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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

Breno Almeida Estevam – 2017008957

Filipe Maia Nunes Celestino – 2018006367

Gabriel Pereira Borges – 2017004582

Marcos Junior Moreira Silva – 28266

Pamella Ribeiro da Silva – 2017018354

ENSAIO DO COEFICIENTE JOULE THOMSON

Itajubá

2018
Breno Almeida Estevam – 2017008957

Filipe Maia Nunes Celestino – 2018006367

Gabriel Pereira Borges – 2017004582

Marcos Junior Moreira Silva – 28266

Pamella Ribeiro da Silva – 2017018354

ENSAIO DO COEFICIENTE JOULE THOMSON

Relatório de experiência prática da disciplina


Termodinâmica Experimental orientada pelo
Professor Dr. Lourival Jorge Mendes Neto,
com o objetivo de adquirir nota parcial no
quarto bimestre na Universidade Federal de
Itajubá.

Itajubá

2018
RESUMO

Esse relatório apresenta um estudo de análise baseado num ensaio do coeficiente


Joule-Thomson experimento feito em laboratório na universidade Federal de Itajubá.
O coeficiente Joule-Thomson é muito aplicado em indústrias petroquímicas e em
aplicações criogênicas (oxigênio, nitrogênio líquido). O experimento tem como objetivo
reforçar o entendimento teórico e associar a teoria com o processo prático. Utilizou-
se equipamentos a nível laboratoriais, softwares como Excel e MatLab e o método de
diferenças finitas progressivas para comparação e melhor obtenção de resultados.
Com os resultados, conclui-se que os métodos utilizados para comparação dos
resultados experimentais com os resultados teóricos, foram satisfatórios, porém,
esperava-se que todas as isentálpicas fossem as mesmas, mas não é possível atingir
regime permanente no experimento, logo tivemos isentálpicas diferentes.
Palavras-chave: Experimento. Aplicação. Isentálpica.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 4

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................... 5

3 OBJETIVO ......................................................................................................... 7

4 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 7

4.1 Materiais ............................................................................................................ 7

4.2 Modelo Metodológico ....................................................................................... 8

5 RESULTADOS ................................................................................................... 9

6 DISCUSSÃO..................................................................................................... 11

7 CONCLUSÃO .................................................................................................. 12

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 12
4

1 INTRODUÇÃO

Nomeado efeito Joule-Thomson, em homenagem a James Prescott Joule e


William Thomson, seus descobridores, este efeito descreve a variação de temperatura
de um gás ou líquido quando são submetidos a passar por uma válvula. Essa
passagem por uma válvula é conhecida como estrangulamento, pois o diâmetro da
tubulação é reduzido e ocorre uma redução na pressão, resultando em variações na
temperatura. Com isso, Joule e Thomson, deduziram o coeficiente desse efeito que
pode ser utilizado para determinar outras propriedades da termodinâmica, como calor
específico.

Segundo Moran, et al. (2014) “O valor do calor específico Cp pode ser


determinado a partir de dados de p-v-T e do coeficiente Joule-Thomson.” E ele pode
ser definido por meio de sua derivada parcial conforme a equação 1.

𝜕𝑇
𝜇𝐽 = ( )
𝜕𝑝 ℎ
(1)

O efeito Joule-Thomson permite que o gás se expanda através de um


dispositivo de estrangulamento (normalmente uma válvula) que deve estar muito bem
isolada, para impedir qualquer transferência de calor para o gás ou do gás para o
ambiente. E que nenhum trabalho externo seja extraído do gás durante a expansão
(o gás não deve ser expandido através de uma turbina, por exemplo).

Como aplicação do efeito Joule-Thomson temos o processo de Linde, utilizado


para liquefação do ar, Isemann (2016) diz “os densificadores de gases têm um papel
central na liquefação de gases. O caso clássico é a produção de nitrogênio e oxigênio
líquidos em grande escala, através do processo industrial de Linde.”
5

Figura 1 - Fluxograma do processo de Linde, para liquefação e/ou separar os componentes do ar.
Fonte: (ISENMANN, 2016)

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

“O efeito Joule-Thomson se evidencia, no caso mais simples, em um aparelho


que consiste de duas câmaras de gás, uma de alta pressão e outra de baixa pressão,
interligadas por uma válvula estranguladora ou uma parede porosa.” (ISEMANN,
2016)

Figura 2 - Esboço do ensaio de Joule-Thomson.


Fonte: (ISENMANN, 2016)

Em um dispositivo de estrangulamento o balanço de massa e energia, de


seu volume de controle se reduz à:
6

0 = 𝑚1 − 𝑚2

𝑉21 𝑉22
0 = 𝑄𝐶𝑉 − 𝑊𝐶𝑉 + 𝑚1 (ℎ1 + + 𝑔𝑧1 ) − 𝑚2 (ℎ2 + + 𝑔𝑧2 )
2 2
(2)

Entretanto, o trabalho produzido é nulo, não há transferência significativa de


calor ou mudança significativa na energia cinética ou potencial. (MORAN, 2006)

ℎ1 = ℎ2
(3)

Consequentemente o processo é isentálpico.

