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HIPERCROMIAS:
TRATAMENTO ESTÉTICO E
ELETROTERMOFOTOTERÁPICO
© 2018 POR EDITORA E DISTRIBUIDORA EDUCACIONAL S.A.
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Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Alves, Priscila Silva


A474h  Hipercromias: tratamento estático e
eletrotermofototerápicos/ Priscila Silva Alves – Londrina:
Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018.
98 p.
ISBN 978-85-522-1055-9
1. Estética. 2. Cosmetologia. I. Alves, Priscila Silva. Título.
CDD 330

Responsável pela ficha catalográfica: Thamiris Mantovani CRB-8/9491

2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
HIPERCROMIAS: TRATAMENTO ESTÉTICO E
ELETROTERMOFOTOTERÁPICO

SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 04

Tema 01 –  Pele e o processo de melanogênese 05

Tema 02 –  Hipercromias e ativos despigmentantes 19

Tema 03 –  Microdermoabrasão no tratamento das hipercromias 31

Tema 04 – Tipos de peeling e uso do peeling diamante nas hipercromias 44

Tema 05 – O peeling químico no tratamento das hipercromias 58

Tema 06 –  Peelings químicos: ácidos e suas características 72

Tema 07 – Led e laser de baixa potência em hipercromias 86

Tema 08 – LED e LASER associados aos peelings químicos 98

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico3


Apresentação da disciplina

Esta disciplina foi estruturada de maneira que você entenda perfeitamen-


te tudo o que está envolvido no processo de formação dos vários tipos de
hipercromias ou hipermelanoses e quais deles são tratáveis na estética.
Isso envolve entender o processo de melanogênese e tudo o que está en-
volvido tanto no estímulo quanto na modulação desse processo. Existem
diferentes ativos que atuam em diversos momentos do processo de mela-
nogênese (síntese, transporte e transferência da melanina), conhecer es-
ses ativos o ajudará a escolher os produtos profissionais mais adequados
para determinado tipo de hipercromia. Além disso, você também conhe-
cerá as diversas maneiras de se fazer um peeling e quais as profundidades
permitidas pelas esteticistas e demais profissionais da área dermatofun-
cional. Você será capaz de reconhecer os vários fototipos de pele e deter-
minar a sua tolerância diante de determinados procedimentos, identifi-
cando os riscos e os benefícios em optar por esse ou aquele tratamento.
Estudar essa disciplina também lhe dará a oportunidade de entender seu
limite de atuação, o que envolve não só o tratamento em consultório, mas
também a indicação do tratamento que o paciente deverá continuar em
casa. Isso fará de você um profissional diferenciado no mercado da esté-
tica, pois lhe dará ferramentas para entender a ação fisiológica dos mais
atuais produtos e procedimentos estéticos disponíveis para os tratamen-
tos das hipercromias.

4 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


TEMA 01

PELE E O PROCESSO DE
MELANOGÊNESE

Objetivos

• Relembrar a anatomia e fisiologia da pele;

• Apresentar o funcionamento do sistema pigmentar


cutâneo: processo de melanogênese, melanócitos,
melanina;

• Enfatizar a classificação dos fototipos cutâneos e suas


características.

5 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


Introdução

A pele exerce um papel fundamental na relação dos seres humanos com


o meio externo, ela age como um escudo de proteção estando exposta
a danos que induzem diversas reações fisiológicas, como, por exemplo,
o processo de melanogênese. Tal processo pode causar na pele diver-
sas disfunções passíveis de tratamentos estéticos. As elaborações de pro-
tocolos de tratamentos devem ser específicas para cada paciente e isso
exige do profissional extremo preparo. O material a seguir permitirá a
você o início da construção de um firme alicerce para que, ao final da
disciplina, você seja capaz de compreender os processos envolvidos nas
hipercromias cutâneas e oferecer ao seu paciente o melhor e mais atual
tratamento.

1. Pele

A pele, também conhecida como cútis ou tez, é o maior órgão do corpo


humano e constitui 16% do peso corporal. Reveste externa e internamen-
te o corpo e é formada por duas camadas básicas: a epiderme e a der-
me, e uma camada subcutânea formada por tecido adiposo (variação do
tecido conjuntivo) chamada de tela subcutânea ou hipoderme, (HARRIS,
2003; VIDEIRA, et al., 2018).

1.1. Tecidos

Os tecidos presentes na pele são: tecido epitelial e tecido conjuntivo.

1.1.2. Tecido epitelial

Os tecidos epiteliais ou epitélios têm células coesas perfeitamente justa-


postas, unidas pele cimento intercelular (material lipídico), com pouquíssi-
mo espaço intercelular (“tijolos” bem encaixados). Não são vascularizados.

6 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


A nutrição das células se faz por difusão e osmose a partir dos capilares
existentes em outro tecido (conjuntivo), adjacentes ao epitélio. Revestem
a parte externa (pele), cavidades internas de animais e seres humanos e
as glândulas dos mesmos.

1.1.3. Tecido conjuntivo

Altamente vascularizado, grande variedade de células, alta capacidade de


regeneração. Formados por células, fibras (colágenas, elásticas e reticu-
lares) e substância amorfa (substância gelatinosa que compõe o líquido
intersticial). Principais células: fibroblastos, células de defesa (macrófago,
plasmócito e mastócito), adipócitos.

A pele constitui o Sistema Tegumentar juntamente com: unhas, folículos


pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas, sendo esses quatro últimos
conhecidos como anexos cutâneos. A pele pode ser classificada como pi-
losa, que reveste a maior parte do corpo e é constituída por folículos pi-
losos e pele glabra, encontrada na palma da mãos e planta dos pés e não
possui folículos, (HARRIS, 2003).

1.2. Funções da pele

• Proteger o organismo contra perda de água e atrito;

• Sensitiva (terminações nervosas);

• Atua contra radiações ultravioletas (melanina);

• Síntese de vitamina D;

• Realiza eliminação de algumas substâncias corpóreas;

• Manter os órgãos posicionados;

• Isolar termicamente e controlar a temperatura corporal.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico7


2. Camadas da pele

2.1. Epiderme

Camada mais externa da pele formada por tecido epitelial estratificado


(possui até cinco estratos ou camadas) pavimentoso (células achatadas)
queratinizado (presença de queratina). A epiderme possui 5 camadas
na planta dos pés e palma das mãos, onde a pele é mais grossa - essa
quinta camada, também conhecida como camada lúcida, encontra-se
entre a camada córnea (camada mais externa) e a camada granulosa.
Nas demais regiões do corpo possui 4 camadas, (GOMES e DAMAZIO,
2013; RIBEIRO, 2010).

A Epiderme é renovada o tempo todo, a cada 30 dias aproximadamente


temos uma pele novinha. Principais células presentes na epiderme: que-
ratinócitos (queratina), melanócitos (melanina) células de langerhans
(células de defesa), células de merkel (função sensorial), (GOMES e
DAMAZIO, 2013; RIBEIRO, 2010).

Os queratinócitos representam 90% das células da epiderme e de seus


anexos (cabelos e unhas) e são responsáveis pela produção de queratina,
proteína fibrosa que confere resistência e impermeabilidade, protegendo
as células vivas que estão logo abaixo.

2.1.1. Camada basal ou germinativa

Camada mais profunda está em contato com a derme por meio da lâ-
mina ou membrana basal, também conhecida como junção dermoepi-
dérmica e de onde recebe os elementos necessários para sua nutrição,
(CARVALHO e RECCO-PIMENTEL, 2007). A partir da camada basal se ori-
ginam as demais camadas que formam a epiderme. Nessa camada há
presentes os queratinócitos que estão em constante mitose, melanócitos
e células de Merkel.

8 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


2.1.2. Camada espinhosa

Formada por queratinócitos provenientes da camada basal que, à medi-


da que as novas células profundas vão nascendo, vão se deslocando para
o exterior. Unidas mecanicamente entre si e as células basais subjacentes
por meio de pontes intercelulares denominadas desmossomos (estruturas
complexas que conferem à pele resistência a traumas mecânicos), que dão
a cada célula um aspecto espinhoso, (CARVALHO e RECCO-PIMENTEL, 2007)

2.1.3. Camada Granulosa

O aspecto granular dessa camada se deve à presença de grãos de querato-


-hialina (precursora da queratina) no citoplasma do queratinócito, já com
aspecto achatado. Nessa camada, os queratinócitos começam a liberar
material lipídico que vão preencher os espaços intercelulares (cimento
intercelular) até a camada córnea. Nessa camada se inicia o processo de
queratinização que leva a célula à morte (HARRIS, 2003).

2.1.4. Camada lúcida ou camada de transição

Composta por finas camadas de células achatadas e queratinizadas


conferido-lhe um aspecto translúcido (GOMES e DAMAZIO, 2013;
RIBEIRO, 2010).

2.1.5. Camada córnea

Formada por camadas de células mortas, anucleadas e achatadas (em forma


de lâminas), conhecidas como corneócitos (HARRIS, 2003; RIBEIRO, 2010).

Os espaços entre os corneócitos são preenchidos pelo cimento intercelu-


lar o que confere a essa camada uma característica hidrófoba e rígida. A
camada córnea é responsável por impedir a penetração de substâncias e
a perda de água. O desprendimento constante dos corneócitos induzem
a renovação diária da pele.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico9


EXEMPLIFICANDO
Camadas da Epiderme:

CÉLULAS MORTAS CAMADA CÓRNEA

GRÂNULOS DE QUERATINA CAMADA GRANULOSA

CÉLULAS DE LANGERHANS

QUERATINÓCITO
CAMADA ESPINHOSA

MELANINA

MELANÓCITO

CÉLULAS DE MERKEL
CAMADA BASAL

LÂMINA BASAL

Fonte: Disponível em: <https://pt.dreamstime.com/ilustra%C3%A7%C3%A3o-stock-pilha-


na-epiderme-image49427059>. Adaptado pela autora.

2.2. Derme
Formada por tecido conjuntivo, está logo abaixo da epiderme e apoia-
da sobre a tela subcutânea ou hipoderme. Responsável por fornecer à
epiderme água e nutrientes necessários, abrigar anexos cutâneos, vasos
sanguíneos e linfáticos, fibras proteínas - colágeno, elatina, reticulina e
fibronectina) e matriz extracelular (RIBEIRO, 2010).
A principal célula de derme é o fibroblasto, responsável em produzir as
fibras e também a substância gelatinosa que forma a matriz extracelular,
também conhecida como substância fundamental amorfa, responsável
por preencher os espaços entre os componentes da derme por onde “na-
vegam” os nutrientes e as toxinas liberadas pelas células. As principais
fibras produzidas pelos fibrosblastos são: colágeno, responsável pela sus-
tentação; a elastina, responsável pela elasticidade; e a reticulina, pela re-
sistência da pele. A derme é dividida em duas regiões:

10 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


2.2.1. Derme papilar

Camada mais delgada que se encontra em contato direto com a epiderme


e outra logo abaixo (HARRIS, 2003; RIBEIRO, 2010).

2.2.2. Derme reticular

Camada mais densa onde se encontram vasos sanguíneos, terminações


nervosas, folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas (ALBERT
2010; CARVALHO e RECCO-PIMENTEL, 2007).

3. Tela subcutânea ou Hipoderme

Situada na região mais profunda da pele, une de modo pouco firme a


derme aos órgãos subjacentes. Formada de tecido adiposo, uma variação
do tecido conjuntivo frouxo é altamente vascularizada. A hipoderme tam-
bém é conhecida por gordura subcutânea ou panículo adiposo. Principal
célula: adipócito, responsável pelo armazenamento de lipídeos (GOMES
e DAMAZIO, 2013; GUIRRO e GUIRRO, 2004; HARRIS, 2003).

4. Sistema pigmentar cutâneo

4.1. Melanócitos

São células especializadas na produção e distribuição da melanina, um


pigmento de cor a acastanhada que é transferido aos queratinócitos vizi-
nhos através de seus prolongamentos denominados dendritos (GARTNER
e HIATT, 1999; KEDE e SABTOVICH, 2003).

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico11


DENDRITOS

GRÃOS DE MELANINA

MELANOSSOMA NÚCLEO

COMPLEXO DE GOLGI
RETÍCULO
ENDOPLASMÁTICO RUGOSO

MITOCÔNDRIA

Fonte: disponível em: <https://pt.dreamstime.com/ilustra%C3%A7%C3%A3o-stock-melanocyte-


image54608996>. Adaptado pela autora.

4.2. Melanina

É um pigmento que determina a cor genética racial dos indivíduos, prote-


ge a pele dos raios ultravioleta (UV) e age como um antioxidante, neutra-
lizando os radicais livres produzidos pela pele quando exposta aos raios
UV (KEDE e SABTOVICH, 2003; MICHALAY e MICHALAY, 2002).

Existem dois tipos de melanina: as eumelaninas, caracterizadas por um


grupo de pigmentos marrons e negros; e as feomelaninas, grupo de pig-
mentos amarelos e avermelhados.

Segundo Fitzpatrick (1983), a cor da pele pode ser classificada em seis fo-
totipos distintos (Tabela 1), que vão do I (branco) ao VI (negro), em tal clas-
sificação se observa não somente a quantidade de melanina, mas tam-
bém a reação cutânea quando submetida à exposição solar. Portanto, a
cor natural da pele, segundo Fitzpatrick (1983), pode ser considerada:

a) Constitutiva: controlada por fatores genéticos que fornecem ca-


racterísticas específicas aos melanossomas através dos genes de
pigmentação.

12 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


b) Facultativa: Depende da exposição aos raios UV, influências hormo-
nais e grau de envelhecimento.
Tabela 1 Classificação dos Fotipos de pele segundo Fitzpatrick
Fototipos Eritema Bronzeado Sensibilidade
I – Branca Sempre Nunca Muito sensível
II – Branca Sempre Às vezes Sensível
III – Morena Clara Moderado Moderado Normal
IV – Morena Moderada Pouco Sempre Normal
V – Morena Escura Raro Sempre Pouco sensível
VI – Negra Nunca Pele muito pigmentada Insensível
Fonte: SOUSA, J. M.; BARJA, P. R.; AVALOS, D. A. Classificação in vivo de tipos de pele por fotoacústica. V
Encontro Latino Americano de Iniciação Científica da Universidade do Vale do Paraíba, INIC/2005.

PARA SABER MAIS


A escala, segundo Fitzpatrick, é uma ferramenta dermatoló-
gica que auxilia não só na prevenção do câncer de pele, mas
também avalia a tolerância da pele frente a procedimentos
estéticos e cosméticos. Quanto maior o fototipo, maior será
o risco de hiperpigmentação pós-inflamatória (FITZPATRICK e
MOSHER, 1983).

4.3. Melanogênese

Processo complexo (Tabela 2) de síntese da melanina que ocorre den-


tro dos melanócitos, em organelas chamadas de melanossomas (KEDE e
SABTOVICH, 2003). Como reação defensiva da pele, o processo de mela-
nogênese se inicia frente ao estímulo dos raios ultravioletas em que a en-
zima tirosinase, produzida pelos ribossomos e armazenadas no melanos-
somas, converte a tirosina (aminoácido essencial) em dois tipos de me-
lanina, a eumelanina e a feomelanina. Então, os melanossomas, cheios
de grãos de melanina, são transferidos aos queratinócitos vizinhos e se
agrupam ao redor do núcleo, agindo como um “guarda-sol” protegendo o
material genético da célula (SOUZA, et al., 2012).

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico13


PARA SABER MAIS
Cada melanócito está conectado com 30 a 40 queratinóci-
tos. Através de fagocitose, exocitose e fusão entre membra-
nas os melanossomas são transferidos através dos dendritos
(VIDEIRA, et al., 2018).

Tabela 2 Processo de melanogênese

Fonte: RIBEIRO, C.J. Cosmetologia Aplicada à Dermoestética. 2.ed. p.32


São Paulo: Pharmabooks Editora, 2010.

LINK
Leia mais sobre o processo de melanogênese e sobre
fototipos no tópico fisiopatologia. Disponível em <http://
www.ccecursos.com.br/img/resumos/fatores-de-riscos-
para-o-desenvolvimento-do-melasma-tcc---roberta-fausta-
de-oliveira-morais.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2018.

14 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


É importante citar nesse processo a presença do hormônio α-MSH (Alfa
melanócito estimulante), secretado pela hipófise. Sabemos que hormô-
nios são mensageiros que estimulam, inibem ou equilibram funções bio-
lógicas do corpo, (PHYN e SANTOS, 2011). Portanto, a exposição prolon-
gada aos raios UV induzem uma maior liberação do hormônio α-MSH.
Outro hormônio envolvido no estímulo à melanogênese é o ACTH
(Adrenocorticotrófico), produzido na adeno-hipófise, é o hormônio esti-
mulante do cortisol na glândula suprarrenal, isso significa que tem sua
produção aumentada em períodos de estresse.
Outros fatores que induzem à melanogênese são processos inflamatórios,
uso de alguns medicamentos e os hormônios estrogênio e progesterona,
sendo que nesses dois últimos o processo não está totalmente esclarecido.

ASSIMILE
Vários fatores estão envolvidos no processo da melanogê-
nese, investigar tais fatores antes de propor qualquer trata-
mento de hipercromias é fundamental para se alcançar um
resultado satisfatório.

Como você pode ver, diversos fatores estão envolvidos no processo de


síntese da melanina, isso significa que nem todos os tipos de hipercro-
mias serão possíveis de ser tratadas definitivamente, e sim controladas
ou gerenciadas.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO


Como você viu, conhecer a estrutura e funções da pele é de extre-
ma importância para entender o processo de melanogêse. Reflita em
como tudo isso se relaciona. Pense, por exemplo, na importância de
usar a tabela de Fitzpatrick (Tabela1) para avaliar a tolerância da pele
diante de alguns tratamentos e de entender os fatores que desenca-
deiam a melanogênese, para propor ao seu paciente o tratamento
estético mais eficaz.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico15


5. Considerações finais
• Camadas da pele: Epiderme, derme e uma camada subcutânea
conhecida como hipoderme.
• Principais células de epiderme: queratinócitos, melanócitos, células
de langerhans e Merkel.
• Principal célula da derme: fibroblastos.
• Principal célula presente na tela subcutânea (hipoderme): adipócitos.
• Melanogênese: processo de formação da melanina dentro dos
melanossomas que se encontram nos melanócitos. Fatores desen-
cadeantes: raios UV, fatores hormonais, processos inflamatórios e
outros.
• Melanócitos: células especializadas em produzir e distribuir melanina.
• Melanina: pigmento que dá cor à pele, protege dos raios UV e tem
ação antioxidante.

