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Quinta-feira • 29 de novembro de 2018 •

986
•1

29 novembro 2018
Ano 18
quinta-feira
 0.70 iva incluído
Diretor: Luís Baptista-Martins
semanário

Contas em falta na ACG

vão à Assembleia-Geral
O futuro da Associação Comercial da Guarda ficará decidido nas próximas semanas, ultrapassado que
está o problema com os relatórios de contas em falta. Por enquanto, a atual direção faz tabu sobre a sua
continuidade, mas há um grupo de sócios pronto para avançar com uma alternativa Pág.4

Reabilitação do Hotel Turismo

Covilhã
Câmara abre
concurso público

é de interesse municipal
para obras de 2,8
milhões de euros
na Frei Heitor Pinto
Empreitada gerou desconfiança Câmara da Guarda aprovou por unanimidade a declaração para
entre os vereadores da oposição o projeto requalificação da emblemática unidade hoteleira da
e não agradou à comunidade cidade. O grupo MRG vai apresentar os estudos prévios do
escolar por não se adequar às projeto, elaborado pelo arquiteto António Saraiva, após a de-
necessidades da secundária___ 8 liberação da Assembleia Municipal de 18 de dezembro. Pág.5

Guarda
Cidade acolhe
próxima Cimeira
Ibérica
Os governos de Portugal e Es-
panha vão reunir-se na cidade mais
alta em junho do próximo ano para
aprofundar a estratégia ibérica de
desenvolvimento das regiões trans-
fronteiriças adotada em Valladolid
no passado dia 21 _______________9

Guarda
Cidade vai ter
Centro Nacional
de Educação
Rodoviária UBI
No Dia da Cidade o ministro da
Administração Interna anunciou
instalação na cidade de organismo
Materiais de construção feitos com resíduos
sugerido pelo deputado Santinho
Pacheco e comprometeu-se a estu-
conquistam Prémio Manuel António da Mota
dar uma «solução integrada» para Investigação está a ser desenvolvida na Universidade da Beira Interior por uma “spin-off” criada pelo docente do Departamento de En-
os comandos da PSP e GNR ____ 7 genharia Civil e Arquitetura João Castro Gomes e por Pedro Humbert, estudante do doutoramento em Engenharia Civil_______________ 8

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 2• • Quinta-feira • 29 de novembro de 2018
no  fio  da  navalha
Santinho Pacheco
O deputado socialista tinha defendido
a instalação na Guarda de um centro de
formação e educação rodoviária e até deu
como exemplo o de Salamanca. Na sessão
solene dos 819 anos da Guarda, o ministro
Eduardo Cabrita anunciou que a decisão
estava tomada e que o Centro Nacional de
Educação Rodoviária vai avançar. Pode não
ser a prenda mais desejada pelo presidente
da Câmara da Guarda, mas pode ser uma
estrutura de relevância no estudo e educa-
ção rodoviária, numa cidade que há muito
reivindica o epíteto de centro nevrálgico
rodoviário.
UBI
O futuro da construção civil também se
escreve na UBI, prova disso é o “eCO2b-
locks”, um projeto desenvolvido no Depar-
tamento de Engenharia Civil e Arquitetura
da universidade beirã, que foi o vencedor da
edição deste ano do Prémio Manuel António
da Mota. Uma competição que distingue
ideias inovadoras no setor da construção
civil de todo o mundo. Mas esta já não é a
primeira vez que o projeto é reconhecido,
já anteriormente foi eleito o vencedor da
competição internacional ClimateLaunchpad.
Álvaro Amaro
O presidente da Câmara da Guarda
termina o ano da melhor forma ao ver o
Governo escolher a cidade para a realização
da próxima Cimeira luso-espanhola, em
2019. É uma vitória de Álvaro Amaro, cuja
perspicácia e audácia foram novamente
premiadas. Mais parece que o melhor aliado
do histórico e influente social-democrata é o
primeiro-ministro, pois nunca um Governo
do PS fez tanto por um autarca do PSD. Por
que será?
Pedro Fonseca
Já tinha acontecido com o Hotel Turis-
mo e voltou a acontecer com a Cimeira Ibé-
rica. Os socialistas continuam a falar em
circuito fechado e não sabem capitalizar as
medidas positivas do Governo de António
Costa na Guarda. Até ao momento não é co-
nhecida qualquer reação oficial do partido
à decisão de realizar na cidade a próxima
Cimeira, apenas a secção local «saudou»
o acontecimento. Pedro Fonseca preferiu o
Facebook e apenas para elogiar o empenho
do camarada Santinho Pacheco.
Cara
Entrevista
a P
cara
«Espero que o
novo presidente
do IPG consiga
atrair mais
estudantes e
que reformule as
falhas em relação
ao alojamento e
aos transportes»
P - Quais são os seus projetos para
Associação Académica da Guarda
(AAG)?
R - No presente ano letivo e, de
acordo com o nosso plano de campanha,
já executamos projetos como tertúlias,
abertura diurna do Bar Bacalhau, com
o intuito de atrair e aproximar os estu-
dantes, realizamos a Semana do Caloiro,
que voltou a ser no pavilhão do estádio
municipal. Futuramente, visto ainda
só estamos no primeiro trimestre do
mandato, pretendemos continuar os fes-
tejos do 30º aniversário da AAG, realizar
atividades como palestras direcionadas
aos estudantes, continuar e reforçar a
integração dos estudantes estrangeiros
(PALOP’s e de Erasmus), entre ou-
tras atividades que só poderão ser
reveladas num futuro próximo.
P - O passivo da AAG con-
tinua elevado. Qual é o valor
neste momento, o que vai
fazer para o reduzir e onde
vai buscar o dinheiro?
R - Neste momento o
passivo da AAG encontra-se
nos 30 mil euros e tem sido
abatido pelas direções an-
teriores. O nosso objetivo
primordial é continuar a
reduzi-lo. Para isso temos
que continuar a realizar
atividades que ajudem a
abater este passivo. Con-
tamos com a ajuda de todos para este fim,
realçando o apoio da Câmara da Guarda,
do IPDJ e do IPG.
P - Quais são as principais carên-
cias/problemas dos estudantes do
IPG?
R - Um dos problemas principais,
embora tenhamos menos entradas este
ano, continua a ser o alojamento. As
residências disponibilizadas pelo IPG
continuam com uma grande lacuna no
que toca ao número de camas disponí-
veis. Os estudantes também têm uma
grande dificuldade com os transportes,
tendo em conta que as residências estão
a uma distância considerável do cam-
pus do Instituto e só há um autocarro
e r f i l
João Nunes
Presidente da Associação Académica
da Guarda
Idade: 24 anos
Profissão: Estudante de Engenharia
Informática
Naturalidade: Oliveira do Hospital
Currículo: CET em Instalação e Manuten-
ção de Redes e Sistemas Informáticos e
atual aluno da licenciatura de Engenharia
Informática na Escola Superior de Tecno-
logia e Gestão do IPG
a passar de manhã e outro ao final da
tarde à entrada do IPG, que ainda dista
algumas centenas de metros do campus.
P - O que faz a AAG além da
Semana do Caloiro e da Semana
Académica?
R - Como foi respondido numa
questão anterior, a AAG realiza ao longo
do ano várias atividades para a comuni-
dade estudantil, inclusive festas no Bar
Bacalhau com o intuito de promover a
interação entre os estudantes.
P - E como vê o Politécnico, num
ano em que o IPG foi a instituição de
ensino superior com a maior redução
de novos alunos apesar dos cortes
de vagas nas instituições do litoral?
R - Convictamente achamos que a
presidência do IPG terá que repensar
nas suas estratégias de atração para o
próximo ano letivo. Porém, como As-
sociação Académica, acreditamos que
o esforço de atrair novos alunos não
cabe somente ao Instituto. Achamos
que também devemos de ter um papel
ativo, mas isto só será possível quando
a cidade e todas as suas instituições
fornecerem condições e total apoio
ao nosso Instituto. Relativamente ao
corte das vagas, embora tenha servido
de incentivo à redução de alunos
nas grandes cidades (Lisboa e
Porto), os alunos continua-
ram a ter preferência por
cidades academicamente
mais afamadas (Coim-
bra, Aveiro, etc).
P - O que espera
do novo presidente
do Instituto Politéc-
nico da Guarda?
R - A AAG espera
que o novo presidente
mantenha uma boa re-
lação connosco, como
tem acontecido, ti-
rando talvez estas
últimas semanas
em que acontece-
ram coisas menos próprias. No entanto,
esperamos que consiga atrair mais es-
tudantes para o Politécnico e que, para
tal, reformule as falhas em relação ao
alojamento e aos transportes. Espera-
mos também que a nova presidência
procure a AAG para todos os projetos
que pretende desenvolver ao longo do
seu mandato.

opinião
Fidélia Pissarra
Nos despreocupados e coloridos anos 80 do século
passado, o Gil era conhecido em toda a Praça da República
e arredores. Mais franzino de corpo que de inteleto, o Gil
brilhava pela sua capacidade de transformar qualquer situ-
ação numa anedota a que, em cada reconto, acrescentava
mais uns pós de piada. Só quem não viveu intermináveis
tardes e noites estivais, sob os imensos ramos, pejados
de passarada, daquelas árvores a sombrear a esplanada,
é que não conhece a fonte de anedotas que aquilo era.
Do alto da sua mesa, o bom do meu amigo observa-
va, descaradamente, todos os circunstantes e passantes.
Adivinhava-lhes o caráter nos ritmos com que bebericavam
a cerveja, para não esvaziarem os copos antes do fecho
da esplanada, na sofreguidão com que os esvaziavam, ou
na maneira de andar. Dizia ele, nas longas palestras que
nos faziam desejar que, dos milhares de pássaros que
dormiam nas árvores, um acordasse para ir à casa de
banho. Às vezes, desejávamos isso com tanto fervor que
acontecia um pássaro descuidar-se. Já se sabia que só isso
para lhe acabar, de imediato, com as teorias behavioristas
e lhe soltar a veia anedótica que fazia gargalhar a praça
inteira. Era assim o Gil.
Um dia foi de excursão atrás da Académica até uma
cidade do Norte. Não para ver o jogo de futebol, de que,
de resto, não percebia nada. Foi porque não tinha mais
nada para fazer naquele domingo à tarde. No fim do jogo,
que a Académica perdeu por não sei quantos, no regresso
ao autocarro, o Gil deu de caras com os restantes excur-
sionistas a sair, cabisbaixos, do campo. Aquilo deve ter
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A turba
mexido com ele. Espicaçado os seus sentimentos. Vai daí
subiu para os degraus da entrada do autocarro e desatou
a animar os companheiros de viagem “gatunos, ladrões!”
Fê-lo com o seu jeito, inato, para animar toda a gente,
como é óbvio. Vai daí, todos os outros lhe sucedem em
coro “gatunos, ladrões!” Animado pelo efeito, ensaia
novo refrão e desata a gritar que se “faça e aconteça” até
a turba acabar toda aos murros e pontapés. Jurou-me um
amigo comum que, no meio da confusão, o Gil lhe terá,
calmamente, confidenciado “bando de abéculas. Viste,
como os pus ao murro?”
Só voltei a lembrar-me do Gil passadas quase três
décadas sobre o último café, na esplanada da Praça. Ca-
lhou encontrar alguém desse tempo e aproveitei para lhe
perguntar o que era feito de uns quantos e, claro, também
dele. Melhor, ou pior, este, aquele e o outro tinham feito
o percurso esperado para quem a Praça era um lugar de
passagem para a universidade. O que me deixou ainda mais
curiosa sobre o que seria feito de quem fazia da Praça sala
de estar. “E do Gil, não sabes nada?” Perguntei, envergo-
nhada, pela resposta que esperava meio miserável. “Ah! O
Gil está muito bem, é vice-presidente de uma Câmara do
Norte, perto da terra da mulher, está, mesmo, muito bem”.
Envergonhada por ter sentido vergonha de perguntar,
já não tive coragem para perguntar mais nada. Mas, de vez
em quando, pergunto-me se o Gil não será vice-presidente
na Câmara da localidade onde, há anos, mostrou com
quantas expressões se descontrola uma multidão a sair
de um jogo de futebol.
Quinta-feira • 29 de novembro de 2018 • •3
editorial Luís Baptista-Martins
baptista-martins@ointerior.pt
Guarda:
819 anos
A Guarda comemorou 819 anos sobre a
concessão do foral por D. Sancho I, em 1199,
à Guarda. Uma efeméride extraordinária, de
uma cidade antiga, orgulhosa do seu passado,
da sua história e que olha para o futuro com
otimismo.
Depois de anos carregados de vicissitu-
des, de crise e despovoamento, o concelho da
Guarda vai recuperando a sua motivação e tem
hoje alguns projetos, de mudança e inovação,
determinantes para a afirmação da cidade e
essenciais para dar um “novo futuro” à Guarda.
Projetos cuja implementação, muitas ve-
zes, tardam mais do que o desejado, mas que
serão decisivos para recuperarmos o otimismo
coletivo. Enquanto a nova unidade da Coficab
vai sendo construída (150 novos postos de
trabalho), o lançamento do Centro Nacional de
Educação Rodoviária (que poderá ser desen-
volvido em parceria com o IPG), o “campus
internacional de escultura contemporânea” e a
nova dinâmica do Museu, a candidatura a Capital
Europeia da Cultura ou o projeto dos “passadiços
do Mondego” são argumentos determinadores
dessa construção de otimismo coletivo.
É assim que também nos regozijamos com
a nova mensagem promocional da cidade:
“Guarda.me” - uma assinatura que é definidora
do crescimento de autoestima e que encerra
o que de me melhor se pode oferecer aos de
cá e aos que nos visitam, mas que exige um
saber fazer e um saber receber, postura hos-
pitaleira e mestria no acolhimento, capacidade
de transmitir energia positiva, encantamento
e vivências inesquecíveis. E é aqui que ainda
há um caminho muito longo a percorrer, mas,
como diria António Machado, o caminho faz-se
caminhando.
Ao celebrar o aniversário da cidade, como
todos os anos, foram homenageados alguns
dos seus mais ilustres cidadãos. São cinco
personalidades distinguidas com a Medalha
de Mérito do Município, grau prata: Rosa An-
tunes, do “Conjunto Rosinha”, José Pires Freire,
industrial de cobertor de papa, o padre Eugénio
da Cunha Sério (a título póstumo), diretor do
jornal “A Guarda”, David Rodrigues, ciclista, e o
professor António José Dias de Almeida – inte-
lectual distinto, homem das letras que ensinou e
encantou gerações com a sua prosa, o seu saber
e a sua cultura (António José Dias de Almeida foi
colaborador e membro do Conselho Editorial de O
INTERIOR nos primeiros anos deste jornal e foi,
inclusive, convidado para diretor deste projeto
jornalístico). Porque uma cidade também se faz
de memória. De reconhecimento. De gratidão.
4• • Quinta-feira • 29 de novembro de 2018
Sócios da ACG pagam para
fechar contas de 2016 e 2017
Luis Martins
O futuro da Associação
Comercial da Guarda
ficará decidido nas
próximas semanas,
ultrapassado que está
o problema com os
relatórios de contas
em falta. Por enquanto,
a atual direção faz
tabu sobre a sua
continuidade, mas há
um grupo de sócios
pronto para avançar
com uma alternativa.
Os relatórios de contas em
falta na Associação Comercial da
Guarda (ACG), relativos aos anos
de 2016 e 2017, já estão concluí-
dos e vão ser entregues à direção
«até ao final desta semana ou
início da próxima», confirmou a
O INTERIOR o presidente Miguel
Alves. Os documentos serão depois
submetidos à apreciação da Assem-
bleia-Geral, que deverá ser convo-
cada até ao final de dezembro.
A elaboração dos balanços
desses dois anos só foi possível
porque um grupo de associa-
dos decidiu pagar o trabalho ao
gabinete de contabilidade que
tinha cessado a prestação de
serviços por falta de pagamentos
da ACG. Miguel Alves adianta que
a direção já tem uma súmula dos
Investigação desenvolvida na UBI conquista Prémio
Manuel António da Mota
O projeto eCO2blocks, de-
senvolvido na Universidade da
Beira Interior, venceu o Prémio
Manuel António da Mota, no valor
de 50 mil euros. Trata-se de um
trabalho de investigação que con-
siste em produzir materiais para
construção civil com resíduos
industriais, reduzindo a utilização
de recursos naturais.
A ideia apresentada foi tra-
balhada pelo docente do Depar-
tamento de Engenharia Civil e
Arquitetura João Castro Gomes
e por Pedro Humbert, estudante
do doutoramento em Engenharia
Civil. Dirigida em particular às
indústrias que produzem produ-
tos pré-fabricados, a solução
apresentada pela eCO2blocks,
que resulta de um consórcio que
inclui a Universidade de Trás-
os-Montes e Alto Douro (UTAD),
utiliza resíduos industriais ricos
em cálcio e magnésio que endu-
recem com absorção de dióxido
de carbono, em condições de
Miguel Alves diz-se «empenhado» em arranjar soluções para a Comercial
resultados operacionais da insti-
tuição, mas escusou-se a adiantar
mais pormenores, como também
a revelar qual será o futuro da at-
ual estrutura diretiva. «Só depois
da próxima Assembleia-Geral
é que decidiremos, mas até lá
continuamos empenhados em ar-
ranjar uma solução forte e novas
estratégias para resolver o estran-
gulamento financeiro que está a
asfixiar a associação», garantiu
o dirigente. O presidente da ACG
sublinha que as dificuldades «au-
mentaram exponencialmente»
com o chumbo da proposta de
venda da sede, uma vez que a
Comercial «continua a não ter
recursos financeiros para fazer
DR
humidade, temperatura e pressão
constantes. Os produtos são
depois obtidos por moldagem
e compactação da mistura dos
resíduos e água residual não
potável, um processo de fabrico
dez vezes mais rápido e 45 por
cento mais barato relativamente
face aos seus compromissos».
Contudo, sempre vai dizendo
que sob a sua direção o passivo da
associação «baixou para menos
de metade do que era no início do
primeiro mandato». A indefinição
que se vive na centenária insti-
tuição guardense deverá ficar
clarificada após a aprovação das
contas. O INTERIOR sabe que
um grupo de associados deverá
avançar com uma alternativa à
atual direção para «repor a nor-
malidade, até em termos finan-
ceiros». Fonte próxima desse
núcleo, que pediu para não ser
identificada, acredita que até ao
final do ano haverá «novo rumo»
na ACG, pois acredita que o elenco
Materiais de construção feitos a partir de resíduos estão a ser
criados por uma “spin-off” da Universidade da Beira Interior
à opção tradicional com cimento.
Além disso, o processo de
fabrico dos produtos não requer
a utilização de água potável como
na obtenção de produtos de con-
strução equivalentes produzidos
com cimento Portland. Por cada
tonelada de cimento Portland
AR
presidido por Miguel Alves «não
irá continuar contra tudo e contra
todos». Na sua opinião, a direção
tem uma capacidade de decisão
«diminuída» e não será capaz
de encontrar «uma saída para os
problemas», tendo acrescentado
que a Associação Comercial é
«mais do que a direção e os seus
elementos».
Os problemas da instituição
foram abordados no período de
ante da ordem do dia na última
reunião de Câmara. Na segunda-
feira, o vereador socialista Pedro
Fonseca considerou que o mu-
nicípio deveria ajudar a ACG, mas
Álvaro Amaro foi taxativo: «Nem
um cêntimo enquanto não nos
produzido é libertada para a at-
mosfera «cerca de uma tonelada
da CO2 e, por cada metro cúbico
de betão, em média, são gastos
cerca de 150 litros de água potáv-
el, além de grandes quantidades
de recursos minerais, como, por
exemplo, areias dos rios que
apresentarem um projeto e um
programa de atividades e muito
menos agora que está falida, tem
processos em tribunal e quer
vender património», garantiu
o presidente da autarquia. A
resposta deixou Pedro Fonseca
«preocupado» porque «é sinal
que Álvaro Amaro não conhece
a importância da ACG para a
cidade». O socialista lamentou
também que haja «apoios ex-
traordinários para certas coletivi-
dades e não para a Comercial, que
está em dificuldades».
O edil contrapôs que o mu-
nicípio estará disponível para
ajudar «um lóbi que represente
o comércio, os serviços e a in-
dústria», não vendo «problema
nenhum» que a Associação acabe
porque «o paradigma mudou»: «O
que a Guarda precisa é de um lóbi
forte que pense esses setores de
atividade e defenda os seus inter-
esses», insistiu, dizendo-se adep-
to de uma fusão entre o NERGA e
a ACG. «É o melhor para a cidade»,
considerou Álvaro Amaro.
Confrontado por O INTERI-
OR com a recusa da autarquia em
ajudar a Associação, Miguel Alves
respondeu que «orgulhosamente,
a ACG não aceitaria um milhão de
euros da Câmara da Guarda cuja
atual maioria tem falta de estra-
tégia empresarial, falta de diálogo
e de perceção da realidade do
tecido económico da cidade».
ao serem removidas agravam
a erosão costeira», referem os
investigadores. O Prémio Manuel
António da Mota foi criado em
2010 pela Fundação Manuel
António da Mota com o objetivo
de reconhecer anualmente orga-
nizações e personalidades que se
destaquem nos vários domínios
de atividade da Fundação.
A par da UBI, foram distin-
guidas mais nove instituições
nacionais, cabendo o segundo e
terceiro lugares, respetivamente,
à Associação BIPP – Inclusão para
a Deficiência, com um prémio
de 25 mil euros, e GAT – Grupo
de Ativistas em Tratamento,
com um prémio de 10 mil euros.
Foram atribuídas sete menções
honrosas, no valor de 5 mil euros
cada. A cerimónia, que decorreu
no Centro de Congressos da Alfân-
dega do Porto no domingo, contou
com a presença do Presidente
da República, Marcelo Rebelo de
Sousa.

