O leque passeia há séculos nas mãos das mulheres, mas seu uso prático
pouco tem a ver com os aspectos valorizados pela cigana ao dançar. Da
maneira que se abre pode representar as fases da lua e da mulher, seus reais
desejos ou apenas o que quiser demonstrar; é um poderoso instrumento de
limpeza energética, magia para a cura e sedução. Sendo assim, está
constantemente nas mãos espertas de uma cigana, atraindo a atenção para
seu mistério e poder. O leque é mais característico nas dança s kalóns, mas
pelo seu encanto as mulheres que gostam, usam -no sempre que podem na
sua dança.
Dançar com fitas é quase uma brincadeira de criança, al egra qualquer tipo de
ambiente, festeja os nascimentos e casamentos, os movimentos das fitas
rodopiantes manifestam o ritmo da vida e a alegria de fazer parte dela. As Fitas
são mais utilizadas nos ritmos rons, porém conforme o que se quer passar a
dança se adequa a qualquer ritmo alegre.
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O cigano com seu ritmo forte e elegante atrai a atenção do grupo, é dele a
responsabilidade da proteção, das aberturas dos caminhos de seu povo por
estradas desconhecidas; no sapateado a busca da força e coragem; as mãos
ao céu agradecem e recebem um sol de esperança; a força masculina se
mostra e também reverencia a natureza.
Assim, nos contagiantes volteios dança-se aos pares, no ritmo do amor cigano
troca-se forças, experiências, existências, finalmente completos na comunhão
da vida. As crianças, continuação de nossos sonhos, e os velhos, detentores
da sabedoria, tem lugar na r oda e com o mesmo respeito são apreciados por
tudo que são e serão.
Formada por vários ritmos e elementos diferentes, cada qual com seu
significado, num composto de leveza, alegria e sentimentos. Na dança cigana
seus movimentos podem expressar sensualidade, amor, raiva, alegria, ou
tristeza com a graça de uma dança bonita, atrativa e muito exótica.
Como diz Niffer Cortez (uma das poucas dançarinas ciganas) "Marcar uma
coreografia, para o cigano, é prende -lo; é não dar liberdade para os seus
movimentos". Por outro lado, a Bibi Esmeralda (chefe do Grupo Kalemaskê
Romae, de Pirituba/SP), é uma Puri (avó) de 65 anos e dança como uma jove m
de vinte. Se a colocassem dentro de uma coreografia, com certeza, cortariam
grande parte da emoção espontânea e do inestimável encanto que ela nos
transmite quando dança com toda a sua desenvoltura, arte e beleza.
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Cada elemento tem seu significado mágico e cultural, e compõe danças ricas
em simbolismos, como por exemplo:
dança do elemento ar que representa o amor, a sensualidade
e a limpeza.
representa o mistério e a magia do elemento fogo.
Dança dos quatro elementos, denota a alegria e sugere
uma festa. Serve também para purificar o ambiente.
Para os ciganos essa dança representa uma despedida
de solteiro. E os véus coloridos representam as sete cores do arco -íris e
simbolizam o amor e a sensualidade. As cores dos véus representam os quatro
elementos.
Feita com representações dos quatro
elementos como: Vela, incenso, jarro d'água e sal. Significa magia e limpeza do
ambiente.
Essas são algumas das representações da Dança Cigana ,porem pode ser
realizada livremente, manifestando assim, a criatividade e intuição de cada um.
O Povo Cigano é guardião da LIBERDADE. Seu grande lema é: "O Céu é meu
teto; a Terra é minha pátria e a Liberdade é minha religião", traduzindo um
espírito essencialmente nômade e livre dos condicionamentos das pessoas
normais geralmente cerceadas pelos sistemas aos quais estão subjugadas. A
vida é uma grande estrada, a alma é uma pequena carroça e a Divindade é o
Carroceiro.
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Os ciganos não gostam e não aceitam a palavra tribo para denominar seus
grupos, pois não possuem chefes equivalentes aos caciques das tribos
indígenas, nas mãos de quem está o poder. Os ciganos preferem e acham
mais correto o termo clã para denominar seus grupos.
O líder de cada grupo cigano, chama -se Barô/Gagú e é quem preside a Kris
Romanis (Conselho de Sentença ou grande tribunal do povo rom) com suas
próprias leis e códigos de ética e justiça, onde são resolvidas todas as
contendas e esclarecidas todas as dúvidas entre os ciganos liderados pelos
mais velhos. O mestre de cura (ou xamã cigano) é um Kakú (homem ou
mulher) que possui dons de grande para -normalidade. Eles usam ervas, chás e
toques curativos. Os ciganos geralmente se reúnem em tribos para fes tejar os
ritos de passagem: o Nascimento, a Morte, o Casamento e os Aniversários; e
acreditam na Reencarnação. Estão sempre reunidos nos campos, nas praias,
nas feiras e nas praças.
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Os ataques da realeza ao grupo Kalon foram tão rigorosos, que ele foi obrigado
a criar dialeto, mescla de seu próprio idioma com o português e o espanhol, em
particular em Portugal, onde as proibições não foram verbais, mas
determinadas por decreto do rei D.João V. Apesar de todos os sofrimentos o
Clã Kalon sobrevive até os dias atuais, sendo um dos grupos que mais
fielmente segue as tradições ciganas. Tem -se que os Kalons originaram-se do
antigo Egito.
c $%&c# De pele mais clara e olhos azuis, este grupo originou -se em
terras da Rússia, tendo de enfrentar os rigores do inverno russo em suas
precárias carroças. Sob as pesadas roupas e capotes escuros mal
reconhecemos sua origem cigana. A denominação moldávio vem da palavra
Moldávia, república da Europa Central, que chegou a fazer parte do Império
Russo e da antiga URSS. Há poucas diferenças entre o dialeto moldávio e o
romeno; contudo, distinguem-se fortemente na escrita, uma vez que o moldávio
adoou o alfabeto cirílico (Dicionário auré lio).