Glossário
• Fagocitose: englobamento e digestão de partículas sólidas e mi-
crorganismos por fagócitos (células de defesa).
• Exocitose: consiste na expulsão ou transporte de uma substância
que está presente no interior da célula para o meio extracelular.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 01
1. Marque a alternativa que corresponde às 3 camadas da pele:
a) Derme, tela subcutânea e hipoderme.
b) Camada córnea, camada granulosa e espinhosa.
c) Derme, camada basal e hipoderme.
d) Epiderme, derme e tela subcutânea.
e) Epiderme, camada córnea e hipoderme.

16 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


2. Podemos definir melanogênese como:
a) Pigmento que dá cor à pele.
b) Processo de formação de todas as manchas da pele.
c) Nome da célula que produz melanina.
d) Processo de síntese da melanina que ocorre den-
tro dos melanócitos, em organelas chamadas de
melanossomas.
e) Organelas que armazenam melanina.
3. Preencha a lacuna e assinale a alternativa CORRETA:
Melanócito é o nome da , responsável
pela biossíntese de melanina.
a) Organela.
b) Cor da pele.
c) Célula.
d) Processo de formação de melanina.
e) Camada da pele.

Referências Bibliográficas
ALBERT, B. et al. Biologia Molecular da Célula. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
CARVALHO, H. F.; RECCO-PIMENTEL, S. M. A célula. 2.ed. São Paulo: Manole, 2007.
FITZPATRICK, T. B.; MOSHER, D. B. Pigmentação cutânea e distúrbios do metabolismo
da melanina. In: ISSELBACHER, Kurt J. et al. Medicina interna. 9.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1983.
GARTNER, L. P.; HIATT, J. L. Tratado de Histologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
1999.
GOMES, K. G.; DAMAZIO, M. G. Cosmetologia – Descomplicando os princípios ati-
vos. 4.ed. São Paulo: LMP, 2013.
GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia dermatofuncional. 3.ed. São Paulo: Manole, 2004.
HARRIS, M. I. N.de C. Pele estrutura, propriedades e envelhecimento. São Paulo:
Senac, 2003.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico17


KEDE, M. P. V.; SABTOVICH, O. Dermatologia Estética. 2.ed. São Paulo: Atheneu,
2003.
MICHALANY, J.; MICHALANY, N. S. Anatomia e Histologia da pele. São Paulo: Lemos,
2002.
PHYN, E. G., SANTOS, M. L. Hormônio nosso de cada dia: na química da emoção.
São Paulo: Senac, 2011
RIBEIRO, C. J. Cosmetologia Aplicada a Dermoestética. 2.ed. São Paulo: Pharmabooks
Editora, 2010.
SOUSA, J. M.; BARJA, P. R.; AVALOS, D. A. Classificação in vivo de tipos de pele
por fotoacústica. In: IX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e 270 V
Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba, 5,
2005, Paraíba: INIC, 2005. p. 269-272.
SCOTTI, L.; VELASCO, M.P.R. Envelhecimento à luz da Cosmetologia. São Paulo:
Tecnopress, 2003.
VIDEIRA, I. F. S.; MOURA, D. F. L.; MAGINA, S. Mecanismos Reguladores da Melanogênese.
Anais Brasileiros de Dermatologia, n..88 (1), p. 76-83, 2013, Porto, Portugal.
Disponível em:<www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3699939/#!po=3.57143>.
Acesso em: 01 jul. 2018.

Gabarito – Tema 01

Questão 1 – Resposta: D

As três camadas da pele são chamadas de epiderme, derme e tela


subcutânea ou hipoderme.

Questão 2 – Resposta: D

Processo de síntese da melanina que ocorre dentro dos melanócitos,


em organelas chamadas de melanossomas.

Questão 3 – Resposta: C

Melanócitos são células especializadas na produção e distribuição da


melanina.

18 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


TEMA 02

HIPERCROMIAS E ATIVOS
DESPIGMENTANTES

Objetivos

• Compreender o que são hipercromias.

• Conhecer os diferentes tipos de hipercromias.

• Avaliar os tipos de hipercromias tratáveis na estética.

• Conhecer os diversos tipos de ativos despigmentantes.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico19


Introdução

Hipercromias são manchas escuras na pele, causadas pelo excesso de


produção de melanina. Elas podem ter várias causas: hormonais, pós-in-
flamatórias, genéticas, etc. e podem atingir as várias camadas da pele.
Avaliar a hipercromia corretamente pode fazer a diferença entre a plena
satisfação ou frustação do seu paciente com o resultado do tratamento.
Afinal de contas, nem todas as hipercromias são tratáveis com sucesso
na estética, outras mesmo tendo sucesso, são hipercromias que não têm
cura e podem reincidir depois de um tempo. No tema a seguir, você pode-
rá entender todas as diferenças entre as desordens pigmentares da pele
e quais ferramentas podem auxiliá-lo na avaliação correta.

1. Hipercromias

Como vimos, a melanina é a maior responsável pela coloração da pele.


Além dela, podemos ainda citar os pigmentos sanguíneos (hemoglobina
presente na pele), carotenos e biliares. Todos esses pigmentos formam
uma coloração uniforme. Quando a coloração deixa de ser uniforme e
sofre uma desordem pigmentar pela produção excessiva de melanina,
chamamos essas irregularidades na tonalidade da pele de Hipercromias
ou Hipermelanoses cutâneas. As hipercromias podem atingir a epiderme,
derme ou as duas camadas simultaneamente. Podem ter origem genética,
como, por exemplo, as sardas, ou pelo acúmulo dos danos causados pelo
sol ao longo da vida ou ainda após um processo inflamatório (RIBEIRO,
2010; KEDE e SABTOVICH, 2003).

1.1. Tipos mais comuns de hipercromias

• Efélides ou Sardas

São pequenas manchas acastanhadas, habitualmente menores que 5mm,


que aparecem geralmente a partir dos 3 anos em áreas mais expostas ao sol.

20 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


Mais comum em pessoas ruivas, de pele clara e têm origem genética
(AZULAY, et al., 2017; KEDE e SABTOVICH, 2003).
As efélides podem ser evitadas ou controladas com fotoproteção, porém,
o uso de lasers ablativos e a luz pulsada são os tratamentos mais indica-
dos (AZULAY, et al., 2017).

• Melanose solar ou lentigo solar


São manchas de limite bem nítido com diâmetros entre 1 e 2mm e são
adquiridas pelo acúmulo de danos causados pelo sol ao longo da vida,
(AZULAY, et al., 2017). São comuns em pessoas com fototipos mais baixos
(I-III na tabela de Fitzpatrick) e acima dos 40 anos de idade, por isso, são
comumente conhecidas como manchas senis. Essa desordem pigmentar
pode ser tratada com o uso de peelings e laserterapia (ablativos ou de
baixa intensidade).

• Fitofotodermatite
Manchas acastanhadas que surgem após processo inflamatório, com ou sem
presença de bolhas, pelo contato da pele com plantas ou frutos fotossenbili-
zantes seguido de exposição solar (AZULAY, et al., 2017; RIBEIRO, 2010).

• Hiperpigmentação por reação fototóxica

Hiperpigmentanção induzida pelo uso de medicamentos sistêmicos ou


tópicos associados ao sol (RIBEIRO, 2010).

PARA SABER MAIS


Plantas que podem causar fitofotodermatite: limão, laranja,
abacaxi, caju, folhas de figo, anis, aipo, bergamota, alecrim
e outras. Medicamentos que podem causar reações fototó-
xicas com a exposição solar: fluoroquinolonas, cetoconazol,
sulfonamidas, tetraciclina, coal tar, ibuprofeno, cetoprofeno,
psolarenos, hidroclorotiazida, isotretinoína, ácido acetilsalicí-
lico e outros.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico21


• Hipercromias pós-inflamatórias
As hipercromias pós-inflamatórias são manchas que surgem após trau-
mas repetidos na pele, fricções, escoriações, dermatites de contato, pós-
-peelings, pós-depilação, pós-laser, etc. Quando há processo inflamatório,
as células liberam prostaglandinas e leucotrienos, mensageiros químicos
envolvidos na cura local. Tais substâncias estimulam o processo de me-
lanogênese. Esse tipo de hipercromia é mais intensa em indivíduos de
fototipos cutâneos V e VI (AZULAY, et al., 2017; WOLF e JOHNSON, 2011).
O tratamento envolve primeiramente o controle da inflamação, após isso,
as manchas podem aos poucos sumir, desde que não sejam expostas aos
raios solares, porém, podem ser tratadas com peelings químicos e/ou uso
diários de produtos despigmentantes, seguidos de fotoproteção.

EXEMPLIFICANDO
Observe na figura 1 um exemplo de hipercromia pós-infla-
matória, adquirida após um quadro de acne inflamatória.
Figura 1: Face: hipercromia residual
resultante de acne escoriada

Fonte: KEDE, M.P.V.; SABTOVICH, O. Dermatologia Estética. 2.ed.


São Paulo: Atheneu, 2003, p.405.

22 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


• Hiperpigmentação periorbital
São olheiras causadas pelo excesso de melanina local. Também conheci-
das como olheiras pigmentares. Podem ter origem genética e respondem
pouco a tratamentos estéticos. Alguns possíveis tratamentos nessa região
incluem peelings e despigmentantes apropriados para área dos olhos, uso
de lasers de baixa intensidade e luz pulsada.

• Melasma
Melasma ou cloasma é uma hiperpigmentação acastanhada de bordas
irregulares, porém bem definidas, que se desenvolve lentamente em áre-
as expostas ao sol. É uma doença crônica, a que acomete principalmente
a face, nas regiões frontal, malar, supralabial, mandibular e centrofacial,
podendo acometer braços e colo, porém é incomum. O melasma ocorre
principalmente em mulheres, mais frequentemente em latinas e asiáticas
(AZULAY, et al., 2017; WOLF e JOHNSON, 2011). A etiologia do melasma é
desconhecida, porém alguns fatores podem estar relacionados a sua ma-
nifestação na pele (KEDE e SABTOVICH, 2003):
• Exposição solar em países de maior altitude onde os raios UV são
mais incidentes.
• Uso de pílulas anticoncepcionais onde há associação de estrógeno
e progestógeno.
• Reposição hormonal em mulheres menopausadas.
• Gravidez, onde há maior atividade dos hormônios que estimulam a
melanogênese (estrógeno, progesterona, α MSH).
• Pode ter herança genética.

ASSIMILE
Melasma é DOENÇA CRÔNICA, portanto não tem cura, tem
controle. Isso significa que um paciente que trata melasma
com um profissional deve diariamente tomar outros cuida-
dos em casa, como uso de fotoproteção a cada 3 horas, uso
de antioxidantes tópicos e, dependendo do caso, via oral, uso
de despigmentantes.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico23


O melasma pode ser classificado em epidérmico, dérmico, misto e indefi-
nido. Embora o diagnóstico do melasma seja basicamente clínico, algumas
ferramentas podem ser utilizadas para a classificação da profundidade da
mancha (AZULAY, et al., 2017; KEDE e SABTOVICH, 2003; SAMPAIO e RAVITTI,
2007). A lâmpada de Wood emite luz ultravioleta que reage à melanina, emi-
tindo fluorescência, portanto, quanto mais superficial a melanina, como no
caso do melasma epidérmico, mais escura ela fica sob a luz de Wood, ao
passo que quanto mais profunda a melanina, como no melasma dérmico,
menor fluorescência e mais clara ela se apresenta. No subtipo misto, os
dois anteriores estão presentes, e o indefinido acomete indivíduos de pele
muito escura (fototipos V e VI de Fitzpatrick) onde não é possível avaliar o
melasma sob a lâmpada de Wood (KEDE e SABTOVICH, 2003).

De acordo com Azulay & Azulay (1985), avaliar a profundidade do pigmen-


to melânico usando a lâmpada de Wood tem valor relativo, e a dermatos-
copia vem adquirindo maior importância no diagnóstico.

Pela dermatoscopia, considerou-se tipo epidérmico, a mancha de colora-


ção acastanhada e rede pigmentar regular, exemplificando poderíamos
dizer que pontos de melanina estão bem próximos de uma maneira re-
gular e mais organizada; o dérmico, a mancha de coloração cinza azulada,
no qual a rede perde a regularidade ou seja pontos de melanina não esta-
riam tão próximos e organizados; e misto, o que apresenta áreas compa-
tíveis com ambos (TAMLER, et al., 2009).

LINK
Classificação do melasma pela dermatoscopia: estudo
comparativo com a lâmpada de Wood. Artigo científico com
imagens. Link disponível em <http://www.redalyc.org/pdf/
2655/265521005004.pdf>. Acesso em: 25 jun. /2018.

24 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


2. Ativos despigmentantes

São ativos com propriedades clareadoras da pele que agem das mais di-
versas maneiras, como: inibindo a enzima tirosinase (essencial a sínte-
se de melanina), inibindo o hormônio α-MSH, inibindo a transferência do
melanossona para o queratinócito, suprimindo reações inflamatórias que
ocorrem após a exposição solar, a antioxidantes, a esfoliantes dos quera-
tinócitos carregados de melanina. São ativos despigmentantes (AZULAY,
et al., 2017; KEDE e SABTOVICH, 2003; RIBEIRO, 2010):

• Hidroquinona: inibe tirosinase, uso dermatológico. Pode ter ação


citotóxica. Geralmente é associada ao ácido retinóico.

• Ácido fítico: encontrado no grão de alguns cereais, como aveia e


arroz, inibe tirosinase.

• Ácido Kójico: encontrado em diversas espécies de fungos, inibe


tirosinase. A associação do ácido Kójico, com o ácido glicólico, inten-
sifica seu efeito despigmentante.

• Ácido elágico: geralmente encontrado no fruto romã e morango,


tem ação antioxidante, anti-inflamatória e inibe tirosinase.

• Ácido azeláico: inibe tirosinase

• Ácido ascórbico (Vitamina C): ação antioxidante. Neutraliza radi-


cais livres reduzindo processo de melanogênese.

• Alfa-hidroxiácidos (ácido glicólico, láctico, mandélico, málico e


cítrico): esfoliantes químicos.

• Ácido salicílico: esfoliante químico.

• Arbutin: derivado da uva ursi, inibe tirosinase. Ação muito seme-


lhante à hidroquinona, porém com a vantagem de não ser citotóxico.

• Ácido tranexâmico: inibe a atividade da plasmina que induz à


melanogênese.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico25


• Vitamina F (ácidos linoleico e linolênico): aumento da renovação
de epiderme acelerando o clareamento.

• Extrato de licorice: extraído do alcaçuz, inibe tirosinase, é anti-in-


flamatório e antioxidante.

• Resorsina: composto químico que inibe tirosinase.

• Silicato de alumínio: comercialmente conhecido como Antipollon


HT®. Absorve a melanina já formada na camada córnea.

• Skin whitening complex®: consiste na associação de extrato de


toranja, uva ursina, arroz e outras substâncias, promove esfoliação
suave e inibe tirosinase.

• Sepwhite MSH®: antagonista do α-MSH, inibidor da tirosinase.

• Niacinamida: é uma forma da vitamina B3. Inibe a transferência do


melanossoma para o queratinócito.

• TGP2 Peptídeo: Fator de crescimento derivado do fator de cresci-


mento transformador (TGF) que reduz a síntese e o transporte da
melanina.

PARA SABER MAIS


Para um tratamento efetivo das hipercromias é indispensável
a correta avaliação da pele para que você escolha o
produto com ativos que atuem inibindo a melanogênese
em diversos momentos. Para saber mais sobre despigmen-
tantes, acesse: <https://www.researchgate.net/profile/M_
Nicoletti/publication/242300695_Hipercromia_s_
Aspectos_Gerais_e_Uso_de_Despigmentantes_Cutaneos/
links/5570cb8908aedcd33b29302b/Hipercromia-s-Aspectos-
Gerais-e-Uso-de-Despigmentantes-Cutaneos.pdf>. Acesso em:
27 jun. 2018.

26 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


QUESTÃO PARA REFLEXÃO
No tema de hoje você pode entender como surgem os diversos tipos
de hipercromias e os diversos ativos existentes para o tratamento.
Procure refletir em como você, um futuro profissional da área estéti-
ca, pode orientar seu paciente aos cuidados diários para cada caso e
em quais casos você pode ajudar efetivamente.

3. Considerações finais

• Hipercromias: desordem pigmentar pela produção excessiva de


melanina.

• Os tipos mais comuns de hipercromias tratáveis na estética: hiper-


cromia pós-inflamatória, Melanose ou lentigo solar e melasma.

• Melasma: doença crônica de origem desconhecida que tem relação


com exposição solar, uso de pílulas anticoncepcionais, gravidez e
reposição hormonal.

• Ação dos ativos despigmentantes: inibir a enzima tirosinase, hormô-


nio α-MSH e a transferência do melanossona para o queratinócito,
suprir reações inflamatórias que ocorrem após a exposição solar,
atuar como antioxidantes e esfoliantes dos queratinócitos carrega-
dos de melanina.

• Alguns ativos despigmentantes: Ácido Kójico, ácido fítico, ácido tra-


nexâmico, arbutin, resosina, sepwhite®, etc.

Glossário

• Prostaglandinas: mensageiros químicos liberados pelas cé-


lulas capazes de controlar processos inflamatórios. Induzem
melanogênese.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico27


• Leucotrienos: mensageiros químicos liberados pelos leucó-
citos capazes de controlar processos inflamatórios. Induzem
melanogênese.
• Etiologia: estudo ou ciência das causas. Em medicina, estuda a ori-
gem das doenças.
• Lâmpada de Wood: luz ultravioleta que, ao incidir sobre a pele,
é absorvida pelos grãos de melanina, sendo possível distinguir a
profundidade das manchas.
• Dermatoscopia: é um método onde se usa um dermatoscópio
para análise de alguns problemas de pele como, por exemplo,
manchas, cânceres de pele, etc.
• Dermatoscópio: aparelho ótico com aumento variável que incor-
pora uma luz incidente, obtendo assim uma transiluminação da
pele e sendo possível analisar numerosas estruturas da pele não
visíveis a olho nu.
• α-MSH: hormônio melanócito estimulante. Estimula melanogênese.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 02
1. As hipercromias pós-inflamatórias ocorrem:
a) Devido a liberação de fatores de crescimento no local
da lesão.
b) Devido a indução dos fibroblastos o que podem induzir
melanogênese.
c) Simplesmente por causa da exposição solar que ativa a
síntese de melanina.
d) Devido a liberação de prostaglandinas e leucotrienos
mensageiros químicos que induzem à melanogênese.
e) Por causa da hiperemia causada pela inflamação.

