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Prémio Leaders & Achievers-Flecha Diamante 2016 PMR Africa

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Machado da Graça
1946-2016
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Foi-se o
crítico e
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versátil
Naíta Ussene

Di

Pág. 2 e 3
2
TEMA DA SEMANA Savana 22-07-2016

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Cessar-fogo? É complicado!
Por Francisco Carmona

o

Cessar-fogo? É complica- Não interessa, mesmo que faltasse
do! Só saio de Gorongosa um ano para chegarmos em 2019.
depois de um acordo sério. O que nós queremos é começar a

log
Estou convicto que vai sair governar com base nos resultados
um acordo, mas estou mais pre- de 2014. Assim como a Frelimo
ocupado com a sua implemen- está a governar, vamos governar
tação, porque os outros (Roma e legitimamente porque ganhamos
5 de Setembro) falharam”. Pro- essas seis províncias. Não interessa
nunciou-se desta forma Afonso se estamos atrasados. É claro que
Dhlakama quando na tarde desta se registou um atraso, porque se ti-
terça-feira falava em exclusivo véssemos negociado e legislado em
ao SAVANA sobre os últimos 2015, teríamos começado juntos a

ció
desenvolvimentos dos contactos governar. Mesmo com dois anos de
que a Renamo mantém com o atraso, nós pretendemos começar a
Governo e a chegada dos media- governar agora as seis províncias.
Não podemos esperar 2019, que
dores/facilitadores, ou terceiras
é o ano das outras eleições. Seria
partes na retórica governamen-
perigoso, depois do povo ter vota-
tal. Num tom bastante animado, do na Renamo, esperar cinco anos
indiciador de que tem confiança a suportar a governação dos go-
de que desta vez sairá um “acor- vernadores da Frelimo com outra
do sério e duradouro”, Afonso
Dhlakama argumentou, nos se-
guintes termos, quando o ques-
tionámos sobre a possibilidade
so ideologia, quando eles votaram na
Renamo. Não é exigir por exigir. É
dar a um povo aquilo que eles de-

Naíta Ussene
cidiram nas urnas. Um dos pontos
de decretar um cessar-fogo, jun- mais importantes nas negociações
tamente com o Presidente Nyusi, é a governação das seis províncias.
para que as negociações decorram Mas como isso vai se processar?
“Cessar-fogo é muito bonito falado nos escritórios”
num clima mais sereno: Não há problema nenhum. É fazer
“Não é fácil cessar fogo. Muitos União Europeia, a Igreja Católi- sua pergunta, acredito que, tanto os um acordo, não nos reconciliámos, um anteprojeto e fazer uma revi-
falam de cessar fogo. Cessar fogo ca e a África do Sul. Estou ainda mediadoreses que a Renamo propôs, não nos entendemos, significa que são pontual na Constituição para
um
é muito bonito falado nos escritó- mais satisfeito, porque parece que como os que o Governo apresen- meses depois voltaríamos ao con- que haja transferência dos poderes
rios (...) Isso é muito complicado, pressionámos e o próprio Gover- tou, estão interessados com a paz flito e estaríamos a decepcionar o dos governadores da Frelimo para
sobretudo, para o caso de Mo- no acabou por propor também em Moçambique. São europeus e povo de Moçambique. E é por isso, os governadores indicados pela
çambique. É bom cessar fogo de- a mediação internacional. Duas africanos e ambos têm interesses que, com base na minha experi- Renamo. O poder administrati-
pois de resolvermos os problemas organizações (Global Leadership em Moçambique. Querem estabi- ência, não estou interessado num vo e político. A população dessas
que estão a provocar o conflito. Foundation e Fundação Faith) e lidade
de no país. Acredito que eles cessar-fogo, antes de terminarmos províncias tem de ver as suas vidas
Como ainda não chegamos a um o antigo presidente da Tanzânia, vão desempenhar um papel muito com o problema. Vamos negociar o
importante. A minha preocupa- melhoradas. Tem de sentir porque
acordo, não nos reconciliámos, Jakaya Kikwete. cessar-fogo. Significa que negociar
ção não é de mediadores. É o pós- votaram na Renamo. Eles querem
não nos entendemos, significa O facto de o Governo ter apenas cessar-fogo já terminamos com
-acordo. Como implementar. As- ser governados por quem votaram.
que meses depois voltaríamos ao agora indicado os “seus” media- os problemas que nos levam a um
dores, depois de durante muito sinei um acordo com o Presidente conflito militar. Cessar fogo é um Não seria viável que a exigência
conflito militar e estaríamos a
tempo ter recusado a mediação Chissano em Roma. Assinei outro sinal da vitória de um e do outro da Renamo de descentralização
decepcionar o povo de Moçambi-
a 5 de Setembro de 2014 com o das províncias tivesse como hori-
de

que”, fundamentou o líder da Re- internacional, não vai atrasar as lado. É um sinal para o povo que a
namo, que não é visto em público negociações? Presidente Guebuza. Ambos os guerra terminou. zonte as eleições de 2019?
desde 09 de Outubro de 2015, dia Sabe que o Governo não queria sa- acordos não foram implementados. Continuam os bombardeamentos Seria descabido a Renamo esperar
em que as forças governamentais ber de mediação. Lembra que co- Será que o acordo que vou assinar na Serra da Gorongosa? 2019. Estaríamos a dar mais uma
assaltaram e desarmaram a sua meçamos a falar de mediação em com Nyusi é que será implementa- Abrandaram há uns dez dias. Es- chance a Frelimo para preparar
guarda pessoal na sua residência Outubro do ano passado e eles não do? É aí que reside a minha dúvida. poradicamente, lançam B11 e inti- mais um golpe para nos deixar
na cidade da Beira. queriam saber. Mas pronto, como Os mediadores vão ajudar no geral. midam a população. com cinco deputados na Assem-
“Saio de Gorongosa quando as houve pressão, confrontos milita- Tem falado nos últimos dias com Este abrandar não pode ser lido bleia da República e mostrar que
coisas estiverem bem”, despediu- res, houve tentativas por parte do o Presidente da República, Filipe como um sinal da outra parte de a Renamo já acabou. A Frelimo
Governo fazendo várias ofensivas Nyusi? que está disposta a cessar com as havia de roubar, aliás, não é rou-
-se, convencido de que a chegada
aqui na Serra da Gorongosa para Não, não. Foi há um mês a pedi- hostilidades imediatamente?
dos mediadores propostos pelos bar é levar. Guebuza, depois das
io

do dele que conversámos dois dias


dois lados e o reatar do “diálogo pressionar, para ver se o Dhlaka- Não é isso. É que eles levaram eleições de 2014, disse mesmo de
consecutivos. Foi nessa conversa
político sério” “trará uma estabi- ma podia aceitar o diálogo sem muita porrada. Estão cá generais e boca cheia que arrancamos o poder
que se anunciou que se aceitaria a
lidade e manutenção de uma paz que haja mediação internacional. tropas vindas de Maputo. Andam à oposição. A Frelimo não rouba
mediação internacional e as coisas
efectiva em Moçambique”. De Resistimos. Nós é que saímos a ga- começaram a andar num outro rit- aqui secretamente. Se estivessem a votos. Leva a vontade, através das
seguida, transcrevemos as prin- nhar. O povo saiu a ganhar, porque mo. De lá a esta parte não voltamos ganhar terreno estariam a chamar fademos (FADM), a polícia e o
cipais passagens da entrevista te- a mediação é importante. Agora,
ár

a falar. jornalistas para filmarem tudo. A Conselho Constitucional. Essas


lefónica de 45 minutos em que o quanto à sua pergunta se de facto Está disposto a fazer uma decla- coisas todas têm de terminar. Esses
líder da Renamo clarifica outras isto não vai atrasar
atrasar, fica atrasado aceitação da mediação internacio-
ração pública unilateral de cessar- nal foi por pressão no terreno. Ga- poderes todos têm de acabar. Esse
posições do seu partido. A gover- sim, porque se calhar se o Gover- -fogo? Gostaria que o presidente diálogo, que reinicia, é um diálo-
nação das seis províncias, onde no tivesse aceitado a mediação em ranto que se a Renamo estivesse a
Nyusi tivesse um posicionamento go que tem de pôr fim a todas as
a Renamo reivindica vitória nas Outubro do ano passado, talvez já idêntico? perder no terreno, eles não haviam
de aceitar nada. Um regime da es- brincadeiras da Frelimo, para per-
eleições de 2014, ponto principal teríamos chegado a um acordo há Não é fácil cessar fogo. Muitos fa- mitir um melhor desenvolvimento
Di

da agenda na mesa das negocia- muito tempo. Mas em política não lam de cessar fogo. Cessar fogo é querda, como a Frelimo, não aceita
ções, foi incontornável. há quase nada atrasado, vamos ver e possibilitar que o povo vote em
muito bonito falado nos escritórios. quando estiver em vantagem em
o que vai acontecer, porque já che- líderes capazes de governar Mo-
Mas é muito difícil para quem está confronto militar. Quando come-
Os mediadores chegaram esta garam os mediadores e, brevemen- no mato a disparar, num confron- çambique e que a prova dos nove
ça a aceitar as exigências de quem
semana a Maputo. Está satisfeito te, irá iniciar um diálogo sério. to militar. Cessar-fogo para mim, seja tirada nas urnas e não no en-
está no terreno é que já viram que
contecimentos?
com o curso dos acontecimentos? Tem confiança nos mediadores com bastante experiência de guerra chimento, falsificação de editais.
não há outra saída. O abrandar não
Ainda não começaram as nego- propostos pelo Governo? em Moçambique, desde 1977, es- Não pode ser o Comité Central da
ciações propriamente ditas. O que É muito difícil falar de confiança, tem nada a ver com as negociações.
tou a lutar a favor da democracia Frelimo a dar ordens ao Conselho
houve foi a criação das equipas porque o mediador não vem de- para este povo de Moçambique, É que as coisas não estão bem no
Constitucional. Quero dizer que
da Renamo e Governo que nego- cidir, não vem impor, dar ordens. não é fácil. Cessar-fogo é bonito seio das forças armadas governa-
continuaremos a fincar pé que um
ciaram a agenda. Depois quando Vem aproximar posições. Ajudar. falar numa sala climatizada, mas é mentais.
dos assuntos mais importantes é a
falei com o Presidente Nyusi, há O mediador não impõe posições. muito complicado, sobretudo, para
um mês, decidimos alargar os gru- Pode até ter uma inclinação ide- o caso de Moçambique. É bom Governação das províncias governação da Renamo. Por bem
ou por mal, a Renamo vai gover-
pos para serem seis. A agenda foi ológica ou política a favor de um cessar fogo depois de resolvermos É razoável a Renamo manter a
aprovada. Estou satisfeito, porque lado. Mas é muito difícil na mesa os problemas que estão a provocar exigência da governação nas seis nar as seis províncias. É melhor
o Governo aceitou a mediação das negociações o mediador mani- o conflito. Se nós cessarmos fogo, províncias, quando estamos a que governe por bem, do que
internacional, que é o que vínha- festar uma posição favorável a um significa que a guerra já terminou. meio dos mandatos dos poderes governar por mal, porque a
mos exigindo, nomeadamente, a lado. Respondendo directamente a Mas como ainda não chegamos a instalados em 2015? Frelimo pode perder tudo.
Savana 22-07-2016
TEMA DA SEMANA 3

Sente que estas negociações são gociar com uma Renamo fragili-

Atacamos alvos militares


a sua última cartada? É a última zada..
oportunidade de Afonso Dhlaka- Sim, senhor. Eles querem me as-

A
ma conseguir concessões subs- sassinar.
tantivas? Alguns sectores defendem que
Em política não há últimas carta- o encontro Nyusi-Dhlakama, o
das. Veja que eu comecei a dirigir mais rápido possível, pode ajudar Renamo assume a au- tituições credíveis. Com que coração gozaa de boa saúde. Também
a Renamo aos 22 anos. Hoje te- a desanuviar este ambiente políti- toria dos ataques de o Dhlakama aceitaria tal fantocha- faz parte da propaganda da
co em que vivemos. Tem o mesmo viaturas nas estradas da. Seria um escândalo para o meu Frelimo?
Frelimo

o
nho 62. Portanto, isto não é fácil.
entendimento? do centro, que lhes povo. Não aceito. Poderia aceitar se Já me mataram várias vezes.
Não é dizer que o limite são essas
Olha, quero chamar a atenção aos são atribuídos pelo Governo? tivéssemos um Estado de Direito, Sou um ser humano. Às vezes
negociações e não pode haver pro-
intelectuais, académicos, jornalis- Não se trata de assumir. Esta- instituições a funcionar e a Frelimo apanho malária, uma constipa-
blemas. Nós pensamos que estas
ção, neste tempo de frio e de-

log
são uma das soluções viáveis para tas e analistas, que acreditam que o mos numa guerra. A Renamo no poder através de eleições livres e
encontro Nyusi vs Dhlakama pode nunca saiu da base para ir à transparentes. Uma fantochada para pois passa. De que tenho uma
que o conflito entre a Renamo e a doença crónica, nem consigo
resolver tudo. Não resolve. Eu já casa de alguém atacar viatu- me enganar e eu calar a boca seria
Frelimo termine. O Povo está can- andar, isso é mentira. É boa-
me encontrei com Chissano várias ras. A Renamo tenta reduzir a uma traição ao povo.
sado de escutar armas. Não ajuda to. Mesmo quando estava em
vezes e até parecíamos amigos. As- logística do inimigo. Digo ini- Como é que interpreta o rapto de
em nada. O Nyusi não tem filhos Nampula, corriam boatos de
sinou o acordo comigo. Foi o Chis- migo porque vem nos atacar. Manuel Lole?
que manda para a guerra. Jovens de que Dhlakama estava morto.
sano que começou com o roubo Adversário político é outra coi- Não sei onde é que a Frelimo quer
20 anos são enviados para Goron- Eu nunca desejei a morte de
de votos em 94 e 99, mas eu me sa. Quem vem disparar contra chegar com isso. A Frelimo criou
gosa. Dizem que é para capturar o um dirigente da Frelimo, en-
encontrava com ele. Como é que nós é inimigo. A Renamo tem esquadrões treinados por norte-
Dhlakama. Eles é que morrem nas quanto um ser humano. Mes-
alguns grupos nas emboscadas -coreanos que andam a sequestrar

ció
matas. Centenas e centenas. E a as pessoas podem acreditar que um mo depois daquela tentativa de
para atacar carros militares. Não pessoas. Isto tinha parado, depois da
Frelimo nem arranja caixões para Nyusi, ainda jovem, encontrando- assassinato em Manica, nunca
interessa se esses fademos, FIR contra-ofensiva que fizemos. Eles
eles. Nem informa os pais. Isto -se com Dhlakama está tudo resol- fiquei com rancor da Frelimo.
vêm em viaturas civis, da Nagi, levaram porrada e pararam. Agora
para mim, como pai, dói muito e vido. Essas pessoas estão erradas. 2019 está a porta. Vai se re-
Maning Nice, Etrago ou num usam a Polícia. O Lole está agora
é por isso que estas negociações, É preciso negociações sérias, com candidatar pela sexta vez ou
camião aberto. Estamos a dispa- Chimoio. Foi a
numa esquadra em Chimoio irá abrir espaço para um de-
para além de resolver a governação instrumentos próprios para super-
rar contra o inimigo. Aquilo que Polícia que o raptou. Já fizeram isso bate de sucessão no seio da
da Renamo, são as negociações que visionar os entendimentos. Temos a Frelimo anda a dizer é pro- com centenas e centenas de mem- Renamo?
devem dar garantias ao povo mo- de criar uma Comissão Nacional, paganda. A Renamo não ataca bros da Renamo. O partido não é meu. Não é um
çambicano para de uma vez para não só entre a Frelimo e a Renamo, viaturas civis. Pelo contrário, a A Renamo sabe onde ele (Lole) regulado. Não é um poder tra-
sempre descansar a guerra. Quere-
mos também passear, ir à praia sem
ouvirmos estrondos e nem sermos
emboscados. Não nascemos para
estar sempre no mato, só porque
um partido quer governar através
da fraude. Por isso, exigimos a me-
mas também jornalistas, advogados
e outros sectores importantes da
sociedade. Temos de acabar com
isto. Não se pode ficar eternamen-
te num país em que a Frelimo e a
Renamo não consigam se entender.
A sociedade civil também está in-
so
Frelimo é que leva carros civis
para servirem de escudo. Ataca-
mos colunas militares.
Depois do acordo qual é o pa-
pel que vai assumir. Vai aceitar
o estatuto de líder da oposição
está exactamente. Está vivo?
De momento (a entrevista foi às
13h desta terça-feira) está vivo, a
não ser que o tenham assassinado à
noite. Nós estamos a mexer a pro-
curadoria e alertamos que já sabe-
curador
dicional. Enquanto, o partido
Renamo continuar a acreditar
na capacidade de Dhlakama de
dirigir e fazer campanha com
carisma e tudo, junto as popu-
lações, vou continuar. Mas se
com direito a protocolo do Es- mos onde está. Eles estão a raptar o partido disser que o senhor
diação internacional para vir tes- teressada em fazer parte do diálo- tado e montar o seu escritório e a matar nossos membros. Fazem já concorreu várias vezes e foi
temunhar quem quer o conflito e go. Está disposto a abrir espaço? em Maputo? todos os dias. Mas eu nunca vi coisa roubado vai descansar, eu vou
um
quem quer a paz neste país. Podemos ver. Mas também temos Não tem interesse. Com o re- igual mesmo no regime de Samora descansar, porque já fiz his-
Nas suas contas quando é que de- de falar daquilo que vai acontecer gime da Frelimo como está não Machel, na União Soviética e nem tória. O facto de ter lutado e
seja sair da Gorongosa? depois do acordo. Tenho certeza tem interesse. O Estatuto de na China, Cuba. Não sei onde é que obrigado a Frelimo a aceitar
Quando tudo sair bem (risos) que haverá acordo. Mas a minha líder da oposição não deve pa- a Frelimo quer chegar com isso. Em o multipartidarismo é obra.
Que garantias exige para sair? preocupação é o que vai acontecer recer como se estivessem a ca- Fevereiro, Março e Abril matavam Deveu-se à minha liderança,
Tudo vai depender das negocia- depois do acordo. Esse acordo será lar a boca de alguém. Também apenas homens. Agora já matam persistência, determinação e
ções. Também garantias de segu- implementado? Teremos de criar é preciso ver como um partido também mulheres. Na semana pas- coragem. Afonso Dhlakama
rança. Você não pode esquecer que um instrumento, que envolveria a como a Frelimo quer dar um sada mataram uma mulher da Liga já está na história. Um homem
escapei à morte duas vezes. É dife- sociedade civil, para supervisionar Estatuto de líder da oposição à Feminina da Renamo de nome Ani- brilhante, que está ao lado dos
rente de ir atacar a base de Dhlaka- o acordo, o que faltou em Roma. Renamo se eles não ganham as fa, em Caia. Saía do mercado e foi pobres e do povo. Agora con-
ma na Gorongosa. Mas atacar-me Isto é importante para a manuten- eleições e nem respeitam regras. morta de dia. correr ou não concorrer isso
eu a andar, disparar para o meu ção da paz e democracia em Mo- Não há Estado de Direito e ins- Há indicações de que o senhor não depende do partido Renamo.
de

carro em Chibata no dia 12 de Se- çambique.


