Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A - INSTALAÇÃO
I . Abertura:
1. Entrada do Juiz, Promotor e Escrivão.
2. Cumprimentos iniciais do Juiz:
O jurado ausente terá seu motivo apreciado pelo juiz. Não havendo
motivo justificado e comprovado para a ausência, o jurado será
punido com multa de um a dez salários mínimos. O jurado faltoso,
com justificativa ou não, será automaticamente incluído na próxima
sessão periódica do Tribunal do Júri.
Peço aos jurados que respondam “presente”.
O Escrivão faz a chamada, anota os jurados presentes, mantendo as cédulas sobre a mesa.
2. Realiza-se o sorteio, pelo próprio juiz. Os nomes dos sorteados são anunciados pelo Juiz e
anotados pelo Escrivão, para que consigne na ata, expedindo-se, ainda durante o julgamento,
mandado de intimação dos mesmos.
3. Comparecendo menos de 15 jurados, não pode prosseguir, anunciando o Juiz:
1
CONVOCADOS. PROCEDEREI AO SORTEIO DOS JURADOS SUPLENTES PARA COMPLETAR
O NÚMERO LEGAL. OS FALTOSOS SERÃO PUNIDOS NA FORMA DA LEI.
AGRADECIMENTOS.
ENCERRAMENTO.
4. Havendo número legal, colocar as cédulas dos presentes na urna, fechando-a, e anuncia o
julgamento.
VI. Comparecimentos
1. Do réu: pede aos Srs. Policiais para apresentá-lo à frente do Juiz, indagando-o:
VII. Ausências
1. Do réu:
Se tiver preso - não realiza, mesmo que tiver sido intimado. Adia para o primeiro dia desimpedido e
requisita. Havendo pedido de dispensa de comparecimento, assinado pelo réu e pelo defensor,
realiza-se.
Se tiver solto, por qualquer motivo: realiza se tiver sido intimado para o julgamento, pessoalmente
ou por edital. Se não foi intimado, adia e determina a intimação.
2. Do defensor:
Intimado - com motivo justo - adia-se, ouvindo o Promotor.
Intimado - sem motivo justo - adia-se, nomeando outro - comunica a OAB.
Não intimado - adia-se.
Se réu estiver preso o adiamento deverá ser para o primeiro dia desimpedido.
3. Do Promotor:
Com motivo justo - adia-se.
Sem motivo justo - adia-se - comunica ao Procurador Geral da Justiça.
4. Do Assistente da Acusação:
Com ou sem motivo - realiza-se.
5. Das testemunhas:
Regra geral - realiza-se o julgamento.
Se intimada por mandado, arrolada como imprescindível e seja residente na cidade - suspende-se o
julgamento e determina sua condução coercitiva. Se não localizada no endereço, para ser
conduzida, o julgamento prossegue. Se intimada mas não é possível sua condução imediata, em
2
razão da distância ou outro motivo: se não arrolada como imprescindível, realiza-se; se arrolada
como imprescindível, adia-se para o primeiro dia desimpedido e determina sua condução pela PM;
se na sessão designada não é encontrada, realiza-se. Se residente em outra Comarca - intimada ou
não - realiza-se.
Se a testemunha deixou de comparecer sem justa causa, aplica-se multa de 01 a 10 salários.
3
Defesa? ..... Promotor?
Os jurados aceitos deverão ser encaminhados aos seus devidos lugares, vestindo a beca.
1. A defesa e a acusação poderão fazer três recusas cada, sem motivação. Acima de três, só com
motivo - suspeição ou impedimento. Levantado o motivo, o juiz deve consultar a parte contrária para
depois decidir se exclui o jurado. Havendo concordância da Defesa e da Acusação deve excluir,
independente de ser legal o motivo. Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição são
contados para constituir o número legal. Se houver “estouro de urna”, o julgamento será adiado
para o primeiro dia útil desimpedido. Suspeição ou impedimento não reconhecidos pelo Juiz não
suspende o julgamento, constando da ata.
2. Em caso de parentesco de jurados, serve o primeiro sorteado. Jurado que participou de
julgamento de um réu não pode participar do julgamento do co-réu.
3. Sendo mais de um defensor com um único réu, somente um advogado faz as recusas, e somente
três (recusas).
4. Sendo mais de um réu e mais de um defensor, só um advogado faz as recusas, até seis. Se não
concordarem, ambos são consultados, podendo a defesa de cada réu recusar até três jurados.
Neste sentido, decidiu o TJMG, em julgamento de Júri presidido por este juiz, verbis:
“O julgamento foi desmembrado diante da divergência entre os defensores em relação aos jurados.
