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05 de julho de 2032 Ano XXII - nº 485 Preço normal R$ 5,00 - promoção R$ 1,00
Todas as notícias na capa deste jornal são fictícias. Não se iluda: na maioria dos outros, também. Só não têm esse aviso.
Expediente
E
pelo visto, eles já começaram: a primeira faixa de artistas nacionais das
lançada no site MySpace, referência mundial em décadas de 80 e 90, e
novos talentos musicais, chegou ao primeiro lu- são influência certa na
gar no ranking brasileiro. A música “Te esperar” já ob- sonoridade da RG.
teve mais de 25 mil execuções e começa a ser bem toca- João Paulo, o guitarris-
da também nas rádios locais. O início dessa caminhada ta e vocalista, também
para o sucesso começou há mais de oito anos. Antes de tem a música no berço.
se tornar o vocalista da banda, o também guitarrista Sua mãe, Vania Perei-
João Paulo fazia dupla com o músico Felipe, que hoje ra, hoje produtora da
mora fora do país. Os então adolescentes se apresen- banda, também foi
tavam tocando sucessos da MPB e pop-rock em barzi- musicista profissio-
nhos da cidade. Um dia, surgiu o convite para uma par- nal durante décadas.
ticipação em um grande show, durante a comemoração Com total apoio
do aniversário da rede de supermercados Só Ofertas. dentro de casa, ele
Para tanto, eles precisariam de uma banda, e convoca- procurou ir além do
ram o baixista Róbson e os irmãos gêmeos Gilli e Villi, domínio do seu ins-
respectivamente guitarrista e baterista. Nesse momen- trumento e da téc-
to, surgia a formação que mais tarde se tornaria a banda nica vocal: depois
RG. “Depois disso, ainda ficamos um bom tempo sem de cursar o conser-
nome. o RG surgiu oficialmente há quase quatro anos”, vatório, das aulas
explica João. de música e tocar
A mistura de influências de todos tem um ponto em co- em barzinhos, fez
mum. “Não nos abraçamos à modismos musicais, nos- a faculdade de produção musical e
sa base é mesmo o rock-pop-funk-soul-black music. assina o seu primeiro trabalho, o álbum “Preto no Branco”.
Se você toca o que gosta, fica 100% feliz. Se o público Todo o CD foi gravado e produzido utilizando equipamen- A cada passo, o fã-clube a tiracolo
também gosta, aí fica 200%”, explica o baixista Robson tos profissionais, porém em sua própria casa, dispensando
Jr., filho do saudoso músico Robson Jorge, autor de cen- caríssimos estúdios de gravação. A ótima qualidade final do João Paulo começou a reunir parte dos
tenas de sucessos gravados e regravados até hoje. Os trabalho prova que o investimento no curso e a dedicação do atuais fãs da RG durante as apresenta-
arranjos do multi-instrumentista, compositor e produ- músico/produtor fizeram toda a diferença. ções na Adega Don Arthuro, onde ele
tor marcaram presença na grande maioria dos discos “O João Paulo passou para a toca há anos, desde antes da banda existir
banda uma concepção mais “de verdade”. Com a formação completa
profissional da música”, e músicas próprias, cada vez mais o pú-
conclui Gilli Ribeiro, que blico cativo aumentava. Em 2009, ao se
juntamente com seu irmão apresentarem na final do 8º Festival Na-
Villi, respectivamente, gui- cional Coletânea de Bandas, no Rio de Ja-
tarrista e baterista, come- neiro, um enorme fã-clube acompanhou
çaram na música quase por o grupo, lotando um ônibus de torcedo-
acaso, aprendendo a tocar res que incentivaram a apresentação. A
na igreja católica. Na épo- RG foi a grande vencedora do concurso.
ca, um “botava pilha” no Daí em diante, foram shows em lugares
outro em relação à possí- como o Circo Voador, Hard Rock Cafe
vel carreira. Gilli passou a e o circuito de Lonas Culturais cariocas,
tomar aulas de violão com mas o compromisso com o público lo-
João na igreja, e quando cal era de que o lançamento do primeiro
surgiu a necessidade de CD da banda fosse realizado com uma
montar a banda para o apresentação na Praça Antônio Raposo,
show, o convite veio para em Araruama, o que aconteceu no dia
ele e seu irmão, que havia 25 de junho. O show reuniu um público
começado a tocar bateria enorme, e contou com a participação de
há apenas seis meses. diversos convidados.