tembro e Zimpinga no dia 25 de
Setembro, é horrível. Nunca vi isto,
mesmo em países ditadores, aque-
les que foram mais cruéis. Aquilo
que o Nyusi fez com o regime dele
é condenável. Mas não guardo ran-
cor.
Acredita que quem o quer matar é
o Presidente Nyusi ou é um grupo
io

de radicais dentro da Frelimo que


agem à revelia do comandante em
chefe?
Eu penso que é ele mesmo (Pre-
sidente Nyusi). Porque se não fos-
ár

se ele,, iria mandar prender todos


os comandantes que dirigiramigiram a
operação. Aquele grupo saiu de
Maputo com a missão de ir matar
Dhlakama. Ele é que é o coman-
dante em chefe. Nem tentou, pelo
menos, lamentar a situação em pú-
Di

blico.. Pelo menos nos enganar. Fi-


cou calado até hoje. O discurso de
grupos radicais não funciona. To-
dos os partidos têm radicais, mas a
responsabilidade é do comandante.
Porquê não mandou prender quem
tentou mandar o Dhlakama? Ou
pelo menos dizer que lamenta a
tentativa de matar o meu irmão
Dhlakama. Ficou caladinho. Até
agora está a mandar comandantes
para Gorongosa. Ainda acredi-
ta que pode capturar ou matar o
Dhlakama. É ele o responsável.
Então acredita mesmo que há um
plano para o assassinar para ne-
4
TEMA DA SEMANA Savana 22-07-2016

Investimentos de duvidosa viabilidade em causa

MDM exige reformas profundas no INSS


O
Por Argunaldo Nhampossa

o
polémico Instituto lon, após ter investido 182.2 mi-
Nacional de Seguran- lhões de metic
meticais.
ça Social (INSS) volta No Nosso Banco, nova desig-

log
a estar no centro das nação do Banco Mercantil de
atenções. Desta vez, o Movi- Investimento (BMI), uma insti-
mento Democrático de Moçam- tuição bancária de má memória,
bique (MDM), a terceira maior o INSS foi aplicar um dos seus
força política no país, exige uma maiores investimentos: injectou
reforma legal e funcional ao de- 452.9 milhões de meticais, mas
positário do dinheiro dos contri- não recebeu dividendos em 2014
buintes para que passe a respon-
e 2015. O BMI, inaugurado em

ció
der à Assembleia da República. A
2001, num processo controverso,
instituição, que tem sido acusada
alterou em Novembro de 2015 a
de gestão pouco transparente e
gastos supérfluos dos fundos dos sua identidade empresarial, tendo
contribuintes, é também acusada assumido a nova designação de
de ser um saco azul para alimen- Nosso Banco. Tem como PCA
tar interesses de figuras ligadas à o antigo Presidente do Instituto
nomenclatura. Nacional de Estatísticas (INE),
João Dias Loureiro, e Mussá
O MDM entende que há uma
má aplicação dos dinheiros dos
contribuintes por parte do INSS,
que se tem aventurado em finan-
ciar negócios, cujos retornos são
pouco claro.
so MDM quer que o INSS preste contas ao parlamento
Tembe, administrador-delegado.
No Banco Único, uma instituição
bancária onde a família Guebu-
za tem interesses empresariais, o
INSS investiu 61.2 milhões de
meticais, contudo, não recebeu
De acordo com Armando Artur, tico, numa acção em que preteriu retorno dos referidos investimen- milhões de meticais com um re- nenhum centavo em 2014 e 2015
deputado desta formação política, propostas mais baixas. No mesmo tos com vista a tomar medidas tor
torno de 24 milhões em 2014 e na 18ª instituição financeira a ser
os negócios daquela instituição
um
ano, gastou cerca de 7,5 milhões mais adequadas. 34.4 milhões em 2015. criada no mercado moçambica-
carecem de concursos públicos na compra e reabilitação de casas De acordo com Vitória Diogo, Na Companhia Moçambicana de no. Actualmente, o Banco Único
como forma de garantir mais para a directora-geral e PCA da para reforçar a sustentabilida- Hidrocarbonetos (CMH), o de- é controlado pelo banco sul-afri-
transparência e evitar favoritismo instituição. de do sistema, o INSS investiu positário das futuras pensões dos cano Nedbank, que formalizou,
às individualidades com ligações Num investimento não mui- 18 mil milhões de metic
meticais dos trabalhadores foi injectar 66.2 em Junho de 2014, a compra de
partidárias. to claro, o INSS injectou USD quais: 61,51% em depósitos a milhões de meticais, com um re- 36,4% do Gevisar, detida por
“O INSS tem comprado parti- 54.288.820 milhões na constru- prazo; 22,67% na área imobiliá- torno de 14.9 milhões de meticais
cipações e realizado capitais so- Américo Amorim e pelo grupo
ção de um edifício cujas obras ria; 9,18% nas participações em em 2014 e 35.7 milhões em 2015.
ciais de empresas privadas cujos Visabeira, num negócio avaliado
estavam a cargo da JAT constru- sociedades e 0,64 no património. Na Ceta, uma construtora ante-
accionistas são do regime do dia em cerca de 18,03 milhões de
ções. Segundo Diogo, no bim, o INSS riormente participada pelo Gru-
perigando, num futuro não muito euros.
Recentemente, o INSS investiu investiu perto de 222.8 milhões po Insitec de Celso Correia, o Actualmente, estão inscritos no
de

longínquo, a sustentabilidade do 84 milhões de meticais de me- metic e teve, em 2014, um


de meticais INSS foi investir 366.2 milhões INSS 70 mil empresas abrangen-
sistema de segurança social”, de- ticais para aquisição de 15% da retorno de 58,6 milhões de me- de meticais, mas teve apenas, em do cerca de 1.400 mil trabalha-
nunciou. CR Aviation, uma empresa par- ticais e 60.5 milhões de meticais 2014, um retorno de 2.1 milhões dores, sendo que 47 mil traba-
Este posicionamento do MDM ticipada por Rogério Manuel,
foi apresentado esta quarta- em 2015. de meticais. O retorno de 2.4 lhadores beneficiam de pensões
Presidente da CTA. No entanto,
-feira, durante a sessão dedicada Nas Cervejas de Moçambique milhões de meticais, em 2015, o mensalmente.
o governo diz que, devido às ir-
a perguntas ao governo, na qual (CDM), o INSS aplicou 162.2 INSS teve igualmente na Epsi-
regularidades verificadas na tra-
pretendia saber em que áreas de mitaçãoão do processo, foi inten-
actividades, em que empresas ou tada uma acção judicial junto do

Lucros das seguradoras caem 90.2%


entidades o INSS faz investimen-
io

tribunal administrativo da cidade

O
tos? Quais os resultados financei- de Maputo com vista à devolu-
ros dos exercícios de 2014 e 2015 ção do dinheiro injectado na CR
por cada empresa/entidade? Aviation.
O deputados do “galo” manifes- s lucros das empresas guradoras, em 2015, o activo do Esse quadro criou uma desace-
de seguros que ope- sector aumentou 17.7%, tendo o leração da média de crescimento
taram a sua preocupação com os Estamos a fazer levantamento
ár

ram em Moçambique passivo registado um acréscimo dos prémios brutos emitidos, de


casos de desvio dos dinheiros dos Em resposta às inquietações do conheceram no ano de 16%”, diz o documento. 20.4% em 2014 para 10.1% no
pobres sem que haja esclareci-
lareci- MDM, a ministra do Trabalho, passado uma queda colossal de Em resultado, prossegue o Rela- exercício em análise.
mento e muito menos os infrac- Emprego e S Seguranç
Segurança Social, Vi- 90.2% para 94.2 milhões de me- tório do Mercado de Seguros do “Como forma de continuar a
tores serem levados à barra do tória Diogo, disse que, ao se notar ticais em comparação com os ISSM, o capital próprio apresen- garantir que o mercado segura-
tribunal. que os fundos canalizados pelos resultados líquidos registados tou em 2015 um acréscimo de dor em Moçambique mantenha
Para aquele grupo parlamentar,
Di

trabalhadores e empregadores em 2014, indica o Relatório do 22.1% face ao ano transacto e o a sua estabilidade, o ISSM irá
é preciso colocar um basta aos seriam incapazes de assegurar a Mercado de Seguros do Institu- volume das contribuições para o reforçar os mecanismos de con-
esquemas de fazer do INSS um médio e longo prazo, a susten- to Superior de Supervisão de Se- fundo de pensões situou-se em trolo da actividade seguradora e
saco azul e local de prática de tabilidade financeira do sistema, guros de Moçambique (ISSM), 226.9 milhões de meticais, tendo estimular, através de acções con-
criminalidade económica e re- houve uma necessidade de abrir divulgado esta semana. os resultados atingido o montan- certadas com todos os interve-
comenda uma reforma legal e espaço para realização de inves- te de 374 milhões de meticais. nientes do mercado com vista a
funcional daquela entidade para timentos. No sumário executivo do rela- Nas conclusões do seu relatório, literacia financeira em seguros”,
que possa passar a responder à Nesse sentido, refere a ministra tório do ISSM pode ler-se que o ISSM salienta que o ano de destaca o texto.
Assembleia da República. que o INSS tem uma carteira de a queda dos proveitos na activi- 2015 foi particularmente afec- Apesar desse contexto desfavo-
A gestão dos fundos do INSS dade seguradora no país foi de- tado por algumas adversidades rável, a entidade reguladora da
investimento em sociedades em-
não tem sido das melhores, para terminada pela redução signifi- que influenciaram o nível de de- actividade de seguradoras em
presariais, sendo que umas são
além do hábito de não publicar cativa dos resultados dos ramos sempenho macroeconómico ca- Moçambique entende que, em
rentáveis e outras menos produ- não vida, em 960.6 milhões de racterizado pelo abrandamento 2015, de um modo geral, o mer-
regularmente as suas contas. A tí- tivas. meticais. do nível de crescimento do PIB, cado apresentou-se estável, não
tulo ilustrativo, em 2012, o INSS Sobre os menos rentáveis e sem “No que toca à situação financei- o que de certa forma afectou o obstante alguns operadores sus-
gastou 25 milhões de meticais na fazer menção, disse que se está a ra e patrimonial das empresas se- crescimento do sector segurador. citarem uma atenção especial.
compra de material propagandís- proceder ao levantamento sobre o
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1946-2016

Foi-se o Machado crítico e versátil


L
Por Armando Nhantumbo

o
á ia tarde a terça-feira, aquisição de armamento para Mo- ra, com um espírito crítico muito
com os termómetros nos çambique. agudo e princípios éticos inabalá-
26 graus centígrados, em “Isto é, essas empresas receberam veis e firmes que o prestigiaram e

log
Maputo, quando Machado financiamentos não se sabe de que engrandecer a classe.
engrandeceram c
da Graça cedeu na batalha que vi- origem, obtiveram lucros que se Na hora de adeus, Tomás Vieira
nha travando nas últimas semanas imaginavam vultuosos e não paga- Mário afirma que Machado da
contra uma teimosa doença que ram um tostão de impostos ao país Graça deixa um legado de que a
conseguiu retirá-lo ao mundo dos que viu nascer o filho de Armando profissão jornalística é uma mis-
vivos. Foi a partida para uma via- Guebuza. Nenhuma carteira esco- são social muito importante que
gem sem regresso de um homem lar foi comprada com esse dinhei- deve ser levada a cabo com gran-
multifacetado que soube conciliar ro, nenhum medicamento entrou des convicções éticas, mas também
o jornalismo e as artes. A bravura, nos hospitais com esse dinheiro, com independência intelectual

ció
a crítica e a ética são algumas das nenhum quilómetro de estrada foi que, aliás, não se compadece com
suas qualidades aqui reconhecidas construído com esses impostos. oportunismos e tentação de traba-
por quem conviveu com o deca- Todo o lucro entrou nos bolsos do lho fácil.
no transformado em cinzas esta proprietário das empresas e não “O trabalho jornalístico é difícil
quinta-feira. se sabe se outras empresas haverá e requer uma componente crítica
espalhadas pelo mundo por outros muito forte” instou, repetindo que
Quando a comunidade portugue- desses paraísos fiscais” escreveu foi isso que fez Machado da Graça
sa abandonou Moçambique, de numa das passagens daquela que que, mercê da sua vertente cultu-
regresso a Lisboa, na sequência
do movimento independentista,
Machado da Graça, que o 25 de
Abril o apanhou incorporado no
exército, fazia a viagem em sentido
contrário. Da capital do império,
ele regressava a Maputo (então
foi também a última aparição do
produtor do suplemento humorís-
tico “Sacana” neste semanário.

Vénia, mestre
Logo que o SAVANA tomou co-
nhecimento da partida do homem
soCalou-se, aos 70 anos, a voz destemida de Machado da Graça
de Nkomati assinado em 1984 as-
sinado entre Samora Machel e P.
corpo presente, do homem crítico
e versátil, antes da partida da sua
ral, fez também teatro radiofónico
e cinema.
No entendimento do conceituado
escritor moçambicano, Mia Cou-
to, partiu um homem de muita
coragem e invulgar coerência, um
homem de causas e combatente
Lourenço Marques), onde viveu da pena e das artes, foi ouvir os W. Botha. urna para o Crematório Hindu, na pela justiça.
até ao último segundo da sua vida. seus contemporâneos que a seguir João de Sousa lembra-se de Ma- Av. De Moçambique.. “Era de uma coragem muito rara
um
Foi dos primeiros jornalistas no dizem, na primeira pessoa, quem chado da Graça como produtor do O presidente do Conselho Su- porque hoje as pessoas falam em
pós-independência e, depois da afinal foi Machado da Graça. “Sabadar”, um programa educa- perior de Comunicaçao Social função do que podem ganhar, em
passagem pela imprensa escrita O radialista João de Sousa lem- tivo, recreativo e cultural da RM. (CSCS) diz que foi com choque e função de cálculos de riscos. Ele
(foi chefe da secção internacional bra um Machado que não tinha Diz que o malogrado, que mais muita tristeza que recebeu a notí- defendeu com muita coerência o
no “Notícias” e chefe de redacção medo de dizer o que pensasse, um tarde foi chefe de programas, sou- cia da morte daquele que foi mem- que ele pensava até ao último dia
no “Domingo”), fez uma “carreira Machado sem compromisso com be ainda adaptar peças de teatro bro do primeiro elenco do CSCS da sua vida”, destaca o escritor para
imposta” na Rádio Moçambique, quem quer que fosse, um Macha- que passaram a ser transmitidos na entre 1993 a 1998. quem da Graça foi um grande im-
já que se tratava de um “perigoso do frontal com condão de analisar rádio. Para Tomás Vieira Mário, trata- pulsionador do livro.
esquerdista”, um atributo popular as coisas antes de escrever. Sousa assevera ainda que, dada a -se da perda de um veterano de Couto confidenciou ao SAVA-
na época do monopartidarismo e “É um vazio enorme porque a sua sensibilidade em preservar a comunicação social que, para além NA que Machado da Graça mor-
dispensado aos que eram críticos qualidade do seu trabalho se via memória histórica, Machado da da vertente jornalística, era um ho- re numa altura em que preparava
do controlo da Frelimo nos media. no dia-a-dia. O legado aos jovens uma exposição na Fundação Fer-
Graça notabilizou-se na organiza- mem de cultura que, ao longo de
de

Mas dos jornais para a rádio, o ho- é eles seguirem essa verticalidade nando Leite Couto que, entretan-
ção do museu da RM que, quando anos, desenvolveu actividades cul-
que ele deixa”, diz João de Sousa, to, o escritor garante que a Fun-
mem que, semana finda, já tinha deixou a rádio, nunca mais existiu. turais e literárias.
que durante três anos trabalhou dação irá trabalhar com a família
sido “morto” pelas redes sociais, Por sua vez, Manuela Soeiro, outra Destaca ainda que da Graça, junta-
do malogrado para a concretização
teve uma passagem pelo Institu- com Machado da Graça no Con- companheira de batalhas de Ma- mente com jornalistas como Albi- da intenção. Machado da Graça
to Nacional do Livro e do Disco selho da Administração da Rádio chado da Graça, nomeadamente, no Magaia e Leite de Vasconcelos, criou a sua própria editora e deu
(INLD), onde esteve na direcção. Moçambique
ambique (RM). no ramo artístico, entende que se foi um dos activistas que se bateu à estampa dois livros de crónicas
Colaborador do SAVANA desde Aliás, conta que, ao passar da im- perdeu uma pessoa que era muito pela consagração, na Constituição escolhidas a partir da sua coluna
a primeira hora, Machado da Gra- prensa escrita para o jornalismo corajosa e que se preocupava com de 1990, do Direito à Informação semanal no SAVANA.
ça foi colunista deste semanário radiofónico, na década de 1980, a vida dos moçambicanos, defen- e a Liberdade de Imprensa, num O jornalista Fernando Manuel diz
io

durante mais de 20 anos, através Machado soube fazer a transição dendo a dignidade do povo. doloroso processo que requereu que não trabalhou directamen-
da sua rúbrica “A Talhe da Foice” e se adaptar com qualidade, em- “Era crítico e tinha um humor um abaixo assinado feito por 165 te com Machado da Graça, mas
que não era mais do que um es- penho e dedicação, o que lhe valeu muito peculiar. Dizia as coisas de jornalistas. O grupo de redacção sempre o admirou como homem
paço de crítica a diversos assuntos a missão de comandar a “Tribuna forma sarcástica, mas com muito do documento, intitulado “o direi- da cultura. “Machado da Graça
sócio-políticos do país. Na sua úl- Austral”, um programa da RM humor. Sempre alegre e gostava to do povo à informação” incluía para mim é cultura” diz “mano
ár

tima edição, num artigo intitulado que, numa época conturbada, dava muito das artes e sempre esteve os jornalistas Kok Nam, Ricardo Nandinho”, como é conhecido nos
“Paraísos”, Machado da Graça ex- a conhecer o desenrolar dos acon- ligado à (Associação Cultural) Rangel, Fernando Lima e Jonas meandros jornalísticos.
plicava o que são paraísos fiscais, tecimentos na região mais a sul de `Casa Velha´” , recorda a encena- Chachuaio. Indicou que, para além do teatro
para depois dizer que é nos territó- África. O programa chamava-se dora e actriz. “Foi um grande activista do movi- e outras manifestações culturais,
rios autónomos de Hong Kong, na antes, “Apartheid, crime contra Diz que conheceu-se com Ma- mento dos jornalistas para a con- aquele que foi um dos fundadores
China, e de Liechenstein, algures a humanidade” e teve de mudar chado da Graça no teatro, por isso sagração, na Constituição de 1990, da (Casa Velha), sempre foi muito
Di

na Europa, onde Mussumbuluko o nome para acomodar as “novas que, na quinta-feira, cedeu o espa- do Direito à Informação” disse, fri- crítico em relação ao que se pas-
Guebuza possui duas empresas relações com a África do Sul” de- ço do Teatro Avenida para acolher sando que Machado da Graça foi sava no ramo social, mas também
que utilizou recentemente para a correntes do controverso Acordo a cerimónia de homenagem, em um homem de uma longa carrei- político do país.

