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Definição
O conector é um meio de união que trabalha por meio de furos feitos nas chapas. Em
estruturas usuais, os rebites e os parafusos são os tipos mais encontrados.
Rebites
Os rebites são conectores instalados a quente, com o produto final apresentando duas
cabeças.
Rebites
Pelo resfriamento, o rebite aperta as chapas entre si; o esforço de aperto é, entretanto, muito
variável, não se podendo garantir um valor mínimo a considerar nos cálculos.
Consequentemente, os rebites são calculados pelos esforços transmitidos por apoio do fuste
nas chapas e por corte na seção transversal do fuste.
Parafusos comuns
Parafusos comuns
Os parafusos comuns são instalados com aperto, que mobiliza atrito entre as chapas.
Entretanto, o aperto nas chapas é muito variável, não se podendo garantir um valor mínimo a
considerar nos cálculos. Devido a isso, os parafusos comuns são calculados de modo análogo
aos rebites, por meio das tensões de apoio e de corte.
Os parafusos de alta resistência são feitos com aços tratados termicamente. O tipo mais usual
é o ASTM A325, de aço-carbono temperado. Eles podem ser instalados com esforços de
tração mínimos garantidos, os quais podem ser levados em conta nos cálculos.
2F
F
Força de Força de
2F atrito compressão
entre as chapas Fc
Fat
F
F
Arruela
P
Folga da furação
Força de
das chapas
protensão do
parafuso
Os conectores são instalados em furos feitos nas chapas. A execução desses furos é
onerosa, tornando-se necessária a padronização de dimensões e espaçamentos, a fim de
permitir furações múltiplas nas fábricas.
Os furos padronizados para rebites e parafusos comuns deverão ter uma folga de 1,5mm em
relação ao diâmetro nominal dos mesmos; essa tolerância é necessária para permitir a
montagem das peças.
Como o corte do furo danifica uma parte do material da chapa, considera-se, para efeito de
cálculo da seção líquida da chapa furada, um diâmetro fictício igual ao diâmetro do furo (d’)
acrescido de 2mm, ou seja,
d d d d
d + 1,5 mm
d + 1,5 mm
d + 1,5 mm d + 5 mm (d<24) d + 6 mm (d<24) 2,5 d
d + 6 mm (d=27) d + 8 mm (d=27)
d + 8 mm (d>30) d + 9,5 mm (d>30)
Conforme a disposição relativa das chapas a ligar, varia o número de seções do conector que
trabalham a corte.
Na figura que se segue, têm-se esquemas de ligações com conectores trabalhando em corte
simples, em corte duplo e em corte múltiplo, respectivamente.
t t
Nas ligações em corte simples, a transmissão da carga se faz com uma excentricidade que
produz tração nos conectores.
As ligações em corte duplo evitam esse inconveniente, produzindo apenas corte e flexão nos
conectores.
As tensões de apoio entre as chapas e o fuste do conector são também supostas uniformes.
Denomina-se pega do conector o comprimento de seu fuste, entre as faces internas das
cabeças.
Para conectores em ligações por apoio com pega superior a 5 (cinco) vezes o seu diâmetro,
adota-se uma redução na resistência de 1% para cada 1,5mm de excesso de pega.
A distância entre centros de furos padrão, alargados ou alongados, não pode ser inferior a
2,7d, de preferência 3d, sendo d o diâmetro do parafuso ou barra redonda rosqueada.
Além desse requisito, a distância livre entre as bordas de dois furos consecutivos não pode
ser inferior a d.
A distância do centro de um furo alargado ou alongado a qualquer borda de uma parte ligada
não pode ser inferior ao valor indicado para furos padrão, acrescido de βd, sendo d o diâmetro
do parafuso e β definido como a seguir:
Espaçamentos máximos
Para qualquer borda de uma parte ligada, a distância do centro do parafuso (ou barra redonda
rosqueada) mais próximo até essa borda não pode exceder 12 vezes a espessura da parte
ligada considerada, nem 150 mm.
O espaçamento máximo entre parafusos que ligam uma chapa a um perfil ou a outra chapa,
em contato contínuo, deve ser determinado como a seguir.
<12t
<150 mm
Tipos de solicitação
F F
a
a
s
2F
Rebites:
Rebites:
Rnν = Ag (0,6 f u )
Parafusos de alta resistência (A325, A490), com rosca fora do plano de corte:
Rnν = Ag (0,6 f u )
φR n
a
Rn = 3,0dtf u (pressão de apoio)
a
s
Rn = atf u (rasgamento da chapa)
Parafusos
ASTM A490 φ t R nt ≤ 0,69 f u A p − 1,93V d (nota 1)
φ t R nt ≤ 0,69 f u A p − 1,50V d (nota 2)
Parafusos
ASTM A449 φ t R nt ≤ 0,64 f u A p − 1,93V d
(d > 38mm)
e barras rosqueadas
em geral
Em ligações por atrito, quando se quer evitar deslocamentos relativos entre as chapas
conectadas, é necessário garantir que, para as cargas em serviço, a força transferida por
atrito seja menor que a máxima força de atrito disponível entre as chapas.
