Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Belo Horizonte
2017
Resumo:
O seguinte trabalho refere-se a construção de um texto crítico e analise formal de uma obra de
arte, exercício proposto em sala de aula, no dia - de outubro.
Introdução
Titulo:
Leitura do vazio
Uma das obras presentes ao acervo e está sendo exibida na exposição, me chama a atenção em
um primeiro momento pela empregabilidade do material utilizado, o trabalho “Cheio Vazio”
de Sergio Vaz.
A obra está exposta sobre uma estrutura vermelha, e fica localizada, no lado oeste da reitoria
de frente a entrada principal. Meu primeiro contato visual com este trabalho foi a cerca de 8
passos de distância, e a medida que fui me aproximando, sou surpreendido por descobrir que
se trata de um desenho, e não de uma fotografia como havia imaginado.
A série de desenhos Cheio Vazio (2007) do artista, também dá nome a obra presente na
exposição, e trata-se de um desenho a grafite rico em detalhes, onde a gradação tonal em tons
de cinza, e domínio técnico do material criam a ilusão e alusão a uma outra modalidade
artística, a fotografia.
Onde a partir de imagens obtidas por lentes artistas reproduz fielmente o recorte especifico
estabelecido, tal característica me remete ao processo comum entre artistas Foto-realistas, que
buscam reproduzir imagens obtidas a partir de fotografia a outras modalidades artísticas como
o desenho, pintura.
1
Disponível em: <htt//>. Acesso em 30 out. 2017
Fig. II. Vazio Cheio, Sergio Vaz 2007. Técnica grafite sobre papel, 150x100 cm
Fig. III. Untitled: Kendall, Yigal Ozeri, 2014. Técnica óleo sobre papel, 12 x 15 cm.
Fig. III. Untitled: Kendall, Yigal Ozeri, 2014. Técnica óleo sobre papel, 12 x 15 cm.
Dentro desse movimento/vanguarda se destacam alguns nomes como o Ralph Goings (1928),
Richard Estes (1932 ), Yigal Ozeri (1958), que ao observar a obra de Sergio faço uma
associação ao processo comum entre estes artistas.
Outra característica do fotorrealismo que também vejo presente como uma possível influencia
ao trabalho do artista, é a presença de uma especificidade ou preferência temática do artista
quanto ao conteúdo das imagens. Alguns optam pela representação da figura feminina, outros
pela paisagem urbana, ou se aventuram com temas clássicos como objetos (natureza morta).
A partir da observação dessa e outras obras do artista, é possível notar o recorte especifico,
traduzido em sua poética de “corpos nus”, e seu modo de representação da figura humana
onde demonstra através do íntimo e erótico a vulnerabilidade desses corpos.
Outro ponto não menos importante é o destaque que o artista utiliza o fundo com uma de
forma autônoma tão marcante quanto sua figuração direta. Para a construção do fundo Sergio
utiliza texturas uniformes de tons chapados que além de enaltecer as figuras construídas em
riqueza de detalhamento, tal cisão entre fundo e forma, criam um diálogo e respiro dentro
composição visual da obra.
O fundo ou contra forma de Cheio vazio, se destaca ainda mais dentro da produção artística
de Sergio, uma vez que não se trata somente de textura composicional, a contra forma da obra
se demonstra solida a ponto da figura debruçar-se totalmente no vazio, e essa interação
elimina hierarquia entre “Figura e Fundo” que parte de um pensamento clássico na arte,
atribuindo a partir daí uma poética tão significativa ao nome da obra, que enriquece sua
leitura.
A relevância desse trabalho na exposição é algo que destaco por ser a única obra que mantem
e defende um diálogo processual empírico, onde o “modo de fazer” está tão presente na obra
que o observador é convidado indiretamente pelo artista a se questionar sobre a técnica e
metodologia adotada para obter tal resultado.
Referencias