“Foi um homem com um espírito crítico


“Deixa a verticalidade como legado aos “Era crítico e tinha um humor muito muito agudo e princípios éticos inabalá- “Foi um homem de invulgar coerência”, “Machado da Graça para mim é cultu-
jovens”, João de Sousa. peculiar”, Manuela Soeiro. veis”, Tomás Vieira Mário. Mia Couto. ra”, Fernando Manuel.
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Moçambique é um porto seguro para os


sindicatos do crime internacional
M

o
oçambique está cada sido mortos 170 elefantes e 30 ri-
vez mais a tornar- nocerontes em acções de caça fur-
-se num porto seguro tiva.

log
para os sindicatos de Um cidadão chinês foi detido na
tráfico de cornos de rinoceronte, ocasião e no dia seguinte um outro
heroína, cocaína, mentafetaminas também ficou sob custódia, depois
e soruma, refere a Iniciativa Glo- de tentar subornar agentes da polí-
bal contra o Crime Organizado cia por 34 mil dólar
dólares.
Transnacional, num relatório que A Iniciativa Global contra o Cri-
divulgou esta semana. me Organizado Transnacional
defende que a chamada solução
Assinalando que o país é incapaz militar adoptada pelo Governo

ció
de desmantelar os grupos crimino- sul-africano contra a caça furtiva
sos que usam o território nacional, não estancará o envolvimento de
o estudo defende que o volume do moçambicanos nessa prática, dado
comércio de droga em Moçambi- que há hierarquias poderosas por
que é, provavelmente, muito supe- detrás das redes de caça furtiva e os
rior a toda a ajuda internacional ao operativos são membros pobres das
Estado. comunidades fronteiriças.
Citando o investigador Julian Ra- A organização cita mesmo uma
demeyer, investigador da Iniciativa O Ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, queima simbolicamente mais de 2,6 toneladas de
canção muito conhecida numa re-
Global para o sector do tráfico de
rinocerontes, o documento refe-
re que a corrupção nos principais
pontos de trânsito internacional do
país trava o envolvimento na luta
contra a criminalidade organizada
taram à organização dados errados.
“Moçambique é fortemente de-
pendente da ajuda externa”, lembra
a Iniciativa Global contra a Crimi-
nalidade Organizada Transnacio-
so
opósito.
Maputo a propósito.
O diplomata e o instrutor terão
cornos de rinocerontes para combater a caça furtiva
xador norte-coreano na África do
Sul, que viajou de Joanesburgo para

sido libertados mediante o paga-


trabando desenvolveram-se ao lon-
go de anos de actuação de activida-
des criminosas, impulsionadas por
dificuldades económicas na Coreia
do Norte e são controladas por uma
gião com muitos jovens envolvidos
no tráfico, que num dos refrãos diz
ao comandante militar dos “ran-
gers” que as mortes de caçadores
furtivos não acabarão com a ma-
tança.
internacional. nal. mento de 30 mil dólares e a sua agência conhecida por Divisão 39. Combater a pobreza, gerar oportu-
“Antes elogiado por um ser uma viatura foi devolvida, refere o texto. Ainda sobre Moçambique, o es- nidades de formação e de emprego
história de sucesso pós-guerra civil, O país é um caso frustrante A Iniciativa Global adianta que o tudo recorda a apreensão a 12 de e elevar o estatuto social dos jovens
um
Moçambique é um país em crise, Referindo-se ao enfoque do estudo, envolvimento no tráfico de cornos Maio de 2015 de 340 pontas de recrutados pelas redes de tráfico são
paralisado por uma corrupção fe- o tráfico de cornos de rinoceronte e de rinoceronte e pontas de marfim, marfim e 65 cornos de rinoceronte, os caminhos para o secar as fontes
roz, sistema judicial fraco, forças pontas de marfim, o estudo diz que por parte de diplomatas norte-co- que, juntos, pesavam 1,3 toneladas, de abastecimento de mão-de-obra
policiais ineficientes e comprome- os activistas sul-africanos e mo- reanos, cujo país mantém relações o que dá a entender que podem ter às redes de tráfico.
tidas com o crime, e poderosos sin- çambicanos da conservação da vida hostis e vive sob sanções com o oci-
dicatos criminosos com tentáculos animal estão frustrados com a falta dente, foi-lhe profusamente relata-
a todos os níveis do Estado”, diz de capacidade da polícia moçam- do por diplomatas de outros países
Julian Rademeyer. bicana de neutralizar os cabecilhas em missão na África do Sul.
O investigador descreve ainda Mo-
çambique como um eixo regional
das redes de caça furtiva e tráfico de
peças de animais. Solução militar não acaba- A solução não passa pelo aumento
rá com a caça furtiva

N
de lavagem de dinheiro, que tem “Sabemos que são as principais fi-
visto um dramático aumento de guras das redes da caça furtiva. Eles Há também alegações de que a
de impostos
de

assassínios de figuras influentes, são muito bem conhecidos, apesar embaixada da Coreia do Norte em
incluindo de magistrados e jorna- disso não somos capazes de detê- Adis Abeba é usada como ponto de a edição 1175, num artigo intitulado “Governo prepa-
listas. -los, porque gozam de uma pro- trânsito para o tráfico de produtos ra orçamento de apertos”, a pesquisadora do Instituto de
O documento recorda que em fi- tecção ao mais alto nível”, lê-se no da fauna bravia para a China, atra- Estudos Sociais e Económicas (IESE), Rosimina Ali, foi
nais de Abril o país foi sacudido documento. vés de pessoal diplomático, que se citada, por lapso, como tendo referindo “que uma das vias
por revelações de dívidas públicas A investigação de Julian Rade- serve da sua imunidade para actuar para se ultrapassar a crise deverá passar pelo aumento dos impostos
escondidas de cerca de 1,4 biliões meyer dá conta do envolvimento como “correio”. e privatização de algumas empresas participadas pelo Estado para
de dólares, contraídas entre 2013 de pessoal diplomático da Coreia “Funcionários de embaixadas nor- reduzir os encargos financeiros, porque sabe-se de antemão que as
e 2014, à revelia da Assembleia da do Norte no tráfico de cornos de te-coreanas estiveram implicadas empresas públicas não estão a gerar lucros”. Este articulado não vei-
io

República e dos organismos finan- rinoceronte e pontas de marfim. em 16 de 29 casos de contrabando cula a linha de pensamento da pesquisadora.
ceiros internacionais. Em Maputo, em Maio de 2015, envolvendo diplomatas, que a Ini- Na verdade, Rosimina Ali defendeu que a solução não passava nem
A descoberta das dívidas, enfatiza prossegue o estudo, um diplomata ciativa Global identificou em várias pelo aumento dos impostos, nem pelo corte nas despesas com ser-
o documento, levou a comunida- norte-coreano e um instrutor de fontes que datam de 1986”, lê-se no viços sociais básicos como saúde, subsídios a preços de bens básicos,
de internacional a suspender a sua taekwon-do foram detidos com 4,5 documento. educação e transporte, pois isto pode agravar mais o custo e a qua-
ajuda a Moçambique e fez com que quilos de cornos de rinoceronte no Uma análise de 2007 sobre activi-
ár

lidade de vida dos moçambicanos. Disse ainda que há necessidade


o Fundo Monetário Internacional carro e dinheiro no valor de 100 mil dades ilícitas e redes de contraban- de uma maior articulação das actividades produtivas, sendo crucial
(FMI) apontasse o país como um dólares, mas foram postos em liber- do envolvendo a Coreia do Norte pensar na transformação da estrutura produtiva actual.
dos piores casos de países que pres- dade, após a intervenção do embai- conclui que: as capacidades de con-
Di
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As armas dos jovens para a paz


D
Por Armando Nhantumbo
epois de intensos deba- nossa paz deixe de ser decidida por
tes, no prosseguimento um grupo à nossa revelia e passe a ser

o
da Conferência “Pensar um assunto de que temos plena cons-
Moçambique”, organizada ciência dos seus contornos porque
pelo Parlamento Juvenil (PJ), esta participamos na sua construção, ges-
terça-feira foi constituído o painel tação e gestão e manutenção”, indi-

log
que os jovens indigitaram para inte- cou, anotando que a paz é um assunto
grar a equipa de diálogo pela paz, em sério demais para “o deixarmos correr
nome da sociedade civil. sem a nossa robusta intervenção”.
“É aqui onde reside o papel políti-
No global, o painel de monitoria do co da juventude na estabilização do
diálogo político para a paz conta com país. A juventude deve desempenhar
mais de 20 personalidades, dentre o papel estabilizador do país, exi-
activistas, académicos, religiosos, jor- gindo políticas públicas abrangentes
nalistas, músicos, sindicalistas, entre e inclusivas, espaço vital para a sua

ció
outros actores da sociedade, mas esta participação na elaboração e imple-
quinta-feira devem ter sido já eleitos mentação de uma agenda nacional
aqueles que irão representar a equipa de desenvolvimento inclusivo, estar
na mesa negocial Governo-Renamo, presente em todos os espaços onde
em número de seis, tal como têm as assuntos vitais da nação estejam em
duas partes. debate, a tolerância política, a trans-
Para além de jovens, entre anónimos parência na gestão de bens públicos,
e conhecidos, o painel inclui figuras (LVDVFDUDVTXHRVMRYHQVFRQÀDUDPSDUDDSD]
o fim da violação dos direitos funda-
que, não sendo jovens, possuem um álogo e todas as acções que visam ao Depois citam um trecho do discur- para a manutenção da estabilidade mentais dos cuidados, o fim de exe-
capital social reconhecido e a ideia, fortalecimento da democracia multi- so: “como chefe de Estado, primarei política, económica e social”, referem cuções sumárias extra-judiciais que
segundo os precursores da iniciati-
va, é que sejam essas personalidades
a estarem em frente dos processos
para conferir maior celeridade, mercê
da sua experiência e reconhecimento
público.
“Estamos ansiosos para ver e teste-
partidária, bem como promover uma
participação activa da sociedade civil
e de outros actores no processo de
busca de soluções para a estabilidade
política.
Baseado em princípios como tole-
so
pela abertura ao diálogo construtivo
com todas as forçasças políticas e or-
ganizações cívicas para promover a
concórdia. Podemos estar certos, ca-
ros compatriotas, que tudo farei para
que,, em Moçambique, jamais irmãos
os Termos de Referência do painel de
monitoria do diálogo político para a
paz.
Para além de pedir inclusão no diálo-
go, a declaração de posição encoraja,
por sua vez, a Procuradoria-geral da
caracterizam o panorama dos direitos
humanos no nosso país nos últimos
tempos, que os órgãos de soberania
actuem sem vacilar, exigindo que a
PGR responsabiliza os autores da dí-
vida pública” desafiou.
rância, voluntariado e activismo, o se voltem contra irmãos, seja a que República na investigação em cur- Para Salomão Moyana, os jovens têm
munhar a forte liderança dos actores painel pretende ainda influenciar os pretexto for”, para daí afirmarem que, so sobre a dívida pública e reafirma de ser mais do que formalistas, mas
nacionais e os esforços concertados partidos políticos e suas lideranças a não obstante o diálogo político, na a exigência da responsabilização dos sim, ir à rua, exigir a responsabilização
da sociedade civil com o engajamento
um
adoptarem práticas que concorram práticaa e essência, ele não tem sido autores. No encontro de terça-feira, das pessoas, o combate cerrado con-
activo de todos os sectores da socie- para a estabilidade política e social. usado de forma a produzir resultados foi também convocada uma acção tra a corrupção porque entende o de-
dade, dos media e da juventude para No draft apresentado no encontro da satisfatórios para a reconciliação na- popular em prol da paz para o dia 27 cano jornalista que o que se vive hoje
o alcance da paz”, refere a declaração terça-feira, mas que ainda seria sub- cional, manutenção da paz e da uni- de Agosto, no que se pretende que em Moçambique tem como pano de
de posição sobre a situação do país. metido à harmonização pela equipa dade nacional. seja uma pressão popular através da fundo uma apetência corrupta muito
Dentre os nomes sonantes, consta constituída, consta que o painel irá “O país vive uma crise política e cidadania de rua. grande e se a juventude não agir de
a presidente da Liga dos Direitos realizar sessões plenárias quinzenais económica que se tende a agudizar, forma a desincentivar as pessoas que
Humanos (LDH), Alice Mabota, e, excepcionalmente, sempre que ne- constituindo uma verdadeira ameaça Jovens, indignai-vos! ganham muito com a corrupção, en-
conhecida também como a dama de cessário,
io, sendo que no final de cada à paz e à estabilidade democrática e Convidado no evento a falar do papel tão, não se conseguirá ter o país que
ferro pela sua bravura na luta por uma encontro será emitida uma declara- as linhas de diálogo se mostram bas- da juventude na estabilização política se idealiza para o futuro.
sociedade mais justa, onde a paz, a in- ção de posição a ser partilhada com tante ténues e excludentes. Para além do país, o jornalista Salomão Moyana “É tarefa da juventude indignar-se,
clusão, a boa governação e o respeito todos os actores políticos e o cidadão da delegação do Governo e da Rena- destacou a paz como o objectivo mais neste momento, agir de forma indig-
pelos direitos humanos são valores
de

em geral através da comunicação so- mo, ninguém mais participa. Nem os nobre que os jovens devem perseguir. nada, mas organizada, no sentido de
supremos. cial. cidadãos, nem demais forças políticas Para ele, a conquista e manutenção pressionar para que haja mudanças
Com larga experiência em dossiers Igualmente, está prevista a realização são consultadas ou encontram espaço da paz, como o bem mais precioso, positivas na organização do nosso
económicos, o economista Roberto de sessões de auscultação aos diferen- convoca consciência e acção cívica de
para influenciar o curso do processo Estado, das nossas instituições públi-
Tibana, com uma trajectória pro- tes actores nacionais, corpo diplomá- do diálogo, limitando-se a consumir todos. cas e na actuação célere e responsá-
fissional para lá das fronteiras mo-
tico e não só, a nível nacional, regio- no final das sessões as informações Referiu que, ao se exigir a paz colec- vel dos órgãos que têm por missão a
çambicanas, é também integrante da
nal ou provincial. dos comunicados das delegações. tiva, deve-se ir para além de simples administração da justiça” acrescentou
equipa que os jovens confiaram para
Para já existem metas estabelecidas. Neste sentido, o Parlamento Juvenil, cessação das hostilidades militares, Moyana, para quem com uma verda-
liderar a monitoria ao diálogo Gover-
O painel, que exige ao presidente da em parceria com o Instituto para a exigindo também a inclusão de todos deira paz, não haverá vencidos nem
no-Renamo.
República, Filipe Nyusi, e ao presi- Democracia Multipartidária (IMD), no esforço de reconstrução nacional, vencedores, mas sim um país a ganhar
Não faltou da lista o polémico his-
dente da Renamo, Afonso Dhlaka-
io

toriador Egídio Vaz, conhecido pela pretende com esta plataforma criar na partilha da riqueza nacional, na porque terá a oportunidade de reto-
ma, seis lugares na mesa negocial, espaço para actores políticos e civis gestão da política e na participação mar as suas actividades económicas,
sua verticalidade e que nos últimos
tempos não tem poupado críticas ao quer que até 4 de Outubro deste ano participarem de forma activa na bus- democrática ao longo de todo o país. sociais e culturais, ora interrompidas
governo do dia por causa do prolon- haja um acordo de paz total e defi- ca de soluções práticas e sustentáveis “Devemos exigir, igualmente, que a por colunas e emboscadas militares.
gamento da tensão político-militar e nitivo.
das dívidas públicas mal paradas. Entendem os jovens que, não obs-
Violação da Lei na contracção das dívidas
ár

O jornalista Erick Charas, que no tante o diálogo ser um apanágio

O caricato anúncio da PGR


“Pensar Moçambique” do dia 5 dis- constante no vocabulário político na-

A
se que o Governo não ouve os jovens cional, na prática, ele não se mostra
porque estes não têm armas como a eficaz para a prevenção, gestão e/ou
Renamo,, também está no painel que, resolução de conflitos entre os parti-
esta quinta-feira, terá reunido, em dos. dado passo da sua alo- da sala, o jurista explicou que, na os cidadãos já estavam conscientes
“Aliás, mesmo depois de 20 anos de cução, Salomão Moya- verdade, a PGR devia já ter acusa- de que tinha havido uma violação
Di