28 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


2. Assinale a afirmação correta:
a) Melasma é doença crônica, com manchas pequenas
que comumente se espalham pelo corpo.
b) Melasma é uma doença crônica com a etiologia bem
definida.
c) Melasma é doença crônica de etiologia desconhecida
que acomete principalmente mulheres.
d) Melasma acontece SOMENTE em mulheres.
e) Melasma é uma doença crônica que acomete principal-
mente braços e colo.
3. Complete a lacuna e marque a alternativa correta:
A hipercomias causadas pela exposição solar após contato
com plantas ou frutos fotossenbilizantes são chamadas de
.
a) melasma.
b) fitofotodermatite.
c) hipercromias por reação fototóxica.
d) efélides.
e) hipercromias periorbital.

Referências Bibliográficas
AZULAY, R.D. et al. Dermatologia. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
KEDE, M.P.V.; SABTOVICH, O. Dermatologia Estética. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2003.
RIBEIRO, C.J. Cosmetologia Aplicada a Dermoestética. 2.ed. São Paulo: Pharmabooks
Editora, 2010.
SAMPAIO, S.A.P.; RIVITTI, E.A. Dermatologia. 3.ed. São Paulo: Artes Médicas, 2007.
TAMLER, C.; FONSECA, R. M.R; PEREIRA, F. B. C.; BARCAUÍ, C. B. Classificação do melasma
pela dermatoscopia: estudo comparativo com lâmpada de Wood. Surgical & Cosmetic
Dermatology. v. 1. n. 3. 2009, p. 115-119 Sociedade Brasileira de Dermatologia.
WOLF, K.; JOHNSON, R. A. Dermatologia de Fitzpatrick: atlas e texto. 6.ed. Porto
Alegre: AMGH, 2011.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico29


Gabarito – Tema 02

Questão 1 – Resposta: D
As prostaglandinas e os leucotrienos são mensageiros químicos li-
berados pelas células para controlar a inflamação e ambos são esti-
mulantes do processo de melanogênese. Portanto, após uma lesão
ou trauma, esses mensageiros inevitavelmente são liberados e uma
hipercromia pós-inflamatória se instala dias após a lesão.

Questão 2 – Resposta: C
Melasma é uma doença crônica, portanto, não tem cura. A origem da
doença é desconhecida, sabe-se, porém, da sua relação com o uso
de anticoncepcionais, reposição hormonal, gravidez e a exposição
prolongada ao sol pode piorar os quadros da doença.

Questão 3 – Resposta: B
Fitofodermatite são manchas acastanhadas que surgem após pro-
cesso inflamatório, com ou sem a presença de bolhas, pelo contato
da pele com plantas ou frutos fotossenbilizantes, seguido de exposi-
ção solar.

30 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


TEMA 03

MICRODERMOABRASÃO NO
TRATAMENTO DAS HIPERCROMIAS

Objetivos

• Compreender o conceito de microdermoabrasão.

• Conhecer os diferentes tipos de aparelhos para a rea-


lização do procedimento de microdermoabrasão.

• Entender em quais casos de hipercromias o procedi-


mento é mais indicado.

• Conhecer as possíveis complicações dos procedimen-


tos nos diversos tipos de pele.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico31


Introdução

A microdermoabrasão consiste em um procedimento estético de esfo-


liação da pele, realizada mecanicamente através de aparelhos. O proce-
dimento tem como principal finalidade promover a renovação cutânea,
melhorando não só alguns tipos de manchas, mas também o aspecto ge-
ral da pele, como a redução de rugas e cicatrizes. Quando o assunto são
hipercromias, é de extrema importância conhecer os tipos de microder-
moabrasão disponíveis no mercado, suas indicações e contraindicações,
e quais as possíveis complicações ao usarmos essa ferramenta em proto-
colos de clareamento da pele. No tema a seguir você poderá conhecer os
diversos tipos de microdermoabrasão e entender como usar tal procedi-
mento para clarear ou gerenciar as hipercromias cutâneas com a menor
possibilidade de complicações.

1. Microdermoabrasão

A microdermoabrasão é um procedimento de esfoliação da pele, onde o


atrito de substâncias ou componentes abrasivos fazem o arraste de célu-
las mortas induzindo seu desprendimento e consequentemente o afina-
mento da pele (GOMES e DAMAZIO, 2013). De maneira simples, é um tipo
de esfoliação da pele realizada através de aparelhos, sendo assim pode
ser chamada de esfoliação ou peeling mecânico. O método utiliza micro-
cristais de várias origens (alumínio, diamantes e corundum), sendo os
mais comuns: óxido de alumínio e diamantes, sendo o último empregado
em ponteira de aço cirúrgico, formando uma lixa de diversas espessuras
(KEDE e SABTOVICH, 2003). A profundidade alcançada depende da pres-
são em milímetros de mercúrio (mmHg) definida no aparelho, quantidade
de vezes que o arraste é realizado no mesmo local, velocidade das mano-
bras e tipo de pele (GOMES e DAMAZIO, 2013; GUIRRO e GUIRRO, 2002).
Outra modalidade que vale a pena citar nesse tema, embora não consi-
derada como microdermoabrasão, mas que vem sendo utilizada para o

32 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


afinamento da pele, é o peeling ultrassônico, onde ondas ultrassônicas
extremamente baixas são aplicadas na pele através de uma espátula que
remove células mortas por meio da microvibração produzida, além dis-
so, as ondas ultrassônicas desencadeiam outros efeitos benéficos sobre
a pele. Sendo assim, falaremos desse procedimento separadamente no
tópico 2, com suas indicações e contraindicações. A microdermoabrasão
pode ser aplicada na face, pescoço, colo, tronco, membros superiores e
inferiores (KEDE e SABTOVICH, 2003).
De maneira geral, o procedimento de microdermoabrasão pode atingir
três níveis de profundidade, são eles (KEDE e SABTOVICH, 2003):
• Nível 1: atua na camada córnea, ocasionando eritema com duração
de 4 a 6 horas. Nesse caso, pode ou não apresentar leve descamação.
• Nível 2: epiderme, ocasionando eritema com duração de 24 a 36
horas com edema discreto. Apresenta leve descamação.
• Nível 3: junção dermoepidérmica. Apresenta leve sangramento,
crosta fina e pode durar de 3 a 5 dias, e eritema tardio, 21 a 28 dias.

1.1. Vantagens da técnica

Uma grande vantagem da técnica de microdermoabrasão é que após a


aplicação o paciente pode retomar sua rotina habitual sem nenhum des-
conforto. Além disso, é uma técnica pouco dolorosa, a regeneração da
pele é mais rápida e existe um menor risco de hipocromias ou hipercro-
mias pós-procedimento (BORGES, 2010; KEDE e SABTOVICH, 2003).

1.2. Desvantagens da técnica

Como desvantagens, podemos citar que a técnica não é totalmente eficaz


em todos os tipos de hipercromias, muitas vezes é necessário associá-la a
outros protocolos de clareamento da pele. Além disso, a abrasão é menos
regular, menos profunda e menos precisa, e quase sempre precisamos de
5 a 10 sessões para resultados significativos em casos de rejuvenescimen-
to e alguns casos de hipercromias (KEDE e SABTOVICH, 2003).

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico33


1.3. Tipos de microdermoabrasão

1.3.1. Peeling de Cristal

Aparelho de vácuo que projeta, através de uma caneta, jatos de micro-


cristais de óxido de alumínio. A caneta, que é descartável na maioria dos
aparelhos ou ao menos possui a extremidade descartável, deve estar aco-
plada à pele e é constituída de duas cânulas: uma com pressão negativa
e outra com pressão positiva: uma responsável por jatear os microcristais
e a outra por retirar os resíduos; realizam movimentos de forma linear e
de vai e vem em vários sentidos (vertical, horizontal e diagonal). O óxido
de alumínio pode ter várias granulometrias que são medidas em mícrons,
quanto maior os mícrons, mais fino é o pó de óxido de alumínio. No geral,
o fabricante determina qual a granulometria ideal para o bom funciona-
mento do aparelho e essa regra deve ser respeitada, normalmente o indi-
cado é de 150 microns.

PARA SABER MAIS


Para conhecer o aparelho de peeling de cristal compacto l e o
seus acessórios, acesse o link disponível em: <https://www.
dgmeletronica.com.br/produtos/peeling-endermoterapia/
peeling-jet-compact>. Acesso em: 17 jul. 2018.

1.3.2. Peeling de Diamante

Assim como o peeling de cristal, o aparelho que a realiza o peeling dia-


mante é um aparelho a vácuo. Porém, nesse caso, o aparelho possui ma-
noplas com diferentes ponteiras de aço cirúrgico, diamantadas e de gra-
nulometrias diferentes.2 As granulometrias das ponteiras variam de 75 a
150 microns (quanto maior os microns, mais fina é a lixa e vice-versa), que
serão escolhidas pelo profissional de acordo com o tratamento e prévia

34 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


avaliação da pele. Diferente do peeling de cristal, onde a pressão escolhida
determina a abrasividade do jato sobre a pele, o peeling de diamente usa
uma pressão mínima (geralmente indica no manual do aparelho), somen-
te para o acoplamento da manopla, o que determina a abrasividade é a
granulometria da lixa e o número de movimentos sobre o local.

EXEMPLIFICANDO
Figura 1 – Observe a manopla com a ponteira diamantada em
contato com a pele. O procedimento, assim como no peeling
diamante, pode ser realizado com movimentos lineares, de
vai e vem em vários sentidos: horizontal, vertical e diagonal,
sempre com a pele do paciente esticada como mostra a foto.

Fonte: Disponível em: <https://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-cuidados-com-pele-da-


cara-diamond-microdermabrasion-peeling-treatment-bea-image63158771>.

LINK
Acesse o link e leia mais sobre o efeito do peeling diamante
nas hipercromias. Artigo com fotos antes e depois. Dispo-
nível em: <http://temasemsaude.com/wp-content/uploads/
2017/10/17312.pdf>. Acesso em 17 jul. 2018.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico35


1.4. Indicações da microdermoabrasão

As principais indicações são: cicatrizes superficiais (pós-acne, pós-trauma),


melasma, melanose solar, hiperpigmentação pós-inflamatória, poros di-
latados, rugas finas, fotoenvelhecimento e estrias superficiais (BORGES,
2010; GUIRRO e GUIRRO, 2002; KEDE e SABTOVICH, 2003). O procedimen-
to pode ser aplicado em qualquer fototipo de pele. O número de sessões
está relacionado ao tipo de pele e à disfunção estética a ser tratada, como
mostra a tabela abaixo (GOMES e DAMAZIO, 2013):

CORRELAÇÃO ENTRE SESSÕES DE MICRODERMOABRASÃO


E SUAS INDICAÇÕES

Rugas faciais 8 a 10 sessões

Cicatrizes de Acne 15 a 20 sessões

Alterações de pigmentação 5 a 7 sessões associadas a terapia tópica

Clareamento da pele 5 a 7 sessões

Preparo para resurfacing com laser


3 sessões
de CO2 e Erbium

Preparo para face-lifting 2 sessões

Cicatrizes superficiais 5 a 7 sessões

Poros dilatados 5 a 7 sessões, associadas a tratamentos tópicos

Cicatrizes atróficas 5 a 7 sessões associadas a tratamentos locais

Estrias superficiais 25 a 30 sessões associadas a tratamentos locais

PARA SABER MAIS


Veja abaixo a imagem do antes e depois da aplicação de dez
sessões de microdermoabrasão com peeling de cristal em
paciente com fotoenvelhecimento:

36 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


Antes Depois
Fonte: KEDE, M. P.V.; SABTOVICH, O. Dermatologia Estética. 2.ed.
São Paulo: Atheneu, 2003, p.651

1.5. Contraindicações da microdermoabrasão

Esse tratamento é contraindicado para peles com rosácea ativa, lesões


vasculares, telangectasias, lesões herpéticas, verrugas, erosões, eczemas,
psoríase, lúpus, acne inflamatória, feridas no local do tratamento, pacien-
tes que fazem uso da isotretinoína oral antes de 6 meses da interrupção
do tratamento. Peles sensibilizadas pelo uso de peelings químicos devem
ser avaliadas antes do início do procedimento (BORGES, 2010; GUIRRO e
GUIRRO, 2002; KEDE e SABTOVICH, 2003).

1.6. Complicações

Se a pele do paciente for corretamente avaliada, indicada para receber a


microdermoabrasão e a técnica for bem aplicada pelo profissional, dificil-
mente haverá complicações. Porém, podem ocorrer crostas, edema exces-
sivo e hipercromia pós-inflamatória no nível 1 e 2 (citado acima no tópico 1)
se o profissional não tiver boa experiência (KEDE e SABTOVICH, 2003).

1.7. Técnica de aplicação

Antes de iniciar a técnica de aplicação é de extrema importância a prévia


avaliação da pele. É importante marcar uma conversa com o paciente dias

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico37


antes do procedimento para entender suas expectativas quanto aos resul-
tados, além disso, ele deve receber todas as informações sobre os cuidados
necessários pós- procedimento, pois a não adesão do paciente ao trata-
mento no que diz respeito aos cuidados homecare podem frustrar não só o
paciente, mas também o profissional. Nesse dia, caso o paciente concorde
com o tratamento, ele deve preencher e assinar a ficha de avaliação.
No dia do tratamento a pele deve ser bem higienizada e seca – se for pre-
ciso, use um demaquilante antes da higienização. Tampe os olhos do pa-
ciente. O profissional deve usar luvas e máscara e no caso da utilização do
peeling de cristal usar também óculos de proteção. A pele deve ser leve-
mente tracionada e o procedimento pode ser trabalhado em quadrantes
e em movimentos de vai e vem, que podem ser aplicados nos três senti-
dos (diagonal, vertical e horizontal), dependendo do número de passa-
das previamente determinadas na avaliação. Os movimentos podem ser
lentos ou rápidos dependendo da destreza do profissional. Após o final
do procedimento, limpe a pele com uma gaze seca e aplique o que julgar
necessário: água termal, soro fisiológico, água destilada fresca ou algum
tipo de máscara adequada ao tratamento; o último passo é a aplicação de
um filtro solar adequado. Esse procedimento pode ou não ser associado
a outros tratamentos, como aplicação de peelings químicos superficiais,
porém, é de extrema importância que o profissional tenha conhecimento
e experiência para tal associação.

1.8. Resultados esperados

Os efeitos da microdermoabrasão independente da disfunção estética


tratada inclui a melhora da aparência da pele, melhora na elasticidade e
redução dos poros. Após repetidas sessões, a técnica tem efeito cumu-
lativo, estimulando a neocolagênese e promovendo a renovação celular.
No caso de hipercromias, os melhores resultados são melanose solar e
nas hipercromias pós-inflamatórias, no caso do melasma, hiperpigmen-
tação de difícil tratamento, é necessária a associação de outras técnicas
despigmentantes.

38 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


ASSIMILE
A correta avaliação prévia da pele e da disfunção estética a ser
tratada é de extrema importância para o sucesso do tratamen-
to. No caso das hipercromias, quase sempre será necessária a
associação da microdermoabrasão com outras técnicas.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO


Hoje aprendemos sobre a microdermoabrasão, uma técnica de afi-
namento da pele que pode tratar alguns tipos de hipercromias e au-
xiliar no clareamento de outras. Reflita em como você pode usar esse
procedimento para tratar os diferentes tipos de hipercromias que
estudamos nas aulas anteriores e quais os cuidados necessários por
parte do paciente no dia a dia.

2. Considerações finais
• Microdermoabrasão é um procedimento de esfoliação da pele em
que o atrito de substâncias ou componentes abrasivos fazem o
arraste de células mortas induzindo seu desprendimento e conse-
quentemente o afinamento da pele.
• Tipos de microdermoabrasão: peeling de cristal, peeling diamante.
• Principais indicações: fotoenvelhecimento, hipercromias, cicatrizes
superficiais e estrias finas.
• Principais contraindicações: lesões de qualquer tipo no local a ser
aplicado, verrugas, eczemas, rosácea ativa e psoríase.
• A correta avaliação da pele e destreza do profissional é de extre-
ma importância para o sucesso do tratamento e para ausência de
complicações.
• Os resultados esperados: clareamento da pele, neocolagênese,
melhora na elasticidade, diminuição das cicatrizes e rugas.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico39


Glossário

• Milímetros de mercúrio (mmHg) – Milímetros de mercúrio: unida-


de de medida utilizada para medir a força empregada sobre algo.
Na medicina, é comumente utilizada para medir a pressão sanguí-
nea. Em estética, é utilizada nos aparelhos que exercem pressão
negativa (sucção) ou positiva na pele.

• Corundum – também conhecido como coríndon, é um mineral à


base de óxido de alumínio.

• Granulometria – classificação do tamanho dos grãos de um deter-


minado material. Dimensões de partículas.

• Microns – unidade de medida muito pequena. Um mícron equiva-


le à milésima parte do milímetro.

• Telangectasia – presenças de pequenos vasos sanguíneos dilata-


dos na pele, também conhecido como “aranhas vasculares”.

• Lesões herpéticas – lesão causada por qualquer tipo de herpes.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 03
1. Assinale a afirmação CORRETA:
a) Microdermoabrasão é qualquer tipo de esfoliação rea-
lizada com ácidos.
b) Microdermoabrasão é um procedimento simples de
esfoliação sem nenhum tipo de complicação envolvido.
c) Microdermoabrasão consiste num procedimento es-
tético de esfoliação da pele realizada mecanicamente
através de aparelhos, e que se for mal realizada pode
trazer complicações para a pele.

40 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


d) Microdermoabrasão é um procedimento de esfoliação
mecânica que só pode ser realizado por médicos.
e) Microdermoabrasão é um procedimento de reju-
venescimento da pele sendo contraindicado para
hipercromias.
2. Preencha as lacunas e marque a alternativa correta:
O peeling de cristal projeta na pele, através de uma caneta
aplicadora, cristais de , que podem ter vá-
rias que são medidas em mícrons, quanto
maior o mícron mais fino o pó.

a) óxido de zinco, mícrons.


b) óxido de titânio, granulometrias.
c) granulometrias, óxido de alumínio.
d) óxido de alumínio, granulometrias.
e) granulometrias e mícrons.
3. Assinale a alternativa CORRETA. São INDICAÇÕES da
microdermoabrassão:
a) Hipercromias, fotoenvelhecimento, cicatrizes superfi-
ciais, lesões de todos os tipos e poros dilatados.
b) Hipercromias, fotoenvelhecimento, cicatrizes superfi-
ciais, rugas finas, poros dilatados e estrias superficiais.
c) Hipercromias, fotoenvelhecimento, cicatrizes profun-
das, acne inflamatória, poros dilatados e lesões de to-
dos os tipos.
d) Hipercromias, acne, poros dilatados, estrias pro-
fundas, rugas profundas, cicatrizes susperficias e
fotoenevelhecimento.
e) Hiepercromias, fotoenevelhecimento, cicatrizes de to-
dos os tipos, rugas finas e psoríase.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico41


Referências Bibliográficas
BATISTA, H. A. F.; VIDAL, G. P. Efeito do peeling de diamante no tratamento das hiper-
cromias dérmicas. Temas em Saúde. vol. 17. num. 3. João Pessoa, 2017, p. 174-188.
Disponível em: <http://temasemsaude.com/wp-content/uploads/2017/10/17312.pdf>.
Acesso em: 01 jul. 2018.
BORGES, F. S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. ed. São Paulo:
Phorte, 2010.
GOMES, K.G.; DAMAZIO, M.G. Cosmetologia – Descomplicando os princípios ati-
vos. 4.ed. São Paulo: LMP, 2013.
GORZONI, Priscila. Bela e irresistível. São Paulo:Universo dos livros., 2011.
GUIRRO, E. C. O. GUIRRO. R. R. J. Fisioterapia em estética; fundamentos, recursos
e patologias. São Paulo: Manole, 2002.
IBRAMED. Sonopeel - Manual de operação. 1.ed. São Paulo, 2009. Disponível em
<https://cdnv2.moovin.com.br/hsmed/imagens/files/manuais/_sonopeel-ibramed.pdf>.
Acesso em: 03 jul. 2018.
KEDE, M. P.V.; SABTOVICH, O. Dermatologia Estética. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2003

Gabarito – Tema 03

Questão 1 – Resposta: C
Microdermoabrasão consiste em um procedimento estético de es-
foliação da pele realizada mecanicamente através de aparelhos, que
se for mal realizada pode trazer complicações para a pele. Esse pro-
cedimento pode ser realizado por profissionais da área de estética,
devidamente treinados.