A cada defensor foram oportunizadas três recusas, a meu ver, de forma acertada. É direito de cada
acusado aceitar ou recusar, por si só, o jurado sorteado, sendo que o art. 461, caput, do CPP,
apenas faculta, caso os réus forem dois ou mais, que as defesas atribuam as recusas a um só
defensor. Não coincidindo a recusa, dar-se-á a separação do julgamento, nos termos do dispositivo
em questão” (Apelação Criminal n° 1.0470.02.010235-1/002 - Comarca de Paracatu)
5. Havendo divergência (um réu aceita e outro recusa ou a Defesa aceita e o Promotor recusa)
quanto a um jurado, este será recusado, prosseguindo-se até que acabam as recusas (três para
cada réu e três para o Promotor). Somente nesta hipótese, “estouro de urna” pelas recusas, é que o
julgamento será separado, de conformidade com o novo art. 469 do CPP . Deve-se ter cuidado para
que pelo menos um dos réus seja julgado naquela sessão, pois, em caso de mais de três réus,
podem ocorrer tantas recusas que não fique saldo de sete jurados. Para isso, o Juiz deve separar o
julgamento antes que o número de jurados a serem sorteados seja insuficiente para compor o
Conselho de Sentença.
6. Se houver divergência e necessidade de separar o julgamento, será julgado em primeiro lugar o
réu a quem foi atribuída a autoria do fato (primeiro o autor e não o partícipe) e, em caso de co-
autoria, julga-se primeiro o que está preso; se todos presos, aquele há mais tempo na prisão e,
persistindo igualdade ou sendo todos soltos, o pronunciado há mais tempo. O(s) outro(s) será
julgado no primeiro dia desimpedido.
4
O Oficial colhe a assinatura dos jurados no Termo de Compromisso.
O Juiz se dirige aos demais jurados, não sorteados:
B - INSTRUÇÃO DO PROCESSO
5
são feitas, pela ordem, pelo Juiz, Promotor, Assistente, Defensor e Jurados (as testemunhas do Juiz
e da Acusação) e pelo Juiz, Defensor, Promotor, Assistente e Jurados (as da Defesa).
5. As partes - Promotor e Defensor - poderão inquirir diretamente a testemunha. Neste caso, o Juiz
adverte o argüente que a testemunha não deve ser conduzida, constrangida ou coagida, sob pena
de lhe ser cassada a palavra, o que deve ser feito em qualquer excesso que se verifique.
6. Após a inquirição, o Juiz indaga das partes se a testemunha pode ser dispensada em definitivo.
Concordando, dispensa-se. Não concordando, manda que se aguarde na sala própria.
7. O Juiz pode determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a oitiva de testemunha referida,
que se encontrar no Plenário. Neste caso, tão logo haja o interesse pela inquirição, deve ser
determinado que o Oficial recolha a testemunha à sala própria.
III. Interrogatório
1. O último ato da instrução é o interrogatório do réu. Observa-se o art. 188 do CPP, lendo o próprio
Juiz a denúncia e o último interrogatório prestado, pausadamente e sempre indagando do réu se
confirma o fato lido ou não, questionando-o, depois da leitura, se tem mais alguma coisa a dizer.
Mostra a arma, se houver.
2. O réu somente deverá ficar algemado em caso de absoluta necessidade. Em situações normais,
deve permanecer sem algemas (art. 474, § 3º). Recomenda-se, no entanto, que quando da leitura
de sentença condenatória, esteja o réu algemado. Evita-se que tenha reação inesperada e violenta
com o resultado, tentando fuga ou agressão aos jurados e promotor de justiça, fato que não é raro
acontecer.
3. As partes poderão fazer perguntas diretamente ao acusado. Os jurados fazem através do juiz.
Quanto às perguntas diretas ao réu, também sempre se deve policiar o Promotor e o Defensor, pois
não raramente conduzem o acusado, fazendo preâmbulos com informações para que o argüente
responda da forma que querem e não a real verdade dos fatos.
C - DEBATES
1. Terminada a instrução, o Juiz anuncia:
6
Havendo mais de um réu - duas horas e meia.
2. Havendo assistente este falará depois do Promotor, dentro do mesmo prazo. Se a ação penal for
de iniciativa privada, fala o Querelante primeiro.
3. Durante a fala do Promotor, o Juiz consulta o Defensor sobre a tese da defesa e elabora os
quesitos (veja item E - Quesitos). Alguma matéria levantada pela Defesa, durante o Debate, ou pelo
próprio réu, durante o interrogatório, poderá ser objeto de quesitação. O Promotor não pode ter
acesso aos quesitos, antes da fala da Defesa.
4. Terminada a fala da acusação, dá-se a palavra ao Defensor:
Com a palavra o Dr. ...., que terá até uma hora e meia para
promover a defesa do réu.
Havendo mais de um defensor, combinam entre si o tempo de cada, dentro do prazo total. Havendo
discordância, o Juiz distribui, em partes iguais.
