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Engenharia de Produção de Petróleo I

Desempenho de Poços.

1. Introdução

A figura 1 ilustra um sistema de produção simples.

Figura 1 – Sistema de produção de hidrocarboneto simplificado.

O hidrocarboneto produzido flui do reservatório para o fundo do poço, topo do poço, ao longo
da tubulação horizontal, terminando no tanque de armazenamento de óleo. Durante este
processo, a pressão do fluido é reduzida desde a pressão do reservatório para a pressão
atmosférica em uma série de processos de perda de pressão (Figura 2):

(1) Através do reservatório

(2) através da completação (perfuration / gravel pack etc.)

(3) em toda a tubulação e quaisquer restrições

(4) através da válvula de segurança de sub-superfície

(5) através do bloqueador de superfície (surfasse choque)

(6) em toda a linha de fluxo (lubulações)

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Essas perdas de pressão podem ser agrupadas em três componentes principais:

(7) Resume as perdas de pressão total no reservatório e a completação

(8) Resume as perdas de pressão total na tubulação

(9) Resume as perdas de pressão total na superfície

Uma bomba ou compressor são frequentemente usado para ajudar na evacuação de fluidos (gás
/ água / óleo) provenientes do separador. O separador é operado sob controle de pressão de
gás e controle de nível líquido (óleo e água). Por isso, normalmente atua como o ponto final do
sistema de fluxo uma vez que é necessária uma bomba para auxiliar a evacuação dos líquidos
provenientes do separador.

Figura 2 – Perda de pressão durante a produção

PR – Pressão do reservatório

Pwfs – Flowing sand face pressure

Pwf – Flowing Bottom Hole Pressure

PUR – Upstream restrition pressure

PDR – Downstream restrition pressure

PUSV – Upstream Safety Valve Pressure

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PDSV – Downstream Safety Valve Pressure

PWH – Well Head Pressure

PDSC – Downstream Surface Choke Pressure (Pressão do estrangulamento da superfície a jusante)

Psep – Pressão Separadora

A magnitude dessas perdas de pressão individuais depende das propriedades do reservatório e


pressões; do fluido produzido e o design do poço. Tecnólogos/engenheiros precisam entender
a interação desses vários fatores para projetar a completação que maximizam a rentabilidade
da produção de petróleo ou gás. Não existem padrões "norma padrão" que pode ser usada. A
Figura 3 representa esquematicamente a distribuição da pressão em todo o sistema de
produção mostrado na Figura 2. Identifica os componentes mais significativos, fluxo, tubing,
reservatório e completação onde ocorrem perdas de pressão.

A Tabela 1 foi desenvolvida por Duns e Ross ("Fluxo vertical de gases e misturas líquidas em
poços ", Proc Sixth World Petroleum Conference, Frankfurt, Vol. 2, artigo 22, 1963) para ilustrar
uma possível distribuição em um campo de petróleo terrestre convencional desenvolvido com
poços verticais.

Tabela 1 – Distribuição da perda de pressão como uma função do índice de produtividade do


poço.

Figura 3 – Pressão ao longo do sistema de produção.

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Os valores correspondentes para um campo desenvolvido com poços horizontais (poços com
maiores índices de produtividade), poços submarinos (longas linhas de fluxo, possivelmente
sobre terrenos acidentados) e as tubulações teriam uma distribuição muito diferente. Isto é
devido ao fluxo que ocorre principalmente em uma direção horizontal em vez de orientação
vertical associada com poços. O equilíbrio entre os "termos de elevação" e os "termos de
fricção" através do tubo (ou seja, contribuição para ΔP8), muda drasticamente como mostrado
na tabela 2.

Tabela 2 – Distribuição das perdas de pressão típicas.

