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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

Faculdade de Engenharia Química


Laboratório de Engenharia Química 2

MÓDULO V: REATORES

PRÁTICA: DESEMPENHO DE UM REATOR TUBULAR (PFR)

Autores: Aldimiro Paixão Domingos, Fernando Pires de Lima, Gabriel Chagas Barbosa,
Stephane Moreira Rezende, Taoana Souza Batista

Faculdade de Engenharia Química – Universidade Federal de


Uberlândia
Campus Santa Mônica - Bloco 1K, CEP: 38408-100, Uberlândia –
MG – Brasil

Uberlândia, 4 de dezembro de 2018.


1 – INTRODUÇÃO

O reator tubular é geralmente usado para sistemas reacionais em fase gasosa e é


constituído por tubo longo ou uma série de tubos onde a massa reagente escoa numa
dada direção e em que não existe agitação ou mistura da massa reacional.
A hipótese mais importante da análise deste tipo de reator consiste em admitir
que a mistura escoa em seu interior como um êmbolo que se desloca no interior de um
cilindro. Por tal motivo, essa modalidade de reator é conhecida como reator tubular
ideal (Plug Flow Reactor), assumindo como hipótese a inexistência de efeitos de difusão
das espécies reacionais ao longo do percurso. Nesta configuração, considera-se que uma
dada seção reta transversal ao fluxo são constantes:
 A velocidade de escoamento
 A conversão
 A temperatura
No reator tubular, os reagentes estão continuamente sendo consumidos, assim
que vão escoando ao longo do comprimento do reator. Assim sendo, assume-se que a
concentração varia continuamente na direção axial do reator. Por este motivo, a taxa de
reação, que é função da concentração, também irá variar axialmente.
Um dos tipos mais comuns de reatores é o tubular (PFR), composto por um ou
mais tubos cilíndricos, podendo operar com ou sem leito catalítico em estado
estacionário, onde circula o meio reacional numa dada direção e que não existe agitação
ou mistura da massa reacional, o fluxo é considerado pistonado. Uma representação
deste tipo de reator é mostrada a seguir pela figura 1 abaixo:

Figura 1: Reator Tubular (PFR)


Fonte: http://slideplayer.com/slide/3425438/12/images/23/Tubular+reactor+(PFR).jpg.
Acesso em 24 de Novembro de 2018.
Uma equação que descreve o desempenho deste tipo de reator e a equação (1)
mostrada a seguir:
2 – OBJETIVO
Estudar o desempenho de um reator tubular (PFR) para a reação entre o acetato de
etila e o hidróxido de sódio, e posteriormente comparar os resultados obtidos da
experimentação com os valores obtidos pela equação de desempenho do reator.

3 – MATERIAIS UTILIZADOS

 Solução de acetato de etila (0,1 .


 Solução de hidróxido de sódio (0,1 .
 1 reator tubular.
 Cronômetro.
 2 Rotâmetros.
 2 Reservatórios.
 Condutivímetro.
 2 bombas peristálticas.
 Balanças.
 2 reservatórios contendo respectivamente solução de acetato de etila e hidróxido de
sódio (0,1 .
 Água.
 Béqueres.

4 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Inicialmente pegou-se uma amostra de hidróxido de sódio (0,1 , diluiu-


se em volumes iguais, de seguida mediu-se a condutividade inicial ( ). Posteriormente,
mudou-se a ponta do condutivímetro para a saída do reator e ajustou-se a vazão de modo
que estas fossem iguais, ligou-se simultaneamente e esperou-se 3 a 4 minutos para que se
estabiliza e procedeu-se com a medição da condutividade final, este último procedimento
para a medição da condutividade final foi realiado com as bombas nas posições 21, 23 e 24.

4.1– DETERMINAÇÃO DA TAXA DE REAÇÃO

A reação química estudada durante a realização deste experimento ocorreu ao longo


do comprimento de um reator PFR, e é ilustrada pela equação química mostrada na
sequência:
De acordo com os experimentos realizados no módulo anterior, esta reação foi
melhor descrita como sendo uma reação de segunda ordem portanto, a equação da taxa que
melhor descreve esta reação química é dada por:

Esta mesma equação pode ainda ser descrita em função da conversão, sendo dada
da seguinte forma:

As concentrações dos reagentes em questão no início da reação foram iguais,


, e durante o experimento a temperatura foi em torno de 28°C,
sendo que para este valor de temperatura obteve-se uma valor para a constante cinética de
0,011 .

