (c) Lâmina basal. (3)
epitélio simples colunar (intestino delgado). (a) Planura
Figura 38: (1) Porção apical; (2) Porção lateral; (3) Porção estriada; (b) célula caliciforme; (c) epitélios simples colunar;
basal. (a) Cílios; (b) Microvilosidades; (c) Aparelho de (d) planura estriada; (e) lúmen; (f) célula caliciforme; (g)
Golgi; (d) Núcleo; (e) Mitocôndria; (f) Membrana basal. lâmina basal.

43
Tecido epitelial estratificado
O Epitélio estratificado: contêm mais de uma
camada de células.O epitélio estratificado também é
classificado em pavimentoso cúbico, colunar ou
de transição, de acordo com a células de sua
camada mais superficial.
O epitélio pseudo-estratificado, é assim chamado
porque, os núcleos parecem estar em várias
camadas, todas suas células estão apoiadas na
lâmina basal,mas nem todas alcançam a superfície
do epitélio, fazendo com que a posição dos núcleos
seja variável.
O epitélio estratificado colunar, só está presente
em poucas áreas do corpo humano, como na
conjuntiva ocular e nos ductos excretores de
glândulas salivares.
O epitélio de transição, reveste a bexiga urinária,
o ureter e a parte superior da uretra, sua camada
apical é formada por células globosas.

Figura 41: (1) epitélio estratificado pavimentoso. (a)


epitélio; (b) membrana basal; (c) lâmina própria. (2) epitélio
de transição. (a) células superficiais globosas;(b)
membrana basal; (c) lâmina própria. (3) epitélio pseudo-
estratificado ciliado. (a) muco; (b) cílios; (c) barras
terminais; (e) células caliciformes. (f) células epiteliais; (g)
membrana basal; (h) lâmina própria.

44
TECIDO EPITELIAL GLÂNDULAR Porção secretora
São constituídas por células especializadas na As glândulas podem ser classificadas como
atividade de secreção. As moléculas a serem tubulosas simples ou alveolares simples, de
secretadas são armazenadas em pequenas acordo com o formato da porção secretora. Uma
vesículas, chamadas de grânulos de secreção, glandula composta é envolvida por uma cápsula.
essas células podem armazenar e secretar Durante o desenvolvimento de um ducto excretor dá
proteínas e lipídios. As glândulas se desenvolvem origem a ramos que se encontram por entre os ou
como brotamento epiteliais para o interior do TC dentro dos lobos, pequenos ramos derivados de
subjacente. As glandulas exocrinas permanecem cada um desses ductos originam pequenas
conectadas à superfície do epitélio mediante um subdivisões que constituem um lóbulo de uma
ducto excretor que transporta o produto de glandula.
secreção para o meio exterior. As glândulas  Glândulas simples: Tem somente um ducto
endócrinas não apresentam um ducto excretor, e não ramificado. Elas também são classificadas
seu produto de secreção é liberado na circulação de acordo com sua organização celular.
sangúinea.As glândulas endócrinas são dotadas de Dependendo da forma da porção secretora, elas
capilares fenestrados e comumente armazenam as podem ser tubulares simples, enoveladas,
secreções que elas sintetizam e liberam após tubulares ramificadas.
estimulação por sinais elétricos ou  Glândulas compostas: Têm ductos ramificados
químicos.Classificamos de acordo com o tipo de que nas grandes glândulas podem atingir altos
ducto excretor em glândulas ramificadas. as niveis de complexidade. Elas também podem
glândulas podem ser simples quando o ducto ser tubulares ouacinosas.
excretor é único, ou composta quando o ducto
excretor se subdivide.

Tipos de epitélios glândulares


Podem ser classificados em:glândulas
unicelulares são glândulas isoladas, e
multicelularessão compostas de agrupamento de
células.As glândulas são formadas a partir de
epitélio de revestimento cuja células proliferam-se e
Figura 43: (1) glândulas tubulares simples.(a) tubulosa
invadem o TC, após sofrerem diferenciação. Uma simples; (b) tubulosa simples ramificada; (c) tubulosa
glândula exócrina apresenta dois componentes: simples enovelada; (d) acinosa simples ramificada. (2)
uma porção secretora e um ducto excretor. A glândulas tubulares compostas.(a) acinosa composta; (b)
túbulo acinoso composto; (c) tubulosa composta.
porção secretora de uma glandula pode ser
composta de uma única célula ou por muitas
células, de acordo com o formato da porção
secretora, as glândulas podem ser tubulosas,
enoveladas, ou alveolares ou ainda acionosas.

Glândulas endócrinas
Estas glândulas, não contêm ductos e suas
secreções são lançadas no sangue e transportadas
para o seu local de ação pela circulação sanguínea.

Glândulas exócrinas
Mantém conexão com o epitélio do qual se
originam. Esta conexão toma a forma de ductos
tubulares formados por células epiteliais.
Figura 44: Glândulas com ductos ramificados. (1) glândula
oral, glândula tubulosa composta; (a) ducto excretor; (2)
pâncreas exócrino, glândulas acinosa composta; (3)
glândulas mamárias, glândula túbulo alveolar composta,
(b) porção secretora tubulosa; (c) porção secretora
Figura 42: desenvolvimento de glândulas exócrinas e alveolar. (1) uma glândula composta é envolvida por uma
endócrinas. (1) glândulas exócrinas, um produto de secreção capsular de TC; (2) os lobos são subdivididos por septos
é liberado sobre a superfície: (a) epitélio; (b) ducto excretor; de TC em subunidades menores chamados lóbulos; (3)
(c) proliferação localizada e inicio da invaginação de células uma glândula composta é formada por número variável de
epiteliais para dentro do TC subjacente; (d) invaginação unidade secretoras classificadas de acordo com sua
epitelial; (e) porção secretora. (2) glândula endócrina, um morfologia com tubulosa, acinosa; (4) a secreção drena ara
produto de secreção é liberado no sangue: (a) o pedículo o interior de um ducto excretor localizado dentro do lóbulo;
degenerado; (b) epitélio; (c) a porção secretora é circundada (5) os ductos excretores extralobulares são formados por
por capilares; (d) uma glândula endócrina se desenvolve. um ducto intercalar, seguido de um ducto estriado.

45
Tipos de secreção
As glândulas exócrinas podem ser classificadas
como glândulas mucosas quando seu produto de
secreção é rico em glicoproteína e água; glândulas
serosas, com secreções rica em proteínas e água;
as glândulas mistas contêm células mucosas e
serosas.

Mecanismo de secreção
O modo como os produtos de secreção deixam, as
células podem ser classificadas em: merócrinas,
holócrinas e apócrinas.
 As merócrinas é a secreção liberada pela
célula por exocitose sem perda de outro
material celular.
 Ashalócrinas suas secreções são liberadas
juntamente com toda a célula, processo que
envolve a destruição da célula.
 As apócrinas suas secreções são liberadas
pela célula junto com a porção apical.

Figura 45: (1) halócrina; (a) desintegração da célula esua


secreção; (b) nova célula. (2) merócrina; (a) secreção; (b)
célula. (3) apócrina; (a) porção que se desprendeu da
célula.

Figura 46:corte de uma porção secretora de uma glândula


mamária. A secreção apócrina, caracteriza-se pela
eliminação do produto de secreção acompanhado de parte
do citoplasma.

46
TECIDO CONJUNTIVO (TC) Matriz extracelular
Os TCs fornecem uma estrutura de suporte e de A MEC é uma associação de colágenos,
ligação, formando o estroma associado a outros glicoproteínas não-colagênias e proteoglicanas que
tecidos do corpo. Os TCs são formados por células circundam as células do TC. A membrana basal
e pela matriz extracelular (MEC). contém vários componentes da MEC, como a
As células do TC desempenhão funções lâmina, a fibronectina, vários tipos de colágeno e
importantes no armazenamento de metabólitos, nas proteoglicanas de hepara-sulfato.
respostas imunológicas e inflamatórias, e no reparo Os agregados de proteoglicanas estão entre os
tecidual após lesão. As células do TC estão principais componentes da MEC. Cada
amplamente separadas pelos componentes da proteoglicana é formado pela associação de
MEC. Os TCs com excessão da cartilagem, são glicosaminoglicanos (GAGs), os quais são longos
supridas diretamente por vaso sanguíneos, vasos polissacárideos a proteínas. Os GAGs são
linfáticos e nervos.São responsáveis pelo polimeros lineares de dissacarídeos com resíduos
estabelecimento e manutenção da forma do corpo. de sulfato. Os GAGs controlam as funções
AMEC dá o papel mecânico, ela conecta células e biológicas dos proteoglicanos através de ligações
órgãos, dando, suporte ao corpo. Estruturalmente, de estabilização com os componentes da superfície
os componentes do TC podem ser divididos em três celular, fatores de crescimento e outros
classes: constituintes da superfície da MEC.
 Células; Diferentes tipos de GAGs estão ligados a uma
 Fibras; proteína central para formar um proteoglicano. A
 Substância fundamental. proteína central, está ligada a uma molécula de
O TC originou-se do mesênquima, um tecido ácido hialuronico por uma proteína de ligação. A
embrionário formado por células alongadas, as molécula de ácido hialurônico é o eixo de um
mesenquimas. Essas células tem núcleo oval, seu agregado de proteoglicanos.
citoplasma possui prolongamentos.A matriz do TC A MEC pode ser degradada por metaloproteinases
serve como meio de troca de nutrientes e de matriz, uma familia de proteases zinco-
catabólitos entre as células e suprimentos dependentes secretadas como precursores
sanguíneos.Os TCs são classificados em três latentes, ativadas na MEC, após a proteólise.
grupos: A degradação normal da MEC ocorre normalmente
 Os TCs embrionários; durante o desenvolvimento, o crescimento e o
 Os TCs adultos; reparo dos tecidos. Entretanto, a degradação
 Os TCs especiais. excessiva da MEC é observado em várias
condições patológicas, tais como na artrite
Entre os TCs embrionários encontra-se um tecido
reumatóide, na osteoratrite e em doenças da pele.
frouxo formado durante o desenvolvimento
embrionário inicial. É formado predominantemente
por uma MEC hidrofílica e, por isso, apresenta uma
consistência gelatinosa.
Os TCs adultos têm uma diversidade estrutural
considerável, porque a proporção das células em
relação as fibras e à substância fundamental varia
de um tecido para outro.Os TCs especiais são os
TCs com propriedades especiais não observadas
nos TCs embrionários e nos TCs adultos. Existem
quatro tipos de TCs especiais:
1. Tecido adiposo;
2. Tecido cartilaginoso;
Figura 47: agregados de proteoglicanos. (a) gueratan-
3. Tecido ósseo; sulfato (glicosaminoglicano); (b) são os condroitino-sulfato
4. Tecido hematopoético. (glicosaminoglicano); (c) agregado de proteoglicanos, (1)
molécula de ácido hialurônico; (2) proteína de ligação; (3)
proteína central; (d) proteoglicanos.

47
Tipos de tecido conjuntivo Células do tecido conjuntivo
Há vários tipos de tecido conjuntivo, seus nomes Algumas células do TC são produzidas nele e
refletem o seu componente predominante ou permanecem nele, e outras vêm de fora e
organização estrutural do tecido. permanecem nele. As células do TC são as
seguintes:Fibroblasto, macrófago, mastócito,
Tecido conjuntivo propriamente dito plasmócitos, células adiposas e leucócitos.
São dois tipos de tecido conjuntivo propriamente
dito: o frouxo e o denso. no TC embrionários Fibroblasto
temos um tipos de TC chamado de TC mucoso, Sintetizam proteínas colágena e elastina as
rico em MEC e em proteoglicanas. está presente moléculas da matriz extracelular estão envolvidas
apenas no cordão umbilical. na produção de fatores de crescimento. São as
células mais comuns do TC, são capazes de
Tecido conjuntivo frouxo modular sua capacidade metabólica. Os fibroblastos
Suporta estruturas sujeitas a pressões e atritos tem intensa atividade metabólica, e as que tem
pequenos, é muito comum e preenche espaços pouca atividade são os fibrócitos.O citoplasma do
entre grupos de células musculares, células fibroplasto possui citoplasma abundante, seu núcleo
epiteliais e formam camadas em torno dos vasos é ovóide e grande e seu citoplasma é rico em RER,
sanguíneos. Ele contém todos os elementos o aparelho de Golgi é bem desenvolvido.
estruturais do tecido conjuntivo propriamente dito,
suas células mais numerosas são os fibroblastos e
os macrófagos. Ele tem uma consistencia delicada,
bem vascularizada.

Tecido conjuntivo denso


Oferece resistência e proteção aos tecidos, existem
poucas células e uma predominância de fibras de
colágeno. É pouco flexível e mais resistente a
tensão. Suas fibras colágenos são organizadas em
feixes sem uma orientação definida, chamando-se
de denso não modelado, nele as fibras formam Figura 49: (a) corte histológico de TCF mostrando vários
uma trama tridimensional, dando lhe resistência as fibroblastos (F) ativos com núcleo grande, nucléolo
trações exercidas em qualquer direção. O tecido evidente e citoplasmas abundante e basófilo; (b)
fibroblasto; (c) fibrocitos.
denso modelado apresenta feixes de colágenos
paralelos e alinhados com os fibroblastos.
Macrófagos
Eles possuem características morfológicas variáveis
dependendo de seu estado de atividade funcional, e
do tecido que habitam, possuem um núcleo oval.
Os macrófagos vem dos manócitos, que circulam
no sangue. Numa segunda etapa, elas cruzam as
paredes dos vasos e penetram no TC, onde
amadurecem e adquirem caracteristicas de
macrófagos.

Figura 48: classificação do TC. (1) TC mucoso (cordão


umbilical) (a) núcleo de uma célula mesenquimal em meio a
uma MEC rica em proteoglicanos hidrofílicos; (b) Âmino.
(2) TC propriamente dito, TC denso não-modelado. (a)
núcleo oval de um fibroblasto; (b) as fibras elásticas são
delgadas, retas e ramificadas; (c) os feixes colágenos são
espessos e ondulados.(3)TC propriamente dito, TC denso
não-modelado. (a)capilar sanguíneo; (b) núcleo oval de um
fibroblasto; (c) os feixes de colágenos são espessos,
ondulados, e arranjados irregularmente. (4) TC
propriamente dito, TC denso modelado (tendão), (a) Tecido
muscular estriado esquelético; (b) feixe de colágeno Figura 50: macrófago. (a) macrófagos; (b) fibroblasto; (c)
arranjado regularmente; (c) núcleo oval de um fibroblasto colágeno; (d) lisossoma; (e) vesícula fagocitica; (f)
inativo comprimido pelos feixes de colágenos colágeno.
regularmente alinhados.

48
Mastócitos
É uma célula globosa, grande com citoplasma
granuloso,esses grânulos secretores heterogêneos
contêm mediadores químico como a histamina e
glicosaminoglicanas. O seu núcleo é pequeno,
esférico e central. Os mastócitos colaboram com as
reações imunes e têm papel importante na
inflamação, reação alérgica e parasitária.

Figura 51: Mastócito. (a) mastócito com grânulos


metacromáticos no citoplasma; (b) vaso sanguíneo; (c)
eletromicrografia de um mastócito com grânulos de
diferentes densidades; (d) núcleo.

Plasmócitos
São células grandes e ovóides, seu citoplasma
basófilo, possui muito RER.O núcleo do plasmócito
é esférico e excêntrico e contém grumos de
cromatina que se alteram regularmente com áreas
em um arranjo que lembra raios de carroça. O
Complexo de Golgi e os centríolos se localizam em
uma região próxima ao núcleo.São poucos no TC,
exceto nos locais sujeitos a penetração bacteriana e
proteínas estranhas, como mucosa intestinal.

Figura 52: plasmócito. (a) e (e) região do Golgi; (b) e (f)


núcleo em roda de carroça; (c) e (g) RER contendo
moléculas de mioglobina. (d) núcleo de fibroblasto.

49
FIBRAS Fibras reticulares
São formadas por proteínas que se polimerizam São formadas por colágenos do tipo III, são
formando estruturas alongadas. Os três principais estremamente finas, formam uma rede extensa em
tipos são: colágenos, reticulares e elásticas. A certos órgãos. As fibras reticulares são abundantes
distribuição destes três tipos de fibras variam nos em músculos lisos, endoneuro e nas trabéculas dos
diferentes tipos de tecidos conjuntivos. Existem dois órgãos hematopoéticos como o baço, nodulos
sistemas de fibras: linfáticos e na medula óssea vermelha.
 O sistema elástico, formado por fibras
elásticas, elaunínicas e oxitalâmicas.
 O sistema colágeno é o tipo mais abundante
de proteína do organismo representa 30% do
seu peso.

Fibras colágenos
Os colágenos podem ser classificados nos
seguintes grupos:
 Colágenos que formam longas fibrilas: são
formados pela agregação de várias moléculas
de colágeno do tipo I, II, III IV e IX. Figura 54: corte histológico da glândula adrenal mostrando
fibras reticulares. Este corte é espesso para enfatizar a
 Colágenos associados a fibrilas: são rede formada por estas fibrilas finas formadas por
estruturas curtas ligadas a fibrilas do colágeno e colágenos do tipo III.
a outros componentes da matriz extracelular,
pertencem a este grupo os colágenos do tipo IX Sistema elástico
e XII. Sua estrutura se desenvolve em três estágios, no 1º
 Colágenos que formam redes: suas moléculas as fibras oxitalânicas consiste de feixes de
associam-se para formar uma rede de colágeno microfibrilas compostas por fibrilas, essas formam o
do tipo IV, é o principal componente das lâminas arcabouço necessário para a deposição de
basais. elastina.As fibras oxitalânicas podem ser
 Colágeno de ancoragem: seu tipo é oVII está encontradas nas fibras de zônulas do olho e em
presente nas fibrilas que ancoram o as fibras de certos locais da derme, onde conecta o sistema
colágeno à lâmina basal. elástico com a lâmina basal. No 2º estágio de
desenvolvimento ocorre uma deposição irregular de
proteína elastina, formando as fibras elaunínicas.
No 3º estágio, afibra elastina continua a acumular-
se até ocupar todo feixe de microfibrilas.

Figura 55: micrografia eletrônica das fibras elásticas em


desenvolvimento. (A) oxitalâmica, estagio inicial da
formação, as fibras em desenvolvimento consistem em
Figura 53: (A) micrografia eletrônica de fibrilas colágena numerosas e delgadasmicrofibrilas proteicas; (B)
em cortes transversais e longitudinais. Cada fibrila Elauninica, com o desenvolvimento, um agregadode
consiste em bandas claras e escuras que se alternam. O proteína elastina deposita-se entre as microfibrilas; (C)
espaço entre as fibrilas é preenchido por matriz fibras elásticas, elastina amorfa se acumula efinalmente
extracelular fundamental. (B) colágeno do tipo T, cada ocupa o centro da fibra madura, a qual permanece
molécula é composta por duas cadeias peptídicas. As envolvida por microfibrilas de fibrilina.
cadeias alfa são enroladas em alfa hélice com gira à direita,
sendo mantidos juntos por pontes de H1 e interações
hidrofóbicas.

50
TECIDO ADIPOSO Tecido adiposo unilocular
É um tipo especial de TC, essas células podem Esse tecido é encontrado em todo o corpo humano
ser encontradas isoladas ou em grupos, a maioria adulto, também forma a camada de panículo
delas formam grandes agregados, constituindo o adiposo nos recém-nascidos, com a idade
tecido adiposo espalhado pelo corpo.O tecido desaparece em algumas áreas e surge em outras.
adiposo é o maior depósito de energia do corpo, São células grandes, isoladas, esféricas,
além disso ele também, modela a superfície do eagrupadas são poliédricas. Em cortes histológicos
corpo sendo o responsável pelas diferenças do tem a forma de um anel, pois, durante a coloração o
contorno entre homens e mulheres. Formam coxins xilol e o álcool retiram a gotícula lipídica. As células
estruturas absorventes de choques, nas plantas dos adiposas são envolvidas por uma lâmina basal e
pés e na palma das mãos.São péssimos condutores suas membranas possuem várias vesículas de
de calor, isolando o corpo contra a perda de calor, pinocitose. A vascularização do tecido adiposo é
contribuindo para o isolamento térmico, preenche muito abundante, se considerarmos sua pequena
espaço e ajuda a manter certos órgãos em suas quantidade de citoplasma.No embrião as células
posições normais. Há duas variedades de tecido adiposas uniloculares originam-se, apartir do
adiposo, uma é o tecido adiposo mesêmquima, os lipoblastos. As gotículas lipídicas
unilocular,principal reserva de energia a longo são inicialmente separadas uma das outras,
prazo, e a outra é o tecido adiposo formando a gotícula única.
multilocularserve para dissipar a energia, em vez
de armazená-la. Tecido adiposo multilocular
O pré-adipocito é derivado de uma célula Sua distribuição no corpo humano é limitada,
mesenquimal precursora. Eles seguem duas vias de localizando-se em áreas determinadas.O tecido
diferenciação celular: uma via resulta na formação adiposo multilocular é encontrado no pescoço, nos
de adipócito uniloculares e a outra na formação de ombros, no dorso, e nas regiões peri-renal e para-
adipócitos multiloculares. aortica. O tecido adiposo é suprido por muitos
Sob a influência da insulina os pré-adipocitos vasos sanguíneos e fibras nervosas simpáticas.
sintetizam lípase-lipoproteica e começam a O pigmento lipocromo e abudantes mitocondrias,
acumular gorduras em pequenas gotículas. As ricas em citocromo conferem a este tecido uma cor
pequenas gotículas fundem-se para formar uma castanha. A principal função deste tecido adiposo é
grande gotícula armazenadora de lipídios. dissipar energia na forma de calor em ambientes
A gotícula lipídica contêm 95% de triglicerídeos frios, como mecanismo de proteção do recém-
ricos em caroteno, um pigmento lipossolúvel que nascido. Esse tecido é muito abundante em animais
confere uma cor amarelada ao tecido adiposo. que hibernam. Suas células tem forma poligonal,
O acúmulo de lipídios pelos adipócitos maduros é com citoplasma carregado de gotículas lipídicas de
regulado por insulina e prostaglandinas. A quebra e vários tamanhos com muitas mitocôndrias. O tecido
liberação de lipídiossão reguladas pela adiposo multilocular produz muito calor.
noradrenalina, pelo glucagon e pelo hormônio
adrenocorticotrófico. O tecido adiposo é inervado
pelo sistema nervoso parassimpático.

Figura 57: (a) corte de tecido unilocular de mamífero. As


Figura 56: adipogênese. (1) tecido adiposo multilocular; (a)
setas indicam núcleos de adipócitos comprimidos contra a
vasos sanguíneos; (b) tecido adiposo multilocular. (2)
membrana celular pela pressão dos lipídios;
tecido adiposo unilocular, (a) núcleo excêntrico; (b)
(b)fotomicrografia de tecido adiposo multilocular com
adipócito unilocular. (3) célula mesenquimais, formação do
células contendo núcleos esféricos centrais e múltiplas
tecido adiposo primário; (a) célula mesenquimal; (b)
gotículas de lipídios no citoplasma.
fibroblasto; (c) pré-adipócito; (d) insulina; (e) receptor para
IGF-1; (f) pré-adipócito; (g) adipócito multilocular; (h) vaso
sanguíneo; (i) lípaselipoproteica; (j) tecido adiposo
multilocular; (l) tecido adiposo unilocular; (m) adipócito
unilocular.

51
TECIDO CARTILAGINOSO Histogênese
É uma forma de TC especializado rígido. Tem a No embrião, a cartilagem surge no mesênquima. A
função de suporte de tecidos moles, revestimentos primeira modificação consiste no arredondamento
de superfícies articulares, facilitam o deslizamento das células mesenquimatosas, que retraem seus
dos ossos nas articulações. Sendo essencial para o prolongamentos e, multiplicam-se formando
crescimento dos ossos longos. aglomerados. As células assim formadas recebem o
Os condroblastos são derivados de células nome de condroblastos. Em seguida começa a
mesenquimais. Eles contêm lipídios e glicogênicos síntese da matriz, o que afasta os condroblastos um
um rer bem desenvolvito e aparelho de Golgi. A dos outros. A diferenciação das cartilagens dá-se
proliferação dos condroblastos resulta no do centro para a periferia, de modo que as células
crescimento da cartilagem. A cartilagem é formada mais centrais já apresentam as características de
por células e MEC envolvidas pelo pericôndrio. O condrócitos, enquanto as mais periféricas ainda são
pericôndrio é formado por uma camada de célula condroblastos típicos.
indiferenciadas que podem diferenciar-se em
condroblastos. A cartilagem é um tecido avascular e
as células recebem nutrientes por difusão através
da MEC.Suas células são, os condrócitos, com
Figura 59: Histogênese da cartilagem hialina. (A)
muito material extracelular, que constitui a matriz, mesênquima; (B) multiplicação das células
as cavidades da matriz são ocupadas pelos mesenquimatosas forma um tecido muito celular; (C) em
seguida, os condroblastos se afastam; (D) finalmente, a
condrócitos, chamados de lacunas que contém um multiplicação mitótica das células dá origem aos grupos
ou mais condrócitos. A cartilagem se diferencia em condrócitos.
três tipos: cartilagem hialina, cartilagemelástica e
cartilagem fibrosa. Crescimento
Deve-se a dois processos: o
Pericôndrio crescimentointersticial, por divisão mitótica dos
Todas as cartilagens hialinas são envolvidas por condrócitos preexistentes; e o crescimento
uma camada de TC, denso chamado pericôndrio aposicional, que se faz a partir das células do
uma fonte de novos condrócitos para o crescimento pericôndrio. Durante a condrogênese os
e é responsável pela nutrição, oxigenação e condroblastos produzem e depositam fibrilas de
eliminação dos refugos metabólicos da cartilagem. colágenos do tipo II e componentes da substância
O pericôndrio é formado por TC rico em fibras de fundamental até que os condroblastos estejam
colágeno tipo I na parte superficial. separados e aprisionados dentro de espaços na
matriz chamadoslacunas, estas células são
Condrócitos chamadas de condrócitos.
Na periferia da cartilagem hialina, os condrócitos Durante a embriogênese, as células mesenquimais
apresentam formas alongadas, com o eixo maior se agregam e se diferenciam em condroblasto,os
paralelo à superfície. Mais profundamente são quais formam os centros de condrogênese. Um
arredondados e aparecem em grupos de oito centro de condrogênese é formado por
células. Os condrócitos são células secretoras de condroblastos circundados por matriz extracelular.
colágenos tipo 2, proteoglicanas e glicoproteínas. A Os condroblastos se dividem por mitose e as
cartilagem hialina degrada a glicose por mecanismo células filhas permanecem dentro do mesmo
anaeróbico, com formação de ácido láctico como espaço ou lacuna, formando um grupo de células
produto final. isogênicas.

Figura 58: condrócitos. (a) borda lacunar; (b) matriz


pericelular; (c) glicogênio; (d) lipídio; (e) borda lacunar é a
camada mais interna da matriz territorial. Ele é formado por
fibrilas colágenas; (e) a matriz territorial é formado por
fibrilas de colágeno do tipo 2 dispostos aleatoriamente,
circundadas por protepglicanas.