Maputo, pela primeira vez e à porta


fechada para a harmonização dos ter- democracia multipartidária, ainda na, que também é ju- do pessoas em conexão com a vio- à Lei e a PGR tem obrigação de ir
mos de referência e a metodologia de não se pode falar de existência de si- rista, comentou sobre lação da Lei, em causa. um pouco além do cidadão, não fi-
trabalho. nais claros de convivência e tolerância o anúncio da Procuradoria-geral “Tem de haver medidas rápidas. car pela contemplação da violação”,
Num painel que inclui pessoas pró- entre os partidos políticos em Mo- da República que, semana finda, Ou (a PGR) diria que tem algumas comentou.
ximas à Frelimo, mas também à Re- çambique com consequências graves admitiu haver matéria criminal pessoas detidas ou acusadas em Aliás, contra as vozes que dizem
namo, contam-se também o bispo para a manutenção da paz e unidade na contracção das dívidas mal conexão com essa violação. Dizer que a PGR se adiantou, com o ar-
Carlos Matsinhe,, o reverendo Dinis nacional” dizem eles que se juntam, paradas. apenas que houve violação e não gumento de que quem devia con-
Matsolo, a activista Benilde Nhalivi- assim, àqueles que exigem contas ao Vincou, perante uma plateia com- concretizar que medidas é que a cluir que houve violação da Lei é o
lo, o actor Gilberto Mendes, o músi- presidente Filipe Nyusi. posta, maioritariamente, por jo- PGR tomou em face dessa viola- juiz, Moyana diz que, sendo dono
co Caliza, só para citar alguns. “O presidente da República, Filipe vens, que a primeira coisa que se ção é um pouco caricato” lamentou, da acção penal, a PGR pode tomar
Conforme fundamentado nos res- Jacinto Nyusi, aludiu na sua tomada faz quando se conclui que há viola- frisando que a PGR não pode con- algumas medidas preliminares.
pectivos Termos de Referência, o de posse como uma das apostas do ção da Lei, é tomar medidas. templar a violação como se fosse “Pode mandar deter as pessoas, por
painel, que é uma das principais de- novo ciclo de governação que, como “Não é vir dizer a nós. O que vamos um acto normal porque, repetiu, causa da convicção que ela tem de
cisões da Conferência “Pensar Mo- chefe de Estado, tudo faria para asse- fazer ao saber que houve violação?” a violação da Lei implica sanções, que as pessoas violaram a Lei. Pode
çambique”, pretende ser um espaço gurar uma convivência pacífica, har- questionou. imediatamente. deduzir uma acusação concreta so-
alargado e inclusivo para monitorar moniosa e de solidariedade entre os Interpelado pelo SAVANA à saída “Desde que houve estes casos todos, bre as pessoas”, reiterou.
e propor soluções alternativas ao di- moçambicanos”, recordaram.
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mena…em direcção à Av. de Angola
Cell: 84 47 21 963
Savana 22-07-2016 13

0DSXWRGH-XOKRGH‡$12;;,,,‡1o 1176

Nacala premiado

o
log
ció
so
um

U
de

ma das principais re- Odebrecht Engenharia e Cons- lidade de construção das obras, tores de qualidade, segurança e milhão de toneladas por ano de
vistas de engenharia do trução Internacional, a mesma além da ênfase na diversidade performance, com respeito pelas polietileno, a partir do gás, e que
mundo, a americana empresa que recentemente fez das equipas que tornaram esse pessoas e pela sociedade”, afir- irá suprir 70% do consumo da-
Engineering News- a entrega da obra de ampliação projecto uma realidade. “Recebe- mou Jorge Maltezinho, director quele país.
-Record (ENR), anunciou os do Aeroporto Internacional do mos a notícia da atribuição deste de Engenharia do projecto. Em 2015, a Odebrecht obte-
vencedores do 2016 “Global Galeão, no Rio de Janeiro, o se- prémio, antes de mais nada com O júri seleccionou 23 projectos ve também a premiação pelos
Best Projects”, prémio concedi- gundo maior aeroporto do Bra- muito orgulho, por representar o de 15 diferentes países em cin- projectos da Linha 1 do Metro
do anualmente para os melhores sil, que será a principal porta de reconhecimento pelo empenho e co continentes. Além do aero- de Lima (Peru) na categoria
projectos de engenharia do ano. entrada para as Olimpíadas de dedicação do trabalho realizado porto, a Odebrecht também foi Ferrovias, e da Cinta Costera 3
io

Na categoria Aeroportos, o pre- 2016. em conjunto pelas equipas da premiada na categoria Industrial (Panamá), na categoria Estradas
miado foi o Aeroporto Inter- A escolha do projecto teve em ADM e da Odebrecht. Foi as- pelo seu investimento no Com- e Rodovias. A cerimónia da en-
nacional de Nacala, projecto da conta uma série de factores tais sim possível obter-se um projec- plexo Petroquímico Etileno trega dos prémios terá lugar no
empresa ADM – Aeroportos de como saúde e segurança, inova- to com soluções inovadoras e um XXI, no México, um projecto mês de Outubro, em Nova York,
Moçambique, construído pela ções, desafios, o design e a qua- excelente equilíbrio entre os fac- para a produção de mais de um nos EUA.
ár
Di
14 Savana 22-07-2016

Banco UBA e Índico Seguros estreitam relações


O United Bank for África seguros na banca. Isto é, uma situ- mais num mercado bastante com- disse. bancária Pan-Africana, presente
(UBA) e a Índico Segu- ação em que cada cliente que tem petitivo. Referir que a Índico Seguros é uma em 19 países do continente, com
ros rubricaram, semana o cartão multibanco emitido pelo “Juntos queremos ir para além da- empresa moçambicana, criada há presença em Nova Iorque, Paris

o
passada, 14 de Julho, um UBA tenha incorporado os servi- quilo que os serviços bancários e de cinco anos, com o objecto exclusivo e Londres. Está implantado em
acordo de parceria, com vista a es- ços de seguro. Estamos a falar de seguros oferecem aos seus clientes. do exercício regular dos actos rela- Moçambique há cinco anos e pos-
tabelecer relações de negócios en- seguro de saúde, invalidez, viagem tivos à aceitação e cumprimento de
Não nos queremos limitar aos ser- sui três agências nas províncias de
tre as duas instituições. por exemplo”, disse. viços tradicionais. Estamos a inovar contratos de seguro. Maputo e Nampula. Conta com 85

log
A Índico Seguros irá também pro-
e este acordo é um desses passos”, O Banco UBA é uma instituição colaboradores.
De acordo com Ruben Chivale, ceder o pagamento de prémios e
administrador executivo da Indico compensações aos seus clientes
Seguros, uma companhia de segu- através da plataforma UBA.
ros de capitais nacionais, o memo- No entender de Chivale esta par-
rando tem por objectivo estabelecer ceria irá trazer mais-valias à Índi-
uma plataforma que congrega ser- co Seguros na medida em que vai
viços das duas instituições finan- aumentar o volume de negócios,
ceiras e levá-los ao cliente de forma conhecimento técnico, facilitará a

ció
mais fácil. vida dos seus clientes, assim como
Segundo Chivale, esta iniciativa, a a exposição da companhia a outros
estender-se a longo prazo, mas ac- seguimentos do mercado.
tualizada de acordo com as dinâmi- Por seu turno, Hélder Chambisse,
cas do mercado, vai juntar serviços administrador executivo da UBA,
bancários e de seguros no mesmo referiu que o mais importante na
pacote e, por isso acrescentar valor parceria em alusão é aumentar o
ao cliente. volume de negócios e atrair mais
“Com o presente acordo queremos clientes a aderir aos serviços das
incorporar os serviços bancários no
sector de seguros assim como os de
duas instituições, visto que o ob-
jectivo principal é crescer cada vez
so
um
de

Estilistas moçambicanos na
io

Riccione moda Itália 2016

M
ár

ais dois estilistas mo- edição do MFW com uma colec-


çambicanos, tendo ção de contornos muito urbanos
como plataforma o e modernos, apresentando looks
Mozambique Fashion compostos por t-shirts extra-large
Week, deslocam-se para o estran- e outras peças todas realizadas em
geiro para participar de um dos jersey de algodão, mas o que de fac-
Di

grandes eventos de moda mundial. to sobressaiu foram as maravilhosas


Trata-se da young designer Ani- pinturas feitas à mão sobre estas
pintur
fa Cossa e o conceituado estilista mesmas peças. Por sua vez, Pinto
moçambicano, Pinto Música, que Músico, eleito pelas celebridades
irão participar esta semana da 26ª locais como o estilista de eleição,
edição da Riccione Moda Itália, na vai apresentar uma colecção assente
Itália. nas bases tradicionais da capulana,
mas utilizada em peças ultra con-
A oportunidade, graças à parce- temporâneas e sofisticadas. Vesti-
ria entre o Mozambique Fashion dos compridos em renda conjuga-
Week e a CNA Federmoda, enqua- dos com casacos-capa de influência
dra-se nas várias parcerias existen- nos anos 60, vestidos cai-cai e ro-
tes entre o MFW com instituições dados em capulana mas transpos-
de moda internacional, de forma a tos da década de 50 ou magníficos
promover o intercâmbio cultural. vestidos de noite conjugados com
Anifa, que surpreendeu na última turbantes. (ELB )
Savana 22-07-2016 15

Japão e África num novo relacionamento


D ecorreu, na última terça-
-feira, em Londres (In-
glaterra), um evento que
destacou a “revolução si-
lembrou que desde o início do pro-
cesso TICAD, em 1993, o Japão
tem constantemente trabalhado
com os governos africanos para um
encorajamento do sector privado a
aumentar o investimento”.
“Para tal, precisamos melhorar os
esforços para lidar com o declínio
deve ser produzido em África);
o desenvolvimento inclusivo (a
importância das infra-estruturas
económicas); a boa governação
apontou a iluminação (combatendo
o défice de energia); a alimentação
(tomando em atenção toda a cadeia
alimentar e melhorar a produtivi-

o
lenciosa” africana, caracterizada desenvolvimento sustentável e in- dos preços dos produtos primários, (um acelerador de crescimento); e dade na agricultura); a industriali-
pela redução da dependência do fi- clusivo. como o petróleo; fortalecer a aten- a segurança (embora o número de zação (abordando sua baixa contri-
nanciamento externo ao Orçamen- Tanaka acredita que África tornar- ção primária à saúde; e combater guerras civis tenham diminuído, as buição para o comércio industrial);
to dos Estados Africanos. -se-ia valioso para os nipónicos nas as forças do extremismo violento, pessoas ainda correm o risco de ter- a integração (melhoria do comércio

log
Intitulado “Japão e África: Um próximas décadas, como parceiro que se espalharam para regiões de rorismo e de violência). intra-regional); e a melhoria da
novo tipo de relacionamento”, o de negócio com enorme potencial África”. Por seu turno, o vice-Presidente qualidade de vida (em termos de
evento foi organizado pela Royal de mercado. Por isso, avança como plano para do Banco Africano de Desenvol- empregos e competências), como
African Society (RSA), uma or- “Normalmente, quando se ouve África, o crescimento sustentá- vimento (BAD), Charles Boamah, sendo os principais desafios do
ganização britânica de promoção falar de África é raro se pensar no vel (o que é consumido em África presente no mesmo encontro, continente negro.
de melhor compreensão da África Japão; e quando se pensa no Japão,
no Reino Unido e no mundo, em é raro conectá-lo à África. Na ver-
parceria com o governo japonês e dade, Japão e África têm trabalhado
serviu de ante-câmara da VI Con- de perto há muitas décadas”, expli-
ferência Internacional de Tóquio ca.

ció
sobre o Desenvolvimento Africa- O académico defendeu que para se
no (TICAD VI), a realizar-se em lograr este desiderato é preciso for-
Nairobi (Quénia), entre 27 e 28 de talecer a tendência do desenvolvi-
Agosto próximo. mento africano na primeira década
Falando no evento, o ex-presidente do século XXI, com “a melhoria da
da JICA ( Japan International Coo- capacidade humana, do desenvol-
peration Agency), Akihiko Tanaka, vimento de infra-estruturas e o

XIV Edição da Copa so


Coca-Cola envolve
600 escolas
um

A Coca-Cola lançou esta


semana, na Academia
Desportiva de Maputo, a
Copa Coca-Cola de Fu-
tebol Sub-16. Este evento marca
o início da XIV edição desta com-
petição que espelha um modelo de
des. Por conseguinte, e numa pers-
pectiva de massificação, a presente
edição irá envolver 600 escolas de
151 distritos permitindo um salto
quantitativo de 1760 para 10.800
jogadores participantes na copa.
Assim, a Coca-Cola e seus par-
referência que se pretende afirmar ceiros, Ministério da Educação e
no paradigma da ligação clube- Desenvolvimento Humano, Mi-
de

-escola e no sábado desportivo, entude e Desporto e


nistério da Juventude
decorrendo num formato de Liga Federação Moçambicana de Fute-
Regular de Futebol. bol renovam o seu compromisso de
contribuir para o desenvolvimento
A Copa Coca-Cola de 2016 vai do desporto nacional e escolar, par-
responder à vontade do Governo mente do futebol, a partir
ticularmente
de levar a copa para mais localida- das camadas de formação.

Millennium bim e Ímpar


io

promovem “Brincando
ár

sem Fronteiras”
S
Di

ob o lema “Brincando sem tribuindo assim para a melhoria e


Fronteiras”, mais de 320 promoção de acesso e eliminação
alunos, provenientes de da exclusão, no âmbito dos direitos
diversas escolas especiais educativ das crianças.
educativos
públicas e privadas, participaram O programa “Brincando sem Fron-
de actividades lúdicas e desportivas teiras” incluiu a prática de diver-
promovidas pelo Millennium bim e sas modalidades desportivas, entre
a Ímpar, como forma de ocupação as quais, mini-basquete, voleibol,
dos seus tempos livres. Estas activi- atletismo e arco, e ainda ginástica
dades enquadram-se no programa e corridas de sacos. Para além das
de responsabilidade social do banco actividades físicas, os alunos parti-
“Mais Moçambique pra Mim”, em ciparam em workshops de recicla-
parceria com o Ministério da Edu- gem, teatro, artes plásticas, poesia,
cação e Desenvolvimento Huma- canto e leitura, assim desenvol-
no, com o objectivo de promover vendo a imaginação, criatividade,
o desenvolvimento e crescimento capacidade motora e de raciocínio.
equilibrado destas crianças, con- (ELB)
16 Savana 22-07-2016

Clientes do BCI a caminho do Rio


O Banco Comercial e de
Investimentos – BCI,
entregou, recentemente
em Maputo, três dos seis
BCI é o Banco que mais cartões
de débito, crédito e pré-pagos
tem emitido e mais POS tem ao
serviço da economia, do norte ao
serviços e as nossas soluções”.
A Campanha associada aos Jogos
Olímpicos – Rio 2016, como ou-
tras no passado, foi levada a cabo

o
prémios aos Clientes vencedores sul do país. É também com mui- em parceria com a VISA Interna-
da campanha “Daqui para o Rio”. ta satisfação que com a realização cional, que tem escolhido o BCI
Esta campanha tinha como objec-
destas campanhas vamos dan- para ser o seu parceiro exclusivo
tivo sortear, de Fevereiro a Junho

log
do aos nossos Clientes motivos em Moçambique na promoção
de 2016, os titulares de cartões
de débito, crédito e pré-pagos do acrescidos, para além da fiabilida- dos grandes eventos mundiais que
BCI, que se habilitaram a ganhar de e da maior rede de pagamentos patrocina, nomeadamente os jo-
prémios pela simples utilização electrónicos ao seu dispor, para gos Olímpicos e os Campeonatos
dos seus cartões em POS. Estes continuarem a preferir os nossos Mundiais de Futebol. (ELB)
duplicaram as chances de ganhar,
sempre que o pagamento ocor-
re num POS daki. Também os
comerciantes com POS daki se

ció
habilitaram, no mesmo período,
a estes prémios pela simples acei-
tação de pagamentos com cartão
Visa. E duplicaram também as
chances de ganhar, sempre que o
pagamento ocorreu com um car-
tão do BCI.

