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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

NUCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO -UEMANET


CAMPUS TIMON
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
DEJANE PEREIRA CARVALHO SANTOS

AS MUDANÇAS OCORRIDAS NA EDUCAÇÃO MARANHENSE


DURANTE O SÉCULO XIX

TIMON-MA
2018
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AS MUDANÇAS OCORRIDAS NA EDUCAÇÃO MARANHENSE


DURANTE O SÉCULO XIX

O século XIX no Maranhão é marcado por grandes dificuldades, a falta de uma


sistematização do ensino, o pouco incentivo governamental, falta de materiais
escolares e o despreparo dos professores, contribuíram para grandes dificuldades no
avanço da educação no estado. Segundo Saldanha (2008, p. 148) esses entraves
foram resultados “da inexistência de professores competentes [o que] constituiu num
grande obstáculo que impedia a expansão do ensino público [...]”, pois, a maioria dos
professores não tinha os requisitos necessários para exercerem os cargos na instrução
pública maranhense, fora os baixos salários que recebiam. Outro fator que impedia o
avanço na educação era a divisão de classes presente na sociedade maranhense do
século XIX. Os filhos da elite maranhense eram mandados a estudar nos grandes
centros universitários do Brasil e do Mundo, a saber Rio de Janeiro, São Paulo e
Portugal. Nesse sentido, os novos “formados” ao regressarem a sua terra natal,
arraigados de novas concepções e seguindo as tendências postas pelo mundo,
começam a operar em prol da educação do Maranhão, o que fez ocorrer uma mudança
significativa na educação maranhense, provocando assim as primeiras reformas
educacionais.
Tais reformas começaram a ser realizadas durante a primeira década
republicana, na tentativa de promover o desenvolvimento da educação tanto a nível
nacional, como regional. Podemos citar a Reforma José Tomaz de Porciúncula de
1890, a Reforma Lourenço de Sá , de 1891, a Reforma Cunha Martins, de 1893, e a
Reforma Benedito Leite, de 1895. As melhorias apresentadas, mesmo não garantindo
mudanças substanciais, foram os primeiros passos rumo à ordenação do ensino público
primário.
Diante do cenário educacional assolador que o Brasil vinha enfrentando desde o
século XIX e que perdurava ate o século XX, fazia-se necessário que os discursos se
convertessem em práticas efetivas, iniciando pela construção de prédios próprios para o
ensino primário; formação e contratação de professores correspondentes ao número de
alunos matriculados e instruídos para determinado fim; e compra de mobília e materiais
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didáticos em número suficiente para serem utilizados nas aulas. Essas exigências e
ainda o aumento dos índices de analfabetismo no Maranhão fizeram com que fosse
necessária a criação de políticas que viessem a mudar esse quadro.
No Maranhão, o Plano de Reconstrução Educacional trouxe algumas mudanças,
como a criação da Secretaria de Estado dos Negócios de Educação e Cultura, e a
criação do Plano de Desenvolvimento da Educação e Cultura do Maranhão. Para
valorizar a formação especializada dos professores maranhenses, “[...] foram
promovidos cursos e seminários e concedidas bolsas de estudos para proporcionar aos
docentes, uma orientação que lhes garantisse a promoção e a renovação dos métodos
pedagógicos.” (MOTTA; MACHADO, 2006, p. 237).
Todas essas ações visavam às melhorias na educação e na cultura do Estado. No
entanto, assim como em outras vezes, tais mudanças não alcançaram os efeitos
desejados. Os mesmos problemas que perpassaram a educação pública continuam a
afetar o Brasil.
Muitos dos problemas enfrentados ainda ocorrem até hoje: falta de professores,
baixo salário dos mesmos, falta de prédios adequados, condições insalubres de
trabalho, violências, altos índices de analfabetismo e a falta de acesso de muitas
crianças à escola, seja por falta do incentivo dos pais, o desinteresse dos próprios
alunos, ou até mesmo a poucas vagas ofertadas nas escolas, o que reflete as diversas
filas em dias de matrícula e procura de vagas.
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REFERÊNCIAS

MOTTA, Diomar das Graças; MACHADO, Raimunda Nonata da Silva. O Maranhão e a


reconstrução educacional. In: ARAÚJO, Marta Maria de; BRZEZINSKI, Iria. (Org.).
Anísio

SALDANHA, Lilian Leda. A instrução maranhense na primeira década republicana.


Imperatriz, MA: Ética, 2008.

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