IPG
Joaquim Brigas
toma posse na
segunda-feira
A eleição de Joaquim Brigas
para a presidência do Instituto
Politécnico da Guarda (IPG) já foi
homologada pelo ministro da Ci-
ência, Tecnologia e Ensino Superior.
O despacho de Manuel Heitor
data de 12 de novembro, mas só foi
publicado em “Diário da República”
na passada terça-feira. Contudo,
o documento tem um pormenor
curioso, é que atribui a vitória a
Joaquim Brigas por «maioria rela-
tiva» na reunião do Conselho Geral
de 31 de outubro. Ora, o docente
da Escola Superior de Educação,
Comunicação e Desporto (ESECD)
conseguiu a maioria absoluta ne-
cessária ao ser eleito por 17 dos 32
votos daquele órgão – a Associação
Comercial não votou porque o seu
representante chegou atrasado à
reunião e por essa razão não foi
autorizado a participar na segunda
votação. Na primeira volta, Joaquim
Brigas tinha obtido 16 votos, contra
12 de Gonçalo Poeta Fernandes
e três de Pedro Rodrigues. Na se-
gunda votação o novo presidente
do IPG foi eleito com 17 votos,
enquanto o adversário teve 14. A
tomada de posse está marcada
para dia 3 de dezembro, a partir das
14h30, seguida da sessão solene de
abertura do ano académico.
Carta enviada a
António Costa pede
o fim das portagens
na A23 e A25
A Plataforma Pela Reposição
das Scut na A23 e A25 não desiste
do propósito e enviou ao primeiro-
ministro uma carta onde pede que
seja reposta a circulação sem custos
naquelas vias.
Lembrando que António Costa
criou «legítimas expectativas» às
empresas e pessoas da região de
uma «redução progressiva das
portagens na A23 e A25 até à sua
abolição», na missiva é também
manifestada «disponibilidade para,
em conjunto, se concretizar uma
estratégia que encerre em si ob-
jetivos e metas para um Plano de
Coesão focado na convergência,
competitividade e emprego». Além
da Plataforma Pela Reposição das
Scut na A23 e A25, subscrevem a
carta a Comunidade Intermunicipal
da Beira Baixa (CIMBB), a Univer-
sidade da Beira Interior (UBI) e a
Comunidade Intermunicipal Beiras
e Serra da Estrela (CIMBSE). Os
signatários aproveitam para re-
cordar o objetivo pelo qual as SCUT
foram criadas, como a «redução de
assimetrias regionais, redução de
custos de transporte e aumento da
segurança na circulação», que por
sua vez iriam permitir «atenuar os
desequilíbrios associados à baixa
natalidade, fluxos migratórios
negativos e envelhecimento da
população».
Quinta-feira • 29 de novembro de 2018 • •5
Requalificação do Hotel
Turismo é projeto de
interesse municipal
AR
Luis Martins
A requalificação do
Hotel Turismo da
Guarda já é de interesse
municipal. A respetiva
declaração foi aprovada
por unanimidade na
última reunião de
Câmara, realizada na
segunda-feira.
O pedido do consórcio for-
mado pela MRG Property SA e
MRG Construction SA, que ganhou
a concessão da histórica unidade
hoteleira da cidade, foi considera-
do «o primeiro ato para reabilita-
ção do imóvel e aprovámo-lo com
Projeto de requalificação do hotel é da autoria do arquiteto António Saraiva
muita satisfação», reconheceu Ál-
varo Amaro, que criticou recente- da Guarda», sublinhou o edil. 50 anos, no âmbito do programa «Seria um erro histórico. Há
mente o atraso das obras. Mas na Igualmente satisfeito estava Revive, sendo que o consórcio dez anos optou-se por criar dois
segunda-feira o presidente da Eduardo Brito. «Sabíamos que está obrigado a construir um ho- centros escolares em Gonçalo
autarquia reconsiderou: «Ainda mais dia menos dia isto ia acon- tel de quatro estrelas que ocupe e no Porto da Carne, mas a sua
temos muito tempo pela frente, tecer, embora gostássemos que «no mínimo 55 por cento da área função está seriamente ameaçada
são quatro anos, para que o hotel fosse mais cedo. Mas estamos bruta de construção». devido à falta de alunos», exem-
reabra», declarou aos jornalistas satisfeitos por a empresa apre- O conceito a aplicar é o de plificou o presidente da Câmara.
no final da sessão, acrescentando sentar trabalho feito e querer re-
cuperar o tempo perdido», disse
“boutique hotel” ligado ao tema
da neve, com 50 quartos e out-
A alternativa será requalificar a
EB de São Miguel «para onde irão
que estes eram «os sinais que es-
perava até ao final do ano». Álvaro o vereador socialista. O projeto ras valências como spa (que drenar os alunos das escolas que
Amaro diz-se agora «otimista e de requalificação do Turismo é estará acessível igualmente aos encerrarem na cidade», adiantou
satisfeito», tanto mais que, após da autoria do arquiteto guardense residentes no município) e res- o autarca, considerando que
a ratificação da deliberação pela António Saraiva, curiosamente ex- taurante. O Hotel Turismo, que nestas circunstâncias a Guarda
Assembleia Municipal de 18 de presidente da Federação do PS da está devoluto desde 2012, foi tem que ser «ainda mais com-
dezembro, tem «a garantia» da Guarda. O contrato de concessão projetado em 1940 pelo arquiteto petitiva e agressiva» na área da
administração da empresa que de recuperação do hotel foi as- Vasco Regaleira e concluído em educação e na captação de alunos.
avançam os estudos prévios da in- sinado a 4 de maio de 2018 entre 1958, sendo um dos edifícios «Temos que trabalhar para que
tervenção e um pedido de autor- o Turismo de Portugal, dono do mais emblemáticos da cidade da estas perspetivas não se con-
ização para colocar tapumes com imóvel, e o grupo MRG, que vai Guarda. Nesta sessão o executivo cretizem», desafiou. A oposição
vista ao arranque dos trabalhos. investir cerca de 7 milhões de também aprovou, por unanimi- concordou, no entanto, Eduardo
«A MRG tem via verde na Câmara euros. A concessão é feita por dade, a revisão da Carta Educa- Brito considerou que também o
tiva cuja principal conclusão é município tem de «ir mais longe»
«Há um certo irritante da Saúde um «decréscimo acentuado» de
alunos no concelho até 2021.
na sua política de taxas e impostos
e em matéria de desenvolvimento
com a Guarda» «Essa perda significativa é da
ordem dos 20 por cento, em
económico. «Não há alunos porque
não estamos a fixar pessoas por
média, nos diferentes ciclos de falta de emprego. Não pode ser só
Na segunda-feira maioria e oposição convergiram em torno
ensino nos próximos três anos», eventos. A Câmara da Guarda faz
dos problemas da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, que
alertou Álvaro Amaro, revelando muito pouco para ajudara reverter
deverá sofrer uma redução de 14,9 milhões de euros no seu
que esse diagnóstico inviabiliza esta redução demográfica, mas o
orçamento para 2019.
a construção de um novo centro Governo também tem que fazer
O alerta foi lançado por Álvaro Amaro no período de antes da
escolar na cidade. mais», disse o vereador do PS.
ordem do dia. O edil disse-se «preocupado» com esta «redução
terrível» e tocou a rebate, pois isto significa, na sua opinião, que
«a desgraduação» do Hospital Sousa Martins está em marcha. «Há Rotunda terá locomotiva que não
um certo irritante da Saúde com a Guarda», insistiu, apelando à
luta dos cidadãos, dos profissionais e dos responsáveis políticos estava prevista
pelas valências da ULS. «É hora de todos dizermos basta porque
algo está em marcha para a destruir», avisou Álvaro Amaro, que O socialista Pedro Fonseca questionou Álvaro Amaro sobre
está disponível para financiar um estudo que identifique «o que a poluição na ribeira da Quinta da Pocariça e sobre a locomotiva
queremos na Guarda na área da saúde». que vai ser instalada na rotunda junto ao Parque Urbano do Rio
Eduardo Brito partilha das preocupações do presidente Diz, isto porque poderá não vir a máquina que estava prevista.
social-democrata, mas «não alinha» na ideia de haver uma estra- Na resposta, o presidente da autarquia garantiu que a Câmara
tégia para desgraduar hospital. Contudo, admitiu que o Governo punirá «severamente o responsável pelo foco poluidor quando
tem que «esclarecer o posicionamento que a ULS deve ter no for detetado». Já no segundo caso adiantou que a «solução está
“campeonato” da saúde», enquanto a administração hospitalar encontrada e até é historicamente mais adequada para a cidade»,
também «deve clarificar a situação para tranquilizar os cidadãos». sem revelar mais pormenores.
6• • Quinta-feira • 29 de novembro de 2018
S
Sociedade
Guarda
Unidade de AVC
da ULS acima da
média nacional em
avaliação da ERS
A Unidade da AVC, inte-
grante do serviço de Medicina
do Hospital Sousa Martins, na
Guarda, ficou acima da média
nacional na avaliação efetuada
pela Entidade Reguladora da
Saúde (ERS), informa a Uni-
dade Local de Saúde (ULS) da
Guarda.
Segundo uma nota da
administração hospitalar, «dos
sete indicadores analisados, a
unidade obteve dois definidos
como “Best Practice” e cinco
acima do valor de referência de
todos os prestadores». Nesse
sentido, na classificação final, a
Unidade de AVC da Guarda ob-
teve «um rating global de ++ a
nível de avaliação pela ERS», o
que, para a ULS, «reflete clara-
mente o empenho e dedicação
de todos os profissionais desta
unidade».
Guarda
Desfile “Vestir
os Valores” vai
apoiar o Dinis
O desfile de cariz solidário
“Vestir os Valores” está de re-
gresso à Secundária Afonso de
Albuquerque, na Guarda, esta
sexta-feira (20h30).
A atividade é organizada
pelo Agrupamento de Escolas
homónimo e destina-se a an-
gariar fundos para ajudar uma
instituição ou pessoa neces-
sitada da cidade. Este ano os
promotores decidiram apoiar
o Dinis, “o Principezinho com
nome de Rei”, um menino com
HIE (encefalopatia hipoxico-
isquemica), sendo que a verba
conseguida irá ajudar a família
a concretizar mais uma etapa
do seu tratamento em janeiro/
fevereiro, numa clínica da
Guarda. «Vamos, todos juntos,
vestir, nesta noite de glamour,
a solidariedade e a partilha,
mostrando que podemos fazer
a diferença!», apela a direção
do Agrupamento escolar.
Guarda vai ter ciclovia
ao longo da VICEG
Corredor com três metros de largura vai ligar todos os bairros da Guarda para que as
pessoas possam ir a pé ou de bicicleta para o trabalho a partir de 2021
DR
A pedovia/ ciclovia da
Guarda terá nove quilómetros
ao longo da VICEG (Via de Cin-
tura Externa da Guarda), numa
primeira fase, e vai ligar todos
os bairros da cidade. O projeto
dos arquitetos João Marujo e
Carla Madeira foi apresentado
no passado dia 21 numa sessão
das “Conferências da Guarda”
dedicada à “Mobilidade Urbana
Sustentável”.
Este corredor com três
metros de largura terá início
na rotunda dos Bombeiros e
terminará na rotunda do Bairro
de São Domingos, num investi-
mento superior a um milhão de
euros. Haverá ligações ao IPG,
Parque da Saúde, aos bairros das
Lameirinhas, Torrão, Sra. dos
Remédios, Alfarazes, Pinheiro, Projeto é «muito reformista, muito importante numa cidade que não é propriamente muito plana»,
Guarda-Gare, bem como ao considerou Álvaro Amaro
Parque Urbano do Rio Diz e ao mas também a ponte pedonal de tentável». O projeto teve também concretizada até 2021. Durante
parque industrial. «É um percurso São Miguel, que «não tem atual- o apoio do secretário de Estado da esta conferência foram abordadas
com uma orografia bonita e mais mente grande utilidade», disse Mobilidade, José Gomes Mendes, temáticas como “Dos territórios
suave para as pessoas possam ir a João Marujo. que sugeriu uma candidatura ao sociais da mobilidade ao desenho
pé ou de bicicleta para o trabalho, Para Álvaro Amaro, trata-se financiamento da rede nacional dos modos suaves” e “Uma análise
porque o conceito é proporcionar de um projeto «muito reformista, de ciclovias lançada pelo Gov- prospetiva sobre a reorganização
mobilidade sustentável à cidade», creio que muito importante numa erno e que já terá financiamento do trânsito e estacionamento
disse o autor na apresentação do cidade que não é propriamente em 2019. Até lá, o presidente do na cidade da Guarda e do Plano
traçado. Para evitar os atravessa- muito plana, mas importa atuar- município adiantou que a pedo- Rodoviário Municipal 2040”, que
mentos da VICEG serão utilizadas mos no sentido de facilitar essa via/ ciclovia vai ser candidatada tem um custo associado da ordem
passagens inferiores já existentes, mobilidade e fazê-lo do modo sus- a fundos comunitários e será dos 12 milhões de euros.
Câmara da Covilhã abre
concurso público para obras
na Frei Heitor Pinto
A Câmara da Covilhã apro- trabalhos ficam a cargo do mu- cunas processuais que tiveram reção da escola só conhece
vou, na reunião do executivo da nicípio, sendo o restante assegu- de ser resolvidas», justificou uma versão, a qual também não
passada sexta-feira, a abertura do rado pelo Pacto Estratégico da José Miguel Oliveira. Na sessão se adequará às necessidades,
concurso público para a realiza- Comunidade Intermunicipal das de Câmara, no período de antes nomeadamente porque não
ção de obras na Escola Secundária Beiras e Serra da Estrela. Na re- da ordem do dia, um grupo prevê um espaço multiusos
Frei Heitor Pinto. A empreitada, união o vereador do movimento de alunos daquela Secundária que enquadraria um auditório
aprovada com cinco votos a fa- “De Novo Covilhã”, Carlos Pinto, reivindicou a construção de e um espaço desportivo cobe-
vor do PS e a abstenção dos dois quis saber porque é que não foi um pavilhão multiusos, tendo rto. Críticas que José Miguel
vereadores da oposição, implica dado seguimento ao concurso José Miguel Oliveira respon- Oliveira rejeita: «Foi o Minis-
um investimento superior a 2,8 lançado há um ano e que acabou dido que a obra vai destinar-se tério da Educação que propôs
milhões de euros. por ser cancelado. Também o exclusivamente a reabilitação ao município que realizasse um
Segundo o vereador re- eleito do CDS, José Luís Adriano, dos edifícios escolares porque conjunto de obras de reabilita-
sponsável pelo urbanismo, a disse não perceber a diferença «o Ministério da Educação não ção na Escola Frei Heitor Pinto,
intervenção fará uma «reabili- entre os valores anunciados há deu abertura» para a construção mediante o que eram as necessi-
tação ao nível de isolamento, um ano e os atuais. de novos edifícios. Também o dades que teriam sido elencadas
portas, coberturas, introdução Na resposta, foi especifica- presidente da direção do Agru- pela própria escola, portanto
de sistemas antifogo e demais do que aos 2,8 milhões de euros pamento de Escola Frei Heitor nessa questão nós não fizemos
condições de segurança, bem tem de ser somado o IVA, o que Pinto, Rogério Monteiro, esteve parte da equação», afirmou o
como questões de equipamen- fará crescer o investimento total na sessão e, em declarações aos vereador. O eleito socialista
tos para as salas e de sistema para a verba apontada há um jornalistas, disse desconhecer o acrescentou que o cronograma
de climatização». José Miguel ano, sendo que esse primeiro projeto para o qual foi aprovada da obra será definido depois da
Oliveira acrescentou ainda que concurso foi cancelado porque a abertura de concurso. sua adjudicação e em articula-
7,5 por cento do custo total dos havia «lacunas de projeto e la- Segundo apontou, a di- ção com a escola.