A
relação e a conexão entre o cibermundo e a ci-
dade de Araruama sempre se deu aos tapas e
beijos. Nos primórdios da internet o município
foi uma das primeiras cidades da região a ter um pro-
vedor de acesso local, ainda nos tempos da “conexão
discada”, e ao mesmo tempo, foi um dos poucos a não
ter número local gratuito para acesso, como oferecido
pelos grandes provedores em quase todo o estado. Ten-
tativas de democratizar o acesso à internet por meio de
projetos como o “Farol do Saber”, implantado na gestão
do ex-prefeito Chiquinho do Atacadão, e que oferecia
computadores conectados à web em praça pública 24
horas por dia, funcionaram parcialmente ao promover
a inclusão digital à muitos, mas falharam na prática,
pelo constante mau-funcionamento dos equipamentos,
manutenção deficiente e restrições ao uso. As lan-hou- econômicas variadas. Ainda assim, estamos um pou- conectando localidades onde a Oi não alcança e deso-
ses proliferaram pela cidade, e hoje podem ser encon- co atrasados no que se refere à velocidade de conexão. brigando o usuário a ter também uma linha telefônica
tradas em várias localidades no interior do município. A Oi Velox oferece taxas de download e upload bem fixa. Hoje e cada vez mais, o araruamense dá à Grande
Com a chegada da banda-larga e barateamento dos mais lentas aqui do que na capital do estado e cobra o Rede a preferência nos quesitos relacionados a lazer,
computadores, houve uma explosão no setor, surgin- mesmo valor por isso. Como opção, temos provedores comércio, informação e comunicação, seja com o outro
do daí novos perfis de internautas, de idades e classes locais via rádio e a cabo, como a Rede Lagos e a Intnet, lado do mundo ou com o vizinho da esquina.
contra o cadeião
falar sobre uma das possíveis prevenções
do problema, que passa pela educação e
acolhimento do menor, dando estrutura
para a formação de adultos saudáveis e
podendo mudar o futuro de muitos. Visi-
tamos um projeto realizado por voluntá-
rios que transforma a realidade de crian- Projetos sociais visando o apoio ao menor são desenvolvidos por enti-
ças e suas famílias em Morro Grande. dades não-governamentais com o apoio de empresários e da população
A
ACCBA - Associação Centro parou de chegar e o aten-
Cultural Bebedouro das Araras dimento teve de ser re-
– é uma entidade não-governa- duzido à apenas um dia
mental presidida pela assistente social Re- na semana, às quartas-
nata Godoy. Nada mais clichê se formos -feiras. “Hoje, temos o
resumir o trabalho em uma frase. Porém, apoio do voluntariado,
na prática o trabalho se desdobra de uma como o da equipe do sr.
forma bem mais complexa. Estivemos no Paulo Rolim, que pro-
sítio da família de Renata, que ela visita- cura sempre estar reali-
va frequentemente em Morro Grande há zando trabalhos volta-
mais de dez anos. Por ser assistente social, dos às comunidades em
logo percebeu as carências e dificuldades toda a cidade. Por meio
da comunidade, completadas pela ociosi- dele, realizamos no dia
dade infantil, e alto índice de desemprego 4 de junho a Festa da
e alcoolismo dos adultos, tema recorren- Esperança para a comunidade local, e pudemos
te e preocupante em todo o município, e oferecer mais um dia de lazer e alimentação a
que acarreta inúmeros outros problemas. todos.
Renata reuniu a família e amigos para co- O apoio do voluntariado é fundamental. E quem
meçar a disponibilizar o que tinham em quiser conhecer a ACCBA, basta acessar o site e
mãos para a comunidade. Primeiro, abriu o blog da associação, www.accba.org.br, www.
a quadra polivalente do sítio para pro- accbacultural.blogspot.com, ou pelo telefone
porcionar uma opção de lazer e esporte (22)9939-7761.