De acordo com Magalhães (2009) o experimento Joule-Thomson verifica a


ausência de idealidade dos gases. Isso pois ao forçar um gás termicamente isolado a
passar por um estrangulamento, por meio de uma diferença de pressão, era esperado
que a temperatura não variasse, visto que o processo é isentálpico.

Uma curva pode ser desenhada a partir das temperaturas e pressões de


entrada e saída do aparato utilizado. A definição gráfica do coeficiente Joule-Thomson
e as curvas isentálpicas são ilustradas na figura 3(b). Valores onde o coeficiente tem
valor zero são chamados de estados de inversão. Para estados a direita do estado de
inversão a temperatura aumenta com a queda de pressão, para esses estados o valor
do coeficiente de Joule-Thomson é negativo. Para estados à esquerda do estado de
inversão, a temperatura diminui com a queda de pressão, para esses estados o valor
do coeficiente Joule-Thomson é positivo.

Além da definição dada pela equação 1 Moran et al. (2013) define que “A
inclinação de uma curva isentálpica em qualquer estado é o coeficiente de Joule-
Thomson naquele estado.”
7

Figura 3 - Expansão Joule-Thomson.


Fonte: (MORAN, et al., 2014)

Fazendo-se o gráfico da razão ∆T/∆p versus ∆p verifica-se


que embora tanto a variação da pressão quanto a variação da
temperatura tenderem ambos a zero, a razão tende a um limite
constante, dependente do valor da pressão final pf, que é o valor da
constante de Joule-Thomson na temperatura e pressão final.
(MAGALHÃES, 2009)

3 OBJETIVO

O experimento teve o objetivo de reforçar o conhecimento teórico sobre o


assunto e a partir da prática medir e analisar o coeficiente Joule-Thomson para
diferentes pressões de entrada e saída. Dessa forma, também foi possível avaliar a
inversão de sinal do coeficiente de Joule-Thomson e comparar os dados obtidos
experimentalmente com dados teóricos que serão discutidos nos itens a seguir.

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Materiais

Para realização do experimento foi utilizado um banco de ensaios, formado


por um compressor de ar 10 pés MAW-40/425L com capacidade de pressão máxima
8

de operação de 175lbf/pol², da marca MOTOMIL, que forneceu o ar pressurizado para


o experimento;

Um termopar K PT-100 posicionado antes do estrangulador, fornecendo a


temperatura de entrada, T1;

Outro termopar do tipo J, da marca Salcas, com faixa de medição de -40º à


700ºC ± 1ºC, fornecendo T2, posicionado após o estrangulador;

Conectado à tubulação do banco de ensaio encontra-se: dois manômetros


posicionados antes e depois do estrangulador, possibilitando a obtenção das pressões
iniciais e finais do gás, P1 e P2.

Há também, uma válvula manual no final da tubulação para regulagem da


pressão de saída. Para registro da pressão e temperatura ambiente, foram utilizados
um barômetro e um termômetro, ambos da marca Fischer.

4.2 Modelo Metodológico

O professor iniciou o experimento com uma explicação teórica sobre o


assunto e como seria realizado o ensaio. Feito isso, folhas de dados foram distribuídas
aos grupos. Nas folhas eram possíveis registrar os dados de pressão e temperatura,
além de informações adicionais.

O compressor foi ligado, elevando sua pressão até 9 bar e então desligado.
Assim, abriu-se a válvula lentamente, registrando-se os dados fornecidos pelo banco
de ensaio. O ensaio consistiu na realização de 10 medições, onde, utilizando os
termopares e os manômetros, cada medição fornecia temperatura e pressão inicial,
T1 e P1, e também, temperatura e pressão final, T2 e P2.

Para a análise dos dados, será usado da definição do coeficiente, que pode
ser definido tanto quanto a inclinação da curva no ponto quanto pela equação 1, a
partir disso ela será calculada experimentalmente por:

𝜕𝑇 𝑇1 − 𝑇2
𝜇𝐽 = ( ) = 𝑙𝑖𝑚
𝜕𝑝 ℎ 𝑝2→𝑝1 𝑝1 − 𝑝2
(4)
9

𝜕𝑇 𝛥𝑇 𝑇2 − 𝑇1
𝜇𝐽 = [ ]= =
𝜕𝑃 𝛥𝑝 𝑝2 − 𝑝1

(5)
5 RESULTADOS

Os dados medidos em laboratório foram passados para o Excel ® e foram


descritos na tabela 1:

Tabela 1 - Dados obtidos no experimento.

Ponto P1 ± 0,2 (kgf/cm2) T1 ± 0,1 (ºC) P2 ± 0,4 (kgf/cm2) T2 ± 0,1 (ºC)

1 9,0 25,6 8,4 25,8


2 8,8 25,4 8,0 25,7
3 8,6 25,3 7,6 25,6
4 8,4 25,1 7,2 25,5
5 8,2 25,0 6,8 25,4
6 8,0 24,8 6,4 25,4
7 7,6 24,6 6,0 25,1
8 7,2 24,4 5,6 24,9
9 7,1 24,3 5,2 24,8
10 6,9 24,2 4,8 24,7

Fonte: Acervo Pessoal.