Guarda vai ter Centro Nacional
de Educação Rodoviária
LM
Eduardo Cabrita inaugurou quartel dos bombeiros de Famalicão da Serra
Luis Martins
No Dia da Cidade
o ministro da
Administração
Interna anunciou
instalação na cidade
de organismo sugerido
pelo deputado
Santinho Pacheco e
comprometeu-se a
estudar uma «solução
integrada» para os
comandos da PSP e
GNR.
A Guarda completou 819
anos na terça-feira e o ministro
da Administração Interna trouxe
uma prenda ao anunciar a insta-
lação na cidade mais alta de um
Centro de Educação Rodoviária
de âmbito nacional. Eduardo
Cabrita comprometeu-se ainda
a equacionar uma «resposta
integrada» para as instalações
dos comandos da PSP e da GNR.
«Por ser confluência de vias
importantes de acesso a Lisboa,
ao Porto, a Vilar Formoso e à
Medalha de Mérito para cinco personalidades
No Dia da Cidade a Câmara
da Guarda atribuiu a Medalha de
Mérito do Município, grau prata,
a cinco personalidades.
A distinção foi concedida,
por unanimidade, ao professor
António José Dias de Almeida,
a Rosa Antunes, elemento do
“Conjunto Rosinha”, do Centro
Cultural da Guarda, e divul-
gadora da cultura popular; ao
padre Eugénio da Cunha Sério
(a título póstumo), diretor do
jornal “A Guarda” e da Casa do
Gaiato; ao empresário José Pires
Europa, a Guarda é o local ade-
quado para colocarmos aqui um
Centro de Educação Rodoviá-
ria», justificou o governante na
sessão solene comemorativa da
atribuição de foral à cidade pelo
rei Dom Sancho I. A ideia tinha
sido lançada no final de janeiro
pelo deputado socialista na As-
sembleia da República Santinho
Pacheco, que sugeriu a instala-
ção no IPG de um centro similar
ao existente em Salamanca. Em
março, o Governo respondeu
a dizer que estava disponível
para estudar o assunto e, ante-
ontem, Eduardo Cabrita trouxe
a boa nova em resposta a um
pedido de Álvaro Amaro para
que intervenha para resolver a
mudança do Comando Distrital
de Operações e Socorro (CDOS)
para as antigas instalações da
Infraestruturas de Portugal na
cidade.
O assunto é, para o pre-
sidente da Guarda, «a maior
prova da má gestão» do Estado
em relação ao seu património
porque «todos concordam com
a mudança, mas ninguém faz
Freire, proprietário da última
fábrica de cobertores de papa de
Maçainhas, encerrada em 2017;
e ao ciclista profissional David
Rodrigues.
As comemorações dos 819
anos de atribuição do foral à
cidade pelo rei D. Sancho I in-
cluíram a inauguração de uma
nova secção expositiva no Cam-
pus Internacional de Escultura
Contemporânea, da mostra
“Via Pictórica”, da rotunda da
Dorna e da requalificação dos
edifícios municipais da Rua
Quinta-feira • 29 de novembro de 2018 • •7
que poderemos aqui usar os tal para criar uma alameda
vários equipamentos públicos de acesso ao TMG e à zona do
existentes na Guarda». Caso Bonfim com a cedência de uma
a PSP sai do antigo Governo área do atual quartel da GNR.
Civil, Álvaro Amaro garantiu «Só nos falta a autorização
que dará «boa utilização» ao da tutela porque já temos o
edifício, ficando a aguardar projeto e o concurso público
pela autorização governamen- prontos», disse Álvaro Amaro.
Quartel de bombeiros é «sinal de
esperança» para Famalicão
LM
nada», criticou o edil na sua
intervenção, lembrando que o
edifício onde está o CDOS é da
Câmara, que quer voltar a ter ali
uma residência de estudantes. O
titular da pasta da Administra-
ção Interna anunciou que a situ-
ação poderá ser resolvida com
a reprogramação dos apoios
Na terça-feira Eduardo Cabrita inaugurou ainda o novo quar-
comunitários, «em que vamos
tel dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra, orçado em
reforçar em cerca de 50 milhões
cerca de 620 mil euros, financiados em 85 por cento por fundos
de euros os fundos na área da
comunitários.
proteção civil e isso permitirá
Na cerimónia, o presidente da direção da Associação Huma-
dar uma solução para o CDOS».
nitária, António Fontes, disse tratar-se da «obra mais marcante»
Álvaro Amaro também rei-
na freguesia e pediu ao governante a criação de uma Equipa de
vindicou novas instalações para
Intervenção Permanente (EIP) em Famalicão. O dirigente conside-
os comandos da PSP – que já
rou que o quartel permite «melhorar a capacidade de resposta» da
sugeriu transferir para a zona
corporação, que funcionou até agora numa garagem da paróquia,
do antigo matadouro – e da GNR,
mas alertou que ainda «falta adquirir o equipamento necessário
tendo o ministro respondido
para garantir todas as condições de trabalho e conforto» aos
que o MAI vai procurar «uma
voluntários. Por sua vez, Honorato Esteves, presidente da Junta,
resposta integrada para as for-
afirmou que esta obra é «um sinal de esperança e um incentivo»
ças de segurança na Guarda».
para toda a freguesia, que também está a sentir os efeitos da
Segundo Eduardo Cabrita, essa
desertificação.
«solução global» será definida
E Álvaro Amaro disse tratar-se de um «bom exemplo» de
«nas próximas semanas», tendo
cooperação entre o poder central, as autarquias e associações.
acrescentado que «as exigências
Quanto à EIP, o autarca pediu calma porque «os recursos são
operacionais de acessibilidade,
escassos». Já o ministro da Administração Interna afirmou que a
de espaço e de intervenção da
obra do quartel é o exemplo daquilo que o Estado «devia ter feito
PSP e da GNR cabem dentro
e devia fazer no investimento pela segurança dos portugueses».
de uma gestão de espaços em
LM
dos Cavaleiros. Foi ainda as-
sinada a consignação da obra
de requalificação da Torre dos
Ferreiros e ligada a iluminação
natalícia. À noite houve um
concerto de Áurea no TMG e
foi assinado um protocolo de
cooperação entre o município e
a Orquestra Filarmónica Portu-
guesa. Na ocasião a autarquia
apresentou o projeto do acesso
pedonal coberto entre os ed-
ifícios do Teatro Municipal,
da autoria do arquiteto Carlos
Veloso.
8• • Quinta-feira • 29 de novembro de 2018
80 médicos fizeram Juramento
de Hipócrates na Covilhã
Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos espera que cerimónia, que aconteceu pela primeira vez
no interior, chame a atenção do Governo para os problemas da saúde na região
Decorreu no passado sába-
do o primeiro Juramento de
Hipócrates no interior do país. O
palco foi a Faculdade de Ciências
da Saúde da Universidade da
Beira Interior, na Covilhã.
A cerimónia foi considerada
como um exemplo de descen-
tralização que também visou
alertar o Governo para as neces-
sidades dos cuidados de saúde
no interior do país. «Há aqui
mais uma oportunidade para os
jovens médicos fazerem o seu
juramento, porque temos mais
um local que acolhe esta cerimó-
nia e é também uma mensagem
muito importante que queremos
passar relativamente à necessi-
dade de descentralizar os cuida-
dos e de os doentes do Interior
terem exatamente as mesmas
condições de acesso à saúde que
há no litoral ou nas cidades onde
há grandes hospitais», referiu
Carlos Cortes, presidente da
Guarda
Campanha promove cidade mais alta
em Portugal e Espanha
A Câmara da Guarda iniciou
na terça-feira uma campanha de
promoção turística da cidade em
território nacional e na região
espanhola de Castela e Leão.
Sob o lema “Guarda.me: Uma
Rota para Fazermos Juntos”, a
iniciativa aposta na «genuinidade
do território» e divulga a cidade
mais alta como destino de «mui-
tas experiências». A rota sugerida
tem na cidade o ponto de partida e
de chegada e é direcionada «para
quem procura novos destinos»
turísticos, refere a autarquia em
comunicado. Com esta campanha,
o município quer tirar partido do
forte crescimento do turismo em
Portugal, um setor que na região
Centro foi o que mais cresceu
em 2018», lê-se no documento.
IPG
Projeto vai estudar mobilidade dos idosos
na Guarda e Covilhã
A Guarda e a Covilhã vão
ser estudadas no âmbito do pro-
jeto transfronteiriço Move-Aged,
liderado pela Universidade de
Pamplona (Espanha) e integrado
pelos Instituto Politécnico da
Guarda (IPG).
O objetivo é compreender o
impacto das barreiras resultantes
das características topográficas
destas duas cidades na mobilidade
Secção Regional do Centro da
Ordem dos Médicos.
Na sessão participaram 80
jovens médicos e, segundo Car-
los Cortes, «com esta cerimónia,
Segundo a nota, a Guarda tem
«todas estas potencialidades»
para proporcionar «experiências
memoráveis».
A campanha “Guarda.me:
Uma Rota para Fazermos Jun-
tos” é feita através de jornais,
“outdoors” e “mupis” e também
marcará presença online, no-
meadamente nas redes sociais
Facebook e Instagram e na página
da internet www.guardame.pt.
«Estas plataformas servirão de
barómetro, direcionando e cap-
tando novos fluxos turísticos para
a cidade, concelho e região, numa
lógica de território, à semelhança
do trabalho coletivo da candida-
tura da Guarda a Capital Europeia
da Cultura em 2027», adianta a
autarquia.
e qualidade de vida dos idosos
para depois serem apresentadas
soluções adequadas aos bairros
estudados. O IPG está representado
pelos professores Carolina Vila Chã
e Nuno Serra, que integram a eq-
uipa de investigadores portugueses
liderada por Maria João Guardado
Moreira, da Unidade de Investiga-
ção Age.Comm do Politécnico de
Castelo Branco (IPCB).
a Ordem também está a dar um
passo, está a dar um exemplo
para deixar uma mensagem
muito importante na esperança
de que o poder político perceba
Guarda
Incêndio assusta no centro histórico
Um estabelecimento com-
ercial situado num rés-do-chão
da Rua Francisco de Passos,
mais conhecida por Rua Direita,
em pleno centro histórico da
Guarda, foi consumido pelas
chamas na quinta-feira.
Tratava-se de um espaço de
estética e, segundo fonte da PSP,
o incêndio deflagrou cerca das
10h20. O incidente obrigou ao
corte de trânsito naquela rua,
tendo sido montado um perí-
metro de segurança nas ruas
adjacentes. Do sinistro resulta-
ram apenas danos materiais no
edifício, não havendo vítimas ou
que é preciso olhar para o Interi-
or. Queremos chamar a atenção
para os problemas do interior,
dos hospitais do interior e dos
doentes do interior».  rem a exercer a profissão.
feridos a registar. O comandante
dos Bombeiros Voluntários
da Guarda, Paulo Sequeira,
adiantou ainda que o fogo terá
alastrado ao piso de cima, «mas
não causou danos significati-
vos», uma vez que esse andar
se encontrava desocupado. As
causas do fogo «encontram-se
ainda por apurar, tendo a inves-
tigação ficado a cargo da Polícia
Judiciária», referiu o Comando
Distrital da PSP.
No local estiveram 25
bombeiros apoiados por cinco
viaturas e, apesar dos meios
de socorro terem conseguido
A Secção Regional do Centro
também espera contribuir para
chamar a atenção para questões
como a falta de recursos huma-
nos nos hospitais do interior, a
falta de meios, a necessidade de
fixação de mais médicos ou de
uma maior atenção aos doentes
que se mantém em zonas me-
nos povoadas. «Muitas vezes, o
poder político esquece. Esquece
que a Covilhã tem doentes, que a
Guarda tem doentes e não faz a
aposta que devia ser feita nesses
hospitais. Há uma falta de cui-
dar dos hospitais, de cuidar dos
centros de saúde que eu espero
que, também com este passo, a
senhora ministra da Saúde com-
ece a ver», afirmou o dirigente.
O Juramento de Hipócrates é o
compromisso solene que tradi-
cionalmente os jovens médicos
assumem no fim da formação e
imediatamente antes de começa-
AEI
aceder ao local «com alguma fac-
ilidade», foi necessário recorrer
«ao toque de sirene para chamar
voluntários». Paulo Sequeira
explicou que a Guarda «tem
apenas uma equipa de interven-
ção permanente e há muito que
se pede uma segunda equipa».
O comandante dos bombeiros
aproveitou para relembrar que
«90 por cento das situações de
emergência do concelho são
resolvidas pelo corpo ativo de
voluntários», pelo que «urge re-
forçar esta equipa» constituída
por cinco elementos, o que con-
sidera ser «francamente pouco».

