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Introdução à Bolsa de Valores

Introdução

A grande maioria dos investidores que inicia suas aplicações na bolsa de valores o faz sem o
mínimo critério. Não é difícil encontrar pessoas que começam a investir já contando com os lucros
futuros e encerram suas aplicações pouco tempo depois com um enorme sentimento de
frustração e, o que é pior, com algum prejuízo no seu capital.

Ao iniciar suas aplicações, todo investidor tem como objetivo principal aumentar seu patrimônio.
Se hoje você aplicasse R$ 100.000,00 em ações sua expectativa seria de resgatar seu capital
considerando as seguintes situações:

1. Que o capital resgatado fosse suficiente para ter de volta os R$ 100.000,00 investidos,
corrigidos pela inflação, de modo a manter o poder de compra deste capital.

2. Resgatar um “X” acima do valor citado no item 1 de modo que esse “X” represente um aumento
do seu montante.

O principal objetivo deste curso é mostrar que em qualquer aplicação financeira, da caderneta de
poupança à aplicação em ações, o aumento do capital não deve ser a causa e sim a
conseqüência de um criterioso estudo de todos os fatores que podem afetar a rentabilidade das
suas aplicações. Em outras palavras, queremos mostrar a importância da educação financeira
para o aumento do seu capital, medido pelo valor do seu patrimônio em ações, imóveis, renda fixa
etc.

Ao final deste curso você estará pronto para iniciar seus investimentos em ações de forma segura.
Saberá qual o papel de cada um dos participantes do mercado e como e presença deles é vital
para o sucesso de suas aplicações. Com o conhecimento e o aprendizado adquiridos neste curso
você poderá investir de forma consciente e utilizando estratégias operacionais bem sucedidas nos
múltiplos mercados de renda variável, aprendendo a lidar com as mais diversas situações que
afetam a rentabilidade de seus negócios.

Panorama geral do mercado de capitais

2.1 – O mercado de capitais


O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários que tem o objetivo de
proporcionar liquidez aos títulos de emissão das empresas, viabilizando seu processo de
capitalização.

Os principais participantes deste mercado são as bolsas de valores e as sociedades corretoras de


valores. Além disso, uma estrutura de regulação deste mercado foi desenvolvida ao longo dos
últimos anos. Esse assunto será tema específico de uma parte do curso.

Vários tipos de títulos são negociados no mercado de capitais, O nosso foco será a apresentação
das características dos títulos que representam o capital social das empresas (as ações) e
algumas das principais estratégias operacionais utilizadas por grandes investidores com objetivo
de conseguir bons lucros em suas operações.

2.2 - O que é uma bolsa de valores

Um dos fatores fundamentais na decisão do investidor quando compra ações é a possibilidade de


que, mais tarde, ao necessitar do total ou de parte do capital investido, possa desfazer-se delas e
resgatar seu dinheiro.

A bolsa de valores é o mercado em que se compram e vendem ações e outros títulos emitidos
pelas empresas de capital aberto. Está aberta a todo tipo de investidor e de instituições e é
regulada oficialmente pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Banco Central
(BACEN). Além de seu papel básico de oferecer um mercado para a cotação/negociação dos
títulos nela registrados a bolsa deve orientar e fiscalizar seus membros, facilitar a divulgação
constante de informações sobre as empresas e sobre os negócios que se realizam sob seu
controle. A bolsa de valores oferece aos investidores a possibilidade de negociar suas ações,
conferindo liquidez às aplicações de curto e longo prazo realizadas em seu ambiente de
negociação.

Através das bolsas de valores é possível estimular o investimento em empresas em expansão,


que, diante desse apoio poderão assegurar condições para seu crescimento, gerando empregos,
renda e movimentando a economia do país.

No Brasil, a Bovespa (Bolsa de Valores do país) tem o papel de oferecer as empresas e aos
investidores um ambiente de negociação adequado, com agilidade, segurança e transparência na
execução das operações. Na Bovespa são negociados, regularmente, ações de companhias
abertas, opções sobre ações, direitos e bônus de subscrição, cotas de fundos de investimento,
dentre outros. Existem na Bovespa três tipos de mercados disponíveis para a negociação dos
títulos citados.São eles: o mercado à vista, mercado à termo e o mercado de opções.

Mercado à vista – nele são realizadas as operações de compra e venda de ativos admitidos para
negociação no pregão da Bovespa tais como ações de emissão das companhias abertas.
Mercado a termo – as operações são realizadas com prazos de liquidação definidos no momento
da abertura da operação.
Mercado de opções – são negociados direitos de compra/venda de um lote de ações, com
preços e prazos preestabelecidos.

2.3 - Perspectiva histórica da Bovespa

Com mais de 100 anos de história, a Bovespa passou por profundas transformações antes de se
tornar um dos maiores centros de negociação de ações de todo o planeta. A seguir listamos os
principais acontecimentos desde a inauguração da chamada Bolsa Livre em meados de 1890.

1890 – Fundação da Bolsa Livre, fechada em 1891 em decorrência da política de encilhamento


em curso no Brasil.

1895 – Fundação da Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo. As negociações de títulos públicos
e de ações eram registradas em grandes quadros-negros de pedra.

1934 – Mudança de nome para Bolsa Oficial de Valores de São Paulo.

1967 – Surgimento das sociedades corretoras de valores e do operador de pregão. Nessa época,
a bolsa passa a se chamar Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA).

1972 – Implantação do pregão automatizado com o envio de informações em tempo real.

1990 – Início das negociações em pregão eletrônico em paralelo com o sistema tradicional de viva
voz.

1997 – Implantação do Mega Bolsa, plataforma de processamento de informações e


envio/recebimento/execução de ordens no pregão da bolsa.

1999 – Lançamento do sistema de Home Broker, possibilitando ao investidor transmitir suas


ordens diretamente ao mega bolsa.

2007 – Abertura de capital da BOVESPA, que passa a ser chamada de Bovespa Holding.

2008 – Integração da Bovespa Holding S.A e da BM&F S.A (Bolsa de Mercadorias de Futuros), a
terceira maior bolsa do mundo em valor de mercado.

2.4 - A Bovespa em números

A Bovespa alcançou em 2008 uma série de recordes em relação ao volume negociado e ao


número de investidores participantes do mercado. De janeiro a de dezembro de 2008, a Bovespa
negociou R$ 1,51 trilhão. A média diária ficou em R$ 6,2 bilhões em valor financeiro de atingiu a
marca histórica de 218 mil negócios por dia. Para efeito de comparação, o ano de 2007 (o melhor
da bolsa até então) registrou 153 mil negócios por dia, com um volume financeiro médio de R$ 4,9
bilhões.

Quanto ao número de investidores, 2008 marca o momento histórico com mais de 500 mil
aplicadores em ações (medido pelo número de CPF’s cadastrados na Bovespa). Com estes
números, a Bovespa se consolida como o principal centro de negociações de ações da América
Latina e cumpre, cada vez mais, o seu papel de ser um dos principais propulsores do crescimento
das empresas, oferecendo um ambiente altamente desenvolvido e transparente para a captação
de recursos essenciais para o investimento na economia do país.
Conhecendo a renda variável

3.1 – Financiamento da economia

“Bolsa forte, economia forte”. Assim podemos definir a importância que um mercado de capitais
desenvolvido tem para a economia de um país. Isso porque o crescimento do nível de poupança
está diretamente ligado ao aumento da disponibilidade de recursos para investir.

A poupança individual e a poupança das empresas (lucros) representam as principais fontes de


financiamento dos investimentos de um país. As empresas, à medida que se expandem,
necessitam de recursos que podem ser obtidos por meio de empréstimos, investimento de lucros
retidos na empresa ou participação de novos sócios.

Com a entrada de novos investidores (sócios), uma empresa ganha condição de obter novos
recursos não exigíveis, distribuindo parte dos lucros da companhia aos novos sócios sob a forma
dos dividendos, gerando empregos, renda e movimentando a economia. O fluxo de negócios de
uma economia pode ser resumido da forma abaixo:

Ao oferecer seus produtos e serviços no mercado (interno e externo) as empresas o fazem com o
objetivo de obterem lucros na execução de suas atividades. Além disso, toda empresa tem, como
metas, alcançar uma maior participação no mercado e expandir suas receitas e lucros. Em outras
palavras, o crescimento dos lucros está relacionado aos investimentos realizados pela empresa.

A bolsa de valores, através do processo de abertura de capital tem um papel fundamental na


captação dos investimentos necessários ao crescimento das empresas em um país. Quanto mais
desenvolvido é o mercado de capitais de uma economia mais desenvolvido e dinâmico é o país.

3.2 – O que é uma ação

Quando você adquire uma ação, está automaticamente fazendo parte de um negócio, tornando-se
co-proprietário da empresa da qual é acionista, participando dos seus lucros.

Portanto, ações são títulos de renda variável, emitidos por sociedades anônimas que representam
uma fração do capital da empresa que as emitiu.
As ações podem ser de dois tipos:

Ordinárias (ON) – concedem àqueles que as possuem o poder de voto nas assembléias
deliberativas da companhia.
Preferenciais (PN) – oferecem preferência na distribuição de resultados da empresa ou no
reembolso do capital em caso de liquidação da companhia.
Classes de ações – As companhias podem emitir diferentes classes de ações PN (A,B,C...Z).

Cada classe possui uma característica distinta e valores diferenciados de dividendos. Tais
especificações são explicitadas no estatuto social da empresa.

Units –são “pacotes de ações” com a combinação de vários tipos de ações em um único ativo do
tipo: 6 ações ON e 5 ações ON para cada uma das units. As especificações de cada unit são
descritas no estatuto social das companhias.

O código de uma ação é formado por quatro letras que fazem menção ao nome da empresa e por
uma letra que identifica o tipo de ação, conforme mostra o quadro abaixo.