Utilizando g = 9,78520m/s2 os dados são então convertidos, resultando na


tabela 2:

Tabela 2 - Dados utilizando a gravidade.

Ponto P1 ± 0,2 (bar) T1 ± 0,1 (K) P2 ± 0,4 (bar) T2 ± 0,1 (K)

1 8,8 298,8 8,2 299,0


2 8,6 298,6 7,8 298,9
3 8,4 298,5 7,4 298,8
4 8,2 298,3 7,0 298,7
5 8,0 298,2 6,7 298,6
6 7,8 298,0 6,3 298,6
7 7,4 297,8 5,9 298,3
8 7,0 297,6 5,5 298,1
9 6,9 297,5 5,1 298,0
10 6,8 297,4 4,7 297,9

Fonte: Acervo Pessoal.


10

Utilizando a equação 5 pode-se obter a tabela 3 com os valores do coeficiente


Joule-Thomson μJ e seu respectivo erro ΔμJ.

Tabela 3 - Joule-Thomson com propagação de erro.

Ponto µJ (K/Pa) ΔμJ (K/Pa)


1 -0,34 0,29
2 -0,38 0,23
3 -0,31 0,16
4 -0,34 0,14
5 -0,29 0,11
6 -0,38 0,12
7 -0,32 0,10
8 -0,32 0,10
9 -0,269 0,079
10 -0,243 0,068

Fonte: Acervo Pessoal.

Além disso, a partir da tabela 2, utilizando-se do Matlab ® foi possível plotar


o gráfico 1.
Gráfico 1 - Isentálpicas de cada ponto.

Fonte: Acervo Pessoal.

Utilizando as temperaturas de saída da tabela 2 e o valor dos respectivos


coeficientes da tabela 3, plotou-se o gráfico 2.
11

Gráfico 2 - Coeficiente pela temperatura de saída.

Fonte: Acervo Pessoal.

Por fim, calculou-se a valor médio e o desvio padrão chegando à:


µ𝐽 = (−0,325 ± 0,041)𝐾/𝑃𝑎
(6)

6 DISCUSSÃO

Analisando a tabela 3 nota-se que não há ponto de inversão, pois o sinal do


coeficiente de Joule-Thomson não muda e que, na faixa analisada, só há perda de
temperatura no processo, visto que o sinal é negativo.

O gráfico 1, além de reforçar o argumento anterior, também mostra que cada


ponto coletado está em uma isentálpica diferente.

Analisando o gráfico 2, observa-se que há uma tendência do coeficiente de


Joule-Thomson aumentar em módulo com o aumento da temperatura. Além disso,
analisando-se o sentido de crescimento, observa-se que o ponto de inversão ocorre
para temperaturas inferiores à do experimento.
12

7 CONCLUSÃO

No estrangulamento, o gás só passa pelo orifício, devido à diferença de


pressão. Nas temperaturas estudadas para o ar, observou-se que a temperatura
diminuiu, ou seja, a energia cinética das partículas reduziu.

Esperava-se que todas as isentálpicas fossem as mesmas, porém, não é


possível atingir uma situação de regime permanente no experimento, encontrando-se
trechos de isentálpicas diferentes para cada ponto. Esperava-se uma diminuição na
temperatura de saída (T2) entre os pontos 5 e 6, entretanto dada a falta de prática dos
operadores na aquisição dos dados laboratoriais a T 2 se manteve igual nos dois
pontos, embora tenha sofrido alteração na temperatura de entrada (T 1) e nas pressões
de entrada (P1) e de saída (P2). Outra possibilidade é que essa diferença foi muito
pequena para ser perceptível com o equipamento usado. No gráfico percebe-se que
algumas dessas temperaturas de saída são bem próximas. Apesar das falhas
operacionais o experimento cumpriu com o propósito de aproximar o aluno a utilização
de equipamentos termodinâmicos e com a prática da utilização do coeficiente de
Joule-Thomson.

Contudo é válido ressaltar que os dados teóricos foram obtidos através de


média da repetição do mesmo processo diversas vezes, então pode-se dizer que
resultados encontrados foram satisfatórios tendo em vista que foi feito um único
ensaio.

REFERÊNCIAS

ISEMANN, Armin Franz. Operações Unitárias na Indústria Química. 3ª edição,


Timóteo, MG, 2016.

MAGALHÃES, Wellington Ferreira de; FERNANDES, Nelson Golçalves; CESAR,


Amary. FÍSICO-QUÍMICA I, Termodinâmica do Equilíbrio. Curso de Química,
Modalidade Educação a Distância, UFMG. 2009. Disponível em: <
http://www.ufjf.br/quimicaead/files/2013/05/Aula12_FQI.pdf>. Acesso em:
18/10/2018.

MORAN, Michael J.; SHAPIRO, Howard N.; BOETTNER, Daisie D.; BAILEY,
Margaret B. Princípios de Termodinâmica para Engenharia. 7ª edição, LTC, 2014.

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