Almeida
Orçamento de
14,8 milhões
de euros
aprovado por
unanimidade DR
A Câmara de Almeida
aprovou, por unanimidade,
o orçamento para 2019, no
valor de 14,8 milhões de
euros, mais 1,9 milhões de
euros relativamente ao deste
ano.
Segundo António José
Machado (PSD), o obje-
tivo é consolidar projetos
e atividades considerados
«mais relevantes para o
desenvolvimento susten-
tado» do território. Apos-
tar no património cultural,
no património natural e na
requalificação dos espaços
de serviços e industriais do
concelho, são as três linhas
estratégicas do documento,
onde se destaca a requalifi-
cação das zonas históricas,
nomeadamente de Almeida,
com a candidatura das For-
talezas Abaluartadas da Raia.
O município pretende tam-
bém, entre outros projetos,
elaborar o plano de estudo e
caracterização da biodiver-
sidade e qualidade da água
e da utilização dos recursos
hidrológicos do concelho. A
requalificação do Parque TIR
de Vilar Formoso e a ligação à
autoestrada A25 são também
preocupações da autarquia,
que vai continuar a apostar
em políticas de descentral-
ização nas freguesias e no
aumento da competitividade
e a atratividade económica do
concelho.
O autarca acrescenta que
o município projetou para
2019 medidas com vista à
melhoria da qualidade de
vida dos munícipes e ao re-
forço de uma coesão territo-
rial «equilibrada, harmoniosa
e policêntrica». Vai também
investir no saneamento bási-
co e na implementação da
rede de transportes “Almeida
Sim”. «Os documentos previ-
sionais para o próximo ano
garantirão sustentabilidade
financeira de curto, médio
e longo prazo e, de igual
modo, funcionarão como
propulsores da atividade
económica e da prosperidade
individual», acredita António
José Machado.
Guarda será capital
ibérica por um dia
em 2019
Luis Martins
Os governos de
Portugal e Espanha
vão reunir-se na
cidade mais alta em
junho do próximo
ano para aprofundar
a estratégia ibérica
de desenvolvimento
das regiões
transfronteiriças
adotada em Valladolid
no passado dia 21.
A Guarda vai receber a pró-
xima cimeira luso-espanhola,
que está agendada para junho
de 2019. A decisão foi anun-
ciada no passado dia 21 pelo
primeiro-ministro, António Cos-
ta, na conferência de imprensa
final do encontro bilateral com
o homólogo espanhol Pedro
Sanchéz realizado em Valladolid
(Espanha).
A escolha é «inteiramente
justa face àquilo que a Guarda
tem desenvolvido e afirmado
e que eu próprio tenho reafir-
mado, como cidade que está
equidistante entre Lisboa e
Madrid», reagiu Álvaro Amaro.
O presidente da Câmara, que
revelou há quinze dias que tinha
sugerido ao chefe do Governo
português que a Cimeira de
2019 fosse realizada na Guar-
da, acrescentou que pelo seu
posicionamento estratégico, a
cidade mais alta tem que ser
«um espaço do território por-
tuguês a valorizar na conquista
do mercado ibérico». O edil lem-
brou que a Guarda organiza «o
segundo maior certame ligado
ao turismo em Portugal, a Feira
Ibérica de Turismo, e tem fortes
ligações com a Universidade de
Salamanca através do Centro
de Estudos Ibéricos». Álvaro
Amaro acrescentou que realizar
a Cimeira na Guarda é «ainda
mais justa» porque será também
«um reconhecimento do Estado
Português a uma cidade, a uma
região, que deu tanto ao país
quando viu sair muitos dos seus
filhos para outras paragens».
O edil considera que a Guar-
da «só pode estar satisfeita e
agradecida ao primeiro-minis-
tro de Portugal e ao Governo
de Espanha, que terá acolhido
a sugestão do Governo portu-
guês, por ter compreendido
as nossas razões para que a
Quinta-feira • 29 de novembro de 2018 • •9
DR
«Voltaremos a encontrar-nos para a 31ª cimeira, na Guarda, de forma a dar continuidade ao que aqui iniciamos e para
lançarmos novos dossiês», declarou António Costa
próxima cimeira ibérica seja na tégia ibérica para desenvolver de trabalho para desenvolver
Guarda». Em Valladolid, onde as zonas da raia. «Se queremos «essa prioridade» nos próximos
decorreu a 30ª cimeira bilateral, maior coesão territorial, temos meses, o que «é um excelente
Portugal e Espanha chegaram que desenvolver as regiões de sinal de que é um compromisso
a acordo sobre políticas de fronteira – que estão mais des- firme que vai ser concretiza-
desenvolvimento das regiões povoadas e mais envelhecidas e do», acrescentou o primeiro-
transfronteiriças despovoadas têm menor dinâmica económica ministro. Por sua vez, Pedr
e envelhecidas para assegu- – e fazê-lo em comum», disse Sanchez destacou que ficou
rar a sustentabilidade futura António Costa na conferência de acordado «o desenvolvimento
destes territórios, tornando-os imprensa conjunta com o Pre- de uma estratégia ibérica para
«atrativos para viver, trabalhar sidente do Governo espanhol, as questões do despovoamento,
e investir». Nesse sentido, os Pedro Sanchez. de envelhecimento, e assinámos
dois países definiram uma estra- Foi designado um grupo um acordo que é importante».
Além da reunião dos dois che-
fes de Governo, a cimeira in-
Socialistas saúdam decisão cluiu encontros bilaterais entre
os responsáveis dos Negócios
Estrangeiros e dos Assuntos
A concelhia da Guarda do PS saudou a decisão do Governo de
Europeus, da Administração In-
realizar na Guarda a próxima cimeira luso-espanhola por consi-
terna, da Economia, da Ciência,
derar que mostra que «as políticas de valorização e promoção do
Tecnologia e Ensino Superior, da
interior são concretas e não um exercício de retórica».
Educação, do Trabalho, Solida-
Para Agostinho Gonçalves, líder da secção local, a cidade
riedade e Segurança Social, do
«continua no centro do vulcão de uma nova vaga de políticas que
Planeamento e Infraestruturas,
querem puxar pelos territórios do interior e que se devem ao
do Ambiente e Transição Ener-
Governo do PS», caso das obras nas linhas da Beira Baixa e Beira
gética, da Agricultura, Florestas
Alta, «que colocarão a Guarda no centro de um importante eixo
e Desenvolvimento Rural e da
ferroviário», e também da «solução» para o Hotel Turismo. «Cá
Valorização do Interior.
estaremos para enaltecer as boas decisões, mas também para
Entre as principais deci-
exigir mais e melhor, com base em trabalho atento e contínuo,
sões esteve o desenvolvimento
sem alaridos ou falsas vitórias», acrescenta o dirigente em comu-
das interconexões energéticas,
nicado, a única declaração oficial das estruturas locais do partido.
rodoviárias – nomeadamente o
O vereador Eduardo Brito foi outra voz socialista a comentar
compromisso espanhol «de con-
a decisão e fê-lo na sessão de Câmara da passada segunda-feira.
cretizar a ambicionada ligação
«É um sinal político importante. A Guarda está à altura dessa res-
entre Zamora e Bragança» –, e no
ponsabilidade e saberá tirar partido disso», disse o eleito. O tema
domínio da água e da segurança.
levou Álvaro Amaro a criticar Pedro Fonseca por o presidente da
Portugal e Espanha anunciaram
Federação do PS ter tido um «comentário deselegante para com
também que vão promover uma
o executivo e para com o presidente da Câmara» no Facebook
candidatura conjunta com Marro-
quando elogiou apenas o «empenho» do deputado Santinho
cos para a realização do Mundial
Pacheco para que a cimeira fosse na Guarda.
de futebol de 2030.
10 • • Quinta-feira • 29 de novembro de 2018

Vila Nova de Foz Côa Trancoso

Projeto da Casa do Rio Hotel vence GNR celebra Dia da Unidade no domingo
A cidade de Trancoso aco-
Prémios Construir DR
lhe no domingo as comemo-
rações do Dia da Unidade do
Comando Territorial da GNR
da Guarda.
A efeméride é assinalada,
a partir das 15 horas, com uma
cerimónia militar no Largo das
Portas d’El Rei, onde serão
homenageados os militares
falecidos e condecorados guar-
das e oficiais em serviço no
distrito, e um desfile das forças
em parada. Já esta quinta-
feira (9 horas) o TMG recebe
o seminário internacional
“Organização e policiamento
em Territórios de Baixa Densi-
dade, que modelo?”, que reúne
especialistas e representantes
das forças policiais de Portugal
e Espanha, bem como autarcas.

Vila Nova de Foz Côa

“Côa Symposium” junta especialistas
em arte rupestre DR
A Casa do Rio Hotel foi distin- sob uma linha de água onde ainda Arquitetura, Engenharia, Constru-
guida na 11ª edição dos Prémios existe um antigo pomar de laran- ção e Imobiliário. Este ano, o ar-
Construir 2018 como o Melhor jeiras. Na sua categoria, a Casa do quiteto Eduardo Souto de Moura
Projeto Privado na categoria de Rio Hotel, também selecionada e o engenheiro António Adão da
Arquitetura. para o prestigiado Prémio de Fonseca foram galardoados com o
A unidade hoteleira é da Arquitetura Contemporânea da “Prémio Excelência”. As nomeações
autoria do gabinete de arquitetos União Europeia Mies van der Rohe para os Prémios Construir 2018,
Menos é Mais e foi desenvolvida 2019, tinha concorrentes de peso cuja gala decorreu em Lisboa na
para ser utilizada como uma ex- como o Edifício Vieira de Almeida, semana passada, foram realizadas
tensão do Wine Hotel Quinta do o Pavilhão para o Jardim de Serral- pela equipa do “Jornal Construir”,
Vallado, em Castelo Melhor (Vila ves, a Capela de Nossa Senhora de promotor da iniciativa, com a
Nova de Foz Côa). Tem apenas seis Fátima, o Campus da Nova SBE e o análise de critérios como o mérito,
quartos, mas localiza-se estrate- Colégio dos Plátanos. técnica, funcionalidade e inovação,
gicamente entre as vinhas e o rio Anualmente, os Prémios sendo que os vencedores resul-
Douro, tendo sido construída to- Construir distinguem as melhores taram de uma votação realizada
talmente em madeira e suspensa empresas e obras nas áreas de pelos leitores da publicação. O Museu do Côa acolhe, sidade de Toulouse (França),
de 4 a 6 de dezembro, o “Côa que abordará a Arte do Côa
Sabugal Symposium” que juntará es- como geradora de emoções.
pecialistas mundiais em arte O espanhol Rodrigo de Baldín
Câmara aprova orçamento de 19,9 milhões de euros rupestre num debate que as- falará da arte ao ar livre no
O orçamento da Câmara do e fixem população no concelho, seus valores patrimoniais, dos sinala o 20º aniversário do interior peninsular.
Sabugal para 2019 é de 19,9 mil- assegurar o desenvolvimento e a seus recursos diferenciadores, Vale do Côa como Património A estes nomes juntam-se
hões de euros e foi aprovado por contínua elevação da qualidade da sua genuinidade cultural, da Humanidade. ainda personalidades como
maioria com a abstenção dos três de vida dos cidadãos, prestando da sua atratividade turística e O encontro científico vai os arqueólogos João Zilhão ou
vereadores do PS. um serviço público de quali- do potencial endógeno gera- abordar novos olhares sobre Maria de Jesus Sanches, entre
A estratégia do município dade», lê-se numa súmula do dor de riqueza». Reforçar a a arte paleolítica descoberta outros, que colocaram o Côa
para o próximo ano é «dinamizar documento. Nesse sentido, a colaboração com as Juntas, na zona do agora parque ar- no centro das suas investiga-
a economia local, valorizar as autarquia vai apostar no desen- apoiar projetos dinamizadores queológico e fazer um balanço ções. Deste simpósio vai sair
pessoas e promover o território». volvimento económico com a da economia local, combater o sobre esta classificação pela uma coletânea de estudos,
Segundo o município, presi- implementação «de sistemas e insucesso e o abandono escolar UNESCO. «Vamos ter a pre- para o balanço dos 20 anos
dido por António Robalo (PSD), regulamentos criadores de um e desenvolver o Plano de Ação sença de alguns dos maiores do reconhecimento do Vale do
o orçamento regista um ligeiro ambiente favorável ao investi- para a Regeneração Urbana da especialistas mundiais da arte Côa como Património Mundial
aumento relativamente ao deste mento (Estratégia Municipal de Sede de Concelho, são outros pré-histórica, que vão partil- da Humanidade, da UNESCO.
ano, que foi de 19,7 milhões de Apoio às Empresas e Emprego). eixos prioritários para 2019. A har os seus conhecimentos e No primeiro dia do simpósio
euros. «O grande desafio estraté- Propõe-se também promov- Câmara quer igualmente valo- dar contributo para melhor será estreado em Portugal
gico é conter o despovoamento, er «um conjunto de iniciativas rizar os núcleos históricos e o se perceber a evolução da arte o novo filme de J.L. Bouvret,
promover o território, atrair in- de promoção do Sabugal, da património natural e reforçar as do Côa», afirma Bruno Na- “La Bataille du Côa: une leçon
vestimentos que criem emprego marca Sabugal, do território, dos relações transfronteiriças. varro, presidente da Fundação portugaise», numa sessão
Côa, entidade que organiza o que conta com a presença do
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simpósio. Outro dos objetivos é realizador. Para o último dia
O
à a partilha de modelos de gestão está prevista a assinatura de
IÇ deste tipo de património. Está diversos protocolos entre a

E D confirmada a presença de Paul Côa Parque, a Agência Ciência

ª Bahn, do Reino Unido, que vai
11 falar da arte rupestre ao ar
livre, desde a Sibéria ao Egito,
passando pelo Vale do Côa, e
Dominique Sacchi, da Univer-
Viva, a Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa, a Uni-
versidade do Porto e o Centro
de Investigação em Biodiver-
sidade e Recursos Genéticos.

Fundão
Autarquia vai criar Balcão da Inclusão
O Instituto Nacional para de atendimento especializado
a Reabilitação e o Município sobre a temática da deficiência
A felicidade de uma criança depende de si. 271 22 72 72 www.facebook.com/habitadirecto do Fundão assinaram, na se- ou incapacidade, melhorando a
O seu presente fará a diferença. Entregue o seu donativo nestas lojas até dia 5 de Janeiro de 20I8
Contribua e faça sorrir!
(bens alimentares, roupas, brinquedos, material escolar, ...) mana passada, em Lisboa, um qualidade do serviço prestado
Destinatários da campanha:
Habita Directo
Rua Batalha Reis, nº I05
O Mondego
Av. Dr. Francisco Sá Carneiro
Neurocorpus
Rua do Estádio Municipal, nº28, 1ª Cave
protocolo para a criação de um aos cidadãos que, desta forma,
Instituições de acolhimento de crianças carenciadas da Guarda (em frente ao TMG) (junto à entrada do IPG) (junto ao Estádio Municipal)
Balcão da Inclusão na Câmara contam com um conjunto inte-
Municipal do Fundão. grado de meios para acesso a in-
O balcão vai integrar o formação e resolução de questões
2l
anos
Atendimento ao Munícipe e e que simultaneamente promove
pretende prestar um serviço a inclusão na sociedade.

Dulce Marina
Azul
um abismo primordial, o teu nome
memória do ventre da terra
e dum céu a transbordar
são doces os auspícios de sal
e de mar
a maresia nasce na concha das
tuas mãos
assola-te os olhos na claridade
das manhãs
de que cor tinges o rosto quando
as vagas se alisam e o areal
queima o dia?
há um azul no teu sangue
a caiar a tua pele
o teu nome desvia as sombras
e as palavras pronunciam-se
vagarosamente
como se a vida quisesse deixar-se
levar pelos deltas
e mergulhar bem fundo
no mar
Maria Afonso
DO VERDE PINO
Muitas vezes, sentados os dois no eirado sobre o rio, Pedro
lia a Inês as trovas do avô [D. Dinis] (…). confessava que
só lhes descobrira o segredo quando a começara a amar
(…). - Senhores, não vos admireis de ver aqui D. Pedro
tão sensível à poesia (…)
AFONSO LOPES VIEIRA, ‘A paixão de Pedro o cru’, 1943
no verde pino as flores da viagem avoenga
as palavras ensinam a regressar à pele
dos amantes que as embalam e saboreiam
com o infinito dinis a empoar o horizonte
de cantigas íntimas e outras murmuradas
pelas águas semi-adormecidas do mondego
mas sabendo de cor os versos que terçam glórias
e os que choram e os que guardam segredos
e os que embateram contra os muros da cerca do paço
de santa clara onde repousam os vestígios da passagem
das ladainhas de uma avó santa mas que desconhecia
o idioma dos pássaros e a linguagem das flores
do verde prado e por isso não havia maneira
de encontrar mensageiros
que trouxessem novas de todos os amigos
e amados desavindos desencontrados condenados
pela distância e pela instrução canónica
caligrafada ante a explanação de um teorema
tangível quantificado provado e até demonstrado: m
as não deixa reler e saber de cor - como as águas ~
suspensas no seu semi-sono - as trovas que sulcou
um dia o estro do avô dinis - o lavrador.
JOÃO MENDES ROSA
in ‘Cartas Apócrifas de Pedro a Inês’, inédito, 2019
Quinta-feira • 29 de novembro de 2018 • • 11
António José Dias de
Almeida - a simplicidade
que ensina o caminho
Desprendia as palavras como sopros leves. Eu agarrava-as e
inundavam-me as mãos. Às vezes a alma. Sei bem o lugar onde me
sentava. Na terceira carteira da terceira fila. A meio da sala. Como se
ali o som das palavras tivesse o seu epicentro e o meu ser fosse um
sismógrafo de emoções. A bondade escorria-lhe pelos poros e a aula
era uma lição de literatura e de como aprender a existir.
O que dizia vinha de dentro, que os olhos nunca enganam. Uma
humidade luminosa aclarava as paredes da sala. Éramos jovens a
absorver os ensinamentos e o gesticular das mãos. Já depois da aula
ter começado alguém batia à porta. Um quase ritual. Com a paz na
voz lá dizia é o Albuquerque. Todos chegávamos atempadamente e
nem a entrada tardia do Albuquerque arriscava beliscar aquela paz.
A literatura portuguesa passou a ser lida e sentida com outro
vigor. Estranhamente, ou não, ainda me espanto quando dou por mim
a lembrar de cor certas cantigas de amigo e de amor ou excertos do
Menina e Moça. Li e reli Os Maias e voltarei a reler só para sentir o
descompassar do coração. Mas são sempre as palavras do Eugénio
de Andrade a ressoar nas palavras do professor que me atiram contra
a parede e me cortam a respiração.
Quis o destino que o tivesse como professor também a Francês.
E o André Gide a ecoar, ceux qui ont des yeux sont ceux qui ne savent
pas regarder. Toda a minha visão se turvou e principiei a ler, como
cega, as obras de Sartre e Camus na língua original. Quando havia
um texto maior para ser lido por um aluno quase sempre me cabia a
mim essa tarefa. O nervosismo que me assolava inicialmente foi-se
desvanecendo e as palavras soltavam-se por si próprias. A minha boca
purificava-se naquela serenidade transferida.
Guardo a memória do elevado grau de exigência a que nos subme-
tia. Hoje olho para trás com outra nitidez e tenho a certeza que foi esse
rigor sem imposição que me tornou mais forte. Fiz-me professora. Em
início de carreira fomos colegas na mesma escola. Mas para mim ele
seria sempre o professor. Noutra escola foi meu convidado para uma
sessão sobre poesia. Não disse que não. E os laços que me uniam a
ele desde os meus dezasseis anos foram-se reforçando.
O tempo foi passando e muito tarde, ou no tempo devido porque
tudo tem o seu tempo, comecei a escrever. Poesia. Desde o primeiro
livro o professor fez questão de estar presente. Um dia enchi-me de
coragem e solicitei que fosse ele a apresentar um livro meu. Que
seria uma honra para mim. Aceitou de imediato. Que seria uma honra
para ele. O professor nunca soube dizer não. As pessoas simples
são sempre as que mais dão de si. As pessoas sábias são sempre
as mais simples.
De vez em quando ligamos para saber um do outro. Uma ou outra
vez combinamos um café. Ele não sabe mas continua a ensinar-me.
Quando comenta os meus textos. Quando me incentiva a continuar.
Quando fala de si.
Continuo a ver aquela humidade luminosa nos seus olhos. E
gosto. Faz-me clarear. Porque tenho sempre dezasseis anos.
Maria Afonso
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12 • • Quinta-feira • 29 de novembro de 2018