1.2 Análise de Sistemas do Sistema de Produção


O uso da análise de sistemas para projetar um sistema de produção de hidrocarbonetos foi o
primeiro sugerido por Gilbert ("Flowing and Gas Lift Performance", API Drilling e Práticas de
Produção, 1954 "). Análise de sistemas, que tem sido aplicada a muitos tipos de sistemas de
componentes que interagem, consiste em selecionar um ponto ou nó dentro do sistema de
produção (poço e instalações de superfície). Equações para o relacionamento entre o caudal e
a queda de pressão são então desenvolvidos para os componentes do poço, ambos a montante
do nó (entrada) e a jusante (saída). A vazão e pressão nó pode ser calculado desde:

(i) Fluxo para o nó é igual ao fluxo fora do nó.

(ii) Apenas uma pressão pode existir no nó.

Figure 4 –Vazão e pressão no nó


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Além disso, a qualquer momento, a pressão nos pontos finais do sistema {separador (Psep) e
pressão do reservatório (PR)} são ambos fixados. Portanto:

PR - (Componentes de perda de pressão de montante) = Pnó (1)

Psep + (Componentes a jusante de perda de pressão) = Pnó (2)

Os resultados típicos de tal análise são mostrados na Figura 4 onde arelação pressão-vazãofoi
planejado tanto para o fluxo de entrada (Equação 1) como para a saída (Equação 2) no nó. A
interseção destas duas linhas é o (normalmente único) operacional ponto. Isso define a pressão
e a vazão no nó. Esta abordagem constitui a base de todos os procedimentos de cálculo de fluxo
manual e computacional. É frequentemente referido como "análise nodal". (Este nome também
é uma marca registrada da Schlumberger Technology Corporação para este processo).

Tendo estabelecido o conceito de análise nodal, as seguintes seções discutirão como o


comportamento da fase de hidrocarbonetos (Seção 1.3) afeta o desempenho da afluência do
fluido do reservatório para o poço (Seção 1.4). O fluxo de saída ou o desempenho do tubing
serão revisado (Seção 1.5 e segs.) e a interação entre o inflow e outflow discutido na Seção 1.12,
que dá uma série de estudos de sensibilidade ao desempenho do poço.

1.3 Comportamento de fase de hidrocarbonetos


Os fluidos do reservatório de hidrocarbonetos são uma mistura complexa de moléculas de
hidrocarbonetos, a cuja composição depende da rocha geradora (source rock), grau de
maturação etc. Mudanças de fase ocorrem quando este fluido complexo de hidrocarbonetos flui
a partir de (alta temperatura e alta pressão) do ambiente do reservatório para as condições do
separador (fria, baixa pressão). Tais mudanças são esboçadas para um óleo não saturado na
Figura 5. Aqui pode ser visto que o fluido:

Figura 5 – Esquema do diagrama de fase para um óleo subsaturado.

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(i) está presente como um líquido de fase única no reservatório {ponto (a)}

(ii) continua a ser um líquido de fase única no fundo do poço (redução significativa de pressão
e pequena alteração na temperatura durante o fluxo no reservatório) {ponto (b)}

(iii) começa a evoluir o gás {ponto (c)} à medida que a temperatura e a pressão são reduzidas
durante a elevação no tubing

(iv) evolui quantidades crescentes de gás {pontos (d) e (e)} até o separador {ponto (f)} é
alcançado.

Podem ocorrer alguns ou todos os regimes de fluxo ilustrados na figura 6.

O comportamento de fase do fluido hidrocarboneto controla a razão gás/líquido do fluido como


uma função da pressão do fundo do poço. Isso, por sua vez, afetará a vazão, ou seja, o Inflow
Performance Relationship (IPR) discutido na seção 1.4 e o Outflow tubing performance.

Figura 6 – Esquema das possíveis mudanças de fase no tubing.

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1.4 Reservoir Inflow Performance

O Inflow Performance Relationship (IPR) é rotineiramente medido usando medidores de pressão


no fundo do poço a intervalos regulares como parte do programa de monitoramento de campo.
Esta relação entre a vazão (q) e pressão do poço dinâmica no fundo do poço (Pwf) é um dos
maiores pilares para uma análise do tipo nodal do desempenho do poço.