52
Figura 50: condrogênese crescimento intersticial. (1) após absorção de choques mecânicos, de grande
a divisão celular, as células-filhas permanecem dentro do
mesmo espaço ou lacuna, formando um grupo isogênio. (a) significado funcional, principalmente nas cartilagens
matriz territorial, (b) matriz inter-territorial; (c) grupo articulares.
isogênico; (d) matriz territorial. (2) foto micrografia da
condrogênese. (a) grupo isogênico; (b) matriz territorial; (c)
matriz inter-territorial. (3)eletromicrografia dos
condroblastos. (a) grupo isogênico; (b) núcleo; (c) matriz
territorial; (d) borda lacunar; (e) colágeno do tipo 2; (f)
RER; (g) matriz inter-territorial.

Cartilagem elástica
É encontrada no pavilhão auditivo e no conduto
auditivo externo, na tuba auditiva na epiglote e na
cartilagem cuneiforme da laringe, é muito
semelhante a cartilagem hialina. Possui pericôndrio
e cresce por oposição, é menos sujeita a processos
degenerativos. A presença de elastina confere uma
cor amarelada, quando examinada a fresco. Ela
pode estar presente isoladamente ou formar uma
peça cartilaginosa junto com a cartilagem hialina.

Cartilagem fibrosa
Possui caracteristicas intermediárias entre o
conjuntivo denso e a cartilagem hialina.Encontrado
nos discos intervertebrais, nos pontos em que os
Figura 51: condrogênese, crescimento aposicional. (1) (a) tendões e os ligamentos se inserem nos ossos, e
TC circunjacente; (b) pericôndrio (camada fibrosa); (c) na sínfese pubiana. A substância fundamental é
pericôndrio (camada condrogênica); (d) crescimento
aposicional; (e) grupos isogênicos. (2) (a) condroblasto.
escassa e limitada. À aproximidade das lacunas
(3)(a) TC circunjacente; (b) pericôndrio (camada fibrosa); que contêm os condrócitos, onde forma cápsula
(c) pericôndrio (camada condrogênica) (d) matriz territorial; basófilas. Na cartilagem fibrosas, as varias fibras
(e) crescimento aposicional; (f) matriz territorial; (g) grupo
isogênico. colágenas constituem feixes, que seguem uma
orientação irregular entre os condrócitos ou um
Cartilagem hialina arranjo paralelo ao longo dos condrócitos em
Muito frequente no corpo humano, forma, o primeiro fileiras.
esqueleto do embrião, que depois é substituido por
um esqueleto ósseo. Entre a diáfise e a epífise dos
ossos longos pode ser observado o disco epifisário,
de cartilagem hialina, responsável pelo crescimento
em extensão dos ossos. No adulto é encontrado na
parede das fossas nasais, traquéia e brônquios, na
extremidade ventral das costelas e recobrindo as
superfícies articulares dos ossos longos.Todas
cartilagens hialina, são envolvidas por uma camada
de tecido conjuntivo denso, chamado de
pericôndrio, sendo fonte para novos pericôndrios e
responsável pela nutrição, oxigenação e eliminação Figura 60: (a) fotomicrografia da cartilagem hialina. Os
condrócitos estão localizados nas lacunas da matriz. Na
dos refugos metabólicos da cartilagem, neles estão parte superior e na inferior aparece o pericôndrio corado
localizados vasos sanguíneos e linfáticos.Os em rosa. (b) fotomicrografia de corte da cartilagem elástica,
condrócitos tem forma alongada, mais corada para fibras elásticas. As células não foram coradas;
(c)fotomicrografia da fibra de cartilagem. Note as fileiras de
profundamentesão arredondados aparecendo em condrócitos separados por fibras colágenas.
grupos de até oito células. Eles são secretores de
colágenos do tipo II, proteoglicanas e
glicoproteínas.A cartilagem hialina é formada, por
fibrilas de colágenos tipo II associadas ao ácido
hialurônico, proteoglicanas muito hidratada e
glicoproteínas. A matriz também contém
glicosaminoglicanas combinadas por covalência
com proteínas, formando proteoglicanas. O alto
conteúdo de água de salvatação das moléculas de
glicosaminoglicanas atuam como um sistema de
53
TECIDO ÓSSEO Osteócitos
É um TC rígido, inflexível, no qual a MEC foi Os osteócitos são células altamente ramificadas
impregnada com sais de cálcio e fosfato por um com corpo celular ocupando pequenos espaços
processo chamado de mineralização. É um tecido entre as lamelas, chamadas de lacunas.
altamente vascularizado e metabólicamente muito Prolongamentos conectados por junções
ativo.É um tipo especializado de TC, formado por comunicantes. São encontrados no interior da
células e material extracelular calcificado, a matriz matriz óssea, ocupando as lacunas das quais
óssea. Suas células são: os osteócitos, os partem canalículos. Cada lacuna contém apenas
osteoblastos e os osteoclastos.A nutrição dos um osteócito. Dentro dos canalículos os
osteócitos dependem de canalículos da matriz. Os prolongamentos dos osteócitos fazem contatos
ossos são recobertos interna e externamente, por através de junções comunicantes, por onde passam
camadas de TC, endósteo internamente e o pequenas moléculas e íons. Os osteócitos são
períosteo externamente. células achatadas, com forma de amendoa, com
pouco RER, aparelho de Golgi pequeno, e núcleo
Osteoblasto com cromatina condensada.
Os osteoblastos são células com formato cúbico ou
cilindrico e de aparência epitelial, formando uma
monocamada que recobre todos os locais ativos de
formação óssea. São células altamente
polarizadas, elas depositam o osteóide, a matriz
orgânica não mineralizada do tecido ósseo, ao
longo da interface osteoblasto-osso. O osteoblasto
iniciam e controlam a mineralização subsequente Figura 62: osteócitos. (a) lacuna do osteócito; (b) junções
do osteóide. Quando a formação ossea termina, os comunicantes; (c) canalículos; (d) linha cimentante; (e) vaso
osteoblastos se achatam e se diferenciam em sanguíneo; (f) prolongamento celular; (g) canalículo; (h) canal
de Haver; (i) vaso sanguíneo; (j) matriz calcificada; (l) osteócito,
osteócitos. São células que sitetizam a parte aprisionado na matriz calcificada; (m) prolongamentos
orgânica da matriz óssea. Concentram fosfato e celulares com um prolongamento entrando no canalículo.
cálcio.Estão sempre na superfície óssea, num
arranjo que lembra um epitélio simples. A matriz se Osteoclasto
deposita ao redor do corpo da célula e de seus Os osteoclastos são derivados da linhagem celuular
prolongamentos, formando as lacunas e os dos progenitores de monócitos-macrófagos da
canalículos. medula óssea, a qual se desvia para a via
progenitora de osteoclastos.São células moveis,
gigantes, muito ramificadas, contêm de seis a 50 ou
mais núcleos. Suas ramificações são irregulares,
com forma e espessuravariável. Eles tem
citoplasma granuloso, algumas vezes com
vacúolos. São precursores mononucleares vindos
da medula óssea, que ao contato com o tecido
osseo unem-se formando os osteoclastos
multicelulares. Eles secretam ácidos, colágenase e
outras hidrolases que atuam localmente digerindo a
matriz orgânica e dissolvendo os cristais de sais e
cálcio.Após aderir à matriz óssea, eles geram um
ambiente ácido necessário para a reabsorção
óssea. A reabsorção óssea envolve a dissolução
dos componentes inorganicos da matriz óssea,
dentro de um ambiente ácido, seguido pela
degradação enzimática dos componentes orgânicos
Figura 61: função do osteoblasto. (a) monocamada de da matriz óssea pela protease catepsina-K.
osteoblasto; (b) osteóide; (c) matriz mineralizada; (d)
osteoblasto; (e) matriz mineralizada; (f) osteóide.

Figura 63: osteoclasto. (a) mitocôndria; (b) vesícula


acidificada; (c) núcleo; (d) borda pregueada; (e) lacuna de
Howshirp.

54
Tipos de tecido osseo O tecido ósseo lamelar constituído por lamelas,
Os ossossãoclassificados em dois tipos : em constituído de matriz óssea, uma substância
macroscópicae microscópica. O tecido ósseo é mineralizada depositada em camadas ou lamelas, o
classificado macroscópicamente, em: osteócitos, cada um ocupando uma cavidade ou
 Tecido ósseo compacto; lacuna com canalículos ramificadas e irradiadas que
 Tecido ósseo esponjoso. penetram nas lamelas das lacunas subjacentes. O
Nosossos longos, suas extremidades as epifises tecido ósseo lamelar apresenta quatro padrões
são formadas por ossos esponjosos. A parte distintos:
cilíndrica diáfise é totalmente compacta, com pouca 1. Sistema de Havers: formados por lamelas
quantidade de ossos esponjosos na parte profunda. dispostas concentricamente ao redor de um
Os ossos curtos têm o seu centro esponjoso, são canal vascular longitudinal;
recobertos por uma camada compacta.Nos ossos 2. Lamelas intersticiais: observadas entre os
chatos existem duas camadas de ossos compactos, ósteon e separadas dos mesmos por uma fina
as tábuas internas e externas, separados por osso camada, chamada linha cimentada;
esponjoso,que nesse local recebe o nome de 3. As lamelas circunferênciais externa, abaixo
díploe. do periósteo;
4. As lamelas circunferênciais internas,
encontradas na superfície interna, subjacente ao
endósteo.
Os canais vasculares no tecido ósseo compacto
têm duas orientações em relação a estrutura
lamelar:
Figura 64: arquitetura geral de um osso. (a) epífise; (b)
metáfise; (c) diáfise; (d) esse limite é onde o tecido ósseo  Os capilares dentro de um espaço chamado
esponjoso termina e a cavidade da medula óssea começa; canal de Havers;
(e) superfície articular; (f) no crescimento, a metáfise e a  Os canais de Havers estão ligados entre si por
epífise são separadas pelo disco epifisário, esse disco é
responsável pelo crescimento longitudinal do osso longo; intermediário de canais transversais ou oblíquos
(g) tecido ósseo esponjoso; (h) tecido ósseo compacto; (i) chamados de canais de Volkmann, contendo
o periósteo recobre a superfície externa do osso, com
exceção das superfícies articulares e inserções dos
vasos sanguíneos originadas da medula e do
tendões e ligamentos; (j) o endósteo possui células que periósteo.
pertencem ao estroma da medula ou são derivadas dos
osteoblastos em repouso; (l) cavidade medular.

Matriz óssea: A parte inorgânica é a metade do


peso da matriz óssea. Os íons mais encontrados
são o fosfato e o cálcio. A parte orgânica da matriz
é formada por fibras colágenas constituidas de
colágeno do tipo 1 e por pequena quantidade de
proteoglicanas e glicoproteínas. A associação de
hidroxiapatita com fibras colágenos é responsável Figura 65: esquema da parede da diáfise dos ossos longos.
pela dureza e resistência do tecido ósseo. Aparecem três tipos de tecido ósseo lamelar: os sistemas
Periósteo e endósteo: As superfícies interna e de Havers e as lamelas circunferenciais externas e as
internas. (A) trajeto helicoidal das fibras colágenas; (B)
externas dos ossos são recobertos por células lamelas circunferenciais interinas; (C) endósteo; (D) canal
osteogênicas e TC. A camada mais superficial do de Havers; (E) periósteo; (F) canal de Volkmann; (G) lamela
periósteo contem fibras colágenos e fibroblastos. circunferências externas; (I) sistema de Havers; (G) vaso
sanguíneo.
Em sua porção profunda, o periósteo é mais celular
e tem osteoblasto, desempenhando papel no
crescimento do osso e na repação de fraturas.
O endósteo é constituido nas cavidads do osso
esponjoso, o canal medular, os canais de Haves e
os de Volkmann.As principais funções do endósteo
e do periósteo são a nutrição do tecido ósseo e o
fornecimento de novos osteoblasto, para o Figura 66: sistema de Havers; (a) lamela; (b) lúmen do
crescimento e a recuperação do osso.Com base na canal de Havers; (c) lacuna ocupada por um osteócito.
organização microscópica da MEC, dois tipos de
tecido ósseo são identificados:
 Tecidos ósseos lamelares: ou secundários
típicos do tecido ósseo são compacto maduro;
 Tecido ósseo não lamelar: ou entrelaçado, ou
primário, observado no tecido ósseo em
desenvolvimento.

55
Tecido ósseo secundário: possui fibras de
colágenos organizadas em lamelas, que ficam
paralelamente juntas umas as outras, ou se
dispõem em camadas concêntricas em torno de
canais com vasos, formando os sistemas de
Havers. Cada um desses sistemas é um cilindro
longo, paralelo a diáfise e formado por quatro a 20
lamelas ósseas concêntricas. No centro há o canal
de Havers, que contém vasos e nervos.

Osteogênese
O tecido ósseo se desenvolve por substituição de
um TC preexistente. O tecido ósseo é formado por
dois processos chamados de:
 Ossificação intramenbranosa;
Figura 67: organização do tecido ósseo compacto: Ósteon.  Ossificação endocondral.
(a) lamelas intersticiais; (b) canal de Haver de um Ósteon;
(c) linha cimentante; (d) lacuna ocupada por um osteócito e
seus prolongamentos celulares; (e) arranjo concêntrico do
Ossificação intramenbranosa
tecido ósseo compacto lamelar; (f) os osteoblastos são Ocorre no interior de uma membrana conjuntiva. É
organizados e linearmente; (g) os osteóide de uma MEC um processo formador do osso frontal, parietal e
óssea recém-sintetizada, é depositada na forma de faixas
ou lamelas; (h) camada de osteoblasto; (i) formação do partes do occipital, do temporal e dos maxilares
tecido ósseo lamelar. superiores e inferiores. Contribui para o crescimento
dos ossos curtos e para o crescimento em
Tecido ósseo primário: em todo osso o primeiro espessura dos ossos longos, seu local de
tipo a aparecer é o primário, sendo substituido ossificação chama-se centro de ossificação
gradativamente por tecido ósseo secundário. Ele primária.Esse processo requer:
apresenta fibras de colágeno dispostas em várias 1) A presença de um TC primitivo bem
direções sem organização definida, tem pouco vascularizado;
minérios, e tem mais osteócito do que o secundário. 2) Que a formação do tecido ósseo seja precindido
pela formação de uma cartilagem;
3) Que um agregado de células mesenquimais se
diferencie diretamente em osteoblasto
produtores de osteóides.

Figura 68: corte mostrando uma terceira fase, da


ossificação endocondral. Ocorre também a redução
subsequente da cartilagem; os mesmos processos para a
formação do centro de ossificação primária. Restos
calcificados da matriz cartilaginosa servem como guias na
orientação dos osteoblastos para seus primeiros sítios de
fixação e funcionam como guia da ossificação,
permanecendo ainda nos centros de ossificação primária.
(A) cartilagem epifisária; (B) cartilagem seriada; (C)
cartilagem hipertrófica; (D) substância intercelular
calcificada; (E) resto de substância intercelular; (F) centro
de ossificação endocondral; (G) medula óssea primária; (H)
camadas fibrosa e osteogênica do periósteo.

Figura 69: ossificação intramembranosa. (a) trabécula; (b) vaso


sanguíneo; (c) monocamada de osteoblasto; (d) vaso
sanguíneo; (e) condensação das células mesenquimais para
formar o periósteo; (f) a deposição do tecido ósseo sobre as
trabéculas determina a oclusão dos espaços intertrabecular,
formando o tecido ósseo compacto; (g) os osteoblastos
organizam delgadas trabéculas de tecido ósseo primário ou
entrelaçado, que forma a esponja primária; (h) osteóide
acidófilo.

56
Ossificação endocondral Remodelação
Tem início sobre uma peça de cartilagem hialina, de Consiste na substituição do tecido ósseo recém-
forma parecida à do osso que vai ser formado, formado.É do tecido ósseo antigo por um
porém de tamanho menor. Ele é o principal mecanismo sequencial de reabsorção produção do
responsável pela formação dos ossos curtos e qual participam osteoclastos e osteoblastos.
longos.Os ossos da coluna vertebral e da pelve O objetivo da remodelação é atingir um ponto ótimo,
derivam de um molde de cartilgem hialina. Forma- de resistência óssea por meio do reparo de lesão
se um centro primário de ossificação durante a microscópica manter a homeostase do cálcio.
ossificação endocondral, esse centro de ossificação Quando o volume do tecido ósseo reabsorvido não
deriva de contrócitos que proliferam e depositam é totalmente substituído por tecido ósseo novo, o
uma matriz extracelular contendo colágeno do tipo tecido torna-se enfraquecido e surge o risco de
II. fraturas espontâneas. Há duas formas de
remodelação óssea:
1. Remodelação do tecido ósseo cortical;
2. Remodelação do tecido ósseo trabecular.
A remodelação do tecido ósseo cortical consiste na
reabsorção de sistema de Havers antigos, seguidas
da organização de novos sistemas de Haver. Os
osteoclastos formam um túnel de reabsorção
centrifuga que é preenchido de modo centrípeto
pelos osteoblastos.
Figura 70: (1) estágios iniciais da ossificação endocondral.
(falange de dedo, feto humano; (A) colar ósseo
pericondrial; (B) cartilagem hipertrófica; (C) pericôndrio).
(2) segunda fase da ossificação endocondral, o
mesenquima vascular penetra pelo manguito ósseo
pericondrial até o centro de ossificação primária. (A) broto
periósteo; (B) colar ósseo pericondrial; (C) pericôndrio; (D)
medula óssea primária; (E) cartilagem hipertrófica; (F)
cartilagem seriada; (G) cartilagem epifisária.

As sequencias de eventos da ossificação


endocondral são as seguintes:
1. Vasos sanguíneos invadem o espaço
Figura 72: remodelação do tecido ósseo trabecular. (a)
anteriormente ocupado pelos condrócitos, espaço de reabsorção; (b) tecido ósseo trabecular; (c)
ramificam-se e projetam-se na direção de cada osteoclasto; (d) linha cimentante; (e) osteoblasto; (f) novo
tecido ósseo.
uma das extremidades do centro de ossificação;
2. Células osteoprogenitoras e Células-tronco
hematopoiéticas do TC perivascular que
circunda os vasos sanguíneos invasores em
seguida, as células osteoprogenitoras
diferenciam-se em osteoblasto começam a
depositar a matriz óssea;
3. Nesta etapa há o desenvolvimento de um centro
ósseo primário definido pelo colar periosteal e
pelo centro da ossificação do interior do molde
cartilaginoso organiza-se na diáfise.

Figura 71: ossificação endocondral. (1) vasos sanguíneos e


mesênquimais infiltram-se na epífise, e um centro
secundário de ossificação é estabelecido; (a) centro
secundário de ossificação numa das epífises; (b) o colar
periosteal estende-se ao longo da diáfise; (2) um centro
secundário de ossificação semelhante surge na epífise
oposta; (c) placa epifisária de crescimento; (d) metáfise; (4)
os vasos sanguíneos provenientes da diáfise e da epífise
se intercomunicam; (e) e (f) linha epifisária; (5) placa
epifisária substituída por uma linha epifisária.

57
TECIDO MUSCULAR
É constituido por células alongadas, com grande Organização das fibras
quantidade de filamentos citoplasmáticos de Elas mostram estriações transversais, pela
proteínas contráteis, geradoras das forças de alternância de faixas claras e escuras. A faixa
contração, usando ATP. A origem dessas células é escura recebeu o nome de banda A, a faixa clara
mesodérmica, deacordo com suas caracteristicas de banda I, no seu centro há uma linha escura a
morfológicas e funcionais distínguem-se três tipos linha Z. As estriações de miofibrila é devida à
de tecido muscular: O músculo estriado esquelético, repetição de unidades iguais, chamadas de
o músculo estriado cardíaco e o músculo liso. sarcômeros. As miofibrilas revelam a presença de
filamentos finos de Actina e filamentos grossos de
Miosina dispostas longitudinalmente nas miofibrilas
e organizadas paralelamente.

Figura 73: estrutura dos três tipos de tecidos muscular. (1)


tipo de músculos: (a) músculo esquelético; (b) músculo
cardíaco; (c) músculo liso. (A) núcleos; (B) discos
intercalares. (2) atividades: (a) contração forte, rápida,
descontínua e voluntária; (b) contração forte, rápida,
contínua e involuntária; (c) contração fraca, lenta e
involuntária.

Músculo esquelético
É formado por feixes de células muito longas, as
miofibrilas. Elas se originam no embrião pela fusão
de células alongadas, os mioblastos, possui vários
núcleos localizados na periferia das fibras, nas
Figura 75: Ilustração e a posição dos filamentos finos e
proximidades do sarcolema. As fibras musculares grossos do sarcômero.
estão organizadas em grupo de feixes, o conjunto
de feixes envolvidos por uma camada de TC é
chamado epimisio dele partem finos septos de TC
que se dirigem para o interior do músculo,
separando os feixes eles são os perimísios. Cada
fibra muscular é envolvida pelo endomísio que é
formado pela lâmina basal da fibra muscular,
associada a fibras reticulares. Os vasos sanguíneos
penetram através dos septos de TC formando
extensas redes de capilares que correm entre as
fibras musculares.Alguns músculos se afilam nas
extremidade, dando uma transição gradual de
músculo para tendão.
Figura 76: tecido muscular esquelético. (a) banda clara; (b)
banda escura; (c) miofibrila.

Figura 74: ilustração da organização do músculo estriado


esquelético. (A) capilares; (B) epimísio; (C) perimicio; (D)
miofibrilas; (E) sarcolema; (F) fibras musculares; (G)
capilar; (H) endomísio; (i) epímisio; (j) fibras colágenas; (l)
corte transversal de um fascículo; (m) corte transversal de
uma célula ou fibra muscular; (n) núcleo periférico de uma
célula muscular; (o) endomísio; (p) perimísio.

58
Retículo sarcoplasmático e sistema de Mecanismo de contração
túbulos T Durante a contração muscular, o músculo se
A contração muscular depende da disponibilidade encurta em 1/3 do seu comprimento orginal:
de íons Ca2+, a membrana do retículo 1º. O comportamento dos filamentos espessos e
sarcoplasmático armazena e regula o fluxo de íon delgados não se altera durante a contração
Ca2+. Quando a membrana do retículo muscular;
sarcoplasmático é despolarizada pelo estimulo 2º. O comprimento do sarcômero diminui porque os
nervoso, os canais de Ca2+ se abrem, e esses íons, filamentos espessos e delgados deslizam um
difundem-se nas cisternas do retículo, indo atuar sobre os outros;
sobre a troponina, possibilitando a formação de 3º. A força de contração é gerada pelo processo que
pontes entre a actina e a miosina. Quando cessa move um tipo de filamento sobre os filamentos
essa despolarização, a membrana do retículo adjacentes do outro tipo.
sarcoplasmático transporta Ca2+ para dentro das A contração inicia na banda A. durante a contração
cisternas, o que interrompe a atividade contrátil. a actina e a miosina interagem, mas no repouso a
O sistema de túbulos T é responsável pela miosina e a actina não se associam. Como
contração uniforme de cada fibra muscular resultado da ponte entre a cabeça da miosina e a
esquelética. Esse sistema é formado por uma rede subunidade de actina, o ATP libera ADP e energia.
de invaginações tubulares da membrana plasmática Ocorre uma deformação da cabeça e de parte do
da fibra muscular, cujos ramos envolvem as junções bastão da miosina com a actina,o movimento da
das bandas A e I de cada sarcômero.Em cada lado cabeça da miosina empurra o filamento de
do túbulo T existe uma expansão terminal do actina,movendo seu deslizamento sobre o filamento
retículo sarcoplasmático. O complexo, formado de de miosina.
um túbulo T e duas expansões do retículo
sarcoplasmático, é chamado de tríade.

Figura 78: (1) a contração muscular inicia-se pela


combinação de Ca2+ com a subunidade Tnc da troponina,
expondo o local ativo da actina (área tracejada) que se
combina com a miosina. (2), a cabeça da miosina liga-se a
actina e o ATP se decompõe em ADP e energia, produzindo
movimento o filamento fino desliza sobre o filamento
grosso. (A) cabeça de molécula de miosina; (B)
tropomiosiona; (C) local de ligação da miosina; (D)
troponina.

Figura 77: célula muscular esquelética. (a) o sarcolema


emite longas invaginações chamadas túbulos T, para o
interior da fibra. os túbulos T fazem contato com sacos ou
canais membranosos, o reticulo sarcoplasmático;
(b)cisterna terminal de reticulo sarcoplasmático; (c)
invaginação do sarcolema (túbulo T); (d) cisterna terminal
do reticulo sarcoplasmático; (e) miofibrilas; (f)
miofilamento; (g) sarcolema; (h) túbulo T; (i) banda I; (j)
banda A; (l) banda H; (m) linha M; (n) sarcômero; (o) disco
Z; (p) núcleo.

59
Músculo cardíaco
As células cardíacas são cilintricas ramificadas e
com um núcleo único localizada no centro as
membranas internas exibem algumas diferenças:
1. Os túbulos T são encontrados ao nível dos disco
Z e são maiores que os encontrados na junção
entre as bandas A-I da fibra muscular estriada
esquelética;
2. O reticulo sarcoplasmático não é tão extenso
quanto da fibra muscular estriada esquelética;
3. Há a díades que são características dos
cariócitos. Uma díade consiste num túbulo t que
interage com apenas uma cisterna do retículo
sarcoplasmático;
4. As mitocôndrias são mais abundantes nas fibras
musculares estriadas cardiacas do que nas
fibras musculares estriadas esqueléticas e
contém numerosas cristas.
As células estão unidas pelas extremidades por
meio de complexos juncionais especializados Figura 79: Músculo cardíaco. (a) junções comunicantes; (b)
chamados discos intercalares. As junções desmossoma e faixa de adesão; (c) sarcolema; (d)
superfície da extremidade terminal de uma única célula; (e)
comunicantes restritas à porção longitudinal do disco Z; (f) túbulo T; (g) cisterna terminal do retículo
disco intercalar. Possibilitam a comunicação iônica sarcoplasmático; (h) sarcômero; (i) túbulo T; (j) cisternas
terminais do reticulo sarcoplasmático; (l) reticulo
entre as células, o que leva a contração muscular sarcoplasmático.
sincrônica.
É constituido por células alongadas e ramificadas,
prendem-se por meio de junções intercelulares.
Elas apresentam estriações transversais parecidas
com as do músculo esquelético, mas, as fibras
cardíacas possuem apenas um ou dois núcleos
centralizados. Elas são circundadas por uma bainha
de TC, equivalente ao endomísio do músculo
esquelético, contém muitos capilares sanguíneos.
O músculo cardíaco possui linhas transversais, que
aparecem em intervalos regulares ao longo da
célula, estes são os discos intercalares, aparecem
como linhas retas ou exibem aspecto de escada. Na
parte escada, distinguem-se duas regiões: a parte
Figura 80: células cardíacas ou cardiócitos. (a)
transversal e a parte lateral, nos discos intercalares, componente transversal; (b) e (c) faixa de adesão; (d)
encontra-se três especializações juncionais: a mitocôndrias; (e) miofibrilas; (f) desmossomas; (g) junção
zônula de adesão, desmossomos e a junções comunicantes; (h) núcleo central; (i) disco intercalar; (j)
cardiócito.
comunicantes.O músculo cardíaco contém muitas
mitocôndrias, que ocupam 40% do citoplasma.
Músculo cardíaco armazena ácidos graxos sob a
forma de triglecerídeos.As fibras cardíacas
apresentam grânulos secretores por membranas e
localizadas próximas ao nucleo celular, na região do
aparelho de Golgi.
No coração existe uma rede de células musculares
cardíacas modificadas, que têm o papel de geração
e condução do estímulo cardíaco,de tal modo que a
contração dos átrios e ventrículos ocorrem em
determinadas sequências, permitindo ao coração
exercer com eficiência sua função.