3.3 – Por que as empresas abrem o capital

A maioria das empresas conhecidas no Brasil e no mundo tem suas ações negociadas na
Bovespa. Para se tornar sócio, por exemplo, da companhia que produz a gasolina que você usa
no seu carro, basta comprar ações desta empresa por meio de uma corretora.

Para que empresas como Banco do Brasil, Vale e Petrobras tivessem suas ações negociadas na
Bovespa tiveram que abrir o capital. Por que estas empresas abriram o capital?

Os motivos não são simples de serem justificados. Porém, podemos listar algumas das principais
vantagens que as levam a fazer isso:

• A empresa passa a ter maior acesso a recursos para realizar investimentos importantes para seu
crescimento.

• Utilização das ações como forma de pagamento em aquisições de concorrentes, facilitando o


processo de fusão de grandes empresas que normalmente resultam em ganhos de eficiência e
maiores lucros.

• Criação de um referencial constante de avaliação do negócio em relação aos concorrentes.

• Melhoria da imagem institucional de empresa, fortalecendo o relacionamento com seus públicos.


• Reestruturação empresarial.

3.4 –Como as empresas abrem o capital

Uma vez que os sócios julguem que a abertura de capital pode trazer benefícios, há um conjunto
de etapas a serem percorridos antes, durante e após o processo de abertura de capital da
empresa:

1- Analisar a conveniência da abertura de capital.


2- Escolher o intermediário financeiro.
3- Preparar a documentação estatutária.
4- Organizar apresentações sobre a empresa ao mercado.
5- Executar a colocação das ações para negociação na Bovespa.
6- Cumprir com as exigências de uma companhia aberta no que diz respeito a divulgação de
informações sobre a empresa, conforme exigido pela legislação.

O primeiro procedimento para uma empresa abrir o capital é entrar com um pedido de registro de
companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Junto desse pedido as empresas
também solicitam à CVM autorização para realizar uma venda de ações ao público, conhecida
como distribuição pública de ações. Essa emissão é chamada de Oferta Pública de Ações (OPA).
Além disso, é solicitado o registro da empresa junto a Bovespa para que as ações possam ser
admitidas para negociação nos mercados primário e secundário, organizados pela bolsa.

Os novos sócios da empresa podem ser pessoas físicas, clubes de investimento, investidores
institucionais (grandes fundos de investimento), instituições financeiras, investidores estrangeiros
e pessoas jurídicas. Cabe ressaltar que a grande presença de pessoas físicas contribui para que a
empresa consiga vender suas ações para um público mais disperso de investidores, melhorando
as condições de liquidez quando as ações forem admitidas para negociação na Bovespa.

3.5 –Tipos de ofertas públicas de ações

As ofertas públicas de ações podem ser primárias e/ou secundárias. Na oferta primária a empresa
emite e vende novas ações ao mercado. Neste caso, o vendedor é a própria companhia e assim
os recursos obtidos na distribuição são integralmente canalizados para a empresa. Em uma
distribuição do tipo secundária quem vende as ações é o próprio empreendedor e/ou alguns de
seus sócios. Portanto, são ações já existentes que estão sendo vendidas. Entretanto,
independentemente do tipo de distribuição, uma oferta pública de ações amplia o quadro de
sócios da empresa com os compradores das ações. Os novos investidores passam a ser
parceiros e proprietários de uma parte da companhia.

3.6 – Mercados primário e secundário

O lançamento das ações é feito através do mercado primário. As empresas ocorrem ao mercado
primário para captar os recursos que necessitam, visando ao financiamento de seus projetos de
expansão. Já no mercado secundário, ocorre a negociação dos títulos adquiridos no mercado
primário, proporcionando ao investidor a liquidez necessária para trocar/sair de suas aplicações
em ações quando quiser.
Em resumo:

•Redução do custo de capital.


•Diluição do risco com a entrada de novos sócios.
•Viabilização de projetos de investimento
•Referencial de avaliação via mercado.
•Fortalecimento Institucional.

•Participa de negócios rentáveis.


•Tem acesso a uma forma de
poupança que tende a render mais a
longo prazo.
•Tem acesso a informações
detalhadas sobre seu
empreendimento.

•Mais investimentos estimulam toda a economia: INVESTIMENTOS


/ EMPREGOS / RENDA / POUPANÇA
•Uma bolsa forte estimula a economia, criando um círculo virtuoso.

3.7 – Direitos e benefícios do acionista

Como vimos, ao adquirir ações de uma empresa, o investidor passa a ser proprietário de uma
parte dos lucros desta companhia. A seguir, listamos as principais formas de remuneração ao
acionista de uma companhia aberta.

Dividendo – é o valor distribuído aos acionistas, em dinheiro, na proporção da quantidade de


ações possuídas, resultante dos lucros obtidos pela empresa em um determinado período.
Pela lei das sociedades anônimas (Lei 6.404/76 das S.A) é obrigatório a distribuição de um
dividendo mínimo de 25% do lucro líquido apurado pela empresa no exercício social anterior (mês,
trimestre ou ano). A periodicidade da distribuição de dividendos é definida pela Assembléia Geral
Ordinária (A.G.O), que também determina qual a parcela de lucro a ser distribuída sob a forma de
dividendo, obedecendo aos interesses da empresa. Uma vez definido pela A.G.O o dividendo é
divulgado ao mercado com as datas e valores a serem distribuídos aos acionistas.

Data com - data limite para os investidores comprarem a ação tendo direito de receber os
dividendos. Exemplo.

Código Tipo Provento Valor (R$) Data "Com"


BMIN4 Juros capital próprio 0,005000 20/01/09
MERC4 Juros capital próprio 0,162000 20/01/09
AMBV3 Juros capital próprio 0,390000 14/01/09

Data “ex” – data a partir da qual os ativos são negociados sem os dividendos distribuídos.

Apurando os ganhos com a empresa:

Para calcular o quanto seu investimento ou a ação que você comprou esta rendendo basta usar a
seguinte fórmula:
Juros sobre capital próprio (JSCP) – são reservas de lucros apresentados em exercícios
anteriores que ficaram retidos na empresa e são distribuídos aos acionistas. O volume a ser
distribuído bem como as datas são definidos pela Assembléia Geral Ordinária da empresa.

Bonificação –corresponde à distribuição gratuita de novas ações para os atuais acionistas.


Eventualmente, a bonificação pode ser distribuída aos acionistas sob a forma de dinheiro.

Direitos de subscrição - é o direito de aquisição de novo lote de ações pelos acionistas – com
preferência na subscrição – em quantidade proporcional às já possuídas, em contrapartida à
estratégia de aumento de capital da empresa.

Instrumentos de controle de liquidez – (Sem ganho/prejuízo para o investidor)

Desdobramento (SPLIT) - aumento da quantidade de ações no mercado, sem alteração no


capital social da empresa, com o objetivo de aumentar a liquidez no mercado. Na prática, um
desdobramento se processa da seguinte maneira na sua carteira de investimentos:

Grupamento (INPLIT) - Processo inverso ao desdobramento (SPLIT)

3.8 – Participantes do mercado de capitais

O Sistema Financeiro Nacional (SFN)

Em linhas gerais, o sistema financeiro de um país pode ser definido como um conjunto de
instituições (normativas, regulatórias e executivas) que se dedica- ao trabalho de propiciar
condições ótimas para a manutenção de um fluxo de recursos constante entre poupadores e
investidores.

Por exemplo, uma usina siderúrgica que tem como projeto a expansão de seus negócios através
da construção de uma nova fábrica. Como o volume de recursos necessários para a execução
deste projeto é consideravelmente alto, essa empresa recorre ao mercado financeiro para a
captação destes recursos. Sem a existência de um mercado que atue como facilitador desta
captação a siderúrgica estaria diante de um grande impasse. Devido à necessidade de captar
grandes somas de dinheiro para financiar o projeto de expansão, ficaria praticamente impossível a
captação de tal volume, uma vez que sem os mercados financeiros, o dinheiro, muito
provavelmente, estaria disperso nas mãos de muitos poupadores, tornando os custos de
transação muito altos. Do lado dos investidores, a dificuldade em obter informações sobre a
solidez da empresa, bem como sobre a efetiva aplicação dos recursos no projeto de expansão,
seria muito arriscado aplicar seu capital em um negócio com tantas incertezas.

O Sistema Financeiro Nacional surge como catalisador do processo de encontro entre poupadores
e investidores. Sua estrutura legal e operacional tem por objetivo possibilitar a siderúrgica citada
acima a captação do dinheiro a um custo mais baixo. Para os investidores, o Sistema Financeiro
atua como uma espécie de fiador do negócio, dando a credibilidade e a transparência necessárias
a aumentar a confiança do investidor ao aplicar suas economias na empresa em questão.

Podemos concluir que o mercado financeiro pode ser considerado como elemento dinâmico do
processo de crescimento econômico, uma vez que permite a elevação das taxas de poupança e
do nível de investimentos do país. Confira os principais participantes do mercado de capitais, um
segmento específico do mercado financeiro, do qual fazem parte as bolsas de valores e as
sociedades corretoras de valores.

Conselho Monetário Nacional (CMN) – é o responsável pela fixação das diretrizes da política
monetária, fiscal, creditícia e cambial do país. É o órgão deliberativo máximo do SFN, sendo um
importante conselho de políticas econômicas do Brasil.