Questão 2 – Resposta: D
Aparelho a vácuo que projeta, através de uma caneta, jatos de mi-
crocristais de óxido de alumínio. O óxido de alumínio pode ter várias
granulometrias, que são medidas em mícrons, quanto maior os mí-
crons mais fino é o pó de óxido de alumínio.

42 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


Questão 3 – Resposta: B
Cicatrizes superficiais (pós-acne, pós-trauma), melasma, melanose
solar, hiperpigmentação pós-inflamatória, poros dilatados, rugas fi-
nas, fotoenvelhecimento e estrias superficiais.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico43


TEMA 04

TIPOS DE PEELING E USO DO PEELING


DIAMANTE NAS HIPERCROMIAS

Objetivos

• Conhecer os tipos de peeling e seu uso no tratamento


de hipercromias.

• Entender o peeling diamante a sua aplicação em


hipercromias.

• Conhecer a técnica de aplicação do peeling diamante e


as possíveis associações para o clareamento da pele.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico44


Introdução

Já estudamos a pele e os tipos de hipercromias ou hipermelanoses que


podem acometer suas camadas. Os peelings estéticos não podem atingir a
junção dermoepidermica, portanto, a maioria deles apenas retira a cama-
da córnea, isso significa que dificilmente uma única aplicação do peeling
estético causará processo inflamatório e descamação. Sendo assim, para
o sucesso no tratamento da maioria das hipermecromias, é preciso en-
tender os tipos de peeling existentes e quais são as possíveis associações
dentro de um protocolo. Nesse tema, você poderá conhecer os tipos de
peeling e possíveis aplicações, principalmente o peeling diamante, que é
extremamente acessível ao profissional de estética e pode ser associado
com os mais diversos protocolos faciais.

1. Tipos de peeling

A palavra peeling vem do inglês to peel, que significa descascar, descamar.


Portanto, peeling significa esfoliar a pele ou induzir a descamação através
de algum produto abrasivo ou através de alguma substância química, in-
duzindo a aceleração no processo de renovação celular. O peeling pode
atingir desde a camada córnea da epiderme até sua camada basal e tam-
bém a derme. O que vai determinar sua profundidade é a força aplicada
e a quantidade de vezes quando falamos de produtos abrasivos e, no
caso dos peeling químicos que falaremos mais profundamente em nosso
próximo tema, o número de camadas e a regularidade aplicada, a con-
centração do ácido, o ph e suas características físico químicas. Podemos,
dentro de um protocolo, associar mais de um tipo de peeling, visto que
muitos deles usados isoladamente podem não ter efeito satisfatório no
tratamento das hipercromias; quem vai determinar isso é o profissional
mediante avaliação prévia para determinar o tipo de pele e o tipo de dis-
função estética a ser tratada.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico45


ASSIMILE
Peeling é o mesmo que esfoliação. Cada tipo de peeling possui
um efeito sobre as hipermelanoses/hiperpicromias cutâneas,
sendo que a maioria não tem efeito satisfatório se aplicado
isoladamente. É preciso montar protocolos de associação de
técnicas, avaliando corretamente o tipo de hiperpicromia e a
profundidade da mesma através das ferramentas estudadas.

Quanto ao tipo podemos classificar os peelings em:

1.1. Peeling biológico ou enzimático

Consiste na aplicação de ativos enzimáticos com ação proteolítica capa-


zes de diminuir a espessura da camada córnea. Nesse tipo de peeling não
há necessidade de atrito, pois são as enzimas, conhecidas como prote-
ases, que fazem todo o trabalho de degradação da queratina, proteína
presente na camada córnea. As enzimas mais utilizadas nos produtos cos-
méticos são: bromelina (extraída do abacaxi), papaína (extraída do ma-
mão), pumpkin enzyme (extraída da abóbora) e Renew zyme (extraída da
Romã). Esses ativos podem ser veiculados em diversas formas cosméti-
cas: creme, loção e pó, este último exige o prévio preparo, geralmente
com água filtrada, antes da aplicação na pele (GOMES e DAMAZIO, 2013;
REBELLO, 2007; RIBEIRO, 2010). Para o tratamento de hipercromias, em-
bora não tenha efeito clareador, pode preparar a pele para o tratamento
despigmentante.

1.2. Peeling vegetal (Gommage)

A palavra gommage vem do francês e significa esfregar. Consiste na apli-


cação de uma fina camada de uma espécie de látex que, após um período
de repouso, é manualmente esfregado contra a pele formando grumos.

46 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


É um tipo de peeling leve, que pode ser usado em peles sensíveis onde os
outros tipos de peeling são contraindicados. Assim como citado no item
anterior (1.2), o peeling vegetal pode ser utilizado para o preparo da pele,
não tendo efeito despigmentante (GOMES e DAMAZIO, 2013).

1.3. Peeling químico

Aplicação de um ou mais agentes esfoliantes químicos (ácidos) que re-


sultam na destruição ou necrose de porções da epiderme ou derme.
Falaremos mais especificamente desse tipo de peeling no próximo tema
(REBELLO, 2007; RIBEIRO, 2010).

1.4. Peeling físico ou mecânico

Nesse tipo de peeling, o ativo age por atrito mecânico de substâncias abra-
sivas sobre a pele, as substâncias abrasivas têm diversas origens (vegetal,
mineral, marinha, sintéticas) e podem ser veiculadas em diversas formu-
lações cosméticas como, por exemplo: gel, gel-creme, cremes, loções, sa-
bões líquidos ou sólidos, como sabão em barra - esses serão aplicados
com as mãos ou podem ser aplicados com o uso de aparelhos (peeling de
cristal e peeling de diamante), como é o caso do óxido de alumínio e dos
cristais de diamante, (GOMES e DAMAZIO, 2013).

Outro tipo de peeling físico realizado através de aparelho é o peeling


ultrassônico.

1.4.1 Substâncias Abrasivas

• Naturais de origem vegetal: pó de semente de frutas trituradas


(damasco ou apricot, uva, guaraná, amêndoas, jojoba, etc.), pó de
cascas de frutas (Nozes e outras castanhas), pó de caule (bambu,
araucária, etc.), fibras (folhas de pitanga, melaleuca, etc.).

• Naturais de origem mineral: Pedra pomes em pó, quartzo em pó,


argilas.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico47


• Naturais de origem marinha: pó de ostras, pó de pérolas e algas.

• Origem sintética: MEP (Microesferas de polietileno), grânulos de


poliamida. Por serem substâncias sintéticas produzidas industrial-
mente, os grânulos têm um padrão esférico e podem ter diversas
cores, diferente dos grânulos de origem natural que, por serem
substâncias trituradas, podem ser levemente pontiagudas e não
têm um padrão de tamanho.

• Formadores de filme: Polivinilpirrolidona (PVP). Formam sobre a


pele um filme “plástico” de efeito tensor que ao ser retirado leva
consigo células mortas da pele. Esse tipo de peeling não deve ser
utilizado em pele alipídicas.

• Carboidratos: açúcares. (KEDE e SABTOVICH, 2003; REBELLO, 2017).

1.4.2. Peeling Ultrassônico

É um aparelho para remoção das células mortas e impurezas da pele por


microvibrações ultrassônicas. Também pode ser usado para estimulação
celular e permeação de ativos por terapia combinada (ultrassom mais as-
sociação de correntes terapêuticas). As correntes terapêuticas possíveis
de serem associadas ao peeling são: microcorrentes e microgalvânica. De
acordo com o manual do fabricante, as possíveis aplicações da técnica
são (IBRAMED, 2009):
1. Modo peeling por ultrassom com emissão contínuo ou pulsado 50%
(ponta da espátula).
2. Modo ultrassom com emissão contínuo ou pulsado 50% (sonofore-
se) (dorso da espátula).
3. Terapia combinada (ultrassom de baixa frequência + eletroestimula-
ção - dorso da espátula) Ultrassom + microcorrente (MENS) Ultrassom
+ microgalvânica (GMES - polaridade positiva ou negativa). A micro-
corrente utiliza uma corrente elétrica com pequenos valores de fre-
quência e intensidade que, quando aplicadas ao corpo, “aumentam a

48 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


atividade celular” produzindo os seguintes efeitos: aumento de ATP,
aumento da síntese de proteínas, aumento no transporte de aminoá-
cidos, aumento na capacidade de cicatrização, aumento na absorção
e nutrientes e eliminação de toxinas e o incremento no fluxo sanguí-
neo. A corrente microgalvânica é um tipo de corrente contínua que
auxilia a penetração de ativos cosméticos ionizáveis na pele, além de
aumentar o fluxo sanguíneo e o aporte de oxigênio, (IBRAMED, 2009).
4. Terapia Isolada (somente eletroestimulação) (dorso da es-
pátula) Eletroestimulação somente por microcorrente (MENS)
Eletroestimulação somente por microgalvânica (GMES - polaridade
positiva ou negativa).

O peeling ultrassônico pode ajudar no clareamento da pele, não só por-


que elimina a camada córnea, o que induz a renovação celular, mas tam-
bém pela utilização de ativos despigmentantes ionizáveis que podem ser
utilizados no modo terapia combinada. Pode ser associado a outros pro-
tocolos despigmentantes.

1.4.3. Peeling de Cristal

Como vimos no tema anterior, é um tipo de peeling realizado com um


aparelho a vácuo onde a pressão positiva lança na pele jatos de cristais de
óxido de alumínio e a pressão negativa suga os cristais juntos com células
mortas. Os jatos podem ser aplicados em diversos sentidos, dependendo
do tipo de pele e da disfunção estética a ser tratada.

1.4.4. Peeling de Diamante

Como já vimos superficialmente no tema anterior, o peeling diamante é


um tipo de esfoliação mecânica realizada através de um aparelho a vá-
cuo, semelhante ao peeling de cristal. A abrasão é feita através de uma
manopla com uma ponteira diamantada de aço cirúrgico esterilizáveis,
com um furo no centro por onde acontece a sucção e ao mesmo tempo a

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico49


aspiração das impurezas e células mortas, e funciona como uma lixa aco-
plada à pele através de uma leve pressão negativa (sucção), que pode ser
ajustável. As granulometrias das lixas são de 75, 100, e 150 mícrons, sen-
do que 75 mícrons promovem uma esfoliação de maior intensidade, 100
mícrons média intensidade e 150 mícrons menor intensidade, (GARCIA,
2010; HTM ELETRÔNICA, 2018). A esfoliação irá acontecer pela movimen-
tação das lixas sobre a pele. O peeling diamante pode ser combinado a di-
versos tratamentos faciais e é um aparelho de fácil acesso a profissionais
da área de estética, além de ser associado à vacuoterapia/endermologia
corporal, o que o torna um aparelho com um ótimo custo benefício. Por
isso falaremos nesse tema, um pouco mais sobre a abordagem terapêuti-
ca com o uso dessa técnica.

EXEMPLIFICANDO
Abaixo você pode observar a manopla de aplicação que é
acoplada ao aparelho a vácuo e as ponteiras diamantadas de
diversos tamanhos.

Fonte: HTM ELETRÔNICA. Beauty Dermo – Guia (Peeling Diamante) DA03.24 REV.02.
Disponível em: <https://www.htmeletronica.com.br/wp-content/uploads/2016/06/DA03-
24-PEELING-REV02.pdf>. Acesso em: 08 jul. 2018.

50 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


2. Profundidade dos peelings

2.1. Muito Superficial


Retira apenas a camada córnea. A camada córnea se renova a cada 48
horas, por isso sua ação é considerada muito superficial. Neste caso, a des-
camação e o processo inflamatório são muito leves e até imperceptíveis.
Podem ser aplicados por esteticistas e demais profissionais da área der-
matofuncional (GARCIA, 2010; KEDE E SABTOVICH, 2003; RIBEIRO, 2010).

2.2. Superficial
Age na epiderme até a camada granulosa e pode chegar até a camada
basal. Nesse tipo de peeling é possível ver a descamação e há presença de
um processo inflamatório caracterizado por hiperemia e pouco edema.
Podem ser aplicados por esteticistas e demais profissionais da área der-
matofuncional (GARCIA, 2010; KEDE E SABTOVICH, 2003; RIBEIRO, 2010).

2.3. Médio
Esse tipo de peeling atinge até a derme papilar e só pode ser realizado
por médicos. Há presença de intenso processo inflamatório, descamação
e maior risco de hipercromias pós-inflamatórias, (GARCIA, 2010; KEDE E
SABTOVICH, 2003; RIBEIRO, 2010).

2.4. Profundo
Atinge a derme reticular e é realizado em centro cirúrgico somente por
médicos (GARCIA, 2010; KEDE E SABTOVICH, 2003; RIBEIRO, 2010).

3. Abordagem terapêutica das hipercromias com


peeling diamantes

Já estudamos nos temas anteriores as características das hipercromias e


entendemos que elas podem ser superficiais, atingindo apenas a epider-
me (camada córnea ou demais camadas), ou profundas, localizando-se na

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico51


derme. Portanto o peeling de diamantes atua superficialmente retirando
a camada córnea, acelerando o processo de renovação da pele, o que
pode clarear (reduzir a intensidade da cor) as hipercromias epidérmicas.
A frequência das sessões pode ser semanal ou quinzenal, dependo da
associação que o profissional determinar fazer, levando em conta o tipo
de pele e sua sensibilidade e também a profundidade da hipermelanose
a ser tratada. As associações possíveis após o peeling de diamante são:
aplicação de peeling químico, aplicação de máscaras clareadoras à base
de ácidos, ou apenas a preparação da pele para outro protocolo despig-
mentante escolhido pelo profissional, nesse caso, o paciente receberia
sessões do peeling de diamante para afinamento da epiderme seguida de
hidratação, através de aplicação de máscaras, séruns hidratantes ou até
aplicação do LED azul com ou sem o uso de produtos fotoativados. Sobre
isso, falaremos nos próximos tópicos. As vantagens do uso do peeling de
diamantes:

PARA SABER MAIS


Hidratação é um fator de permeabilidade cutânea, isso signi-
fica que quanto mais hidratada a pele estiver mais satisfató-
rio serão os resultados, não só no tratamento das hipermela-
noses, mas em qualquer protocolo de tratamento. O peeling
de diamante é uma excelente opção para usar no preparo da
pele antes das sessões de hidratação.

3.1. Técnica e aplicação e programação do aparelho

• Realizar a assepsia da pele.


• Escolha a ponteira diamantada (75, 100 ou 150 mícrons), que deverá
respeitar o tipo de pele e a intensidade da abrasão.

52 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


• Ajuste a pressão no aparelho. A pressão deve ser mínima, somente
para acoplar a manopla a pele.

• Iniciar a aplicação do peeling pela região frontal, seguido das laterais


da face, pescoço e colo.

• Com a mão livre faça um leve estiramento na pele para facilitar os


movimentos. Faça movimentos de vai e vem em 3 sentidos (horizon-
tal, vertical e diagonal) ou, se preferir, movimentos circulares bem
fechados. Região periorbital deve ser trabalhada com a menor pres-
são possível e com movimentos lentos.

• Após a finalização, aplique o produto que julgar necessário confor-


me comentado no item 3 desse tema.

• Aplique sempre um filtro solar ao final do protocolo (HTM


ELETRÔNICA, 2018).

PARA SABER MAIS


Para conhecer o melhor aparelho de peeling de diamante,
seus acessórios e os outros protocolos de aplicação, acesse:
<https://www.htmeletronica.com.br/wp-content/uploads/
2016/06/DA03-24-PEELING-REV02.pdf>. Acesso em: 07 jul. 2018.

LINK
Acesse o link e leia mais sobre o efeito do peeling de diamante
no tratamento de hipercromias no dorso das mãos. Artigo com
fotos antes e depois. Disponível em: <http://www.cesumar.
br/prppge/pesquisa/epcc2015/anais/renata_cappellazzo_2.
pdf>. Acesso em: 07 jul. 2018.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico53


QUESTÃO PARA REFLEXÃO
O peeling de diamante é uma ótima opção de aparelho para você ter
em consultório, com excelente custo benefício. Pense nos diversos
protocolos faciais e corporais que você pode usar no preparo da pele
para aplicação sequencial de protocolos despigmentantes. Analise,
para cada caso de hipercromia, quantas sessões você indicaria e com
qual frequência.

4. Considerações finais

• Peeling = esfoliação. Principais tipos de peeling: químico, físico ou


mecânico, enzimático ou biológico e vegetal.

• A maioria dos peelings não tem resultado satisfatório no tratamento


de hipercromias, se aplicados isoladamente. É necessária a associa-
ção de técnicas despigmentantes.

• A profundidade dos peelings pode ser: muito superficial, superficial,


médio e profundo. Peeligs médios e profundos só podem ser aplica-
dos por médicos.

• Peeling de diamantes é uma técnica onde uma manopla com uma


ponteira diamantada (lixa) é acoplada à pele através de uma leve
pressão negativa (sucção), que pode ser ajustável. A granulometria
das lixas varia de 75 a 150 mícrons e a esfoliação irá acontecer pela
movimentação das lixas sobre a pele.

• Peeling de diamantes é uma técnica que pode ser associada a diver-


sos protocolos, incluindo o tratamento de hipercromias faciais e
corporais. Tem ótimo custo benefício, pois o aparelho inclui a ender-
mologia corporal além de ser uma técnica de fácil manuseio.