60
Músculo liso
O tecido muscular liso pode ser encontrado como
camadas ou feixes nas paredes do TGI, dos ductos
biliares, dos ureteres, da bexiga urinária, do trato
respiratório, do útero e dos vasos sanguíneos.
O citoplasma perinuclear mitocondrias, ribossomas,
RER, um aparelho de Golgi, uma trama de
filamento espesso de miosina, filamentos delgados
de actina e filamentos intermediários compostos de
desmina e urmentina.
Invaginações da membrana plasmática, chamadas
cavéolas atuam como um sistema de túbulos T
primitivos que transmite os sinais de despolarização
ao reticulo sarcoplasmático pouco desenvolvido.
As células musculares lisas unem-se umas às
outras por meio de junções comunicantes. Essas
junções permitem a contração sincrônica do tecido
muscular liso. Cada célula muscular é envolvida por
uma lâmina basal que atua transmitindo as forças
produzidas por cada célula.
Formado pela associação de células longas
espessas no centro, e afilando-se nas extremidades
tem apenas um núcleo central. Sua células são
revestidas por lâminas basal e mantidas juntas por
uma rede delicada de fibras reticulares, elas
amarram as células musculares lisas umas as
outras de tal modo que a contração de apenas
algumas células transformam-se na contração do
músculo inteiro.
Duas células musculares lisas adjacentes formam
junções comunicantes, que participam da
transmissão do impulso de uma célula para outra. A
região justanuclear do sarcoplasma apresenta
mitocôndrias, cisternas de retículo endoplasmático
rugoso, grânulos de glicogênio e aparelho de Golgi
pequeno.
Essa células apresentam os corpos densos que se
localizam na membrana dessa células e alguns no
citoplasma,tem importante papel na contração das
células musculares.

Figura 81: célula muscular lisa. (a) célula muscular


adjacente; (b) feixe de actina-miosina; (c) vesícula de
pinocitose; (d) lâmina basal; (e) corpo denso
citoplasmático; (f) corpo denso da membrana plasmática;
(g) caveolina; (h) cavéola; (i) junção comunicante; (j)
lâmina basal; (l) núcleo; (m) corpo denso citoplasmático;
(n) cavéola; (o) corpo denso da membrana plasmática; (p)
lâmina basal.

61
TECIDO NERVOSO 3. Dentritos: Prolongamentos numerósos, que
Está distribuido pelo organismo interligando-se e recebem estímulos do meio ambiente, de
formando uma rede de comunicação. É constituido células epiteliais sensoriais ou de outros
por prolongamentos dos neurônios situados no SNC neurônios, a superficie dos ramos dentriticos é
ou nos gânglios nervosos. Apresenta dois corberta por pequenas protrusões chamadas
componentes principais: Neurônios e as Células espículasdendríticas.Elas estabelecem
da Glia. No SNC temos uma separação entre os conexões sinpaticas axonais.
corpos celulares dos neurônios e o seus
prolongamentos, fazendo ser reconhecidas duas
porções diferentes, chamadas de:
 Substância cinzenta: Tem coloração
acinzentada, é formada por corpos celulares dos
neurônios e células da glia. Figura 84: Neurônio multipolar com vários dendritos. O
axônio e a região do corpo celular de onde este se origina,
 Substância branca: Não contém corpos o cone de implantação. (A) Núcleos das células gliais; (B)
celulares de neurônios é constituida por Dendrito; (C) Cone de implantação do axônio.
prolongamentos de neurônios e por células da
Glia. Sua coloração esbranquiçada é devido a
um material chamado de Mielina.

Figura 82: No centro, tem a medula espinhal. (1) substância


cinzenta; (A) neurônio; (B) núcleo de célula da glia; (C)
fibras nervosas. (2) substância branca. (D) fibras nervosas.

Figura 85: Diagrama de um neurônio. (a) Direção do


impulso; (b) Núcleo; (c) axônio; (d) Direção do impulso; (e)
dendritos; (f) Espícula dendrítica; (g) e (h) Impulso para o
Figura 83: (A) Corte da substância cinzenta da medula próximo neurônio.
espinhal mostrando vários neurônios motores. Os
neurônios estão circundados por prolongamentos
neuronais e das células da Glia. (B) Corte da substância Podemosclassificá-los também de acordo com sua
cinzenta da medula espinhal. Observamos os
prolongamentos dos neurônios e das células da glia.
morfologia nos seguintes tipos:
 Neurônios multipolares: Apresentam mais de
CLASSIFICAÇÃO dois prolongamentos celulares.
O SN é anatomicamente dividido em:  Neurônios bipolares: Possuem um dendrito e
 Sistema nervoso central (SNC): Encéfalo, um axônio.
medula espinal e partes neurais do olho;  Neurônios unipolares: Apresentam próximo ao
 Sistema nervoso periférico (SNP): Gânglios corpo celular, prolongamento único, mas
periféricos nervos e terminações nervosas que dividido em dois, diringindo-se um ramos para a
conectam os gânglios com o SNC e receptores e periferia e outro para o SNC.
efetores do corpo.
O SNP e o SNC são morfológica e fisiologicamente
diferentes essas diferenças são significativas.

NEURÔNIO
Formado por um corpo celular, que contém o núcleo
e de onde parte prolongamentos. Apresentam três
componentes: Figura 86: Tipos de neurônios. (1) Neurônio bipolar; (a)
1. Corpo celular: É o centro trófico da célula é Axônio; (b) Soma ou corpo celular; (2) Neurônio pseudo-
unipolar; (c) Axônio; (d) Corpo celular; (3) Neurônio
capaz de receber estímulos, contem o núcleo e multipolar; (e) axônio; (f) dentritos; (g) dendritos apicais;
o seu citoplasma circundante. (h) e (i)Dendritos basais; (j) Axônio se estendendo em
2. Axônio: Prolongamento único, especializado na direção a substância branca; (l) Axônio.
condução de impulsos que transmitem
informações dos neurônios para outras células. A membrana plasmática da soma e da arvore
os axônios terminam numa arborização terminal dendriticas é especializada para a recepção e
chamada de telodendro. Cada ramo terminal integração de informações, enquanto axônio é
do telodendro tem uma terminação dilatada, o especializado para a transmissão de informação na
terminal sinaptico ou botão sinaptico. forma de um potencial de ação ou impulso nervoso.
62
Corpo celular
É a parte que contém o núcleo e o citoplasma.
Seus cromossomos estão distendidos, indicando
alta atividade sintética. Cada núcleo apresenta um
nucléolo, grande e central. É rico em RER,
formando agregados de cisternas paralelas, o
aparelho de Golgi localiza-se no pericário e as
mitocôndrias são em quantidades moderadas no
corpo celular, mas em grande quantidade no
Figura 88: Componentes de um neurônio. (1) região de
terminal axônico. recepção; (a) soma; (b) corpúsculo de Nissi; (c) espícula
dendrítica; (d) dendritos; (2) região de condução;(e) cone
de implantação; (f) bainha de mielina; (g) axônio; (h) célula
de Schwan; (i)direção de impulso nervoso; (j) nodo de
Ranvier; (3) região efetora; (l) telodentro; (m) músculo
esquelético.

Grupos de neurônios e grupos de axônios


No SNC, os neurônios relacionados, funcional e
estruturalmente, formam agregados chamados
núcleos. Uma área chamada neurópilo é
encontrada dentro do núcleo e entre os corpos
Figura 87:A superfície do neurônio é coberta por celulares neuronais. Os neurópilos são áreas com
terminações sinápticas de outros neurônios por
prolongamento de células da glia. (A) sinapse; (B) glia; (C)
dendritos compactos, ramos axonais com muita
nissi; (D)sinapse; (E) cone de implantação; (F) sinapse e células da glia.
microtúbulos; (G) nissi; (H) glia; (I) Nissi. Grupamentos de neurônios dispostos numa camada
formam um estrato ou lâmina (córtex cerebral).
Dentritos Quando os neurônios formam grupos longitudinais,
Eles aumentam a superfície celular, possibilitando são chamados colunas.
receber e integrar impulsos trazidos por vários Feixes de axônios no SNC são chamados tratos,
terminais axônicos de outros neurônios. Sua fascículos (feixes) ou lemniscos (trato óptico).Se
composição do citoplasma é parecida ao do corpo no SNP, um grupamento de neurônio forma um
celular, porem não apresentam aparelho de Golgi. gânglio ele pode ser sensitivo, como os gânglios da
Os impulsos que chegam a um neurônio é recebido raiz dorsal e o gânglio do nervo trigêmeo, ou motor,
por projeções dos dendritos, as espinhas. É o gânglios visceromotor ou autônomo. Axônios
primeiro local de processamento de sinais que derivados de um gânglio estão organizados como
chegam aos neurônios. Ele está localizado na nervos, ramos ou raízes.
superfície da membrana pós-sináptica, essas
espinhas participam da plasticidade dos neurônios
relacionada com adaptação, memória e
aprendizado.

Axônio
Todos os neurônios apresentam apenas um único
axônio, que é um cilindro de comprimento e
diâmetro variável. O axônio nasce de uma estrutura
piramidal do corpo celular, chamada de cone de
implantação. O neurônio em que o axônio é
mielinizado sua parte entre o cone de implantação e
o inicio da banhia de mielina é chamadosegmento
inicial. Ele recebe muitos estímulos, tanto
excitatórios como inibitorios, cujo resultado origina
um potencial de ação, o impulso nervoso. O
segmento inicial contém muitos canais iônicos,
importantes para a geração do impulso nervoso.
Seu citoplasma pode ser chamado de axoplasma
muito pobre em organelas.

63
Terminais sinápticos e sinapses CANAIS E RECEPTORES DA MEMBRANA
O terminal sináptico é especializado na transmissão As membranas das células nervosas têm dois tipos
de uma mensagem química em resposta a um de canais definidos com base nos mecanismos que
potencial de ação. A sinapse é a junção entre o controlam suas comportas (abertura e fechamento)
terminal pré-sináptico de um axônio e uma em:
membrana pós-sináptica, que geralmente é a  Canais regulados por voltagem;
superfície receptora de um dendrito.  Canais regulados por ligantes.
 Pré-sinápticos: Referem-se ao lado da Os canais regulados por voltagem respondem a
transmissão (axonal); mudanças no potencial da membrana da célula. O
 Pós-sinápticos: Identifica o lado receptor. As canal de sódio regulado por voltagem é um exemplo
membranas pré-sinápticas e as pós-sinápticas desse canal. Esses canais estão concentrados no
estão separadas por um espaço, a segmento inicial e no axônio, e são responsáveis
fendasináptica. pelo potencial de ação rápido, que transmite o sinal
Um material denso reveste a superfície interna do corpo celular para a terminação nervosa.
dessas membranas, caracterizada com densidades Existem vários tipos de canais de cálcio e potássio
pré-sinápticas e pós-sinápticas.Os terminais pré- sensívelà voltagem no corpo celular, nos dendritose
sinápticos tem um grande número de vesículas no segmento inicial, que atuam numa escala de
revestidas por membranas, as vesículas sinápticas. tempo mais lenta que modulam a frequência de
Elas originam-se no corpo celular e são descarga do neurônio.Os neurotransmissores
transportadas por proteínas motoras moleculares ao exercem seus efeitos sobre os neurônios por sua
longo do axônio. Cada vesícula tem um ligação a duas classes diferentes de receptores:
neurotransmissor. Os terminais sinápticos têm 1º. Classe os receptores regulados por ligantes
mitocôndrias, componentes do REL, microtúbulos, e ou receptores ionotrópicos. O receptor
poucos neurofilamentos. consiste em subunidades, e a ligação do ligante
abre diretamente o canal, que constitui uma
parte integrante do complexo receptor. Esses
canais são sensíveis ou apenas fracamente
sensíveis ao potencial de membrana. A ativação
desses canais resulta numa breve abertura do
canal.Os canais responsáveis por ligantes são
responsáveis pela transmissão sináptica rápida
das vias hierárquicas do SNC.

Figura 89: Terminação sináptica. (1) representação


esquemática da terminação sináptica: (a) terminal pré-
sináptico; (b) mitocôndria; (c) reserva da membrana (REL);
(d) vesículas sinápticas; (e) fenda sináptica; (f) região pós-
sináptica. (2) micrografia eletrônica: (a) mitocôndrias; (b)
dendrito; (c) fenda sináptica; (d) membrana pós-sináptica;
(e) membrana pré-sináptica; (f) vesículas sinápticas.
Figura 91: Receptor nicotínico de Ach regulado por ligante.
As sinapses são classificadas por sua localização (1) o receptor de Ach é composto de cinco subunidades
duas α, uma β, uma γ, e uma subunidade δ; (2) a
no neurônio pós-sináptico: subunidade γ foi removida para mostrar a estrutura
 Sinapses axo-espinosas: São terminações esquematicamente interna do receptor, mostrando que ele
axônicas voltadas para uma espícula forma um canal transmembranar, na ausência de Ach, a
comporta do receptor está fechada, e os cátions são
dendríticas; incapazes de atravessar o canal; (a) sítio de ligação do
 Sinapses axo-dendríticas: São terminais ligante (3) quando a Ach liga-se a ambas as subunidades α,
o canal abre-se, e o sódio pode seguir ao longo de seu
axônicos sobre a parte de um dendrito; gradiente de concentração para dentro da célula; (b)
 Sinapses axo-somática: São terminações comporta do receptor aberta.
sobre a soma (corpo);
 Sinapses axo-axônicas: São terminais 2º. Classe de receptor de neurotransmissor
axônicos terminais sobre terminais. chamada receptor metabotrópico. São
receptores acoplados à proteína G, que
atravessam sete vezes a membrana. A direção
do neurotransmissor a esse tipo de receptor
não resulta numa regulação direta de um canal.
A ligação ao receptor envolve a produção de
Figura 90: Tipos de sinapses: (a) axo-somático; (b) e (d)
segundos mensageiros que modulam os canais
terminais axônicos; (c) axo-dendríticas; (e) axo-axônica; (f) regulados por voltagem. Essas interações
corpo celular ou dendrito; (g) dendrito. podem ocorrer dentro da membrana e são
chamadas de via delimitadapela membrana.
64
Neste caso, a proteína G interage com o canal
iônico regulado por voltagem, em geral, dois tipos
de canais iônicos regulados por voltagem
constituem os alvos dessa forma de sinalização:
 Canais de cálcio;
 Canais de potássio.
Quando a proteína G interage com o canal de
cálcio, elas inibem a função do canal. Mecanismo
responsável pela inibição pré-sináptica que ocorre
quando os receptores metabotrópicos pré-
sinápticos são ativados.Em contrapartida, quando
esses receptores são pós-sinápticos, elas ativam os
canais de potássio (causam sua abertura), Figura 93: Ativação da adenilil ciclase e da fosfolipase C
resultando em inibição pós-sináptica lenta. (PLC) por proteínas G: (1) quando estimulado pela Gα3, a
adenilil ciclase converte o ATP em AMPciclico (cAMP). a
seguir, o cAMP ativa a proteinocinase A (PKA), que
fosforila varias proteínas citosólicas específicas. (a)
agonista; (b) receptor; (c) adenilil ciclase; (d) fosforilação
de proteínas. (2) Quando estimulada pela Gαq, a fosfolipase
C (PLC) cliva a fosfolipídios de membrana fosfatidilinositol-
4,5-difosfato (PIP2) em diacilglicerol (DAg) e inositol-1,4,5-
trifosfato (IP3). o DAG difunde-se na membrana para ativar
a proteínocinase C (PKC), que , a seguir, fosforila proteínas
especificas. o IP3 estimula a liberação de Ca2+ do reticulo
endoplasmático, para o citosol. A liberação de cálcio
também estimula eventos de fosforilação de proteínas, que
levam a alteração na ativação de proteínas. (a) fosforilação
de proteínas.

Figura 92:Ativação de uma proteína G mediada por


receptor e a sua interação resultante com efetores. (1) no
repouso, as subunidades α e βγ de uma proteína G está
associada entre si, e o GDP está ligado à subunidade α. (a)
receptor; (b) efetor; (c) ligação do agonista; (d) troca de
GTP-GDP; (d) ativação de proteína G. (2) a ligação de um
ligante extracelular (agonista) ao receptor acoplado à
proteína G determina a troca de GDP por GTP na
subunidade α; (a) agonista ligado; (b) difusão de α-GTP
para o efetor; (c) ativação do efetor; (3) a subunidade βγ
dissocia-se da subunidade α, que se difunde para interagir
com proteínas efetoras. A interação da subunidade α
associada de uma molécula efetora. A subunidade α possui
atividade intrínseca de GTPase, que resulta em hidrolises
do GTP a GDP. Isso leva à reassociação da subunidade α
com a subunidade βγ, dando inicio a um novo ciclo. (a)
agonista não-ligado; (b) hidrólise do GTP; (c)
reconstituição da proteína G heterotrimétrica; (d) efetor
ativado.

Os receptores metabotrópicos também podem


modular os canais regulados por voltagem de forma
direta, pela geração de segundos mensageiros
difusíveis. Um exemplo é o receptor β-adrenérgico,
que será AMPciclico (AMPc) pela ativação de
adenilil ciclase.Enquanto as ações delimitadas pela
membrana ocorrem dentro de microdomínios na
membrana, os efeitos mediados pelos segundos
mensageiros podem ocorrer em distâncias
consideráveis.

65
CÉLULAS DA GLIA Linha densa principal termina quando as superficies
São vários os tipos celulares presentes no SNC ao da membrana se separam para englobar o
lado dos neurônios há aproximadamente 10 células citoplasma na superfície da banhia, e a linha
da glia para cada neurônio. As células da glia intraperiodica termina à medida que a língua se
fornecem um microambiente para os neurônios e afasta da bainha.
desempenha outras funções.Elas não propagam Elas correspondem a areas de citoplasma residual.
potenciais de ação e seus prolongamentos não a medida que a bainha de mielina se aproxima da
recebem nem transmitem sinais elétricos. região do nodo de Ranvier, um outro anel de
citoplasma, essas linguas fazem contato com o
axolema, a membrana plasmatica do axonio, na
região paranodal. os axonios se ramificam para
formar colaterais num nodo de Ranvier.
Os prolongamentos interdigitais justapostas das
celulas de Schwan mielinizantes e as incisuras de
Schmidt-Lanterman são unidaspor junções de
Figura 94: (a) Corpúsculo de Nissi; (b) Nucléolo; (c) Núcleo; (d) oclusão. Elas são chamadas de oclusão
Célula da Glia; (e) Axônio. heterotipicas, são vistas entre o axolema e as
alças citoplasmatica paranodais das celulas de
Oligodendrócitos Schwann adjacentes ao nodo de Ranvier.
Produzem as bainhas de mielina que servem de
isolante elétrico para os neurônios. Eles tem
prolongamentos que se enrolam em volta dos
axônios, produzindo a bainha de mielina. seus
nucleos são irregulares e densamente corados. Seu
citoplasma tem um complexo de Golgi extenso,
varias mitocôndrias e um grande numero de
microtubulos. Seus prolongamentos envolvem os
axonios e formam uma cobertura parecida a uma
bainha.
As bainhas de mielina se estendem dos segmentos
iniciais de axonios até os seus ramos terminais. Os
segmentos de mielina formados por prologamentos
de oligodendrócito individuais são chamados
internodos. Os espaços periódicos entre o
internodos são chamados de nodos de ranvier.Os Figura 95: Oligodendrócitos. (a) mielina se cora em azul
(substância branca); (b) prolongamento citoplasmático
nodos de ranvier são segmentos descoberto do formando uma bainha de mielina ao redor do axônio; (c)
axonio entre os segmentos internodais de mielina. axônio; (d) corpo celular do oligodendrócito.
Essa região tem alta concentração de canais de
sódio voltagem dependentes.
Durante a formação da bainha de mielina, um
prolongamento citoplasmatico do oligodendrocito se
enovela ao redor do axonio e, após uma volta
completa, a superficie externa da membrana da
célula glial por contato consigo mesma, formando o
mesoxonio interno.
A medida que o prolongamento do oligodendrócito
continua a se espiralizar ao redor do axonio, as
superficies externa se fundem para formar a
primeira linha intraperiódica. Ao mesmo tempo, o
citoplasma é empurrado do espaço intracelular, e as
superfícies citoplasmaticas se fundem para formar a
primeira linha densa principal.A espiralização
contínua até que o axonio seja revestido com um Figura 96: Bainha de mielina SNC. Um único
oligodendrócito, forma bainhas de mielina para varias
numero de voltas. A fusão alternada das superfícies fibras nervosas. O nódulo de Ranvier, no SNC pode ser
citoplasmática e das superficies externas da recoberto por prolongamentos de outras células da
membrana resulta numa espiral duplas neuroglia ou ficar expostas ao meio extracelular. (a)
oligodendrócito; (b) e (d) citoplasma; (e) e (f) espaço
interdigitada, uma linhas intraperiodicas e uma extracelular.
linhas densas principais.

66
Astrócitos SNP
São células com forma estrelada,e vários processo O SNP inclui todos os elementos neuronais que
irradiando do corpo celular. Elas apresentam feixes estão fora do encéfalo e a medula espinal. Os
de filamentos intermediários constituídos pela nervos periféricos são os nervos cranianos e os
proteína fibrilar ácida da glia, que reforçam a nervos espinais.
estrutura celular. Eles ligam neurônios aos capilares
sanguíneos e à pia-mater. Também participam de Estrutura
controle da decomposição iônica e molecular do Além das células de Schwann, os nervos periféricos
ambiente extracelular dos neurônios. possuem três cobertores adicionais de TC:
 O epineuro;
Células de Schwann  O perineuro;
Têm a mesma função dos oligodendrócitos, porem  O endoneuro.
estão em volta dos axônios do SNP, cada uma O epineuro é formado por colágeno do tipo 1 e
delas forma um segmento de umúnico axônio. Eles fibroblastos e cobre o nervo inteiro. Dentro do
tem prolongamentos,que envolvem diversos nervo, o perineuro segrega os axônios em
axônios. fascículas. Varias camadas concêntricas de
fibroblastos com duas características incomuns
formam o perineuro:
 Uma lâmina basal envolve as camadas de
fibroblastos;
 Os fibroblastos são unidos uns aos outros por
junções de oclusão para formar uma barreira
protetora: a barreira hemato-nervosa.
O endoneuro envolve axônios individuais e suas
Figura 97: (A) a célula de Schwann se enrola muitas vezes células de Schwann associadas. Ele consiste em
ao redor do axônio; (B) o núcleo da célula de Schwann é
empurrado para fora da bainha de mielina; (C) a mielina fibras de colágeno do tipo 2 e uns poucos
consiste em múltiplas camadas de membranas celulares; fibroblastos entre fibras nervosas individuais.
(D) o nó de Ranvier é uma porção não mielinizada da
membrana do axônio entre duas células de Schwann. (1)
formação da mielina no SNP; (2) cada célula de Schwann
forma mielina ao redor de um pequeno segmento de um
axônio. (a) núcleo; (b) axônio; (c) corpo celular.

Células ependimárias
São células epiteliais colunares que revestem os
ventrículos do cérebro e o canal da medula
espinhal.

Microglia Figura 98: Nervo periférico. (a) epineuro; (b) perineuro; (c)
vaso sanguíneo; (d) célula de Schwann; (e) nodo de
Pequenas e alongadas com prolongamentos curtos Ranvier; (f) internodo; (g) axônio; (h) mielina; (i) fibra
e irregulares, seus núcleos são escuros e nervosa amielínica; (j) fascículo; (l) o endoneuro envolve
alongados. Essas células são fagocitárias e derivam fibras nervosas individuais; (m) células de Schwann; (n) o
perineuro envolve cada fascicular e consiste em camadas
de precursores trazidos da medula óssea pelo concêntricas de TC; (o) capilares; (p) o epineuro envolve
sangue, sendo o sistema mononuclear fagocitário todo o nervo; (q) fascículos; (r) núcleo de uma célula de
Schwann.
no SNC. Participam também da inflamação e da
reparação do SNC.

Figura 99:Nervo periférico. (1) longitudinal: (a) segmento


internodo; (b) nodo de Ranvier. (2) corte transversal: (a)
mielina; (b) axônio; (c) grande axônio mielínico; (d)
pequenos axônios mielínicos; (e) espaço ocupado pelo
endoneuro; (f) perineuro. (3) corte longitudinal: (a)
perineuro; (b) núcleo de uma célula de Schwann.

67
Gânglios sensitivos
Os gânglios sensitivos das raízes nervosas espinais
posteriores (ou dorsais) e dos troncos dos nervos
trigêmeo, glossofaríngeo e do nervo-vago tem uma
organização semelhante.
Uma cápsula de TC, representando a continuação
do epineuro, envolve cada gânglio. Os neurônios
são pseudo-unipolares, com um único axônio
mielínico saindo de cada corpo celular. O curto
prolongamento se bifurca num ramo periférico e
outro central. O ramo central penetra no SNC. O
corpo celular do neurônio é envolvido por uma
camada de células satélites achatadas, parecidas
às células de Schwann e contínuas com as mesmas
à mediada que elas envolvem os prolongamentos
centrais e periféricos para o axônio central.

Figura 100: Gânglios sensitivos e simpáticos. (1) e (2)


gânglios da raiz dorsal: (a) feixes de fibras nervosas; (b)
neurônios pseudo-unipolares agregados; (2): (a) axônio
pós-ganglionar (mielínico); (b) lâmina basal; (c) neurônio
pseudo-unipolar; (d) núcleo; (e) nucléolo; (f) célula satélite.
(3) gânglio simpático: (a) neurônio; (b) cápsula; (c) feixe
nervoso.

SNA
A principal divisão do SNA é:
 Sistema nervoso simpático (SNS);
 Sistema nervoso entérico (SNE).
Os neurônios do SNA são ramificados da crista
neural e estão situados em gânglios, fora do SNC.
O SNA consiste em elementos do SNC e em
gânglios, fora do SNC. O SNA consiste em
elementos do SNC e em gânglios, fora do SNC. O
SNA consiste em elementos do SNC e SNP, ambas
a divisão, simpáticas e parassimpáticas, possuem
gânglios. Os axônios dos neurônios no SNC se
estendem para os gânglios autônomos para fora do
SNC. As fibras pré-ganglionares de um neurônio
central fazem sinapses com um segundo neurônio
dentro de um gânglio. As fibras nervosas derivadas
do segundo neurônio são fibras pós-ganglionares,
as vias se dirigem até um órgão ou célula-alvo.
As fibras sensitivas, que detectam dos nas vísceras,
atingem o SNC através de uma ou das duas vias,
simpáticas ou parassimpáticas. Seus neurônios
estão localizados num gânglio espinal ou no gânglio
sensitivo de vários nervos cranianos.