A expressão Inflow performance relation (IPR) habitualmente é usada para definir a relação
entre a vazão de óleo na superfície q e a bottomhole flowing pressure pwf. Outra expressão,
backpressure curve, é comummente usada por engenheiros que lidam com performance de
poços de gás. A bottomhole pressure (ou wellbore flowing pressure), pwf, usada nas equações
IPR e backpressure, é normalmente expressa na profundidade central das perforations.

1.4.1 Liquid Inflow


A mais simples e mais usada equação IPR é a linear IPR, a qual declara que a vazão é
directamente proporcional a queda de pressão ( drawdown) no reservatório. A constante de
proporcionalidade é chamada de índice de produtividade, IP, como a razão entre a vazão e a
queda de pressão no reservatório.

Figura 7 – Strightline IPR (para um liquido incompressível)

O IPR linear é apenas usado para óleos subsaturados.

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Onde, Pr é a pressão média no volume de reservatório drenado pelo poço. Não é incomum usar
a pressão inicial do reservatório, Pi, ou a pressão na fronteira externa da área de drenagem, Pe,
ao invés de Pr, pois a diferença é inevitavelmente pequena e pode ser desprezada.

Por convenção a variável dependente é a vazão definido pelo eixo x e a variável independente,
wellbore flowing pressure, difine o eixo y.

Quando o wellbore flowing pressure iguala a pressão media do reservatório (algumas vezes
referidos como static pressure), a vazão é zero e nenhum fluxo entra no welbore devido a
ausência de pressure drawdown.

A máxima vazão do fluxo, qmax, ou absolute open flow, AOF, corresponde ao wellbore flowing
pressure igual a zero. Embora na prática isso pode não ser uma condição a qual o poço pode
produzir, é uma definição útil e de uso comum na indústria de petróleo, particularmente para
comparar a performance ou potencial de diferentes poços no mesmo campo.

O declive da linha recta é igual ao recíproco do índice de produtividade (declive = 1/J).

Ex1: Straigth-line IPR calculation

O poço Palanca foi testado por oito horas a um rate de aproximadamente 38stb/d. O wellbore
flowing pressure calculado é 585 psi, baseado na medição do nível acústico do liquido. Após
fechar o poço por 24 horas, o bottomhole pressure atinge um valor estático de 1125 psi, também
baseado na leitura do nível acústico. A bomba “Rod Pump” usado neste poço é considerado
demasiado pequeno, e uma bomba maior pode ser reduzir o wellbore flowing pressure a um
nível próximo a 350psi (relativamente acima do ponto de pressão de bolha). Calcule o seguinte:

1. O índice de produtividade
2. Absolute open flow baseado num índice de produtividade constante
3. Vazão de óleo para um welbore flowing pressure de 350 psi
4. Wellbore flowing pressure requerido para produzir 60stb/d

Desenhe a curva IPR num papel de coordenadas cartesianas, indicando os parâmetros


calculados.

A straight-line IPR pode ser obtida usando a lei de Darcy e certas assunções simplificadas sobre
as propriedades das rochas e fluidos. Observações de campo mostram conclusivamente que
para poços de óleo sobsaturados (poços de agua), a equação aplica-se com a exatidão necessária
em cálculos de performance de poços. O índice de produtividade como conceito é muito útil
para descrever o potencial relativo de um poço. Ele combina todas as propriedades da rocha e
fluidos, assim como as considerações geométricas, dentro de uma única constante, deste modo
tornando-lhe desnecessário considerar essas propriedades individualmente. A constante índice
de produtividade determina que a razão da vazão a queda de pressão é sempre o mesma for
várias vazões:

A unidade de PI é stb/d/psi se a vazão é dada em stb/d e a pressão em psi.