Sendo assim, em dois Sorteios,


foram entregues os prémios com
pacotes de viagem para o Rio de
Janeiro para assistirem os Jogos
Olímpicos – Brasil (1.º prémio),
modernos televisores (2.º prémio)
e cartões tako pago já carregados
so
(3.º Prémio).
O Director de Marketing do BCI,
Rui Ilhéu, em representação do
um
Banco, felicitou os premiados pelo
resultado e, sobretudo, por preferi-
rem os cartões e os POS daki. – “O

Mais Leite na
Pediatria da
de

Machava

A Enfermaria de Pediatria
do Hospital Geral da
Machava recebeu recen-
temente um apoio do
io

Banco Comercial de Investimen-


to, BCI, que pretende reforçar o
Leite oferecido às crianças daque-
la Instituição de saúde.
Apesar das dificuldades sentidas
ár

na conjuntura actual do país, esta


iniciativa pretende dar resposta ao
forte aumento das necessidades
verificadas naquela unidade hos-
pitalar da Província de Maputo,
assim como viabilizar a realização
Di

de uma jornada de promoção da


melhoria de serviços prestados
a toda a população servida pelo
Centro de Saúde de Muhala Ex-
pansão,, na Província de Nampula,
por ocasião do seu 8.º aniversário.
De referir que este apoio é fei-
to pelos 900 mil moçambicanos,
Clientes do BCI que utilizam o
cartão daki em pagamentos em
POS, uma vez que o BCI afecta
0,05% do montante transacciona-
do ao reforço do apoio a acções de
responsabilidade social, sem cus-
tos para os titulares deste cartão.
(ELB)
12 Savana 22-07-2016 Savana 22-07-2016 17
NO CENTRO DO FURACÃO

Manuel Tomé diz que os nossos níveis de endividamento são preocupantes

Por Armando Nhantumbo/foto de Ilec Vilanculos


“Queremos é que se esclareça”
uma das figuras da Frelimo
menos mediática nos últi-
turas, estradas e pontes, abastecimen-
to da água. Claro que se põe a questão
como o Professor João Mosca, in-
sistem que também faltaram acções
o velho debate sobre a inte-
gração dos seus homens
tro, um governador ou um
nistrador da Renamo?
u admi- cesso de governação no país. Porque
é problemático? A Constituição diz
Não é para disputar com o entrevis-
tado, quem tem mais conhecimento
mos anos. Ao SAVANA de que a água ou energia não chegam mais enérgicas dos sucessivos gover- nas Forças de Defesa e contra-natura se não
Isso não é contra-nat que quem ganha as eleições constitui e menos conhecimento. Esta entre-
diz que aceitou a entrevista ainda a toda a gente, mas chega mui- nos, sobretudo, no pós-guerra. Que- Segurança… ganharam eleições? O vosso Governo. Só quem é eleito presidente vista não é para ser consumida por
excepcionalmente. Manuel Tomé, to mais distante do que chegava na ríamos ouvir a sua opinião? Qualquer inclusão ponto é esse: não h há inclusão da República é que tem competên- nós dois. É para ser consumida pelo “Os nos
“Os nossos níveis de endividamento
antigo Secretário-geral da Frelimo, época. Deste ponto de vista, de que hou- tem de ser feita à luz porque a Renamo não está cias constitucionais para constituir público, então temos de chegar ao
É
no reinado de Joaquim Chissano, é O que acha que não conseguimos fa- ve ausência ou falta de acções mais e não à margem da no Governo, esse é que é o Governo. Se a Renamo acha que esta público com informações que escla-
cauteloso quanto ao tema mais ba- zer durante este período? enérgicas, estou de acordo. Não é por Constituição. Ora, a vosso ponto. É pre preciso dizer Constituição não lhe agrada, que uti- reçam, mesmo que essas informações
acaso que o presidente da República, assim: o facto de a Renamo não sejam consonantes com o pensa-
dalado da actualidade moçambicana:
as dívidas mal paradas. Entende que
é preciso não interferir no trabalho
Há duas coisas. Uma é que devería-
mos ter dado maior atenção à agri-
cultura e esta não é uma questão que
desde o início, tem insistido muito na
questão da atenção maior que deve-
Renamo está na ins-
tituição
de-
integrar o Go-
não integr
verno viola a
o
lize os mecanismos legais para propor
as emendas que achar pertinentes.
Em 2015, a Renamo propôs no Par-
g mento do entrevistador e do entrevis-
tado.
são preo
são preocupantes”
á em 2015, quando apenas (Fundo Monetário Internacional) ram medidas do Banco Mundial
que autoridades como a Procurado- resulta de minha avaliação pessoal, mos dar à agricultura, incluindo os Con
Constituição. lamento uma revisão Pontual da tínhamos conhecimento para se esclarecer. A Procuradoria- que levaram à destruição da in-
ria-geral da República estão a levar minha estrategização pessoal desta passos que devemos começar a dar Aí sim, nós Constituição que foi chumbada pela Encontro Nyusi-Dhlakama da EMATUM, a antiga -geral da República está a trabalhar dústria do caju em Moçambique
a cabo para apurar se houve ou não área. A agricultura vem inscrita na para a mecanização da agricultura. É, vamos
vam re- Frelimo. não pode distorcer sentido primeira-ministra, Luísa para apurar se houve ou não ilegali- e os prejuízos foram enormes. A
ilegalidades no processo de con-
tracção destas dívidas. Mas de uma
coisa Manuel Tomé tem certeza:
nossa Constituição desde a fundação
da nossa República, como a base de
desenvolvimento do nosso país, mas
exactamente, reconhecendo que não
demos a devida atenção desde que a
República foi fundada.
flectir
fle
onde
mos.
m
e ver
on falha-
Mas
lo
Mas isso é um processo normal. O
facto de alguém fazer uma proposta
JJ
não significa que tem de ser, automa-
de voto
Tudo indica que, brevemente, po-
derá haver um encontro entre o
Diogo, dizia que começava a
ter pesadelos com os níveis de
endividamento do país. Como
dades no processo de contracção des-
tas dívidas. É melhor deixarmos que
os processos fluam, normalmente, em
quantidade de trabalhadores que
passou ao desemprego e 20 anos
depois não se consegue repor
“os nossos níveis de endividamento nunca conseguimos ter acções que também, ticamente, aceite. Presidente da República e o Presi- recebeu, este ano, as notícias vez de estarmos a interferir porque aquela força de trabalho. Isto é
são preocupantes”. Diz que não está
preocupado com os rótulos, mas está
tornassem a agricultura, de facto, a
base de desenvolvimento e factor im-
Falhamos ao não desarmar a
Renamo
nomear
alguém
da Rena-

Estávamos a tentar responder quan-
do dizia que tem de propor. Então,
dente da Renamo. Para esse frente-
-a-frente, Afonso Dhlakama leva
sobre as acrescidas dívidas da
PROINDICUS e MAM?
aquilo que eu disser vai contribuir em
que medida para a PGR? Só pode vir
só para dizer que a gente tem de
ter um pouco mais de paciência.
do lado daqueles que querem saber a pulsionador da indústria. estamos a dizer que já propôs… como agenda principal a governação Qualquer endividamento é uma declaração que perturbe porque
Mencionava dois factores, sendo a mo, do
verdade total sobre estas questões. A
celebração, a 25 de Junho último, dos
41 anos depois do fim da longa noite
E o que terá faltado, se desde logo
tivemos o princípio de que a agricul-
tura devia ser a base de desenvolvi-
agricultura um dele. O outro?
O outro factor é que nestes 41 anos
M D M
ou da
c
Sim, tem de propor, em vez de estar
nas matas a matar pessoas.
Não acha que é preciso ir se a uma
no Centro e Norte, uma ideia que
nunca foi bem acolhida no partido
Frelimo, enquanto Filipe Nyusi quer
sempre um problema. Eu diria o
melhor mesmo é não ter dívidas,
mas sabemos que muitas vezes
são seres humanos que trabalham
aí, mas ninguém vai trabalhar com
base numa declaração minha e uma
Pode haver camaradas
com práticas contrárias à
Frelimo
não conseguimos fazer com que a
colonial, foi pretexto para a entrevis-
ta na qual Manuel Tomé apontou o
não desarmamento da Renamo e a
mento?
Eu vou lá. Houve factores adversos
ao processo de desenvolvimento e o
Renamo se transformasse num parti-
do político, de facto, e se conformasse
Socie-
d a d e
Civil,
s o
revisão da Constituição? Até porque
há politólogos como Luís de Brito
que sempre apontam a necessidade
desarmamento da Renamo, o que o
maior partido da oposição também
nunca mostrou vontade de o fazer. A
os países têm de se endividar
para poder implementar os seus
projectos de desenvolvimento.
declaração minha pode ter efeitos
ou positivos de encorajar ou negati-
vos de desencorajar no trabalho que
Camaradas seus como Sérgio
Vieira e Jorge Rebelo dizem que
a Frelimo de hoje não é a mesma
com a Lei porque a Constituição e a não é
falta de maior atenção na agricultura mais adverso de todos foi a guerra de de se rever o próprio sistema eleito- pergunta é: que tipo de cedências de E os endividamentos, quan- está a fazer e eu acho que devemos com aquela de ontem. Partilha
Lei dos Partidos Políticos não permi- incons-
como os principais percalços do país desestabilização que o país viveu du- ral. parte a parte para devolver a paz aos to maiores, mais preocupantes encorajar o Governo no diálogo que da opinião de que a Frelimo per-
tem que haja partidos armados, não titucio-
desde que se tornou independente do rante 16 anos, desde 1976 até 1992 e Eu estou de acordo que é preciso re- moçambicanos? são. Os nossos níveis de endi- está a ter com os parceiros e devemos deu alguns princípios e valores
permitem que os partidos usem a vio- nal. De-
jugo colonial. era natural que essa guerra retirasse ver o sistema eleitoral, não me arrepia Nenhuma cedência que viole a Cons- vidamento são preocupantes. encorajar a PGR a trabalhar com a que nortearam a sua criação?
lência para fazer valer as suas reivin- pende
a atenção dos governantes daquilo que haja uma revisão Constitucional, tituição deve ser feita. Se há alguma Se formos a ver, hoje, são mais maior celeridade e todo o rigor que A Frelimo de hoje não podia ser
dicações políticas. Não conseguimos
Quarenta e um anos da independên-
cia nacional, o que lhe parecem?
Para a vida de uma pessoa, 41 anos é
que eram as tarefas prioritárias para
gerir a situação, em termos de con-
sequências. Foram destruídas mais de
m
desarmar a Renamo e ela própria não
conseguiu fazer esta transformação,
u do que
decide
o Chefe
desde que essa revisão seja para me-
lhorar o sistema de governação, e não
para acomodar interesses particulares.
coisa que achamos que deve ser fei-
ta e não está em consonância com a
Constituição, primeiro temos de re-
de 11 mil milhões de dólares de
dívidas que temos e estas dívidas
da PROINDUCUS, da EMA-
a Lei exige.
Na Frelimo, há membros que con-
cordam com a realização de uma
a mesma do tempo da Luta de
Libertação Nacional. Nisso es-
tou tranquilo porque a Frelimo
esta metamorfose e nós vemos isso ao de Es-
muito tempo, mas para a vida de um 3 mil escolas, mais de 500 unidades Mas a experiência penosa que temos ver a Constituição. Não são sectores TUM e da MAM são uma parte auditoria forense e a consequente passou por diversas fases e o que
nível da própria linguagem que é usa- ta
tado, mas
país é um período muito curto para sanitárias, um sem número de pon- é que quando fazemos revisões de leis da Frelimo que negam, é a Lei que da dívida. responsabilização dos autores da está previsto nos seus estatutos
da, algumas vezes, como “vamos fazer ele tem de
que se possam realizar todos os so- tes e estradas e as consequências no para acomodar interesses particulares não permite. Não podem distorcer o Níveis preocupantes. Acha que dívida, mas há também os que não é que a Frelimo é um partido
explodir o país, vamos dividir o país, se
se sentir con-
nhos, alguns dos quais desenhados tecido social foram muito grandes. e quando esses interesses particulares sentido do meu voto. Quando eu fui o país não teria evitado chegar concordam. De que lado Manuel de transformações e se adequa,
ainda durante a Luta de Libertação
Nacional. O processo de construção
Nós tivemos quase um milhão e meio
de refugiados fora do país e cerca
e
vamos paralisar o país”. Esta é uma
linguagem que decorre desta estru-
tura de violência na qual a Renamo
d m o -
crática ma
ca mais
importante
ortante
fortável ao nomear
guém, mesmo
n
mesm quando
se trata de pessoas
p
al-

do
depois não são respondidos pela his-
tória, os problemas mantêm-se…
votar, era para eleger um Presidente
da República e disseram-me que esse
Presidente seria eleito se tivesse 50%
onde chegou? Ou lhe parece
que era inevitável a contracção
Tomé está?
Eu estou do lado daqueles que que-
permanentemente, ao país real,
corrigindo rumos e criando no-
das Nações não é linear, tem avanços de quatro milhões e meio de deslo- baseou a sua própria criação e acho O que considera interesses particu- destas dívidas? rem saber a verdade total sobre estas vas estratégias. Os princípios e
do país, que seu partido, elee tem de dos votos mais um. Não me disse-
e recuos. Mas o que é importante é cados dentro do país. Mas também que esses nossos compatriotas de- lares? Expliquei que os países, muitas questões. Não estou muito preocupa- os valores estão lá, o que pode
é o Parl
Parlamen-
en- se sentir confortável
confo que ram que seria presidente de algumas
as questões principais, aquelas que devemos assumir que, com o país no viam fazer esforços…mas quem sou Esperem. Nós fizemos revisão da vezes, têm de se endividar para do com os rótulos que nós damos aos acontecer é que haja camaradas
to, está nas
to essa pessoa vai va cumprir províncias. Não é isso que a Lei diz.
dizem respeito à vida das pessoas, estado em que estava, praticamente, eu para estar a dar conselhos? Fico Lei eleitoral e temos, neste momen- poder responder às necessidades processos, estou do lado daqueles que que tenham práticas contrárias
Assembleias as orientações pela sua Mas quando depois do jogo me vêm
estejam a avançar. É isso que posso não se conseguia concentrar na ques- logo suspeito, sendo de um partido to, aqui na zona, os órgãos eleitorais, de desenvolvimento e depois a querem que, de facto, a verdade seja aos estatutos.
Provinciais,, a competência, qualidades
q dizer que é assim que tem de ser, es-
dizer sobre o nosso país. Mas talvez tão da produção. Houve, só para não que está na posição, dar conselhos a CNE (Comissão Nacional de Elei- médio e longo prazo compen- conhecida. Há camaradas que dizem que,
Renamo já diri- morais, etc. Ora,
Ora será que tão a distorcer o sentido de voto ou
valha a pena dar alguns exemplos. perder a memória das coisas – infe- um partido da oposição. ções) e STAE (Secretariado Técnico sam essas dívidas com os resul- Que margem de manobra terá Mo- na Frelimo, há pessoas com
giu mu
municípios e confortável em
se sentirá confo pelo menos estão a manifestar essa
Em 1975, nós tínhamos poucas esco- lizmente, este é um outro dado, quer
ir o
A propósito desse ponto, Moçam-
h
hoje se não está nomear uma pessoa p de
de Administração Eleitoral), mais
intenção. Aqueles que acham que as
tados da produção, etc. O que çambique perante a dura situação apetências de ficar mais ricos,
las, primárias e secundárias. No en- dizer, a nossa memória colectiva tem bique vive, desde 2012, momentos partidarizados de todos os países e nós queremos é que se esclareça económica que atravessa, perante esquecendo-se do povo…
nas Assembleias um partido quequ todos os Leis devem ser mudadas que façam
sino pré-universitário, tínhamos duas estado a ser muito conturbada porque de instabilidade caracterizada por isso foi um recuo em relação ao que a as dívidas destas três empresas. uma comunidade internacional que É melhor falarem com esses ca-
dias atinge, mortalmen-
m
escolas. Universidade era uma, que
era a então Universidade Lourenço
Marques, hoje Eduardo Mondlane.
também não existe memória institu-
cional – nós devíamos ter construído
uma fábrica têxtil em Mocuba. Essa
á
confrontações armadas, sobretudo,
i
no centro de Moçambique. É apenas
Municipais é por-
que cometeu o erro
de não participar
te, inocentes?
De qualquer das for-
Lei previa anteriormente e lembram-
-se do debate de que “queremos pari-
dade” e fizemos tudo isso.
as propostas que vão ser debatidas.
Até que ponto o próximo encontro
entre o presidente da República e o
Queremos encontrar formas de
elas serem resolvidas para o país
se libertar de uma carga que é
está sempre em cima do governo,
com recadinhos?
No fim do dia, esta situação não
maradas para explicarem muito
bem o que isso quer dizer.
Um ano depois do início da go-
o desarmamento em si ou vê outros mas, existe umaum Rena-
Mas hoje, mesmo que registemos as fábrica foi à falência, antes de ser nas últimas eleições A propósito disso, semana passada, o presidente da Renamo vai devolver embaraçante. E acho que o Go- prejudica o Governo, mas prejudica, vernação de Filipe Nyusi, como
motivos que nos empurraram para Ba
mo social. Basta ver a
dificuldades que existem em termos montada. As peças, os equipamentos, autárquicas. Mas aí vogal da Renamo na CNE, Fernan- a paz em Moçambique. Insistimos verno está no caminho certo no grandemente, a população, portanto, olha para um mandato que, pelo
esta situação?
de escolas construídas com material
convencional, com carteiras, o facto é
as máquinas, estavam em caixas, fi-
caram, enferrujaram-se, estragaram-
D
Essencialmente é o desarmamento
que falhou. Aliás, num determinado
é que se faz a inclusão.
Mas nas Forças Armadas,
tendência dos d
ao longo dos períodos
votos

eleitorais, para perceber


do Mazanga, dizia que não há pari-
dade nos órgãos eleitorais porque a
nesta pergunta porque este não será
o primeiro encontro a acontecer. Já
houve outros encontros que só de-
diálogo com os parceiros e as
instituições internacionais em
algumas vezes, essas organizações in-
ternacionais não são comedidas. Bas-
menos, marca uma transição in-
tergeracional?
que temos escolas em todos os can- -se até que passaram à inutilidade momento o antigo presidente da Re- estão lá (homens da Re- Frelimo sozinha tem cinco, contra particular. ta ver a diferença entre as primeiras Marca, sim, uma transição in-
províncias, regi-
que há provínc ram paz por algum tempo.
tos do país, nas localidades, até em por causa da guerra. Estava para ser pública, Joaquim Chissano, disse que namo). Onde houve quatro da Renamo e um do MDM… A questão que se coloca não é declarações do FMI e as que fez no tergeracional e isso é bom para
ões do país, onde
ond o parti- Está a fazer uma pergunta a uma
povoações. Mesmo que queiramos construída uma fábrica de montagem há violência porque há armas, por- problemas foi na Po- Parece que estão a fazer defesa da Re- necessariamente o pedido de fim da missão técnica que trabalhou o país. Esta governação do pre-
do de Afonso DhlakamaD pessoa que deseja muito a paz. Aqui-
questionar, e até com legitimidade, de camiões em Sofala, não se cons- que há um partido que acha que foi lícia porque a Renamo namo… empréstimos, mas é como se cá. No início fizeram declarações sidente Nyusi é muito desafiante
nunca entregou a lista suplanta a FrelFrelimo. Não lo que eu sei é que o Presidente da
a qualidade nalgumas instituições de truiu. Havia grandes projectos agrá- injustiçado nos resultados eleitorais Não, estamos a … fazem esses empréstimos e para emocionais, sem toda a informação porque ele herda um país instá-
problemático
lhe parece pro República vai para o diálogo inter-
ensino superior, não deixa de ser facto rios que não avançaram. Projectos de que foram proclamados pelos órgãos dos seus oficiais que de- Esperem, esperem, até agora ainda onde é aplicado o dinheiro, in- que, quando passaram a tê-la, a lin- vel, herda um país com secas no
partido que te-
que um partid pretando os anseios populares e é
que temos mais de 40 universidades. exploração mineira na Zambézia que competentes e usa as armas de que viam ser integrados. As pessoas que não usaram nenhum argumento da cluindo a capacidade de paga- guagem alterou-se. Isso não signi- sul e inundações no norte. Herda
nha aceitação popular, isso que a gente vê nos comícios que
Não tínhamos mais que uma dezena foram abandonados. Uma das coisas dispõe. foram listadas para serem integradas Frelimo. Usem também argumentos mento. Já agora, parecem-lhe fica que se está a desresponsabilizar um país com dívidas preocupan-
em llargas regiões do ele dirige, nos encontros que ele tem
de moçambicanos com formação su- mais complicadas foram os efeitos da Mas há quem diz que faltou também nas Forças Armadas, foram. Nas For- da Frelimo porque eu não acredito com vários sectores da vida nacional. justas ou injustas as sanções, na a parte moçambicana, mas essas or- tes, pelo que todos nós devíamos
perior, em 1975, mas hoje temos mi- guerra no tecido social e em particu- a inclusão da própria Renamo. Con- ças Armadas, as pessoas têm comis- país, no final do dia, não que a Frelimo seja um partido tão de- opinião pública, contra a admi- ganizações, muitas vezes, não olham dar a nossa contribuição para que
Aquilo que já ouvimos uma e outra
lhares. Temos mais de 500 doutores e lar a maneira como a guerra afectou a corda ou não? sões de serviço e quando chegam ao tenha nada a dizer, do ponto de vista sastrado em termos de princípios e de nistração de Armando Guebu- para os países como sendo detentores estes desafios todos que o presi-
vez do senhor Dhlakama é que ele
já temos 13 catedráticos. Quer dizer, cadeia de transmissão tradicional de Podíamos ir primeiro à discussão do fim passam à reserva. Nós temos vis- de governação? experiência. está interessado na paz, então, que se za? de dados objectivos sobre a própria dente da República tem nas suas
hoje temos mais catedráticos do que conhecimentos e valores ao nível das que é inclusão… to notícias regulares sobre passagem Mas a Renamo está na governação. São apenas contra-argumentos. efective. O que nós podemos fazer é O que posso dizer sobre isso é realidade. Vou dar um exemplo: nós mãos sejam enfrentados com su-
licenciados que tínhamos na época. zonas rurais. O que se levanta é que faltou inserção à reserva de oficiais do exército e da O Parlamento não está no processo O jornalista, quando está a falar com esperar que esse encontro seja frutuo- que o Governo está a trabalhar tínhamos uma das mais produtivas cesso, porque no fim do dia, to-
Podia dar outros exemplos na área da A par dos efeitos nefastos da guerra efectiva da Renamo no aparelho do polícia. de governação no país? As Assem- um entrevistado, tem de procurar in- so para todos porque se tivermos paz, com os parceiros, com o FMI indústrias do caju do mundo, mas fo- dos nós vamos beneficiar.
saúde, de construção de infra-estru- dos 16 anos, economistas agrários Estado; inserção social; conhecemos Acha impossível termos um minis- bleias Provinciais não estão no pro- formações que esclareçam o público. todos nós ganhamos.
18
OPINIÃO Savana 22-07-2016