68
SISTEMA CIRCULATÓRIO (SC) As arteriolas se ramificam em vasos pequenos
O SC é um sistema contínuo e fechado de tubos emvoltos por uma camada descontínua de músculo
endoteliais. A circulação sistemica ou periférica e liso, as metarteriolas, as quais terminam por
uma circulação pulmonar. formar capilares. A contração do músculo liso das
As arterias transportam sangue sob alta pressão e metarteríolas ajuda a regular a circulação capilar.
suas paredes musculares são espessa. As veias
são condutos de transporte do sangue dos tecidos
de volta ao coração. A pressão sanguinea em
varias partes do SC, como o coração bombeia
sangue continuamente de uma maneira pulsatil
para a aorta, a pressão na aorta é alta (cerca de
100mmHg) e a pressão arterial oscila entre um
nivel sistólico de 120mmHg e um nivel diastólico de
80mmHg.
À medida que o sangue circula através da Figura 102: tipos de microcirculação formadas por pequenos
circulação sistemica sua pressão atinge o menor vasos sanguíneos. (1) sequencia usual de arteríola para
meta-arteríola para capilar para vênula e veia; (2)
valor (0mmHg) quando ele retorna ao átrio da veia anastomose arteriovenosa; (3) sistema porta arterial como
cava inferior. Nos capilares, a pressão é de ocorre no glomérulo renal; (4) sistema porta venosa como
aproximadamente 35mmHg no terminal arteriolar e ocorre no fígado.
mais baixa (10mmHg) no terminal venoso. Embora
a pressão nas arterias pulmonares seja pulsatil, Tecidos que possuem taxas metabólicas, como o
como na aorta, a pressão sistólica é menor (cerca rim, fígado e músculo cardíaco e esquelético,
de 25mmHg) e a pressão diastólica é de 8mmHg. possuem uma rede capilar abundante. Os vasos
A pressão nos capilares pulmonares é de apenas capilares são chamados de vasos de troca, pois
7mmHg, comparada à pressão média de 17mmHg nestes locais são transferidos oxigênio, gás
no leito capilar da circulação sistemica. carbonico, substratos e metabólitos do sangue.

Figura 103: pequenos vasos sanguíneos da


microvascularização (arteríolas e vênulas) envolvidos por
componentes do TC. As setas apontam fibroblastos. (A)
vênulas; (B) capilar linfático; (C) células musculares lisas;
(D), (E) e (F) arteríolas.
Figura 101: Pressão sanguínea e anatomia vascular.

Os vasos sanguíneos são compostos das seguintes


É dividido em macrocirculação e vasos de camadas:
microcirculação. É constituido pelo coração,  Túnica íntima: apresenta uma camada de
artérias, capilares, veias e o sistema linfático. tecido conjuntivo frouxo, a qual pode conter,
Os capilares são formados por uma única camada células musculares lisas. Em artérias, a túnica
de células endoteliais que se enrolam em forma de íntima está separada da média por uma lâmina
tubo, estas célula repousam em uma lâmina basal. elástica interna, a qual é o componente mais
As células endoteliais são poligonais e seu eixo externo da íntima.
orienta-se na direção do fluxo de sangue. O núcleo
 Túnica média: é constituida por camadas
da célula endotelial se projeta para dentro da luz
concêntricas de células musculares lisas
capilar. Seu citoplasma contem poucas organelas,
organizadas helicoidalmente. Interpostas entre
um aparelho de Golgi pequeno, mitocôndrias, e
as células musculares lisas existem fibras e
cisternas de RER. As células endoteliais se
lamelas elásticas, fibras reticulares,
prendem umas ás outras, através de zônulas de
proteoglicanas e glicoproteínas.
oclusão.
 Túnica adventícia: consiste em colágeno do
Os vasos capilares se anastomosão, formando
tipo I e fibras elásticas. A camada adventícia
uma rede que interconecta as pequenas arterias
torna-se contínua com o tecido conjuntivo do
com as veias.
órgão pelo qual o vaso sanguíneo está
passando.
69
Figura 104: (1) diagrama de uma artéria muscular de
preparado histológico corado por hematoxilina-eosina
(esquerda) e de uma artéria elástica corada para estrutura
elástica (direita). (A) íntima; (B) endotélio; (C)
subendotelial; (D) lâmina elástica interna; (E) média; (F)
adventícia. (2) diagrama de uma artéria muscular de médio
calibre. (A) adventícia; (B) íntima; (C) média; (D) lâmina
elástica interna; (E) endotélio.

Figura 107: corte transversal mostrando parte de uma


artéria muscular. Pequenos vasos sanguíneos observados
na túnica adventícia. (1) endotélio; (2) pequenos vasos
sanguíneos. (A) lâmina elástica interna; (B) túnica íntima;
(C) túnica média; (D) túnica adventícia.

Grandes artérias elasticas


Estabilizam o fluxo sanguíneo. Nelas incluimos a
aorta e seus grandes ramos. A íntima, rica em fibras
Figura 105: corte transversal de uma artéria elástica. (1)
endotélio. (A) túnica adventícia; (B) túnica média; (C) túnica elásticas, é mais espessa que a túnica
intima; (D) lâmina elástica. (2) pequenos vasos sanguíneos. correspondente de uma artéria muscular. Entre as
lâminas elásticas situam-se células musculares
lisas, fibras de colágenos, proteoglicanas e
glicoproteínas. Durante a contração ventricular, a
Arteríolas lâmina elástica das grandes artérias está distendida
A camada subendotelial é muito delgada. Nas e reduz a variação da pressão. Durante
arteriolas pequenas a lâmina elástica interna está relaxamento ventricular, a pressão no ventrículo cai,
ausente e a camada média é composta de uma ou mas a propriedade elástica das grandes artérias
duas camadas de células musculares lisas; não ajuda a manter a pressão arterial.
apresentam nenhuma lâmina elástica externa.
Continuando-se com as arteríolas encontram-se as
pequenas artérias, que possuem uma túnica média
mais desenvolvida e uma luz mais ampla do que as
arteríolas.

Figura 106: corte oblíquo de uma arteríola do mesentério


com a organização tripla de sua parede: (1) o endotélio e a
lâmina elástica. (2) uma camada única de células
musculares lisas constitui a camada média; (3) tecido
conjuntivo, esteúltimo contém feixes de axônio
amielinicos. (A) e é separada do tecido conjuntivo Figura 108: corte transversal que mostra parte de uma
intersticial pelo delgado prolongamento dos fibrocitos (F). artéria elástica exibindo uma túnica média com várias
lâminas elásticas. (1) endotélio; (2) pequenos vasos
sanguíneos. (A) túnica íntima; (B) túnica média; (C) túnica
Artérias musculares adventícia; (D) lâmina elástica.
Possuem a túnica média formada por células
musculares lisas. Nelas a íntima possui uma Venulas pós-capilares e capilares
camada subendotelial um pouco mais espessa do Participam das trocas entre o sangue e os tecidos.
que das arteriolas. A adventicia consiste em TCF. A túnica íntima destes vasos é compostas de
As arterias musculares podem controlar o fluxo de endotélio e de uma camada subendotelial muito
sangue para os vários órgãos contraindo ou delgada. A maioria das vênulas, é do tipo muscular,
relaxando as células musculares lisas de sua túnica possuindo pelo menos algumas células musculares
média. lisas na sua parede.

70
esqueletofibroso que serve de apoio para as
válvulas.
O endocárdio é formado por endotélio que repousa
sobre uma camada sobendotelial delgada de RCF
que contem fibras elásticas e colágenos e algumas
células lisas. Conectando o miocárdio à camada
subendotelial, existe uma camada de TC, que
contém veias, nervos e ramos do sistema de
condução do impulso do coração.
O miocárdio consiste em células musculares
Figura 109: (a) corte longitudinal de uma vênula pós-capilar cardíacas organizadas em camadas que envolvem
de músculo esquelético mostrando a região onde as camadas do coração como uma espiral
desemboca um capilar venoso, cujo endotélio se diferencia
do remanescente pelo seu achatamento e pela presença
complexa.
das fenestrações existentes. (b) mostra um setor da parede Externamente o coração é revestido por epitelio
com diafragma que fecham as fenestrações (setas). pavimentoso simples que apoia numa fina camada
de TC que constitui o epicárdio.
Veias Entre os folhetos viscerais e o folhetos parietais
A íntima possui uma camada subendotelial fina que existe uma quantidade de fluido que facilita os
pode estar muitas vezes ausente. A média consiste movimentos cardíacos.As válvulas cardíacas
em pacotes de pequenas células musculares lisas consistem num arcabouço central de TCD revestido
entremeados com fibras reticulares e uma rede de em ambos os lados por uma camada de endotélio.
fibras elasticas. Estas veias possuem válvulas no As bases das válvulas são presas aos anéis
seu interior. As válvulas consistem em dobras da fibrosos do esqueleto cardíaco.
túnica íntima, em forma de meia-lua, que se
projetam para o interior da luz. As válvulas são
numerosas em vasos dos membros inferiores.

Figura 112: (A) fibras de Purkinge do sistema de condução


do impulso; (B) grande aumento mostrando detalhes das
células de Purkinge, as quais são caracterizadas pelo
reduzido número de miofibrilas localizadas na periferia da
Figura 110: as setas direcionadas para a direita mostram a célula. A área mais clara em volta do núcleo (setas) das
direção da circulação do sangue. No refluxo (setas células condutora é consequência do acúmulo de
direcionadas para a esquerda) as válvulas se fecham. (a) glicogênio nesse local.
válvulas venosas; (b) e (c) seio das válvulas.

Sistema linfático
Retorna o líquido extracelular para o fluxo
sanguíneo. São canais de paredes finas revestidas
por endotelio que coleta o fluido dos espaços
intersticiais e o retornam para o sangue. Este fluido
é chamado de linfa, que circula somente na direção
do coração. Os capilares linfáticos são mantidos
abertos através de várias microfibrilas elasticas, que
mantêm ancoradas ao TC que as envolve.

Figura 111: microcirculação. (a) célula muscular; (b)


arteríola; (c) capilar; (d) vênula; (e) célula endotelial; (f)
pericito; (g) célula muscular lisa; (h) feixe de colágeno.

Figura 113: estrutura de um capilar linfático, notemos a


sobreposição das bordas livres colágenas de ancoragem.

Coração
Órgão muscular que contrai ritmicamente. Também,
produz hormônios chamados de fator
natriuréticoatrial. As paredes do coração são
constituidos de três túnicas: a interna, ou
endocárdio; a média, ou miocardio; e a externa,
ou pericardio. A região central é chamada de

71
CORAÇÃO formado por compostos orgânicos diversos, tais
É um tubo endotelial dobrado cuja parede é como aminoácidos, vitaminas, hormônios e glicose.
espessa de forma a agir como uma bomba As principais proteínas do plasma são as
regulada. O coração é o principal determinante da albuminas, as α, β e γ-globulinas, as lipoproteínas e
pressão sanguínea sistêmica. as proteínas que participam da coagulação do
sangue, como protrombina e fibrinogênio. As
albuminas, são sintetizadas no fígado e muito
abundante no plasma sanguíneo. Desempenham
papel na manutenção da pressão osmótica do
sangue. As γ-globulinas são anticorpos.

Eritrócitos
São células anucleadas com grande quantidade de
hemoglobina. No ser humano comum eles tem a
forma de disco biconcavo. Sua forma proporciona
grande superficie em relação ao volume, o que
facilita as trocas dos gases.As hemácias são
flexiveis, passando facilmente pelas bifurcações dos
capilares mais finos, onde sofrem deformações
temporárias, sem se romper. Sua concentração
normal no sangue é de 3,9 a 5,5 milhões por µl, na
mulher, e de 4,1 a 6 milhões por µl no homem.
Devido a hemoglobina ser uma proteína básica, os
eritrócidos são acidófilos, corando-se pela eosina. A
molécula da hemoglobina é formado por quatro
subunidade, cada uma com um grupo heme ligado
a um polipeptideo. O grupo heme é um derivado
porfirinico contendo Fe+.
CÉLULAS DO SANGUE
O sangue é um TC especializado constituido por Devido as variações nas cadeias polipeptidicas,
celulas e plasmas. Podem ser separadas por distiguem-se vários tipos de hemoglobina, três são
centrifugação se o sangue for coletado na presença considerados normais: as hemoglobinas A1, A2 e F.
de anticoagulante. os eritrocitos sedimentados são a hemoglobina Ai (Hb-A1) 97% e a hemoglobina A2
45% do volume sanguineo;No topo da camada (Hb-A2) 2% o terceiro tipo é caracteristico do feto,
eritrocitária, fica a camada leucoplaquetaria, que conhecido como hemoglobina fetal ou F (Hb F). a
contem leucocitos e plaquetas. a fração é hemoglobina fetal é muito ávida 8O, pois o feto não
sobrenadante transparente acima das hemácias tem acesso ao ar e obtém oxigênio do sangue
sedimentadas é o plasma. materno através da placenta.Durante a maturação
O sangue é formado pelos glóbulos sanguíneos e na medula óssea, o eritrócito perde o núcleo e as
pelo plasma, parte líquida, na qual os primeiros outras organelas, não podendo renovar suas
estão suspensos. Os glóbulos sanguíneos são os moléculas. Em 120 dias as enzimas estão em nível
eritrócitos ou hemácias, as plaquetas e varios tipos critico, o rendimento dos ciclos metabólicos
de leucócitos ou globulos brancos. geradores de energia é insuficiente e o corpúsculo é
digerido pelos macrófagos no baço.
PLASMA
O plasma é o componente líquido do sangue,ele Leucócitos
tem sais e compostos organicos. Sem Incolores, de forma esférica quandop suspenso no
anticoagulantes, os elementos celulares do sangue, sangue, é uma célula defensora do organismo,
junto com as proteínas plasmáticas (fibrinogenio) classificamos os leucócitos em dois grupos: os
formam um coagulo no tubo de teste. A porção granulócitos ou polimorfonucleares e os
liquida é chamada soro, essencialmente, plasma agranulócitos. Os granulócitos têm núcleos de
sem fibrinogenio. forma irregular e mostra citoplasma grânulos
específicos. De acordo com a afinidade tintorial dos
Composição do plasma granulócitos especificos, distínguemos três tipos de
O plasma é uma solução aquosa contendo granulócitos: neutrófilos, eosinófilos e basofilos.O
componentes de pequeno e elevado peso núcleo dos agranulócitos tem forma mais regular e
molecular. As proteínas plasmáticas correspondem o citoplasma não possui granulações especificas.
a 7% e os sais inorgânicos, a 1%, o restante Há dois tipos de agranulócitos: os linfócitos e os

72
monócitos. O número de leucócito por microlitro de carregado de rânulos maiores do que dos outros
sangue no adulto normal é de 6000 a 10000. granulócitos, os quais obscurecem o núcleo. Sua
membrana plasmática dos basófilos, também
possui receptores para a imunoglobulinas E (IgE).
Os basoifilos liberam seus grânulos para o meio
extracelular sob a ação dos mesmo estimulos que
promovem a expulsão dos granulócitos dos
mastócitos.
Figura 114: (a) micrografia eletrônica de varredura de
eritrócitos humanos normais; (b)dois leucócitos e vários Linfócitos
eritrócitos. A da esquerda é um neutrófilo e o da direita é
um basófilo.
Constituem uma familia de células esféricas. Possui
núcleo esférico. As cromatinas se dispõe em
Neutrófilos grumos grosseiros de modo que o núcleo aparece
Têm núcleos formados por dois a cinco lóbulos escuro nos preparadas, que identificam os
ligados entre si por finas pontes de cromatina. A linfócitos. Seu citoplasma pequeno e muito escasso,
célula jovem tem núcleo não segmentado em aparecendo nos esfregaços com um anel delgado
lóbulos, sendo chamado de neutrófilo com núcleo em volta do núcleo. Podem ser separados em dois
em bastonente. Nos núcleos dos neutrófilos das tipos os linfócitos B e T.
pessoas do sexo feminino, aparece um pequeno
apendice, menor do que um lóbulo nuclear, com a
forma de uma raquete. Essa raquete contém a
cromatina sexual, constituida pelo cromossomo X
heterocromático que não descreve seus genes.
Seu citoplasma apresenta dois tipos de
granulações: os grânulos especificos, finos, e os
grânulos azuróficos. Os neutrófilos é uma célula em
Figura 116: (1) Micrografia eletrônica de granulócitosbasófilos. (N)
estágio final de diferenciação, realizando uma núcleo aparece em três pedaços separados; (B) grânulosespecíficos
síntese proteíca muito limitada. Apresenta pouco basófilos; (M) mitocôndria; (G) aparelho de Golgi. (2) micrografia
RER, raros ribossomos livres, poucas mitocôndrias eletrônica de um linfócito. Elas possuem pouco RER e uma
quantidade moderada do poliribossomo livres.
e aparelho de Golgi rudimentar.
Eosinofilo
Monócitos
Mais numerosos que os neutrófilos. Seu núcleo é
Tem nucleo ovóide, em forma de rim ou de
bilobulado. Sua característica de identificação é a
ferradura. A cromatina aparece em arranjo mais
presença de granulações ovóides que se coram
frouxo e delicado do que nos linfócitos, sendo esta
pela eosina. Paralelamente ao eixo maior do
uma das caracteristicas mais constantes dos
grânulo, encontra-se um cristalóide, eletron-denso.
monócitos. O núcleo dos monócitos é mais claro do
Seu principal componente é uma proteína básica,
que dos linfócitos. O núcleo contem dois ou três
rica em arginina, que é 50% das proteínas do
nucléolos, que algumas vezes podem ser visto nos
grânulo e é responsável por sua acidofilia.Os
esfregaços comuns. Seu citoplasma é basófilo e
grânulos específicos eosinofilicos são lisossomos e
contém grânulos azurófilos (lisossomos) muito finos,
contém as enzimas tipicas dos lisossomos,
e estes granulos podem preencher todo o
localizadas no externum. No eosionófilo o RE, as
citoplasma, dando-lhe uma coloração acinzentada.
mitocôndrias e o aparelho de Golgi são poucos
O citoplasma possui pouco polirribossomos e RER
desenvolvidos.
pouco desenvolvida. A superficie celular tem muita
microvilosidades e vesiculas de pinocitose.

Plaquetas
São corpúsculos anucleados, com forma de disco,
derivados de células enormes da medula óssea, os
megacariócitos. Normalmente existem de 200.000 a
400.000 plaquetas por µl de sangue. As plaquetas
Figura 115: (1) micrografia eletrônica de um neutrófilo. O citoplasma possuem um sistema de canais, o sistema
contem dois tipos de grânulos: os grânulos específicos menores e
pálidos e os grânulos maiores e peroxidase-positivo, o núcleo
canalicular aberto, que se comunica com
lobulado, aparece em quadro separado. (2) micrografia eletrônica de invaginações da membrana plasmática, da
um eosinofilo. Cada grânulo possui uma parte central discoide e plaqueta. Assim, o interior da plaqueta se comunica
densa aos elétrons. (EG) granulo eosinófilo; (N) núcleo; (M)
mitocôndria. com sua superfície, disposição que facilita a
liberação de moléculas ativas ou são armazenadas
Basófilos nas plaquetas tem o feixe marginal de microtúblos,
Tem o núcleo volumoso, com forma retorcida e que contribui para manter a forma ovóide desses
irregular, com aspecto de letras. O citoplasma é corpúscuos.
73
Figura 117: (1) micrografia de um monócito humano; (2) micrografia
de plaquetas humanas; (a) grânulos elétron-denso; (b) grânulos de
glicogênio; (c) microtúbulos glicocalise; (d) sistema de canalículos
abertos.

MEDULA ÓSSEA
Órgão difuso, porém volumoso e muito ativo, no
adulto normal, produz cerca de 2 bilhões de
eritrócitos por dia. A medula óssea encontra-se no
canal medular dos ossos longos e nas cavidades
dos ossos esponjosos. Distinguimos a medula
óssea vermelhaHematógena, que deve sua cor à
presença de vários eritrócitos em vários estágios de
maturação, e a medula óssea amarela. No recém-
nascido, toda a medula óssea é vermelha e, ativa a
maior parte da medula óssea transformar na
variedade amarela, existindo a medula vermelha no
adulto apenas no esterno, vértebras, costelas,
díploe dos ossos do crânio e, no adulto jovem nas
epífises proximais, do fêmur e do úmero.

Medula óssea vermelha


Constituída por células reticulares, associadas a
fibras reticulares. Essas células e fibras forma uma
esponja, percorrida por vários capilares sinusóides;
A matriz extracelular, além de colágeno tipo I e II,
contém fibronectina, laminina e proteoglicanas. A
medula apresenta microrregiões onde predomina
um mesmo tipo de glóbulo sanguíneo, em diversas
fases de maturação.

Figura 118: corte de medula óssea vermelha mostrando


cinco capilares sinusóides (cabeças de setas) com muitos
eritrócitos. (a) adipócitos; (b) mitose.

74
Cada rim possui mais de 3 milhões de néfrons. Os
néfrons são formados por uma parte dilatada, o
corpusculo renal, pelo túbulo contorcido proximal,
pelas partes delgadas e espessa da alça de Henle,
pelo túbulo contorcido distal e pelos túblos e ductos
coletores.

Figura 120:constituição de um néfron da zona cortical


externa, mostrando sua vascularização sanguínea. (a)
ducto coletor; (b) alça de Henle; (c) alça ascendente; (d)
alça descendente; (e) plexo capilar peritubular; (f) artéria e
veia arciforme; (g) artérias e veia interlobulares; (h)
arteríola aferente; (i) arteríola eferente; (j) cápsula de
Bowman; (l) glomérulo; (m) cápsula; (n) veias estreladas;
(p) túbulo proximal.

SISTEMA URINÁRIO
Formado pelos rins, dois uretéres, a bexiga e uretra. Corpusculo renal
Os rins além de produzir a urina também produz É formado por um tufo de capilares envolvidos pela
hormônios, como a renina, que participa da cápsula de Bowman, que possui dois folhetos, junto
regulação da pressão sanguínea, e a eritropoetina, aos capilares e formando os limites do corpúsculo
que estimula a produção de eritrócitos. Também renal. Entre esses dois folhetos existe o espaço
ativam a vitamina D3. capsular, que recebe o líquido filtrado através da
parede dos capilares e do folheto visceral da
Rim
cápsula de Bowman.Cada corpúsculo renal possui
Com forma de feijão, com uma borda convexa e um pólo vascular por onde entra a arteríolas
outra côncava, onde está o hilo, de onde entra e aferente e sai a arteríola eferente, e um polo
saem vasos, entram nervos e saem os ureteres. O urinário onde sai o túbulo contorcido proximal.Nos
hilo contem os cálices, que formam a pélvis renal. O capilares glomerulares circula sangue arterial, cuja
rim é constituido pela cápsula, a zona cortical e a pressão é regulada pela arteríola eferente, que
zona medular.A zona medular contém de 10 a 18 possui músculo liso a mais que o aferente.O epitélio
piramides medulares, cujas vértices fazem saliência externo da cápsula de Bowman é constituido por
nos cálices renais, estãs são as papilas perfuradas epitélio simples pavimentoso, apoiado na lamina
por 10 a 25 orificios. Da base da pirâmide parte os
basal e numa fina camada de fibras reticulares.O
raios medulares, que penetram na cortical.Cada folheto externo tem células chamadas de
lobo renal é formado por uma pirâmide e pelo tecido podócitos e formadas pelo corpo celular, de onde
cortical que recobre sua base e seus lados. Um partem diversos prolongamentos primários que dão
lóbulo é constituido por um raio medular e pelo origem aos secundários. Os podócitos localizam-se
tecido cortical que lhe fica em volta, delimitado sobre uma membrana basal.
pelas arteríolas interlobulares. Entre, os prolongamentos secundários dos
podócitos existem espaços chamados fendas de
filtração.Os capilares do glomerulo são do tipo
fenestrado. Há uma membrana basal glomerular
constituida de três camadas, a lâmina rara interna,
a lamina densa e a lâmina rara externa e, em
contato com os podócitos.

Figura 119: (1) (a) cálice maior; (b) hilo; (c) pélvis renal; (d)
cálice menores; (e) cortical; (f) medular; (g) glomérulo; (h)
cortical; (i) medular; (j) pirâmide medular; (l) raios
medulares; (m) coluna renal de Bertini; (n) ureter; (o) pélvis
renal. (2) rim. (a) medula renal; (b) pirâmide; (c) medula
externa; (d) córtex justaglomerular; (e) córtex externo; (f)
junção cortico medular; (g) ducto papilar; (h) papila renal;
(i) área crivosa; (j) pelve; (l) ureter.

75
várias mitocôndrias alongadas. Citoplasma apical
apresenta microvilos, que formam a orla em escova
como essas células são largas, em cada corte
transversal de um túbulo proximal aparecem
apenas três a quatro núcleos esféricos.
O citoplasma apical das células dos túbulos
proximais possui canalículos que partem da base
dos microvilos e aumentam a capacidade de o
túbulo proximal absorver macromoléculas. Na sua
porção, essas células apresentam muitas
mitocondrias e prolongamentos laterais que se
interdigitam com as células vizinhas.
Figura 121:(1) corpúsculo renal, na parte superior o polo
vascular com as arteríolas aferentes e eferentes, e a
macula densa. A parede da arteríola aferente mostra as
células justaglomerulares. (a) orla em escova; (b) espaço
capsular; (c) camada parietal da cápsula de Bowman; (d)
células justaglomerulares; (e) arteríola aferente; (f)túbulo
distal; (g) mácula densa do túbulo distal; (h) arteríola
eferente; (i) polo vascular; (j) camada visceral da capsula
de Bowman (podócito); (l) camada parietal da cápsula de
Bowman; (m) polo urinário; (n) túbulo contorcido Figura 123: Visão panorâmica da cortical do rim; (P)
proximal.(2) artéria interlobular dá origem em direção à túbulos contorcidos proximais; (D) túbulos contorcidos
direita a uma arteríola aferente que se dirige para o polo distais; (G) glomérulos.
tubular do corpúsculo renal. (a) arteríola aferente; (b)
macula densa; (c) par de contordata do túbulo proximal. (3)
corpúsculo renal com o polo urinário e o polo vascular, no
polo urinário, o baixo epitélio externo da cápsula de
Bowman fica sobre o epitélio mais alto e mais corado do
aparelho tubular que aqui se inicia. (a) macula densa; (b)
polo vascular; (c) polo urinário.

Alça de Henle
Células mesangiais Estrutura em forma de U que consiste num
Estão em certas regiões dos capilares segmento espesso e um segmento delgado. A
glomerulares. Eles dão suporte estrutural ao parede da alça é formada por células achatadas. Os
glomerulo, sintetizam a matriz extracelular, néfrons justamedulares desempenham papel de
fagocitam e digerem substâncias normais e estabelecer um gradiente de hipertonicidade no
patogena retidas pela barreira de filtração, e intersticio da medula renal, que é base funcional
produzem moléculas como prostaglandinas e para os rins produzirem urina hipertônica. A alça de
endotelinas. Henle retem a água. Os segmento delgado
descendente da alça de Henle seja completamente
permeável à água, o segmento ascendente inteiro e
impermeável à água.

Figura 122: célula mesangial localizada entre dois capilares


glomerulares. Os capilares mesangiais estão envoltos pela
mesma membrana basal. (a) prolongamento de podócitos;
(b) membrana basal; (c) citoplasma de célula endotelial.
Micrografia eletrônica mostrando uma célula mesangial
(AC) e a matriz mesangial que envolve a célula. O capilar
da esquerda contém uma hemácia (RBC) e um leucócito
(L). Membrana basal (BM), célula endotelial (EC),
prolongamentos dos podócitos (Pd), núcleo do podócito
(PN), espaço urinário ou capsular (U). Figura 124: (A) curva da alça de Henle corte longitudinal da
zona da medula renal com segmento intermediário delgado
da alça de Henle revestido por epitélio plano. E
Túbulo contorcido proximal representação de uma célula da parte delgadas da alça de
Possui epitélio cubóide ou colunar baixo do túbulo Henle.
contórcido proximal as células do túbulo proximal
têm o citoplasma fortemente acidófilo devido a
76
Túbulo contorcido distal
Revestido por tecido epitélial cúbico simples. As Circulação sanguínea
células dos túbulos distais têm invaginações da A artéria renal, antes de penetrar no órgão, divide-
membrana baso-lateral e acúmulo de mitocôndrias, se em dois ramos. Um vai irrigar a parte anterior e
caracteristicas idicativas de transporte de íons. outro a parte posterior do rim. No hilo, esses ramos
Esse túbulo encosta-se ao corpúsculo de Malpighi dão origem as arterias interlobares que seguem
do mesmo néfro e, sua parede se modifica. Suas entre as piramides renais. Na altura da junção
células tornam-se cilindricas, altas, com núcleos medular, as artérias interlobulares formam as
alongados e próximas uns dos outros, essas arciformes, que seguem paralelamente à cápsula
modificações, chama-se mácula densa. do órgão. Das arciformes partem as artérias
interlobulares, perpendicular à capsula do rim. Das
arterias interlobulares originam-se as arteríolas
eferentes, que se ramificam para formar a rede
capilar peritubular, e pela remoção dos refugos do
metabolismo.