Banco Central do Brasil (BACEN) - é a entidade criada para atuar como órgão executivo do
Sistema Financeiro Nacional, cabendo-lhe a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as
disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN. Além
disso, tem a importante função de controlar a liquidez do sistema financeiro. Atua também, em
conjunto com a CVM e com a própria Bovespa na fiscalização dos negócios realizados pelas
corretoras de valores. Para mais informações, acesse www.bcb.gov.br

Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – autarquia especial vinculada ao Ministério da


Fazenda que tem a função de disciplinar, fiscalizar e promover o mercado de capitais. Criada em
1976, assegura o exercício de práticas legais e atua para inibir qualquer tipo de irregularidade no
mercado. Além disso, é responsabilidade da CVM criar políticas e iniciativas capazes de promover
o desenvolvimento do mercado. Para mais informações, acesse www.cvm.gov.br

Bolsas de valores – exercem o papel de oferecer um mercado para a cotação/negociação dos


títulos nela registrados. Além disso, orienta e fiscaliza os serviços prestados por seus membros
(as sociedades corretoras de valores) e facilita a divulgação constante de informações sobre as
empresas e sobre os negócios sob seu controle. Propiciam liquidez às aplicações de curto e longo
prazo, por intermédio de um mercado contínuo, representado por seus pregões diários. Para mais
informações, acesse www.bovespa.com.br

Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) – é a empresa responsável pela


compensação, liquidação e controle de risco das operações realizadas na Bovespa nos mercados
à vista e de liquidação futura e pelo registro e liquidação das operações dos empréstimos de
títulos (o BTC). Além disso, a CBLC assumiu o serviço de custódia das ações negociadas na
Bovespa , podendo ser considerada a depositária central do mercado de ações no Brasil. Para
mais informações, acesse www.cblc.com.br

Sociedades Corretoras de Valores – são instituições financeiras devidamente credenciadas pelo


Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas próprias bolsas de valores
e somente elas estão habilitadas a negociar valores mobiliários em pregão. Podem ser definidas
como intermediárias especializadas na execução de ordens determinadas por seus clientes, além
de prestarem uma série de serviços aos investidores e às empresas tais como:
• Orientação para a seleção de investimentos.
• Intermediação de operações de câmbio.
• Assessoria de empresas na abertura de capital, entre outros.

Somente as corretoras de valores estão autorizadas a realizar operações no pregão da Bovespa.


Para mais informações, acesse www.uminvestimentos.com.br

Investidores – toda essa estrutura do sistema é constantemente aperfeiçoada para que o


Sistema Financeiro possa se aprimorar na sua função de promover o crescimento econômico
através da aproximação de poupadores e investidores. Conhecer o papel de cada um desses
participantes do mercado é fundamental para que você tenha mais segurança na hora de investir.
O esquema abaixo mostra como os participantes do mercado interagem em uma operação de
compra de Petrobrás (PETR4):

3.9 – Governança corporativa

3.9.1 - Por que é bom para o investidor?

Imagine-se escolhendo um imóvel para você e sua família ou então comprando seu primeiro
carro. O que você deve considerar na hora de tomar sua decisão? No primeiro caso, certamente
fatores como segurança, localização do imóvel, proximidade com a escola dos seus filhos,
tranquilidade da rua e/ou do bairro são extremamente importantes na hora da decisão.

Para a compra do carro, fatores como consumo, valor do IPVA, seguro serão bastante analisados
antes de fechar negócio. Em ambos os casos, você pode tranquilamente visitar a casa que
pretende comprar e conferir se o imóvel atende às suas exigências, bem como pode ir a várias
concessionárias de automóveis da sua cidade em busca do carro ideal. Sendo assim, você
confere a veracidade das informações que o anúncio da casa ou do carro apresenta e toma a
decisão com base nas suas observações.
Agora, imagine se seria possível visitar todas as empresas de capital aberto do Brasil em busca
da empresa ideal para investir seu dinheiro. Ainda que você dispusesse de tempo para tal
empreitada, os custos desta operação seriam bastante elevados. Sendo assim, o que é
necessário para avaliar se uma empresa atende ou não as suas expectativas de investimento?

Será que a empresa em que estou investindo está alinhada aos meus interesses como acionista?
Os controladores desta empresa estão interessados no crescimento da empresa ou apenas em
seu enriquecimento? Esta empresa respeita o meio ambiente?

As respostas para essas e muitas outras questões serão encontradas no nível de governança
corporativa que essas empresas têm na execução de suas operações. Segundo o Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), governança corporativa é um sistema pelo qual as
sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os acionistas e os cotistas, Conselho de
Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de
governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao
capital e contribuir para a sua perenidade. Uma boa governança corporativa é importante para
todos os tipos de investidores.

Grandes instituições atribuem à governança corporativa o mesmo peso que aos indicadores
financeiros quando avaliam decisões de investimento. Estudos comprovam que investidores
profissionais se dispõem até mesmo a pagar mais caro para investir em ações de empresas com
altos padrões de governança. Em sua essência a governança corporativa tem como principal
objetivo recuperar e garantir a confiabilidade em uma determinada empresa para os seus
acionistas.

3.9.2 - Níveis de governança corporativa

Para orientar o investidor sobre os padrões de governança corporativa das empresas listadas, a
Bovespa estabeleceu princípios de governança corporativa a serem seguidos pelas empresas,
definindo níveis diferenciados de transparência de informações e respeito ao acionista minoritário.
Vale ressaltar que a adesão a esses níveis é voluntária e deve ser assinada pelos administradores
das empresas e pela Bovespa, obrigando a empresa a cumprir com as obrigações descritas por
cada nível assumido.

A Bovespa não registra automaticamente as empresas nos níveis 1,2 e 3 (novo mercado), mesmo
que, voluntariamente, as companhias atendam a todos os requisitos de listagem em um desses
segmentos. É necessária a assinatura do Contrato de Adoção de Práticas Diferenciadas de
Governança Corporativa relativo ao compromisso assumido, celebrado entre, de um lado, a
Bovespa e, do outro, a companhia, os administradores e o acionista controlador.

Nível 1 – Principais características:

• Abertura da posição acionária por espécie e classe de qualquer acionista que detiver mais de 5%
das ações de cada espécie e classe do capital social, de forma direta ou indireta, até o nível de
pessoa física.
• Quantidade de ações em circulação, por espécie e classe, e sua porcentagem em relação ao
total das ações emitidas.
• Para melhorar a liquidez e a pulverização das ações da Companhia no mercado secundário, o
regulamento exige que a empresa mantenha um percentual mínimo de 25% de ações em
circulação.
Nível 2 – Principais características:

• Todas as exigências do nível 1.


• Direito de voto para os detentores de ação PN nos casos de transformação, cisão ou
incorporação da companhia.
• Em caso de venda do controle acionário o comprador garante aos detentores de ações
preferenciais sem direito a voto ou com voto restrito, no mínimo, 80% do valor pago às ações
ordinárias.
• A empresa deve realizar ao menos uma reunião pública anual com analistas e outros
interessados para apresentar a sua situação econômico-financeira, projetos e perspectivas.

Nível 3 (novo mercado) – Principais características:

• Todas as exigências do nível 2.

• A empresa deve ter e emitir exclusivamente ações ordinárias, tendo todos os acionistas o direito
de voto.

• Em caso de venda do controle acionário, o comprador estenderá a oferta de compra a todos os


demais acionistas, assegurando-se do mesmo tratamento dado ao controlador vendedor.

Participando do mercado
4.1 Formas de investimento coletivo

Existem duas formas de atuar no mercado de ações. A primeira delas é através de formas
coletivas de investimento. Os instrumentos mais conhecidos de aplicação coletiva são os clubes e
os fundos de investimento. Ambos têm o objetivo de criar uma carteira de investimentos com base
na união de recursos de vários investidores. Os clubes de investimento são importantes
instrumentos de entrada de novos investidores no mercado, apesar de serem um pouco mais
limitados que os fundos no que diz respeito à profissionalização da forma de captação e nas
operações disponíveis a cada um deles. Confira as características de cada uma dessas formas
coletivas de investimento.

4.1.1 Clubes de investimento

Clube de Investimento é uma comunhão de recursos de pessoas físicas - no máximo 150


participantes, salvo exceções previstas na regulamentação administrada profissionalmente por
instituição credenciada pela CVM.

O funcionamento dos clubes de investimento obedece a normas da CVM, da Bovespa e de um


Estatuto Social Estatuto Social próprio, que determina seus principais aspectos e só pode ser
alterado por decisão dos participantes em Assembléia Geral, que tem poderes para decidir sobre
todas as matérias relativas aos interesses do clube.

A carteira dos clubes de investimento deve ser composta por, no mínimo, 51% em ações, bônus
de subscrição e debêntures conversíveis em ações de companhias abertas, adquiridas em bolsas
de valores ou mercado de balcão organizado.

A grande vantagem dos clubes em relação aos fundos de investimento reside na possibilidade de
seus membros participarem da gestão da carteira que pode ser realizada por pessoa diferente do
administrador do clube ou ser exercida, isoladamente ou em conjunto, por: representante dos
condôminos, pessoas físicas ou jurídicas contratadas ou entidade integrante do sistema de
distribuição de títulos e valores mobiliários (Sociedades Corretoras, Distribuidoras, Bancos de
Investimento, etc)

4.1.2 Fundos de investimento

Um fundo de investimento é um condomínio que reúne recursos de um conjunto de investidores


(cotistas), com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aquisição de uma carteira de
títulos ou valores mobiliários. Os cotistas do fundo de investimento compartilham dos mesmos
interesses e objetivos ao investir no mercado financeiro e de capitais.Funciona exatamente como
um condomínio de apartamentos, onde cada condômino é dono de uma cota (um apartamento) e
todos pagam a um terceiro para administrar e coordenar as tarefas do prédio (jardineiro, pessoal
da limpeza, porteiro, manutenção de elevadores etc.). Neles são estabelecidas as regras de
funcionamento (horário de funcionamento da piscina, do salão de festas, de música alta nas
dependências dos apartamentos, entre outras). Essas regras são seguidas por todos os
moradores, sem exceção.

