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Introdução
Uma das mais importantes atividades do agronegócio brasileiro é a industrialização de
oleaginosas (SILVA, AC da et al., 2011). A busca por fontes alternativas e o
aperfeiçoamento no processo de extração de óleos vem despertando interesse em
empresas privadas e em instituições de pesquisa que desejam investir nas áreas de
cosméticos, farmacêutica e na formulação de alimentos (MANDARINO et al., 2001).
Nem todos os seres vivos acumulam esses óleos e gorduras. No entanto, diversas espécies
vegetais e animais possuem tecidos especializados em armazenar óleos e gorduras, tais
como polpas de frutos, sementes, peles e ossos (RAMALHO et al., 2012) além do leite que
são produzidos por vacas, cabritos, búfalos, entre outros (PERES et al., 2011).
Umas das sementes que possui composição bem elevada de óleos e gorduras é a graviola
(SANTIAGO et al., 2015). A gravioleira como é chamada no Brasil, possui um fruto
comestível in natura, que geralmente é usada para a fabricação de sucos, sorvetes entre
outros produtos. Bastante procurada por ter características e qualidades sensoriais e
funcionais, sendo muito requisitada para fins culinários além de ter propriedades medicinais
(ZACARONI et al., 2014).
O queijo que vem de origem animal é um produto alimentício, com alto valor nutritivo,
ocupando lugar de destaque entre os alimentos chamados de mais complexos, além de
apresentar várias classificações, como no caso o queijo parmesão (HOFFMANN et al.,
2005). Este queijo é de baixa umidade, semigordo, de massa cozida, de longa maturação
(no mínimo seis meses), podendo ultrapassar a dois anos. Possui consistência dura e
textura compacta, possui cor ligeiramente amarelada e com sabor levemente picante e
salgado, (BRASIL, 1997), sendo muito comercializado na forma ralada. É um produto de
origem italiana, mas bastante popular no Brasil, fabricado utilizando-se o leite de vaca, além
possuir altos valores de concentração de óleos e gorduras (RAMALHO et al., 2012)
Os lipídios são moléculas orgânicas formadas a partir da associação entre ácidos graxos e
álcool, tais como óleos e gorduras, além de serem de natureza química e fisiológica bem
distintas, muito encontrados na natureza, tanto de origem vegetal como animal. Um exemplo
de gordura animal é a manteiga, que é saturada, já a gordura vegetal, como no caso o
azeite de oliva, é predominantemente insaturado.
Gorduras são saturadas ou insaturadas quando apresentam uma maior ou menor presença
de ácidos graxos saturados ou insaturados na sua composição, uma vez que gorduras
vegetais não possuem colesterol, que só existe nas gorduras de origem animal (REIS et al.,
2011).
Algumas amostras requerem cuidados especiais para a obtenção da fração lipídica, pois
fatores como co-extração dos componentes não lipídicos e a oxidação indesejada podem
influenciar a qualidade final da fração lipídica. Um dos procedimentos de extração mais
versáteis e efetivos, que supera as dificuldades mencionadas acima, é a metodologia de
Bligh & Dyer, uma versão simplificada do procedimento clássico usando clorofórmio-metanol
proposto por Folch. Outra vantagem apresentada pelos métodos baseados na mistura
binária clorofórmio e metanol é a capacidade de extraírem tanto os lipídios neutros e os
lipídios polares eficientemente (MENINI e SOUZA, 2018).
O estudo tem como objetivo extrair e quantificar o teor de lipídeos em amostras de origem
animal (queijo parmesão ralado) e vegetal (farinha de semente de graviola) e também
promover a separação cromatográfica dos componentes lipídicos das amostras.
Metodologia
O experimento foi realizado no laboratório de Biotecnologia do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo – Campus de Alegre.
Resultados e discussões
Para quantificação do teor de lipídios em amostras de origem animal (queijo parmesão
ralado) e vegetal (farinha de semente de graviola), pelo método de extração de óleos com
solventes em função da metodologia de Bligh & Dyer (uma versão simplificada do
procedimento clássico usando clorofórmio-metanol proposto por Folch), foi utilizado a
formula:
100
% 𝐿𝑖𝑝í𝑑𝑖𝑜𝑠 = (𝐴 − 𝐵) . 𝐶 .
𝑉 .𝑃
Onde: A = Peso do béquer + resíduo; B = Peso do béquer; P = Peso da amostra em
gramas; C = Volume de Clorofórmio adicionado; V = Volume do filtrado.
A partir do cálculo percentual do teor de lipídios os valores médios das amostras de origem
animal e vegetal foram colocados em tabela (tabela 1) relacionada em amostras e seu
percentual na mesma.
Tabela 1. Valores médios percentuais de lipídios em amostras de origem animal (queijo
parmesão ralado) e vegetal (farinha de semente de graviola), pelo método de extração de
óleos com solventes em função da metodologia de Bligh & Dyer.
AMOSTRAS % GORDURA TOTAL
Origem Animal 34,4±2,3
Origem Vegetal 22,4±2,3
Conclusão
O valor percentual de gordura totais na amostra de origem animal analisada nesse estudo
está dentro dos padrões estabelecidos pelas normas vigentes para comercialização e
amostra de origem animal se caracterizou como um produto de alto valor de gorduras totais.
Ambas amostras em relação a outros autores apresentaram valores próximos ou um pouco
abaixo dos valores encontrados.
Em função da caracterização dos lipídios encontrados na amostra, ficou observado que são
alimentos que não apresentam colesterol e sim ácidos graxos para o de origem vegetal e
monoacilgliceróis para o de origem animal.
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