EDITORIAL Cartoon
Mudança na continuidade ou
mudança da continuidade?

o
uando ainda candidato às eleições presidenciais de 2014,
Filipe Nyusi descreveu a sua missão como construtor do
quarto andar de um edifício iniciado em 1975 por Samora-
Machel, o primeiro presidente de Moçambique.

log
Na essência, tratava-se de uma metáfora em que Nyusi concebia a sua
presidência como a continuação do projecto de construção da nação
moçambicana, que teve como sucessores, Joaquim Chissano e Armando
Guebuza.
Na linguagem ideológica da Frelimo, esse processo convencionou-se cha-
mar de “mudança na continuidade”, uma forma de dizer que a mudança de
liderança nunca deve significar a descontinuidade da essência do projecto.
Embora em alguns casos tal mudança de liderança tenha ocorrido em
circunstâncias trágicas, mérito deve ser atribuído à Frelimo, que sempre

ció
foi capaz de iniciar mudanças quando tal se mostrou essencialmente ne-
cessário para a sua própria sobrevivência.
Num continente africano onde fundadores de movimentos nacionalistas
concebidos para combater o colonialismo optaram por se transformar em
líderes vitalícios, arrastando os seus países para o abismo, tal feito não é
pouco.
Mas como qualquer construtor sabe, é questionável a futura sustentabili-
dade de um edifício se alguns dos seus pilares não responderem às espe-
cificações técnicas necessárias para que ele se mantenha firme por muito
tempo.
Nyusi teria então de saber quais são os pilares do edifício que não obede-
ceram a tais especificações técnicas, e que se continuarem a fazer parte do
edifício este corre o risco de desabar.
O próprio conceito de “mudança na continuidade” pode ser problemático,
se não mesmo contraditório. Mudança significa uma alteração na forma
so
de fazer as coisas, em certos casos necessitando mesmo de uma rotura com
o passado, para que o futuro não fique contaminado. É por isso antagónico
à continuidade, que pressupõe que as coisas se mantêm intactas.
um
Mas mesmo que continuidade se mantenha um conceito ideológico, ele
nunca deve ser confundido com a obrigatoriedade de manter práticas do
passado nocivas, capazes de comprometer o futuro do próprio projecto
inicial.
São essas práticas que Nyusi se deve esforçar em desmontar, se quiser
deixar um marco histórico da sua presidência. Ao ser eleito Presidente
da República, ele deve entender que a sua missão passou a ser mais do
que manter a coesão da Frelimo, e que o seu compromisso maior é com o
povo, a quem ele deve servir com toda a sua integridade; o seu verdadeiro
“patrão”.
Quase dois anos após a sua inauguração, Nyusi continua sem dar indica-
ções sobree o tipo de líder que pretende ser, continuando a mostrar sinais
de

de uma relutância em quebrar com um passado que levou o país para a


situação em que hoje se encontra. Parece não estar preparado para estre-
mecer a estrutura do partido que será o primeiro determinante para um

A tristeza
seu segundo mandato.
O seu discurso inaugural, com todas as boas intenções que articulava,
continua ainda muito aquém de se materializar, com cada promessa feita
apenas tendo permanecido no papel.
A crise política e económica que o país atravessa, e com a qual Nyusi tem
pouco a ver, deveria lhe ter dado a oportunidade de ser diferente, impri-
Por António Cabrita*
io

mindo um estilo de liderança que demonstre a sua determinação de abrir


uma nova página na história de Moçambique. Mas quanto mais o tempo Houve em Portugal, depois do 25 lógico e antropológico no país, e gino-o a bater às portas do céu,
passa, as coisas parecem ficar cada vez mais iguais, criando a impressão de Abril, uma revista que mudou alimentou inúmeros suplementos, Senhor Pedro, posso entrar? Ó
de que Nyusi continua amarrado a compromissos
mpromissos partidários que não lhe totalmente o panorama da BD sobretudo humorísticos, como O Machado, entre, a casa é sua! E ele,
permitem avançar para um novo tipo de sociedade de inclusão e de par- portuguesa. Chamava-se Visão. Sacana, quatro páginas que há anos a interrogar, provocador, Ai, sim,
ár

ticipação do povo na tomada de decisões importantes sobre o futuro do Entre os fundadores estava um se- produzia para o semanário SA- e diga-me, e os perfilados seios de
país. nhor chamado Machado da Graça. VANA, o primeiro jornal privado Maria já palpitam? Porque ele não
Nyusi não precisa de ficar amarrado a esse passado, e quanto cedo ele se Depois, tal como no país a revista pós-período do partido único. Aí resistia a dizer uma piada, mes-
aperceber disso será ele um homem mais livre para fazer o melhor por conheceu voltas e reviravoltas e o pontuava com a coluna A Talhe de mo que isso lhe custasse um lugar
este povo. Machado tornou a Moçambique. Foice, de análise/indignação políti- ao sol, e era da raça do Groucho,
Infelizmente, o tempo passa rápido. Dentro de dois anos, o país estará a Onde fez teatro, introduzindo a ca que exasperava muitos. Era uma que não aceitava fazer parte de um
entrar paraa um novo ciclo eleitoral, onde mais do que um simples acto
Di

tragédia grega neste rincão, su- voz que nunca traiu o seu compro- clube que o aceitasse como sócio.
de eleger novos dirigentes municipais e nacionais, será efectivamente um portou revistas de BD, fez rádio- misso, incómoda e necessária, por Morreu o Machado, vai fazer uma
referendo à actual governação. Será inglório se Nyusi tiver de ser julgado -novelas, foi repórter e cronista, vezes iconoclasta, um verdadeiro falta tremenda...
em função do que deveria ter feito, mas que escolheu não fazer. sobretudo político, criou a primeira besouro. *Texto retirado da página do autor
e melhor editora de ensaio socio- Hoje folgarão os medíocres. Ima- no facebook

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Savana 22-07-2016
OPINIÃO 19

Não são reformas, é uma revolução que


Moçambique precisa!

o
Régio Conrado

A crise em Moçambique é na esvaziada de todo o conteúdo no poder tiveram dois resultados, delo de desenvolvimento que não Montepuez-Cuamba e vice-versa

log
estrutural e as suas conse- mobilizador da sociedade e de ca- o aprofundamento da miséria dos tendo como fundamento a trans- terrestre, constatei o
de transporte terr
terrestr
quências funestas na so- pacidade de reinventar Moçambi- mais vulneráveis e o enriqueci- formação social das condições de nível de violência que uma gran-
ciedade ainda vão conhe- que como possibilidade do «viver mento dos não vulneráveis, res- vida destas últimas, cria condições de parte das populações sofria por
cer momentos agudos. Sobre esse juntos». Olhando para a forma pectivamente. Então, as reformas políticas e sociais de acumulação causa das reformas inconsequen-
aspecto todos estamos de acordo. como a crise tem sido tratada pelo dos últimos 30 anos foram social e consolidação das classes que es- tes e da ausência de uma visão do
Contudo, o que me interessa nessa actual executivo, não me restam e economicamente inúteis para poliando sem dó o Estado, as suas país pelos que gerem este último.
crise são duas coisas que ela per- dúvidas que não é a procura de essas camadas que vivem conde- populações miseráveis produzem É aqui que concordo com o pro-
mite ver. Por um lado, que depois uma solução radical, mas apenas nadas no submundo de uma vida um país de famintos, de mendi- fessor João Pereira quando diz que
da morte de Samora, o partido algumas reformas que permitam sem esperança, sem sonhos. gos, de analfabetos, desnutridos o discurso do inimigo (entrevista

ció
gestor do país não só se tornou a permanência do partido como Poder-se-ia até dizer que as refor- como estrutura social dominante ao Savana) não pode mais funcio-
uma fábrica com alto nível de máquina que garanta a coesão in- mas dos últimos 30 anos foram a numericamente e poucos afortu- nar porque, digo eu, o que o parti-
eficiência na produção de margi- terna mesmo que isso signifique espoliação do conteúdo ontoló- nados como classe sociologica- do no poder fez nos últimos anos
nais ou de marginalizados, mas a continuidade da crise político- gico da criação de Moçambique mente dominante. Porque é que foi arrastar toda uma sociedade
de esvaziamento letal de toda a -militar e económica. como país independente. Ade- então devemos continuar a pensar contra si próprio. Nunca deixei de
esperança nacional, a esperança Nos últimos 30 anos, Moçambi- mais, Slavoj Zizek, filósofo eslove- o país em termos de reformas se insistir que, sendo um intelectual
daqueles moçambicanos que acre- que foi um país de reformas sem no, publicou recentemente «Ils ne elas não têm sido aptas a trans- de tradição marxista, entendo que
ditaram que seriam felizes com a precedentes, mas as consequências savent pas ce qu’ils font» (Eles não formar socialmente o país? Penso o que Moçambique precisa hoje
independência. E, por outro lado,
tornou-se estruturalmente estéril
em termos de ideias, de imagina-
ções, de utopias.
Não consegue recriar Moçambi-
que. Para resumir, esse partido que
gere o país há mais de 40 anos, nos
dessas reformas no que concerne
ao melhoramento das condições
sociais, políticas e económicas das
populações estão longe de serem
positivas. São negativas mesmo
que tenham havido alguns nichos
de evolução. Ou seja, as reformas
so
sabem o que fazem), um livro que,
entre outras coisas, me permite
dizer que com a crise em que nos
encontramos não podemos pre-
tender pequenas reformas, refor-
mas que longe de pôr em causa o
modelo neoliberal inconsequente
que há dois problemas que a elite
governamental tem tido nos últi-
mos anos.
O primeiro é a sua inaptidão de
pensar Moçambique como um
país que deve ser reinventado como
lugar de progresso social para que
não é de governantes lacaios do
grande capital, furiosos pela acu-
mulação primitiva do capital que
no sentido de Marx significa rou-
bo, expropriação, violência, mas
de elites políticas que, indo para
além do capital, possam revolu-
últimos trinta anos, é uma máqui- que foram aplicadas pelo partido para as populações ou ainda o mo- as nossas diferenças sejam unifica- cionar, primeiro, o lugar do Esta-
das pelas vantagens que teríamos do na economia redefinindo o seu
um
de pertencer a esse lugar que se papel. De um papel secundário, é
chamaria Moçambique. Podemos preciso, nesta fase, que o Estado
acrescentar que os últimos 30 anos seja um dos actores essenciais não
foram não da criação de Moçam- para alimentar redes criminosas e
bique, mas de Maputo como lugar clientelistas, mas para transformá-
de excelência, de «modernidade», -lo num motor de desenvolvimen-
mesmo aí é preciso sublinhar di- to. O exemplo da Etiópia mostra

Desejo de ser
zendo de alguns nichos enrique- que é possível termos um Estado
cidos. O segundo problema tem desenvolvementista mesmo que
que ver com a irresponsabilidade isso não vá necessariamente ao en-

H
ética dessas elites em relação aos contro do grande capital interna-
milhões de homens e mulheres de cional que pouco se importa com
de

oje é domingo, meio da entre nós nunca houve nada de mal. dade de Inhambane. Eu naveguei Moçambique. Diante desses dois os miseráveis deste país. É uma
tarde, uma tarde cheia de Discutimos, sim, porque é natural contigo da Cidade de Inhambane,
que haja discussões. problemas, o único Moçambique questão não técnica mas política.
sol – nem parece que esta- na baía, até Morrumbene, onde
fui apresentar-te aos meus tios e possível não pode ser outro que Posso, nestes termos, dizer que
mos a meio de Julho nestes
Mas o que me leva, nesta tarde de abençoar
eles abençoaram-nos. Lembro- um país implosé (implodido no se há uma coisa que o partido no
trópicos – e eu dou comigo a pen-
domingo, a escrever para ti desta -me de ti, Matilde, porque estou a sentido que é dado pelo Historia- poder não pôde fazer nos últimos
sar em ti, Matilde. Por uma razão
forma é o seguinte: não vale a pena ouvir música brasileira dum poeta dor francês, Michel Cahen), que trinta anos foi tomar uma decisão
muito simples; ou por duas ou três: a gente discutir temas que não têm maningue atrevido, que diz, entre é politicamente e filosoficamen- política séria. As suas decisões têm
estou a ouvir música brasileira, so- interesse.
esse.. O que interessa, Matilde, outras coisas: “Desmaterializando a te (pacto social) inviável. Tendo sido anti-políticas, no sentido de
zinho em casa, como quase sempre é que apesar de me teres deixado obra de arte do fim do milênio / Faço feito uma viagem de Maputo a James Ferguson.
desde que nos separámos. Mas não
io

com os nossos dois filhos, que ago- um quadro com moléculas de hidrogê-
é disso que quero falar. ra já têm dezassete anos, lembro- nio.” Que tal, Matilde? Lembras-te
A música brasileira que estou a -me da tarde em que, tinha eu 19 de quando nos ríamos das obras de
ouvir não é aquela romântica tipo anos e tu 17, desancorei o barco do arte e tu dizias: “Isto não é obra de
Roberto Carlos ou Erasmo, é de meu pai, na baía de Inhambane, arte não é nada, isto é uma caga-
um poeta maduro e insolente, o numa noite cheia de luz, luz de lua da.” E eu dizia: “Matilde, cuidado,
ár

Zeca Baleiro. Foi por isso que cheia, e disse: “Matilde, entra!” Tu há gente que te está a ouvir!” E de-
me lembrei de ti. Numa das suas ainda perguntaste: “Entrar onde, pois dizias: “E eu com isso? Estou Email: carlosserra_maputo@yahoo.com
canções diz assim: “Eu tava triste, vamos aonde?”, mas eu disse: “En-
a dar a minha opinião própria. Isto Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
tristinho / Mais sem graça que a top tra!” Entraste, agachaste-te debaixo
não é obra de arte não é nada, isto 486
model magrela /na passarela.” E eu do banco, arvorei o mastro e a vela
é uma cagada.” Lembrei-me de ti
olho para mim e digo: “De facto, e navegámos, eu sentado ao leme
Brexit: o regresso da alma tribal

S
uma top model numa passarela não e tu ao meu lado, e fomos parar a porque numa destas canções brasi-
Di

tem graça nenhuma. Pode ter bom Morrumbene em casa do irmão do


Morrumbene, leiras que estou a ouvir nesta tar-
po, ser esguia, ter seios ergui-
corpo, meu pai. Eu apresentei-te e disse: de de domingo, tarde cheia de sol, e uma parte dos Ingleses um despique pela preeminência
dos, mas de graça não tem nada.” “Mbata Khwamba, esta é a minha meados de Julho, há uma frase, um votou pela desvinculação económica ou com o desejo de
Lembrei-me da tua graça. Tens noiva, quero casar-me com ela. Os verso que diz: “E muito mais feio que da União Europeia, de pertença à União Europeia, do
muita graça, Matilde. Então ouço pais não aceitam, porque dizem um hipopótamo insone.” Matilde, um imediato habitantes da que com o reacender das almas
outros versos que dizem assim: “Eu que sou pobre, mas quero que o tio hipopótamo já de si é feio, agora Escócia, da Irlanda do Norte e tribais, com os micronacionalis-
abençoe a nossa união.” E o meu imagina um hipopótamo insone.
tava só, sozinho! / Mais solitário que da própria capital inglesa, Lon- mos ampliando e modernizando
um paulistano.” E outros ainda que tio, irmão do meu pai, abençoou- Matilde, se me puderes ler, avisa-
dres, declararam querer ser in- as velhas almas do “homo clau-
dizem assim: “Tava mais bobo que -nos. Tudo correu bem, Matilde. -me. Continuo a guardar de ti uma
recordação muito forte, de uma dependentes do Reino Unido e sus” de muitos de nós e rejeitan-
banda de rock / Que um palhaço do Separámo-nos depois de dois fi- permanecer na União Europeia. do as uniões formais das grandes
Circo Vostok.” Que tal essa, Matilde? lhos, mas não posso atirar as culpas mulher bonita, de pele maningue
escura, dentes maningue brancos, O problema fundamental nes- instituições pan-nacionais do
Amo-te. Acho que foi um grande a ti, nem a mim, nem aos teus pais,
mal-entendido, a nossa separação. porque, no fundo, os teus pais, de- olhos… como direi, azuis? Não, ta história mestiça de percursos tipo União Europeia. Acresce
Lembro-me de ti agora que estou pois do facto consumado, acabaram preta não tem olhos azuis; verdes, antigos e modernos - que nunca que esse é, não poucas vezes,
sozinho, neste domingo de tarde, a por aceitar que eu era o genro deles, talvez… Olhos verdes, lábios sen- são nem unilineares nem uní- ameaçadoramente, um dos des-
meio de Julho, e sei de certeza que filho do Pedro Mahurana, dono de suais, cabelo curto, formas assim, vocos - tem menos a ver com tinos da direita xenófoba e fas-
se puderes também pensar um pou- duas embarcações à vela que faziam assim, assim, assim mesmo, assim um conflito geracional, com cista.
co para frente, hás-de perceber que a navegação entre Maxixe e a Ci- mesmo, Matilde, assim...
20
OPINIÃO Savana 22-07-2016