54 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


Glossário

• Ph – Potencial hidrogeniônico: escala que mede a acidez, neu-


tralidade ou alcalinidade de um meio. A escala compreende os va-
lores de 0 (Zero) a 14, sendo que 7 é considerado neutro, 0 (Zero)
representa a acidez máxima e 14 alcalinidade máxima.

• Proteolítico: processo de degradação ou digestão de proteínas


por enzimas chamadas proteases.

• Edermologia: também conhecido como vacuoterapia, é uma técni-


ca que utiliza equipamentos que geram pressão negativa (sucção)
sobre a pele através de manoplas que possibilitam o rolamento,
imitando a massagem manual. Essa técnica mobiliza tecido, au-
menta fluxo sanguíneo e acelera o processo de drenagem linfática.
O método é usado para tratamentos estéticos, como: redução de
“celulite” (FEG, HLDG) e de gordura localizada.

• Pele alipídica: ou alípica se refere à pele seca.

• Hiperemia: vasodilatação e vermelhidão na área afetada.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 04
1. Assinale a resposta CORRETA. O peeling enzimático é reali-
zado por enzimas conhecidas como:
a) Lipases.
b) Proteases.
c) Colagenases.
d) Elastases.
e) Hialuronidases.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico55


2. Complete com VERDADEIRO ou FALSO e assinale a alterna-
tiva CORRETA:
( ) O peeling de cristal é um tipo de técnica em que são
jateados na pele, através de um aparelho a vácuo, cris-
tais de óxido de alumínio que em seguida são sugados,
levando consigo as células mortas.
( ) Peeling de diamante só pode ser aplicado por médicos.
( ) A granulometria das lixas diamantadas variam entre
75, 100 e 150 mícrons. Quanto menor o mícron mais
abrasiva a lixa.
a) V, V, V.
b) F, V, F.
c) V, F, V.
d) V, V, V.
e) F, F, V.
3. Preencha a lacuna e assinale a alternativa CORRETA. O pee-
ling muito superficial age na .
a) Derme papilar.
b) Derme reticular.
c) Epiderme.
d) Camada córnea.
e) Camada basal.

Referências Bibliográficas
GARCIA, B.G.B.C. et al. Cosmiatria – Manual dermatológico farmacêutico. 1.ed.
São Paulo: Pharmabooks, 2010.
GOMES, K.G.; DAMAZIO, M.G. Cosmetologia – Descomplicando os princípios ati-
vos. 4.ed. São Paulo: LMP, 2013.
HTM ELETRÔNICA. Beauty Dermo – Guia (Peeling Diamante) DA 03.24 REV.02.
Disponível em: <https://www.htmeletronica.com.br/wp-content/uploads/2016/06/
DA03-24-PEELING-REV02.pdf>. Acesso em: 08 ju. 2018.

56 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


IBRAMED. Sonopeel - Manual de operação. 1.ed. São Paulo, 2009. Disponível em
<https://cdnv2.moovin.com.br/hsmed/imagens/files/manuais/_sonopeel-ibramed.
pdf>. Acesso em: 03 jul. 2018.

KEDE, M. P.V.; SABTOVICH, O. Dermatologia Estética. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2003

REBELLO, T. Guia de Produtos Cosméticos. 11 ed. São Paulo: Senac, 2017.

RIBEIRO, C.J. Cosmetologia Aplicada a Dermoestética. 2.ed. São Paulo: Pharmabooks


Editora, 2010.

Gabarito – Tema 04

Questão 1 – Resposta: B
Nesse tipo de peeling (enzimático ou biológico) não há necessidade
de atrito, pois são as enzimas, conhecidas como proteases, que fa-
zem todo o trabalho de degradação da queratina, proteína presente
na camada córnea.

Questão 2 – Resposta: C

Peeling de cristal é um peeling realizado com um aparelho a vácuo onde


a pressão positiva lança na pele jatos de cristais de óxido de alumínio e
a pressão negativa suga os cristais juntos com células mortas.

No peeling de diamante, a abrasão é feita através de uma manopla


com uma ponteira diamantada (com um furo no centro por onde
acontece a sucção e ao mesmo tempo a aspiração das impurezas e
células mortas) que funciona como uma lixa acoplada à pele atra-
vés de uma leve pressão negativa (sucção), que pode ser ajustável. A
granulometria das lixas são de 75, 100, e 150 mícrons, sendo que 75
mícrons promove uma esfoliação de maior intensidade, 100 mícrons
média intensidade e 150 mícrons menor intensidade.

Questão 3 – Resposta: D
Retira apenas a camada córnea. A camada córnea se renova a cada
48 horas, por isso sua ação é considerada muito superficial

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico57


TEMA 05

O PEELING QUÍMICO NO
TRATAMENTO DAS HIPERCROMIAS

Objetivos

• Entender a definição de peeling químico.

• Conhecer as Indicações e contraindicações do peeling


químico

• Conhecer os efeitos e complicações na aplicação do


peeling químico.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico58


Introdução

Hipercromias ou hipermelanoses podem atingir epiderme e derme. Para


determinarmos a profundidade das hipercromias, temos duas ferramen-
tas (estudadas anteriormente nessa disciplina): lâmpada de wood e der-
matoscópio. Essa análise é de extrema importância para definir o proto-
colo de tratamento, o que obrigatoriamente incluirá um ou mais tipos de
peelings. No tema a seguir você entenderá o que é peeling químico, quais
as indicações e contraindicações, os efeitos e as possíveis complicações
da técnica. Entender tais informações é muito importante para um profis-
sional da área de estética e dermatofuncional, já que hipercromias estão
entre as disfunções cutâneas mais procuradas para tratamento e dificil-
mente você descartará o uso do peeling químico nesses casos. Portanto,
aprender a aplicar técnicas de peeling químico e a lidar com as possíveis
complicações é algo que deve fazer parte dos seus conhecimentos.

1. Peelings químicos

Peeling químico, também conhecido como esfoliação química, consiste na


aplicação de uma ou mais substâncias ácidas na pele, que podem ser sin-
téticas ou vegetais, com a finalidade de remover de maneira controlada
porções da epiderme ou derme.4 A técnica pode apresentar processo infla-
matório e descamação, de leves a intensos – quanto mais profundo o pee-
ling, maiores os efeitos inflamatórios e descamativo. Esse processo induz o
afinamento da pele e consequentemente acelera o processo de renovação
celular, portanto é um procedimento utilizado para tratar diversos tipos
de hipermelanoses, acne e envelhecimento cutâneo. Os peelings químicos
têm ação queratolítica quando agem na epiderme e podem, neste caso,
ser aplicados por profissionais da área de estética e demais profissionais
da área dermatofuncional. Quando atingem a derme, são também conhe-
cidos como resurfacing, quimioesfoliação ou quimiocirurgia e, neste caso,
somente médicos podem atuar (AZULAY, 2017; RIBEIRO, 2010).

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico59


1.1. Classificação dos peelings químicos

1.1.1. Quanto à profundidade de ação

• Muito superficial: remove a camada córnea.

• Superficial: esfolia-se a epiderme parcial (até a camada granulosa)


ou totalmente (até a camada basal).

• Médio: age até a derme papilar.

• Profundo: age até a derme reticular.

Os peelings muito superficiais e superficiais podem ser aplicados por es-


teticistas e profissionais da área dermatofuncional, portanto são também
chamados de peelings estéticos. Os peelings médios e profundos só po-
dem ser realizados por médicos (AZULAY, 2017; GOMES e DAMAZIO, 2013;
RIBEIRO, 2010).

1.1.2. Quanto à região anatômica

• Faciais: somente a região da face, que consiste em áreas da região


frontal, nariz, região malas e mandibular. As áreas faciais cicatrizam
mais rapidamente do que as áreas corporais devido à presença de
maior quantidade de unidades pilossebáceas - comparada a pesco-
ço, colo e dorso das mãos - que migram lateralmente no processo
de reepitelização (AZULAY, 2017; KEDE e SABTOVICH, 2003).

• Corporais ou não faciais: consiste na região do pescoço e colo e


demais regiões corporais. A menor quantidade de unidades pilosse-
báceas em algumas regiões corporais, como pescoço, colo e dorso
das mãos, faz com que a reepitelização nesses locais seja mais lenta,
além disso, em algumas regiões há maior pré-disposição a cicatrizes
hipertróficas, portanto é prudente não realizar peelings profundos
nessas áreas e sim repetidos peelings superficiais (AZULAY, 2017;
KEDE e SABTOVICH, 2003).

60 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


PARA SABER MAIS
A imagem abaixo mostra a comparação entre áreas faciais
(imagem A) e áreas corporais (imagem B) no que se refere à
presença unidades pilossebáceas.

Fonte: KEDE, M.P.V.; SABTOVICH, O. Dermatologia Estética. 2.ed.


São Paulo: Atheneu, 2003, p.601

1.2. Indicações do peeling químico estético

Os peelings químicos usam ácidos que, além de ação esfoliante, podem


ter outras funções, como: hidratante, antioxidante, anti-inflamatório e
anti-irritante. Portanto, são indicados para diversos tratamentos, porém
vale ressaltar aqui que a continuidade do tratamento em casa por parte
do paciente é indispensável para resultados duradouros e eficazes. São
indicações para uso de peelings químicos:

• Melasmas;

• Hiperpigmentação pós-inflamatória;

• Melanose solar;

• Efélides;

• Acne;

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico61


• Excesso de oleosidade;

• Envelhecimento cutâneo;

• Cicatrizes superficiais;

• Estrias.

LINK
Leia uma revisão bibliografia sobre o uso de peelings químicos
no tratamento das hipercromia no link a seguir: Disponível
em <http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/18/87_-_
Peeling_quYmico_no_tratamento_das_hipercromias.pdf>.
Acesso em: 23 ago. 2018.

1.3. Contraindicações

Podemos citar como contraindicações às técnicas de peelings químicos:

• Ferimentos e cicatrizes recentes;

• Pós-operatório de peelings profundos;

• Lesões herpéticas ativas;

• Peles eritematosas e sensibilizadas pelo uso de altas concentrações


de ácidos, como: retinóico, hidroquinona, resorcina e outros;

• Peles bronzeadas;

• Pós-imediato de qualquer método de depilação;

• Histórico de hiperpigmentação pós-inflamatória permanente;

• Rosácea;

• Gravidez (somente com indicação médica). (AZULAY, 2017; RIBEIRO


2010).

62 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


1.4. Efeitos esperados do peeling químico estético1, 2, 3, 4

• Por ter ação queratolítica, os ácidos dissolvem o cimento intercelular


que mantêm os corneóticos e queratinócitos presentes na epider-
me coesos. Desta maneira, promovem a redução da coesão entre as
células promovendo seu desprendimento (esfoliação) e induzindo
um processo de renovação mais intenso.

• Aumentam a permeabilidade cutânea pelo afinamento da pele.


Sendo assim, o peeling químico pode ser associado a diversos pro-
tocolos faciais e corporais, trazendo resultados mais eficientes.

• Por destruir camadas específicas da pele e substituí-la por um novo


tecido, melhoram a textura da pele por torná-la mais lisa, homogê-
nea e viçosa.

• Ação despigmentante pela esfoliação das manchas superficiais


e pela renovação celular intensificada. O clareamento da pele
pode ser intensificado pelo uso de ácidos queratolíticos com ação
antioxidante.

• A ação queratolítica promove a desobstrução dos folículos pilosse-


báceos, melhorando quadros de acne comedogênica e inflamatória.
No caso da acne comedogênica, age pela remoção de “rolhas” sebá-
ceas, e na acne inflamatória a ação queratolítica permite a excreção
do sebo que, tamponados, causam inflamação pela ação da bacté-
ria propioniumbacterium acnes (p.acnes).

• Por induzir processos inflamatórios, os peelings químicos podem


estimular os fibroblastos. Sendo assim, há um aumento na produ-
ção de colágeno novo e de substância fundamental, o que melhora
aspectos de rugas finas e cicatrizes superficiais.

• Aumento do teor de água no estrato córneo pelo uso de ácidos com


efeito hidratante (AZULAY, 2017; GOMES e DAMAZIO, 2013; KEDE e
SABTOVICH, 2003; RIBEIRO 2010).

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico63


PARA SABER MAIS
Resultado da aplicação de repetidos peelings estéticos no tra-
tamento do melasma misto, junto com protocolo de trata-
mento homecare.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

1.5. Complicações na aplicação do peeling químico

As complicações podem estar relacionadas à reação cutânea do paciente


ao tipo de ácido utilizado, ao mau uso da técnica de aplicação e à indicação
inadequada do protocolo por parte do profissional ou à falta de cuidados

64 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


no pós-peeling por parte do paciente. No caso dos peelings muito superfi-
ciais e superficiais, que consistem nos limites de atuações por parte dos
profissionais da área de estética e dermatofuncional, as complicações são
menos presentes, visto que nessas profundidades o processo inflamató-
rio e descamativo são leves e consequentemente a reepitelização é mais
rápida. As complicações podem ser minimizadas pela correta avaliação
da pele e indicação do tipo de peeling. Peles com fototipos de IV a VI e pe-
les orientais apresentam maior risco de hiperpigmentação pós-inflamató-
ria. Podemos citar como possíveis complicações (AZULAY, 2017; GOMES e
DAMAZIO, 2013; KEDE e SABTOVICH, 2003):

• Reações alérgicas;

• Eritema persistente devido a hipersensibilização da pele pelo agen-


te ácido;

• Hiperpigmentações pós-inflamatórias transitórias;

• Efeito hiperpigmentante rebote. Nesse caso, as manchas podem


ficar mais escuras do que antes do tratamento;

• Manifestação de lesões herpéticas no pós peeling;

• Hipopigmentação (manchas claras). A hipopigmentação é mais


comum em peelings médios e profundos.

EXEMPLIFICANDO
Na foto, observe exemplo de reação alérgica após aplicação
do peeling químico estético. Foto tirada 4 dias após o inicio do
processo alérgico, que iniciou no mesmo dia da aplicação. A
sensação relatada pela cliente foi: ardor, prurido excessivo e
empolamento da pele.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico65


Fonte: Arquivo pessoal da autora

Aprender a lidar com as complicações é de extrema importância para o


profissional, embora como já citado nesse tema, peelings estéticos são ex-
tremamente seguros se aplicados corretamente, respeitando o tipo de pele
e as contraindicações. Porém, no caso de reação alérgica ou manifestação
do herpes, interrompa o tratamento e peça ao paciente que procure um
médico para o tratamento e só então, se possível, retome as sessões de
peeling. É importante salientar que esses tipos de manifestações não são
um erro profissional (se você fez a avaliação correta da pele, preencheu
corretamente a ficha de avaliação do paciente e respeitou as indicações e
contraindicações), e sim manifestações individuais de cada pele. Portanto,
explique isso ao paciente e dê as orientações necessárias. No caso do her-
pes, o paciente que já manifestou em outras ocasiões, pode ser orientado
a procurar um médico para a profilaxia antes do início do tratamento.
Em manifestações pós-inflamatórias transitórias, o paciente deve ser
orientado a não se expor ao sol ou fontes de calor, usar corretamen-
te o protetor solar e usar despigmentantes homecare, sob a orientação
do profissional. Assim como o melasma é um tipo de hipercromia mais

66 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


resistente, pois é preciso controlar o processo inflamatório da pele para
que não haja recidivas. Falaremos mais sobre despigmentantes no próxi-
mo tema. No eritema persistente, o tratamento deve ser interrompido até
que a pele volte ao normal e então o profissional deve reavaliar o protoco-
lo. O efeito rebote pode acontecer principalmente no caso de tratamento
do melasma em peelings onde o processo inflamatório é intenso. Para evi-
tar efeito rebote, opte por técnicas menos agressivas, porém constantes,
sempre orientando o paciente a dar continuidade ao tratamento em casa
com o uso de produtos indicados pelo profissional.

ASSIMILE
Sabemos que processo inflamatório e descamação são pro-
cessos esperados e muitas vezes desejados nas técnicas de
peeling químico. Porém, quanto mais intenso for esse pro-
cesso, maiores são os cuidados necessários no pós-peeling
e maiores as chances de hiperpigmentação pós-inflamató-
ria transitória e efeito rebote em alguns tipos de manchas.
Portanto, a avaliação correta do tipo de hipercromia e do tipo
de pele é essencial para minimizar esses efeitos indesejados
e se obter resultados satisfatórios.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO


Nesse tema você aprendeu o que é um peeling químico, quais as
profundidades que ele pode atingir, os efeitos esperados, as possí-
veis complicações e qual o seu limite de atuação ao trabalhar com
essa técnica. Tente refletir como os peelings superficiais e superficiais
agem ao tratar as hipercormias, e em quais delas eles seriam mais
eficazes. Reflita em como as técnicas de esfoliação (peelings) estuda-
das até agora podem ser associadas para melhores resultados dos
tratamentos. Pense em como você pode orientar seu paciente não só
minimizar possíveis complicações no pós-peeling, mas também obter
resultados mais eficazes.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico67


2. Considerações finais
• Peeling químico: conhecido como esfoliação química, consiste na
aplicação de um ou mais substâncias ácidas na pele, que podem
ser sintéticas ou vegetais, com a finalidade de remover de maneira
controlada porções da epiderme ou derme.
• Peeling químico: presença de processos inflamatórios e descama-
ção leve a intenso. Quanto mais profundo o peeling, mais intenso os
processos.
• Quanto à profundidade os peelings podem ser: muito superficias (cama-
da córnea), superficiais (epiderme até a camada granulosa ou basal),
médios (até a derme papilar) e profundos (até a derme reticular).
• Peelings muito superficias e superficiais são os limites de atuações
das esteticistas e demais profissionais da área dematofuncional.
• Principais indicações do peeling químico: hipercromias, acne, enve-
lhecimento cutâneo.
• Principias contraindicações: lesão de pele, pós-cirúrgico imediato
no local de aplicação, peles sensibilizadas, peles bronzeadas e pós
depilação.
• Principais efeitos esperados: aceleração do processo de renovação
celular, aumento da permeabilidade cutânea, ação despigmentan-
te, melhora da acne, redução de rugas finas e cicatrizes superficiais.
• Possíveis complicações; reação alérgica, hiperpigmentação pós-infla-
matória transitória, efeito rebote, manifestações herpéticas no local.

Glossário
• Queratolítico: substâncias que destroem ou dissolvem a camada
córnea da pele.
• Propioniumbacterium acnes (p.acnes): bactéria anaeróbia (vive
com pouco ou nenhum oxigênio) que se alimenta de secreção sebá-
cea. No corpo humano, existe em maior quantidade na microbiota
(flora) da pele. Na pele acneica ela existe em maior quantidade.

68 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


• Cicatriz hipertrófica: produção desordenada de colágeno que dá
a cicatriz uma aparência elevada ou alargada na pele.