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É importante perceber que o conceito de estável inflow performance, e produtividade constante


em particular, assume a condição de pseudosteady stade (pss). Simplesmente dito, pss
representa a condição quando o volume inteiro de drenagem de um poço contribui na produção.
A certo ponto é normalmente requerido atingir a condição de pseudosteady state. Todavia, em
formações com alta permeabilidade, pss é atingido quase instantaneamente. A figura 1.2a
mostra o comportamento do poço durante um multirate test em um reservatório com alta
permeabilidade.

Numa formação de baixa permeabilidade a condição pss pode não ser atingida por anos. O
tempo antes de atingir a condição pss é frequentemente referido com infinite- acting flow,
indicando que o poço responde como se fosse ele estivesse num reservatório infinito. A figura
1.12B mostra a resposta da pressão durante um multrate test para um poço produtor numa
formação de mais baixa permeabilidade (comparada com a figura 1.12a). A duração do infinite-
acting flow pode durar anos em alguns poços estreitos de óleo e gás, a qual o conceito de
estabilizado IPR perde sua aplicação prática.

Figura 8a – Resposta rápida pseudosteady-stade de um poço testado com uma sequência


multirate.

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Figura 8b – Resposta atrasada pseudosteady-stade de um poço testado com uma sequência


multirate.

1.4.2 – Gas Inflow

A limitação da straigt-line IPR é a assunção que o óleo é subsaturado, que é, apenas ligeiramente
compressível. Obviamente, está condição não se aplica a gases ou poços de óleo saturado (a
qual desprende considerável quantidade de gás), ambos altamente compressíveis. O efeito do
gas compressível e escoamento de duas fases no IPR foi observado nas décadas de 1930 e 1940
durante testes de campo. Em vez do aumento linear de vazão com a queda de pressão, foi
observado que quedas de pressão maior do que linear eram requeridas para aumentar o rate.
A relação vazão-pressão mostra uma curvatura nítida a mais altos rates. Em termos de índice
produtividade, o PI reduz com o aumento do drawdown. A figura 1.13 mostra a variação
contínua do PI com o drawdown. Note que PI não é representado pela tangente a curva vazão
pressão, mas é definido como PI = q0/(Pr-Pwf).

Figura 9 – IPR mostrando curvatura, indica escoamento de gás/duas fases

Varias equações têm sido sugeridas para representar o não-linear IPR resultante do gás e
escoamento de duas fases. As observações do Bureau of Mines Engineers resultou na sequinte
relação:

para tanto poços de gás como óleo saturado. O expoente n varia de 0.5 à 1. Um plot de vazão
versos PR2 – Pwf2 (escrito abreviadamente Δp2) em papel log-log resulta numa linha recta com

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declive 1/n. note q é definido ao longo do eixo x e Δp2 ao longo do eixo y (por convenção), como
mostrado na figura 1.14. A equação anterior, frequentemente referida como backpressure
equation, geralmente tem sido aceite para poços de gás.

Figura 10 – Gráfico do gás IPR (backpressure curve) feito num papel log-log

Ex2. Multirate Gaswell Test to Determine Inflow

O poço Palanca 2 produz gas a partir da formação Rosa a vazões variando de 1 a 5.5 MMscf/d
durante quatro-ponto multirate isochonal test. A tabela E1.7 mostra os resultados desse teste.

1. Calcule a backpressure slope n por intermédio do gráfico pressure squared (qg vs Δp2)
num papel log-log.

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2. Determine a constante IPR C na equação 1.33 a partir do gráfico log-log, e depois calcule
o absolute open flow (ou seja, vazão máxima calculada)

1.4.3 – 2 Phase (Gas-Liquid) Inflow

A equação IPR tradicionalmente usada para descrever a performance de poço de óleo em


reservatórios de óleo saturado é a equação de Vogel

onde qomax é a máxima vazão de óleo (AOF) quando wellbore pressure é igual a zero. A equação
de Vogel é a aproximação que melhor se ajusta para o cálculo da performance de numerosos
poços simulados. A figura 1.15 mostra o gráfico cartesiano da equação de Vogel.