Maria do Carmo Borges quer «m

e empresas» em 2019 DR DR
Há dezanove anos a Guarda
viveu ao ritmo de uma inaugu-
ração por mês por causa das
comemorações dos 800 anos de
atribuição do foral à cidade pelo
rei D. Sancho I.
A Câmara então presidida
pela socialista Maria do Carmo
Borges cortou a fita em equipa-
mentos públicos, espaços cultu-
rais e sociais, estradas, jardins e
numa escola. As cerimónias con-
taram quase sempre com a pre-
sença de membros do Governo de
António Guterres. Foi assim com a Jardim dos Delírios Paço da Cultura
abertura das piscinas municipais,
inauguradas pelo então ministro de Oliveira Martins apadrinhou a reabilitação do jardim do Quintal concretizado o Quarteirão das Alameda da Ti´Jaquina, um pro-
do Ambiente José Sócrates ou a Escola Carolina Beatriz Ângelo. Medroso e o Centro Social e Cultural Artes e os Passadiços do Monde- jeto que não conseguiu concluir
do Paço da Cultura, por António Num ano em que o município de S. Miguel, que foi sede da extinta go, para «que tragam muita gente apesar de «ter trabalhado muito
José Seguro, na altura ajunto do não teve mãos a medir foram Junta de Freguesia de S. Miguel. à Guarda». para o construir». Mais polémica,
primeiro-ministro. Nesse ano, também inauguradas a estrada Todas estas obras têm em comum Maria do Carmo Borges es- a ex-autarca quer ver anunciado
o ministro dos Assuntos Parla- municipal para o Alvendre, a heli- Maria do Carmo Borges. Passados pera também que a candidatura no próximo ano «muito mais
mentares António Costa também pista do Hospital Sousa Martins, o 19 anos, a ex-presidente da Câmara a Capital da Cultura em 2027 se emprego e a instalação de novas
veio à Guarda inaugurar o Jardim Cibercentro na Praça Velha (hoje lamenta que algumas delas já não concretize porque «há muitos empresas na plataforma logística,
dos Delírios e a João Cravinho, Junta de Freguesia da Guarda), o tenham a função para que foram anos que, na Guarda, se investiu não apenas as que se mudaram
ministro do Equipamento, coube jardim de infância do Bairro da criadas e que outras estão degrada- na Cultura, uma área onde se deve para lá». Maria do Carmo Borges,
a segunda fase da VICEG (Via de Luz, a requalificação dos antigos das e «votadas ao abandono», caso continuar a investir de forma mais hoje afastada da política, conside-
Cintura Externa da Guarda). O Paços do Concelho, o centro de do Jardim dos Delírios. ambiciosa». ra que não está «a pedir muito»:
secretário de Estado da Admi- interpretação do Parque Natural da Nos 819 anos da Guarda a A histórica socialista aguarda «Basta-me ver que as coisas
nistração Educativa Guilherme Serra da Estrela (hoje encerrado), antiga autarca gostaria de ver igualmente pela concretização da estão a andar no próximo ano,

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mais emprego
DR
não estou a pedir inaugurações»,
esclarece, não sem antes «felicitar
o Governo» pela conclusão da
modernização da Linha da Beira
Baixa, pela criação da plataforma
ferroviária na Guarda, pela cons-
Piscinas Municipais
Quinta-feira • 29 de novembro de 2018 • • 13
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LORD
DAVID
Antigos Paços do Concelho
trução da variante à Sequeira,
entre a VICEG e o Bairro Nª Sra.
de Fátima e pelo desfecho do
caso do Hotel Turismo. «Espero
que seja uma realidade a curto
prazo», afirma. DR
Rua Mouzinho da Silveira, 11-A • 6300-735 GUARDA
Telefone 271 227 081 • Email: donascimentolda@gmail.com
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14 • • Quinta-feira • 29 de novembro de 2018

Projeto
Orquestra Académica Filarmónica Obras na Torre dos Ferreiros vão arrancar DR

Portuguesa nasce na Guarda

O município da Guarda e a
Orquestra Filarmónica Portu-
guesa assinaram um protocolo
na terça-feira para a criação de
uma Orquestra Académica que
formará jovens instrumentistas
na cidade mais alta.
O projeto ficará sediado na
Guarda e vai envolver o Conser-
vatório de Música S. José e as
escolas de música e instituições
de ensino artístico do concelho. O
acordo entra em vigor em janeiro
de 2019 e insere-se no quadro
estratégico da candidatura da
Guarda a Capital Europeia da
Cultura 2027. Nesse sentido, a
orquestra colocará em contacto
os alunos locais mais promisso-
res com «alguns dos melhores
jovens intérpretes nacionais». As
primeiras audições livres para
selecionar os futuros músicos da
orquestra realizam-se no Porto
e Lisboa, a 27 e 28 de dezembro,
respetivamente. Uma terceira
sessão terá lugar na Guarda a
12 de janeiro. Podem participar
estudantes com idades entre os
16 e 23 anos. Nestas fases serão
apurados 65 instrumentistas que
participarão em duas residências
artísticas a realizar nas férias
da Páscoa e Verão de 2019, na
Guarda, sob a direção do maestro
Osvaldo Ferreira.

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Dentro de um ano vai ser pos-
sível subir ao miradouro da Torre
dos Ferreiros, na Guarda, através
de um elevador panorâmico.
É esse, pelo menos, o pra-
zo de conclusão da obra, cuja
consignação da empreitada foi
assinada na passada terça-feira,
dia em que a cidade comemorou
Snack Bar & Petiscos 819 anos. Com um valor previsto
de 570.600 euros, mais IVA, será
a empresa Opualte, do grupo Al-
Rua da Corredoura, 13 nº 90 bino Teixeira, a responsável pelos
trabalhos. O projeto inclui a insta-
(Guarda-Gare) lação de um elevador panorâmico
e a criação de um miradouro no
topo do monumento nacional
guardense. A intervenção na
torre datada do século XII/XV, foi
aprovada pela Direção-Geral do
Património e consiste em fazer
da torre, situada na zona central
da cidade, um espaço de visitação.
O elevador será instalado no
terreno contíguo ao monumento
para levar os visitantes até ao
topo, onde poderão apreciar as
vistas da Guarda e do horizonte.
Da responsabilidade do gabinete
de arquitetura Barbosa & Guima-
rães, o projeto contempla a insta-
lação de um binóculo e elementos
informativos da paisagem. Para
concretizar esta empreitada a
autarquia garantiu um financia-
mento de 85 por cento no âmbito
do Pacto para o Desenvolvimento
e Coesão Territorial da Comuni-
dade Intermunicipal das Beiras
e Serra da Estrela. O restante será
da responsabilidade da Câmara. A
Torre dos Ferreiros é uma das mais
emblemáticas estruturas da antiga
muralha da cidade e foi restaurada
há três anos pelo município.

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Matos & Prata, S.A.

Rua Vila de Manteigas, 1
6300-617 Guarda
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6000-459 Castelo Branco
Tel.: 272 098 217

Associativismo
Gouveia acolhe Encontro Distrital
de Associações Juvenis
Refletir e debater os concei-
tos de juventude e participação
social, os jovens e a democracia,
cidadania ativa, comunicação
inclusiva e educação não formal
são os objetivos do 22º Encontro
Distrital de Associações Juvenis
(EDAJ), que decorre de sexta-
feira adomingo em Gouveia.
A iniciativa é promovida
pela Federação das Associações
Juvenis do Distrito da Guarda
(FAJDG) e inclui workshops de
novas tecnologias na gestão as-
sociativa e de debate e oratória
durante os três dias do en-
contro. Os jornalistas Paulo
Prata (“Notícias de Gouveia”),
Dina Aguiar (RTP) e Patrícia
Figueiredo (TVI) participam
no painel intitulado “Viver Lo-
cal, Comunicar Global”. Como
Pinhel
Câmara reconstrói casa para família
carenciada
O município de Pinhel re-
abilitou uma habitação degra-
dada, na localidade da Quinta
Nova, para acolher uma família
carenciada com dois filhos, um
deles menor.
Segundo a autarquia presi-
dida por Rui Ventura, na origem
desta intervenção esteve a situa-
ção de «grande precariedade
habitacional» deste agregado,
cujos pais tinham problemas de
saúde que os «impedia de de-
senvolver uma atividade profis-
sional». O caso foi acompanhado
pelo Gabinete de Ação Social da
Câmara, tendo o casal adquirido
uma casa pertença da família,
ficando a reconstrução a cargo
Lisboa
Casa do Concelho de Gouveia comemora
67 anos
A Casa do Concelho de Gou-
veia, em Lisboa, comemora no
sábado o 67º aniversário com
uma sessão solene e um almoço
convívio.
Diogo Dias Ferreira é o
orador convidado desta sessão
e vai falar sobre a vida e obra
habitualmente, realiza-se uma
mostra associativa em que as
coletividades divulgam o que de
melhor fazem junto dos jovens
e suas comunidades. O debate
sobre políticas públicas de ju-
ventude terá lugar no domingo,
na tradicional “Hora de partir a
loiça!”, seguindo-se a apresen-
tação e votação do documento
de conclusões. Além disso, o en-
contro proporcionará inúmeros
momentos de partilha, convívio
e troca de experiências, bem
como de descoberta do concelho
e da cidade de Gouveia. A orga-
nização conta com a presença de
centena e meia de participantes,
além de representantes das
Federações Regionais e da Fed-
eração Nacional de Associações
Juvenis (FNAJ).
DR
do município, que investiu cerca
de 36 mil euros. «Tendo em
conta a situação de fragilidade
social do agregado, e nomeada-
mente os seus fracos recursos, o
casal não contribuiu financeira-
mente para a intervenção, mas
colaborou noutras propostas
apresentadas pelos técnicos da
autarquia, nomeadamente na
participação em programas de
recuperação o que lhes permite
exercer atualmente uma ativi-
dade profissional (o marido a
tempo inteiro e a esposa a tem-
po parcial)», adianta a edilidade
pinhelense em comunicado. A
família recebeu a chave da nova
casa (na foto) na terça-feira.
de alguns ilustres gouveenses,
entre os quais os irmãos Botto
Machado. De resto, está patente
na Casa do Concelho de Gouveia
a exposição “150 anos do nas-
cimento de Pedro Amaral Botto
Machado - Republicano e ben-
emérito do concelho de Gouveia”.
Míscaro voltou a
ser rei em Aguiar
da Beira
Decorreu no fim-de-semana a sexta edição Certame Gastronómico do Míscaro
Ana Eugénia Inácio
Terminada a sexta edição,
a organização não tem dúvidas
que o Certame Gastronómico
do Míscaro, em Aguiar da Beira,
veio para ficar e que «é bom para
o concelho».
Quem o diz é o presidente da
Câmara, segundo o qual o evento
que decorreu no fim de semana «à
volta do ex-libris que é o míscaro
e de outros produtos endógenos,
como o mel e a castanha, é bom
para que as pessoas conheçam
Aguiar da Beira e voltem». Joa-
quim Bonifácio considera mesmo
que «é através dos nossos produ-
tos endógenos que valorizamos
toda essa economia familiar e
concelhia». A atividade decorreu
no pavilhão gimnodesportivo
da vila e contou com um espaço
gastronómico e um mercadinho
Aguiar da Beira
Câmara com orçamento de 10,7 milhões de euros para 2019
A Câmara de Aguiar da Bei-
ra aprovou, por maioria, com a
abstenção dos dois eleitos do
PSD, a proposta de orçamento
municipal para 2019, no valor
de 10,7 milhões de euros, menos
1,4 milhões relativamente ao do
ano em curso.
O presidente do município
afirma que o documento foi
elaborado com «rigor e trans-
parência» e que não haverá
diminuição do investimento no
próximo ano. «É previsível que
o ano 2018 seja encerrado com
um bom saldo de gerência e com
a passagem desse saldo serão
incluídos novos investimentos»,
Quinta-feira • 29 de novembro de 2018 •
agrícola reservado aos produtos
locais, como o queijo, enchidos,
mel, doçaria e artesanato, além
dos cogumelos silvestres e das
castanhas. Mas nem só dentro de
quatro paredes viveu o certame
dedicado ao míscaro: tal como
aconteceu em anos anteriores, o
trail voltou a ser um dos pontos
altos do programa. Depois de no
ano passado terem ultrapassado
os 300 participantes, a organiza-
ção adiantou que nesta edição
quase se atingiu o meio milhar de
atletas e caminheiros.
Joaquim Bonifácio adiantou
que a prova pelos trilhos do mís-
caro contou «com a participação
de pessoas de várias partes do
país e de Espanha». A cada par-
ticipante foi também entregue
uma árvore «para depois ser
plantada numa zona deserta»,
explicou o edil, confiante de que
esta é uma forma de «proteger
adianta o independente Joaquim
Bonifácio, que quer concluir
obras já adjudicados para re-
qualificação e beneficiação de
infraestruturas existentes. O
edil pretende também iniciar
as empreitadas de alargamen-
to da rede de abastecimento
de água e saneamento básico
a locais da sede e de algumas
freguesias que ainda não têm
essas infraestruturas. A conclu-
são da requalificação do centro
histórico, no âmbito do Pacto
de Desenvolvimento e Coesão
Territoriais Viseu Dão Lafões
e do PARU - Plano de Ação de
Regeneração Urbana, é outra
• 15
AEI
o ambiente». Durante o fim de
semana houve ainda exposições,
concursos, provas gastronómi-
cas, workshops e sessões de
“livecooking”. Por estes dias,
também os restaurantes do con-
celho foram desafiados a confe-
cionar pratos com os produtos
endógenos de Aguiar da Beira,
sendo naturalmente o míscaro a
iguaria mais procurada e «con-
fecionada de várias maneiras».
Além disso, este foi um bom
ano para os seus apreciadores,
«pois há míscaros em grandes
quantidades». O presidente do
município acredita que este «é o
caminho» para divulgar e apoiar
o desenvolvimento do concelho:
«É neste tipo de eventos que
temos de apostar. Quando todos
falam do interior, é através dos
que cá vivem que se pode fazer
algo por estes territórios», afir-
mou o autarca aguiarense.
das áreas prioritárias, a par da
ação social, da valorização do
património concelhio e do apoio
ao empreendedorismo.
«Este orçamento reflete ain-
da a preocupação do executivo
com o rigor e equilíbrio financei-
ros, demonstrados pela redução
da dívida de médio e longo prazo
em cerca de 69 por cento relati-
vamente ao final de 2013, quando
era de cerca de 4,2 milhões de
euros, prevendo-se que no final de
2019 seja de aproximadamente
1,2 milhões de euros», destaca
Joaquim Bonifácio. O orçamento
vai ser discutido na Assembleia
Municipal desta quinta-feira.
16 • • Quinta-feira • 29 de novembro de 2018
Vila Nova Foz Côa
Feira do livro até dia 16 na biblioteca
A 14ª edição da Feira do
Livro de Vila Nova de Foz Côa
decorre de sexta-feira a 16 de de-
zembro na biblioteca municipal.
Este ano a atividade, cujo
objetivo é fomentar a leitura e o
gosto pelos livros, fica marcada
pela exposição “José Saramago
– 20 Anos Prémio Nobel”, que é
inaugurada esta sexta-feira. No
sábado há um encontro com
o escritor Nuno Nepomuceno,
a propósito do livro “Pecados
Santos”, e na segunda-feira a
ETCetera Teatro apresenta a
peça “O Principezinho” para os
alunos do pré-escolar, 1º ciclo
e CDCI-CAO. Nos dias que se
seguem está confirmada a pre-
Gouveia
Câmara com orçamento de 21,8 milhões
de euros em 2019
A Câmara de Gouveia
aprovou, por maioria, o orça-
mento para 2019, no valor de
21,8 milhões de euros, menos
2,72 por cento relativamente
ao deste ano. Os dois vereado-
res do PS abstiveram-se.
A redução face ao orçamen-
to de e 2018 é justificada por
«um conjunto de intervenções
que estão com uma dotação
no valor de um euro», pois
o município desconhece «o
resultado de possíveis candida-
turas» a fundos europeus, disse
o presidente Luís Tadeu. Entre
as principais propostas está a
Manteigas
Município lidera projeto CARE
O município serrano li-
dera o projeto CARE – Ação
Cultural para os Refugiados
na Europa que tem início a 18
de dezembro e envolve outras
autarquias e associações de Es-
panha, França, Itália, Bulgária
e República Checa.
A iniciativa arranca no Dia
Internacional dos Migrantes, em
Manteigas, com a conferência “O
valor da diversidade cultural”. Os
parceiros pretendem construir
Fornos de Algodres
Gastronomia e teatro culminam passeio
micológico
A Confraria da Urtiga reali-
za no sábado o seu tradicional
passeio micológico que conta
este ano com a participação de
Àngel Torrent e de Miquel À. Pé-
rez de Gregório, da Associação
Micológica Joaquim Codina, de
Girona (Espanha).
Os dois especialistas serão
os guias da saída de campo e, à
tarde, falarão sobre o tema das
intoxicações por cogumelos,
dando a conhecer Olot - a capital
do vulcanismo, e os cogumelos
sença do escritor infantil João
Manuel Ribeiro (quarta-feira)
e a apresentação do livro “O
senhor Ribeiro e o guarda-rios”,
com texto de Pedro Seromenho
e ilustração de Sebastião Peixoto
(7 de dezembro). No dia se-
guinte o convidado é Francisco
Moita Flores para falar do seu
novo livro “O Mistério do Caso
de Campolide” e no domingo o
escritor António Sá Gué lança
“Reflexos de Mim”. A feira ter-
mina com as apresentações do
livro “A morte do padre Max”,
de Luís Costa Ribeiro (dia 13), e
do catálogo da exposição “Côa: O
Rio que nos Une”, de Jorge Abreu
Vale (dia 16).
Reabilitação Urbana da cidade,
com a concretização da primeira
fase do Plano Estratégico de De-
senvolvimento Urbano (PEDU),
num investimento superior a
três milhões de euros, que con-
templa a requalificação do mer-
cado municipal, as demolições
da antiga fábrica Bellino & Belli-
no, a requalificação do Bairro do
Castelo e da zona envolvente da
central de camionagem. O mu-
nicípio quer ainda dinamizar a
valorização da fileira do queijo
Serra da Estrela, criar um banco
de terras e a uma incubadora de
base rural.
uma rede europeia de pequenas
comunidades para «promover o
diálogo e o intercâmbio cultural,
por um lado, e reforçar a cultura
de solidariedade e acolhimento,
por outro», adianta a edilidade
presidida por Esmeraldo Carva-
lhinho. Financiado pelo Progra-
ma “Europa para os Cidadãos”, o
projeto CARE tem uma duração
de 18 meses e conta com várias
atividades nos restantes cinco
países parceiros.
que aí proliferam. A gastrono-
mia também não vai faltar na
XIVª edição da iniciativa, com o
chef António Santos a confecio-
nar iguarias com base no boleto,
o cogumelo mais apreciado da
região, e noutros ingredientes
característicos do concelho.
Durante o almoço haverá um
espetáculo teatral que dá a
conhecer a importância que os
fungos tiveram na Restauração
de Portugal como país soberano,
há 378 anos.
Vinhos brancos
estiveram em
destaque na Mêda
Integrada em duas regiões demarcadas, o Douro e a Beira
Interior, a Mêda promoveu os seus néctares num Encontro
Nacional de Enólogos
Vinhos brancos estiveram em destaque no certame que decorreu no passado fim-de-semana
Ana Eugénia Inácio
Foi a pensar «na riqueza que
o concelho produz» que o último
fim de semana foi dedicado aos
vinhos na Mêda com o primeiro
Encontro Nacional de Enólogos.
A iniciativa da autarquia
decorreu na nave de exposições
do Mercado Municipal e desti-
nou-se a divulgar os néctares
com assinatura medense, mas
também a «potenciar e valorizar
a economia do concelho através
dos nossos produtores», afir-
mou o presidente da Câmara.
Neste primeiro encontro de
enólogos a autarquia procurou
«trazer enólogos e especialistas
de todo o país, porque somos
uma região que produz vinhos
de excelência», justificou An-
selmo Sousa, lembrando que na
Mêda se produzem «vinhos pre-
miados em concursos nacionais
e internacionais». No evento
participaram cerca de 45 enólo-
gos, que tiveram a oportunidade
de conhecer vários produtores
e o principal destaque foi para
os vinhos brancos de altitude,
«que são quase únicos no país»,
assegura o autarca.
Durante o evento os jornalis-
tas da especialidade classificaram
os dois melhores brancos, numa
prova que serviu de incentivo ao
que de bom se faz na região, e os
preferidos foram o Xistos Altos
(Douro), do produtor Muxagata,
AEI
e os Souvall Colheita Seleciona- do certame esteve o secretário de
da (Beira Interior). Apesar de Estado da Agricultura e Alimenta-
dedicado aos vinhos, os produ- ção, Luís Vieira, que não poupou
tos endógenos do concelho não elogios à iniciativa que consid-
foram esquecidos e promoveu-se erou ser «muito importante para
também o azeite, o mel, queijos um concelho de transição, com
e enchidos, doçaria e artesan- duas Comissões Vitivinícolas e
ato produzida no concelho me- vinhos de excelente qualidade e
dense. Presente na inauguração certificados»
Anselmo Sousa pede classificação
de «altitude»
Aproveitando a presença do secretário de Estado, Anselmo
Sousa deixou duas reivindicações ao Governo.
A primeira prende-se com a classificação das castas, pois o
edil gostava que ela «seja feita de uma forma diferente para que
os nossos produtores possam potencializar ainda mais os seus
produtos», pedindo que para isso passe a existir «a designação
de altitude». Um fator que «dá mais qualidade ao vinho e que
deve ser tido em conta», considerou o autarca. O outro pedido é
que seja «criado um núcleo do Instituto dos Vinhos do Douro e
Porto no concelho», pois atualmente os produtores «têm que se
deslocar muito, até à Régua, para tratar de qualquer assunto».
Uma distância que poderia ser «evitada», sendo que a criação
dessa delegação seria «um incentivo aos produtores». Luís Vieira
tomou nota dos pedidos, que serão avaliados.
A questão do regadio foi outro dos assuntos abordados pelo
presidente da Câmara, mas desta vez o recado foi para a Direção
Regional de Agricultura. «Temos há vários anos um projeto de
regadio para Coriscada e sabemos que os regadios são uma prio-
ridade do Governo», disse Anselmo Sousa, que apelou para que
o «projeto seja viável e a candidatura aprovada». O edil explicou
que o empreendimento é «de extrema importância e uma mais-
valia para os agricultores do concelho». Na resposta, o secretário
de Estado revelou que «dentro de 15 dias vamos a abrir portaria
que permitirá apresentar a candidatura». No caso da Mêda, disse
acreditar que não haverá entraves, pois trata-se de «um projeto
muito avançado».