• Profilaxia: medidas para prevenir ou atenuar doenças. Precaução.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 05
1. Assinale a alternativa CORRETA. O peeling químico é co-
nhecido como:
a) Técnica de aplicação de ácidos no pós-peeling mecânico.
b) Esfoliação química.
c) Gommage com uso de ácidos na formulação.
d) Esfoliação mecânica.
e) Esfoliação queratolítica.
2. Assinale a alternativa CORRETA. SOMENTE os médicos po-
dem aplicar:
a) Peelings superficias e profundos.
b) Peelings muito superficiais e superficiais.
c) Peelings médios e profundos.
d) Peelings médios e superficiais.
e) Peelings profundos e superficiais.
3. Assinale a alternativa CORRETA. Entre as indicações do
peeling químico estético estão as seguintes:
a) Cicatrizes profundas de acnes, melasmas e efélides.
b) Rugas superficiais, cicatrizes profundas e hiperpigmen-
tação pós-inflamatória.
c) Melasma, acne, cicatrizes profundas.
d) Herpes, melasma, melanose solar.
e) Cicatrizes superficiais, hiperpigmentação pós-inflama-
tória, melasma.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico69


Referências Bibliográficas

AZULAY, R.D. et al.Dermatologia. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

GOMES, K.G.; DAMAZIO, M.G. Cosmetologia – Descomplicando os princípios ati-


vos. 4.ed. São Paulo: LMP, 2013.

KEDE, M.P.V.; SABTOVICH, O. Dermatologia Estética. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2003.

RIBEIRO, C.J. Cosmetologia Aplicada a Dermoestética. 2.ed. São Paulo: Pharmabooks


Editora, 2010.

Gabarito – Tema 05

Questão 1 – Resposta: B
Peeling químico, também conhecido como esfoliação química, con-
siste na aplicação de um ou mais substâncias ácidas na pele, que
podem ser sintéticas ou vegetais, com a finalidade de remover de
maneira controlada porções da epiderme ou derme.

Questão 2 – Resposta: C
• Muito Superficial: remove a camada córnea.

• Superficial: esfolia-se a epiderme parcial (até a camada granulo-


sa) ou totalmente (até a camada basal).

• Médio: age até a derme papilar.

• Profundo: age até a derme reticular.

Os peelings médios e profundos só podem ser realizados por médicos.

Questão 3 – Resposta: E
Indicações do peeling estético:

• Melasmas;

• Hiperpigmentação pós-inflamatória;

70 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


• Melanose solar;

• Efélides;

• Acne;

• Excesso de oleosidade;

• Envelhecimento cutâneo;

• Cicatrizes superficiais.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico71


TEMA 06

PEELINGS QUÍMICOS:
ÁCIDOS E SUAS CARACTERÍSTICAS

Objetivos

• Conhecer as substâncias ácidas usadas em peelings


químicos.

• Conhecer as principais características dos ácidos usa-


dos para tratamento das hipercromias.

• Entender a importância da correta avaliação da pele e


saber como avaliar.

• Conhecer protocolo de aplicação do peeling químico.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico72


Introdução

Os peelings químicos são realizados através da aplicação de substâncias


ácidas que promovem intensa renovação celular e, dependendo do ácido
escolhido, ele pode ter uma ação secundária (hidratante, antioxidante,
etc.). Os peelings químicos também podem ser realizados através da com-
binação de ácidos que devem ser escolhidos levando em conta as carac-
terísticas da disfunção a ser tratada, como, por exemplo: hipercromias,
rugas, acne, etc. Além disso, dependendo da concentração do ácido, do
pH (potencial hidrogeniônico) em que se encontra e a forma de aplica-
ção, ele pode atingir diversas profundidades. Portanto, nesse tema você
poderá entender as características dos ácidos utilizados para os peelings
químicos e como inseri-los em seu protocolo de tratamento das hipercro-
mias, assim como aprenderá a avaliar se a pele de seu paciente está apta
a receber o tratamento.

1. Peelings químicos

Conforme mencionado no tema anterior, podemos definir peelings quí-


micos ou esfoliação química como a aplicação na pele de uma ou mais
substâncias químicas com a finalidade de remover de maneira controlada
a epiderme ou derme (AZULAY, 2017; BORGES, 2010). Esse processo ace-
lera a renovação celular e induz a produção de colágeno, portanto pode
ser utilizado para diversos tratamentos estéticos da face e do corpo, in-
cluindo os diversos tipos de hipercromias ou hipermelanoses.

Já aprendemos que os peelings químicos podem atingir as seguintes pro-


fundidades: muito superficial (camada córnea), superficial (epiderme até
a camada granulosa ou basal), médio (epiderme até a derme papilar), pro-
fundo (epiderme até a derme reticular). O limite de atuação da esteticista
e demais profissionais da área dermatofuncional constitui: peeling muito
superficial e superficial.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico73


1.2. Fatores que influenciam a profundidade dos peelings
químicos

1.2.1. Limpeza e desengorduramento da pele

Antes do procedimento, a pele deve estar higienizada e desengordura-


da através de solução pré-peeling, que geralmente é uma solução alcoó-
lica. Quanto mais desengordurada, maior a permeação do agente ácido
(AZULAY, 2017; BORGES, 2010; KEDE e SABTOVICH, 2003).

1.2.2. Preparação da pele

Dependo do tipo de disfunção a ser tratada e da espessura da pele, o pro-


fissional pode optar em fazer uma preparação de 15 a 30 dias antes do
início do tratamento. Essa preparação é a base de ácidos e pode ou não
ser associada a outros ativos, por exemplo os antioxidantes. O fato é que
essa preparação induzirá o afinamento da pele e isso também potencia-
lizará o efeito do peeling químico. No caso de hipercromias, os melasmas
e as pós-inflamatórias terão melhores resultados se a pele for preparada
antes (AZULAY, 2017; BORGES, 2010; KEDE e SABTOVICH, 2003).

1.2.3. Espessura da pele

O tipo de pele e localização anatômica da aplicação pode indicar pele fina


ou espessa.

1.2.4. Agente esfoliante

O tipo de ácido (maior ou menor peso molecular), a concentração utiliza-


da e o pH do meio. A concentração do ácido autorizada pela ANVISA para
peelings químicos estéticos é de 10% (total) para o pH 3,5.

1.2.5. Técnica da aplicação

Uso de cotonetes, dedos enluvados ou gaze, oclusão ou não da área, nú-


mero de camadas e tempo de duração no contato com a pele. Aplicar o

74 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


ácido com gaze, que já é um agente esfoliativo (esfoliação física), e a oclu-
são do ácido induzem maior permeação, além disso, maior número de
camadas e maior tempo de contato com a pele também potencializam a
ação do peeling (AZULAY, 2017; BORGES, 2010; KEDE e SABTOVICH, 2003).

1.3. Fatores envolvidos na utilização dos peelings químicos com


segurança

1.3.1. Estudo e prática

Esse item é de extrema importância. Por isso, o estudo e a atualização de-


vem fazer parte da sua rotina profissional para que a prática seja emba-
sada e tenha eficácia com o mínimo de intercorrências possíveis (GOMES
e DAMAZIO, 2013; KEDE e SABTOVICH, 2003, RIBEIRO 2010).

1.3.2. Avaliação minuciosa da pele

A ficha de avaliação é a ferramenta essencial para definir o tipo de pele, o


tipo de disfunção a ser tratada e os hábitos do cliente em relação à pele,
através das informações contidas nesse documento. Através da ficha de-
vidamente preenchida e assinada pelo paciente, o profissional determi-
nará o melhor protocolo de tratamento. O que deve ser previamente ob-
servado na ficha é o relato de quadros alérgicos, verifique se o paciente é
alérgico a algum ácido que você pretende utilizar ou então, se não sabe a
origem da alergia, oriente-o sobre a possível reação no pós-peeling. Outro
fator a ser observado é o uso diário por parte do paciente de produtos que
contêm algum tipo de ácido, neste caso avalie a pele, sua sensibilidade e
espessura. Avalie corretamente o tipo de pele, peles secas tendem a ser
mais finas e mais sensíveis. Observe também os costumes diários, como,
por exemplo, o uso correto do protetor solar, não faça peeling em quem
não tem esse hábito, primeiro o paciente deve desenvolvê-lo (GOMES e
DAMAZIO, 2013; KEDE e SABTOVICH, 2003, RIBEIRO 2010).

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico75


1.3.3. Uso de produtos que atuem na epiderme

Para peelings estéticos precisamos respeitar o percentual e pH determina-


dos pela ANVISA. O pH de uma pele em equilíbrio é levemente ácido (em
média 5,5), portanto quanto mais baixo o pH, mais ácida a substância e
maior a necrose da pele. Peelings químicos estéticos variam de 3,5 e 5, en-
quanto os médicos variam de 1,5 a 2,75 (GOMES e DAMAZIO, 2013; KEDE
e SABTOVICH, 2003, RIBEIRO 2010).

PARA SABER MAIS


Observe na imagem abaixo a escala de pH e veja que a pele
em equilíbrio tem um pH levemente ácido (5,5).

Fonte: Disponível em: <https://www.dreamstime.com/indicators-liquids-different-ph-


values-color-image104090453>. Acesso em: 23 jul. 2018. Adaptado pela autora.

1.3.4. Conhecimento do ácido e seu mecanismo de ação

Conhecer os ácidos, seu peso molecular e a ação deles sobre a pele é im-
portante para que você escolha o melhor ácido ou a melhor combinação
para o tratamento. O peso molecular dos ácidos determina maior ou me-
nor permeação, além de sensibilização da pele.

76 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


1.3.5. Controlar a ação pelo tempo e número de camadas

Quanto maior o tempo de exposição, maior ação queratolítica e processo


inflamatório, o que induzirá o processo de descamação. Peelings estéticos
têm leve ação descamativa e o processo inflamatório controlado.

1.3.6. Técnicas de neutralização

O frost é a interação entre o ácido e a queratina das camadas superficiais


da pele, onde ocorre a desnaturação da queratina e a pele fica com as-
pecto esbranquiçado e esponjoso e em seguida é substituído por eritema.
Quando esse fenômeno ocorre o profissional deve interromper ou neu-
tralizar somente a região do frost com água ou soro fisiológico. O frost é
mais comum nos peelings médios e profundos, nesse caso, para neutrali-
zá-los, os médicos usam soluções alcalinas, como o bicarbonato de sódio
e o hidróxido de magnésio.

PARA SABER MAIS


Veja na imagem abaixo a manifestação de frost discre-
to após a aplicação da pasta de ATA (Ácido Tricloroacético)
20% no dorso das mãos. Ácido e percentual utilizados por
dermatologistas.

Fonte: AZULAY, R.D. et al.Dermatologia. 7.ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2017, p.1122.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico77


2. Principais ácidos para tratamentos das
hipercromias

2.1. Alfa-hidroxiácidos (AHA’s)

São ácidos orgânicos derivados de frutas, cana-de-açúcar, leite e outros.


Os AHA’s possuem ação queratolítica, ou seja, diminuem a adesão entre
os corneócitos, diminuindo a espessura do estrato córneo, alisam a super-
fície cutânea e clareiam a pele por induzir a renovação celular. Em baixas
concentrações (até 2%) promovem a hidratação cutânea, de 8% a 15% têm
efeito esfoliativo por induzir a remoção da camada córnea. No tratamento
de hipercromias, os alfa-hidroxiácidos podem ser associados a outros áci-
dos despigmentantes, como o ácido Kójico e Fítico, e também a vitaminas
antioxidantes, como a vitamina C e vitamina E. Os principais alfa-hidroxiá-
cidos são (AZULAY, 2017; KEDE e SABTOVICH, 2003, REBELLO, 2017):

• Ácido glicólico: derivado da cana-de-açúcar, tem o menor peso


molecular de todos os AHA’s, tem maior permeação cutânea e pode
causar maior sensibilidade na pele. Muito usado para a preparação
da pele no pré-peeling.
• Ácido Mandélico: derivado das amêndoas amargas, tem maior peso
molecular dos AHA’s, pode ser usado com maior segurança em peles
sensíveis e em fototipos altos.
• Ácido lático: derivado do leite, tem ação hidratante e umectante.
• Ácido cítrico: derivado de frutas cítricas. Tem efeito antioxidante.
• Ácido málico: derivado da maça. Tem efeito antioxidante e hidratante.
• Ácido tartárico: derivado da uva com ação antioxidante.

2.2. Ácido Fítico

Obtido do farelo de arroz, aveia e gérmen de trigo, tem ação despigmen-


tante por ser quelante de íons cobre, elemento do qual a enzima tirosina-
se depende para que haja melanogênese.

78 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


2.3. Ácido Kójico

Obtido através da fermentação do arroz. Quelante de íons cobre. Eficácia


semelhante à hidroquinona.

2.4. Ácido tranexâmico

Substância sintética que inibe a atividade da plasmina, que através de


um processo complexo induz melanogênese. Ácido muito utilizado para
clareamento e gerenciamento do melasma, tanto topicamente quanto de
forma subcutânea. Neste último caso, aplicado por médicos e profissio-
nais autorizados. Pode ser associado à vitamina C, alcaçuz e semente de
uva, todos com ação antioxidante, (RIBEIRO, 2010).

2.5. Ácido Salicílico

Age diminuindo a adesão dos corneócitos, promovendo o afinamento da


pele. É um ácido de baixo peso molecular, portanto tem penetração rápi-
da e após a aplicação é possível que o paciente sinta leve ardência. Tem
ação queratolítica e anti-inflamatória, ideal para tratar hipercomias pós-
-inflamatórias de acne quando ainda há presença de acne inflamatória.

2.6. Ácido Resorcina

Também conhecido como resorcinol, tem ação esfoliativa e antisseborrei-


ca, ideal para peelings em peles lipídicas. Em peelings estéticos, a concen-
tração é de até 2%, e pode ser associado ao ácido salicílico e lático.

3. Técnicas de aplicação do peeling estético

Antes de iniciar a técnica de aplicação, prepare o ambiente com os ma-


teriais necessários para o protocolo que foi previamente definido, ba-
seado na ficha de avaliação preenchida e assinada pelo paciente. Nesse

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico79


momento, a pele já foi preparada para a técnica (limpeza de pele, afina-
mento através do uso diário de ácidos, etc.). Seja minucioso ao dar as
orientações sobre os cuidados pós-peeling, o uso de produtos antioxidan-
tes, despigmentantes e do protetor solar diariamente é muito importante
para eficácia do tratamento, isso deve estar claro para o paciente, tanto
que alguns profissionais optam nesse momento em entregar um termo
de compromisso com todas as orientações escritas que o paciente deve
assinar. Fotografe a pele em vários ângulos em um local com boa ilumina-
ção e então inicie a aplicação:

• Higienize o local da aplicação com sabonete líquido;

• Aplique a solução desengordurante pré-peeling;

• Tampe os olhos do paciente com algodão úmido para evitar


acidentes;

• Com o uso de cotonetes, dos dedos enluvados ou de gaze, inicie a


aplicação respeitando as unidades anatômicas, das mais resisten-
tes para as mais sensíveis: região frontal, região malar, dorso nasal,
região supralabial, região mentoniana, pálpebras superior e infe-
rior. Cuidado com comissuras labiais, comissuras oculares e asa do
nariz, não aplique nessas áreas;

• Aplique a segunda camada (se determinado no protocolo) após 5


minutos.

80 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


EXEMPLIFICANDO
Observe na imagem abaixo a sequência de aplicação do
peeling químico.

Fonte: arquivo pessoal da autora

A descamação suave da pele geralmente se inicia de 2 a 3 dias após apli-


cação dessa técnica e pode durar de 7 a 10 dias (AZULAY, 2017; KEDE e
SABTOVICH, 2003). Os peelings estéticos podem ser aplicados 1 vez por
semana ou por até 3 dias consecutivos, nesse último caso, são conhecidos
como peelings estéticos sequenciais. No caso da aplicação sequencial, a
pele é avaliada dia a dia, podendo o profissional escolher não aplicar os
3 dias, por respeitar seu limite de atuação, jamais ultrapassando a cama-
da basal da epiderme. Na aplicação sequencial, a reação inflamatória e
a descamação podem ser mais intensas e exigem maior experiência do
profissional. Para o tratamento das hipercromias, os peelings estéticos se-
quenciais têm tido maior eficácia.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico81


ASSIMILE
Para a eficácia do tratamento, além do profissional fazer a
avaliação correta da hipercromia e sua profundidade para
determinar o melhor protocolo, é de extrema importância
a adesão do paciente. Ele deve usar diariamente o filtro so-
lar, repassá-lo a cada 3 horas em média e também usar os
produtos indicados pelo profissional, como antioxidantes e
ácidos despigmentantes. Não inicie o tratamento antes de
deixar claro esses fatores!

QUESTÃO PARA REFLEXÃO


Você pôde aprender nesse tema os principais ácidos utilizados nos
peelings químicos estéticos e suas possíveis associações. Além disso,
você pôde entender a importância da ficha de avaliação, das orien-
tações minuciosas que você deve dar ao paciente e do uso dos pro-
dutos homecare. Diante desse cenário, reflita como você, profissional
da área de estética, pode fazer com que seu paciente assuma o com-
promisso de aplicar diariamente suas orientações, quais ácidos você
usaria e quais as possíveis associações entre os peelings estudados
para desenvolver protocolos de tratamentos para cada tipo de hiper-
cromia estudada.

4. Considerações finais
• Peeling químico: aplicação na pele de uma ou mais substâncias
químicas com a finalidade de remover de maneira controlada a epi-
derme ou derme.
• Fatores que influenciam a profundidade dos peelings: limpeza e
desengorduramento da pele, preparação antecipadamente da pele,
espessura, agente esfoliante e técnicas de aplicação.

82 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


• Fatores envolvidos na utilização dos peelings químicos com seguran-
ça: estudo e prática, avaliação minuciosa da pele, uso de produtos
que atuem na epiderme, conhecimento do ácido, controle da ação
por observar o tempo e número de camadas, conhecer as técnicas
de neutralização.

• Técnicas de aplicação: higienizar corretamente, desengordurar,


aplicar o ácido ou a combinação de ácidos respeitando as regiões
anatômicas das mais resistentes para as mais sensíveis.

Glossário

• pH– potencial hidrogeniônico: escala usada para medir a acidez


ou alcalinidade (ou basicidade) de uma substância ou meio. A es-
cala varia de 0 (zero) a 14, onde 0 (zero) é a acidez máxima e 14
alcalinidade ou basicidade máxima, sendo 7 o valor neutro.

• Quelante: palavra que significa garra ou pinça. Assim todo agente


quelante captura ou “sequestra” alguma substância.