Assim como num condomínio, num fundo de investimentos os cotistas (os moradores) compram
uma quantidade de cotas ao aplicar, e pagam uma taxa de administração a um terceiro (o
administrador) para coordenar as tarefas do fundo e gerenciar seus recursos no mercado. Ao
comprar cotas de um determinado fundo, o cotista está aceitando suas regras de funcionamento
(aplicação, resgate, horários, custos etc.), e passa a ter os mesmos direito dos demais cotistas,
independente da quantidade de cotas que cada um possui.

O quadro abaixo resume as principais caracterísiticas de um fundo e um clube de investimentos.

4.2 Formas de investimento individual

Os investidores devem comprar ou vender ações emitidas por companhias abertas através das
corretoras ou distribuidoras de valores mobiliários - sociedades integrantes do sistema de
distribuição de valores mobiliários que possuem registro na CVM. O processo é bem simples e
demora, em média, de três a cinco dias até que uma conta esteja aberta. O primeiro passo é
escolher uma corretora autorizada a operar pelos orgãos reguladores do mercado. Em seguida, o
investidor preenche o cadastro com os dados pessoais, anexa os documentos exigidos pela
corretora e encaminha a documentação. Com o cadastro aprovado, já é possível enviar as ordens
de compra e venda através da corretora (via telefone, e-mail,msn ou qualquer meio que possa
registrar o envio da ordem pelo cliente) ou mesmo pela internet, utilizando a ferramenta do Home
Broker.

4.2.1 Home Broker

É o sistema das corretoras que permite o acesso das pessoas físicas (seus clientes) à plataforma
de negociação eletrônica da Bovespa pela internet. Para utilizar o sistema, o investidor precisa ser
cliente de uma corretora membro da Bovespa que possua o sistema Home Broker, que permite
que investidores enviem ordens de compra e venda de ações pelo site de sua Corretora.

Dentre as principais vantagens do home broker, podemos citar:

• Possibilidade de consulta em casa ou no escritório das posições financeiras e de custódia.

• Envio de ordens imediatas ou programadas, de compra e venda de ações, no mercado à vista


(lote padrão e fracionário) e no Mercado de Opções (compra e venda de opções).

• Acompanhamento imediato da carteira de ações.

• Acesso às cotações on line. O investidor pode ter acesso às cotações (preços) das ações,
porém, com algum atraso (cerca de 15 minutos). Assim, é recomendável que o investidor compare
as cotações existentes em outras corretoras, em função do lapso de tempo que pode ocorrer entre
uma divulgação e outra.

• Recebimento, com maior rapidez, da confirmação das ordens executadas.

• Resumo financeiro de todas as operações executadas e suas respectivas notas de corretagens.


4.3 O pregão da Bovespa

Atualmente o pregão da Bovespa é totalmente eletrônico. As ordens dos clientes das corretoras
são repassadas pelos operadores de mesa, por terminais conectados a bolsa ou pelos sistemas
de home broker. Todas estas ordens são encaminhadas para o mega bolsa, sistema desenvolvido
e operado pela Bovespa que se encarrega de fechar os negócios e informar as corretoras. Os
horários de negociação da Bovespa são os seguintes:

Horário normal
Pregão regular: 10h às 17h

After Market: 17h45 às 19h

Horário de verão
Pregão regular: 11h às 18h

After Market: 18h45 às 19h30

After Market é uma extensão do pregão regular, sendo muito importante para os pequenos e
médios investidores, permitindo o envio de ordens fora do período regular de negociação. O limite
de ordens enviadas por cada investidos é de R$ 100.000,00 e os preços dessas ordens nesse
período não podem ter variação positiva ou negativa de 2% em relação ao preço de fechamento
do pregão diurno.

4.4 Formação de preços

O processo de formação de preços é determinado pelas interações entre oferta e demanda por
um determinado ativo, com o objetivo de se estabelecer o preço justo de uma ação em um
determinado momento (minuto, hora, dia, mês, ano...). Na medida em que muitos vendedores se
posicionam no mercado, os preço tendem a cair, iniciando um processo de desvalorização do
ativo, devido a entrada de muitas ordens de venda em contrapartida a poucas ofertas de compra
de uma ação. Na linha inversa, na medida em que muitos compradores se posicionam no
mercado, com muitas ordens de compra, inicia-se um processo de valorização do ativo.

Toda essa movimentação pode ser influenciada por notícias sobre o mercado, informações sobre
os negócios da empresa, entre outros. Cada oferta é registrada de forma a facilitar o fechamento
dos negócios. Entre os compradores, as primeiras posições são destinadas àqueles que desejam
pagar um preço mais alto pelo ativo. Já entre os vendedores, as primeiras colocações são
ocupadas por aqueles que estiverem dispostos a se desfazer do papel pelo preço mais baixo. Tais
informações são registradas no book de ofertas.

4.4.1 O book de ofertas

É sistema que registra todas as ordens de compra e venda de ações no pregão da Bovespa. As
ordens são registradas conforme o horário em que foram efetuadas, a quantidade de ações e o
preço de compra ou venda desejeado.
Mercado integral (lote padrão) – um lote de ações representa uma determinada quantidade de
títulos de características idênticas, sendo o lote padrão uma quantidade de ações determinadas
pelas bolsas de valores. Pode ser negociado de 10 em 10, 100 em 100, 1000 em 1000 ações etc.

Mercado fracionário – representa qualquer quantidade de ações negociadas em frações


inferiores ao lote padrão. São negociadas por exemplo, de 4 em 4, 45 em 45.
4.4.2 Controles do investidor

4.5 Custos operacionais tributação

Corretagem - valor pago pelo cliente à Sociedade Corretora pela execução de ordem de compra
e venda de ativos.

As operações no mercado à vista estão sujeitas à taxa de corretagem, que incide sobre o
movimento total (compras mais vendas), ou seja, pela intermediação dos negócios realizados pela
corretora em nome do cliente em um mesmo dia de negociação na mesma corretora.

Além das taxas de corretagem, toda operação gera o pagamento de emolumentos, conforme
tabela divulgada pela Bovespa em seu site. O valor cobrado a título de emolumentos pode variar
de acordo com o mercado em que a operação foi executada (à vista, termo, opções etc.)
Segue a tabela de corretagem sugerida pela Bovespa às sociedades corretoras.

Tributação – valor recolhido pelo investidor ao governo federal em virtude de ganho líquido na
venda de ações.

A alíquota que incide sobre os ganhos com operações no mercado de ações é de 15%. O imposto
deverá ser pago caso a soma de todas as vendas no mês ultrapasse R$ 20 mil. A apuração deve
ser mensal. Operações de compra e venda de ações no mesmo dia, atividade conhecida como
day-trade, pagam 20% de imposto sobre os ganhos e 1% na fonte. O imposto vence no último dia
do mês seguinte ao da venda das ações e deve ser pago através de Documento de Arrecadação
de Receitas Federais (DARF) com o código 6015.

Para se obter a base de cálculo, é necessário subtrair do valor da alienação, líquido das despesas
operacionais (corretagem e emolumentos) o custo de aquisição das ações vendidas e somá-lo ao
custo das despesas operacionais. (essa conta está certa mesmo)

Exemplo 1 – Compra por preço único

1.1 - Compra
Se um determinado investidos compra 10 mil ações da empresa ABC ao custo unitário de R$
3,00, tem um investimento de R$ 30.000,00. Somando com as despesas incorridas na operação
de compra (R$150,00) tem-se o valor total do custo de aquisição de R$ 30.150,00

1.2 – Venda
Se o mesmo investidor decide vender as 10mil ações da empresa ABC pelo valor unitário de 3,50,
tem-se um total de R$ 35.000,00. Para calcular o valor líquido da venda efetuada é necessário
subtrair as despesas incorridas na venda (R$ 175,00), tendo um valor líquido da venda de R$
34.825,00.

1.3 – Cálculo do imposto

Se CG > 0 – Aplica-se alíquota de 15% sobre CG

Ganho total: R$ 4.624,58 / Alíquota (15%) – Imposto a ser pago : R$ 693,68


1.3 - Recolhimento do imposto: O imposto é recolhido em bases mensais, caso o valor das
compras e vendas ultrapasse o valore de R$ 20.000,00 com ganho de capital.
Exemplo 2 – Compras por preços diferentes

2.1 Compra – 10.000 ações da empresa ABC pelo preço unitário de R$ 3,50 = R$ 35.000,00.
Mais a compra de outras 8.000 ações da mesma empresa ao preço unitário de R$ 3,80 = R$
30.400,00. Despesas incorridas com as compras = R$ 450,00. Custo de aquisição das 18.000
ações = R$ 65.850,00, com custo médio ponderado de R$ 3,66, por ação.

2.2 - Venda - 5.000 ações da empresa ABC pelo valor unitário de R$ 4,20 = R$ 21.000,00.
Despesas incorridas R$ 145,00, resultando em um valor líquido de R$ 20.855,00, ou R$ 4,17 por
ação. Lucro apurado (5.000 x 4,17 menos 5.000 x 3,66) = R$ 2.550,00.

2.3 Imposto apurado: R$ 2.550,00 à alíquota de 15% = Imposto apurado de R$ 382,50, que
deverá ser pago até o último dia do mês subseqüente ao da venda, mediante DARF, com o código
nº 6015.

2.4 – Tratamento do Estoque:Controle do saldo das ações em estoque (13.000 ações ao preço
médio ponderado de R$ 3,66) R$ 47.580,00.

