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MATERIAL DE APOIO

EXAME DE ORDEM

Curso: Intensivo Diurno| Disciplina: Direito Tributário


Aula: 02 | Data: 27.09.2016

ANOTAÇÃO DE AULA

EMENTA DA AULA
- LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

GUIA DE ESTUDO

1) LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR


1.1) Principais princípios tributários
1° Princípio da legalidade
Todo tributo só pode ser instituído, aumentado, reduzido, extinto se for através de uma lei.
Toda concessão de incentivos fiscais, a nova constituição federal também diz que depende de uma lei
específica.
A lei que é utilizada para essa finalidade, pela regra, é por lei ordinária, o fato de ser por lei ordinária
não vai retirar a importância de poder usar lei complementar.
É obrigatório usar lei complementar quando houver uma expressa determinação na constituição.
A CF vai determinar o uso de lei complementar nas seguintes situações:
 Para dispor sobre conflitos de competência tributária, artigo 146, I, CF. o papel da lei
complementar se resume a tratar de conflito;
 Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. Quem limita o poder de tributar é a
CF, o papel da lei complementar é regulamentar essa limitação;
 Tratar sobre normas gerais em matéria tributária.
A CF diz que qualquer norma geral em matéria tributária deve ser veiculada com lei complementar.
Artigo 24, §1, CF, a união pode tratar sobre normas gerais.
Atualmente a norma geral, a lei complementar que é criada pela união, pra tratar de normas gerais é o
CTN. Lei 5162/66.
Quando o CTN foi criado, ele estava sob a vigência CF/46. Em 46 não existia lei complementar.
O código foi criado como lei ordinária no seu sentido formal, foi processo de lei ordinária, porque só
tinha essa não tinha outra.

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O CTN foi recepcionado pela CF de 67 e mantido pela CF de 88, como lei complementar em sentido
material (conteúdo) a sua forma é uma lei ordinária mas a matéria é lei complementar.
Até o momento teve as seguintes alterações no CTN: LC 140/01, LC 118/05 r LC 143/13.
Tributos que só poderão ser instituídos por LC, pela regra se cria tributo pela lei ordinária, a exceção é
LC:
 Impostos sobre grandes fortunas
 Empréstimo compulsório, artigo 148, VI, CF
 Impostos residuais, artigo 154, I, Cf
 Contribuições sociais residuais, artigo 195, §4

Incentivos fiscais que dependem de lei complementar:


Pela regra ele é criado por lei ordinária só será por lei complementar quando a lei mandar.
O tratamento favorecido de micro empresa e EPP vai depender de lei complementar, artigo 146, III, d,
paragrafo único, CF.
Simples nacional, LC 123/06.

Incentivos fiscais de ISS


Esses serão criados através de LC.

1.2) Medida provisória


É um ato administrativo que pode se converter e lei. EC 32/2001. Artigo 62, CF, inseriu 12 paragrafos, o
§2 fala que a medida provisória pode ser usada para instituir ou aumentar impostos.
Veja que a CF fala de impostos, ela fala do gênero.
A medida provisória é ato privativo do poder executivo.
Só pode ser criado por medida provisória, quem cria é o Presidente da República.
Artigo 62, §1, CF é vedada a ediçõ de medida provisória sobre matéria reservada a lei complementar.
Tudo que depender de lei complementar a medida provisória não passa perto.
A medida provisória pode instituir o único imposto que poderá ser instituído por medida provisória é o
imposto extraordinário de guerra.

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Exceções ao princípio da legalidade


Existe alguma situação que a lei será ignorada?
A possibilidade de exceção é a utilizada de decreto executivo.
Artigo 153, § 1, CF.
O decreto pode ser usado para alterar alíquotas de 4 impostos federais, II, IE, IPI, IOF.
O decreto pode tanto alimentar como pode reduzir.
Artigo 177, §4, I, b, CF, o decreto pode ser usado para reduzir e para restabelecer as alíquotas da CIDE
combustíveis.

