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Analise Econômica do Direito Inserida Efetivamente no Nosso

Ordenamento com a Atual Modificação da LINDB em 2018 – Dr. Allan Ramalho


Peres.

A Lei nº 13.655/2018 demonstrou uma preocupação muito grande com


decisões que acarretem invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa. Por isso, inseriu na LINDB dois dispositivos para tratar sobre o
tema: o parágrafo único do art. 20 e o art. 21.
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá
com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as
consequências práticas da decisão.

Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial,


decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa
deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e
administrativas.

Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá,


quando for o caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo
proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo
impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades
do caso, sejam anormais ou excessivos.
A análise econômica do direito sem dúvida representa um avanço no
conhecimento humano, seja para o direito, seja para a economia. O essencial
é extrair o melhor de ambas as áreas em prol do bem comum. Os métodos
econômicos propiciam excelentes instrumentos para basear decisões racionais
na busca de determinados resultados.

Nessa empreitada, não se deve esquecer do cuidado para que os dados


não sejam interpretados erroneamente. Por outro lado, o direito não deve se
ater aos limites da norma posta, mas deve buscar a melhor norma, a busca
pelo justo, para tornar a sociedade melhor.
O desafio da realização dos direitos sociais deve ser entendido dentro
do projeto político maior de renovação e reestruturação do Estado brasileiro,
envolvendo assim uma reflexão sobre os instrumentos políticos, fiscais,
administrativos e financeiros para alcançar os fins planejados no projeto
nacional. Para que isso ocorra, deve-se garantir a prevalência dos interesses
democráticos e a independência política do Estado, o que inclui repensar
políticas de austeridade que garantem a rentabilidade do capital.
A Constituição dirigente vincula o Estado e toda política brasileira. Os direitos
sociais não são mera norma programática diante da função dirigente do
ordenamento constitucional brasileiro, servindo-se de valores diretivos tanto
para a Administração Pública quanto para o Poder Legislativo.

No rumo da melhor elaboração e aplicação do direito, que nada mais é


do que a concretização do bem-estar, a materialização da política, está a
aproximação das ciências, que, passando pela análise econômica do direito,
está se consolidando na Jurimetria.

Ao tema posto em questão pelo Dr. Allan Ramalho, entendo que, as


novas regras da LINDB são muito positivas e gerarão uma reflexão mais
intensa por parte dos agentes e julgadores que, ao decidirem por aplicar
determinada norma, desconsiderar certa estrutura ou negócio jurídico e,
proferir decisões, têm o dever de descrever os impactos de sua atividade e
garantir que a segurança jurídica não seja apenas um princípio constitucional
teórico, mas sim uma realidade de modo que todos os atos da Administração
Pública sejam devidamente justificados. Ao refletir e justificar, os agentes e
julgadores certamente adotarão uma posição mais adequada. E os
contribuintes têm também um dever importante: defender a aplicação da
LINDB e questionar as decisões tomadas pelo Poder Público que afetam a
tributação, para garantir que as Autoridades Públicas não se escusem de seu
dever.

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