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Esse povo canta e dança tanto na alegria como na tristeza pois para o cigano a
vida é uma festa e a natureza que o rodeia a mais bela e generosa anfitriã. A
dança cigana praticada tanto por mulheres quanto por homens é hoje uma
mistura da dança de vários povos (espanhóis, árabes, hindús, russos, eslavos,
etc), com os quais os ciganos tiveram contato, somado aos seus próprios
elementos de bailado.
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Outro fato que chama a atenção para a provável origem indiana do povo
cigano, é a santa por quem nutrem o mais devotado amor e respeito, chamada
Santa Sara Kali. Kali é venerada pelo povo hi ndu como uma deusa, que
consideram como a Mãe Universal, a Alma Mater, a Sombra da Morte. Sua
pele é negra tal como Shiva.
Para os ciganos, Sara, santa venerada, possui a pele negra, daí ser conhecida
como Sara Kali, a negra. Ela distribui bênçãos ao pov o, patrocina a família, os
acampamentos, os alimentos e também tem força destruidora, aniquilando os
poderes negativos e os malefícios que possam assolar a nação cigana. Seu
mistério envolve o das "virgens negras", que na iconografia cristã representa a
figura de Sara, a serva (de origem núbia) que teria acompanhado as três
Marias: Jacobina, Salomé e Madalena, e, junto com José de Arimatéia fugido
da Palestina numa pequena barca, transportando o Santo Graal (o cálice
sagrado), que seria levado por elas para um mosteiro da antiga Bretanha. Diz o
mito que a barca teria perdido o rumo durante o trajeto e atracado no porto de
Camargue, às margens do Mediterrâneo, que por sua vez ficou conhecido
como "Saintes Maries de La Mer", transformando -se desde então num local de
grande concentração do Povo Cigano.
Quase todos são devotos de "Santa Sara", que é reverenciada nos dias 24 e
25 de maio, em procissões que lotam Lês Saints Maries de La Mer, em
Camargue, no Sul da França. Através de uma longa noite de vigília e o ração,
pelos ciganos espalhados no mundo inteiro, com candeias de velas azuis,
flores e vestes coloridas; muita música e muita dança, cujo simbolismo religioso
representa o processo de purificação e renovação da natureza e o eterno
"retorno dos tempos".
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Na verdade cigano que se preza, antes de ler a mão, lê os olhos das pessoas
(os espelhos da alma) e tocam seus pulsos (para sentirem o nível de vibração
energética) e só então é que interpretam as linhas das mãos. A prática da
Quiromancia para o Povo Cigano não é um mero sistema de adivinhação, mas,
acima de tudo um inteligente esquema de orientação sobre o corpo, a mente e
o espírito; sobre a saúde e o destino.
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Para o Povo Cigano, a Lua Cheia é o maior elo de ligação com o "sagrado",
quando são realizados mensalmente os grandes festivais de consagração,
imantação e reverenciação à grande "madrinha". A celebrações da Lua Cheia,
acontecem todos os meses em torno das fogueiras acesas, do vinho e das
comidas, com danças e orações. Também para os ciganos tudo na vida é
"maktub" (está escrito nas estrelas), por isso são atentos observadores do céu
e verdadeiros adoradores dos astros e dos sidéreos. Os ciganos praticam a
Astrologia da Mãe Terra respeitando e festejando seus ciclo s naturais, através
dos quais desenvolvem poderes verdadeiramente mágicos.
Para uma kalin (cigana kalon), descendente desse povo, essa é uma hora em
que precisamos estar atentos e vigilantes para ouvirmos uma espécie de
"chamado mítico" que a dura realida de planetária está nos fazendo, e, nos
unirmos em corpo e espírito com as forças maiores que regem esse universo.
O fato do Povo Cigano não ter, até os dias atuais, uma linguagem escrita, fica
quase impossível definir sua verdadeira origem. Portanto, tudo o que se disser
a respeito de sua origem está largamente baseado em conjecturas,
similaridades ou suposições.
A hipótese mais aceita é que o Povo Cigano teve seu berço na civilização da
Índia antiga, num tempo que também se supõe, como muito antigo, talvez dois
ou três milênios antes de Cristo. Compara-se o sânscrito, que era escrito e
falado na Índia (um dos mais antigos idiomas do mundo), com o idioma falado
pelos ciganos e encontraram um sem-número de palavras com o mesmo
significado. E assim, os Ciganos são chamados de "povos das estrelas" e
dizem que apareceram há mais de 3.000 anos, ao Norte da Índia, na região de
Gujaratna localizada margem direita do Rio Send e de onde foram expulsos por
invasores árabes.
Outros pontos também colaboram para que esta hipótese seja reforçad a, como
a tez morena comum aos hindus e ciganos, o gosto por roupas vistosas e
coloridas, e princípios religiosos como a crença na reencarnação e na
existência de um Deus Pai e Absoluto. E com respeito à suas crenças, tanto
para os hindus como para os ciganos, a religiosidade é muito forte e norteia
muito de seu comportamento, impondo normas e fundamentos importantes,
que devem ser respeitados e obedecidos.
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