Fat , máx = µ (P − T )
Rv = µξ (P − T )
Área
tracionada Área
cisalhada
Área
Área tracionada
cisalhada
F/2
F/2
F/2
F/2
Q
F/2
F/2 + Q
F
F
F/2
F/2 + Q
F F M=F e
F/n R = kr
= + r
(a) (b)
(c)
(d)
Exemplo prático 1
Duas chapas de 204 x 12,7 mm (1/2”) em aço ASTM A36 são emendadas chapas laterais de
9,5mm (3/8”) e parafusos comuns (A307) φ 22mm. As chapas estão sujeitas às forças Ng =
200 kN de carga permanente e Nq = 100 kN de carga variável de utilização. Pede-se verificar
a segurança da ligação.
Exemplo prático 1
a) Esforço solicitante:
Rdt = 0,6 x (0,7 x Ag) x (0,6 x fu) x 2 x 6 = 0,6 x (0,7 x 3,88) x (0,6 x 41,5) x 2 x 6 = 487 kN
c.2) Rasgamento:
Rdt = 0,75 x a x t x fu x 6 = 0,75 x 5,1 x 1,27 x 40 x 6 = 1166 kN
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Exemplo prático 1
Exemplo prático 1
Exemplo prático 2
O tirante de uma treliça de telhado é constituído por duas cantoneiras de 63 x 6,3 mm (2L ½”
x ¼”) com ligação a uma chapa de nó da treliça com espessura 6,3mm, utilizando-se
parafusos comuns (A307) φ 12,7mm (1/2”). Determinar o esforço normal resistente do tirante,
desprezando-se o pequeno efeito da excentricidade introduzida pela ligação. Aço das chapas
e perfis ASTM A36.
Exemplo prático 2
Rdt = 0,6 x (0,7 x Ag) x (0,6 x fu) x 2 x 5 = 0,6 x (0,7 x 1,27) x (0,6 x 41,5) x 2 x 5 = 133 kN
b.2) Rasgamento:
Rdt = 0,75 x a x t x fu x 5 = 0,75 x 2,5 x 0,63 x 40 x 5 = 236 kN
Exemplo prático 2
Exemplo prático 2
Portanto, o esforço resistente de projeto é determinado pelo corte dos parafusos (Rdt = 133
kN).
Exemplo prático 3
Dimensionar uma ligação aparafusada entre um perfil U e uma chapa, para suportar uma
solicitação de tração igual a 420 kN em serviço. Verificar a dimensão do perfil que satisfaz o
problema. Aço ASTM A36, parafusos de alta resistência ASTM A325 em ligação do tipo apoio.
Exemplo prático 3
Rd = 0,65 x (0,7 x Ag) x (0,6 x fu) = 0,65 x (0,7 x 1,98) x (0,6 x 82,5) = 44,6 kN
Exemplo prático 3
Exemplo prático 3
Exemplo prático 3
f.2) Rasgamento:
Rd = 0,75 x 2,5d x t x fu x 14 = 0,75 x 2,5 x 1,6 x 0,71 x 40 x 14 = 1193 kN
Exemplo prático 3
Exemplo prático 3
Uma solução para o problema seria o aumento do espaçamento entre parafusos na direção
da força para 4d.
No caso de a ligação aparafusada do problema ser agora, uma ligação do tipo atrito (aquela
em que não se permite deslizamento entre as partes para cargas em serviço), é necessário,
adicionalmente, verificar a resistência ao deslizamento da ligação.
Exemplo prático 3
Recalculando n, tem-se:
Exemplo prático 4
Calcular a carga de projeto na ligação da figura abaixo, sendo os conectores parafusos ASTM
A307 de φ 19mm (3/4”).
Exemplo prático 4
Como primeira observação, tem-se que os parafusos 1 e 3 serão mais solicitados, pois, além
do esforço vertical, deverão absorver um esforço horizontal que resistirá ao momento
produzido pela carga Q.
Fv = Q / 3
Fh x 1,6 = Q x 1,5
Fh = (1,5 / 1,6) x Q
Exemplo prático 4
F = √ (Fv² + Fh²)
F = 0,99 x Q
b) Carga de projeto:
γ x Q = 30,1 kN
Exemplo prático 4
Exemplo prático 5
Deseja-se projetar a ligação de um consolo metálico com uma coluna, utilizando-se parafusos
de alta resistência ASTM A325. Determinar o diâmetro necessário dos parafusos para
absorver uma carga de 30 kN, em serviço (oriunda de carregamento permanente), com uma
excentricidade de 200 mm, relativa ao eixo da coluna.
Exemplo prático 5
Fv = Q / n = 30 / 6 = 5 kN
M = F x e = 30 x 20 = 600 kN.cm
Exemplo prático 5
Sd = 1,3 x 20,8 = 27 kN
Ag = 1,2 cm²
Exemplo prático 5