Intersticio renal
O espaço entre os néfrons e vasos sanguíneos e
linfáticos se chama intersticio renal. Muito escasso
Figura 125: corte decórtex renal humano com glomérulo e na cortical, porém aumenta na medular. Contém
tubulares proximais e distais. Os túbulos distais são mais pequena quantidade de TC, com fibroblastos,
claros, sua organização celular é mais nítida. (a) glomérulo; algumas fibras colágenas e, uma substãncia
(b) túbulo distal; (c) túbulo proximal. E uma figura
representativa de uma célula de um túbulo contorcido fundamental hidratada e rica em proteoglicanas. No
distal. intersticio da medula existem células secretoras
chamadas de células intersticiais, que contém
goticulas lipidicas no citoplasma.

Uréter e Bexiga
O ureter e a bexiga têm a mesma estrutura, a
Túbulo e ductos coletores parede do ureter vai gradualmente se tornando
Eles unem-se para formar tubos mais calibrosos, os mais espessa no sentido da bexiga.
ductos coletores que se dirigem para as papilas. Os A mucosa da bexiga é formada por epitélio de
túbulos coletores mais ligados são revestidos por transição e por uma lâmina própria de TC que varia
epitélio cúbico. A medida que se fundem e se do frouxo ao denso. As células mais superficiais são
aproximam das papilas, suas células ficam mais responsáveis pela barreira osmótica entre a urina e
altas, até se formarem em cilindridos. os fluidos teciduais. A túnica muscular é formada
por uma camada interna e uma circular externa. Na
parte proximal da uretra, a musculatura de bexiga
forma o esfincter interno da mesma.

Figura 126: medular do rim com vários ductos coletores


constituídos por células cuboides apoiadas na membrana
basal.

Aparelho justaglomerular
Próximo ao corpúsculo de Malpighi, a arteríola
aferente não tem membrana elástica interna e suas
células musculares apresentam-se motificadas.
Estas células são chamadas justaglomerulares e tm
núcleo os esféricos e citoplasma carregado de
grânulos de secreção. Essas células produzem a
enzima renina que aumenta a pressão arterial e a
secreção da aldosterona, por intermédio do
angiostensinogênio.

77
Testículos
Os testículos são envolvidos por uma grossa
capsula de TCD, a túnica albugínea é espessada na
superfície dorsal dos testículos para formar o
mediastino do testículo, do qual partem septos
fibrosos. Estes penetram nos testículos dividindo-os
em 250 compartimentos piramidais chamados
lóbulos dos testículos. Cada lóbulo é ocupado por
quatro túbulos seminíferos, que produzem as
células reprodutoras masculinas, os
Figura 127: corte transversal de um ureter com a luz espermatozoides, enquanto as células intersticiais
estreita em forma de estrela, e uma túnica muscular com
feixes de trajeto variável. (a) lâmina própria; (b) tecido secretam andrógeno testicular. O escroto tem um
adiposo; (c) epitélio de transição; (d) camada muscular papel importante na manutenção dos testículos a
circular; (e) camada muscular longitudinal interna. uma temperatura abaixo da abdominal.

Figura 128: (A) estrutura do epitélio de transição com a


bexiga urinária vazia e quando cheia (B). Na bexiga cheia
de urina, as células deslizam umas sobre as outras,
tornando o epitélio mais delgado, à medida que aumentam
a capacidade da bexiga.

Uretra
Leva a urina da bexiga para o exterior. A uretra
masculina é formada pelas porções:
 Prostática;
 Membranosa;
 Cavernosa ou peniana. Figura 130: testículo, epidídimo e ducto deferente. (1)
A uretra é revestida por epitelio pseudo-estratificado túbulos retos, ligam os túbulos semiferosà rede testicular;
(2) rede testicular, rede de espaço contido no TC do
colunar. Nessa parte da uretra existe um esfincter mediastino testicular; (3) ductos eferentes, cercado de 12 a
de músculo estriado, o esfincter externo da uretra. A 20 ductos eferentes de trajeto enovelado se originam da
uretra cavernosa localiza-se no corpo cavernoso do rede testicular; (4) epidídimo, os ductos eferentes tornam-
se confluentes com um único ducto do epidídimo
pênis. espiralado numa estrutura compacta; (5) ducto deferente,
um tubo muscular contínuo com o ducto do epidídimo,
contrações peristálticas da parede do músculo liso
movimentam os espermatozoides ao longo do ducto. (a)
lóbulo; (b) túbulo seminífero; (c) túnica albugínea; (d)
parede e espaço da túnica vagina; (e) túnica vascular.

Figura 129: corte transversal da parte da esponja da uretra


masculina, identificável pela presença das formações
eréteis venosas. (A) artéria; (B) luz da uretra.

SISTEMA REPRODUTOR
SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO Túbulos seminíferos
São compostos pelos testículos, ductos genitais, Túbulo onde são produzidos os espermatozoides.
glândulas acessórias e o pênis. O testículo tem a Cada testículo possui cerca de 250 a 1000 túbulos
função de produzir hormônios e espermatozoides. seminíferos. Os túbulos enovelados terminam em
Os ductos genitais e as glândulas acessórias curtos tubos conhecidos por túbulos retos. Estes
produzem secreções que auxiliados por contração conectam os túbulos seminíferos com um labirinto
da musculatura lisa, transportam os de canais anastomosado, revestidos por um epitélio
espermatozoides para o exterior. simples pavimentoso ou cúbico, constituindo a rede
testicular, que se localiza em um espessamento da
albugínea.
78
Os túbulos seminíferos são formados por uma
parede chamada epitélio germinativo ou epitélio Células de Sertoli
seminífero, que é envolvida por uma lâmina basal e É o tipo celular predominante do epitélioseminífero
por uma banhiade TC formado de algumas até puberdade. Após a puberdade, elas
camadas de fibroblastos. representam cerca de 10% das células que
A camada mais interna, aderida à lâminabasal, revestem os túbulos seminíferos. Elas são células
consiste em células mióides achatadas e contráteis cilíndricas que se estendem da lamina basal até o
e que têm características de células musculares lúmen do túbulo seminífero. Eles atuam como
lisas. células de ligação entre o espaço interlobular e o
As células intersticiais ocupam a maior parte do lúmen do túbulo seminífero. As membranas
espaço entre os túbulos seminíferos.O epitélio plasmáticas apicais e laterais das células de sertoli
seminífero consiste em dois tipos de células: célula apresentam um contorno irregular porque elas
de Sertoli e células que constituem a linhagem formam recessos, para abrigar as células
espermatogênica. espermatogenéticas em desenvolvimento.
O núcleo apresenta endentações e um grande
nucléolo com massas de heterocromatina
associados. O citoplasma contem RER e um rico
citoesqueleto.
Em seu domínio baso lateral, as células de sertoli
formam junções de oclusão com as células de
sertoli adjacentes.
As suas funções são:
1. Sustentar, proteger e nutrir as células
espermatogênicas em desenvolvimento;
2. Eliminar por fagocitose as partes celulares em
Figura 131: organização geral dos túbulos seminíferos. (1) excesso, os chamados corpos residuais,
esquema dos túbulos seminíferos. (a) túnica própria do
túbulo: fibroblastos, células mióides; (b) espaço
descartados pelos espermatides ao final da
intertubular: vaso linfático; (c) arteríola; (d) células de espermiogenese;
Leydig; (e) vênulas; (f) célula de sertoli; (t) célula 3. Facilitar a liberação de espermatides maduras
espermatogênicas; (h) lúmen; (i) epitélio seminífero: célula
somática: célula de sertoli, células espermatogenéticas: para o lúmen do túbulo seminífero por contração
espematogonios, espermatocitos e espermatides. (2) mediada pela actina, um processo chamado
imagem microscópica. (a) células de Leydig; (b) espaço espermiação;
intertubular; (c) túbulo seminífero; (d) espaço linfático; (e)
lúmen; (f) epitélio seminífero; (g) célula mioide; (h) 4. Secretar um fluido rico em proteínas e íons para
arteríola. o lúmen túbulos seminíferos.

Tecido intersticial
É um importante local de produção de
andrógenos,os espaços entre os túbulos
seminíferos do testículo são preenchidos com TC,
nervos, vasos sanguíneos e linfáticos. Os capilares
sanguíneos dos testículos são fenestrados e
permitem a passagem livre de macromoléculas,
como as proteínas do sangue.

Epitelio seminífero Ductos intratesticulares


São classificados como epitélio estratificado com Os ductos genitais intratesticulares que se seguem
características bastante incomuns, as quais não são aos túbulos seminíferos e conduzem
encontradas em nenhum outro epitélio estratificado espermatozoides e fluidos são os túbulos retos, a
no corpo. Nele, as células de Sertoli,com formado rede testicular e os ductos eferentes.
cilíndrico, interagem com espermatogônias que se A maioria dos túbulos seminíferos são em alça,
dividem mitoticamente, espermatocitos que se cujas extremidades terminam nos túbulos retos. Os
dividem por meiose, e uma população haploide de túbulos retos se continuam na rede testicular,
espermatides submetidas a um processo de situada no mediastino do testículo e composto por
diferenciação chamado espermiogenese. uma rede altamente anastomosada de canais
revestidos por um epitélio de células cuboides.

79
Da rede testicular saem 10 a 20 ductos eferentes
formados por grupos de células cujos cílios batem
em direção do epidídimo, dando a este epitélio um
característico aspecto com saliência e reentrâncias.
As células não ciliadas absorvemmuito do fluido
secretado pelos túbulos seminíferos, o que,
juntamente com a atividade de células ciliadas, cria
um fluxo que conduz os espermatozoides para o
epidídimo, uma camada delgada de células
musculares lisas orientadas circularmente pode ser
vista em volta da lâmina basal do epitélio. Figura 133: corte de epidídimo mostrando várias seções do
ducto e epididimário, sua parede é formada de epitélio
pseudo-estratificado colunar e é envolvido por TC e
Ductos genitais extratesticulares músculo liso. (a) célula cilíndrica; (b) célula basal; (c)
Transportam os espermatozoides do testículo para espermatozoides; (d) estereocilios; (e) TC e músculo liso.
o meato do pênis, são o ducto epididimário, o
ducto deferente e a uretra. Ducto deferente
O ducto deferente faz partedo cordão espermático,
Ducto epidídimo o qual inclui a artéria testicular, o plexo
O ducto epidídimo é um tubo único altamente pampiniforme e nervos. Antes de entrar na próstata,
enrolado. Juntamente com o TC circunvizinho e o ductodeferente se dilata formando uma região
vasos sanguíneos, esse ducto forma o corpo e a chamada ampola. O segmento que entra na
cauda do epidídimo. É formado por um epitélio próstata é chamado ducto ejaculatório, cuja mucosa
colunar pseudo-estratificado, composto de células é parecida à do deferente.
basais arredondadas e de células colunares é
coberta por longos e ramificados estereocílios. O
epitélio do ducto epididimário participa da absorção
e digestão dos corpos residuais das espermatides,
que são eliminados durante a espermatogênese.
As células epiteliais se apoiam em uma lâmina
basalcercada por células musculares lisas cujas
contrações peristálticas ajudam a mover o fluido ao
longo do tubo. Em torno do tubo há TCF rico em Figura 134: ducto deferente. (a) camada muscular circular interna; (b)
vasos sanguíneos.Do epidídimo sai o ducto camada longitudinal externa; (c) epitélio pseudo-estratificado
cilíndrico estereociliado; (d) lâmina própria; (e) parede das veias do
deferente, ele é caracterizado por um lúmen estreito plexo pempiniforme tem uma espessa túnica média com três
e uma espessa camada de músculo liso. camadas musculares; (f) corte transversal do canal deferente; (g) os
fascículos do músculo cremaster, um músculo estriado esquelético,
podem ser vistos na periferia do cordão espermático; (h) estroma de
TC frouxo e tecido adiposo.

Figura 132:célula de epidídimo. (a) camada circular de células


musculares lisas; (b) lâmina basal; (c) célula basal; (d) linfócito;
(e) gotículas lipídicas; (f) lisossomos; (g) corpos
multivesiculares; (h) vesículas de pinocitose; (i) domínio apical;
(j) aparelho de Golgi presente na regiãosupranuclear; (l) núcleo
alongado e pregueado; (m) o RER está presente no citoplasma
basal; (n) célula principal; (o) camada circular de células
musculares lisas; (p) células basais; (q) célula principal;(r)
lúmen do ducto epididimário. Figura 135: (1) corte de testículo evidenciando túbulos seminíferos e
TC frouxo entre os túbulos (setas) contendo vasos, nervos e células
intersticiais; (a) túbulos seminíferos; (2) túbulos seminíferos
envolvidos por células mióides. o espaço entre os túbulos contêm TC
e células intersticiais; (b) TC; (c) células intersticiais; (d) células
mióides; (3) esquema de uma porção de um corte do túbulo
seminífero, o epitélio seminífero é formado de duas populações
celulares: as células da linhas espermatogênicas e as células de
sertoli. Em torno do túbulo há uma camada de células mióides além
de TC, vasos sanguíneos e células intersticiais. (e) espermiogênese
avançada; (f) espermiogene inicial; (g) células de sertoli; (h) meiose;
(i) lamina basal; (j) fibroblasto; (l) capilar; (m) células intersticiais; (n)
células mióides; (o) capilar; (p) espematogônica; (q) espermatócito
primário; (r) célula de sertoli; (s) espematidessecundárias; (t)
espematides iniciais; (u) pontes citoplasmáticas.

80
Glândulas acessórias Glândulas túbulos-alveolares
São as vesículas seminais a próstata e as As glândulastúbulos-alveolares da próstata são
glândulas bulboretrais, produtora de secreção formadas por um epitélio cuboide ou pseudo-
essencial para a função reprodutiva do homem. estratificado colunar. A próstata é envolvida por
uma cápsula ferroelástica rica em músculo liso.
Vesículas seminais Septos desta cápsula penetram na glândula e a
As vesículas seminais consistem em dois tubos dividem em lóbulos, que não são facilmente
tortuosos. Quando o órgão é seccionado, numsó percebidos em um adulto.
tubo é observado em diversas orientações. A sua As glândulas produzem secreção e armazenam
mucosa é pregueada e forrada com epitélio cuboide para eliminá-las durante a ejaculação. Pequenos
ou pseudo-estratificado colunar rico em grânulos de corpos esféricos formados por glicoproteínas são
secreção. O citoplasma é vascularizado e contêm chamadas secreções prostáticas ou
grânulos de secreção, as secreções compostas por corpoamylacea.
frutose prostaglandinas e proteínas especificas das As glândulas bulbouretrais situam-se na porção
vesículas seminais. A lâmina própria é rica em membranosa da uretra, onde lançam sua secreção.
fibras elásticas e é envolvida por uma delgada Elas são glândulas túbulo alveolares revestidos por
camada de músculo liso. As vesículas seminais um epitélio cúbico simples secretor de muco. O
produzem uma secreçãoamarelada que contém muco secretado age como lubrificante.
substâncias importantes para os espermatozoides,
como frutose, inositol, prostaglandinas e várias
proteínas.

Figura 136: vesícula seminal. (a) camada muscular


longitudinal; (b) camada muscular circular interna; (c)
lúmen; (d) lâmina própria; (e) epitélio.

Próstata
A próstata é um conjunto de 30 a 50 glândulas
túbulos-alveolares ramificadas. Seus ductos
desembocam na porção da uretra que cruza a Figura 138: glândula túbulos-alveolares da próstata
próstata, chamada uretra prostática. A próstata envolvida por TC e músculo liso. (a) epitélio glandular; (b)
tem três zonas distintas: TC; (c) músculo liso.

 Glândulas periuretrais da mucosa;


 Glândulas periuretrais da submucosa;
 Glândulas ramificadas compostas periféricas.
As glândulas são formadas por porções secretoras
caracterizadas como alvéolos prostáticos,
revestidos por um epitélio simples cúbico, produz
um líquido alcalino que neutraliza o conteúdo
vaginal ácido, proporcionam nutrientes e transporte
para os espermatozoides, e liquefaz o sêmen.

Figura 137: próstata. (a) local de onde o carcinoma de


próstata se inicia; (b) estroma fibra muscular; (c) glândulas
da mucosa; (d) glândulas da submucosa; (e) uretra
prostática; (f) crista uretra; (g) glândulas prostática
principais; (h) glândulas da submucosa; (i) ducto
ejaculatório; (j) cápsula; (l) estroma fibromuscular; (m)
uretra prostática, na hiperplasia prostática benigna,
nódulos se formam na região periuretraisda próstata.
Grandes nódulos podem comprimir a uretra prostática
causando obstrução urinária.

81
Pênis APARELHO REPRODUTOR FEMININO
Seus componentes principais são uretra e três Consistem de dois ovários, duas tubas uterinas, o
corpos cilíndricos de tecido erétil, sendo este útero, a vagina e a genitália externa. Sua função é
conjunto envolvido por pele. Dois desses cilindros: produzir gametas e manter um ovócito fertilizado
Oscorpos cavernosos do pênis estão localizados durante seu desenvolvimento. O órgão de
na parte dorsal do pênis. o terceiro localizado reprodução feminino também produz hormônios
centralmente, é chamado corpo cavernoso da uretra sexuais que controlam órgãos do aparelho
ou corpo esponjoso e envolve a uretra. Na sua reprodutor e influenciam outros órgãos do corpo.
extremidade distal ele se dilata, formando a glande A partir da menarca (1ª menstruação) o sistema
do pênis. A maior parte da uretra peniana é reprodutos sofre modificações cíclicas em sua
revestida por epitélio pseudo-estratificado estrutura e atividade funcional controlada por
pavimentoso. As glândulas secretoras de muco são mecanismos neuro-hormonais. A menopausa é um
encontradas ao longo da uretra peniana. O prepúcio período variável durante o qual as modificações
é uma dobra retrátil de pele que contém TC com cíclicas ficam irregulares e acabam cessando. No
músculo liso em seu interior. Glândulas sebáceas período de pós-menopausa há uma lenta involução
estão presentes na dobra interna e na pele que do sistema reprodutor.
cobre a glande.
Os corpos cavernosos são envolvidos por uma Ovários
camada resistente de TCD, a túnica albugínea. O A sua superfície é coberta por um epitélio
tecido erétil que compõe o corpo cavernoso do pavimento cúbico simples, o epitélio germinativo.
pênis e da uretra tem uma grande quantidade de Abaixo dele, há uma camada de TCD, a túnica
espaços venosos separados por trabéculas de albugínea, responsável pela cor esbranquiçada do
fibras TC e células musculares lisas. ovário. Abaixo da túnica albugínea há uma
A ereção do pênis é um processo hemodinâmico regiãochamada cortical, onde predominam os
controlado por impulsos nervosos sobre o músculo folículos ovarianos que contêm os ovócitos.Os
liso das artérias do pênis e sobre o músculo liso das folículos se localizam no TC da região cortical, que
trabéculas que cercam os espaços vasculares dos contém fibroblastos dispostos num arranjo muito
corpos cavernosos no estado flácido, o fluxo de característico, formando redemoinhos. A parte mais
sangue no pênis e por impulso contínuos de interna do ovário é a região medular, que contém
inervação simpática. A ereção acontece quando TCF com um rico leito vascular. O limite entre a
impulsos vasodilatadores do parassimpático região cortical e a medular não é muito distinto.
causam o relaxamento dos vasos penianos e do
músculo liso dos corpos cavernosos, a abertura das
artérias penianas o dos espaços cavernosos,
produzindo a rigidez do pênis. Após a ejaculação e
o orgasmo a atividade parassimpática é reduzida e
o pênis volta a seu estado flácido.

Figura 140: parte de um corte de ovário que mostra as


regiões cortical e medular. (1) região medular; (2) região
cortical. (a) folículos ovarianos.

Figura 139: (1) uretra masculina; (a) pele; (b) veia dorsal
superficial; (c) vaso sanguíneo e nervos dorsais
profundos; (d) túnica albugínea; (e) corpo cavernoso; (f)
tecido erétil; (g) túnica albugínea; (h) uretra peniana; (i)
corpo esponjoso. (2) esquema de um corte transversal do
pênis. (a) tecido erétil; (b) corpo cavernoso do penis; (c)
artéria dorsal; (d) veia dorsal profunda; (e) veia dorsal
superficial; (f) artéria dorsal; (g) túnica albugínea; (h)
artéria profunda; (i) uretra; (j) corpo cavernoso da uretra.

82
Folículos ovarianos Delgados prolongamentos de células foliculares e
Consiste num ovócito envolvido por uma ou mais microvilos do ovócito penetram a zona pelúcida e
camadas de células foliculares, também chamadas estabelecem contados entre si por junções
células da granulosa. Os folículos primordiais, que comunicantes. A medida que o folículo crescem,
foram formados durante a vida fetal, consistem num devido ao aumento em tamanho e numero das
ovócito primário envolvido por uma única camada células granulosas, eles se movem para áreas.
de células foliculares achatadas. Os ovócitos do Mais profundas da região cortical. O líquido
folículo primordial são células esféricas, com grande chamado de liquido folicular começa a se comunicar
núcleo esférico e bastante evidente. Essas células entre as células foliculares. Esses folículos são
estão na etapa da primeira prófase da meiose. Os chamados folículos secundários ou folículos antrais.
cromossomos estão em grande parte desenrolados
e não se coram intensamente. As organelas
citoplasmáticas tendem a se aglomerar próximo do
núcleo. Com várias mitocôndrias e complexos de
Golgi e Cisternas de RE.

Crescimento folicular
A partir da puberdade, a cada dia, um pequeno
grupo de folículo primordial inicia um processo
chamado crescimento folicular, que compreende a
modificações do ovócito, das células foliculares e
dos fibroblastos do estroma que envolve cada um
desses folículos. O crescimento folicular é
estimulado por FSH secretado pela hipófise.
Figura 142: (1) folículo primordial: (a) lamina basal; (b)
células granulosas ou foliculares pavimentosos; (c)
ovócito primário. (2) folículo primário (unilaminar): (a)
lamina basal; (b) zona pelúcida começa a se organizar; (c)
zona pelúcida é produzida pelo ovócito primário. (3)
folículo primário (multilaminar): (a) zona pelúcida
organizada; (b) ovócito primário; (c) células da teca
interna; (d) zona pelúcida é composta por três
glicoproteínas: ZP1, ZP2 e ZP3.

Tuba uterina
São dois tubos musculares de grande mobilidade,
uma de suas extremidades o infundíbulo abre-se
na cavidade peritoneal próximo ao ovário e possui
prolongamento em forma de franjas chamadas
Figura 141: folículo primordial até o primário. (a) córtex
com vários folículos primordiais; (b) teca interna; (c) zona
fímbrias; a outra extremidade chamada intramural
pelúcida; (d) folículo primário (unilaminar); (e) corpo lúteo; atravessa a parede do útero e se abre no interior
(f) epitélio superficial; (g) túnica albugínea. deste órgão. A parede da tuba uterina é composta
de três camadas:
O crescimento do ovócito é muito rápido durante a  Uma camada mucosa;
primeira parte do crescimento folicular. O núcleo  Uma espessa camada muscular de músculo
aumenta de volume, as mitocôndrias aumentam em liso disposto numa camada circular ou espiral e
numero e são pelo citoplasma, o RE cresce e o uma camada longitudinal externa;
complexo de Golgi migram próximo da superfície  Uma serosa formada de uma lâmina visceral de
celular. As células foliculares de Golgi migram peritônio.
próximas à superfície celular. As células foliculares A mucosa tem dobras longitudinais que são muito
se dividem por mitose formando uma camada de numerosas na ampola. A mucosa é formada de um
células cuboides e dai o folículo é chamado de epitélio colunar simples e de uma lâmina própria e
folículo primário unilaminar. secretora. Os cílios batem em direção do útero,
As células foliculares continuam proliferando e movimentando nesta direção uma película de muco
originam um epitélio estratificado chamado de que cobre sua superfície.A fertilização normalmente
camada granulosa, que se comunica por junções acontece na ampola e reconstitui o número diploide
comunicantes. O folículo é então chamado folículo de cromossomos típicos da espécie.
primário multilaminar ou folículo, pré-antral. Uma
camada amorfa, chamada zona pelúcida, composta,
de pelo menos, três glicoproteínas, é secretada e
envolve todo o ovócito.

83
Figura 144: (1) epitélio superficial, camada superficial do
endométrio durante a fase proliferativa, mostrando o
Figura 143: (1) prega da mucosa; (a) célula secretora não-
epitélio superficial e as glândulas uterinas envolvidas pela
ciliada; (b) lâmina própria; (c) célula ciliada; (2) pregas da
lâmina própria composta de TCF. (2) músculo liso, glândula
mucosa da ampola; (3) célula ciliada; (d) célula secretora
uterina retilínea num endométrio na fase proliferativa. (a)
não-ciliada; (e) vesícula de secreção; (f) microvilos.
glândulas.