Opinião
Ovo de Colombo
Gilda em Trinidad
Miguel Moreira
Rita Hayworth, a minha es-
trela favorita, faria em 2018 100
anos de vida. É mais que justo
prestar-lhe uma pequena ho-
menagem e dar-vos a conhecer
um dos seus desempenhos que
mais aprecio, o pouco conhecido
“Affair in Trinidad” (1952). Este
filme constituiu o retorno de Rita
à tela grande, depois de fracas-
sado o seu casamento de quatro
anos com o príncipe Aly Khan. Só
por isso é inegável a sua impor-
tância e destaque na carreira e na
história do mito Hayworth. Quan-
do, para felicidade de imensos
fãs, uma estrela de tal magnitude
regressa a Hollywood, o sucesso
de um filme é um dado adquirido.
E assim foi.
O “noir” “Affair” foi um
dos filmes de toda a carreira da
ruiva que mais dinheiro gerou
nas bilheteiras (se não mesmo
o mais rentável). Porém, isso
não significa que estejamos pe-
rante uma grande película. Além
de bastante famoso por ser o
“comeback” de Rita, “Affair” é
igualmente conhecido por ser
quase uma cópia descarada da
muito mais conceituada “Gilda”
(1946). Seguramente que a
Columbia sabia que não tinha
de gastar um elevado “budget”,
nem fazer um filme demasiado
elaborado para atrair o público.
Bastava o retorno da atriz e imitar
o seu papel mais inesquecível e
glamoroso. E é aqui que reside o
calcanhar de Aquiles de “Affair”.
Este não é um mau filme ou
muito pior que o seu anteces-
sor, mas viverá para sempre na
sombra da comparação. Como
em “Gilda”, deparamo-nos com
uma história que se desenvolve
numa terra exótica, onde uma
mulher sensual dança dois
bailes e é disputada entre dois
homens.
Fraquezas à parte, há que
dizer que “Affair” é um produto
decente e agradável. Realizado
pelo subvalorizado Vincent Sher-
man, o filme tem um ótimo ritmo,
DR
uma cuidada fotografia (de Jose-
ph Walker) e uma banda sonora
apreciável (composta por George
Duning). O argumento, escrito
por James Gunn e Oscar Saul,
ainda que não sendo nada de
excecional, pouco convincente
e bastante previsível, conta com
alguns momentos interessan-
tes, principalmente na cena em
que Rita se põe a bisbilhotar o
“anexo proibido”, sendo que nós,
espectadores, sabemos que ela
corre claramente o risco de ser
apanhada. É um momento muito
“à la Hitchcock” em que a audiên-
cia sabe mais que a personagem,
temendo pela sua situação de
perigo. E por falar em Hitchcock,
é evidente a inspiração de Sher-
man, como ele próprio admitiu,
não só em “Gilda”, mas também
em “Notorious” (1946). Num
filme como no outro, deparamo-
nos com o suculento “cloak-
and-dagger plot” em que uma
mulher de decência duvidosa é
levada pela polícia a “meter-se”
numa mansão governada por um
homem perigoso.
No que a aspetos positivos
diz respeito, vale a pena mencio-
nar os apreciáveis números de
dança protagonizados por Rita
e coreografados pela talentosa
Valerie Bettis. Se tomarmos a
famosa tese de Laura Mulvey
de que, no cinema clássico
de Hollywood, a personagem
feminina foi constantemente ex-
plorada como um objeto erótico
e passivo, podemos dizer que, de
facto, Rita faz jus ao seu estatuto
de “Sex Goddess” (principal-
mente quando dança). Todavia,
também é válido considerar que
a sua personagem se revela ativa
e capaz de controlar a narrativa,
como quando, por exemplo, baila
de modo a atenuar o mau am-
biente que foi instalado na festa
do antagonista, já para não dizer,
como muito bem considerou a
investigadora Adrienne L. McLe-
an (2005), que Rita, no número
inicial “Trinidad Lady”, parece
escarnecer vitoriosamente do
voyeurismo masculino.
Quinta-feira • 29 de novembro de 2018 • • 17
Guarda
Há arte contemporânea espalhada
pelo centro histórico DR
As ruas do centro da Guarda
têm patente a exposição “Via Pic-
tórica – Painéis Digitais Murais”.
São 30 painéis de artistas
contemporâneos ibéricos que
estão espalhados pelo centro
histórico da cidade mais alta,
numa iniciativa do Museu local
e da autarquia. A mostra foi
inaugurada na terça-feira, nas
comemorações dos 819 anos da
Guarda. Trata-se de uma proposta
de roteiro urbano artístico cons-
tituído por 30 obras inéditas que
resultam de um repto lançado
pelo museu a artistas plásticos
de Portugal e Espanha. A técnica
utilizada consiste na combinação
da imagem fotográfica com a
(des)construção digital, «opera-
ção que confere uma riqueza de
elementos e profundidade onde o
real se dilui num plano que parece
interromper ou sobrepor-se à
própria imagem original», adianta
João Mendes Rosa, diretor do mu-
seu. O trabalho de pós-produção
consistiu na impressão em alta
definição sobre “dibond”, «o que
confere ao conjunto apresentado
uma atratividade e vitalidade mediante uma linguagem plástica antítese da senda penosa – um
cromática únicas», acrescenta. de cariz contemporâneo», adianta recorrido pelo ‘belo’ que vai do
Os trabalhos, tecnicamente o museu. O resultado é um per- momento da criação até à sua
dirigidos e supervisionados pelo curso «em que tanto o elemento materialidade». A “Via Pictórica”
catedrático de Belas Artes da criacionista como o temático se distribui-se de forma sequencial
Universidade de Salamanca José vai entremeando num diálogo por várias artérias da Guarda con-
Fuentes, foram expressamente com as preexistências parietais fluindo no Campus Internacional
concebidos para o espaço público urbanas. Percorre-se como que de Escultura Contemporânea – o
concreto da Guarda, «procurando impondo a sensação prazero- parque escultórico concebido em
intervir na paisagem citadina sa à dolorífica, uma espécie de 2017 pelo município.
Música
Carla Serrat dá concerto no Sabugal
A cantautora catalã Carla imensas, refugiando-se na pop tará neste concerto alguns
Serrat atua sábado (21h30) criada com sintetizadores e temas que vão fazer parte do
no auditório municipal do ambientes eletrónicos para seu próximo disco, programado
Sabugal. nos fazer viajar com ela ao seu para o início de 2019. A cantora
Com «uma voz doce, frágil universo musical», adianta a estreia-se em Portugal com o
e cativante», a intérprete trans- autarquia. Com apenas um ál- baterista Toni Serrat, seu irmão
porta o público para «ambien- bum editado, “Night Thoughts” e músico que a acompanha em
tes etéreos e paisagens sonoras (2016), Carla Serrat apresen- estúdio e ao vivo.
Performance
Raquel André mostra a sua “Coleção de Amantes”
O auditório do Teatro das
DR
construíram uma intimidade fic-
Beiras, na Covilhã, acolhe esta cionada, capturada pela memória
quinta-feira (21h30) uma propos- e por fotografias». As fotografias e
ta invulgar e inédita. Trata-se de os detalhes destes encontros são
“Coleção de Amantes”, uma per- o conteúdo do espetáculo, que é
formance de Raquel André sobre «uma reflexão sobre a intimidade
a intimidade que é apresentada que é explorada de um para um e
no âmbito do Festival Y. amplificada em palco, tudo real e
Entre Lisboa, Ponta Delgada, tudo ficcionado». Para a perfor-
Rio de Janeiro, Loulé, Minde, Pa- mer, «o que estamos à procura
redes de Coura, Sever do Vouga, quando encontramos alguém? Na
Ovar, Manaus, Barreiro, Bergen, era do email, facebook, instagram,
Stavanger, Oslo, Varsóvia, Cincin- tinder e grinder, tornámo-nos
nati e Portland a artista já colecio- hábeis em ficcionar intimidades».
nou 180 amantes (até setembro “Coleção de Amantes” é uma
2018), «pessoas de todas as criação de António Pedro Lopes,
nacionalidades, géneros e idades, ela num apartamento desconhe- Bernardo de Almeida e Raquel
que aceitaram encontrar-se com cido para ambos e, numa hora, André, com música de noiserv.
18 • • Quinta-feira • 29 de novembro de 2018 Publicidade

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Diretor e Editor: Luís Baptista-Martins • Rua da Corredoura, 80 - R/C Dto - C • 6300-825 Guarda •
Redação: Luis Martins (Chefe de Redacção) e Ana Eugénia Inácio. • Conselho Editorial: António Ferreira, Nuno Amaral Jerónimo, Cláudia Quelhas, João Canavilhas, José Carlos Alexandre, Diogo Cabrita e Maurício Vieira.
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 Quinta-feira • 29 de novembro de 2018 • • 19