4.2 – DETERMINAÇÃO DO DESEMPENHO DO REATOR

Para a determinação do desempenho do reator PFR, mediu-se o valor da


condutividade inicial proveniente da diluição pela metade da solução do hidróxido de sódio
(0,1 . De seguida, ajustou-se para o mesmo valor de vazão de cada corrente
advinda dos reservatórios, utilizando-se para isso, os rotâmetros, béqueres, cronômetros e
balança.
Ligou-se as bombas e direcionou-se as duas correntes com a mesma vazão para o
reator, posteriormente realizou-se as leituras no condutivímetro, assim que a leitura
estabilizou, admitiu-se que o reator estava funcionando em estado permanente, realizou-se a
leitura da condutividade após a estabilização. Estes procedimentos foram realizados para as
três posições das bombas.

5 – TRATAMENTO DE DADOS

De acordo com os experimentos realizados obtiveram-se os resultados a seguir


mostrados na tabela (1):
Tabela 1: resultados de condutividades inicial e final, conversão obtidos durante a realização dos
experimentos.

Posição da Vazão Vazão Vazão k( ( (


bomba parcial parcial total )
bomba bomba 2 ( Conversão
1( ( experimental

21 4,06 4,52 8,58 0,011 6,10 5,36 0,121

23 4,66 5,14 9,80 0,011 6,10 5,42 0,112

24 4,96 5,44 10,40 0,011 6,10 5,41 0,113

De acordo com a equação a equação (4), é possível calcularmos o valor da taxa da


reação, e se posteriormente, usando a equação de desempenho do reator PFR, é possível
determinarmos a conversão.

Se substituirmos a equação (4) em (1) teremos a seguinte expressão:

Se integrarmos esta expressão e isolarmos teremos o valor da conversão:


Na tabela (2) abaixo são mostrados os resultados do desempenho do reator tubular,
calculados com as respectivas conversões realizados:

Tabela 2: Resultados do desempenho do reator calculados usando a expressão (7).

Posição Vazão parcial B2 k( Volume ( Conversão


(

21 0,00452 0,011 0,60 0,127

23 0,00514 0,011 0,60 0,114

24 0,00544 0,011 0,60 0,108

De acordo com os dados obtidos na tabela 1, resultou a relação vazão versus


conversão que é mostrada no gráfico 1 abaixo:

Gráfico 1: Relação da vazão do processo com a conversão obtida experimentalmente.

Vazão (L/s) versus Conversão


0,006

0,005

0,004

Vazão (L/s) 0,003

0,002

0,001

0
0,11 0,112 0,114 0,116 0,118 0,12 0,122
Conversão
De acordo com os dados obtidos na tabela 2, resultou a relação vazão versus
conversão que é mostrada no gráfico 1 abaixo:

Gráfico 2: Relação da vazão do processo com a conversão obtida da equação de desempenho.

Vazão (L/s) versus Conversão


0,006

0,005

0,004

Vazão (L/s) 0,003

0,002 Série1

0,001

0
0,105 0,11 0,115 0,12 0,125 0,13
Conversão

5.1 – CÁLCULO DA TAXA DE REAÇÃO

Os valores para as taxas de reação de acordo com as posições das bombas e de


acordo com as conversões pela equação de desempenho são mostradas na tabela (3) que
segue:

Tabela 3: Resultados das taxas da reação para cada posição calculados pela equação (4).

Posição da bomba

21
23
24

5.1 – CÁLCULO DO ERRO


A tabela (3) mostrada abaixo é resultados dos erros calculados usando a expressão (8):

Tabela 4: Resultados dos erros obtidos fazendo a diferença entre a conversão experimental e de projeto.

Erro relativo (%)

21 4,72

23 1,75

24 4,63

6 – CONCLUSÃO

1- De acordo com os resultados obtidos no que tange ao desempenho do reator


tubular, quando as conversões obtidas experimentalmente e obtidas pela equação de projeto
são comparadas, verifica-se uma boa aproximação, embora para a posição 21 o resultado
tenha mostrado um erro de 11%.
2- Baseado na equação (7) verifica-se que quanto maior for a vazão menor
deverá ser a conversão, e isso é verificado na tabela (2), já na tabela (1), ocorreu uma
inversão neste comportamento, isso provavelmente deveu-se a algum erro experimental ou
mesmo nos equipamentos usados, (exemplo, na bomba).

7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LEVENSPIEL, O. Engenharia das Reações Químicas - Cinética


Química Aplicada Volume 1, Edgard Blücher Ltda.

https://pt.scribd.com/presentation/74173903/apresentacao-Modulo-V. Acesso em 24 de Novembro de


2018.

http://slideplayer.com/slide/3425438/12/images/23/Tubular+reactor+(PFR).jpg. Acesso em 24 de
Novembro de 2018.

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