4. Réplica e tréplica
Terminada a Defesa, o Juiz indaga da Acusação:
7
os debates, porque a proibição de se ler ou comentá-la em Plenário. Quem não pode saber de seu
conteúdo: os assistentes ? o réu ? Além do mais, a disposição, também, é inconstitucional, pois
fere de morte o princípio constitucional da ampla defesa. Caberá, pois, a cada Juiz, decidir se
proíbe ou não a referência à pronúncia e a estes fatos.
3. Na réplica e na tréplica podem as testemunhas ser inquiridas novamente.
4. Somente é permitida a leitura de documentos e apresentação de material, inclusive fitas e vídeos,
que tenham sido juntados aos autos, com a parte contrária tendo ciência três dias de antecedência.
Compreende-se na proibição .. “a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição
de vídeos, gravações, fotografias, laudos quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado,
cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados”.
Matérias de direito podem ser lidas e exibidas, como por exemplo, leitura de acórdãos ou até de
jornais falando sobre o direito em debate.
5. Os jurados podem, a qualquer tempo, através do Juiz, pedir ao orador que indique a folha do
processo a que está se referindo.
E - QUESITOS
1. Os quesitos devem ser formulados de acordo com as disposições do art. 483 do CPP,
observando-se que, após a Lei 11.689/08, primeiro se indaga quanto a materialidade. A quesitação
básica comum, pode assim ser exemplificada:
Quesito nº 1. Jeremias de tal, no dia tal, ás tantas horas, em tal lugar, foi vítima de disparos de arma
de fogo, que lhe causaram lesões corporais?
Quesito nº 2. Essas lesões, pela sede e gravidade, provocaram sua morte?
Quesito nº 3. O réu Valdemar foi o autor dos disparos que atingiram a vítima?
Ou (se partícipe):
Quesito nº . O réu Zacarias de tal concorreu de qualquer forma para o crime, ajudando terceira
pessoa a efetuar os disparos contra a vítima?
Em caso de tentativa ou outra forma de desclassificação para outro crime, quesita-se:
Quesito nº . O réu deu início à execução de um crime de homicídio, que não se consumou por
circunstâncias alheias a vontade do réu, tendo em vista ... (no caso de tentativa), ou,
Quesito nº . O réu, assim agindo, quis o resultado morte? Quesito nº . O réu assumiu o risco de
produzir o resultado morte? (no caso se lesão corporal seguida de morte).
Se mantida a competência do Júri, rejeitando a desclassificação, segue tese absolutória:
Quesito nº . O réu Valdemar (ou Zacarias) deve ser absolvido?
Respondendo negativamente os jurados a este quesito, o réu estará condenado, indagando a
seguir quanto às causas de diminuição de pena (privilégios, por exemplo) e depois as qualificadoras
ou causas de aumento de pena contidas na pronúncia.
8
2. As agravantes e atenuantes, após a Lei 11.689/08, não mais são objeto de quesitação. O Juiz as
analisará, na fixação da pena, levando em conta as alegações das partes nos debates e o que
constar dos autos, como por exemplo, a confissão, a idade e a reincidência.
F - JULGAMENTO
G – SENTENÇA
9
pelo dano moral, considerando, obviamente, em qualquer hipótese, a condição econômico-
financeira das partes. É tarefa complexa, já que o processo penal não cuida de colher provas de
cunho patrimonial, mas deve-se atentar sempre para o fato do valor fixado ser o mínimo, já que não
impede o ofendido de promover a liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido
(parágrafo único do art. 63, com redação da Lei 11.719/08, em vigor a partir de 22.08.08).
3. A sentença também deve decidir sobre a prisão (decreto, manutenção ou soltura) do condenado.
4. Em se tratando de desclassificação, o Juiz Presidente profere a sentença e, se a nova infração
for de menor potencial ofensivo, aplica-se, ainda em plenário, as regras dos arts. 69 e seguintes da
Lei 9.099/95. Caso o crime desclassificado comporte a suspensão do processo (art. 89 da mesma
lei), o Juiz também deverá fazê-lo de plano, ouvindo-se o Ministério Público em Plenário, podendo
ser ainda durante a sessão secreta, antes de se abrir as portas para a leitura da sentença. Se
ocorrer a desclassificação do crime de competência do Tribunal do Júri e havendo um outro que
não seja contra a vida, conexo, este também será julgado pelo juiz presidente, em plenário, na
mesma sentença.
5. Após proferida a sentença, o Juiz pede que as partes e jurados tomem seus lugares e que sejam
abertas as portas, trazendo o réu e anunciando a leitura da decisão:
H - ENCERRAMENTO
Lida a sentença, dizendo ao réu qual o resultado e seu destino, o Juiz encerra a sessão, com os
agradecimentos de praxe:
10