Moreirense afasta Sp. Covilhã

da Taça
O Sp. Covilhã foi eliminado
da Taça de Portugal no domin-
go ao perder 3-0 na receção ao
Moreirense em jogo da quarta
eliminatória.
A partida foi muito disputada
a meio campo e sem grandes oca-
siões de golo, com as duas forma-
ções a terem muitas dificuldades
na finalização. Apesar disso, a
equipa da Iª Liga foi a que esteve
mais ativa na frente do ataque
com os locais recuados a tentar
dificultar a subida no terreno do
Moreirense. No primeiro tempo
os remates surgiam desenqua-
drados e só por duas vezes o
estreante Bruno Bolas teve de in-
tervir, para segurar dois remates
fáceis dos visitantes Pedro Nuno
e Arsénio. Já o Covilhã só por uma
vez criou real perigo, quando Mica
Silva, aos 29’, atirou rasteiro e
cruzado rente ao poste.
O segundo tempo começou
da pior forma para os serranos,
pois o Moreirense inaugurou o
marcador aos 46’ por Chiquinho,
que rematou forte e colocado de
fora da área. Os locais tentaram
reagir, mas foram os visitantes
Atletismo
Moreirense venceu 3-0 no Santos Pinto num jogo sem grandes ocasiões
que aumentaram a vantagem aos
55’. Pedro Nuno bateu um canto
e, na pequena área, Makouta
saltou com Chiquinho e marcou
Comandados de Filó não conseguiram contrariar favoritismo da
equipa da Iª Liga e resta-lhes agora “salvar” a época na IIª Liga,
onde ocupam o penúltimo lugar
na própria baliza. Com a partida
controlada, a equipa de Moreira
de Cónegos entregou o jogo ao Co-
vilhã, que aproveitou para subir
Filipe Pinto - Foto Académica
no terreno, aumentar a pressão
e rondar mais vezes a baliza ad-
versária, mas sem eficácia na fi-
nalização. Um remate de Adriano
Ficha de Jogo
Árbitro: João Pinheiro (AF Braga)
Árbitros assistentes: Bruno Rodrigues
e Nuno Eiras
E. Santos Pinto,
Covilhã
Sp. Covilhã.................. 0
Bruno Bolas, Gilberto, Zarabi, Rafael
Vieira, Soares, Guilherme Rodrigues,
Makouta (Diogo Neto, 62’), Mica Silva,
Adriano (Onyeka, 86’), Jahfort (Rick
Sena, 62’) e Deivison
Treinador: Filó
Moreirense................. 3
Pedro Trigueira, Anthony D`Alberto,
Mohamed, Iago Santos, Ruben Lima,
Neto, Mamadou Loum, Chiquinho,
Arsénio (Bruno Fonseca, 85’), Pedro
Nuno (Heriberto, 70’) e Nené (César,
90’)
Treinador: Ivo Vieira
Golos: Chiquinho (46’), Makouta (55’,
p.b.) e César (92’)
Ação disciplinar: Cartão amarelo a
Mohamed (45’).
ainda rasou a barra e Onyeka fez
a bola passar junto ao poste. Nos
descontos, o Moreirense marco o
terceiro golo, por César.
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Paulo Gomes e Vanda Ribeiro

ganham Grande Prémio da Guarda DR

Cento e sessenta e dois atle- mins A, Lua Afonso (Penta Clube

tas de vários escalões correram,
no domingo, o 42º Grande Prémio
da Guarda, que foi ganho pelo
veterano Paulo Gomes.
O atleta do Guilhovai cum-
priu os 9.450 metros do percurso
traçado na zona da Estação e
Parque Urbano do Rio Diz em
30m15s, com Luís Martins (Se-
nhora Desterro) a terminar na
segunda posição com o tempo
de 31m38s. O mesmo que o
júnior Rafael Baraças (CA Seia),
terceiro classificado. A corrida
das senhoras foi dominada pelas
veteranas com a vitória a sorrir
a Vanda Ribeiro (Grecas) com a
marca de 37m54s, seguida de
Maria Teresa Bernardo (Leões
da Fronteira), em 38m08s, e
Sabina Neca (Senhora Desterro),
em 38m33. Por escalões, Beatriz
Brito e Martin Dias (ambos do
Idanhense) venceram em benja-
Covilhã) e Rayan Quanakhar
(Leões da Fronteira) em benja-
mins B, Carlota Almeida (Núcleo
Sportinguista Concelho Sabugal)
e Ricardo Gomes (CP Mangualde)
ganharam em infantis e Joana
Marques e Mário Vicente (ambos
do CA Seia) em iniciados.
Joana Rodrigues (Idanhen-
se) e João Pais (CA Seia) foram
os primeiros em juvenis. Nos
absolutos masculinos o primei-
ro foi Luis Martins (Senhora
Desterro), seguido de Rafael
Baraças (CA Seia), com Cristiano
Pereira (CP Mangualde) a fechar
o pódio com a marca de 31m59s.
Paulo Gomes (Guilhovai) ga-
nhou em veteranos A e Luís
Mendonça (Mini Preço/Bitola
Fresca-Guarda) em veteranos.
A prova contou ainda com uma
corrida de pneus disputada por
onze participantes.
20 • • Quinta-feira • 29 de novembro de 2018 Publicidade
RuadodoCampo,
Campo,55––1º1ºDto
Dto- -6300-672
6300-672Guarda
Guarda Lic.NºNº2890
2890––AMI
AMI
Rua Lic.
271211730-- 967543140
Telefone:271211730
Telefone: 964126775 www.predialdaguarda.pt
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ID:1220 V3 Guarda Vivenda isolada, no centro de aldeia, arrumos. …...27.000€
ID:1235 V2 Centro Sala e coz. comum,2 quartos, anexos, logradouro. .50.000€
D:1003 T2 Guarda Bem localizado,1 wc, sala e um grande terraço……45.000€
ID:1158BT4 Centro Bem localizado, necessitar obras de remodelação..50.000€
ID:1231 T3 Guarda Lareira e despensa na cozinha, 2 wc´s, sótão… ....53.900€
ID:1234 T3 Guarda Coz. c/ despensa,1wc´s,sótão,lugar de garagem... .65.000€
ID:1243 Prédio C/ possibilidade de fazer 3 frações,anexos,logradouro..70.000€
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2
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Santa Casa da Misericórdia da Guarda
CONVOCATÓRIA
Joio Inácio Monteiro, na qualidade de Presidente da Mesa da Assembleia
Geral, da Santa Casa da Misericórdia da Guarda, convoco todos os irmãos,
nos termos do art. 25.º e art. 41.º, n.º 2 do Compromisso, na actual redacção
dada pelo DL n.º 172-A/2014, de 14/11, a reunirem em Assembleia Geral
Ordinária, a efetuar na Igreja da Misericórdia, nesta cidade, sita no Largo
General João de Almeida. no próximo dia 15 de Dezembro de 2018, pejas
14.30 horas.
Ponto único da ordem de trabalhos:
Eleição dos Órgãos Sociais para o quadriénio 2019/2022:
a) Esçlarecimentos pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral sobre
o actual processo eleitoral e a forma como deve ser exercido o direito de
voto, face ao actual Compromisso, após as alterações introduzidas pelo DL
n.º 172-A/2014, de 14/11 e aprovadas em Assembleia Geral Extraordinária
de 9/10/2015.
b) Apresentação da lista concorrente e síntese do seu programa (art. 43.º, n.º 3).
e) Acto eleitoral até votarem todos os irmãos presentes na Assembleia Geral,
seguido da proclamação dos resultados (art. 45.º).
NB: Não estando presentes à hora acima designada, a maioria legal dos
irmãos com direito de voto, para que a Assembleia Geral funcione, convoco
desde já a mesma Assembleia Geral, para reunir no mesmo dia e mesmo
local, meia hora mais tarde (15.00 horas), a qual decorrerá desde que
estejam presentes, pelo menos, 26 irmãos, nos termos do art.26.º, n.º 1,
do Compromisso.
***
Guarda, 23 de Novembro de 2018
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
(João Inácio Monteiro)
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Numerário
Atletismo
Inês Monteiro vence meia
maratona de Évora
A guardense Inês Monteiro (Sporting) venceu no
domingo a meia maratona de Évora, última etapa das
provas organizadas em cidades Património Mundial.
Vencedora no ano passado, a atleta teve um triunfo
folgado, mas controlado, tendo cruzado a meta em 11º
lugar da geral absoluta, com o tempo de 1h14m46s. A se-
gunda classificada Emília Pisoeiro (Recreio de Águeda)
terminou a mais de um minuto. A colega de equipa Carla
Martinho foi terceira em 1h18m23s. Inês Monteiro está
selecionada para competir nos Europeus de Corta-mato
que terão lugar a 9 de dezembro em Tilburg (Holanda).
Em masculinos a vitória foi para Marco Miguel, do Clube
de Praças da Armada.
BTT
Nuno Ribeiro e Vítor Santos vencem
Invernal “Cidade da Guarda”
Nuno Ribeiro (Mozinho RT Martos Pellets) e Vítor
Santos (FranXas Team) foram vencedores da maratona
e meia maratona da 15ª Invernal de BTT “Cidade da
Guarda”, realizada na manhã de domingo.
A prova integrou o programa comemorativo dos 819
anos da cidade mais alta e beneficiou de uma trégua da
chuva. O primeiro betêtista cumpriu os 70 quilómetros
da maratona em 3h18m34s, já o segundo cortou a meta
dos 40 quilómetros da meia maratona após 2h09m18s.
A Invernal juntou mais de 200 participantes, sendo que
29 concluíram o percurso mais longo e 164 terminaram
a meia maratona. A prova deu início à temporada de BTT
de inverno e foi disputada no sistema de “open road” por
caminhos rurais, trilhos e estradas secundárias nas ime-
diações da Guarda. A organização, a cargo da Câmara da
Guarda e do Clube de Montanhismo local, proporcionou
igualmente uma caminhada para os acompanhantes dos
atletas inscritos.
Ténis
Conhecidos os campeões distritais
amadores
Já são conhecidos os campeões da terceira edição
do Circuito Distrital de Ténis Amador (CDTA) da Guar-
da, que contou com treze torneios em nove concelhos
durante o ano de 2018.
Entre abril e outubro, a competição passou por
Trancoso (duas provas), Sabugal, Celorico (três),
Vila Nova de Foz Côa, Guarda (duas), Seia, Aguiar da
Beira, Gouveia e Pinhel. No final foram proclamados
campeões distritais Anabela Santos (Ponte do Abade)
em master 35 anos femininos; Duarte Vaz (Guarda),
em sub-19; João Santos (Valhelhas), em master 30;
Cláudio Figueiral (São Pedro do Sul), em elite; e Paulo
Sousa (Sabugal) em master 40 – ambos na foto. Os tí-
tulos dos restantes escalões não foram atribuídos por
incumprimento do regulamento do CDTA. Segundo
a organização do circuito distrital, os treze torneios
envolveram 115 jogadores/as, sendo que o open “Sr.
Armindo”, organizado em agosto pelo Clube de Ténis
de Gouveia, foi o mais participado com 26 tenistas
amadores.
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Futebol distrital
Figueirense é o novo líder da Iª Divisão
Há novo líder no Distrital da
Iª Divisão da AF Guarda com o
Figueirense a aproveitar a oitava
jornada para se chegar à frente.
No domingo, a equipa de
Figueira de Castelo Rodrigo foi
ganhar 2-0 ao Sabugal (13º clas-
sificado) e complicou ainda mais
a vida do Sporting raiano, pe-
núltimo classificado com quatro
pontos. O Figueirense é primeiro
com 19 pontos, mais dois que o
trio formado pelo Gouveia (2º),
Aguiar da Beira (3º) e Manteigas
(4º). O Desportivo da “cidade-
jardim venceu 1-0 na receção ao
último Soito (14º), enquanto o
Aguiar da Beira protagonizou a
surpresa da tarde ao perder 2-0
em Trancoso (7º). Já o Mantei-
Basquetebol
Mais de 150 jovens no torneio “Cidade da Guarda
A festa do basquetebol re-
gressou ao pavilhão municipal
de São Miguel no domingo com
mais uma edição do torneio
“Cidade da Guarda”.
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Numerário
gas foi travado em casa pelo Sp.
Celoricense (6º) e concedeu um
empate a duas bolas. O Vila Cortês
do Mondego (5º) venceu em casa
o Estrela Almeida (11º) por 4-1, o
Vilanovenses (9º) foi ganhar 2-1
ao campo do Sp. Vilar Formoso
(10º) e o Fornos de Algodres
(8º) derrotou o São Romão (12º)
por 2-1 no municipal da Serra da
Esgalhada.
No domingo joga-se a nona
jornada com os jogos Figueiren-
se-Trancoso, Gouveia-Vila Cor-
tês, Aguiar da Beira-Fornos, São
Romão-Manteigas, Celoricense-
Vilar Formoso, Estrela Almeida-
Sabugal e Soito-Vilanovenses.
Na IIª Divisão jogou-se a quarta
jornada, com o líder Vila Franca
A atividade juntou competi-
ção e convívio reunindo mais de
150 jovens praticantes do clube
local e do Baloncesto Cabrerizos
(Salamanca). Integrado nas co-
DR
das Naves a perder os primeiros
pontos com o empate 2-2 em Pa-
ços da Serra (8º e penúltimo). Nos
restantes jogos, o Nespereira (3º)
foi ganhar 4-0 a Casal de Cinza
(último) e o Freixo de Numão (2º)
venceu 2-1 no campo do vizinho
Foz Côa (4º). O dérbi do concelho
de Pinhel entre a ADC Castelos
(5º) e o Pala (6º) terminou com
uma igualdade a uma bola. Folgou
o Guarda Desportiva (7º). No
próximo domingo há taça da IIª
Divisão, pelo que o campeonato
regressa a 9 de dezembro com
os encontros Vila Franca-Guarda
Desportiva, Freixo Numão-Paços
da Serra, Nespereira-ADC Caste-
los e Pala-Foz Côa. Folgará o Casal
de Cinza.
DR
memorações dos 819 anos da
cidade mais alta, o torneio foi
organizado pela Associação de
Basquetebol da Guarda, Guarda
Basket e município da Guarda.
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Quinta-feira • 29 de novembro de 2018 •
Taça Honra AF Guarda
Sorteados jogos dos oitavos de final
Os oitavos de final da Taça
de Honra da AF Guarda rea-
lizam-se a 20 de janeiro, ten-
do o sorteio sido realizado na
segunda-feira.
Assim, o Freixo de Numão
(IIª Divisão) recebe o Soito (Iª), o
Paços da Serra (IIª) joga em casa
com o São Romão (Iª) e o Vila
Cortês (Iª) defronta o Manteigas
(Iª). Outros jogos entre equipas
do escalão principal vão opor
Todo-o-terreno
Mais dois títulos nacionais
para Mário Patrão
Mário Patrão (KTM) jun-
tou no fim de semana mais uns
títulos ao seu longo palmarés
ao conquistar o segundo lugar
do Nacional de Todo-o-Terreno
e confirmar o título de cam-
peão nacional de TT3.
O campeonato terminou
no passado fim de semana
com o exigente Raide de Gois,
disputado nos trilhos dos con-
celhos de Góis e Arganil (Coim-
bra), onde o piloto de Paranhos
da Beira (Seia) foi segundo da
geral atrás de Diogo Ventura
(Honda) com mais 1m12s
que o vencedor. Os títulos nas
diferentes disciplinas do CNTT
já estavam decididos a favor
de António Maio nas motos,
Arnaldo Martins nas moto4
e da dupla João Monteiro/
Manuel Pereira nos SSV. Mário
Patrão entra agora na fase final
Resistência
Trail “Terras do Lince” corre-se
no domingo no Sabugal
O Iº Trail “Terras do Lince”
realiza-se no domingo na zona
do Sabugal, numa organização
do Clube Terras do Côa com o
apoio do município raiano.
Segundo os promotores,
a prova desafiará «as capaci-
dades físicas dos atletas nas
íngremes encostas do rio Côa,
integrando alguns percursos
já conhecidos dos residentes,
como é o caso da pequena
rota dos Meandros do Côa».
Há duas distâncias à escolha
dos participantes: o trail lon-
Cupão de Assinatura
Nacional_ ____ Semestral.. (12,5€) Anual.. (25e)
Estrangeiro_ Semestral.....(15€) Anual.. (30e)
• 21
o Sabugal ao Estrela Almeida
e o Aguiar da Beira aos Vilano-
venses. O sorteio ditou também
partidas entre formações da IIª
Divisão, caso do Casal Cinza-Foz
Côa e do Nespereira-ADC Cas-
telos. O Pala (IIª)-Gouveia (Iª),
jogo em atraso da eliminatória
anterior, disputa-se a 29 de de-
zembro e o vencedor vai receber
o Celoricense nos oitavos de
final da competição.
DR
da preparação para o próximo
Rali Dakar, que decorre na
América do Sul em janeiro
de 2019. O senense é o piloto
português com mais títulos na-
cionais de todo-o-terreno em
motos, somando um total de
25 títulos de campeão nacional
de enduro e todo-o-terreno, ao
longo de 15 anos de carreira.
go (25 quilómetros e desnível
acumulado de 800 metros)
e o curto (12 quilómetros e
desnível acumulado de 400
metros). A organização pre-
parou ainda uma caminhada
de nove quilómetros e uma
corrida para crianças. A par-
tida fica nas imediações da
Junta de Freguesia do Sabugal
e as inscrições terminam esta
sexta-feira estando limitadas
a 300 participantes. O almo-
ço e reforço alimentar está
incluído.
22 • • Quinta-feira • 29 de novembro de 2018
opinião
Santinho Pacheco *
Orçamento e
tourada
1) A proposta de Orçamento que o Governo
apresentou na Assembleia da República dá conti-
nuidade às políticas económicas que permitiram
a formação de uma maioria parlamentar de
mudança desde há três anos.
A devolução de rendimentos, a geração de
um clima de confiança empresarial e social e
a criação de emprego com direitos para todos
esteve sempre de mãos dadas com a responsa-
bilidade orçamental.
Esta legislatura apresenta um crescimento
de mais de três mil milhões de euros com presta-
ções sociais, ao mesmo tempo que os impostos
pagos pelas famílias cairão mil milhões de euros.
A confiança dos consumidores e empresas está
nos máximos deste século e a criação de 380 mil
postos de trabalho é uma realidade que reduz o
desemprego para metade face a 2015.
O Orçamento para 2019 representa um
enorme alívio fiscal. Permite que o país e que os
portugueses possam investir no futuro. Permite
que as empresas criem emprego e aumentem a
capacidade produtiva. Mas requer a continuação
da revisão da despesa, sem cortes cegos, mas
com rigor.
Esta é a semana de todas as decisões
na Assembleia da República e sabemos que
foram apresentadas cerca de mil propostas de
alteração ao documento do Governo. Fala-se na
hipótese de coligações negativas para contra-
riar a proposta governamental num ou noutro
sentido. Há, no entanto, limites: o respeito pelo
equilíbrio orçamental e não colocar em causa
o futuro do país.
O PS, o seu grupo parlamentar, o Governo
do primeiro-ministro António Costa serão fiéis
a esse compromisso, o melhor para Portugal.
2) E do nada nasceu um caso. Ao que cer-
tos comentadores se agarram para ter assunto,
audiência e polémica?
O IVA das touradas, politicamente, orçamen-
talmente, do ponto de vista fiscal, vale zero ou
quase! Tirem o “cavalinho da chuva”; não são
meia dúzia de intriguistas políticos que vão pôr
em causa a unidade do PS, que, como disse o
presidente e líder parlamentar Carlos César, «é
a prova de bandarilha, venha ela de onde vier».
A contradição é notória e não resiste ao
mais leve escrutínio. Tantas vezes acusam o
Parlamento e os deputados de serem meras
correias de transmissão dos partidos e dos
aparelhos, sem vontade própria, e, mais grave
ainda, sem respeito pelas ideias e valores do
povo que os elegeu. Quando exercem os seus
deveres constitucionais e têm a preocupação
de ser fiéis às raízes, aos territórios e às suas
gentes, “aqui d’el-rei” que há rebelião contra
o Governo e o primeiro-ministro.
Vê-se bem que não conhecem o PS e os seus
valores essenciais: a liberdade, a tolerância, o
pluralismo e o respeito pela opinião dos outros.
P.S. – Cimeira Ibérica 2019 na Guarda. Os
grandes êxitos da cidade e do distrito sempre
com a marca do Partido Socialista. Bem-haja
António Costa.
* Deputado do PS na Assembleia da
República eleito pelo círculo da Guarda
opinião
Maria Afonso A inutilidade das coisas
Foi num equinócio assim. As folhas principiavam o seu
lento suicídio. O olhar da mulher a fixar-se nas árvores.
Sempre acreditara ter o poder de acalentar nos seus olhos o
bailado das árvores. Às vezes esticava as mãos e, dos dedos,
uma energia enraizada na humidade da terra coloria folha
por folha. Imprimia-lhes nomes como se baptizasse os filhos
de todos os homens. A brandura do vento morno destapava
os céus nas noites menos quentes. As mãos riscavam nos
olhos relâmpagos secos desejosos de incendiar as árvores.
Envolvê-las no brilho das labaredas. Teriam a matiz da chama
inicial. Outras cumpririam o ritual até ao rubor.
Nesse equinócio a mulher vestiu-se de branco e tingiu
de negro os cabelos para renunciar ao inverno. Desafiou o
vôo sem acautelar a translação da terra. Como abrir o peito
que desfolha os céus, que incendeia as sombras, que risca as
árvores e silencia a terra. De que cor se encobriria o silêncio
nas mãos abertas a quererem invadir o núcleo da terra. A
chuva era ainda imperceptível, mas não tardaria que aquele
som, inesperadamente seco, lhe ferisse o impermeável e
quebrasse espelhos.
Um rumor distante anunciava o trote dos cavalos. O
lago estremecia nessa estranheza.
A mulher amava a estrada e todos os gestos prová-
veis. Um espaço incomensurável entre o desnorte e o sul
empurrava-a para a terra de ninguém. Ah, o norte, esse
engano! Os pontos cardeais somos nós, para onde quer
que a nossa alma aponte, tinham-lhe dito. Desconhecia que
tinha uma agulha desmagnetizada na alma. Abria a boca e
a chuva tinha o sabor da chuva. As crinas revolvidas dos
cavalos eram trilhos emaranhados.
Teimam em plantar amores-perfeitos sob a copa das
árvores. Cada folha é um cisne triste. Não é intemperança
exigir morrer em paz. Apodrecer e ser húmus. De que servem
os amores-perfeitos num túmulo por edificar?
agoradigoEU
Pega de caras ou de cernelha
opinião
Albino Bárbara
A pseudo divergência entre o grupo parlamentar do
PS e o Governo acerca das touradas não passou de um
autêntico “fait-divers” para desviar atenções do essencial
visto que ministra e deputados apenas quiseram misturar
impostos com cultura e civilização. E conseguiram-no, pois
tanto oposição, sociedade e intervenientes diretos alinharam
todos pelo mesmo diapasão.
Num confronto de caras com trincharazo, passes de pei-
to e meias verónicas, o Governo consegue finalmente a sua
corrida à portuguesa, mesmo percebendo que as touradas
perderam mais de 40% de público nos últimos cinco anos.
Que as audiências televisivas baixam significativamente
no canal televisivo que transmite tourada. Que o Parlamento
Europeu aprovou, por maioria absolutíssima (438 deputa-
dos), a emenda 1.437 que proíbe a utilização de subsídios
para financiar atividades taurinas. Que o Comité dos Direitos
da Criança da ONU advertiu todos os países com tradição
taurina que deveriam alterar a legislação, de forma a impedir
que crianças e jovens participem ou assistam a touradas.
Igual recomendação foi feita pela Fundação Franz Weber
no seu relatório de 2013, onde chama a atenção a Portugal
para a violação das obrigações expressas na Convenção
Internacional dos Direitos da Criança.
Que a história identifica a proibição de touradas. Que a
igreja católica, pela Bula “Saluti Gregis Dominici” do Papa
Pio V, proíbe as corridas de touros com excomunhão para
todos os católicos que nelas participem. Que, em Portugal,
Dª Maria II determinou, pelo real decreto de 19 de setembro
de 1836, «hei por bem decretar que ora em diante fiquem
proibidas em todo o reino as corridas de touros». Que a 1ª
República, pelo decreto 15:355, proibiu os touros de morte.
Meditamos e olhamo-nos ao espelho até darmos as
mãos e sermos corpos de árvores ao amanhecer. Contor-
cemo-nos ou dançamos. As árvores tingidas elevam-se das
cordas de um violino e enraízam-se nos dedos que roçam os
sons. A mulher pensa que tem uma flor no cabelo. O rosto
translúcido, quase transparente. Um batom avermelhado a
esbater-se ocupa o espaço à volta de uma idealizada lagoa.
Num gesto de pureza corta os cabelos com uma espa-
da. As folhas soltam-se e caiem como caiem as folhas. Só
um céu e dois pináculos de catedral sabem do seu amor
ou da sua dor. O tempo é balizado por sombras de grades
impossíveis. Algumas aves fazem um bando e uma bicicleta
abandonada traz os cheiros primeiros. Da janela ainda vê
as linhas de uma velha estação. Algumas árvores secas
encobertas num vapor intemporal.
As ruas desertas enviam-lhe os reflexos de uma chuva
fora de tempo. Eis o túnel e a luz que se lhe segue. E logo
a ponte.
As horas e os dias naquele banco do jardim de anjos
caídos. Os cães e os seus donos. Os nomes com que se
chamam os cães já não são os mesmos de antes. Os cães
abandonados a gemer baixinho. Fala-lhes ao ouvido e diz que
tem de ir. Antes que o outono termine. A beleza do outono é
sempre proporcional à sua idade. Gosta de calcar as folhas
secas quando sobe à torre e uma subtil música de fundo lhe
aponta a cidade alargada à sua frente.
O outono é a sua genuinidade. O cristal melado. O seu
covil. O seu molhe. Um dia morrerá no outono. Com o outo-
no. Na terra gretada onde as placas não indicam caminhos.
No cabelo a flor. O corpo purgado de folhas mortas. O equi-
nócio resguardado, vincado na pele. Os lábios semi-abertos
a segredar – setembro, outubro, novembro.
* A autora escreve de acordo com a antiga ortografia
Que no Estado Novo, no ano da Constituição de 1933, foi
assinada uma petição cujo primeiro subscritor foi Francisco
de Melo, pedindo a Oliveira Salazar o fim das touradas.
Que a UNESCO declarou que «a tauromaquia é a terrível
e venal arte de torturar e matar animais. Desnaturaliza a
relação entre o homem e o animal, afronta a moral, a edu-
cação, a ciência e a cultura». Que a Declaração dos Direitos
do Animal afirma «nenhum animal será submetido a maus
tratos e atos cruéis», para concluir «todo o ato que implique
a morte de um animal, sem necessidade, é um biocídio, isto
é um crime contra a vida».
E, finalmente, aplicando um derechazo e uma reviravolta
feita em gaonera, o Governo faz contas e, num cálculo que
nem sequer chega a ser mercantilista, declara o processo
anti cultural, nesse espetáculo de tortura, onde a afición
mistura impulsos, delírios e emoções, para se entender que
os espetadores tauromáquicos em Portugal andam na ordem
dos 400 mil (cerca de 350 mil) pagantes.
Com o OE de 2019, agora aprovado na especialidade,
vamos fazer hipotéticas contas:
- IVA a 13%, arrecada o Estado 1.365.000 euros.
- IVA a 6%, o Estado mete ao bolso 630 mil euros.
A diferença é pouco mais de 700 mil euros, o que dá para
perceber que o Governo, na sua ação de marketing político, deu
a volta à questão, soube utilizar eficazmente todas as tiradas,
todas as largadas, as capeias e as lides à corda e, numa pega de
caras, com o golpe de rins de uma chicuelina bem conseguida,
deixou a oposição entregue à sua sorte, permitindo-lhe apenas
a concretização de uma pega de cernelha, onde marcaram
presença no final da lide uns tantos cabrestos.
E assim vai a política (da tourada) em Portugal…