• Íon: átomo eletricamente carregado.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 06
1. Assinale a alternativa CORRETA. Entre os fatores de in-
fluenciam a profundidade dos peelings podemos citar:
a) Espessura da epiderme, desengorduramento da pele e
estudo.
b) Espessura da epiderme, limpeza e desengorduramen-
to, técnica de aplicação.
c) Agente esfoliante, técnicas de aplicação e avaliação mi-
nuciosa da pele.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico83


d) Respeitar regiões anatômicas, espessura da epiderme,
prática.
e) Higienização correta, avaliação minuciosa da pele e uso
de produto que atuem na derme.
2. Assinale a afirmação CORRETA sobre os peelings químicos:
a) Os alfa-hidroxiácidos (AHA’s) são ácidos orgânicos ex-
traído de frutas, cana-de-açúcar, leite e outros.
b) O ácido salicílico é contraindicado em pele acneicas.
c) Resorcina, também conhecido como resorcinol, é um
ótimo agente esfoliante, porém contraindicado em pe-
les lipídicas.
d) Ácido Kójico é um quelante de íons cobre sem muita
eficácia no melasma.
e) Ácido tranexâmico é eficaz em melasma, porém inefi-
caz em hipercromia pós-inflamatória.
3. As orientações ao paciente e sua adesão ao tratamento
são de extrema importância para eficácia do resultado fi-
nal. E imprescindível que o paciente use em casa:
a) Água termal, creme calmante e filtro solar.
b) Máscaras calmantes, argila e filtro solar.
c) Creme reepitelizante, antibióticos e despigmentante
d) Antioxidantes, despigmentates e filtro solar.
e) Argila em creme, despigmentante e filtro solar.

Referências Bibliográficas
AZULAY, R.D. et al.Dermatologia. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
BORGES, F.S. Modalidades Terapêuticas nas disfunções Estéticas. 2.ed. São Paulo:
Phorte, 2010.
GOMES, K.G.; DAMAZIO, M.G. Cosmetologia – Descomplicando os princípios ati-
vos. 4.ed. São Paulo: LMP, 2013.

84 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


KEDE, M.P.V.; SABTOVICH, O. Dermatologia Estética. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2003.
REBELLO, T. Guia de Produtos Cosméticos. 11 ed. São Paulo: Senac, 2017.
RIBEIRO, C.J. Cosmetologia Aplicada a Dermoestética. 2.ed. São Paulo: Pharmabooks
Editora, 2010.

Gabarito – Tema 06

Questão 1 – Resposta: B
Fatores que influenciam a profundidade dos peelings: limpeza e de-
sengorduramento da pele, preparação antecipadamente da pele, es-
pessura, agente esfoliante e técnicas de aplicação.

Questão 2 – Resposta: A
São ácidos orgânicos derivados de frutas, cana-de-açúcar, leite e
outros. Os AHA’s têm, entre outras, ação queratolítica, ou seja, di-
minuem a adesão entre os corneócitos, diminuindo a espessura do
estrato córneo, alisam a superfície cutânea e clareiam a pele por in-
duzir a renovação celular.

Questão 3 – Resposta: D
Seja minucioso ao dar as orientações sobre os cuidados pós-peeling.
O uso de produtos antioxidantes, despigmentantes e do protetor so-
lar diariamente é muito importante para eficácia do tratamento.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico85


TEMA 07

LED E LASER DE BAIXA POTÊNCIA


EM HIPERCROMIAS

Objetivos

• Conhecer LED e LASER de baixa potência e suas


características.

• Conhecer os mecanismos de ação fisiológica e efeitos


da aplicação da fototerapia de baixa intensidade.

• Entender a ação do LED e LASER de baixa potência


em hipercromias.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico86


Introdução

Quando aplicamos os LEDs e LASERs de baixa potência na pele, várias


estruturas absorvem luz ativando respostas fisiológicas diferentes, entre
elas o estímulo à produção de ATP (Adenosina trifosfato) pelas mitocôn-
drias, aumento da permeabilidade da membrana celular, neocolagênese,
degradação da melanina superficial e profunda, entre outras. Portanto, o
profissional da área de estética deve estar atualizado em relação à fotote-
rapia, já que seu uso tem crescido bastante para o tratamento de diversas
disfunções, incluindo as hipercromias. Nesse tema você poderá conhecer
o LED e o LASER de baixa intensidade, suas características individuais e
qual a ação da aplicação das luzes com diferentes comprimentos de on-
das (diferentes cores) sobre a melanina depositada na pele, no caso das
hipermelanoses.

1. Interação da luz com a pele

A luz é uma radiação ou onda eletromagnética, assim como os raios ultra-


violeta (UV), micro-ondas, ondas de rádio e de televisão, ela é constituída
por minúsculas partículas chamadas de fótons. As emissões dessa radia-
ção estão organizadas no espectro de radiações eletromagnéticas, que se
estende em ordem crescente de energia, das ondas de rádio que emitem
baixa energia até os raios-x e raios gama que emitem radiações de altís-
sima energia. A parte visível da luz consiste em uma região com energia
intermediária, entre infravermelho e o ultravioleta, com o comprimento
de ondas entre 380 e 740nm (Tabela 1), (MENEZES, 2017). A diferença en-
tre a luz e as ondas de rádio é que a luz consegue transportar energia e as
ondas de rádio não; essa energia é medida em Joules/ cm2.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico87


EXEMPLIFICANDO
Figura 1: Espectro de Radiações Eletromagnéticas

Fonte:Disponível em: <https://pt.dreamstime.com/fotos-de-stock-espectro-


eletromagn%C3%A9tico-image31930793>. Acesso em: 29 jul. 2018. Adaptado pela autora.

A luz é capaz de penetrar na pele e produzir diversas reações fisiológi-


cas, o comportamento da luz ao atingir a pele é determinado pelo seu
comprimento medido em namômetros (nm) (OLIVEIRA, 2013) e também
pela quantidade de joules depositada, parte dela é refletida por estrutu-
ras denominadas de fluoróforos e parte é absorvida pelos cromóforos.
Os cromóforos absorvem luz num comprimento de onda específico no
espectro visível, isso significa que cada cromóforo tem atração por um
tipo ou cor de luz. Os principais cromóforos endógenos presentes na pele
são (CANDURI, 2018; KALIL, 2011; KAMINSKY, 2009, MENEZES, 2017):

88 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


• Citocromo C oxidase: pequena proteína associada à membrana
interna das mitocôndrias. A mitocôndria é uma organela que pode
ser comparada a uma usina de energia, ela é responsável pela produ-
ção da energia necessária (ATP) para a célula exercer suas funções,
ou seja, qualquer trabalho realizado em nosso organismo ocorre
sob ação de ATP.
• Melanina: pigmento que da cor a pele, absorve os raios ultraviole-
tas e neutraliza radicais livres.
• Mioglobina: pequena proteína dos músculos dos invertebrados
com a função de facilitar o transporte de oxigênio aos músculos.
• Hemoglobina: proteína existente no interior das hemácias e no
plasma com a função de transportar oxigênio aos tecidos.
• Água.
Os fluoróforos endógenos produzem fluorescência nos tecidos atingidos,
esse processo gera o espalhamento ou dispersão de parte da luz antes
dela emergir do tecido. Os principais fluoróforos presentes no tecido bio-
lógico são (BAGNATO, 2008; MENEZES, 2017):
• Aminoácidos: essenciais à formação de proteínas. Os principais
são: triptofano, tirosina e fenilalanina.
• Colágeno: proteína fibrosa do tecido conjuntivo responsável pela
sustentação.
• Elastina: proteína fibrosa do tecido conjuntivo responsável pela
elasticidade e resistência a tração do tecido.
• Queratina: proteína da epiderme responsável pela resistência e
impermeabilidade.

2. LEDs e LASERs de baixa intensidade.

A terapia com LASERs de baixa intensidade (LLLT, Low Level LASER Therapy),
também conhecido como soft laser, iniciou-se há mais de 20 anos na der-
matologia, sendo especialmente usado para o reparo de feridas. A palavra

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico89


LASER (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation), traduzida do
inglês, significa “amplificação da luz por emissão estimulada de radiação”.
O LASER possui características específicas como, por exemplo, monocro-
maticidade, que é uma propriedade que atribui ao LASER uma única cor,
a coerência que corresponde à sincronia das ondas de luz e a colimação
que se refere à unidirecionalidade do LASER. Essas características se refe-
rem à disposição organizada dos fótons dentro do feixe de luz, como se
fossem soldados marchando ritmicamente na mesma direção, lado a lado
(BAGNATO, 2008; OLIVEIRA, 2017; MENEZES, 2017; TRAJANO, 2013).
O LED (Light Emitting Diode), diferente do LASER, possui ondas de luz incoe-
rente, ou seja, os fotóns emitidos não possuem sincronia e nem colimação,
sendo assim a luz LED é dispersiva, sendo capaz de iluminar áreas maiores
comparadas ao LASER. A banda espectral do LED, por ser mais larga, oferece
uma gama maior de cores. Porém, estudos demonstram que, quando apli-
cados na pele em doses equivalentes, produzem os mesmos efeitos fisiológi-
cos (BAGNATO, 2008; OLIVEIRA, 2017; MENEZES, 2017; TRAJANO, 2013).

PARA SABER MAIS


Na imagem abaixo você pode ver a diferença entre a aplica-
ção da luz LASER monocromática, colimada e coerente (A) e
luz LED vermelha não monocromática e dispersiva (B).

Fonte: MENEZES, P. F.C. Aplicação da luz na dermatologia e estética. 1.ed.


São Carlos: Compacta Gráfica e Editora, 2017, p. 69.

90 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


Para otimizar as características do LASER e do LED, alguns equipamentos
acoplam ponteiras de acrílico à saída da luz. O acrílico aumenta a área de
irradiação do LASER e diminui a dispersão do LED (MENEZES, 2017).

PARA SABER MAIS


Veja na imagem abaixo a emissão do LASER (A) e LED (B) com
equipamento contendo ponteira de acrílico. Observe como
o acrílico aumenta a área de aplicação do LASER e diminui a
dispersão da luz do LED.

A B

Fonte: MENEZES, P. F.C. Aplicação da luz na dermatologia e estética. 1.ed.


São Carlos: Compacta Gráfica e Editora, 2017, p. 70

2.1. Os diferentes tipos de luz (cores) na pele

2.1.1. Azul 450 – 495nm

Destruição das bactérias e fungos, ação cicatrizante, fotoativação da que-


ratina resultando em hidratação, degradação da melanina reduzindo
manchas.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico91


2.1.2. Âmbar 570 – 590nm

Degradação da melanina superficial e profunda reduzindo manchas, ati-


vação da síntese e remodelagem do colágeno e elastina, melhora da cir-
culação sanguínea e linfática minimizando edemas.

2.1.3. Vermelha 620 – 750nm

Ação anti-inflamatória, analgésica, reparo tecidual, ativação do colágeno e


elastina, nutrição e oxigenação da pele e cabelo.

2.1.4. Infravermelha 750 – 1200nm

Ação anti-inflamatória e analgésica de tecidos profundos e lipólise das


células de gordura.

LINK
Para ler mais sobre a ação do laser de baixa intensidade e suas
características, acesse o link. Disponível em: <https://www.
ipen.br/biblioteca/2011/17988.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2018.

2.2. Uso da fototerapia no tratamento de Hipermelanoses

A aplicação da luz em hipercromias tem como objetivo não só a degrada-


ção da melanina, mas também a redução dos radicais livres e o controle
de processos inflamatórios, visto que além da radiação UV, ambos os pro-
cessos induzem melanogênese. Diante disso, podemos usar diferentes
tipos de luzes para o tratamento e gerenciamento das hipermelanoses
(MENEZES, 2017). A melanina é o principal cromóforo a ser atingido no
caso de lesões cutâneas pigmentadas. As lesões melanocíticas epidérmi-
cas respondem melhor aos comprimentos de ondas abaixo de 800nm,
portanto a fototerapia de baixa intensidade será mais eficaz nesse caso
(CANDURI, 2018). Abaixo, ação das diferentes cores nas manchas:

92 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


Comprimento
Cor da Luz Mecanismo de ação
de onda
Degradação da melanina superficial: indução dos
mecanismos de oxido-redução que degrada a mela-
450-495nm Azul
nina formada e as enzimas precursoras envolvidas
na melanogênese.
570-590nm Âmbar Degradação da melanina superficial e profunda.
Diminuição do excesso de radicais livres apresen-
620-750nm Vermelho
tando efeitos inibitórios pró-inflamatórios.
Inibição da inflamação da pele e inibição da melano-
750-1200nm Infravermelho
gênese (receptor Alfa MSH/ MC1R).
Fonte: MENEZES, P. F.C. Aplicação da luz na dermatologia e estética. 1.ed. São Carlos:
Compacta Gráfica e Editora, 2017, p.98

ASSIMILE
A aplicação da luz em hipercromias tem como objetivo não
só a degradação da melanina, mas também a redução dos
radicais livres e o controle de processos inflamatórios, vis-
to que além da radiação UV, ambos os processos induzem
melanogênese. Portanto, podemos associar as 4 cores prin-
cipais de LED’s para criar um programa eficaz de tratamento.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO


No tema de hoje estudamos a aplicação da luz sobre a pele e as re-
ações fisiológicas envolvidas em cada comprimento de onda (cores).
Aprendemos como cada comprimento de onda age reduzindo as
manchas e que manchas epidérmicas reagem melhor ao uso da fo-
toterapia de baixa intensidade. Visto que a fototerapia vem sendo
amplamente utilizada na estética e associada a diversos protocolos
de tratamento, pense em como você pode agregar o que estudou até
hoje com o uso da laserterapia.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico93


3. Considerações Finais
• A luz é constituída por minúsculas partículas de energia chamada
fótons. Essa energia pode ser medida em Joules/cm2.
• A luz é capaz de penetrar na pele e produzir diversas reações fisio-
lógicas, que estão relacionadas ao comprimento de onda (cor) e à
quantidade energia depositada (joules).
• Características dos LASERs: monocromaticidade, coerência e coli-
mação.
• Características dos LEDs: incoerência e não-colimação. Luz dispersi-
va e banda espectral mais larga, o que concede ao LEDs uma gama
maior de cores.
• Diferentes tipos de cores: Azul, Âmbar, vermelho e infravermelho,
cada uma delas tem um comprimento de onda no espectro visível
de radiações eletromagnéticas.
• O uso da fototerapia de baixa intensidade para tratamento de
hipermelanoses tem como alvo o cromóforo melanina e tem como
função não somente degradar a melanina como também controlar
processos inflamatórios e neutralizar os radicais livres.

Glossário
• Neocolagênese: formação de novo colágeno.
• Nanômetros: unidade de medida de comprimento do sistema
métrico. Representa um milionésimo do milímetro ou um bilioné-
simo do metro.
• Joules: unidade de medida usada para medir energia térmica (ca-
lor) e energia mecânica (trabalho).
• Fóton: menor parte da luz.
• Cromóforos: grupo de átomos que dá cor a uma substância e ab-
sorve luz com um comprimento de onda específico no espectro
do visível.
• Fluoróforos: que produz fluorescência.

94 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 07
1. Assinale a alternativa correta. A aplicação da luz na pele pode
desencadear diversas ações fisiológicas relacionadas a:
a) Comprimento de ondas (cores) e energia depositada
em joules.
b) Comprimento de ondas e tipo de pele.
c) Tempo de aplicação e energia depositada em joules.
d) Tipo de pele e tipo de mancha.
e) Comprimento de ondas e tipo de mancha.
2. “Degradação da melanina reduzindo manchas, ativação da
síntese e remodelagem do colágeno e elastina, melhora
da circulação sanguínea e linfática minimizando edemas.
” Essa afirmação se refere à ação de qual luz? Assinale a
alternativa CORRETA.
a) Azul.
b) Infravermelho.
c) Vermelho.
d) Âmbar.
e) Violeta.
3. Complete as lacunas e assinale a alternativa CORRETA.
“A aplicação da luz em hipercromias tem como objeti-
vo não só a degradação da melanina, mas também a
e o controle de
.
a) Redução de processo inflamatório, manchas.
b) Radicais livres, oxidação.
c) Redução de processo inflamatório, espessura da pele.
d) Redução enzimática, processo inflamatório.
e) Redução de radicais livres, processo inflamatório.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico95


Referências Bibliográficas
BAGNATO, V. S. Laser e suas aplicações em ciência e tecnologia. 1.ed. São Carlos:
Livraria da Física, 2008.

CANDURI, F. Introdução à Bioquímica: Função da Proteínas. Laboratório de sis-


temas biomoleculares – Departamento de Física. UNESP. São José do Rio Preto.
Disponível em: <http://www.biocristalografia.df.ibilce.unesp.br/cursos/intro_bioqui
mica/aula5-1.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2018.

KALIL, C. Laser e outras fontes de luz em dermatologia. 1.ed. Porto Alegre: Elsevier,
2011.

KAMINSKY, S. K. Aparelho de laser e equipamentos correlatos. Revista Brasileira


de Medicina, São Paulo, 2009, v. 66 (6, n. esp) Ed. Especial de Dermatologia, p.
20-32. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?
IsisScript=iah/iah.is&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch
=530407&indexSearch=ID>. Acesso em: 29 jul. 2018.

OLIVEIRA, A. P. Uso do laser de baixa potência em estética. In: CONGRESSO CIENTÍFICO


INTERNACIONAL DE ESTÉTICA E COSMETOLOGA, 8, 2013, São Paulo, Livro Científico
Beauty Fair Estética, Câmara Brasileira do Livro, p.106-112. São Paulo: CCIEC, 2013.

MENEZES, P. F.C. Aplicação da luz na dermatologia e estética. 1.ed. São Carlos:


Compacta Gráfica e Editora, 2017.

TRAJANO, R. A importância da laserterapia na terapia capilar e na estética. In:


CONGRESSO CIENTÍFICO INTERNACIONAL DE ESTÉTICA E COSMETOLOGA, 8, 2013,
São Paulo. Livro Científico Beauty Fair Estética, Câmara Brasileira do Livro, p.100-104.
São Paulo: CCIEC, 2013.

Gabarito – Tema 07

Questão 1 – Resposta: A
A luz é capaz de penetrar na pele e produzir diversas reações fisio-
lógicas, o comportamento da luz ao atingir a pele é determinado
pelo seu comprimento medido em namômetros (nm) e também pela
quantidade de joules depositada.

96 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


Questão 2 – Resposta: D
A luz âmbar induz a degradação da melanina reduzindo manchas,
ativação da síntese e remodelagem do colágeno e elastina, melhora
da circulação sanguínea e linfática minimizando edemas.