Figura 11 – Vogel IPR para poços de óleo saturado

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Ex. 1.3. Uso da Equação IPR de Vogel

Um poço de exploração, o Palanca 0, foi testado na Dalia sand a uma vazão de 200 stb/d with
um bottomhole flowing pressure de 3220 psi. O bubble-point pressure foi calculado com uma
correlação usando dados de superfície medidos quando o poço estava a produzindo a baixa
vazão. O estimado bubble point de 3980 psi indica que o poço esta drenando óleo saturado,
uma vez que a pressão inicial do reservatório foi medido a 4000 psi. Represente graficamente o
IPR usando a equação de Vogel.

Talves a principal contribuição de Vogel foia ideia de normalizar a equação IPR e incluir o AOF
(qomax) como a constante primária a ser determinada. De facto, a equação 1.33 tem sido descrita
na mesma forma como a equação 1.34 nos finais dos anos 1920 quando ela foi sugerida, então
seria obvio que a equação de Vogel ser fundamentada por observações de campo. Considerou-
se a forma normalizada da equação 1.33

como a melhor alternativa do que a equação de Vogel para poços de óleo saturado porque é
mais simples e ela considera o efeito do fluxo a alta velocidade (não-Darcy, turbulento) através
da inclusão do expoente n.

é facilmente mostrado que as equações 1.34 (Vogel) e 1.35 são quase idênticas se n = 1, como
foi notado por Fetkovich (1973). For n = 1, a equação 1.35 se torna

Esta equação é apenas ligeiramente diferente da equação de Vogel, um tanto conservativa mas
mais simples e fácil de usar. Acima de tudo, é baseada em observações de campo.

Ex 4. Multirate Test Análise de um Poço de óleo Saturado

Em 1931 um artigo feito por Millikan e Sidewell apresentava dados de um multirate test para
um poço produtor de Hunton Lime no campo Carry City em Oklahoma. Os dados são mostrados
na tabela E1.9ª.

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1. Calcule o índice de produtividade J, baseado nas quatro vazões mais baixas. Qual é a
máxima vazão de óleo extrapolada, baseada na assunção straight-line IPR?
2. Represente graficamente os dados no papel com coodenadas cartesianas. Use o ponto
10 (1260 stb/d, 1267 psi) para determinar qomax com a equação de Vogel (1.34).
Represente graficamente e dispõe em tabela as vazões calculadas correspondendo aos
bottomhole flowing pressure dados na tabela E1.9ª.
3. Repita o passo 2 usando a normalizada backpressure equation (1.35) com n = 1 em vez
da equação de Vogel.
4. Represente graficamente os dados no papel log-log para estabelecer se a equação (1.33)
é válida. Quais são as constantes C e n para esse poço?
5. Repita o passo 2 usando a equação (1.35), com n = 0.7 em vez da equação de Vogel. O
valor n = 0.7 é tomado do log-log plot no passo 4. Qual é o AOF calculado?

1.4.3 - Poço de óleo subsaturado produzindo a pressão dinâmica abaixo da


pressão de bolha

Muitos poços produzem a partir de reservatórios com pressure acima do bubble-poit pressure
mas com wellbore flowing pressure abaixo do bubble point. O IPR para tais poços é ilustrado na
figura 1.16, mostrando uma linha recta a flowing pressure acima do bubble point e curvatura
abaixo. Considerando apenas a região da linha recta acima do bubble point, for pb≤pwf≤pR, a
equação de IPR é

Se a flowing pressure está abaixo da bubble point, então pode ser usada a seguinte equação IPR:

Onde J é o índice de produtividade indicado pela produção quando a flowing pressure pwf está
acima da bubble-point pressure pb, dado pela equação anterior.

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Figura 12 – IPR de um poço de óleo subsaturado produzindo a pressão dinâmica abaixo da


pressão de bolha.