às crianças do local. Seu irmão, biólogo, Paulo Rolim, hoje voluntário da ACCBA, ao
e sua mãe, psicóloga, logo se ofereceram conhecer o projeto e saber do corte de verbas
para desenvolverem projetos e atenderem ocorrido e conhecendo a realidade das famílias
a população. O próximo passo foi legali- desempregadas e carentes do local, não ficou pa-
zar a instituição como ONG, o que acon- rado. “Fiquei triste, sim, quando soube que não
teceu oficialmente em 2009, e conseguir tinha nem mais alimentos. As crianças precisam
um convênio com a FIA – Fundação da do que é distribuído aqui. Neste evento, eu e mi-
Infância e Adolescência, a fim de ampliar nha equipe - Junior, Cleber, Cabo Hernani e Da-
o trabalho assistencial. A ACCBA chegou niele, fizemos a doação de leite. Através de con-
a desenvolver projetos oferecendo karatê, tatos com os amigos, consegui também roupas
capoeira, maculelê, reciclagem 3R, dança, novas para doação”, conta orgulhoso. Ele conta
horta comunitária, futebol de salão e bas- que, por seu intermédio, o instrutor de karatê,
quete, leitura, além do atendimento social Cabo Hernani, que também é o coordenador
e psicológico, abertos à toda a comunida- das equipes de karatê das UPPs em todo o RJ,
de de terça à sexta-feira. Porém, de algum chegou ao projeto e ministra aulas na ACCBA
tempo para cá, o apoio financeiro da FIA semanalmente.
D
esde a nossa primeira edição, pensamos em gueteira do Maracanã”, passando por programas de
Reprodução d a Web
criar um espaço no O CARAPEBA para di- TV e inclusive posando para a edição de aniversário
vulgar histórias de moradores de Araruama da Playboy, que ao vender milhares de revistas com o
que, fora de nossa cidade, alcançaram destaque por episódio, escapou da enorme crise financeira nacional
algum motivo, seja por algum talento específico ou que ameaçava a publicação naquele instante.
por vivenciarem situações inusitadas. Anos depois, Rosenery saiu dos holofotes da mídia,
Nessa série de matérias, uma das entrevistadas seria que tanto a maltratou quanto a acolheu. Casou com
uma pessoa que viveu os seus chamados “15 minu- um militar, teve filhos, e morou em várias cidades do
tos de fama” no ano de 1989, durante as eliminatórias Brasil. Ao retornar para o Rio de Janeiro, ela escolheu
para a Copa do Mundo de 1990. Relembremos o caso: Araruama para viver, procurando manter o total ano-
O Brasil não fazia uma boa campanha e corria sério nimato e fugindo dos jornais, revistas e emissoras de
risco de não se classificar para o mundial de seleções, TV que volta e meia insistiam em relembrar o caso. Ela
que iria acontecer na Itália. A partida contra o Chile, passou a ser conhecida apenas como Rose, uma dona
disputada em um Maracanã lotado, iria definir quem de casa que curtia sempre um pagodinho com chur-
ficaria com a vaga. rasco e comandava um barzinho que vivia sempre em
O clima era tenso. Na metade do segundo tempo, o festa, juntamente com seus filhos e marido, na Fazen-
Brasil vencia por um a zero e o goleiro chileno Rojas dinha. Ao tentarmos contato para uma entrevista, há
Em seu perfil no Orkut, a música preferida de Rose- cometido nenhuma tentativa de agressão. O projétil Brasileiro é muito
nery, “Lágrimas e chuva”, (Kid Abelha), fala por ela. não continha pólvora e nem poderia causar ferimen-
Publicamos a letra em sua homenagem. tos do tipo apresentado pelo goleiro. Rojas aproveitou “bonzinho” mesmo...