Questão 3 – Resposta: E
A aplicação da luz em hipercromias tem como objetivo não só a de-
gradação da melanina, mas também a redução dos radicais livres e o
controle de processos inflamatórios, visto que além da radiação UV,
ambos os processos induzem melanogênese.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico97


TEMA 08

LED E LASER ASSOCIADOS AOS


PEELINGS QUÍMICOS

Objetivos

• Conhecer as indicações e contraindicações no uso do


LED e LASER de baixa potência.

• Aprender as possíveis associações do LED e LASER


com o peeling químico no tratamento de hipercromias.

• Conhecer protocolos de aplicação.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico98


Introdução

Como aprendemos até agora, podemos desenvolver ou herdar diversos


tipos de hipercromias que podem atingir as duas principais camadas da
pele. Portanto, os profissionais da área de estética e dermatofuncional
precisam entender que a correta avaliação da pele unida ao protocolo
correto, mais a adesão do paciente ao tratamento é o que vai garantir um
resultado de sucesso. Quando falamos de protocolo correto, falamos do
passo a passo do tratamento no consultório, o que pode incluir a associa-
ção de várias técnicas despigmentantes. Isso exige de você, profissional,
compreender as indicações, contraindicações e forma de aplicação da
técnica que considere a mais eficaz para seu paciente. Nesse tema você
poderá conhecer as indicações e contraindicações do LED e LASER de bai-
xa intensidade, a melhor forma de aplicação em cada tipo de hipercromia
e como associar essa técnica aos peelings químicos.

1. LED e LASER indicações e contraindicações

Já aprendemos que a pele interage com a luz e que ela será absorvida por
cromóforos endógenos ou exógenos. A laserterapia de baixa intensidade
é um método não invasivo, não agressivo e não inflamatório que induz
a fotobioestimulação celular em tecidos superficiais e pouco profundos,
sendo, portanto, uma técnica eficaz para o tratamento das hipermicro-
mias (AGNE, 2015; BAGNATO, 2008; MENEZES, 2017). O tratamento lento
e contínuo através do uso do LED e LASER de baixa intensidade associa-
dos aos cuidados diários do paciente geram menor incidência de efeito
rebote, como acontece mais frequentemente em tratamentos com o uso
de técnicas muito agressivas que induzem um processo inflamatório in-
tenso. Por não ser uma técnica invasiva com reação inflamatória e sem
efeitos colaterais, o uso do LED e LASER de baixa intensidade não tira o
paciente da sua rotina diária, portanto, é indicado para os mais diversos
tratamentos na área estética.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico99


1.1. Indicações
• Olheiras e clareamento de manchas;
• Estrias e celulite;
• Acne;
• Queimaduras;
• Rejuvenescimento facial;
• Psoríase;
• Drenagem linfática;
• Gordura localizada;
• Pós-micropigmentação;
• Pós-operatório;
• Pós-peeling;
• Alopecia;
• Estímulo ao colágeno.

1.2. Contraindicações
• O laser não deve ser aplicado diretamente nos olhos, por isso o
uso dos óculos de proteção, tanto para o terapeuta quanto para o
paciente, é obrigatório;
• Dermatoses por fotossensibilidade;
• Se o paciente estiver usando medicamentos fotossensíves (ex. anti-
bióticos, treitoína e isotretinoína);
• Portadores de marcapassos e problemas cardíacos descompensados;
• Sobre tumores neoplásicos;
• Gravidez;
• Sobre a glândula tireoide em situações de hipertireoidismo;
• Uso de anticoagulantes;
• Glaucoma.

100 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


2. Peelings químicos associados ao LED e LASER

Conforme estudamos no tema 5 (cinco), podemos definir peeling quími-


co ou esfoliação química como uma técnica de aplicação de uma ou mais
substâncias ácidas na pele, que podem ser sintéticas ou vegetais, com a
finalidade de remover de maneira controlada porções da epiderme ou der-
me. Peelings químicos quase sempre geram processos inflamatórios que
podem ser leves a intensos e esse processo é bem-vindo em alguns casos,
pois acelera a renovação das camadas superficiais e a produção de um co-
lágeno novo. Porém, para o tratamento das hiperpigmentanções, o pro-
cesso inflamatório deve ser controlado, caso contrário, existe grande pos-
sibilidade de recidiva, então a associação do LED e LASER nesse caso pode
ser o diferencial para o sucesso do tratamento. Ao associarmos os peelings
químicos tradicionais ao uso do LED e LASER, passamos a chamar a técnica
de peelings fotobiomodulados (BAGNATO, 2008; MENEZES, 2017).

PARA SABER MAIS


Resultado do tratamento do melasma com uso da fototera-
pia associado à peeling químico.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico101


2.1. Peelings fotoativados

Os peelings fotoativados usam em suas formulações concentrações mais


baixas de ácidos, porém esses ácidos são associados a cromóforos exó-
genos, também conhecidos, nesse caso, como ativos fotoativáveis, que
quando ativados pela luz induzem a um processo de descamação e sub-
sequente renovação celular. Os peelings fotoativados necessitam da luz
LED e/ou LASER usados de maneira correta, respeitando o comprimento
de onda do ativo fotoativável. Isso geralmente é especificado pelo fabri-
cante do produto (MENEZES, 2017; OLIVEIRA, 2013).

Independente da técnica que o profissional escolher para o tratamento e/


ou gerenciamento da mancha, é importante frisar a necessidade do uso
de produtos em casa diariamente por parte do paciente, como os antio-
xidantes tópicos e via oral (se necessário), ácidos despigmentantes e uso
correto do filtro solar.

3. Modos de aplicação e dosimetria

3.1. Modos de aplicação

3.1.1. Pontual

Consiste na aplicação de certa dose de energia em determinado ponto de


uma área. Ao término da aplicação em um ponto, inicia-se outro ponto
até o fechamento total da área determinada (BAGNATO, 2008; MENEZES,
2017; OLIVEIRA, 2013).

3.1.2. Por varredura

Aplicar determinada dose de energia numa área determinada movimen-


tando o feixe de luz ou então por varredura pontual, onde você arrasta
o feixe ao longo da região a ser tratada esperando de 10 a 30 segundos
para mudar de região (BAGNATO, 2008; MENEZES, 2017; OLIVEIRA, 2013).

102 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


3.2. Dosimetria em hipercromias

Falaremos a frente sobre alguns protocolos de aplicação em manchas,


onde a dose está representada em joules por cm2. Como vimos, joules é
a dose de irradiação ou quantidade de energia depositada em uma de-
terminada área. Os aparelhos de LED e LASER na estética já vêm com a
programação em joules (dose de irradiação) por área de acordo com cada
tratamento, porém é possível calcular a dosimetria levando em conta a
potência do aparelho, o tempo de aplicação e a área (cm2) a ser tratada
(MENEZES, 2017; OLIVEIRA, 2013; TRAJANO, 2013).

EXEMPLIFICANDO
Abaixo a fórmula para cálculo da dose de irradiação (joules)
por cm2, onde P é a potência de saída do LED e LASER (você
encontra essa informação no manual do seu aparelho) ex-
pressa em W (a potência do aparelho é em miliwats, portanto
é preciso converter); t é o tempo de irradiação em segundos
e A é a área considerada em cm2.

DE (J/cm2) = P(W) x t(s)


A (cm2)
DE = Densidade de Energia (Fluência)
P = Potência
t = Tempo (segundos)
A = Área

Fonte: MENEZES, P. F.C. Aplicação da luz na dermatologia e estética. 1. ed.


São Carlos: Compacta Gráfica e Editora, 2017, p.90.

Como vimos nos temas anteriores, para o sucesso nos tratamentos de


manchas precisamos, além da análise correta, controlar a pigmentação
em várias frentes, como, por exemplo, degradando a melanina já deposi-
tada, controlando os radicais livres com o uso de antioxidantes tópicos e

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico103


orais, reduzindo fatores pró-inflamatórios e inflamatórios. O uso de LED
e LASER através da fotobiomodulação é uma ferramenta que pode atuar
em todos esses processos. A fotobiomodulação no tratamento de man-
chas utiliza os 4 principais comprimentos de onda (azul, vermelho, âmbar
e infravermelho) e, para que haja sucesso no tratamento, cada um de-
les deve ser utilizado na dose correta, geralmente determinada nos pro-
tocolos do aparelho (BAGNATO, 2008; MENEZES, 2017; OLIVEIRA, 2013;
TRAJANO, 2013).

PARA SABER MAIS


Na tabela a seguir veja as doses de irradiação (J/cm2) sugeri-
da para atuar no controle da pigmentação em várias frentes:
DOSE DE
COMPRIMENTO COR DA
MECANISMO DE AÇÃO IRRADIAÇÃO
ONDA (NM) LUZ
(J/CM2)
Degradação da melanina
superficial: indução de me-
canismos de oxido-redu-
450-495nm Azul ção que degrada a melani-
5
na formada e as enzimas
precursoras envolvidas na
melanogênese.
Degradação da melanina
570-590nm Âmbar 25
superficial e profunda.
Efeitos biomodulatórios:
diminuição do excesso de
radicais livres (diminui o
620-750nm Vermelho 5
envelhecimento da pele)
apresentando efeitos inibi-
tórios pró-inflamatórios.
Inibição da inflamação da
Infraver- pele, atuação na inibição
750-1200nm 5
melho da melanogênese (recep-
tor Alfa, MSH/MC1R).
Fonte: MENEZES, P. F.C. Aplicação da luz na dermatologia e estética. 1. ed.
São Carlos: Compacta Gráfica e Editora, 2017, p.98.

104 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


4. Sugestões de protocolos de tratamento

4.1. Protocolo N.1 – Melasma e demais hiperpigmentações

• Higienizar a pele com sabonete de limpeza com ácido glicólico a 10%;


• Esfoliação física ou peeling mecânico (ultrassônico, diamante ou cris-
tal – avaliar tipo de pele);
• Aplicar LASER Infravermelho para melhorar a permeação cutânea
de ativos (2j/cm2 ponto);
• Aplicar ácido mandélico 10% a 50% ou glicólico 10% a 30% de 5 a 10
minutos (o profissional deve atuar dentro da sua área, respeitando
os limites determinados pela ANVISA);
• Aplicar LED Azul para despigmentação (5j/cm2 por ponto);
• Aplicar LED âmbar para despigmentação (25j/cm2 por ponto);
• Aplicar máscara com ativos despigmentantes;
• Aplicar mistura de ácidos despigmentantes (Sugestão Mandélico,
alfa-arbutin, tranexâmico, Kójico) e deixar na pele de 4h a 6h.
Número de sessões: 6 a 8 sessões semanais com o uso da fototerapia
e quinzenais utilizando a mistura de ácidos para finalizar. O protocolo
pode ser associado ao microagulhamento, porém sem aplicação de áci-
dos ao final, já que isso pode gerar um processo inflamatório intenso
(MENEZES, 2017).

4.2. Protocolo N.2 – Tratamento de olheiras

• Higienizar a área com sabonete de ácido glicólico a 10%;


• Esfoliar a área com o uso de gommage (peeling físico suave);
• Aplicar o LED Azul e LASER Vermelho simultaneamente por 3 minu-
tos na região (protegendo o globo ocular) ou 40 segundos por ponto
(5j/cm2) para descontaminação, despigmentação, redução dos radi-
cais livres que podem induzir melanogênese;

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico105


• Aplicar LED Âmbar para a despigmentação da pele e efeito anti-in-
flamatório 25j/cm2 por ponto);

• Aplicar ácido tioglicólico a 10% por 10 minutos (respeitando as regras


da ANVISA quanto ao uso de ácidos e seus percentuais para sua for-
mação) ou aplicar mistura (industrializada) de ácidos própria para a
região periorbital;

• Aplicar máscara despigmentante própria para região periorbital e


deixar agir por 20 minutos;

• Aplicar filtro solar.

Número de sessões: 8 a 10 sessões sendo que a aplicação da fototerapia


pode ser semanal e a aplicação do ácido deve ser quinzenal. As sessões
podem ser intercaladas com drenagem linfática facial (MENEZES, 2017).

ASSIMILE
Lembre-se: o profissional deve associar o tratamento em con-
sultório com o uso home care de antioxidantes tópicos e orais
e o uso diário de ácidos despigmentantes durante a noite e
filtro solar diariamente com reaplicação a cada 3 horas. É de
suma importância o uso de produtos adequados durante o
tratamento para que haja resultados satisfatórios.

LINK
Acesse o link abaixo e leia o artigo sobre a avaliação do LASER
e LED no tratamento de hiperpigmentação periorbital. Artigo
com fotos antes e depois. Disponível em: <http://www.unia
raras.br/revistacientifica/_documentos/art.023-2016.pdf>.
Acesso em: 29 ago. 2018.

106 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


SITUAÇÃO-PROBLEMA

Analise a situação abaixo e:

• Monte uma sugestão de tratamento e indique a frequência que


ele será aplicado.

• Descreva as orientações que devem ser dadas ao cliente, levan-


do em conta seus hábitos diários, sua expectativa em relação
aos resultados e ao uso de produtos home care.

Mulher, 43 anos, fototipo 3, com melanose solar, usa filtro solar so-
mente quando sai ao sol, pois justifica que trabalha o dia todo em
escritório fechado, só fica em frente ao computador e quando sai da
empresa quase sempre já anoiteceu, porém sempre que pode, adora
praticar esportes ao ar livre. Cliente relata que já foi a vários dermato-
logistas e que já usou todo tipo de ácidos e produtos receitados pelo
médico e que, segundo ela, “não adiantaram nada”. Portanto, ela gos-
taria de resultado rápido e duradouro. Atualmente não usa nenhum
dermocosmético, exceto filtro solar eventualmente.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO


No tema de hoje você estudou sobre formas de aplicação do LED e
LASER, dosimentria aplicada aos protocolos de hipercromias e como
associar peelings químicos ao uso de LED e LASER. Agora você já tem
conhecimento de inúmeras ferramentas para propor diferentes ti-
pos de protocolos aos diferentes tipos de hipercromias. Agora é o
momento de refletir em como aplicar todo esse conhecimento ao
seu dia a dia como profissional, pense em como você pode ajudar
seus pacientes no tratamento e gerenciamento das manchas.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico107


5. Considerações finais
• Peelings fotobiomodulados – peelings químicos tradicionais associa-
dos ao uso do LED e LASER para controle do processo inflamatório.
• Peelings fotoativados usam em suas formulações concentrações
mais baixas de ácidos, porém esses ácidos são associados a cro-
móforos exógenos, também conhecidos, nesse caso, como ativos
fotoativáveis.
• Modos de aplicação: pontual ou por varredura.
• Dosimetria: cada tipo de disfunção tem uma dosimetria correta, seja
para simplesmente tratar a disfunção, seja para permear o ativo
fotoativável. Essas doses são quase sempre indicadas nos apare-
lhos e nos produtos fotoativáveis.

Glossário
• Cromóforos: grupo de átomos que dá cor a uma substância e ab-
sorve luz com um comprimento de onda específico no espectro do
visível.
• Fotobiomodulação: interação da luz com os tecidos, estimulando
processos fotofísicos, fotoquímicos e fotobiológicos.
• Fototerapia: uso da energia proveniente de fontes de irradiação
de luz para fins terapêuticos.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 08
1. Assinale a alternativa correta. São modos de aplicação do
LED e LASER:
a) Pontual e Varredura.
b) Arraste e Contato direto com a pele.
c) Varredura e a Distância.
d) Por cm2 e Pontual.
e) Por região e Varredura.

108 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico


2. Assinale a alternativa correta. Sobre o processo inflamató-
rio no pós peeling em manchas:
a) Muito bem-vindo, pois quanto mais inflamatório o pee-
ling mais a pele vai descamar e o clareamento será mais
rápido.
b) Deve ser controlado, pois o processo inflamatório in-
tenso induz melanogênese e isso pode causar recidiva
ou efeito rebote.
c) Não podemos usar peelings químicos justamente para
não induzir processos inflamatórios.
d) A inflamação é bem-vinda apenas em protocolos
quinzenais.
e) Não pode ocorrer a mínima inflamação em tratamento
de manchas.
3. Complete as lacunas e assinale a alternativa CORRETA. “A
no tratamento de manchas utiliza os 4 prin-
cipais comprimentos de onda (azul, vermelho,
e infravermelho) e para que haja sucesso no tratamento,
cada um deles deve ser utilizado na correta. ”
a) Laserterapia, infravermelho, pele.
b) Fotobiomodulação, azul, dose.
c) Fototerapia, azul, mancha.
d) Fotobiomodulação, âmbar, mancha.
e) Fotobiomodulação, âmbar, dose.

Referências bibliográficas

AGNE, J.E. Eletrotermofototerapia. 2. ed. São Paulo, 2015.


BAGNATO, V. S. Laser e suas aplicações em ciência e tecnologia. 1. ed. São Carlos:
Livraria da Física, 2008
MENEZES, P. F.C. Aplicação da luz na dermatologia e estética. 1. ed. São Carlos:
Compacta Gráfica e Editora, 2017.

Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico109


OLIVEIRA, A. P. Uso do laser de baixa potência em estética. In: CONGRESSO CIENTÍFICO
INTERNACIONAL DE ESTÉTICA E COSMETOLOGA, 8, 2013, São Paulo. Livro Científico
Beauty Fair Estética, Câmara Brasileira do Livro, p.106-112 . São Paulo: CCIEC, 2013.
TRAJANO, R. A importância da laserterapia na terapia capilar e na estética. In:
CONGRESSO CIENTÍFICO INTERNACIONAL DE ESTÉTICA E COSMETOLOGA, 8, 2013,
São Paulo. w. São Paulo: CCIEC, 2013.

Gabarito – Tema 08

Questão 1 – Resposta: A
MODOS DE APLICAÇÃO: PONTUAL Consiste na aplicação de certo
dose de energia em determinado ponto de uma área. Ao término
da aplicação em um ponto inicia-se outro ponto até o fechamento
total da área determinada. POR VARREDURA Aplicar determinada
dose de energia numa área determinada movimentando o feixe de
luz ou então por varredura pontual onde você arrastar o feixe ao
longo da região a ser tratada esperando de 10 a 30 segundos para
mudar de região.

Questão 2 – Resposta: B
Peelings químicos quase sempre geram processos inflamatórios, que
podem ser leves a intensos, e esse processo é bem-vindo em alguns
casos, pois ele acelera a renovação das camadas superficiais e acele-
ra a produção de um colágeno novo. Porém, para o tratamento das
hiperpigmentanções, o processo inflamatório deve ser controlado,
caso contrário, existe grande possibilidade de recidiva.

Questão 3 – Resposta: A
A fotobiomodulação no tratamento de manchas utiliza os 4 princi-
pais comprimentos de onda (azul, vermelho, âmbar e infraverme-
lho) e, para que haja sucesso no tratamento, cada um deles deve
ser utilizado na dose correta, geralmente determinada nos proto-
colos do aparelho.

110 Hipercromias: tratamento estético e eletrotermofototerápico

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