Um pequeno artigo sobre a palestra do diretor do Curso de Jornalismo Intensivo do Estadão,
Francisco Ornellas
A importância de sair do Foco
Na última terça,o diretor do curso caça-talentos do Estadão, Francisco Ornellas, esteve no
Bom Jesus Ielusc para dar uma palestra aos alunos da disciplina de Introdução ao Jornalismo. O local estava cheio, mas Francisco, que tem vasta experiência na área de comunicação, demonstrou estar a vontade entre os alunos, e se dirigia a todos com bastante simplicidade e entusiasmo. Pode- se dizer que ele é um jornalista da época em que não era necessário diploma ou até mesmo experiência para se tornar um repórter. Época em que também se formaram jornalistas renomados, muitos destes, autores de livros que são a base para estudos nos dias de hoje. Ao contar como iniciou a carreira, Francisco relata como foi uma das suas primeiras gafes em reportagens. Recém-chegado em São Paulo, com cerca de 22 anos, Francisco escreveu uma notícia informando que um carro caiu de uma garagem com portão automático, e isso repercutiu no mercado de portões. Ouvir essas experiências é muito importante para quem quer ser jornalista. Afinal, ninguém gostaria de aprender dessa forma o poder e a responsabilidade de um veículo de comunicação. Nada como compartilhar experiências do dia-a-dia de um repórter, e histórias de grandes reportagens. Mas ao assistir a palestra, prestei uma atenção especial quando ouvi sobre planejamento de carreira, empregabilidade, e competências. A princípio, esse que não era o foco da palestra, se tornou o assunto mais interessante da noite. Talvez por não ser uma disciplina da grade, ou simplesmente porque os métodos foram explicados de forma simples, e ao mesmo tempo inovadora. Se alguns consideram o conteúdo como simples passos para a empregabilidade, quer dizer que nem todos compartilham da mesma opinião. Mas a palestra poderia ser vista até como um manual, resumido, de como fazer uma profissão dar certo. Serve para um jornalista, repórter, ou qualquer outra profissão, mas não é uma receita. Afinal, nem sempre um conselho pode ser transformado em método, como “ame o que faz”. Gostar de fazer algo não é uma técnica, e se é, não é facilmente aplicável. Para compreender a relação que isso tem com a palestra de Francisco Ornelas, é só lembrar de uma das suas frases: “descubra sua personalidade”. Seja alguém divertido e perseverante, ou ousado e dedicado, não importa qual, só descubra sua personalidade e seja ela, completa durante a palestra. Muitos alunos não conseguem fazer uma boa matéria em quatro anos de faculdade. E outros, depois que deixam de ser alunos, durante toda vida. Proponho uma reflexão, uma matéria tem personalidade? Acredito que sim. Mas se o aluno não conhecer sua própria personalidade, ou não lhe dar o valor suficiente, como vai se posicionar com credibilidade ou fazer uma boa matéria? Percebe-se que uma grade curricular não oferece subsídio suficiente para a carreira de um estudante. Neste sentido, sair um pouco do foco pode ser importante, e isso ficou bem claro durante a palestra. Uma simples forma diferenciada de ver as coisas, um pouco mais de leveza, pode fazer total diferença para a formação de um grande jornalista. Em outras palavras a palestra do Francisco, e também a do Joel, no início deste ano, foram essenciais para quem quer se tornar competente, e ser bom. Afinal, a frase do Chico diz “Aqui entre nós, competência é aquilo que você é bom, os outros acreditam e contam para mais gente.”