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24/11/2018 Como Vitória largou o emprego e virou DreadHot, camgirl e estrela pornô - Entretenimento - BOL Notícias

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Como Vitória largou o emprego e virou DreadHot, camgirl e estrela pornô


24/11/2018 04h00
Osmar Portilho
Do UOL, em São Paulo

Divulgação

Em 9 de outubro, DreadHot subiu ao palco do prêmio Sexy Hot para receber o prêmio de "Revelação do Ano - LGBT" pelo filme "5 Para Um". A
conquista certamente pareceria surreal para Vitória Schwarzelühr, aos 25, que anos antes tentava carreira no mundo da publicidade até conhecer o
mundo das camgirls e o "camming", termo usado para profissionais exibicionistas em sites adultos especializados.

"Resolvi pedir demissão para entrar de cabeça mesmo. Eu comecei através do 'camming' e uma amiga minha tava comentando o que ela fazia como
camgirl. Me interessei. Eu já tinha me formado, mas não recebia um salário muito legal. A área de publicidade é bem intensa. Eu estava meio
desgostosa com a rotina", disse ao UOL.

O apelido DreadHot é óbvio: Vitória possui longos dreadlocks que já se tornaram marca registrada para sua legião de fãs na internet. São 58 mil
seguidores no Twitter e 170 mil inscritos no YouTube. No Instagram, chegou a ter 130 mil seguidores, mas teve sua conta banida pela terceira vez.
"Instagram tem um certo preconceito com atrizes pornô e com peitos de mulher, não é?".

Divulgação E não é só o insistente algoritmo do Instagram que caça mamilos femininos nas fotos para excluí-
las. DreadHot ocasionalmente lida com certa perseguição de alguns usuários, principalmente por
expor seu posicionamento político durante o período eleitoral. "É importante eu me posicionar. No
começo eu não queria porque isso afetou meu trabalho. Eu quase perdi minha conta por causa de
política porque foi logo depois que ela foi suspensa. Eu fico nervosa, chateada, não por ser atacada,
mas por saber de pessoas que fazem esse tipo de coisa com o próximo. Eu sou muito da paz".
Desta vez, as denúncias dos usuários tiraram sua conta mais uma vez do ar.

"Eu exponho porque quanto mais você mostra esse tipo de atitude mais mostra como isso é
negativo. Isso pode influenciar outras pessoas a pensar de uma maneira diferente. Tento lidar de
uma maneira orgânica. Eu tento não deixar isso me influenciar porque senão a gente fica doente.
Pretendo continuar falando o que penso. Dei uma esfriada no Instagram falando mais sobre o meu
trabalho".

O começo e a mãe
A transição dos corredores das agências de publicidade para as webcams foi gradual. ?Pensei em
ver como era, pode ser uma grana extra. Não pretendia largar meu trabalho. Eu namorava já na
época, troquei uma ideia com ele, que achou um pouco estranho, mas resolvemos tentar e se a
gente tivesse alguma limitação pessoal a gente pararia de fazer", contou.

Nas primeiras vezes em que apareceu nua em frente às câmeras, DreadHot rapidamente interagiu
com um mundo desconhecido até então. "No final acabamos curtindo e eu achei muito da hora o
Antes de virar DreadHot, Vitória trabalhava momento. Não só a putaria, mas conhecer pessoas e escutar experiências diferentes. São desejos
em agências de publicidade diversos que podem ter no mundo. Fiquei encantada com o 'camming'".

Como camgirl, DreadHot tem seu conteúdo monetizado de diversas maneiras. Seja em
transmissões ao vivo ou conteúdo on demand. Nos sites ManyVids ou Câmera Privê, por exemplo, os usuários podem optar por assinaturas ou
comprar conteúdos individuais. Na primeira plataforma, os vídeos da atriz são oferecidos por preços que variam entre US$ 3,99 a US$ 19,99. Isso sem
falar no YouTube, onde fala sobre sexo e relacionamento. É lá, no canal QG da Dread, onde ela também fala sobre o momento que sua escolha de
carreira esbarrou num ponto familiar: a mãe.

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No vídeo, que hoje tem quase 400 mil visualizações, ela e Amélia contam sobre o momento da revelação e o período em que ficaram três meses sem
se falar. "Eu descobri por ela mesma. Perguntava toda hora como estava de profissão, não me pedia mais nada. Até uma hora que ela me chamou", diz
a mãe da atriz no vídeo.

PASSA A BOLA COM A MINHA MÃE

"Fiquei bem chocada"


Questionada sobre seu primeiro contato com o mundo da pornografia, DreadHot tem a cena guardada nitidamente na memória. "Lembro do momento e
foi bem bizarro até. Lembro até da cena. Era uma mulher loira em uma cena hétero. Era um jardim e tinha uma mesa branca de ferro. Era loira e
peituda, óbvio, né? Com bronzeamento artificial", brincou.

"Ela tava de pé apoiada na mesa. O cara tava comendo ela. Eu tinha uns 10 ou 11 anos e foi escondido da minha mãe. Eu tava de madrugada na sala
vendo TV, acho que era no Multishow. Assisti à cena sozinha e fiquei bem chocada. Eu não sabia se estava gostando porque era um pornô bem
mainstream, que eu não curto muito".

Divulgação

Depois das lives, os filmes


A rotina de DreadHot só se intensificou com o crescimento do seu público. "É muita coisa. Eu vou pra academia de manhã, faço aulas de dança tribal
fusion e no período da tarde e noite eu trabalho. Faço minhas lives, gravação de conteúdo amador e pro YouTube à noite. Rede social é o dia inteiro,
não tem como deixar só um período. Fico o dia inteiro mexendo nas redes", explicou. "Passo horas no stories. Consome uma parte muito grande do
meu dia, infelizmente. Puta vício. Mas para o pornô o Twitter é o melhor".

Nas lives, os usuários que acompanham DreadHot podem adquirir planos para ter determinados acessos exclusivos nas salas ou conteúdos extras.
Sua fama trouxe naturalmente o convite para atuar em um filme pornô, o que a deixou relutante no início.

"Depois vieram os vídeos com a XPlastic, que é uma produtora que também trabalha com vídeos amadores. Eles deram a ideia da gente gravar vídeos
pra eles comprarem e começamos a produzir em casa. Aí começamos a nos apaixonar", disse a atriz, que atua sempre em cenas hétero com o marido,
Alemão, que também não atua com outras mulheres.

"O convite pra fazer um filme com referência sobre maconha era minha cara. Gostei muito do tema e por isso aceitei. Até então não queria muito entrar
para os filmes pornô. A galera é muito de boa e vi um lado do pornô que eu não conhecia. Eu achava que a equipe era escrota, sabe? Enfim, sempre
tive muito preconceito. Fui conhecendo, vivenciando e me apaixonei".

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