que o objeto havia caído próximo a ele, como mostra- Muita gente deve estar se perguntando sobre o pa-
Eu perco o sono e O mundo é mui- radeiro do outro protagonista dessa história, o ex-
choro, sei que qua- to injusto, eu dou ram imagens de TV, e simulou que havia sido atingi-
do, e com a ajuda de uma pequena lâmina escondida -goleiro chileno Rojas. Em entrevista, dez anos após
se desespero, mas plantão nos meus
em sua luva, cortou o próprio supercílio para provo- a partida, ele declarou: “Me cortei com uma gilete e
não sei por quê. problemas que eu
A noite é muito lon- quero esquecer car o sangramento, causando uma confusão imediata a farsa foi descoberta. Foi um corte à minha digni-
ga, eu sou capaz de Será que existe e uma farsa que entrou para a história. dade. Tive problemas em casa com minha mulher,
certas coisas que alguém, ou algum Depois de descoberta a armação chilena, o caso ren- meus amigos me deram as costas… Mas se tivesse
eu não quis fazer. motivo importante deu a eles quatro anos de afastamento dos eventos sido um argentino, uruguaio ou brasileiro não te-
Será que alguma Que justifique a vida futebolísticos internacionais impedindo que a seleção ria sido suspenso, mas como eu sou chileno não me
coisa, nisso tudo, ou pelo menos este deram a possibilidade de reivindicar o meu direito”,
do Chile disputasse não só a Copa do Mundo da Itália,
faz sentido? instante? lamentou.
A vida é sempre Eu vou contando as em 1990, mas também as Eliminatórias da Copa de
1994, nos Estados Unidos. Depois da farsa descoberta, ele foi banido do futebol
um risco, eu tenho horas e fico ouvindo pela FIFA e anistiado anos depois, em 2001. Ele foi
medo do perigo. passos. Mesmo não sendo responsável pelo ferimento do go-
leiro, Rosinery foi julgada por lançar o foguete e ainda bem acolhido pelo São Paulo Futebol Clube, que lhe
Lágrimas e chuva Quem sabe o fim da
molham o vidro da história de mil e uma teve que pagar uma multa. Com a exposição na mídia, deu um cargo de treinador de goleiros e um ótimo
janela, mas nin- noites de suspense ela acabou se tornando uma celebridade instantânea salário, quando na verdade nem em seu país o canas-
guém me vê no meu quarto. da época pré-internet, sendo conhecida como “a Fo- trão conseguia emprego.
ETs em Araru
o ET de Araruama, que fez sucesso em todo o país no dia 3 de julho
ao ter a sua história revelada pelo programa do SBT Domingo Legal,
apresentado por Celso Portiolli.
O CARAPEBA: Em primeiro lugar, cabe ressaltar ET: Com os homens nada, que eu não sou chegado do pra ver qualé. Mas aí, ano que vem, não esqueça:
que é uma emoção para nós, do O CARAPEBA, reali- nessa parada. Mas com as muié, he he he, nós já tamo Pra Araruama se desenvolver, vote em ET!
zar esse contato imediato de quarto grau. ET, como você pegando geral... Ontem mesmo lá na Gigi... uhulll! ET curtindo o sabadão na beira da
lagoa. Ele diz ter engordado 20 kg
veio parar em Araruama? O que te trouxe para cá? desde que veio para Araruama
O CARAPEBA: Já que é assim, quais são os seus
ET: Meu camarada, o que me trouxe pra cá foi meu planos? O que o senhor pretende fazer por aqui?
disco voador, he he he... pô, vocês ficam divulgando o
turismo da cidade e não sabem porque a gente vem... ET: Meu parceiro, eu agora já me sinto local aqui. Te-
mó legal esse lugar aqui... lagoazinha show, praia ba- nho uma galera que a gente bate um pagode, estou
cana, peixe frito, cerveja gelada... daí, gostei. Comprei pensando aí em gravar um cedêzinho, pra divulgar o
um lotezinho, construí o meu cafofo e todo fim de se- trabalho. Quero ver se a Prefeitura me dá uma força,
mana vem eu e mais uma galera curtir. Antigamente pô, eu tô dando a mó mídia pra cidade. Vou aproveitar
eu ia pra Varginha, em Minas, mas lá era meio caído. o embalo e ano que vem, eu também tô jogando meu
nome na política, vê se arrumo uns votinho... tô trans-
O CARAPEBA: E o que vocês pretendem fazer ferindo meu título e o da minha família pra cá. Ainda
com os homens da Terra? não fechei com candidato a prefeito, não. Tô esperan-
4 de julho de 2011 • Acabou nada! Tem mais no site: www.ocarapeba.com.br matérias atualizadas diariamente 12