O meu chefe
C heguei ao “Noticias” em Março de
1976.
Respondi a anúncio público e fiz pro-
ministro, desesperava porque não conseguia
controlar a redacção.
No fim do dia, havia uma nova realidade no
tarde, no nosso próprio país, a pena de morte
sem um judiciário independente, presta-se a
expedientes políticos e às maiores injustiças.
partidárias, que a liberdade de imprensa não
era uma questão constitucional, era um as-
sunto para uma lei avulsa. Os “165” que as-

o
va de admissão. O tema maior era um país e os jornalistas do “Notícias” ainda não No meio do turbilhão que era Moçambique, sinaram o documento exigiram o direito à
desastre ferroviário, acontecimento muito po- se tinham apercebido disso. Jorge Rebelo, o Machado da Graça faz cinema, suplementos informação e a liberdade de imprensa como
pular da época. poderoso secretário do DIP (Departamento infantis e banda desenhada. Porque o Ma- princípios constitucionais. De caminho até
Eu, o Ricardo Timane e o Fernando Passalá- de Informação e Propaganda) e ministro de chado sabia ver melhor que todos nós outros, conseguiram ganhar a extinção do Ministé-

log
qua fomos colocados no “Internacional”. Es- Informação, desce ao “Notícias” a 9 de Setem- até conseguiu animar um projecto cultural rio de Informação, não obstante o rosnar de
távamos à vontade em línguas e em questões bro de 1976, afasta o director e, por acumula- no Hulene em parceria com Jorge Rebelo. E uns tantos sarnentos que continuam a sonhar
do mundo. O turno da tarde era chefiado por ção, todas as chefias editoriais. Foi o chamado como todos os homens mudam, na ante-câ- com as mordomias potenciais que daí podiam
um sujeito de cabeleira desalinhada, óculos de “Setembro Negro” (nome retirado dos mas- mera do multipartidarismo, e cito de memó- advir. O seu sentido férreo de cometimento
massa, “jeans”, t-shirt e uma intrigante cartei- sacres inter-faccionais no Líbano), a primeira ria, Rebelo agradeceria a todos aqueles que, fê-lo um dos mais destacados militantes pela
rinha de cabedal à cinta. Este é o Machado da grande purga ideológica verificada nos media “mesmo não tendo cartão do partido” acredi- causa, apesar da “mãozinha securitária”, já na
Graça, diz nas apresentações o Areosa Pena, o moçambicanos no pós-independência, Em tavam nos ideais da igualdade, da equidade e altura, agitar o papão da “mão externa”.
chefe das operações na redacção, separado de menos de 12 meses, mais de duas dezenas de da solidariedade. Eleito para o primeiro elenco do Conselho
nós por um módulo envidraçado. jornalistas abandonaram ou foram expulsos José Luis Cabaço, o ministro que substituiu Superior da Comunicação Social, onde esti-

ció
Não foram fáceis os primeiros tempos. Era do jornal, um acontecimento pouco conheci- Rebelo, convence Machado a acreditar numa vemos juntos, bateu furiosamente com a por-
a escola do que não serve vai para o caixote do pelas escolas de comunicação social mo- “primavera editorial” no “Domingo”, sob a ta, porque nunca se conseguiu fazer respeitar
do lixo. Até o chefe achar que a estória esta- a Lei de Imprensa e assegurar a independên-
çambicanas, não obstante ser o maior êxodo batuta de Ricardo Rangel. Mas a lua de mel
cia da RM, da TVM e do “Notícias”. Para que
va minimamente aceite. Não eram aceites os de jornalistas num único órgão, em 41 anos durou pouco.. Machado queria um jornal in-
os nossos deputados não desesperem, Isto foi
despachos da anop (a agência que antecedeu de independência. terveniente nos problemas da sociedade, o
há mais de 20 anos.
a lusa), nem a adjectivação excessiva herdada Separei-me aí do Machado da Graça. Ambos ministério queria um jornal levezinho, “de fim
Dizia uma reputada actriz de teatro, à algum
de dois anos intensos de pelejas ideológicas fizemos a nossa travessia do deserto. Eu na de semana”. A azia foi tal que, até à morte do
tempo atrás, que, a partir dos 50, se tem o
fora dos muros do jornal. Por outras palavras, AIM, que funcionava por cima do Ministé- Kok Nam em 2012, Machado da Graça, um
direito de dizer tudo o que nos vai na alma.
era a rejeição do copy/paste tão frequente nos rio. O Machado da Graça foi parar ao INLD colaborador do SAVANA da primeira hora,
nossos dias e a separação dos elementos noti-
ciosos do comentário.
O Machado cultivava a antipatia dos seus
novos recrutas. O Correia Paulo, o chefe do
internacional “jogava” “soft”. Como na chara-
da do polícia bom/polícia mau. Adversidades
(Instituto Nacional do Livro e do Disco). No
I Seminário Nacional de Informação voltá-
mos à carga. O que os media faziam era me-
díocre e não reflectia o país. O Machado da
Graça tinha uma disciplina de ferro, uma cul-
tura imparável e um enorme traquejo político
so
sempree nutriu uma perseverante desconfiança
sobre “jornais geridos por fotógrafos”.
Por volta dos anos 80, e estas linhas são es-
critas sem a minúcia de toda a documenta-
ção factual, Machado da Graça chega à RM.
Como Carlos Cardoso tinha chegado antes
Não sei se o Machado da Graça o leu. Mas
se não leu melhor o fez. Os seus detractores,
os que odeiam a sua prosa, a partir da sede
do partido, com os mais ínvios pseudónimos
e com a cumplicidade dos vários editores que
passaram pelo “Notícias”, respondiam-lhe em
“cartas de leitores”. Como o fizeram com Mia
à parte, os recrutas são rapidamente lançados de lutas noutras paragens. Na casa dele, um para, basicamente, acompanhar a banda da Couto, quando escrevia para o “Savana”.
às feras, ou seja, passados para o “nacional” e enorme armazém de papéis e revistas, ainda casa, um agrupamento que fez furor no país, …
confrontados com o dia a dia de uma socieda- devem andar por lá os documentos que nos por reunir o que havia de melhor por Ma- Nem sempre a foice e o machado estiveram
um
de em efervescência. Em nome da revolução, custaram longas noites de insónias. Espero puto e arredores. Daí vem a reanimação do na sua máxima perfeição. Como tudo, há dias.
o que era mau, era chutado para baixo da ta- que Jorgee Rebelo tenha ganho alguns cabelos teatro radiofónico com o famoso folhetim Mas há um notável fio de coerência em tudo
peçaria. brancos nessa altura. Não fomos à reeducação, “Sandokan, o tigre da Malásia”e o programa o que escreveu. Com ironia mordaz, com sar-
Chefes aguerridos e truculentos, como Are- mas estivemos lá perto. É minha convicção, “Apartheid, crime contra a humanidade”, casmo, mesmo. Muita desilusão e desencanta-
osa Pena e Miguéis Lopes Jr. começaram a que a Frelimo, ao contrário do MPLA, sem- reformatado, “por conveniências políticas”, mento, também. Não é para menos quando o
subir a parada. Saiu um trabalho sobre a situ- pre resistiu à tentação de fazer “purgas radi- como “tribuna austral”. Como se o “apar- templo é assaltado pelos vendilhões.
ação péssima das cadeias. Depois um campo cais à esquerda” como aconteceu no “27 de theid” pudesse ser reformatado. As últimas crónicas e bonecos fê-las já no seu
de reeducação e uma fábrica onde os comités Maio de 1977” em Luanda, quando milhares Em 1990, por disparar forte e certeiro, “por leito de morte.
operários eram letra morta. A AIM (Agência de angolanos foram fuzilados com a cumpli- ser pouco táctico”, ficou de fora no grupo de Com coragem, com convicção, mas também
de Informação de Moçambique), recém-cria- cidade das ortodoxias marxistas lideradas a redacção do documento “o direito do povo à com uma profunda tristeza. A mágoa e a tris-
da com os desempregados da “Tribuna”, ten- partir de Moscovo. informação”, mais um episódio que assinalou teza de ter visto o país que sonhou desagua-
tava passar “notícias positivas” que acabavam Antes, Machado da Graça tinha estado em a profunda clivagem nos media em Moçam- rem no que somos.
de

invariavelmente no caixote do lixo, acompa- Angola, escreveu sobre o julgamento dos bique, mesmo no tempo do monopartidaris- Fernando Lima
nhadas por gargalhadas vigorosas e comen- mercenários, mas condenou inequivocamente mo. A moribunda ONJ(Organização Nacio- PS: nunca soube, até hoje, o que guardava o Ma-
tários depreciativos. Manuel António, depois a pena de morte. Como verificámos anos mais nal dos Jornalistas) defendia, por instrucções chado na sua bolsinha de cabedal

Por Luís Guevane


SACO AZUL

Até sempre, M.G.


io

empre, M.G
F
ár

ica momentaneamente esvazia- mesmo problema que a todos aflige. Este ra, produzindo irreverências. Na natureza processos, com a vantagem de produzir
da a alma e o espírito de luta é o soldado irreverente! De tanto o ser, isso é “inconsciente”, mecânico. Entre os cada vez mais soldados irreverentes. Em
pela democratização do País contamina-nos com a sua irreverência. Homens é algo pensado. É preciso que se cerca de quarenta anos de (des)enten-
quando a Praça Democrática A irreverência cumpre socialmente o seu aponte o que está errado para que se corri- dimentos, a paz conseguiu ser doentia-
perde um soldado exemplar e deste- papel mesmo sob o olhar afiado da águia ja a lama letárgica por onde caminhamos. mente lenta e a guerra vivamente mais
mido que gritou até ficar rouco. Mes- que gira em círculos procurando sempre Mas, como os processos de percepção são actuante. Não conseguimos acompanhar
Di

mo rouco não desfaleceu. Continuou mais uma presa para satisfazer os seus ape- bastante lentos, é importante que se volte o passo do desenvolvimento internacional,
a gritar até, novamente, ficar rouco. tites. A cultura do medo, visível nas pre- a bater na mesma tecla. Civilizadamente. confundindo-o com a guerra. Esse edifí-
Sucessivamente, até ao dia da partida sas, é uma grande valia para a águia, aliás, Isso desperta os actores do topo da hierar- cio de lentidão cria e alimenta um jogo de
biologicamente obrigada pela incon- “gestão de espera”, enquanto novos irmãos
para os seus mentores, para aqueles que quia que “inconscientemente” agem den-
tornável ditadura do ciclo de vida. com uma mão leve que os faz “capitalistas”
não param de voar em círculos impedindo tro de um padrão de lentidão. Chegados
A rouquidão provocada pela partici- vão virando ao avesso os seus princípios
processos irreversíveis de democratização. a este ponto, é mister que se volte a tocar
pação no processo de democratização marxistas. Quem não muda? Mudar é
nunca é e nunca será inútil. É uma O soldado exemplar desafia a águia, por- no assunto com a voz um pouco mais alta.
bom. Mas, mudar, prejudicando outros
rouquidão que, antes de o ser, tem que esta cria motivos, e rompe-se a natural Depois mais alta ainda. Até passarmos ao concidadãos com dívidas privadas pre-
sempre o mérito imparável, ainda que submissão aos ditames da “cadeia alimen- grito. Se for necessário, até ficarmos roucos. tendidas como soberanas, só pode ter outro
imensurável, de provocar mudanças. tar”. Até fazermos perceber que ao grito o limite nome. O povo, em surdina, já o usa para
Por isso, atiça o nosso pensamento, Gritar até ficar rouco é um passo nessa não é a rouquidão, é a solução do problema designá-los devidamente mesmo antes do
sacode nossos neurónios adormeci- suposta cadeia alimentar; digamos, nes- que o gerou. martelo do tribunal. A águia vai ficando
dos, proporciona-nos um novo zoom, sa cadeia sociopolítica e cultural. A águia sem penas. Até sempre, Machado da Gra-
uma nova maneira de olhar para o protege sempre a sua natureza predado- Cá entre nós: os processos mantêm-se como ça (MG).
Savana 22-07-2016
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22
DESPORTO Savana 22-07-2016

Ernesto Júnior revela que há condições para o Maxaquene não depender das empresas integradoras

O projecto que nunca foi apresentado


Por Abílio Maolela

o
Clube de Desportos da o seu campo de futebol. incluía as despesas de investimento 75 mil meticais, valor bastante infe-
Maxaquene atravessa, à “No primeiro, cedíamos uma parte (compra de equipamentos e está- rior para a vida do clube, que para
semelhança da maioria dos das nossas instalações (a zona do gios). além do futebol movimenta várias
clubes, uma crise financeira centro social) para erguer-se um a Referir que a do campo nunca foi modalidades e em vários escalões.

log
caracterizada por atraso nos paga- dois prédios que pudessem viabili- consensual entre a família “tricolor”. Por isso, Madoda apela à união da
mentos salariais e na aquisição de zar o financiamento das actividades Rafindine Mahomed, na sua direc- “tricolor pois, na sua óptica,
família “tricolor”,
bens e serviços, como o aluguer do desportivas, através de uma compen- ção, propôs a venda do campo, po- o ambiente de turbulência é que tem
campo de futebol do Estádio Nacio- sação de base mensal ou através da rém, a ideia nunca foi bem acolhida, prejudicado o clube, porque “há pes-
nal do Zimpeto. cedência de instalações para a gente o caso tendo terminado no tribunal soas que não se querem aproximar
utilizá-las, de modo a gerar renda em litígio com o Grupo AFRIN. ao clube para não serem associadas
O assunto não é novo e já levou os para o clube. O outro cenário é ven- Questionado sobre a participação a coisas negativas. Maxaquene deve
sócios desta colectividade a destitu- der o campo”, diz. das empresas integradoras, a fon- criar bases para ser um clube sus-
írem, em Junho passado, a direcção “O primeiro cenário era o mais ideal te avançou que estas não têm uma tentável a médio e longo prazos”,

ció
liderada por Ernesto Manhiça Jú- “Há condições para o Maxaquene liber- porque tu criavas uma parceria, na tabela fixa, pois, além de pagarem advoga.
nior, depois dos jogadores da equi- tar-se da LAM e dos ADM sem vender o qual definia-se as balizas de partici- salários (esta com uma rubrica fixa),
pa sénior de futebol entrarem em campo”, Ernesto Júnior pação, observando as opções viáveis também custeiam as despesas de Imtiaz Amugy regressa à di-
greve (pelo atraso salarial de Abril e permitidos a apresentar o trabalho”. para os dois (parceiros). Mas, no caso transporte, alimentação, entre ou- recção
Maio), no princípio do mesmo mês. Manhiça conta que o estudo apon- do campo, é preciso que tenha uma tros, que não envolve dinheiro fixo. Depois de ter sido avançado como
Passado mais de um mês, Madoda e ta os cenários que podem libertar o infra-estrutura de raiz (complexo Outro factor que contribui para a provável sucessor de Ernesto Júnior,
seu elenco foram reconduzidos com Maxaquene da dependência das em- desportivoo – campos de treino, salas instabilidade financeira do clube Imtiaz Amugy está de volta à direc-
a dura missão de trazer estabilidade presas integradoras, nomeadamente de massagem), em princípio, muito são os próprios sócios, pois, segun- ção “tricolor”, à convite da direcção
financeira ao clube, assim como con- as Linhas Aéreas de Moçambique bem localizado,, estrategicamente, do Manhiça, quando tomou posse, reconduzida e, em princípio, irá pre-
quistar o título de campeão nacional
de futebol, que foge há quatro anos.
Falando à imprensa, após a sua re-
condução, Ernesto Manhiça revelou
que, em 2015, o clube criou uma Co-
missão de Património, com a missão
de fazer o levantamento da situação
(LAM) e os Aeroportos de Moçam-
bique (ADM).
O estudo feito pela direcção “tri-
color” indica que o clube pode sair
do actual sufoco financeiro, cedendo
uma parte das suas instalações para a
construção de empreendimentos de
so
para que seja viável em termos des-
os”, explica.
portivos e financeiros”,
Madoda, que confessa ter ficado
agastado pela destituição, acrescen-
ta que quando o estudo foi feito, o
clube gastava por mês USD 100 mil
(ao câmbio de 30 meticais) para o
o clube só tinha 57 sócios pagantes,
que contribuíam com 10 meticais
por mês.
Embora o número de pagantes te-
Embor
nha aumentado (hoje são 1500 só-
cios), assim como o valor (50 meti-
cais), o facto é que, por mês, os sócios
encher a vaga deixada por Samuel
Maibasse, no futebol.
Apesar de ter sido um dos contes-
tatários da actual direcção, Ernesto
Manhiça espera que a sua integra-
ção “signifique uma mais-valia para
a direcção, dentro das normas do seu
patrimonial, porém, “nunca fomos geração de rendimento ou vendendo seu funcionamento, valor que não do Maxaquene só contribuem com funcionamento”.
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“O futsal ainda não está no nível desejado”


