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A QUESTÃO DA INFORMALIDADE NA ECONOMIA CEARENSE: ALGUMAS

EVIDÊNCIAS

Evânio Mascarenhas Paulo1; Christiane Luci Bezerra Alves2 Departamento de


Economia/URCA, evanio_paulo@hotmail.com; chrisluci@gmail.com

As transformações na economia brasileira nos anos de 1990, e seus


desdobramentos em níveis regionais e locais, envolviam diversos elementos que
tiveram repercussões decisivas para o mercado de trabalho, dentre elas o aumento da
informalidade, entendida como a falta de proteção da legislação trabalhista nas
relações de contratos entre os recursos humanos e as empresas e o trabalho por
conta própria. Não obstante, dentro do caso específico do Ceará, estado que vem
esboçando taxas de crescimento econômico consideráveis nos últimos anos mantidas,
sobretudo, por uma política de atração de investimentos, torna-se interessante
compreender como se dar as relações de contrato entre as empresas vindas de outras
regiões e os trabalhadores locais, bem como o comportamento dos trabalhadores por
conta própria frente ao crescimento econômico apresentado pelo estado nos últimos
anos. Sendo assim, os autores recorreram a dados dos principais institutos de
pesquisa do país (como o IPEADATA), afim de se mensura o grau de informalidade
tipo I, que consiste na relação entre: (empregados sem carteira + trabalhadores por
conta própria) / (trabalhadores protegidos + empregados sem carteira + trabalhadores
por conta própria). Conforme observado, o grau de informalidade para a economia
cearense vem apresentando em uma tendência decrescente, de forma até imprevista,
todavia, ainda que num ritmo lento. De forma que de 1996 para 2006, o grau de
informalidade passou de 72,13% para 69,72% do conjunto dos trabalhadores
cearense. A redução do grau de informalidade é atribuída ao um esforço mais intenso
e mais efetivo por parte dos fiscais da previdência social, em conjunto com uma
mudança de atitude no que tange à fiscalização trabalhista, que teria passado a
incentivar (salientar vantagens) a assinatura da carteira de trabalho em vez de
simplesmente multar. Com todo, ressalta-se que não há nenhum estudo empírico que
comprove essa tese.

Grau de Informalidade; Economia Cearense; Mercado de Trabalho


1
Aluno de Graduação da URCA;
2
Professora Mestre do Departamento de Economia da URCA.

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