Ex 5. Cálculo do IPR para um poço de óleo subsaturado produzindo a flowing pressure abaixo do
bubble point.

O poço Palanca 5 produziu a partir de um intervalo na sand Girassol a uma vazão de 108 stb/d
com um bottomhole flowing pressure de 1980 psi. Foram colectadas amostras na superfície e
enviadas para um laboratório PVT, a qual determinou o bubble-point pressure do fluido de
reservatoeio recombinado ser 1825 psi a temperatura de 195⁰F. foi registado uma pressão inicial
do reservatório de 3620 psi durante 48 horas de buildup apos o flow test.

1. Determine o índice de produtividade subsaturado J que é válido se o flowing bottomhole


pressure é maior que o bubble point.
2. Calcular a vazão de óleo se o bottomhole flowing pressure é mantido no bubble point
para evitar bloqueio de gás na região próxima ao wellbore.
3. Usando a equação 1.38, calcule a maxima vazão de óleo que pode ser esperada do poço.
4. Calcule e represente graficamente o IPR para o intervalo completo do wellbore flowing
pressures, tanto acima e abaixo do bubble point.

A figura abaixo compara a vazão de produção como uma função do drawdown para um óleo
subsaturado ( straight-line IPR, line A) e um óleo saturado mostrando o efeito do fluxo duas fases
discutida anteriormente (curva B). A figura também mostra o caso especial (curva C) quando a
wellbore pressure está abaixo do bubble point enquanto a pressão do reservatório está acima,
ou seja fluxo de líquido (incompressível) está ocorrendo no reservatório.

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Figura 13 – Inflow Performance Relationships

Em resumo nós introduzimos os aspectos básicos do inflow performance para poços de óleo e
gás. Foram apresentada simples expressões para a relação vazão-pressão. As expressões foram
desenvolvidas empiricamente a partir de observações de campo para vários tipos de condições
de produção.

1.4.5 Exemplos de IPRs

(i) Depleção do Reservatório

A seção anterior discutiu o valor da normalização do IPR. Isto é ilustrado com dados sobre o IPR
de um reservatório de óleo saturado (ou solution gas drive). A figura 14a mostra que o IPR
diminui rapidamente com o aumento da recuperação cumulativa de petróleo. Este não é apenas
devido à depleção da pressão do reservatório; mas também está relacionado ao aumento
saturação de gás que está tornando o fluxo de óleo cada vez mais difícil.

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Figura 14a – Curvas IPR

Um gráfico dos mesmos dados de forma normalizada (Figura 14b) mostra que as curvas são
bastante semelhantes, sendo a crescente saturação de gás, responsável pelo (relativamente)
maior drawdown para similar vazão de produção normalizada.

Figura 14b – Curva IPR normalizada

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(ii) Propriedades de petróleo bruto

Considere a produção de petróleo bruto A, que é significativamente mais viscosa do que


petróleo bruto B. Desde que todos os outros fatores foram mantidos constantes, as curvas de
IPR mostram diferenças substanciais (Figura 15a) enquanto as curvas IPR normalizadas são
essencialmente a mesma (Figura 15b).

Figura 15a – Actual IPR’s

Figura 15b – IPR adimensional

A Figura 11b é um método simples para estimar o futuro IPR do poço enquanto o reservatório
sofre depleção de pressão.

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(iii) Formações heterogêneas


Tudo o acima se refere a um poço produzindo a partir de um reservatório homogêneo.
Frequentemente, os poços são completados em formações heterogêneas onde a produção de
várias diferentes zonas são misturadas. Reservatórios com diferentes permeabilidades serão
esgotado a vazões diferentes - o IPR composto resultante é a soma dos separados IPRs
individuais (Figura 17). Isso mudará conforme a profundidade, o tipo de fluido, a vazão de
produção alterar.

Figura 16 – IPR composto para formações heterogéneas.

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1.5 Tubing (outflow) Performance

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