opinião
António Godinho Gil
godgil@sapo.pt
Frimário
1. «Se fossemos um país civilizado, estávamos a discutir o fim
das touradas». Comentário numa rede social. Quem envereda por
este caminho, tem uma noção de civilização assaz curiosa. Para
eles, o termo é uma caução da imposição de modas culturais. Po-
rém, aquisições civilizacionais são o fim da escravatura e do poder
absoluto, o triunfo do indivíduo sobre o grupo, a prevalência da
compaixão, a igualdade de oportunidades para homens e mulheres,
etc. A civilização não é um aparato tecnológico ou ideológico que
nos desliga da natureza, como demonstrou superiormente Eça no
seu conto homónimo. Afasta-nos da arbitrariedade e do acaso, mas
não de uma natureza que nos entende melhor do que nós próprios.
A tourada é um bailado entre a razão e a força. Numa arena não
há escape possível ao destino. Não há segunda oportunidade. É
o eco de um mundo visceral, autêntico. Um heroísmo absurdo e
solitário. Deve ser isso que assusta os que a querem banir. Cheios
de boa consciência, quando querem proibir algo que desconhecem,
em nome do que julgam conhecer. Para o cidadão comum, o tema
interessa, ou devia interessar, porque está em causa a liberdade
e a defesa da cultura. Porque o paradigma é antropológico e não
político. Hoje são as touradas, amanhã a caça, a matança do porco,
o que se deve ou não consumir, o que se pode ou não dizer a uma
mulher que não seja piropo, como se há-de morrer, o que se pode
escrever ou dizer que escape ao policiamento da linguagem, etc.
A luta não é entre “bárbaros” e “sensíveis”, mas entre quem preza
a liberdade e a autodeterminação e quem acha que deve impor o
seu preconceito aos outros. Entre quem não quer escapar às leis
da natureza, e quem prefere uma realidade eufemística, povoada
por eunucos. Onde nada é chamado pelo nome. Onde vitalidade
e luta em campo aberto são silenciadas, da mesma forma que a
morte é um tabu. Onde coragem é participar num reality show e
não enfaixar a cinta, no camarim, antes da dança solar. Um mun-
do de satisfeitinhos com boa consciência, que olham para o lado
quando veem sangue, ou lixo, ou uma intensidade humana que os
repõe no seu lugar.
2. Muitos de nós não estamos preparados para decifrar a rea-
lidade tal como nos é apresentada. Poder imaginar que ela possa
ser diferente. A educação que nos inculcaram é a da obediência.
A instrução formata e serve uma máquina gigantesca. Os meios
de comunicação não cumprem essa função essencial, que é saber
desmontar o real, comparar no poço do tempo, fornecer pistas
de leitura. Não nos resta outra alternativa do que correr em pista
própria. Dá trabalho, é certo. Mas as contas fazem-se no final.
3. Nos thrillers, uma cena clássica é aquela em que o protagonista
embala a trouxa, preparando-se para zarpar, como diria o saudoso
Zeca. E quando está prestes a conseguir o seu intento, aparecem do
nada as forças do bloqueio, vulgo uns capangas do piorio, com ar
de poucos amigos. Questionando logo o incauto, com ar sarcástico,
se “vai viajar”. O resto já se sabe. A coisa acaba mal. Excepto se o
putativo viajante for o herói da fita. Caso em que, após um valente
arraial de porrada, deixa os maçadores estendidos no chão. Na vida
real, as coisas passam-se um pouco assim. No momento em que nos
dispomos a “fazer as malas” para mudar alguma coisa importante,
mais não estamos do que a dar um sinal de desafio ao nosso entorno
e às nossas circunstâncias. Que reagem imediatamente, de forma
imprevisível. Assim justificando o nosso movimento. Como que
empurrando-nos para a frente, sempre para a frente.
4. Nos filmes porno dos anos 70 e até mesmo 80, para além da
abundância pilosa, ainda existe um simulacro de narrativa. Os acto-
res representam, ainda que muito mal, uma história. Por incipiente
que seja. Os tempos do cinema ainda se fazem sentir. A montagem
prima pela discrição. Por isso, as cenas passam praticamente em
tempo real. Com a Internet, a pornografia massificou-se. Desapa-
receu a representação, em prol do desempenho. Não há história,
mas obediência a um código, determinado pela segmentação dos
conteúdos. Catalogados para satisfazer todo o tipo de procura.
5. Uma história do imperador Marco Aurélio. Diz-se que o
autor das “Meditações” contratou um escravo para uma função
específica. A saber, quando era lisonjeado na praça pública, o que
acontecia com frequência, o escravo imediatamente lhe segredava
ao ouvido, repetidamente: «És apenas um homem».
* O autor escreve de acordo com a antiga ortografia
opinião
Acácio Pereira
Um parque tecnológico para a Guarda
A racionalização da Universidade da Beira Interior,
com a constituição de polos na Guarda e em Castelo
Branco, tal como prevê a Lei que a instituiu em 1979,
tem toda a lógica que seja feita a partir da integração
dos respetivos politécnicos. Parece inevitável que
tal aconteça – a alternativa é definharem os três se
continuarem a tentar canibalizarem-se uns aos outros
numa luta insensata pela sobrevivência.
Só que, sendo a região o que é, e sendo os
bairrismos o que são, o processo será lento e, quase
de certeza, só andará quando a situação estiver pior
do que já está. Há, portanto, que pensar no que fazer
entretanto, seja pelas instituições de ensino superior,
seja pela própria comunidade da Beira Interior, a
começar pela sua economia.
A ciência e a tecnologia assumiram um papel tão
preponderante na economia atual que depende delas
o seu crescimento, a sua competitividade nos mer-
cados nacional e global, a sua capacidade para gerar
rendimento e criar empregos qualificados. Por isso,
aos “antigos” parques industriais vieram suceder um
novo tipo de infraestruturas logístico-tecnológicas,
os chamados parques tecnológicos – ou parques de
ciência e tecnologia – que têm como objetivo favore-
cer e impulsionar a ligação entre o ensino superior, a
indústria e a sociedade.
O número destas infraestruturas ligadas a
tecnologia de ponta cresceu significativamente um
mitocôndrias e quasares
opinião
António Costa
antoniomanuelcosta@gmail.com
Farmacogenómica
É possível que um fármaco que funciona num
paciente para o tratamento de uma doença seja inútil
noutro indivíduo que padeça da mesma doença?
Se bem que os membros da mesma espécie parti-
lhem um genoma comum, existem variações mínimas
entre os seus representadas que, ao ser moduladas
pelo ambiente, geram fenótipos – termo da genética
usado para descrever as características observáveis
de um indivíduo que resultam da interação dos fatores
epigenéticos com o genótipo e os fatores ambientais
não herdáveis – subtilmente diferentes. Assim, como
existem pessoas altas e outras baixas, louras ou
ruivas, também a nossa resposta a um medicamento
não será igual para todos.
Muitos tratamentos utilizados são absolutamente
ineficazes nalguns dos pacientes desperdiçando-se di-
nheiro e recursos sem conseguir resolver o problema
sanitário. Esta problemática requer uma abordagem
RENOVADO
Quinta-feira • 29 de novembro de 2018 • • 23
FIO
de
PRUMO
pouco por todo o mundo, Portugal incluído, dos quais
são exemplo de sucesso o Taguspark, em Oeiras, o
Biocant, em Cantanhede, ou o Parkurbis, na Covilhã.
Como a Web Summit bem demonstra, a ciência e
a tecnologia são a chave do futuro, um futuro cada
vez mais digital que, provavelmente já nos próximos
anos, irá transformar muito mais profundamente a
vida de toda a gente do que as décadas anteriores
transformaram.
Daqui resulta que os parques industriais con-
vencionais, tendo a importância que têm (e que
ainda é, e será, muita), não têm vocação para rece-
berem e acolherem os negócios mais competitivos
do futuro, aqueles que irão gerar as rentabilidades
mais altas que permitirão mais investimento, mais
emprego e um melhor nível de vida nos territórios
onde se instalarem.
Neste contexto, onde o futuro passa pela produ-
ção de muito valor acrescentado, importa questionar
porque é que em toda a região da Guarda não se tem
planeado a nova dialética industrial com o lançamento
de um parque tecnológico, inovando e envolvendo os
atores reais desta área, nos quais se inclui o Instituto
Politécnico da Guarda, as associações empresariais
e os municípios.
De que estão à espera? O futuro já começou.
* Dirigente sindical
complexa e só é possível graças ao grande avanço
tecnológico que a biologia tem tido nos últimos
anos. A farmocogenómica é a disciplina científica
que procura dar estas respostas, tentando associar o
êxito ou toxicidade de um fármaco com a sequência
genómica particular de cada indivíduo. Estes novos
conhecimentos têm tido impacto nos ensaios clínicos
dos fármacos em desenvolvimento, mas complicam
ainda mais os estudos para quantificar da melhor
maneira os alcances dos compostos em análise.
Num futuro não muito distante cada pessoa
levará consigo uma ficha contendo um código que
representará a sua carga genética particular. Perante
qualquer doença, o médico poderá administrar-lhe
os melhores fármacos e nas doses adequadas de
acordo com a sua condição, conseguindo-se assim
um melhor uso dos recursos e obtendo-se um maior
êxito na sua saúde.
24 • • Quinta-feira • 29 de novembro de 2018
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