Útero
Tem a forma de uma pera, em que o corpo do útero
é a porção dilatada cuja parte superior, em forma de
cúpula chamadafundo do útero, a sua porção
estreitada, que se abre na vagina é a cervix, ou
colo uterino. A parede do útero é espessa e
formada de três camadas. Externamente há uma
serosa, constituída de mesotélio e TC; uma
adventícia constituída de TC sem revestimento de
mesotélio; miométrio uma camada de músculo liso,
o endométrio, ou mucosa uterina.
1. Miométrio: camada mais espessa do útero
estácomposta de pacotes de fibras musculares Figura 145: (1) durante a fase de luteal as glândulas
uterinas se formam tortuosas e o seu lúmen é preenchido
lisas separadas por TC. Os pacotes de músculo por secreções (a) secreção; (b) glândulas. (2) modificações
liso se distribuem em quatro camadas. A das glândulas uterinas e das células glandulares durante o
primeira e a quarta são compostas de fibras ciclo menstrual. (a) fim da fase proliferativa; (b) fase
secretória inicial; (c) fase secretória avançada.
dispostas longitudinalmente, isto é, paralelas ao
eixo longo do órgão. As camadas intermediárias Placenta
contêm os grandes vasos sanguíneos que
Órgão temporário que serve como local de trocas
irrigam o órgão.
fisiológicas entre a mãe e o embrião. Consiste
2. Endométrio: consiste num epitélio e uma
numa parte fetal e uma partematerna. Assim, a
lâmina própria que contém glândulas tubulares placenta é composta de células derivadas de dois
simples que às vezes se ramificam nas porções
indivíduos geneticamente diferentes.
mais profundas. As células que revestem a O lado fetal é liso e associado à membrana
cavidade uterina se organizam num epitélio
amniótica.
colunar simples formado de células ciliadas de O componente materno é representado pela
células ciliadas e de células secretoras. O TC decídua. O lado materno é dividido em 10 ou mais
de lâmina própria é rico em fibroblastos e
lobos por septos da decídua basal e que se
contém abundante matriz extracelular.O estendem até a placa cariônica e contêm duas
endométrio pode ser subdividido em duas
artérias umbilicais e uma veia umbilical.
camadas: Os vasos umbilicais estão imersos em TC
a. Camada basal, mais profundo, adjacente ao embrionário, chamado de geleia de Wharto. O
miométrio, constituída por TC e pela porção
cordão umbilical é revestido pelo epitélio amniótico.
inicial das glândulas uterinas; O endométrio do útero gravídico,a sua relação com
b. Camada funcional, formada pelo restante
o embrião implantado:
do TC da lâmina própria, pela porção final e A tecidual basal (mãe) fornece sangue arterial
desembocadura das glândulas e também materno para a placenta e recebe o sangue venoso
pelo epitélio superficial.
de espaços sanguíneos que existem dentro da
placenta.
A decídua capsular é a camada superficial que
recobre o embrião em desenvolvimento e o seu
saco coriônico;
A decídua parietal é o restante da decídua que
corresponde a camada uterina não ocupada pelo
feto.
A placenta é um órgão endócrino, produz
hormônios como a gonatropinacorônica, tireotropina
coriônica, corticotropinacorônica, estrogena e
84
progesterona. Secreta também um hormônio
chamados de somatomamotropinacoriônica
humana que tem atividade lactogenica e estimula o Vagina
crescimento. Vagina a parede da vagina não tem glândulas e
consiste em três camadas:
1. Mucosa;
2. Muscular;
3. Adventícia.
O epitélio da mucosa vaginal de uma mulher adulta
é pavimentoso estratificado, suas células podem
conter uma pequena quantidade de queratoialina,
porem, não ocorre queratinização. Sob estímulo de
estrógenos, o epitélio vaginal sintetiza e acumula
uma grande quantidade celular do epitélio vaginal
descamam.
As lâminas elásticas, a mucosa vaginal é destituída
de terminações nervosas sensoriais, e as poucas
são destituídas de terminações nervosas sensoriais
Figura 146:(1) corte transversal da placenta; (a) porção
são fibras de sensibilidade à dor. A camada
basal da mucosa; (b) placenta materna; (c) placenta fetal; muscularda vagina de TCD, a adventícia, rica em
(f) epitélio amniótico; (g) placa cariônica; (h) epitélio espessas fibras elásticas, liga a vagina aos tecidos
cariônico; (i) vilosidade; (j) espaço sanguíneo interviloso;
(l) vilocidade de fixação; (m) célula trafoblásticas; (n)
circunvizinhos.
fibrinóide de nitabuch; (o) glândula uterina. (2) membranas
uterinas e fetais. (a) saco cariônico; (b) saco aminiônico;
(c) decídua parietal; (d) decídua capsular; (e) coríon liso;
(g) coríon viloso; (h) decídua basal; (i) miométrio; (j)
cavidade uterina; (l) canal cervical; (m) vagina.

Cervix uterina
É porção cilíndrica, mais baixa do útero. A mucosa
é revestida de um epitélio colunar simples secretor
de muco. Tem poucas fibras de músculo liso e
consiste (85%) em TCD. A porção externa da
cervix, faz saliência no lúmen da vagina, é revestida
por epitélio pavimentoso estratificado. A sua
mucosa apresenta glândulas mucosas cervicais,
que se ramificam intensamente durante a gravidez, Figura 148: epitélio pavimentoso estratificado da vagina,
as células das glândulas mucosas cervicais apoiada em TCD o citoplasma das células epiteliais é claro
proliferam e secretam um líquido mais abundante e por causa do acúmulo de muito glicogênio. (a) epitélio; (b)
TC.
mais viscoso.
Genitália externa
Ou vulva consiste no clitóris, pequenos lábios e
grandes lábios, além de algumas glândulas que se
abrem no vestíbulo. As glândulas vestibulares
maiores ou glândulas de Bartholin se situam a cada
lado do vestíbulo. As numerosas glândulas
vestibulares menores se localizam frequentemente
ao redor da uretra e clitóris. Todas as glândulas
vestibulares secretam muco.
Figura 147: cérvice. (a) ectocérve; (b) cisto de naboth; (c)
epitélio secretor de muco; (d) lâmina própria; (e) epitélio O clitóris e o pênis são homólogos em origem
simples cilíndrico secretor de muco; (f) epitélio embrionária e estrutura histológica. O clitóris é
estratificado pavimentoso não queratinizado; (g) zona de
transformação;
formado por dois corpos eréteis que terminam numa
glande clitoridiana rudimentar e um prepúcio.
Os lábios menores são dobras da mucosa vaginal
que tem TC penetrado por fibras elásticas. O
epitélio pavimentos estratificado, queos cobre tem
uma delgada camada de células queratinizadas na
superfície. Glândulas sebáceas e sudoríparas estão
presentes nas superfícies interna e externa dos
lábios menores, cujo revestimento é intermediário
entre pele e mucosa.
85
Os lábios maiores são dobras de pele que contém
uma grande quantidade de tecido adiposo e uma SISTEMA RESPIRATÓRIO
delgada camada de músculo liso. Sua superfície É constituido pelos pulmões e um sistema de tubos
interna tem estrutura histologicamente parecida à que comunicam o parênquima pulmonar com o
dos lábios menores. A superfície externa é coberta meio exterior. Podemos distingui-lo numa porção
por pele e por pelos espessos e ondulados. condutora que compreende as fossas nasais,
Glândulas cobertas por peles e por pelos espessos nasofaringe, laringe, traquéiam e a porção
e ondulados. Glândulas sebáceas e sudoríparas respiratórioque compreende as fossa nasais,
são numerosas em ambas as superfícies. A nasofaringem laringe, traquéia, bronquios
genitália externa é abundantemente provida de respiratórios, ductos alveolares e alveolos.
terminações nervosas sensoriais táteis, além de A maior parte da porção condutora é revestida por
corpúsculos de Meissner e de Pancini, que epitélio ciliado pseudo-estratificado colunar com
contribuem para a fisiologia do estimulo sexual. muitas células caliciformes, chamadas de epitélio
respiratório.
Ciclo ovariano
O ciclo ovariano possui três fases:
 Fase folicular;
 Fase ovulatória;
 Fase luteinica.
A fase folicular consiste no desenvolvimento de um
folículo primordial, num folículo maduro ou De
Graaf.Os folículos predominantes sãopequenos, Figura 149: fotomicrografia mostrando os principais
componentes do epitélio respiratório. (A) célula ciliada; (B)
apresentam um ovócito primário circundado por célula caliciforme; (C) tecido conjuntivo.
células foliculares pavimentosas. Esses folículos
estão retidos numa fase de repouso deste o tempo O epitélio respiratório consiste em cinco tipos
de seu desenvolvimento no ovário fetal.Os folículos celulares, o tipo mais abundante é a célula colunar
que deixam o estágio de repouso são chamados de ciliada, com centenas de cílios na camada apical, e
folículos primários. Existem dois tipos: embaixo dos cílios, numerosas mitocôndrias, que
 Folículos primários unilaminares: com uma fornecem ATP para os batimentos celulares. Em
camada única de células foliculares cúbicas; segundo lugar vem as células caliciformes
 Folículos primários multilaminares: formadas secretoras de muco. Sua parte apical contém varias
por várias camadas de células foliculares cúbica gotículas de muco compostos de glicoproteínas. As
em proliferação. As células foliculares são demais células são conhecidas como células em
sustentadas por uma lamina basal que separa o escova, devido aos vários microvilos presentes em
folículo primário do estroma ovariano. sua superficies apicais. Na sua base das células em
No estágio de folículo primário, o ovócito primário escova existem terminações nervosas aferente, e
inicia a síntese de uma capa glicoproteica, a essas células são consideradas receptoras
zonapelúcida. Ela separa progressivamente as sensoriais. As células basais, são pequenas e
células foliculares do ovócito e é penetrada por arredondadas, apoiadas na lâmina basal. A mucosa
delgados prolongamentos citoplasmáticos das da porção condutora, é rica em linfócitos isolados e
células foliculares que entram em contato com em nódulos linfáticos, além de plasmócitos e
microvilos do ovócito. macrófagos.
O estágio seguinte, o folículo secundário, é
caracterizado pela contínua proliferação de células
foliculares e pelo espessamento da zona pelúcida.
As células do estroma que circundam o folículo se
tornam organizadas numa capsula que circundam o
folículo se tornam organizadas a teca (caixa), ela
logo se diferencia em duas camadas:
 Teca interna: uma camada celular
vascularizada adjacente a lamina basal do
folículo em desenvolvimento, secreta
androstenediona, um precursor de andrógenos
que é transferido para as células foliculares para
a produção de testosterona.
 Teca externa: é a camada de TC parecido a
uma cápsula, contínua com o estroma ovariano.

86
Figura 151: (1) epitélio olfatório. (a) molécula odorante; (b)
botões olfatórios; (c) célula de sustentação com núcleo
Figura 150: elétron-micrografia de células colunares ovoide localizado apicalmente; (d) glândula olfatória de
ciliadas. (A) corpúsculos basais; (C) complexo juncional; Bowman; (c) núcleos das células olfatórias. (2) esquema
(B) mitocôndrias. do epitélio olfatório mostrando os três tipos de células e
uma glândula de Bowman. (a) célula de sustentação; (b)
célula olfatória; (c) célula basal; (d) glândula de Bowman;
(e) axônios.
Fossas nasais
Revestidas por uma mucosa com diferentes Seios paranasais
estruturas. Distinguimos nas fossas nasais três São cavidades nos ossos frontal, maxilar, etmóide e
regiões: o vestibulo, a área respiratória e a área esfenóide revestido nos epitélios do tipo
olfatória. respiratório, que apresenta baixo e com poucas
células caliciformes. Os seios paranasais se
Vestibulo e área respiratória comunicam com as fossas nasais por intermedio de
O vestíbulo é a porção mais anterior e dilatada das pequenos orificios.
fossas nasais, sua mucosa é continuação da pele Nasofaringe
do nariz. Os pelos curtos e a secreção das A porção posterior das cavidades nasais é
glândulas sebáceas e sudoriparas presentes no nasofaringe que, ao nível do palato mole torna-se a
vestíbulo constituem uma barreira à penetração de orofaringe. Um abundante tecido linfoide associado
partículas grosseiras nas vias áereas. A área à mucosa está presente sob o epitélio da
respiratória é pseudo-estratificado colunar ciliada, nasofaringe, e faz parte, junto com outras
com muitas células caliciformes. Nesse local a formações linfoides próximas, do anel de Waldeyer.
lâmina propria contem glândulas mistas, cuja Nessa parte a orofaringe é constituida por epitélio
secreção é lançada na superfície do epitélio. Esse estratificado pavimentoso.
muco prende microrganismos e partículas inertes,
sendo deslocado ao longo da superficie epitelial em Laringe
direção à faringe, pelo batimento ciliar. Tubo de forma irregular que une a faringe à
traqueia. Suas paredes contêm cartilagens de
Área olfatória formas irregulares, unidas entre si por TC
É uma região situada na parte superior das fossas fibroelastico. A epiglote é um prolongamento que se
nasais, sendo responsável pela sensibilidade estende da laringe na direção da faringe,
olfativa. Essa área é revestida pelo epitélio olfatório, apresentando uma face dorsal e uma face ventral.
que contem os quimiorreceptores da olfação.O A mucosa forma dois pares de pregas que fazem
epitélio olfatório é um neuroepitélio colunar pseudo- saliência na luz da laringe. O primeiro par, constitui
estratificado, microvilos que se projetam para dentro as falsas cordas vocais, o segundo par, constitui as
da camada de muco que cobre o epitelio. As células cordas vocais verdadeiras, que apresentam um eixo
basais são pequenas, arredondadas situadas na de TC muito elástico, que seguem, externamente,
região basal do epitélio entre as células olfatórias. os músculos intrínsecos da laringe.O revestimento
As células olfatórias são neurônios bipolares que se epitelial não é uniforme ao longo de toda a laringe.
distinguem das células de sustentação porque seus Na face ventral e parte da face dorsal da epiglote, o
núcleos se localizam numa posição inferior. epitélio está sujeito a atritos e desgastes, sendo, do
tipo estratificado pavimentoso não queratinizado.
Nas demais regiões é do tipo respiratório, com cílios
que batem em direção a faringe.

87
Figura 153: traqueia humana, mucosa e cartilagem. A
mucosa é revestida por epitélio respiratório e com grande
quantidade de fibras colágenas e elásticas abaixo dos
epitélios temos traqueias seromucosas, que avançam entre
as placas cartilaginosas. (a)cartilagem; (b) glândulas; (c)
epitélio.

Figura 152:(1) (a) osso hióide; (b) cartilagem tireoide; (c) Árvore brônquica
músculo hioides; (d) músculo cricoaritenóideo lateral; (e)
músculo cricoaritenóideos posterior; (f) primeira A traqueia ramifica-se originando dois brônquios
cartilagem traqueal; (g) glândulas seromucosas; (h) epitélio que, entram nos pulmões através do hilo. Esses são
pseudo estratificado ciliado; (i) cartilagem cricóide (j) chamados de brônquilos primários, pelo hilo
músculo vocal; (l) ligamento vocal; (m) ventrículo laríngeo;
(m) músculo ventricular; (n) epitélio pseudo estratificado entram e saem vasos linfáticos e veias. Essas
ciliado; (o) glândulas seromucosas; (p) superfície laríngea; estruturas são revestidas por TCD. Os brônquios
(q) epiglote; (r) epitélio estratificado pavimentoso não-
queratinizado; (s) glândulas seromucosas túbulos
primários, dirigem-se para baixo e para fora, dando
acinosas na lâmina própria .(2) corte frontal da metade da origem a três brônquios no pulmão direito e dois
laringe. (a) músculo hióide, (b) nervos; (c) glândulas esquerdo. Cada brônquio supre um lobo pulmonar.
epiglote; (d) cartilagem; (e) epiglote; (f) superfície faríngea;
(g) saco faríngeos; (h) músculo ventricular; (i) ventrículo Esses brônquios lobares dividem-se, originando
laríngeos; (j) plica vestibular; (l) m. vocálico; (m) l/g vocale; brônquios cada vez menores, sendo os últimos
(n) m. criocoarytaepidel lat. (o) epitélio ciliado; (p) glândula ramos chamados de bronquíolos. Cada bronquíolo
laríngea; (q) cartilagem hióide; (r) cartilagem traqueal; (s)
m. crioaritaenoideus post. (t) cartilagem tireoide. penetra num lóbulo pulmonar onde se ramifica,
formando de cinco a sete bronquíolos terminais.
Cada bronquíolo terminal origina um ou mais
Traquéia bronquíolos respiratórios, os quais marcam a
É um tubo revestido internamente por epitélio do transição para a porção respiratória. Estes
tipo respiratório. A lâmina própria é de TCF, rico em compreende os ductos alveolares, os sacos
fibra elástica. Contém glândulas seromucosas. A alveolares e os alvéolos.
secreção, forma um tubo viscoso contínuo, que é
levado em direção à faringe pelo batimento ciliares,
para remover partículas de pó que entram com o ar
inspirado. A traquéia é revestida por um TCF,
constituindo a camada adventícia que liga o órgão
aos tecidos vizinhos.

Figura 154: segmentação da arvore brônquica


intrapulmonar. (1) brônquios; (a) brônquio segmentar; (b)
grandes brônquios subsegmentares; (c) pequenos
brônquios subsegmentares; (2) bronquíolo (placas
cartilaginosas estão ausentes); (3) lóbulo; (d) bronquíolo
terminal; (e) alvéolo; (f) bronquíolo respiratório; (g) sacos
alveolares e alvéolos.

Brônquios
Nos ramos maiores, a mucosa é parecida com a
traqueia, nos ramos menores o epitélio pode ser
cilindrico simples ciliado. Segue-se à mucosa uma
camada muscular lisa, formada por feixes
musculares dispostos em espiral que circundam o
brônquio. Externamente a essa camada muscular
existem glandulas seromucosas. As peças

88
cartilaginosas são envolvidas por TC rico em fibras respiratório não ocupadas pelos alvéolos são
elásticas. revestidas por epitélio simples que varia de colunar
baixo a cubóide, podendo apresentar cílios na
porção inicial.

Ductos alveolares
São revestidos por epitélio simples plano cujas
células são delgadas. Nas bordas dos alvéolos, a
Figura 155: (1) esquema de brônquio e bronquíolo lâmina própria apresenta feixes de músculo liso.
mostrando os feixes contínuos de músculo liso. (a)
glândulas; (b) músculo liso; (c) pregas da mucosa; (d) Uma matriz rica em fibra elásticas e contendo
brônquios; (e) fibras elásticas; (f) bronquíolos; (g) músculo também fibras reticulares contitui o suporte para os
liso; (h) TC; (i) cartilagem.(2) corte transversal de um ductos e alvéolos.
brônquico com bastante tecido cartilaginoso hialino na sua
parede. (a) e (b) alvéolos;(c) glândulas brônquicas; (d)
epitélio; (e) musculatura lisa; (f) cartilagem hialina.

Bronquíolos
São segmento intralobulares sem cartilagem.
Glandulas ou nódulos linfáticos. O epitélio é
cilindrico aterando de cúbico a simple, ciliado ou
não, na porção final. O epitélio dos bronquiolos
Figura 158: corte de pulmão mostrando um bronquíolo
apresentam regiões especializadas chamadas terminal seguido de um bronquíolo respiratório que é
corpos neuroepiteliais. A lâmina própria dos contínuo com um saco alveolar e alvéolos. (a) alvéolos; (b)
bronquilos é delgada e rica em fibra elásticas. bronquíolo respiratório; (c) bronquíolo terminal.

Alvéolos
São estruturas encontradas nos sacos alveolares,
ductos alveolares e bronquíolos respiratório, são as
últimas porções da árvore bronquica, responsável
pela estrutura esponjosa do parenquima pulmonar.
Figura 156: bronquíolo com musculatura lisa cortada em São pequenas bolsas, abertas de um lado, suas
um plano oblíquo e circular. (a) musculatura lisa.
paredes são constituidas por uma camada epitelial
Bronquíolos terminais fina que se apoia num tecido conjuntivo delicado,
São as ultimas porções da árvore brônquica, tem onde esta presente uma rica rede de capilares
estrutura parecida à dos bronquiolos, porem, suas sanguineos. Essa parede alveolar é comum a dois
paredes mais delgadas, revestidas internamente alveolos vizinhos, constituindo, uma parede ou
por epitelio colunar baixo ou cúbico, com células septo interalveolar.O septo interalveolar consiste
ciliados e não ciliados. Os bronquiolos terminais em duas camadas de penuomócitos separadas pelo
possuem as células de clara não ciliandas, que interstício de TC com fibras reticulares elásticas
apresentam grânulos secretores em suas porções substâncias fundamenntal e células da conjuntiva, e
apicais. As células de clara secretam proteínas que parede de capilares sanguíneos.
protegem o revestimento bronquiolar contra alguns O ar alveolar é separado do sangue capilar por
poluentes do ar inspirado e contra inflamações. quatro membranas, que são o citoplasma do
penumócito tipo I, a lamina basal dessa célula, a
lâmina basal do capilar e o citoplasma da célula
endotelial. A parede interalveolar é formada por três
tipos celulares principais: células endoteliais dos
capilares, pneumócitos tipo I e II.
 Células endoteliais: dos capilares são mais
Figura 157:(1) célula de Clara na parede de um bronquíolo
terminal. (a) célula de Clara; (b) capilar. (2) fotomicrografia
numerosos e tem o núcleo mais alongado. O
de um corte da parede de um bronquíolo terminal. (a) endotelio é do tipo contínuo, não fenestrado.
alvéolo; (b) bronquíolo terminal; (c) músculo.
 Pneumócito tipo I: tem núcleo achatado, com
Bronquiolos respiratório a pequena saliência para o interior do alvéolo.
Os bronquiolos terminais dividem-se em dois ou O citoplasma é muito delgado, e apresenta
mais bronquiolos respiratório que constituem a desmossomos, ligados a célula vizinhas e
transição entre a porção condutora e a respiratória. também apresenta zonulas de oclusão, que
São um tubo curto, às vezes ramificadas com impede a passagem de fluidos do espaço
estrutura semelhante à do bronquiolo terminal, tecidual para o interior dos alveolos;
exceto pela presença de numerosas expansões  Pneumócito tipo II: localizam-se entre os
saculiformes constituidas por alvéolos, onde tem pneumócito tipo I, com os quais formam
lugar trocas de gases. As porções dos bronquiolos desmossomos e junções unitivas. São células
89
arredondadas que ficam sobre a membrana bronquica, os ramos arteriais são envolvidas pela
basal do epitélio alveolar, como parte desse adventicia dos bronquilos.
epitélio. O núcleo é maior e mais vesiculoso. Os ramos arteriais originam a rede capilar dos
O citoplasma não se adelgaça, apresentam RER septos interalveolares. Essa rede de capilar entra
desenvolvido e microvilos na sua superficie em íntimo contato com o epitélio alveolar, da rede
livre.Sua principal caracteristica é a presença de capilar originam-se vênulas que correm isoladas
corpos multilamelares, responsáveis pelo aspecto pelo parênquima pulmonar, afastadas dos ductores
vesiculoso do citoplasma. Os corpos lamelares de ar, e penetram nos septos interlobares.
originam o material que se espalha sobre a
superficie dos alvéolos. Esse material forma o
surfatante pulmonar; que reduz a força necessária
para a inspiração, facilitando a respiração.

Figura 159: parte de um septo interalveolar, mostrando a


barreira entre o sangue e o ar inspirado. (a) núcleo das Figura 161: circulação sanguínea e linfática num túbulo
células endotelial; (b) surfactante; (c) epitélio alveolar; (d) pulmonar. (a) ramo da artéria pulmonar; (b) veia pulmonar;
lâmina basal; (e) endotélio. (c) septo interlobular; (d) mesotélio; (e) camada visceral; (f)
camada parietal; (g) pleura; (h) alvéolos; (i) bronquíolo
terminal; (j) vaso linfático; (l) bronquíolo; (m) bronquíolos.
Poros alveolares
O septo interalveolar-contém poros comunicando
dois alvéolos vizinhos. Esses poros equalizam a
pressão do ar nos alvéolos e possibilitam a
circulação colateral do ar, quando um bronquíolo é
obstruido.

Macrófagos alveolares
São encontrados no interior dos septos
interalveolares e na sua superficie dos alveolos,
estão localizados na camada surfactante que
limpoa a superficie do epitélio alveolar são
transportados para a faringe, de onde são
deglutidas.

Figura 160: esquema tridimensional dos alvéolos


pulmonares. (a) capilar; (b) fibras elásticas; (c) fibras
reticulares; (d) macrófago alveolar no lúmen; (e) lâmina
basais fundidas; (f) célula endotelial; (g) célula epitelial; (h)
macrófago no septo; (i) poro alveolar; (j)pneumócito tipo II;
(l) pneumócito tipo I; (m) célula endotelial; (n) macrófago
alveolar saindo do septo; (o) septo interalveolar.

Vasos sanguineos
A circulação sanguinea do pulmão compreende SISTEMA DIGESTÓRIO
vasos nutridores e vasos funcionais. A circulação Consiste no trato digestivo, cavidade oral, esôfago,
funcional é as artérias e veias pulmonares, as estômago, intestino delgado e grosso, reto e ânus e
artérias pulmonares são do tipo elástico, de paredes suas glândulas associadas: glândulas salivares,
delgadas porque nelas é baixa a pressão fígado e pâncreas.
sanguínea. Dentro dos pulmões, as artérias
pulmonares se ramificam, acompanhando a árvore

90
SEGMENTO DIGESTÓRIO SUPERIOR O terço posterior apresenta agregados de tecido
linfóide, as tonsilas línguais.
boca A superfície dorsal da língua é revestida por um
Exceto os dentes, a boca é revestida pelo epitélio epitélio estratificado pavimentoso queratinizado
estratificado pavimentoso com uma submucosa, sustentado por uma lâmina própria associada a
presente apenas em algumas regiões. Os lábios musculatura central da língua. A glândula mucosa e
possuem três regiões: glandula serosa se estendem pela lâmina própria e
1. Região cutânea: Essa região é revestida por pela musculatura seus ductos se abrem em criptas
pele delgada e derme com glândulas e sulcos das tonsilas linguais e das papilas
sudoríparas, glândulas sebaceas; circunvaladas, respectivamente.
2. Região vermelha: Essa região é revestida por A superfície dorsal da língua contém várias
um epitélio estratificado pavimentoso projeções da mucosa chamada de papilas
queratinizado, sustentado por papilas dérmicas linguais. Cada papila língua é formada por uma
altas, com vasos sanguíneos responsável pela parte central de TC, altamente vascularizada e uma
cor vermelha desta região; camada de revestimento de epitélio pavimentoso
3. Região mucosa oral: Essa região da mucosa queratinizado.
oral é contínua com a mucosa da bochecha e
da gengiva.
O epitélio estratificado pavimentoso não-
queratinizado que recobre a superfície interna dos
lábios e das bochechas é sustentado por uma
lâmina propria densa e uma submucosa
intimamente ligada aos músculos esqueléticos
subjacentes, através de fibras colágenos do TC.
A lâmina própria da gengiva une-se ao periósteo do Figura 162: língua. (a) camada muscular; (b) lâmina
processo alveolar da maxila e da mandibula e ao própria; (c) corte transversal de um feixe de músculo
ligamento periondotal. A gengiva não possui esquelético; (d) corte oblíquo de um feixe de músculo
esquelético; (e) papila foliada; (f) botão gustativo; (g)
submucosa nem glândulas. O palato duro é glândulas serosas e mucosas se estendem até a camada
revestido por um epitélio estratificado pavimentoso muscular.
queratinizado parecido ao epitélio da borda livre da
gengiva, uma submucosa unem a mucosa do palato As papilas são elevações do epitélio oral que tem
duro ao periósteo dos ossos subjacentes. várias funções. Existem quatro tipos:
O palato mole e a úvula são revestidos por um  Papilas filiformes: Possuem formato cônico
epitélio estratificado pavimentoso não-queratinizado alongado, são numerosas e presentes em toda
que se estende até a orofaringe, onde ele se torna a superfície dorsal da língua. Seu epitélio de
contínuo com o epitélio pseudo-estratificado revestimento, não tem botões gustativos, é
cilíndrico ciliado do trato respiratório superior. A corneificado.
submucosa é frouxa e contém glândulas mucosas e  Papilas fungiformes: Parecidos a cogumelos,
glândulas serosas em abundância. Fibras possuindo uma base estreita e uma porção
musculares esqueléticas estão presentes no palato superior mais superficial dilatada e lisa. Botões
mole e na úvula. gustativos são estruturas especializadas que
contêm as células gustativas, detectoras de
substâncias capazes de elicitar o sabor.
 Papilas foliadas: Consistem em duas ou mais
rugas paralelas separadas por sulcos na
superfície dorsolateral da língua, com muitos
botões gustativos.
 Papilas circunvaladas: São de sete a 12
estruturas circulares grandes, com superfície
achatada estendo acima das outras papilas.
Distribuídas na região do V lingual, na parte
posterior da língua.
Língua
Os 2/3 anteriores da língua são formados por uma Várias glândulas serosas secretam seu conteúdo
massa central de feixes de fibras musculares no interior de uma profunda depressão que circunda
esqueléticas orientadas em três direções: da papila. Existem quatro tipos de percepção de
 Longitudinal; sabor: salgado, azedo, doce e amargo. Todas
 Transversal; estas qualidades podem ser sentidas em todas as
 Oblíquo; regiões da língua que possuem botões gustativos.
Estes botões são estruturas em forma de cebola

91
são de 50 a 100 células. O botão repousa sobre
uma lâmina basal e, em sua porção apical, as
células gustativas possuem lâmina micro
vilosidades que se projetam por uma abertura
chamado poro-gustativo.