2) Princípio da anterioridade tributária


Esse princípio foi criado com a principal finalidade de aumentar a segurança jurídica da tributação.

Anterioridade comum / exercício


Artigo 150, III, b, CF
Se temos um tributo que foi instituído, amentado, esse tributo só poderá ser exigido no exercício
financeiro seguinte.
No Brasil, o exercício financeiro vai de 01 de janeiro até 31 de dezembro.

Anterioridade nonagesimal / noventena


Artigo 150, III, c, CF.
Se tenho um tributo que for instituído, aumentado, ele só poderá ser exigido após decorridos 90 dias da
publicação da lei.
Se junta a anterioridade comum e a nonagesimal.
Entre os exercícios financeiros deve se observar um prazo mínimo de 90 dias (entre um ano e outro),
tem que ter o espaço mínimo de 90 dias.
Ex. jan / 2015 – jan / 2016; ago /2015 – Jan / 2016; Nov 2015 – Mar / 2016.

Exceções ao principio da anterioridade


Artigo 150, §1, CF.
Quais são os tributos exigidos imediatamente?

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II, IE, IOF, IEG, empréstimo compulsório emergencial.


Esses tributos são exigidos já, no momento da tributação.
Tem tributos que só observa o prazo mínimo de 90 dias.
IPI, ICMS sob combustíveis, CIDE combustíveis e as contribuições sociais.
Tributos que só podem ser cobrados a partir do ano seguinte.
IR, Fixação da base de cálculo do IPVA e do IPTU.

Imunidades tributárias
É uma vedação constitucional que impede a inciidencia de tributos.
Expressão criada pela doutrina.
Na CF tem expressões correlatas que se entende estar se falando de imunidade: vedação, não
incidência, isenção ou gratuidade.

Imunidades genéricas
Artigo 150, VI, CF
Elas vedam a instituição de impostos
a) Imunidade reciproca: veda a instituição de impostos entre os entes federativos.
Um não pode criar, cobrar impostos do outro.
Cuidado, a proibição é sobre impostos.
Essa imunidade é extensiva as autarquias e as fundações públicas desde que atendam suas finalidades
essenciais.
Nem tudo o que a autarquia / fundações fizer haverá imunidade.
Pela regra, a imunidade reciproca, ela se aplica, a toda pessoa jurídica de direito público.
O STF julgou RE 407.099/RS, a partir de então o supremo decidiu que empresa pública e sociedade de
economia mista quando forem prestadoras de serviços essenciais ao funcionamento do Estado, elas
gozam de imunidade.
A empresa pública e a sociedade de economia mista é pessoa jurídica de direito privado.
Ex. correios, infraero, casa da moeda...
Se a pessoa dizer que tem empresa pública e sociedade de economia mista, mas são exploradoras de
atividade econômica, elas não gozam de imunidade. Ex. CEF, BB, Petrobras, elas serão tributadas.

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Imunidade religiosa
Artigo 150, VI, b, CF.
Veda a instituição de impostos sobre templos de qualquer culto.
STF – diz que essa imunidade visa preservar a laicidade do Estado. É o fato do Brasil ser um país que tem
liberdade de culto, a difusão de crença.
Nesse caso a imunidade recai sobre a atividade religiosa.
Tudo o que for utilizado para atender a atividade religiosa, tem imunidade.
Imóveis locados, igreja é proprietária de um galpão comercial, ela loca para empresário que paga
aluguel mensal de 50 mil.
Se toda a receita obtida for revertida ao atendimento da atividade religiosa, estende-se a imunidade
sobre o imóvel locado.

Estacionamento / Cemitérios
Se toda a receita obtida for revertida ao atendimento da atividade religiosa, estende-se a imunidade
sobre o imóvel locado.

Terreiros (umbanda, quimbanda, candomblé)


Pode se estender a imunidade.

Satanismo
Não tem imunidade

Maçonaria
STF, RE 562.351/RS
É uma ideologis de vida e filosófica.
Não goza de imunidade.

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