Os mercados da BM&F Bovespa

5.1. Índice de mercado

Os índices são indicadores de desempenho de um conjunto de ações, ou seja, mostram a


valorização de um determinado grupo de papéis ao longo do tempo. Os preços das ações podem
variar por fatores relacionados à empresa ou por fatores externos, como o crescimento do país, do
nível de emprego e da taxa de juros. Sendo assim, a variação do índice espelha a tendência da
bolsa - de alta ou de baixa - em um determinado período (dia, semana, mês, ano). Os índices de
ações servem como um termômetro para o mercado, pois as ações tendem seguir um movimento
em grupo, desvalorizando-se ou valorizando-se conjuntamente.

Geralmente, um índice engloba as ações mais negociadas no mercado a que se refere.

Listamos alguns dos principais índices de mercado do Brasil e do Mundo.

IBOVESPA - O Índice Bovespa (Ibovespa) é o mais importante indicador do desempenho médio


das cotações das ações negociadas na Bovespa. É formado pelas ações com maior volume
negociado nos últimos meses. Trata-se de uma carteira teórica de ações que representa não
somente o comportamento médio dos preços, mas também o perfil das negociações - do mercado
à vista - observadas nos pregões. Essas ações, em conjunto, representam 80% do volume
transacionado nos doze meses anteriores à formação da carteira. Como critério adicional, exige-
se que a ação apresente, no mínimo, 80% de presença nos pregões do período. Portanto, o
critério de corte é a liquidez do papel. Para que sua representatividade se mantenha ao longo do
tempo, a composição da carteira teórica é reavaliada a cada quatro meses. Essa reavaliação é
feita com base nos últimos 12 meses em que são verificadas alterações na participação de cada
ação.

DOW JONES INDUSTRIAL AVERAGE (DJIA) - É um índice criado em 1896 pelo editor do “The
Wall Street Journal”, Charles Dow. É o segundo mais antigo índice dos Estados Unidos. O cálculo
deste índice é bastante simples e é baseado na cotação das 30 das maiores e mais importantes
empresas dos Estados Unidos. As empresas que compõe o índice DJIA são ocasionalmente
substituídas para acompanhar as mudanças do mercado. De todas as empresas que compunham
o índice DJIA inicial, somente General Electric permanece compondo o índice atualmente. Em
1999, empresas como Intel e Microsoft começaram a compor o índice.

NASDAQ - O National Association of Securities Dealers Automated Quotations (NASDAQ) é uma


bolsa de valores eletrônica, constituída por um conjunto de corretores conectados por um sistema
informático. Essa bolsa lista mais de 3.200 ações de diferentes empresas, em sua maioria de
pequena e média capitalização. Caracteriza-se por compreender as empresas de alta tecnologia
em eletrônica, informática, telecomunicações, biotecnologia etc. O índice representa todos os
ativos listados na NASDAQ, tendo como ponderação o valor de mercado das empresas.

S&P 500 - índice elaborado pela consultoria americana Standard & Poor´s, que reflete o
desempenho na Bolsa de Valores de Nova York. Um comitê da Standard & Poor`s elege as 500
companhias líderes nos setores mais importantes da economia norte-americana para compor
esse índice. Juntamente com o Dow Jones, o S&P 500 está entre os indicadores mais usados
para acompanhar o mercado de capitais dos Estados Unidos.

FTSE 100 - Representa um pool 100 ações representativas da Bolsa de Valores de Londres,
visando detectar movimentos de alta ou baixa nas cotações. A FTSE é uma companhia
independente de propriedade conjunta do jornal inglês The Financial Times e da London Stock
Exchange.

5.2 Bolsa de mercadorias e futuros BM&F

Os contratos futuros surgiram como uma evolução dos contratos a termo, inicialmente ligados à
necessidade do mercado de administrar os riscos de preço de produtos agropecuários no período
de entressafra. Participantes do mercado, produtores e consumidores perceberam as vantagens
de fixar, com antecedência, os preços dos produtos agropecuários para liquidação em datas
futuras.

Além de atrair investidores com o objetivo de proteção de preços, este mercado também atrai
outros participantes como os especuladores e os arbitradores. Os especuladores são investidores
que assumem posição de risco na expectativa de obter lucro. Os arbitradores são participantes
que não se expõem ao risco. A estratégia do arbitrador baseia-se na possibilidade lucro frente a
pequenas distorções de preços. Com a evolução dos mercados futuros, hoje a BM&F negocia
mais do que commodities agrícolas, sendo um dos principais centros de negociação de futuros
financeiros e de índices de ações de todo o planeta.

Principais mercados da BM&F (hoje BM&F Bovespa)

1. Agropecuários: boi, café, milho e soja.


2. Financeiros: juros, inflação, câmbio e índices de ações.
3. Energia e climáticos: ENERGIA elétrica, gás natural e crédito de carbono.
_______________________________________________________________________

5.3 Índice futuro

Como o foco deste curso é mostrar o investimento em renda variável através da aplicação em
ações, o mercado da BM&F será mostrado a seguir através das negociações com contratos
futuros de Ibovespa.

Mercado Futuro é o contrato em que as partes, compradora e vendedora, se comprometem de


comprar e/ou vender determinada quantidade e qualidade de um ativo financeiro ou ativo real,
sendo que esses são representados contratos padronizados para liquidação física e/ou financeira,
em uma data no futuro. No Mercado Futuro o valor dos contratos sofre ajustes diários. Essa
estrutura permite a liquidação financeira diária de lucros e prejuízos das posições, possibilitando
mudança de posições.

No caso do mercado futuro de índice de ações, o ativo é uma cesta de ações. Para facilitar, a
entrega física é substituída pela liquidação financeira. O Futuro de Ibovespa permite ao investidor
a oportunidade de tomar decisões de investimento com base em sua opinião sobre a tendência
global do mercado acionário.

5.4 Mercado à vista

Operação em que as partes efetivamente compram e vendem um ativo. No mercado à vista da


Bovespa a liquidação física (entrega dos títulos pelo vendedor) se processa no segundo dia útil
após a realização do negócio e a liquidação financeira (pagamento dos títulos pelo comprador) é
feita no terceiro dia útil posterior à negociação, somente mediante a liquidação física.

5.5 Mercado a termo

Alavancagem – É um determinado nível de utilização de recursos de terceiros para aumentar as


possibilidades de lucro de uma operação, aumentando, consequentemente, o grau de risco da
operação.

O mercado a termo é o que as operações para liquidação são processadas em data futura. A
realização de um negócio a termo é semelhante à de um negócio à vista, necessitando da
intermediação de uma Sociedade Corretora, que executará a operação, em pregão, por um de
seus representantes. É possível o acompanhamento das operações do mercado a termo, durante
todo o pregão, pela rede de terminais da Bovespa. O preço a termo de uma ação resulta da
adição, ao valor cotado no mercado à vista, de uma parcela correspondente a juros, que são
fixados livremente em mercado, em função do prazo do contrato. A operação a termo é garantida
por um depósito de garantia na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), empresa
responsável pela liquidação e controle de risco de todas as operações realizadas na Bovespa. O
agente de compensação e a corretora, responsáveis pela operação a termo, poderão solicitar de
seus clientes o depósito de garantias adicionais àquelas exigidas pela CBLC.

Os principais usos do mercado a termo pelos investidores são a possibilidade do investidor de


proteger preços de compra de uma determinada ação e a diversificação de risco com a utilização
da alavancagem. O especulador também tem a possibilidade de ampliar seus ganhos a partir do
mercado a termo, uma vez que esse possibilita a obtenção de recursos emprestáveis (doadores a
termo) com o objetivo de aumentar os ganhos do especulador.

Exemplo de operação a termo do ativo VALE5


5.6 Aluguel de ações

Consiste na venda de um ativo que o investidor não possui, com o objetivo de lucrar na operação
ao recomprá-lo por um preço mais baixo.

Pela regra simples do lucro, para ser bem sucedido em uma operação é preciso comprar um ativo
por um preço baixo e vendê-lo posteriormente por um preço mais alto. Isso pode ser resumido na
expressão popular: “Comprar barato e vender caro”. Entretanto, a evolução do preço das ações
segue tendências de mercado que variam de acordo com o tempo. O aluguel de ações permite ao
investidor o ganho financeiro em períodos de queda do preço das ações através da operação de
venda a descoberto. A operação é bem simples e pode ser resumida pela inversão da regra do
lucro. Trata-se de “vender caro e comprar barato”. O instrumento pelo qual essa operação pode
ser realizada é o Banco de Títulos da CBLC.

O Banco de títulos da CBLC - é um serviço por meio do qual os investidores disponibilizam


títulos para empréstimos e os interessados os tomam mediante aporte de garantias. A CBLC atua
como contraparte no processo e garante as operações.
A operação de empréstimo, em si, consiste na transferência de títulos da carteira do investidor
para satisfazer necessidades temporárias de um tomador, que precisa de títulos para suporte de
sua atividade de trading ou para fazer frente à falta de papéis na liquidação de operações de
venda já realizadas.

Os tomadores atuam por meio de Sociedades Corretoras, sob a responsabilidade de um Agente


de Compensação. O tomador deve depositar margem de garantia na CBLC por meio do
respectivo Agente de Compensação. O valor da margem é igual ao valor atualizado dos títulos,
acrescido de um percentual definido pelo BTC. Esse percentual é fixado considerando-se a
liquidez e a volatilidade dos títulos objeto do empréstimo. O valor das margens é acompanhado
diariamente e recomposto, se necessário, na forma e nos prazos estabelecidos pela CBLC. O
depósito das margens de garantia junto à CBLC e feito pela corretora em nome do cliente.

Ativos disponíveis - são ativos elegíveis para as operações de empréstimo de títulos no BTC às
ações emitidas por companhias abertas admitidas à negociação na BOVESPA. Os ativos devem
estar depositados no Serviço de Custódia de Ativos da CBLC e estar livres e desembaraçados de
ônus ou gravames que impeçam sua circulação.