Figura 165: dente. (a) osso alveolar; (b) ligamento periodontal; (c)
cemento; (d) dentina; (e) epitélio gengival; (f) sulco gengival; (g)
dentina.
Figura 163: (1) superfície da língua na região próxima ao v
lingual. Entre as porções anterior e posterior. (a) papila Tubo disgestório
fungiforme; (b) papilas circunvaladas; (c) lâmina própria;
(d) botões gustativos; (e) glândulas serosas; (f) glândulas O TGI é um tubo oco composto por uma luz, com
mucosas; (g) ductos glandulares; (h) nódulos linfoides; (i) diâmetro variável, circundado por uma parede
cripta da tonsila lingual; (j) papila filiforme. (2) formada por quatro camadas: Mucosa, Submucosa,
fotomicrografia de um botão gustativo. Mostrando as
células gustativas e o poro gustativo. Muscular e Serosa.
A camada mucosa É composta por: um
Dentes revestimento epitelial, uma lâmina própria de TCF e
Dispostos em dois arcos bilateralmente nos ossos vasos sanguíneo, linfáticos e células musculares
maxilar e mandibular, com oito dentes em cada lisas; uma muscular da mucosa, que separa a
quadrante: cada dente possui uma porção que se camada da submucosa, consiste em duas
projeta acima da gengiva, a coroa, e uma ou mais subcamadas delgadas de células musculares lisas,
raízes abaixo da gengiva que unem os dentes aos uma circular interna e outra longitudinal externa.
alojamentos ósseos chamados de esmalte e outro A camada submucosa É composta por TC com
tecido chamado cemento. Estas duas coberturas muitos vasos sanguíneos e linfáticos e um pexo
se encontram no colo do dente. A dentina é outro nervoso submucoso.
tecido mineralizado que compõe a maior parte de A camada muscular Contém células musculares
um dente. Ela circunda um espaço chamado lisas orientadas em espiral, divididas em duas
cavidade polpar, preenchido com TCF muito subcamadas, de acordo com a direção seguida
vascularizado inervado chamado de polpa dental. pelas células musculares.
A cavidade polpar possui uma porção coronária e A camada serosa É uma camada delgada de TCF,
uma porção na raiz, estendendo-se até o ápice do rica em vasos sanguíneo e linfáticos e tecido
dente, onde um orifício permite a entrada e a saída adiposo, revestido por um epitélio pavimentoso
de vaso sanguíneo, linfáticos e nervos de polpa. simples chamado mesotélio. Na cavidade
abdominal, a serosa que reveste os órgãos é
chamada peritônio visceral e esta com o
mesentério, que suporta os intestino, e com o
peritônio parietal, uma membrana serosa que
reveste a parede da cavidade abdominal.

Figura 164: (1) corte longitudinal de um dente incisivo com


a coroa dentária, o rolo dentário e a raiz do dente. (a)
dentina da coroa; (b) gengiva; (c) vaso sanguíneo; (d)
dentina da raiz; (e) fedula amarela; (f) nervo; (g) artéria; (h)
veia; (i) cemento; (j) membrana periodontal; (l) osso
alveolar; (m) odontoblasto; (n) polpa dentária; (o) epitélio
sulco-gengival; (p) limbus. (2) fotomicrografia de um corte
de dente imaturo mostrando esmalte e dentina. (a) Figura 166: estrutura esquemática de uma porção do trato
ameoblastos; (b) esmalte; (c) dentina; (d) pré-dentina; (e) digestivo com diversos componentes. (a) plexo mioentérico; (b)
odontoblasto. camada muscular circular interna; (c) glândula na lâmina
própria; (d) vilosidade; (e) plexo submucoso; (f) muscular da
mucosa; (g) submucosa; (h) lâmina própria; (i) ducto de
glândula associada; (j) mesentério; (l) e (m) mesotélio; (n)
camada muscular circular interna; (o) serosa; (p) camada
muscular longitudinal externa; (q) nódulo linfoide; (r) glândula
na camada.

92
Estômago
Órgão com função exócrina e endócrina digere
alimento e secretam hormônios. No estômago
identificamos quatro regiões: Cárdia, Fundo, Corpo
e Piloro.
Mucosa: é revestida por um epitélio que sofre
Figura 167: tubo digestório. (a) serosa; (b) camada
muscular externa (longitudinal); (c) plexo mioentérico se invaginações em direção à lâmina própria,
averbach; (d) camada muscular interna (circular). formando as fossetas que desembocam as
secreções das glândulas tubulares ramificadas. A
Esôfago lâmina própria do estômago é composta por TCF
Tubo muscular com função de transportar o contendo células musculares lisas e células
alimento da boca para o estômago. É revestido por linfoides separando a mucosa da submucosa
um epitélio pavimentoso estratificado não adjacente existe uma camada de músculo liso, a
corneificado, na submucosa existem grupos de muscular da mucosa. O epitélio que recobre a
pequenas glândulas secretoras de muco, as superfície do estômago e reveste as fossetas é
glândulas esofágicas, sua secreção facilita o colunar simples, e todas as células secretam um
transporte de alimento e protege a mucosa. Na muco alcalino.
lâmina própria da região próxima do estômago onde
existem grupos de glândulas, as glândulas
esofágicas da cárdia. Na porção distal a camada
muscular consiste em células musculares lisas e
estriadas esqueléticas, na porção proximal, apenas
fibras musculares estriadas esqueléticas.

Figura 170: rugas do estômago. (a) pregas longitudinais


formadas pela mucosa e pela submucosa gástricas
Figura 168: Esôfago. (1) eletromicrografia de varredura, (a) a (rugas); (b) mucosa; (c) fosseta; (d) submucosa; (e) túnica
contração da camada muscular causa as pregas longitudinais da muscular; (f) camada muscular da mucosa; (g) a mucosa
mucosa, essas pregas somem durante a passagem do bolo gástrica é coberta por uma camada protetora de muco que
alimentar; (b) camada muscular da mucosa; (d) submucosa; (e) protege o epitélio superficial de erosão; (h) fossetas; (i)
túnica muscular; (f) lúmen; (g) uma serosa envolve o esôfago rugas.
apenas abaixo do diafragma; (h) camada muscular longitudinal
externa; (i) camada muscular circular interna. (2) corte
transversal do esôfago para demonstração da parede. Cárdia: é uma banda circular estreita, na transição
Internamente tem a mucosa revestida por epitélio e uma lâmina entre o esôfago e o estômago. Sua mucosa contém
própria constituída por TCF reticular, cujo limite com a tela
submucosa é formada por uma camada de células musculares glândulas tubulares simples ou ramificadas,
lisas, a lâmina muscular da mucosa. (a) túnica muscular; (b) chamadas glândulas da cárdia. As porções
glândula esofágica; (c) fibras musculares circulares; (d) fibras terminais destas glândulas são enoveladas, com
musculares longitudinais; (e) lâmina própria; (f) luz; (g) lâmina
muscular mucosa; (h) tela submucosa; (i) feixe interno de fibras lúmen amplo.
musculares longitudinais; (j) epitélio.

Figura 171: região da cárdia. (a) epitélio secretor de muco;


(b) fosseta ou favéola; (c) extremidade final enovelada das
Figura 169: esôfago. (a) epitélio estratificado pavimentoso não
glândulas cárdicas; (d) mucosa; (e) submucosa; (f) túnica
queratinizado; (b) pregas longitudinais da mucosa; (c) papila
muscular; (g) camada muscular da mucosa.
conjuntiva; (d) mucosa; (e) submucosa; (f) túnica muscular; (g)
adventícia; (h) túnica muscular; (i) glândulas submucosa; (j) camada
muscular da mucosa; (l) ducto excretor das glândulas submucosas.

93
Fundo e corpo: a lâmina própria nas regiões do SEGMENTO DISGESTÓRIO INFERIOR
fundo e corpo está preenchida por glândulas Intestino delgado
tubulares ramificadas, das quais três a sete abrem- O revestimento do intestino apresenta varias
se no fundo de cada fosseta gástrica. As glândulas pregas permanentes, em forma semilunar, circular
possuem três regiões distintas: istmo, colo e base. ou espiral, que consistem em dobras da mucosa,
O istmo possui células mucosas em diferenciação em direção ao lúmem do intestino delgado.O
que substituíram as células da fosseta e as intestino delgado é dividido em três segmentos
superficiais, células-tronco indiferenciadas e células sequenciais: Duodeno, Jejuno e Ileo.
oxinticas. Quatro graus de pregueamenteo ampilificam a área
de superfície de absorção da mucosa: Pregas
circulares, Glandulas intestinais, Microvilos e
Vilosidade.

Figura 174: intestino delgado, eletromicrografia de


varredura. (a) serosa; (b) túnica muscular; (c) submucosa;
(d) camada muscular; (e) vilos.

Cada uma das três porções do intestino delgado


possui características que permite sua
Figura 172: Glândula fúndica. (1) (a) camada muscular da diferenciação. O duodeno apresenta glândulas de
mucosa; (b) lâmina basal; (c) célula enteroendócrina; (d)
célula principal; (d) célula-tronco; (e) célula parietal; (f) Brunner na submucosa. Estas glândulas são
célula mucosa do colo; (g) fosseta gástrica; (h) células tubulosas mucosas que produzem uma secreção
mucosa superficiais; (i) fosseta; (j) fosseta gástrica; (l)
fosseta; (m) colo; (n) corpo; (o) grupo de células parietais;
alcalina que neutraliza o quimo ácido proveniente
(p) grupo de células principais. (2) fosseta, epitélio simples do estômago. Os vilos são longos e curtos, o
cilíndrico; (3) colo, (a) célula mucosa do colo; (b) célula duodeno recebe a bile e as secreções do pâncreas
parietal; (4) corpo (porção inferior); (a) células principais;
(b) células enteroendócrinas; (5) corpo (porção final); (a) transportados pelo ducto biliar comum e pelo ducto
células principais; (b) células enteroendócrinas. pancreático, respectivamente.
O jejuno tem longos vilos digitiformes e um vaso
Piloro: possui fossetas profundas, onde as quilífero bem desenvolvido no eixo do vilo. O jejuno
glândulas pilóricas tubulosas simples ou ramificadas não tem glândulas de Brunner na submucosa. A
se abrem. Estas glândulas secretam muco e enzima lâmina própria pode apresentar placas de Peyer.
lisozima. A região pilórica possui muitas células O íleo possui placas de Peyer, conjunto de grandes
enteroendócrinas secretoras de gastrinas. folículos linfoides encontrados na mucosa. A
ausência de glândulas de Brunner e a presença de
vilos digitiformes mais curtos.

Figura 173: região pilórica. (a) fosseta profunda revestida


por células produtora de muco; (b) camada muscular da
mucosa. Figura 175: diferenciação histológica do intestino delgado.
(1) duodeno; (a) vilos em formato de folha; (b) altura dos
vilos; (c) glândulas de Brunner; (2) jejuno, (a) vilos em
forma de dedos; (b) altura dos vilos; (c) criptas de
Lieberkühn; (d) ausência de glândulas na submucosa; (e)
túnica muscular. (3) íleo. (a) os vilos são mais curto se
comparadas com os do jejuno; (b) localização das células
M; (c) agregados linfoides, formando grandes folículos
(placas de Peyer) se estendem pela lâmina própria e pela
submucosa; (e) túnica muscular.

94
Entre os vilos existem aberturas de glândulas Intestino grosso
tubulares simples chamadas glândulas intestinais Consiste de uma membrana mucosa em pregas,
ou de Lieberkühn. As glândulas intestinais não possuem vilosidades. As glândulas intestinais
possuem células-troncos, algumas células são longas e caracterizadas por abundância de
absortivas células caliciformes, células de Paneth e células caliciformes e absortivas e um pequeno
células enteroendócrinas. número de células enteroendócrinas.
As células absortivas são células colunares altas, As células absortivas são colunares e possuem
com núcleo oval em sua porção basal. No ápice de microvilosidades curtas e irregulares. A lâmina
cada célula existe uma camada chamada borda própria é rica em células linfóides e em nódulos que
estriada ou borda em escova. se estendem até a submucosa. O intestino grosso é
As células caliciformes estão entre as células formado por vários segmentos: Ceco, Colos
absortivas, são menos abundantes no duodeno, ascendente, transverso e desecendentes, Colo
aumentando em número em direção ao íleo. Elas sigmoide, Reto e Anus.
produzem glicoproteínas ácidas do tipo mucina que Várias aberturas de glândulas intestinais tubulares
são hidratadas e formam ligações cruzadas entre si são caracteristicas da mucosa do colo. O
para originar o muco, cuja função é proteger e revestimento das glândulas tubulosas do colo
lubrificar o revestimento do intestino. consiste nos seguintes componentes:
Células de Paneth, localizadas na porção basal Um epitélio simples cilindrico, formado por
das glândulas intestinais, são células exócrinas com enterócitos e células caliciformes. As células
grandes grânulos de secreção eosinofilicos em seu caliciformes secretam muco que lubrifica a mucosa
citoplasma apical, tem atividade antibacteriana, superficial e serve como barreira protetora.
produz a lisozima que desempenham papel no Um epitélio glândular, é formado por enterócitos,
controle da flora intestinal. células caliciformes em grande quantidade, célula-
Célula M: são células epiteliais especializadas no tronco e células enteroendócrinas dispersas. As
íleo. São caracterizados pela presença de varias células de Paneth podem estar presente no ceco.
invaginações basais contendo muitos linfócitos e A tunica muscular possui os feixes de sua camada
macrófagos. longitudinal externa se fundem para formar as
tênias longitudinal externa se fundem para formar
as tênias do colo.
A serosa possui sacos esparsos de tecido adiposo,
os apêndices epiploicos, os quais representam uma
caracteristica singular do colo, junto com as
alterações.
O apêndice é um divertículo do ceco e possui
túnica parecidas às túnicas do intestino grosso. Os
aspéctos estruturais caracteristicos do apêndice são
o tecido linfóite, representado por vários foliculos
linfóides penetram pela mucosa e submucosa e
interrompem a constinuidade da camada do TGI, é
uma continuação do colo sigmóide e consiste em
duas partes: A parte superior, parte inferior. No
reto, a mucosa é mais espessa com veias
proeminentes e criptas de Leiberkühn mais longo do
Figura 176: pregas circulares, vilos, glândulas de que no intestino delfado, estas são revestidas por
Lieberkühn e microvilos. (a) serosa; (b) túnica muscular;
(c) submucosa; (d) primeiro grau de pregueamento; (e)
células caliciformes.
prega circular; (f) vilos; (g) glândulas de Lieberkühn; (h)
mucosa; (i) submucosa; (j) túnica muscular.

Figura 177: intestino grosso. (1) eletromicrografia de varredura; (a)


mucosa; (b) submucosa; (c) túnica muscular; (d) glândulas
tubulosas; (2) corte histológico do intestino grosso. (e) túnica
muscular; (f) submucosa; (g) camada muscular da mucosa; (h)
mucosa; (i) glândulas tubulosas.

95
ÓRGÃOS ASSOCIADOS
Incluímos as glândulas salivares, o pâncreas, o
fígado e a vesícula biliar.

Glandulas salivares
São glândulas salivares que produzem saliva, fluido
com funções digestivas, lubrificantes e protetoras.
São três pares de glândulas dispersas pela
Figura 178: (a) fotomicrografia de um corte do intestino grosso com cavidade oral, as glândulas parótidas,
suas varias camadas. (1) gânglio. (b) corte de uma glândula do submandibular e sublingual. Uma capsula de TC
intestino grosso mostrando suas células absortivas e caliciformes.
rico em fibras colágenos circunda e revestem as
glândulas salivares. As terminações secretoras
possuem dois tipos de células secretoras, serosa e
mucosas, além das células mioepiteliais não
secretoras.
Células serosas: Possuem formato piramidal, com
base larga que repousa uma lâmina basal e um
ápice com microvilos pequenos unidos entre si por
complexos juncionais e formam uma massa esférica
chamada de acino, contendo um lúmen central.
Células mucosas: Possuem um formato cuboide
ou colunar, seu núcleo é oval e encontra-se
pressionado junto à base da célula. Na glândula
submandibular, células mucosas formam túbulos,
Figura 179: canal anal.(a) túnica muscular; (b) submucosa; (c) mas no término existe um grupo de célula serosa
mucosa; (d) glândulas de Lieberkuhn; (e) folículo linfoide; (f) canal que constituem as semiluas serosas.
anal; (e) zona de transição; (g) zona de transição; (h) epitélio Células mioepiteliais: Encontradas junto à lâmina
estratificado pavimentoso não queratinizado; (i) esfíncter anal
interno. basal de terminações secretoras e ductos
intercalares, que formam a porção inicial do sistema
de ductos.

Glândula parótida
É uma glândula acinosa composta, sua porção
secretora é constituída por células serosas, com
grânulos de secreção ricos em proteínas e elevada
atividade amilase. O TC contém muitos plasmócito.

Glândula submandibular
É uma glândula túbulo acinosa, composta sua
porção secretora contem células serosas e células
mucosas. As células serosas são o principal
componente desta glândula, sendo reconhecida
pelo seu núcleo arredondado e citoplasma basófilo.
Nas células secretoras, a presença de invaginações
basais e laterais voltadas para o plexo vascular
aumenta a área para transporte de íons, facilitando
o transporte de água e eletrólitos.

Glândula sublingual
É uma glândula tubuloacinosa composta formada
por células serosas e mucosas, as células mucosas
predominam nesta glândula.

96
Pâncreas
É uma glândula exócrina e endócrina, produtora de
enzimas digestivas e hormônios. As enzimas são
armazenadas e secretadas por células da porção
exócrinas, arranjadas em acinos. Os hormônios são
sintetizados em agrupamentos de células epiteliais
endócrinas conhecidas como Ilhotas de
Langherans. As porções exócrinas é uma glândula
acinosa composta.
Núcleos circundados por um citoplasma claro
pertencem às células centroacinares. Que
constituem a porção intra-acinar dos ductos
intercalares. Estas células são encontradas apenas
nos acinos pancreáticos, o acino pancreático
exócrino é constituído por várias células serosas
que circundam um lúmen. Estas células são
polarizadas, com um núcleo esférico, sendo células
secretoras de proteínas uma capsula de TC que
reveste o pâncreas e envia septos para seu interior,
separando-o em lóbulos.
Figura 180: Organização das glândulas salivares. (1) A maioria das enzimas é armazenada na forma
glândula submandibular, acino misto; (2) glândula inativa nos grânulos de secreção das células
sublingual, acino mucoso; (3) glândula parótida, acino
seroso. (a) células acinosas; (b) lâmina basal; (c) acinares, sendo ativadas no lúmen do intestino
canalículo secretor; (d) célula mioepitelial; (e) semilua delgado após a secreção. A secreção pancreática
serosa; (f) ducto intercalar; (g) ducto estriado intralobular;
(h) ducto excretor intralobular; (i) ducto interlobular.
exócrina é controlada por dois hormônios:
secretinas e colcistoquinina, produzidas por
células enterendócrinas da mucosa intestinal. A
secretina promove uma secreção fluida abundante,
pobre em atividade enzimática e rica em
bicarbonato. A colcistoquinina promove uma
secreção abundante e rica em enzimas.

Figura 182: Pâncreas exócrinos. (a) capilar; (b) célula


Figura 181: Glândulas salivares. (1) glândula parótida, (a) centro acinosa; (c) ilhota de Langerhans; (d) ducto
célula mioepitelial; (b) septo de TC; (c) acino seroso. (2) intercalar; (e) grânulos zimogênio.
glândulas submandibulares, (a) semilua serosa; (b) ducto
estriado; (c) células mucosas no acino misto. (3) glândulas
sublinguais, (a) acino mucoso; (b) núcleo basal de uma
célula mucosa; (c) ácino misto (seromucosa).

97
Fígado
É uma glândula com cerca de 1,5kg. Nele os
nutrientes absorvidos no TGI são processados e
armazenados, a maior parte do sangue que vai para
o fígado chega pela veia porta, à outra parte vai
pela artéria hepática. A eliminação de metabolitos
do fígado ocorre pela bile, à bile é uma secreção
exócrina do fígado, importante para digestão de
lipídios.
O fígado é revestido por uma cápsula delgada de
TC que torna mais espessa no hilo, por onde saem
os ductos hepáticos direitos e esquerdos e os
ductos linfáticos. Estes vasos e ductos são
circundados por TC ao longo de toda sua extensão,
até o término no espaço porta entre os lóbulos
hepáticos.
Lóbulos hepáticos: O hepatócito é o componente
estrutural do fígado, elas estão agrupadas em
placas interconectadas. O lóbulo hepático é
formado por uma massa poligonal de tecido. Em
algumas regiões da periferia dos lóbulos existe TC
com ductos biliares e vasos linfáticos, nervos e
vasos sanguíneos. Estas regiões, os espaços Figura 183: Classificação histológica dos lobos hepáticos. (a)
portas, estão presentes nos cantos dos túbulos. O lóbulo portal; (b) lóbulo hepático; (c) ramos da veia porta; (d)
fígado contém de 3 a 6 por lóbulo, cada um ducto biliar; (e) ramo da artéria hepática. (1) zona periportal, os
hepatocitos sintetizam glicogênio e proteínas plasmáticas; (2) a
contendo um ramo da veia porta, um ramo da zona 2 é uma região intermediária; (3) a zona 3 é a região onde a
artéria hepática, um ducto e vasos linfáticos. O concentração do oxigênio é mais pobre.
ducto, revestido por epitélio cuboide, transporta bile
sintetizadas pelos hepatócitos. Os hepatócitos
estão dispostos no lóbulo hepático, arranjados Hepatócitos
como os tijolos de uma parede. Os espaços entre Células poliédricas, com seis ou mais superfícies.
essas placas contêm capilares, os sinusóides A superfície do hepatócito possui muitos microvilos.
hepáticos. O hepatócito possui um ou dois núcleos
arredondados contendo um ou dois nucléolos o
hepatócito possui abundante RER ou REL.
No REL ocorre a conjugação da bilirrubina tóxica e
hidrofóbica como o glucuronato de bilirrubina, não
tóxico e solúvel em água. A bilirrubina é resultado
da quebra da hematoglobina e é formado pelo
sistema mononuclear fagocitário, sendo
transportado para os hepatócitos.
O hepatócito contém glicogênio, sua quantidade
varia de acordo com um ritmo circadiano e do
estado nutricional do indivíduo. Cada hepatócito
contem cerca de 2.000 mitocôndrias, gotículas
lipídicas. O hepatócito é uma célula com função
endócrina e exócrina, que acumula destoxifica e
transporta diversa substancias.

98
Figura 185: o canalículo biliar e a polaridade dos
hepatócitos. (a) microvilos; (b) canalículos biliar; (c)
domínio basolateral; (d) domínio apical; (e) canalículo
biliar; (f) junções de oclusão; (g) junções comunicante; (h)
microvilos; (i) lúmen do canalículo biliar.

Vesícula biliar
Órgão oco, com forma de pera, aderido à parede
do fígado. A parede da vesícula consiste numa
membrana mucosa composta de epitélio colunar
simples e lamina própria, uma camada de músculo
liso, uma camada de TC perimuscular e uma
Figura 184: reticulo endoplasmático nos hepatócidos. (a) membrana serosa. A camada mucosa possui
RER; (b)REL; (c) glicogênio; (d) gotícula de lipídeos; (e)
canalículo biliar; (f) núcleo; (g) REL; (h) glicogênio; (i) RER.
pregas abundantes que são evidentes quando a
(1) tecido hepático corado com técrica ácida periótica- vesícula está vazia. As células epiteliais são ricas
reativo de Schiff para a demonstração de depósito de em mitocôndrias e possuem núcleo localizado no
glicogênio no citoplasma dos hepatócitos.
tecido basal.

Trato biliar Figura 186: Vesícula biliar. (a) adventícia; (b) túnica
A bili flui através dos canalículos biliares, ductulos muscular; (c) lâmina própria; (d) pregas da mucosa
delimitando uma fenda; (e) lúmen; (f) epitélio simples
biliares e ductos biliares. Estas estruturas fundem- cilíndrico com curtos microvilos irregulares.
se formando uma rede que forma os ductos
hepáticos direito e esquerdo.
Os ductos hepáticos, cístico e biliar comum são
revestidos por uma membrana mucosa com epitélio
colunar simples. A lâmina própria e delgada e
circundada por uma camada de músculo liso
discreto.
O canal biliar define o domínio apical dos
hepatócitos. O domínio basolateral está voltado
para o espaço sinusoidal. Junções de oclusão entre
hepatócitos adjacentes vedam o compartimento do
canalículo biliar.

99
 Síntesede vitamina D;
 Órgão sensorial;
 Sinalização.

TIPO E ORGANIZAÇÃO
A pele apresenta três camadas aderidas umas às
outras.
1. Epiderme: Mais superficial;
2. Derme: Mais profunda:
3. Hipoderme:Ou camada subcutânea;
A pele é classificada em dois tipos:
a. Pele espessa: Recobre as palmas das mãos e
as plantas dos pês possui epiderme grossa;
b. Pele delgada: recobre o resto do corpo, sua
epiderme é fina.

Epiderme
O epitélio estratificado pavimentoso queratinizado
da epiderme é constituído por 4 tipos celulares
diferentes:
1. Queratinócitos:Éo tipo celular predominante,
assim chamado por ser seu principal produto a
queratina;
2. Melanócito: Célula derivada das cristas neural,
responsáveis pela produção de melanina;
3. Células de Langerhans: Células dendriticas
derivadas de precursores da medula óssea,
atuam como célulasapresentadora de antígeno,
interagindo com as células T;
4. Células de Merkel: Células derivadas de cristas
neurais envolvidas na sensação do tato.