Por Abílio Maolela

A pesar da qualificação de
Moçambique ao mundial
de futsal a decorrer, na
Colômbia, de 10 de Se-
estamos a estudar a viabilidade da
nossa participação nesses jogos e
acreditamos que vamos conseguir.
correram para tal. Mas, este sucesso
também foi orquestrado pela actual
direcção da FMF, pois, desenhou a
estratégia para que alcançássemos
talentosos. As crianças só praticam
o futsal quando estão na escola,
porque depois não há acompanha-
mento.
de

tembro a 01 de Outubro, o selec- Quais as selecções contactadas ou esta vitória. Por isso, o nível do futsal não é o de-
cionador nacional, Naimo Abdul, que formularam convites? sejado, mas por aquilo que os clubes
considera que a modalidade “ainda -Recebemos convites de Portugal, O que fez a actual direcção para vêm fazendo considero satisfatório.
não está no nível desejado”, embora Costa Rica e Egipto. Os jogos ainda mudar a face do futsal? Falta um campeonato de todos con-
reconheça que a qualificação a esta não estão confirma
confirmados, mas já estão -No passado, o futsal era gerido por tra todos, em que as equipas deslo-
prova tenha chegado tarde. A falta numa fase avançada. comissões nacionais, mas quando a cam-se de uma província para a ou-
de um campeonato nacional, no actual direcção tomou posse abra- tra. O nosso modelo é jogar as fases
sistema de “todos contra todos em Estreamos neste mundial, num çou esta modalidade; reuniu toda a provinciais e depois qualificam-se
duas voltas” e a ausência de clubes grupo onde faz parte o pentacam- família do futsal para que pudésse- as equipas para a fase nacional, que
que movimentem a modalidade peão mundial (Brasil). Como olha mos remar no mesmo barco e para decorre numa cidade. Pelo mundo,
io

são os factores que ainda minam o para este grupo (inclui Ucrânia e a mesma direcção. Desenhou os as provas são organizadas em duas
desenvolvimento do futsal, porém, Austrália) e quais são os nossos ob- objectivos do futsal e com a ajuda voltas e as equipas deslocam-se de
congratula as empresas que movi- jectivos? de todos os jogadores e da equipa uma cidade para outra. Mas, mesmo
mentam a modalidade, pois, são as
“O futsal não está no nível desejado, -O nosso objectivo é passar à fase técnica conseguimos fazer com que assim, conseguimos ombrear com
mas por aquilo que os clubes vêm
responsáveis por este mundial. fazendo, considero satisfatório” seguinte (oitavos-de-final). Não esse objectivo fosse realizado. selecções de nível superior.
ár

Acompanhe, nos próximos parágra- será fácil, mas acredito que vamos
fos, os excertos da entrevista conce- conseguir. Quando parto para um Mas, qual é a saúde do futsal. Será Quanto à qualificação...
ração apenas para trabalharmos nos
dida ao SAVANA, na qual aborda o desafio, vou para alcançar os objec- que a qualificação ao mundial re- -Penso que chegou tarde porque, em
aspectos técnicos e tácticos e não
estágio de preparação do combina- tivos que traço. Os jogos de controlo presenta o nível desta modalidade, 2008, fomos vice-campeões africa-
físicos. nos e infelizmente a FIFA só leva-
do nacional. vão ajudar-nos a avaliar o nosso ní- será um “bónus” ou chegou tarde?
vel. Vamos nos cingir em melhorar -O futsal moçambicano está dividi- va um representante africano. Em
Mas, em que consiste o plano de 2012 fomos eliminados pelo Marro-
Di

Estamos a menos de dois meses do aquilo que não nos correu bem na do entre o federado e o recreativo.
preparação... cos na porta de entrada do mundial.
arranque do mundial de futsal. Em África do Sul, que é a organização No passado, muitos clubes movi-
-Consiste em trabalho de campo,
que estágio está a preparação? defensiva. mentavam esta modalidade (Costa
que vai durar três semanas, assim do Sol, Maxaquene, Desportivo), Com os clubes a não abraçarem a
-Ainda não começamos com os tra-
como na realização de alguns jogos modalidade, que futuro se desenha?
balhos. Vamos começar no dia 26 de Chegou ao comando da selecção mas de lá para cá as mesmas desa-
de controlo. A Federação está a es- -Podemos retroceder, mas acredito
Julho.. Agora estamos a observar o nacional com o objectivo de quali- pareceram e só a Liga Desportiva de
tudar as possibilidades de termos que as empresas que impulsionam
trabalho dos atletas nos clubes. No ficá-la ao campeonato africano, po- Maputo continua a competir. Isso
um estágio no exterior antes da nos- a modalidade não vão desistir. Pen-
dia 25 de Julho vamos anunciar a rém, colocou-a no mundial. Como faz com que apareçam empresas a so que a qualificação foi uma lufa-
pré-convocatória (25 jogadores). sa partida para a Colômbia. se sente? apostar na modalidade. Algumas da de ar fresco e vai convidar mais
-Sinto-me muito feliz. São os meus conseguem levar a modalidade por empresas a abraçar esta modalidade.
O arranque da preparação estava Fala de jogos de controlo. Será que primeiros meses como selecciona- muito tempo, outras por motivos Aliás, neste ano, em Maputo temos
agendado para Junho. Que razões há garantias para a sua realização? dor nacional e conseguir esse feito financeiros acabam desistindo e as 12 equipas; entre oito a 10, na Beira;
levaram à alteração do programa? -O estágio no estrangeiro ainda não é um motivo de orgulho. Há quase equipas morrem. Se houvesse inte- 10, em Tete; e 12, em Manica. Seria
-Verificamos que era importante está garantido e, quanto aos jogos 10 anos que estávamos atrás desse resse dos clubes em colocar o futsal bom que os clubes apostassem nesta
deixar os jogadores competirem de controlo, já fizemos contactos, objectivo e não conseguíamos, não como uma das modalidades priori- modalidade. É verdade que não é lu-
para terem mais jogos nos pés, de mas também recebemos convites de por falta de qualidade, mas devido a tárias, a modalidade ia atrair mais crativa, mas é uma modalidade que
modo a chegarem à fase de prepa- algumas selecções. Neste momento algumas situações adversas que con- pessoas porque existem jogadores traz consigo alegrias ao povo.
Savana 22-07-2016
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JOÃO MACHADO DA GRAÇA


FALECEU
O Conselho de Administração da
mediacoop SA, as direcções editoriais das
publicações e rádio da empresa, os jor-

o
nalistas e todos os outros trabalhadores
comunicam, com pesar, o falecimento
do seu camarada, amigo e colaborador
Machado da Graça, ocorrido no dia

log
19 de Julho corrente. Nesta casa, serão
sempre respeitadas a coragem, a fron-
talidade, o talento e o profissionalismo
deste amigo e companheiro, solidário
em muitas batalhas pela democracia,
pela liberdade de expressão e de im-
prensa. Nesta hora de dor e perda apre-
sentamos à família enlutada as nossas
condolências. Até sempre camarada!

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nacional. Área adicional a compartilhar.
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24
CULTURA Savana 22-07-2016

Valorização do Hip-Hop nacional


O Centro Cultural Franco-Moçam-
bicano acolhe no próximo sábado,
dia 23 de Julho, a partir das 16:00h,
moçambicano ao mais alto nível.
Não só a música, mas também a dança terá
um lugar de destaque neste festival e, deste

o
a primeira edição do Festival Hip- modo, conta com a presença da companhia
-Hop denominado “Punhos no ar”. Soul City da Ilha da Reunião, com o espec-
táculo “Priyèr Sï Priyèr” de Didier Boutiana.
Nascido de uma parceria entre o Centro Soul City é o mais antigo grupo de breakdan-

log
Cultural Franco-Moçambicano, Café Bar ce da Ilha da Reunião. Conhecido pelos seus
Gil Vicente e Nexta Vida Entertainment, o espectáculos, battles de Hip-Hop e pelo seu
Festival Hip-Hop “Punhos no ar” é um even- formação, o grupo tornou-se
trabalho de formaç
to centrado na valorização do Hip-Hop mo- uma companhia de dança profissional em
çambicano, além de promover um encontro 2008. A companhia Soul City realça a iden-
de várias províncias, permitindo assim um
tidade reunionense tendo o Hip-Hop como
importante intercâmbio entre os amantes e
base de expressão, à qual se acrescentam um
praticantes da arte e o aprofundamento dos
estado de espírito, uma cultura e uma liber-
laços que unem os fazedores da cultura Hip-

ció
dade corporal. Didier Boutiana, o coreógrafo
Hop no nosso país.
O festival pretende ter uma periodicidade da companhia, foi premiado dois anos con-
anual, com o objectivo de exaltar e promover O festival de Hip-Hop “Punho no ar” será apresentado anualmente secutivos (em 2009 e 2010) como o melhor
os principais elementos da cultura Hip-Hop: breakdancer da Ilha da Reunião. A sua dança
Hell Soldiers, Fu da Siderurgia, Thumba Beira, Inspector Desusado de Chimoio, Relid explora as esferas da partilha e do encontro,
MC, DJ, Break dance, Graffiti e outros não
Sound, Fig Delavirg, Almas Habitantes, Un- do Guetto
uetto de Nampula.
ampula. através da desconstrução da estética, do colo-
menos importantes como Beat-Box, Expo-
-Beatz, Poesia, etc. cle Rap, Son Z, Mbenga MC a partilhar o No palco do CCFM, estes artistas terão a car-se em perigo, indo além dos seus limites
De Maputo, e com Hélder Leonel a fazer palco com artistas oriundos de outras cidades oportunidade de mostrar as suas potenciali- mantendo, ao mesmo tempo, um objectivo de
do país, tais como Young G, de Inhambane, dades e trocar ideias com figuras de proa, para
as honras da casa, estarão Duas Caras, Jazz
P, Drakulah, Trez Agah, Kappacetes Azuis, Stupa Serious de Quelimane, Duplo V da
sojuntos contribuírem para elevar
ele

“Um Milhão de Coisas à Deriva”


o Hip-Hop
unificação que faz parte das especificidades
da sua identidade coreográfica. A.S

Jazz na AEMO
A O Fundo Mundial para a Natureza
(WWF) realiza, nesta sexta-feira, 22
trar uma colecção de sons que se tornam uma
precisa banda sonora para as histórias que
um
de Julho, no Centro Cultural Fran- estão a ser projectadas por trás deles.
Associação dos Escritores “Agora estamos preocupados em en- co- moçambicano, o Cine-Concerto Estas histórias são curtos episódios que rela-
Moçambicanos acolhe, nesta saiar para que transmita as inovações intitulado “Um Milhão de Coisas à Deriva”. tam a misteriosa cumplicidade que o ser hu-
sexta-feira, às 18:00 horas, o feitas nos temas já conhecidos e fazer mano, desde o seu começo, desenvolveu com
concerto de jazz protagoni- conhecer os artistas as novas músicas O Cine-Concerto conta e canta em volta da o elemento essencial à vida, a água.
zado pela banda Pazedi Malinga Jazz, que fui compondo durante a minha au- poética interacção entre o Homem e o Mar O mar desperta no Homem uma diversidade
liderada pelo saxofonista e multi- sência nos palcos de Maputo. Parar de que o rodeia. A sua execução é uma conversa de desafios e oportunidades, levando-o a criar
-instrumentista Zé Maria. “Este con- se apresentar nos palcos não significa sincronizada entre o filme e a música. Os di- com ele uma relação de admiração, de respei-
certo é o primeiro que realizo depois que paramos de produzir. No meu caso álogos transformam-se em notas, melodias e to, de simbiose e muito mais, mas também
de uma temporada sem apresentações sempre inovo as músicas e vou criando ritmos transportados pela imagem. tornando-se por vezes controversa, pondo em
públicas. Acredito que vai ser para outras”, salienta o saxofonista. Trata-se de uma ideia que surgiu a partir de risco a vida do Homem e a vida do Mar.
mostrar o que tenho vindo a inovar Tocar no recinto da AEMO para o ar- uma vontade de unir cinema e música, crian- Este concerto, que se integra nas celebrações
de

e criar nos últimos tempos. Espero tista significa algo simbólico, pelo facto do-se, deste modo, uma oportunidade de dos 15 anos do WWF em Moçambique, é
que também seja um encontro para de ser um lugar especial em termos de mostrar esta união ao vivo, num palco e em um pequeno lembrar do quanto precisamos
os amantes deste género musical, em cultura no nosso país. “É muito bom frente de uma audiência. de entender e descobrir o nosso lugar e a nos-
particular da minha música”, explica saber que vou tocar naquele local, por Pedro da Silva Pinto e Tiago Correia-Paulo, sa função como Ser que partilha esta Terra e
Zé Maria. saber que tenho muitos amigos ligados dos 340ml, caminham entre os mundos da os oceanos que a divide. No palco, este duelo
à literatura e à própria instituição. Vol- Bossa Nova, Soundscape, Pop, Noise, Folk, e entre o som e a imagem; entre o Homem e
Para este concerto, o artista conta com tar a rever aqueles amigos que sempre muito mais. Eles são rodeados por um ‘mi- o Mar.
os préstimos de Paito Tcheco na ba- incentivaram a enveredar pela cultura lhão’ de instrumentos e microfones, a orques- A.S
teria e Tony Chabuca na viola baixo. do jazz vai ser gratificante”, enaltece o
io

Mia Couto lança


artista.
Sobre o jazz que é apresentado no país
o artista lamenta o facto de nos mes-
mos eventos serem convidados artistas
que não têm nenhuma relação com a

“O gato e o escuro”
ár

cultura do jazz. “É muito bom saber


que artistas de grande gabarito têm

O
vindo a actuar no solo pátrio. O que é
preciso mudar, na minha opinião, é que escritor moçambicano Mia Couto sabem que o escuro só existe é dentro de nós.
tem de se levar os artistas que estejam lançou sábado passado 16, em Ma- Dentro de cada um há o seu escuro. E nesse
relacionados com este género musical puto, o livro infantil “O gato e o es- escuro só mora quem lá inventamos. Não é
Di

a participar e partilhar momentos com curo”. Com 35 páginas, o livro conta você que mete medo. Somos nós que enche-
os artistas estrangeiros. Assim, os artis- com a ilustração do designer e artista plástico mos o escuro com os nossos medos”.
tas estrangeiros de jazz vão conhecer o Luís Cardoso.
Mia Couto espera que a história possa afastar
nível de jazz que é feito no nosso país. as ideias escuras que temos sobre o escuro. A
Mas convidam artistas que não têm O livro narra a história de uma criança, re- maior parte dos medos que sofremos, crian-
nada a ver com o jazz e isso é mau para presentada pela personagem de um gato, com
ças e adultos, foi fabricada para nos roubar a
a divulgação deste género musical que medo da escuridão, fenómeno muito bem co-
curiosidade e para matar a vontade de que-
ainda é restrito no nosso país em ter- nhecido pelos petizes e adultos, mas que nin-
guém gosta dele e que todos têm a tendência rermos saber o que existe para além do ho-
mos de fazedores. Os músicos estran-
de amaldiçoá-la, principalmente as crianças. rizonte.
geiros precisam conhecer o jazz feito
por moçambicanos. E desta forma será Com a história, o escritor tenta tranquilizar “O gato e o escuro” é o terceiro livro infantil
difícil atrair os mesmos artistas a vol- as pessoas, em especial as de palmo e meio, lançado pelo escritor, depois de “o beijinho
tarem e a convidar os nacionais para os que a escuridão é apenas um fenómeno natu- da palavrinha” e “o menino no sapatinho. O
festivais realizados pelo mundo fora”, ral ou ausência de luz e que ela reside dentro livro ora lançado tem uma tiragem de 5000
Sopros de Zé Maria voltam a ser ouvidos finaliza. de nós, sendo fruto da nossa imaginação. exemplares e serão distribuídos também nas
“Todos têm medo do escuro. Os meninos não escolas da cidade de Maputo. ( Jeque de Sousa)
Dobra por aqui
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SUPLEMENTO HUMORÍSTICO DO SAVANA Nº 1176 ‡ DE JUlHO'(

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SUPLEMENTO
Savana 22-07-2016
OPINIÃO 27

Abdul Sulemane (Texto)


Naita Ussene (Fotos)

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Feitos dos mortos

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R ecentemente foi inaugurada uma exposição no Museu Nacional de Arte
com obras de artistas nacionais de renome na arena das artes plásticas.
A mostra visa homenagear os feitos que estes artistas falecidos tiveram
para o desenvolvimento das artes plásticas e da cultura no geral.

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A mostra visa homenagear os artistas falecidos, o seu papel, as suas influências
nas artes plásticas, aos artistas das novas gerações. É importante enaltecer o
trabalho feito pelos artistas para que as artes plásticas nacionais sejam conhe-
cidas dentro e pelo mundo fora. Servem de inspiração para os que pretendem
enveredar por esta arte.
Os artistas de proa fizeram-se presentes no encontro como forma de incenti-
var os fazedores de arte do país. Estes artistas sempre estiveram activos para o
desenvolvimento da cultura, por isso vemos nesta primeira imagem os artistas
plásticos Naguib Abdul e Idasse Tembe numa conversa. São referências incon-
tornáveis das artes plásticas do país.
Os artistas têm lamentado que as entidades responsáveis pelo desenvolvimento
não têm feito nada de substancial para a área. Não se tem visto algo. Parece que
os moçambicanos são um povo sem cultura. A nossa cultura está a deteriorar-
-se. Nunca vimos nenhuma inspecção por parte dos inspectores da cultura. A
pirataria está como todos sabemos, sem controlo. Nesta segunda foto, está o
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Roberto Isaías a dar um chega sobre questões culturais ao Inspector-geral da
Cultura, Arnaldo Bimbe.
Nem tudo na vida é feito de tristezas. Se as tristezas são maiores procuramos
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encontrar dentro dela um pedaço de felicidade. Os que não quiseram perder
tempo para mostrar alguns passos de dança foram a Directora do Museu Nacio-
nal de Arte, Julieta Massimbe, e Roberto Isaias. É preciso dançar para espantar
os momentos de crise que vivemos. É mesmo para dizer que quem dança seus
males espanta.
Quando vi esta imagem onde aparece o escultor Simões e o músico Hortêncio
Langa, veio-me à mente a imagem do jovem artista plástico, Alexandria, morto
em circunstâncias tristes. Perdeu a vida confundido por membros do policia-
mento comunitário, io, porque trazia uma obra de arte na mão. O escultor Simões
é o pai do artista Alexandria.
Nesta mistura de coisas alegres e tristes finalizamos com algo alegre. Arlindo
de

Lopes, um dos veteranos do jornalismo moçambicano, com um percurso pro-


fissional invejável, completou na semana passada 65 anos de vida, e fê-lo na
presença de familiares e amigos. Aqui está ele, sorridente e mais jovem do que
a idade lhe assenta, diante do seu bolo de aniversário, na companhia da esposa,
Rita, e netos. Aos mais novos, ele deve ter alguns segredos para contar sobre
como crescer sem envelhecer.
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À HORA DO FECHO
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