Taxa de aluguel - As taxas e custos são debitados ao tomador e creditados ao doador no primeiro
dia útil após o encerramento da operação de empréstimo. O custo do tomador inclui a taxa de
registro e a taxa de emolumento da CBLC.
Exemplo de operação de venda a descoberto.
5.7 Mercado de opções

É o mercado em que são negociados direitos de compra ou venda de um lote de ações, com
preços e prazos de exercício preestabelecidos. Por esses direitos, o titular de uma opção paga um
prêmio, podendo exercê-los até a data de vencimento (no caso de opção no estilo americano) ou
na data de vencimento (no caso de opção no estilo europeu) ou revendê-los no mercado. Uma
opção de compra (call) confere ao seu titular o direito de comprar as açõesobjeto, ao preço de
exercício, obedecidas as condições estabelecidas pela Bovespa. Uma opção de venda ao seu
titular o direito de vender as ações-objeto, ao preço de exercício, obedecidas as condições
determinadas pela Bovespa. Além disso, o titular pode, a qualquer tempo, negociar seu direito de
venda em mercado, por meio da realização de uma operação de natureza oposta.

5.7.1 Características de uma opção

Prêmio/preço da opção - em função dos direitos adquiridos e das obrigações assumidas no


lançamento, o titular (comprador) paga e o lançador recebe uma quantia denominada prêmio.
O prêmio, ou preço da opção, é negociado entre comprador e lançador, por meio de seus
representantes no pregão da Bolsa. Ele reflete fatores como a oferta e a demanda, o prazo de
vigência da opção, a diferença entre o preço de exercício e o preço à vista da ação-objeto, a
volatilidade de preço, bem como outras características da ação-objeto.

Ativo-objeto - é o ativo sobre o qual a opção é lançada (ações e índices).

Mês de Vencimento - é o mês em que expira a opção. Na Bovespa, os vencimentos normalmente


ocorrem nos meses pares, na terceira segunda-feira do mês corrente.
Preço de Exercício - é o preço pelo qual será exercida a opção. Os preços de exercício das
opções são determinados pela Bolsa, segundo critérios por ela estabelecidos.

Código da opção –é formado por letras e números: o código do ativo-objeto (ação) seguido por
uma letra que representa o mês de vencimento da opção e um número que representa o strike
(preço de exercício da opção).

Exemplo de codificação de opções.


Meses de vencimento de opções

Lançador – investidor que assume a posição vendida da opção. Em outras palavras, “tem a
obrigação de vender”.
Titular– investidor que assume a posição comprada da opção. Em outras palavras, “tem o direito
de comprar”.

5.8 Estratégias de negociação utilizando opções

Venda coberta de opções de compra (financiamento/operação taxa) - uma opção é coberta


quando o lançador deposita, em garantia, a totalidade das ações-objeto a que se refere à opção
lançada. O objetivo básico do lançamento coberto é obter um retorno maior do que o que seria
conseguido com a simples posse ou venda imediata das ações.

Depois de ter coberto o lançamento, o aplicador reclassifica o seu nível de risco, deslocando o seu
ponto teórico de venda para um valor igual ao preço à vista da ação-objeto, subtraído do prêmio
recebido. Com o mercado em baixa, o lançador coberto se protege até o ponto em que o preço à
vista da ação-objeto for igual ao preço que ele pagou por ela, subtraído do valor do prêmio
recebido. Somente a partir desse ponto é que a operação acarretará em prejuízo.

Exemplo de operação de financiamento com opções.

Estratégia

1º Compro hoje a ação – 2000 VALE5


2º Vendo a opção de compra hoje (financiamento com opções) – 2000VALEJ26

Preço a vista de VALE5: R$ 28,00


Débito da compra: (R$ 56.000,00)
Venda da opção: R$ 4.700,00
Saldo na abertura: (R$ 51.300,00)

VALEF26 : prêmio R$ 2,35 - (R$ 2,35)*(2.000)=R$ 4.700,00


Dia do vencimento:
Preço de VALE5: R$ 27,75
Crédito da venda: R$ 52.000,00
Saldo da operação: R$ 700,00
Taxa da operação = (R$ 700,00 / R$ 51.300,00) = 1,36%

Cálculo da proteção contra queda

Venda da opção: R$ 2,35


Compra da ação: R$ 28,00
Preço de compra: R$ 25,65 – (atenção para a redução do preço de compra obtida com
olançamento coberto da opção)

Dia do vencimento:
Preço de VALE5: R$ 25,20 – (QUEDA DE 10%)
Perda do investidor (-1,75%)
Proteção contra queda: R$ 2,35/R$ 28,00
Proteção: 8,39%

Acompanhando o mercado

6.1. Análise fundamentalista

O objetivo da análise fundamentalista é de avaliar alternativas de investimento a partir da


consolidação das informações fornecidas pelas empresas, conjugadas à análise do contexto
econômico e da realidade setorial nos quais a empresa se insere. Além disso, a análise
fundamentalista passa pela análise retrospectiva de suas demonstrações financeiras e estabelece
previsões para o seu desempenho. Cabe à análise fundamentalista estabelecer o valor justo para
uma ação, respaldando decisões de compra ou venda. A premissa básica da análise
fundamentalista é de que o valor justo para uma empresa é definido pela sua capacidade de gerar
lucros no futuro.

Podemos classificar tais informações de duas formas distintas:

Histórico da empresa: informações históricas contábeis e financeiras, disponibilidade


tecnológica, capacidade financeira, fontes de recursos, capital humano, histórico de desempenho
empresarial dos sócios, entre outros;

Possibilidades da empresa: o momento/oportunidade de mercado, projeções de desempenho,


cenários macroeconômicos, risco envolvidos, alternativas de investimento, valores éticos, sócio-
ambientais, entre outros.

A partir da análise conjunta desses elementos, são definidas as premissas para a elaboração da
projeção de resultados para os próximos anos. Essa medida de desempenho permite construir os
fluxos de caixa futuros da empresa.

6.1.1 Indicadores de mercado

Os indicadores de mercado utilizados pela análise fundamentalista são usados para comparar o
desempenho das empresas em relação aos anos anteriores e entre outras empresas, usualmente
comparando-se empresas do mesmo setor. Esses indicadores permitem maior rapidez nas
tomadas de decisão dos agentes econômicos, entretanto, a interpretação dos mesmos apresenta
certo grau de subjetividade, não existindo definição uniforme entre os participantes do mercado.

Preço/ lucro (P/L) - um dos indicadores fundamentalistas mais utilizados que consiste na divisão
do valor de mercado da empresa pelo seu lucro atual. A divisão fornece uma idéia de quantos
anos seriam necessários para que os lucros remunerassem o capital investido na empresa.

P/VPA - valor de mercado da empresa / Valor Patrimonial Ajustado, que nos indica se a
companhia está sendo negociada abaixo do seu valor patrimonial. Em tese, quanto mais baixo
este índice, menor é o valor da empresa.

Pay-Out é a taxa de distribuição do lucro da empresa para os acionistas na forma de dividendos


ou juros sobre o capital próprio. A legislação exige que seja distribuído, no mínimo, 25% do lucro
líquido após as deduções legais. Exemplificando, se uma empresa tem lucro de R$ 1,00/ação e
distribui R$ 0,35/ação como dividendos, seu pay-out seria de 35%.

EV/Ebtida - valor da firma (valor pago pelos acionistas somado à dívida líquida da empresa)
/Ebtida (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações), que procura medir em
quantos anos a geração operacional de caixa da empresa pagaria seu próprio valor.

Dividend Yield: é calculado tendo como numerador o dividendo distribuído por ação e como
denominador o preço atual da ação. Torna-se especialmente relevante se visto para o futuro,
sendo neste caso necessário que haja uma projeção de lucro e seja estabelecido um pay-out
realista. Assim, se uma ação custa hoje R$ 100,00 e é esperado receber R$ 10,00 em dividendos,
o yield seria de 10%, podendo ser visto como um rendimento da ação, independentemente da
valorização em Bolsa.

Tabela resumo com os principais indicadores da análise fundamentalista.

Existem outros indicadores que são utilizados pela análise fundamentalista, tais como indicadores
de liquidez, indicadores de endividamento, entre outros. Entretanto, esses indicadores acima
destacados são os principais e mais utilizados pelo mercado para avaliação de empresas.
6.2 Análise gráfica

É o estudo dos movimentos passados dos preços e dos volumes de negociação de ativos
financeiros, com o objetivo de fazer previsões sobre o comportamento futuro dessas ações. Para
os analistas técnicos, a resposta está nos gráficos de preços e volumes negociados das ações.
Os gráficos traduzem o comportamento do mercado e avaliam a participação de muitos de
investidores capazes de induzir certas formações de preços.

Nessa análise, não importam os lucros obtidos e projetados, política de dividendos das empresas,
expectativas para o setor de atividade, grau de endividamento, etc. O que interessa são os fatores
internos de oferta e demanda de mercado, capazes de entender e traduzir os movimentos do
mercado.

Para os técnicos que se utilizam desse sistema de análise, tudo pode ser resumido no preço e
volume das ações. Toda expectativa, boa ou má, dos investidores com relação a determinado
ativo se reflete no preço diário daquele ativo. Utilizando fórmulas, definindo tendências, verificando
o afluxo e refluxo de recursos, o analista gráfico (ou técnico) procura avaliar o comportamento
futuro do ativo e indicar os melhores momentos de compra e venda.

Tal técnica é amplamente difundida nos mercados mais evoluídos, existindo uma enorme gama de
métodos e modelos de avaliação. Buscando sempre se antecipar às mudanças de tendência dos
mercados, ao analista técnico não importa a situação da empresa, mas sim a expectativa dos
investidores em relação à ação daquela empresa.