Queratinócitos
Os queratinócitos estão organizados em 5 camadas
ou estratos:
 Estrato basal;
 Estrato espinhoso;
 Estrato granuloso;
 Estrato lúcido;
 Estrato córneo.
As primeiras camadas celulares consistem em
células metabolicamente ativas, as células das
últimas camadas sofrem queratinização ou
cornificação, um processo que envolve mudanças
moleculares, celulares e intercelulares. Os
queratinócitos do estrato espinhoso tem forma
PELE
poligonal achatada com um núcleo ovóide.
O tegumento é o maior órgão do corpo humano.
Oestratos granulosos: É composto de várias
Éconstituído por dois componentes:
camadas de queratinócitos nucleadas achatadas
1. Pele;
com grânulos de querato-hialina, de formato
2. Derivados epidérmicos: Unhas, pelos e as
irregular, sem uma membrana limitante associada
glândulassudoríparas e sebáceas que são
aos tenofilamentos.
estruturas anexas.
Os grânulos lamelares: Que aparecem nos
A pele tem como função:
queratinócitos, do estrato espinhoso, aumentam em
 Proteger; quantidade no estrato granuloso, e o produto
 Barreira impermeável; lamelar, o glicolipidios acilglicosilceramida, é
 Regular a temperatura corporal; liberada nos espaços intercelulares.
 Defesa não específica; As junções de oclusão contêm claudina-1 e
 Excreção de sais; claudina-4, encontradas no estrato granuloso. No
100
espaço intercelular, o material lipídico lamelar forma
uma estrutura com multicamadas organizadas em
lamina espessa, cobrindo a superfície dos
queratinócitos da camada superior, o estrato lúcido,
a cobertura glicolipidica proporciona a formação da
barreira impermeável da epiderme.
Oestrato lúcido e córneo:são feitos de várias
camadas queratinizadas sem núcleo e com um
citoplasma com agregados de filamentos
intermediários de queratina, unidas por ligação
cruzadas, com filagrina, por meio de um processo
catalisado pelas transglutinaminases. A filagrina se
agrega aos filamentos intermediários de queratina Figura 188: Organização da pele. (a) derme; (b) hipoderme;
em feixes compactados, levando ao achatamento (c) prega intercapilar; (d) papila dérmica; (e) cristas
dérmicas secundárias.
celular, uma característica do estrato córneo.
Ocomplexo queratino-filagrina é depositado na
face interna da membrana plasmática formando
uma estrutura chamada envoltóriocelular
cornificado.
Os queratinócitos do estrato córneo, são escamas
achatadas com um envoltório celular composto
altamente resistente as escamas, são descamadas
da superfície da epiderme e são continuamente
substituída por queratinócitos do estrato interno.

Figura 189: Camada da epiderme da pele espessa. (a)


Derme; (b) Epiderme; (c) Estrato córneo; (d) Estrato
lucido;(e) Estrato granuloso; (f) Estrato de Malighi; (f1)
Estrato espinhosos; (f2) Estrato basal; (g) Papila dérmica.

Melanocitos
São células com prolongamentos, localizados no
estrato basal da epiderme. Os Melanócitos derivam
do melanoblasto, células precursoras que migram
da crista neural.O desenvolvimento dos
melanoblastos em Melanócitos é controlado pelo
ligante do fator de células-tronco, que interage com
o receptor c-kit, uma tirosina-quinase ligada à
Figura 187: diferenciação de queratinócitos: expressão de
membrana. Os Melanócitos penetram na epiderme
queratinas. (a) Envoltório celular; (b) Liberação de lipídios; em desenvolvimento e permanecem como células
(c) Junção de oclusão; (d) Grânulos de querato-hialina independentes, sem unir, através dos
(filagrina); (e) Queratinas; (f) Grânulos lamelares; (g)
Melanina; (h) Células-tronco; (i) Desmossoma; (j)
desmossomas aos queratinócitos em diferenciação.
Hemidesmossomas; (l) Queratinas; (m) Lâmina basal. (1) Os Melanócitos produzem melanina, que são
Estrato lúcido e córneo; (2) Estrato granuloso; (3) Estrato transferidas aos queratinócitos adjacentes através
espinhoso; (4) estrato basal.
de seus prolongamentos na apresentação de
antígenos às células-T.
As células de Langerhans, com antígeno penetram
nos vasos linfáticos na derme e migram para
linfonodos regionais, onde interagem com células-T
do córtex profundo. As células-T ativadas pelo
antígeno epidérmico, entram na circulação
sanguínea, alcançam o local onde o
antígenoepidérmicoestá presente e liberam
citocinas pro-inflamatórias como objetivo de
neutralizar o antígeno.
Células de Merkel
Parecem-se comos queratinócitos modificados
encontrados no estrato basal, são umerosos nos
101
pares dos dedos. São mecanorreceptores táteis, com a necessidade de perda ou conservação de
mas também tem uma função neuroendócrina. O calor.
citoplasma tem grânulos, e uma pequena placa  O suprimento vascular cutâneo tem a função
nervosa está conectada a um axôniomielínico. A primária de termorregulação;
mielina está ausente no curto segmento do axônio  A função secundaria de nutrição da pele e dos
que penetra na lamina basal da epiderme. anexos cutâneos.
Três redes conectadas são encontradas na pele:
Células de Langerhans 1. Oplexo subpapilar:Correndo ao longo da
Elas derivam de precursores da medula óssea, e camada papilar da derme;
estão na pele do embrião, semanas depois da 2. Oplexo cutâneo: Observado no limite das
chegada dos Melanócito. As células de Langerhans camadas papilares e reticulares da derme.
sãocélulasdendriticasperiférica do sistema 3. Oplexo hipodérmico ou subcutâneo: Permite
imunológico. Ela migra para um linfonodo regional na hipoderme ou tecido adiposo subcutâneo.
para apresentar antígenos às células-T, de modo a a. Oplexo hipodérmico:Dá origem a alça única
iniciar as respostas contra os antígenos estranhos. de capilares dentro de cada papila dérmica o
sangue venoso do plexo subpapilar é
drenado por veiasde plexo cutâneo.

Figura 190: Células imigrantes na epiderme. (a)


Queratinócitos; (b) Melanócito; (c) Lamina basal; (d)
Axônio; (e) mielina; (f) Placa nervosa; (g) Células de
Merkel; (h) células deLangerhans.

Derme
É formada por duas camadas sem limites distintos:
 A camada papilar: com várias papilas que se
interdigitam com pregas epidérmicas formando
junções derme-epidérmica.
 A interfase juncional é estabilizada por
hemidesmossomas que ancoram os
queratinócitos basais à lamina basal.
Os folículos pilosos e as glândulassudoríparas e
sebáceas são derivados epidérmicos presentes em
váriosníveis da derme.

Suprimento sanguíneo e linfatico


A organização dos vasos sanguíneos permite a
modificação rápida do fluxo sanguíneo de acordo

102
SISTEMA ENDÓCRINO
Hormônios
São moléculas que funcionam no organismo como
sinais químicos. São liberados por células
especializadas chamadas células endócrinas,
porque elas secretam para dentro. As células
endócrinas unem-se formando glândulas
endócrinas, as células endócrinas estão sempre
próximas de capilares sanguíneos, que recebem os
hormônios e os distribuem pelo organismo.
Células endócrinas que produzem hormônios que
agem a uma distância curta, um tipo chamado
parócrina (gastrina), outro modo de controle é o
justácrino, onde uma molécula é liberta na matriz
extracelular, difunde-se por esta matriz e atua em
células situadas a uma distância curta de onde
foram liberadas.
No controle autócrino as células podem produzir
moléculas que agem pelas mesmas ou em células
do mesmo tipo. Os tecidos e os órgãos onde os
hormônios atuam são chamados tecidos ou
órgãos-alvo. Estes reagem aos hormônios porque
suas células têm receptores que reconhecem
determinados hormônios e só a eles respondem. As
próprias células endócrinas podem ser células alvo
de outras glândulas endócrinas. Deste modo, o
organismo pode controlar a secreção de hormônios

103
por um mecanismo de retroalimentação (Feedback) regulados pelo TSH, por um mecanismo que inclui a
e manter níveis hormonais plasmáticos adequados sua ligação a seus receptores e a produção de
dentro de limites precisos. monofosfato cíclico de adenosina (AMPc). A fase
exócrina consiste na recaptação de iodeto
GLÃNDULA TIREOIDE inorgânico do sangue, na síntese de tireoglobulina,
Do grego Thyreos = Escudo, Cidos = Forma. e na incorporação de iodo aos resíduos tirosilas da
Desenvolve-se como uma invaginação endodérmica tireoglobulina pela peroxidase tireoidiana. A
mediana na base da língua. A glândula tireoide captação de iodeto exige uma bomba de iodeto
responde ao hormônio estimulador da tireoide impulsionado pelo ATP, a qual se encontra presente
(TSH) em torno da 22ª semana no feto. A ausência na membrana plasmática da superfície basal das
congênita da glândula tireoide causa lesões células foliculares. Este sistema de transporte ativo
neurológicas irreversíveis à criança (Cretinismo). é chamado armadilha do iodeto. O iodeto
A glândula tireoide consiste em dois lobos intracelular se difunde contra seus gradientes de
conectados por uma estreita faixa de tecido concentração e elétrico, de modo a terminar no
tireoidiano chamado istmo. A glândula tireoide esta meio extracelular, mais precisamente no coloide
localizada abaixo da laringe, e os lobos repousam anions ais como o perclorato (ClO-4), são usados
sobre os lados da traqueia. A laringe da um ponto clinicamente como um inibidor competitivo da
de referência conveniente para a localização da bomba do iodeto para bloquear a captação de
tireoide. A glândula tireoide é envolvida por uma iodeto pela células foliculares da tireoide. O reticulo
dupla capsula de tecido conjuntivo. Dois pares de endoplasmático rugoso e o aparelho de Golgi são
glândulas paratireoides estão localizados na locais envolvidos na síntese e na glicosilação da
superfície posterior da glândula tireoide, entre as tireoglobulina, uma glicoproteína com 660 Da
duas capsulas ou fora delas. composto por duas subunidades idênticas. A
tireoglobulina é por exocitose no lúmen folicular,
onde o coloide se encontra. A tireoglobulina contêm
cerca de 140 resíduos de tirosina disponíveis para a
iodação. A peroxidase tireoidiana, a enzima
responsável pela iodação da tireoglobulina, é uma
glicoproteína contendo um radical heme, a qual se
encontra ancorada na membrana da mesma
vesícula de secreção que contém a tireoglobulina.
Histologia Após a exocitose, a peroxidase tireoidiana é exposta
Cada lobo da glândula tireoide consiste em vários na superfície luminal das células foliculares da
folículos. Os folículos da tireoide são as unidades tireoide.
estruturais e funcionais da glândula. Cada folículo é A peroxidase tireoidiana é ativada durante a
formado por uma única camada de células epiteliais exocitose. A peroxidase tireoidiana ativada oxida o
cuboides, que constituem o epitélio folicular, o qual iodeto a iodo dentro do coloide, o iodo é, em
delimita um lúmen central que contem uma seguida, transferido para os resíduos tirosilas
substância caracterizada como coloide, rica em aceptores da tireoglobulina. A fase endócrina inicia-
tireoglobuina, uma glicoproteína iodada, a qual se com a endocitose da tireoglobulina iodada pelas
exibe uma reação positiva ao par. células foliculares, o que é estimulada pelo TSH.
O epitélio folicular contem 10% de células Gotículas de coloides são englobadas por
parafoliculares dispersas, chamadas de células C, pseudópodos apicais e internalizadas para se
elas são derivadas da crista neural, contem tornarem vesículas contendo coloide.
pequenos grânulos citoplasmáticos cujo conteúdo é Componentes do citoesqueleto guiam as gotículas
representado pelo hormônio calcitonina de coloides para os lisossomos, os quais se fundem
armazenado. O epitélio da tireoide encontra-se com as gotículas de coloides.
apoiado sobre uma lâmina de fibras nervosas As enzimas lisossômicas degradam a tireoglobulina
vasomotoras e simpáticas além de capilares iodada para liberar o T3, o T4 e outros produtos
fenestrados, pode ser observado no tecido intermediários iodotirosinas, aminoácidos e
conjuntivo entre os folículos tireoidianos. açúcares são reciclados dentro da célula.
Em seguida, os hormônios da tiroide por um
Função mecanismo a ser determinado e ganham acesso às
Um aspecto importante do epitélio folicular da proteínas transportadoras do soro dentro dos
tireoide é sua capacidade de concentrar o iodeto do capilares fenestrados.
sangue e sintetizar os hormônios tiroxina e Os hormônios da tireoide aumentam a taxa
triodotironina. A síntese e secreção dos hormônios metabólica basais. O local de ação primário de T3 e,
da tireoide envolvem duas fases uma fase exócrina em menor grau, de T4, é o núcleo da célula. O T3
e uma fase endócrina. Ambas as fases são liga-se ao receptor do hormônio da tireoide ligado a
104
uma região especifico do DNA, a qual é chamada de Os receptores sensíveis a Ca2+ encontra-se
elemento responsivo ao hormônio da tireoide (TER), associado à proteína G na membrana plasmática
para induzir a especifica, transcrição genética. Nos das células principais. A ligação de Ca2+ do sangue
cardiócitos, o hormônio da tireoide regula a à região extracelular da CaSR desencadeia a
expressão de genes que codificam o fosfolambano liberação de paratormônio, com uma consequente
no reticulo sarcoplasmático, receptores β- diminuição da concentração de Ca2+ no sangue.
adrenérgicos, Ca2+ ATPase e outros. Na ausência de Quando a concentração de Ca2+, no sangue diminui
T3, receptores nucleares não ocupados ligados ao a secreção paratormônio, é estimulado resultando
TER reprimem os genes que são positivamente em aumento da Ca2+ no sangue. Na maioria das
regulados pelo hormônio da tireoide. células, a Ca2+ entra através de um canal associado
à membrana as células principais da paratireoide
são bastante incomuns porque a Ca2+ é um ligante
para CaSR, resultando na ativação de proteínas G.
as células oxifilicas ou acidofilicas contem
abundantes mitocôndrias, as quais dão estas
células sua coloração típica. Este tipo celular pode
representar células principais em transição.

Figura 191: Estrutura das células foliculares da tireoide: (1) síntese da


tireoglobulina, precursora da triodotironina (T3) e da tiroxina (T4)
inicia-se no RER. (2) a atividade sintética da tireoglobulina pode ser
vista no citoplasma das células foliculares como espaços celulares.
(3) o domínio apical das células foliculares exibe abundantes
lisossomos envolvidos no processamento do pró-hormônio
tireoglobulina em hormônios da tireoide. (a) tireoglobulina; (b)
coloide; (c) aparelho de Golgi; (d) Membrana basal; (e) Coloide; (f)
Pseudópodos; (g) lisossomos; (h) fagossomas.

HIPÓFISE
GLÂNDULAS PARATIREOIDES Do grego Hypo = sob e physis - crescimento.
As glândulas paratireoides são encontradas na Hipófise ou pituitária é um pequeno órgão, localiza-
superfície posterior da glândula tireoide, entre sua se numa cavidade do osso esfenoide, a Sella
capsula e o TC cervical que as circunda. Além das túrcica. A hipófise liga-se ao hipotálamo, situado na
quatro paratireoides, podem ser encontradas base do cérebro, por um pedículo que é a ligação
glândulas acessórias no mediastino ou no pescoço. entre a hipófise e o SNC.
A remoção acidental das paratireoides durante uma A hipófise consiste em duas glândulas, a neuro-
cirurgia da tireoide causa tetania, caracterizada por hipófise e adeno-hipófise, porem exibem funções
espasmos dos músculos torácicos e a laríngea, diferentes. A neuro-hipófise, a porção de origem
levando a asfixia e morte. nervosa, consta de uma porção volumosa, a Parsi
O parênquima das glândulas paratireoides consiste nervosa, e do seu pedículo, o infundíbulo, que se
de tipos de células. Irrigadas por capilares contínua com o hipotálamo.
fenestrados. As células principais, mais numerosas A porção adeno-hipófise esta subdividido em três
e as células oxifilas ou acidófilas. As células se porções.
dispõem em cordões ou aglomerados parecidos a A primeira e mais volumosa é a pars distalis ou
folículos. lobo anterior, a segunda é a porção cranial que
As células principais contem grânulos envolve o infundíbulo, chamado pars tuberalis, a
citoplasmáticos com paratormônio, um peptídeo terceira, chamada neuro-hipófise e a pars distalis,
com 84 aminoácidos derivados de um grande separada desta última pela fissura restante da
precursor de 115 aminoácidos, este precursor da cavidade da bolsa de Rathke. Ao conjunto de pars
origem ao pró-parahormonios, o qual é processado nervosa e pars intermédia também se dá o nome de
por uma enzima proteolítico no aparelho de Golgi lobo posterior da hipófise. A glândula é revestida
em paratormônio. Os paratormônios são por uma cápsula de tecido conjuntivo, contínua com
armazenados em grânulos de secreção. Também a rede de fibras reticulares que suporta as células
vemos inclusões de glicogênio nas células do órgão.
principais.

105
Hipotálamo-hipofisário são organizadas em cordões em torno de vasos
No sistema hipotálamo-hipofisário pelo menos três sanguíneos.
locais em que são produzidos três grupos de Pars-intermédia: Localiza-se na porção dorsal da
hormônios. antiga bolsa de Rathke é em humanos uma região
1. O primeiro grupo é constituído por peptídeos rudimentar composta de cordões e folículos de
produzidos por agregados dos neurônios células fracamente basófilos que contem pequenas
secretores situados no hipotálamo: os núcleos granulas de secreção.
supra-óptico e para ventriculares os hormônio
produzidos por esses neurônios são Neuro-hipófise
transportados ao longo dos seus axônios e Consiste na Pars nervosa e no infundíbulo. A pars
acumulados nas terminações destes axônios, nervosa, não contem células secretoras. Apesar, do
situados na neuro-hipófise. neuro-hipófise seja formada de axônio do neurônio
2. O segundo grupo de hormônios é produzidos por hipotálamo, aproximadamente 25% do volume
neurônios secretores dos núcleos dorso- desta estrutura consiste num tipo especifico de
medianos, dorsoventrais e infundíbulos do células glial ramificada, chamada pituícito.
hipotálamo estes hormônios são levados ao A vasopressina ou hormônio antidiurético é
longo dos axônios até suas terminações na secretado sempre que a pressão osmótica do
eminência mediana, onde são armazenados. sangue aumenta. O estimulo de osmorreceptores
Após sua liberação os hormônios entram nos situado do núcleo supra-óptico. Seu principal efeito
capilares que formam a rede vesicular de é aumentar a permeabilidade dos túbulos coletores
aminência mediana e são transportados para a do rim à água. Assim, a vasopressina ajuda a
adeno-hipófise pelo primeiro trecho do sistema regular o equilíbrio osmótico do ambiente interno.
hipofisário. Em doses altas ela promove a contração do
3. O terceiro grupo de hormônio é constituído de músculo liso de vasos sanguíneos, elevando a
proteína e glicoproteínas produzidas por células pressão sanguínea.
da pars distalis e que entram na rede de
capilares do segundo trecho do sistema porta
hipofisário, a partir de onde são distribuídos pela
circulação sanguínea.

Adeno-hipófise
Par-distalis: seu componente principal são cordões
de células epiteliais entremeadas por capilares
sanguíneos. Os hormônios produzidos por estas
células são armazenados em grânulos de secreção.
Os fibroblastos secretam fibras reticulares que
sustentam os cordões das células produtoras de
hormônios. As atividades das células da par distalis
são controladas por mais de um mecanismo. O
mecanismo principal depende de hormônios
peptídicos produzidos pelos agregados de células
neurossecretores do hipotálamo e armazenados na
eminência mediana, após sua liberação, eles são
transportados à pars distalis pelo plexo capilar
situado na eminência mediana. A maioria desses
hormônios, chamados hormônios
hipofisiotrópicos ou hormônios liberadores
hipotalâmicos, são estimuladores de células de da
pars distalis. Um segundo mecanismo de controle
se deve aos hormônios produzidos por varias
glândulas endócrinas, que agem sobre a liberação
de peptídeos e sobre a função das próprias células
da pars distalis.
Pars-tuberalis: É uma região em forma de funil que
cerca o infundíbulo de neuro-hipófise. A maioria das
células da par tuberalis secretam gonadotropinas e
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Figura 192: Efeitos dos vários hormônios da hipófise em órgão- ADRENAIS
alvo e os mecanismos de retroalimentação que controlam a sua
secreção. (1) células neurossecretoras do hipotálamo São duas glândulas achatadas com forma de meia
produzindo hormônios estimulatórios e inibitórios; (2) pedículo lua. Cada, uma situada sobre o polo superior de
e eminência mediana; (3) Par Nervosa: (a) ADH:absorção de cada rim. O órgão é encapsulado e dividido em
água no rim; (b) oxitocina: contração de células mioepiteliais na
glândula mamaria e contração do útero. (4a) acidófila: (a) duas camadas concêntricas: uma periférica, de cor
hormônio de crescimento via somatomedinas, crescimento do amarelada, chamada cortical ou córtex da adrenal,
osso na placa epifisária; (b) hiperglicemia nos músculos e
elevação da taxa de ácidos graxos livres no tecido adiposo; (c) e outra amarelada chamada de medula cortical.
prolactina: secreção de leite na glândula mamaria. (4b) Essas duas camadas podem ser considerados
Basófila: (a) ACTH: age no córtex adrenal na secreção de órgãos diferentes com funções diferentes, mas
hormônios; (b) TSH: age na tireoide na secreção de hormônios;
(c) FSH: age no desenvolvimento de folículos no ovário, e histologicamente possuem aspecto típico de uma
secreção de estrógeno e espermatogênese nos testículos. (d) glândula endócrina formada de células dispostas
LH: ovulação no ovário e secreção de progesterona, no
testículo secreção de andrógeno. (5) sistema porta hipofisário;
em cordões cercados por capilares sanguíneos.
(6) células neurossecretoras dos núcleos supra-ópticos e
paraventricular produzindo ADH e oxitocina. (7) hipotálamo.

Células cromofilas acidófilas


Secretam o hormônio do crescimento
(somatotrofina). As células secretoras de prolactina,
chamados mamotrofas ou lactotrofas, representam
15% a 20% da população celular da parte distal da
adeno-hipófise.
Hormônio do crescimento: Ele é liberado na
circulação sob a forma de pulsos durante o sono. A
liberação do hormônio do crescimento é regulada Figura 193: Glândulas suprarrenais humanos na parte superior de
por dois neuropeptídios. cada rim. o córtex é mostrado em amarelo e a medula em preto.
Um efeito estimulador é causado pelo hormônio de
liberação do hormônio do crescimento (GHRH). Um Córtex adrenal
efeito inibitório é produzido pela somatostatina e por Devido à diferença na disposição e aparência de
elevados níveis de glicose no sangue. suas células, o córtex adrenal pode ser subdividido
O IGF estimula o crescimento global o crescimento em três camadas concêntricas a zona glomerular, a
dos ossos longos nas placas epifisárias. As células- zona fascilada e a zona reticulada estas camadas
alvo do IGF secretam varias proteínas e proteases ocupam respectivamente 15%, 65% e 7% do
de ligação ao IGF. Estas últimas podem regular a volume total das glândulas suprarrenais.
liberação e a ação de IGF sobre células-alvo por  Zona glomerular: situada imediatamente abaixo
meio da redução das proteínas de ligação ao IGF da capsula de TC e é composta de células
disponíveis. piramidais ou colunares, organizadas em
cordões que têm forma de arco envolvido por
capilares sanguíneos.
 Zona fasciculada: por causa do arranjo das
Prolactina: é uma proteína de cadeia única. o células em cordões de uma ou duas células de
hormônio do crescimento e o lactogênio placentário espessura, retos e retangulares, parecidos a
humano compartilham uma certa homologia de feixes, entremeados por capilares e dispostos
aminoácidos e de atividade sobrepostas. A ação da perpendicularmente à superfície do órgão.
prolactina é estimular o inicio e manutenção da  Zona reticulada: A camada mais interna do
lactação no período pós-parto. A lactação envolve córtex situa-se entre a zona fasciculada e a
as seguintes etapas: medula, contém células dispostas em cordões
1. A mamogênese, o crescimento e irregulares que formam uma rede
desenvolvimento das glândulas mamaria, és anastomosada.
estimulada pelos estrógenos e pela
progesterona, em coordenação com a prolactina
e a lactogênio placentário humano;
2. A lactogênse, o início da lactação, é
desencadeada pela ação da progesterona. A
lactação é inibida durante a gravidez pelos altos
níveis dos estrógenos e da progesterona, os
quais declinam com o parto;
3. A galactopoiese, a manutenção da produção de
leite requer a partição da prolactina e da
ocitocina.

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túbulos contorcidos distais dos rins e também na
mucosa gástrica, nas glândulas salivares e
sudoríparas, estimulando absorção de sódio pelas
células desses locais. Eles podem aumentar a
concentração de sódio no músculo e nos neurônios
do cérebro.

Medula adrenal
É composta de células poliédricas organizadas em
cordões ou aglomerados arredondadas,
sustentadas por uma rede de fibras reticulares.
Todas essas células são envolvidas por uma rede
de vasos sanguíneos. As células do parênquima se
originam de células da crista neural, da mesma
forma como os neurônios dos gânglios do sistema
parassimpático.

Figura 194: (1) Zona glomerulosa: fatores: angiotensina e


corticotropina (ACTH); hormônios: mineralocorticoides (aldosterona);
(a) capilares. (2) Zona fasciculada: fatores corticotropina. Hormônio:
glicocorticoide. (3) zona reticulada: fator: corticotropina. Hormônio:
glicocorticoides e andrógenos.

As células do córtex adrenal não armazenam os


seus produtos de secreção em grânulos, a maior
parte de seus hormônios esteroides é sintetizado e Figura 195:Arquitetura geral e circulação de sangue na glândula
secretado após estímulo. adrenal. (1) capsula; (2) plexo arterial subcapsular; (3) veia supra-
renal; (4) medula; (5) zona reticulada; (6) córtex: (a) artéria medular
Os esteroides secretados pelo córtex podem ser radial; (b) capilares. (7) zona fasciculada; (8) zona glomerulosa.
dividido em três grupos, de acordo com suas ações
fisiológicas principais:
 Glicocorticoides;
 Mineralocorticoides;
 Andrógeno.
A zona glomerulosa, secreta mineralocorticoides
principalmente a aldosterona, que ajuda a manter o ILHOTAS DE LANGERHANS
equilíbrio de eletrólito e de água no organismo. É um micro-órgão endócrinos localizado no
A zona fasciculada e a zona reticulada secretam os pâncreas, onde são vistos como grupos
glicocorticoides cortisona e cortisol ou, arredondados de células, incrustados no tecido
corticosterona, os glicocorticoides regulam o pancreático exócrino. São constituídos por célula
metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios. poligonais ou arredondados, dispostas em cordões,
Essas zonas também produzem andrógenas e uma em volta dos quais existe uma abundante rede de
pequena quantidade de estrógeno. capilares sanguíneos com células endoteliais
A síntese de colesterol a partir de acetado ocorre no fenestradas. Envolvendo a ilhota e separando do
REL e a conversão de colesterol em pregnenolona tecido pancreático restante há uma fina camada de
ocorre nas mitocôndrias. Os glicocorticoides, TC. As células das ilhotas se coram menos
principalmente o cortisol e a corticosterona, têm intensamente, pelo hematoxilina-eosina do que as
efeito profundo no metabolismo de carboidratos, células acinosas, resultando num aspecto mais
como no de proteínas e lipídios. No fígado os claro das ilhotas quando vistas ao microscópio de
glicocorticoides e carboidratos do sangue, luz.
causando o acumulam de fontes de energia, síntese Em humano, as células A tem grânulos de forma
de proteínas e síntese de glicose pelos hepatócitos. regular contendo um centro denso cercado por uma
Eles também estimulam a síntese de glicogênio a região clara sob a membrana. As células B têm
partir de precursores não-glicidicos, um processo grânulos irregulares com um centro formado de
chamado gliconeogênese, polimerização de cristais irregulares de insulina complexados com
moléculas de glicoses em glicogênios, chamadas zinco. As quantidades relativas dos quatro tipos de
glicogênese. Os mineralo corticoides agem nos células presentes em ilhotas não são uniformes,
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variando consideravelmente com o local de ilhota
no pâncreas.

Figura 196: Esquema de célula A e B de ilhotas de Langerhans,


mostrando as principais características. Os grânulos de célula B são
irregulares, enquanto as das células A são arredondados e
uniformes. (a) lâmina basal; (b) fenestrações; (c) desmossomo; (d)
complexo de Golgi; (e) RER; (f) célula B; (g) célula A.

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