As transformações na economia brasileira nos anos de 1990, e seus
desdobramentos em níveis regionais e locais, envolviam diversos elementos que tiveram repercussões decisivas para o mercado de trabalho, dentre elas o aumento da informalidade, entendida como a falta de proteção da legislação trabalhista nas relações de contratos entre os recursos humanos e as empresas e o trabalho por conta própria. Não obstante, dentro do caso específico do Ceará, estado que vem esboçando taxas de crescimento econômico consideráveis nos últimos anos mantidas, sobretudo, por uma política de atração de investimentos, torna-se interessante compreender como se dar as relações de contrato entre as empresas vindas de outras regiões e os trabalhadores locais, bem como o comportamento dos trabalhadores por conta própria frente ao crescimento econômico apresentado pelo estado nos últimos anos. Sendo assim, os autores recorreram a dados dos principais institutos de pesquisa do país (como o IPEADATA), afim de se mensura o grau de informalidade tipo I, que consiste na relação entre: (empregados sem carteira + trabalhadores por conta própria) / (trabalhadores protegidos + empregados sem carteira + trabalhadores por conta própria). Conforme observado, o grau de informalidade para a economia cearense vem apresentando em uma tendência decrescente, de forma até imprevista, todavia, ainda que num ritmo lento. De forma que de 1996 para 2006, o grau de informalidade passou de 72,13% para 69,72% do conjunto dos trabalhadores cearense. A redução do grau de informalidade é atribuída ao um esforço mais intenso e mais efetivo por parte dos fiscais da previdência social, em conjunto com uma mudança de atitude no que tange à fiscalização trabalhista, que teria passado a incentivar (salientar vantagens) a assinatura da carteira de trabalho em vez de simplesmente multar. Com todo, ressalta-se que não há nenhum estudo empírico que comprove essa tese.
Grau de Informalidade; Economia Cearense; Mercado de Trabalho
1 Aluno de Graduação da URCA; 2 Professora Mestre do Departamento de Economia da URCA.