6.2.1 Histórico da análise técnica / Teoria de Dow

A Análise Técnica foi fundamentada com a Teoria de Dow, que diz que os preços dos ativos
refletem a reação do mercado em relação a todas as informações relevantes. Ou seja, o preço
desconta tudo, tem tendência e os padrões se repetem.

Suporte e resistência, são alguns dos conceitos fundamentais da análise técnica.

Admitindo-se que o mercado tem memória e grava preços, resistências seriam preços
considerados elevados para determinada ação. Nos gráficos, eles são percebidos quando, em um
trajetória ascendente, a ação encontra dificuldades em continuar seu caminho. Já as resistências,
são preços considerados baixos para determinadas ações que são observadas nos gráficos
quando em trajetória descendente, a ações encontram dificuldades em continuar a trajetória de
queda.

A Teoria de Dow aborda a movimentação dos preços de ações e fornece uma base técnica para
sua análise.

Os pontos básicos da Teoria de Dow são:

• 1. Os índices descontam tudo. Todos os possíveis fatores que afetam a cotação dos preços dos
ativos (ações) são descontados por esses índices que consideram todas as notícias, resultados
contábeis e financeiros, acidentes etc.

• 2. Os mercados se movem em tendências. As tendências podem ser de alta ou de baixa. Por


sua vez, as tendências podem ser primárias, secundárias e terciárias, segundo sua duração.

• 3. Princípio de confirmação. Para confirmar uma tendência é necessário que os índices


coincidam com a tendência.
• 4. Volume convergente. Se o mercado está em uma tendência de alta o volume aumentará, se
em tendência de baixa o volume diminuirá.

• 5. Utiliza as cotações de fechamento para o cálculo das médias. Não leva em conta os máximos
e mínimos para o cálculo de seus índices.

• 6. A tendência é vigente até que seja substituída por outra oposta. Até que os índices se
confirmem, considera-se que a tendência antiga segue em vigor, apesar dos sinais aparentes de
mudança. Esse princípio procura evitar a prematura troca de posição (comprada ou vendida).

Com o avanço dos sistemas de infórmatica, o instrumento da análise técnica se desenvolveu


rapidamente. Hoje, existem diversos programas que corroboram para o desenvolvimento e criação
de indicadores e osciladores que possibilitam aplicações que maximizem o rendimento de seus
investimentos.

6.2.2 Tipos de gráficos

Existem três tipos gráficos mais utilizados: gráfico de linhas, de barras e o de velas(candles ou
candlestick).

Gráfico de linhas - é construído a partir dos pontos de fechamento ao longo do tempo.Ele se


destaca pela simplicidade, pois não permite a visualização de pontos importantes como a máxima,
mínima e abertura.

Gráfico de Barras - possui um número de informações maior do que o gráfico de linhas. Nele é
possível visualizar os pontos de mínima, máxima, abertura e fechamento. As barras são ligadas
pelo preço máximo ao preço mínimo em que foi negociado o ativo durante o pregão, um pequeno
traço à direita representa o preço de fechamento, outro traço à esquerda representa o preço de
abertura.
Gráfico de candlestick - no século XVIII os japoneses desenvolveram um método de análise
técnica para analisar os preços de contratos futuros de arroz. O arroz era a riqueza e os
fazendeiros de todo o Japão podiam mandar sacas de arroz (para onde) que eram mantidas em
armazéns, em troca, recebiam um cupom representativo do valor, que poderia ser vendido a
qualquer momento. Apenas na bolsa Dojima operavam cerca de 1300 traders de arroz.
Candlestick é o nome de uma técnica de análise gráfica de mercado, criada no Japão em meados
do século XVIII, nas antigas bolsas de arroz de Osaka.

Essa técnica se tornou conhecida no mundo inteiro trazida ao ocidente pelo americano Steve
Nison, investidor de Wall Street.
O termo Candlestick (candelabro em inglês) representa os elementos gráficos utilizados na
representação dos preços praticados pelo mercado que são similares às velas, distribuídas sobre
a área do gráfico. A análise se faz através da identificação de figuras formadas pelos candles
(velas) em determinado ponto da tendência de mercado.

O gráfico de candlestick é semelhante ao gráfico de barras, contém as mesmas informações.


Entretanto, o gráfico de candlestick possui figuras distintas, apresentando candles vazados
quando o período apresenta alta, ou seja, fechamento acima da abertura e candles cheios quando
apresenta um período de queda, ou seja, fechamento abaixo da abertura.

6.2.3 Periodicidade gráfica

Os gráficos de análise técnica de ações consideram duas variáveis principais. O variável preço é
destacado pelo eixo vertical. O variável tempo é apresentado no eixo horizontal. O tempo gráfico é
determinante para a avaliação e interpretação do gráfico.

O Variável tempo pode variar entre mensal, semanal, diário e intraday. No intraday o tempo
poderá variar entre horas e minutos de acordo com a necessidade do investidor.

Os tempos gráficos apresentados são utilizados de acordo com o perfil de cada investidor. A
carteira do investidor poderá ser montada de acordo com seu perfil, ou seja, carteiras de longo
prazo, médio prazo e curto prazo.
6.3 Tendências de mercado

Tendências são movimentos prolongados de compra ou venda de um ativo durante um período de


tempo. Movimentos repetidos constantemente em uma direção bem definida.

Podemos encontrar movimento de tendência prolongada ou passageira, sendo os gráficos


ferramentas imprescindíveis para a tomada de decisão.

Algumas variáveis se destacam para analisarmos as tendências do mercado. O tempo, como


destacado anteriormente, é uma variável importante, pois dependemos do tempo gráfico para
definirmos uma tendência. O volume deve confirmar a tendência. Na maioria das vezes, um forte
volume confirma a tendência de alta ou de baixa. O volume é importante, pois mostra a direção
(compra ou venda) em que a maioria dos players do mercado esta trabalhando. De modo
contrário, uma alta/baixa de preços com volume baixo, geralmente, não confirma a tendência do
mercado.
Estratégias gráficas
7.1 Médias móveis

O uso de médias móveis na análise técnica é uma ferramenta muito utlizada. As médias móveis
se tornaram um dos indicadores gráficos mais difundidos no mercado, por serem extremamente
úteis.

Média – Uma média mostra o valor médio de uma amostra de um determinado dado, podendo ser
considerada uma medida de tendência daquela amostra.
O principal objetivo do uso das médias móveis é identificar o início do movimento de uma
tendência em uma ação.

7.1.1 Média móvel aritmética

Uma média móvel aritmética (MMA) é uma extensão do conceito acima, representando o valor
médio de uma amostra (no caso de ações, normalmente dos preços de fechamento do papel), em
um determinado período de tempo.

Mas, por que média móvel? O termo móvel está presente pelo fato de que quando uma cotação
entra no cálculo outra cotação sai. Em outras palavras, se estamos usando uma média de vinte
cotações e surge uma nova cotação a última dessas 20 cotações é excluída do cálculo, enquanto
que a mais recente entra. Assim, a média “movimenta-se” através do gráfico.

7.1.2 Média móvel exponencial

A média móvel exponencial tem o mesmo conceito da média aritmética. A diferença é que, ao
contrário da média simples, nessa os dados mais novos possuem um peso superior aos dados
anteriores à amostra, influenciando mais o seu valor.

7.1.3 Usando médias móveis

A média móvel é uma representação superficial da tendência, uma vez que ela filtra oscilações
menores. A média representa, portanto, uma região de suporte/resistência natural e uma de suas
principais técnicas de utilização é a compra/venda de uma ação nas proximidades da média.
Nessa região o mercado tende a buscar forças para uma nova subida.
No gráfico abaixo de PETR4 observamos 4 pontos de suporte formados pela média móvel de 22
períodos (1 mês).

Outra forma de montar uma operação utilizando médias móveis é através de cruzamentos.
Quando os preços cruzam a média móvel para cima é dado um sinal de compra e quando cruzam
de cima para baixo é dado um sinal de venda. Como mostra o gráfico abaixo de GGBR4.

7.1.4 MACD

O MACD é um indicador que representa uma aplicação do conceito de médias móveis


exponenciais auxiliando o acompanhamento de tendências de mercado. O indicador é construído
a partir da diferença de duas médias móveis exponenciais de 12 períodos (curta) e de 26 períodos
(longa). Do resultado da diferença é calculada a média exponencial de nove períodos que é
definida como linha de sinal.
MACD = MME(12) –MME(26)

A interpretação do MACD é bem simples. Se MACD > 0 as tendências mais recentes da ação são
de alta, o que é bom para posições compradas. Se MACD < 0 as tendências recentes da ação
são piores, o que pode fortalecer uma posição vendida.

Quando a linha de MACD cruza a linha de sinal (conforme acima) é um bom momento para
montar posições compradas, uma vez que há uma ampliação do movimento de alta da ação,
conforme mostram os pontos do gráfico acima.

7.2 Suporte e resistência

Suportes e resistências estão entre os primeiros conceitos que o investidor aprende ao iniciar
seus estudos de análise técnica. Podemos dizer que uma resistência é um ponto em que a
presença dos vendedores impõe uma pressão que impede que o preço continue subindo. O
contrário acontece no ponto de suporte.

Em termos, um nível de suporte representa uma boa oportunidade para compra de uma ação, em
contrapartida ao ponto de venda que o nível de resistência representa. Sendo assim, ao operar
usando níveis de suporte e resistência, é fundamental seguir a estratégia que esta sendo adotada.
Uma vez que um nível de resistência foi rompido o mercado parece indicar que os compradores
tendem a prevalecer sobre os vendedores, favorecendo a abertura/manutenção de posições
compradas.

