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AINDA DÚO

A outra metade

Eu destruí para você esta canção sol


Eu dormi com um rancor que transformou

Sempre retorna a cor do jacarandá


No interior você vê brotar uma realidade

Ele flutua no ar
A velocidade é de um ancestral
Há apenas uma parte
A outra metade não aprende a voar.

Desarme essa dor para ver o que há


esperando atrás da tempestade.

Mais uma vez floresceu o jacarandá


Violeta luz de néon que vê através de nós.

Memórias de Ypacaraí

Uma noite quente nos conhecemos


Junto ao lago azul de Ypacaraí
Você cantou triste pelo caminho
Melodias velhas em Guarani

E com a magia de suas canções


Ia nascendo seu amor em mim
E na bela noite de lua cheia
De suas mãos brancas senti o calor
Que com seus toques me deu amor

Onde você está agora , kuñataí


Que sua doce canção não chega a mim
Onde está você agora
Meu ser o ama loucamente

Tudo lembra meu doce amor


Junto ao lago azul de Ypacaraí
Tudo lembra-
Meu amor te chama, kuñataí
Samba do mar

A energia das ondas


que se vão para retornar
Sua voz rouca
se desarma aos meus pés
Sou o abismo e o abrigo de uma vez.

De tanto acariciar
as bordas do seu sal,
todo o azul
transformou em paz
cada tristeza amontoada.

Um ainda imenso espelho


que me ajuda a ver o meu centro
As marés estão à procura de alguém
para dançar,
Eles suavizam as palavras
perto do mar.

Ainda

Pouco a pouco, essa porta fechada


Cheiro de barro e madeira
Marés de lua de pesca,
eternos cochilos sem dormir.

Milhares de sons que deslizam no vento


Memórias de areia molhada
Todo o calor do inverno
traçado com tinta e papel.

Tire um tempo de vez em quando para improvisar


Tanta calma desespera
e falta caminhar.

O esforço por captar uma ironia


Sopros de principiante
Toda a cor desse fogo
hipnotizante insistiu.

Ainda me persegue o assombro


se cada momento eu o nomeio
Às vezes, eu volto para casa
com minha memória, a crescer.
Em silêncio

Meus reflexos se vão.


Meu sorriso é expansão silenciosa
indisfarçável.

Uma pegada de animais


marca cada medida.
Eu vou, eu vou em silêncio,
para ver o que é.

Há um ponto onde o mundo


ouve a parada do vento,
Eu me acostumo com esse curso
e eu deixo-me ir,
Passo a passo,
a letargia toma conta de mim .

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