Uma vez definida uma região de suporte ou resistência, seus papeis podem se alternar, ou seja,
uma região de resistência recente, uma vez rompida para cima pode transformar-se numa área de
suporte. Quando um suporte recente é rompido para baixo, pode transformarse numa área de
resistência. A figura abaixo ilustra bem suportes e resistências no gráfico.
7.3 Chek list do trade

A melhor maneira de se atingir um determinado objetivo é, antes de colocar qualquer estratégia


em ação, decidir os passos necessários para obtenção dos resultados desejados.

Para ter sucesso na renda variável e alavancar os ganhos é necessário adotar a postura
adequada para cada situação e alcançar o sucesso.

Planejamento é fundamental para evitar erros e controlar ansiedades. Um bom planejamento de


trade deve evoluir com o tempo e ser constantemente reavaliado. A seguir, estão relacionadas um
conjunto de regras que visam ajudar na construção de operações.

1. Qual a tendência do mercado?


2. O mercado está respeitando níveis de suporte e resistência?
3. O que os indicadores apontam?
4. Quais os pontos de entrada e saída?
5. Qual será o STOP se a operação der errado?
6. Quanto vou investir de modo a não comprometer significativamente meu capital em caso de
perdas?

Torne-se um investidor
Uma boa estratégia é fundamental na conquista de um objetivo. Grandes exércitos e corporações
bem sucedidas sempre deram importância ao planejamento de suas ações.

Algumas empresas no Japão, por exemplo, chegam a planejar os próximos 50 anos de suas
atividades. O planejamento é uma ferramenta importante na medida em que define a direção que
será seguida e, mais importante, informa o caminho a ser tomado quando a estratégia não estiver
trazendo os resultados esperados. É muito mais fácil definir uma nova rota a partir de uma
estratégia planejada.

Com o investimento não acontece diferente. É muito importante definir uma estratégia antes de
iniciar qualquer aplicação, seja em renda fixa ou renda variável. É muito comum ver famílias que
se esforçam para poupar. Entretanto, na hora mais importante, que é a efetiva aplicação dos
recursos, muitos pecam pela escolha de investimentos, por dicas sem fundamentos e pela
ausência de critério na seleção da carteira.
Quando o assunto é renda variável, o planejamento torna-se ainda mais relevante na hora de
escolher o tipo e o perfil que será dado à aplicação. Basicamente, existem dois tipos de
investidores na bolsa de valores. Em primeiro, vêm aqueles para os quais a bolsa é um tipo
sofisticado de brinquedo (acredite, eles existem), algo como um cassino de luxo onde os números
vermelhos e pretos (tal como no jogo de roleta, muito “popular” nestas casas) são substituídos por
uma das mais de 400 ações que hoje são negociadas na Bovespa. Outro tipo de investidor é
aquele que realmente deseja aumentar seu patrimônio pessoal ou mesmo viver de renda variável,
alavancando seus ganhos pessoais (provavelmente, este é o seu desejo).

O fato é que existem inúmeras formas de se atingir esse objetivo. Você pode ser um investidor
mais conservador, daqueles que abrem mão de uma rentabilidade maior em troca da segurança
de ações menos voláteis (boas pagadoras de dividendos, por exemplo). Existem aqueles que
aceitam um risco maior em troca de uma rentabilidade que gere mais lucro. E também há espaço
para aquele investidor que aceita grandes riscos em troca da possibilidade de uma rentabilidade
bem maior. Qualquer que seja o seu perfil (conservador, moderado ou agressivo), três premissas
básicas devem ser respeitadas na hora de se escolher uma carteira de ações.

Disciplina – é a parte mais importante de um planejamento. É ela que garante a continuidade e o


fluxo de recursos necessário para as aplicações que foram definidas como prioritárias.

Estratégia – se você não tem ideia de onde está também não saberá para onde ir. Com o auxílio
de bom planejamento possível minimizar as chances de erro e controlar o choque mais perigoso
da aplicação em bolsa. Seu plano deve evoluir com o tempo e ser constantemente reavaliado.

Paciência - Paciência é importante para que você tenha consciência de cada momento do seu
investimento. Não se fazem milionários da noite para o dia na bolsa. Esse mito de um mercado no
qual se começa hoje e em pouco tempo se tem um, dois, três ou mais milhões de reais muitas
vezes atrapalha na hora de permanecer na bolsa.
Mesmo aqueles que ficaram milionários “da noite para o dia” o fizeram respeitando estes três
pilares de sustentação do sucesso de uma aplicação em bolsa de valores. Na prática, a definição
do planejamento estratégico passa pela consideração de aspectos pessoais (qual o seu nível de
tolerância a volatilidade), por uma excelente preparação anterior a aplicação e pela avaliação
constante do resultado dos seus trades (um sistema que falha constantemente, tem algum
problema).

8.1 Não há investimento sem risco

Quantas vezes você já planejou alguma coisa que não deu certo? Aquela viagem dos seus
sonhos em que tudo deu errado. As férias programadas por tanto tempo, interrompidas por um
acontecimento inesperado. Assim como qualquer plano para o futuro, muitas vezes, os objetivos
projetados para o investimento podem não ser alcançados. Várias são as razões.

Risco de Mercado - decorre das condições da economia, que podem fazer os juros, o câmbio, o
preço das ações etc, variar, para mais ou para menos, influenciando seu investimento de forma
positiva ou negativa. Além disso, a capacidade de pagamento do emissor do título (ou o lucro
desse emissor) também pode variar por conta das condições da economia, prejudicando seu
investimento.

Risco de Crédito - quando você investe, está emprestando dinheiro a alguém ou aplicando uma
quantia em determinado empreendimento e, certamente, correndo o risco de que o tomador dos
recursos não honre a obrigação, ou não pague os juros combinados, ou que empreendimento não
renda o esperado.

Risco de Liquidez - está diretamente relacionado com a facilidade de resgatar ou transferir um


investimento. Diz-se que não há liquidez nas hipóteses de não se ter o direito de resgatar o
investimento, desse direito ficar restrito a situações incomuns, do mercado para a negociação do
título deixar de existir, ou do título ser raramente negociado, isto é, haver poucas pessoas
interessadas em negociá-lo - o que dificultará a venda do título e provavelmente diminuirá o valor
do seu investimento.

Risco Legal - está relacionado a eventuais problemas legais que poderão causar transtornos no
cumprimento das condições pactuadas. O título ou contrato pode ter defeitos jurídicos que
impeçam ou dificultem o exercício dos direitos nele estabelecidos, permitindo ao devedor ou
tomador não honrar as obrigações assumidas. Por isso é muito importante somente aplicar em
investimentos regulamentados, nos quais o risco legal diminui bastante.

Risco Operacional - está relacionado com as falhas ocorridas nas operações e negócios do
tomador do investimento durante o período em que os recursos aplicados ainda não foram
devolvidos. Poderão ser provenientes de problemas nas atividades ou equipamentos de uma
companhia, falhas humanas no controle de custos e gerenciamento das quantias aplicadas, má
administração dos recursos do emissor etc.

8.2 Poupança e Investimento

Segurança financeira é um dos principais fatores de felicidade, pois nos confere maior
tranquilidade em relação ao futuro. Além disso, uma melhor situação econômica pode ser
fundamental para realizar projetos que dependam de mais recursos, como a aquisição da casa
própria, a compra de um carro, a educação dos filhos ou até mesmo uma inesquecível viagem de
férias.

Poupar é acumular valores no presente para utilizá-los no futuro, o que geralmente envolve
mudança de hábitos, pois requer uma redução nos gastos pessoais e familiares.

Reduzir despesas pode significar desde simples cuidados para evitar o desperdício até o esforço,
por vezes árduo, no sentido de conter gastos. Além disso, poupar exige a avaliação objetiva das
despesas, a fixação de metas e, principalmente, muita persistência, a fim de manter-se
economizando pelo tempo necessário até que sejam alcançados os objetivos que motivaram a
poupança.
8.2.1 Investir é diferente de poupar

Investir é empregar o dinheiro poupado em aplicações que rendam juros ou outra forma de
remuneração ou correção. O investimento é tão importante quanto a poupança, pois todo o
esforço de cortar gastos pode ser desperdiçado quando mal investido. Ainda que a maioria das
pessoas esteja acostumada a pesquisar e comparar preços de bens e serviços, isso nem sempre
acontece quando o objetivo é escolher serviços financeiros.

Quando se trata de finanças, tendemos a confiar mais na opinião de amigos e familiares do que
em conselhos de profissionais especializados. Isso se deve, em parte, à escassez de informações
sobre as características dos investimentos, mas também ao fato de que há opções demais a
considerar e comparar. Quando se tem muitas alternativas, a tendência é simplificar o processo de
decisão, apoiando-se em opiniões e dicas nem sempre técnicas. Cuide bem do seu patrimônio e
da poupança que você adquiriu ao longo do tempo.

Dê ao seu dinheiro a oportunidade de crescer de forma objetiva e planejada.

Bibliografia/Links Recomendados
•FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro, produtos e serviços. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2005.

•SILVA, José Pereira da. Análise Financeira das Empresas. São Paulo: Atlas S.A, 2005.

•TIER, Mark. Investimentos: Os segredos de Gorge Soros e Warren Buffet. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2005.

•PINHEIRO, Juliano Lima. Mercado de Capitais : fundamentos e técnicas. São Paulo, Atlas, 2005.

•ELDER, Alexander. Como se transformar em um operador e um investidor de sucesso. Rio de


Janeiro, Elsevier, 2004.

Sites

Governo e entidades reguladoras


www.bcb.gov.br
www.cvm.gov.br
www.cblc.com.br

Mercado
www.uminvestimentos.com.br
www.bovespa.com.br
www.bmf.com.br

Bolsas internacionais
http://www.nyse.com/
http://deutsche-boerse.com
http://www.londonstockexchange.com
http://www.bolsamadrid.es

Notícias econômicas
http://www.bloomberg.com
http://www.marketwatch.com/
http://web.infomoney.com.br/

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