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NEGRA
RESUMO: Este artigo observa o fenômeno do branqueamento, tanto no seu aspecto populacional quanto
ideológico. Analisa de que maneira a denominada “ideologia do branqueamento” penetrou no meio negro
no período pós-abolição. O argumento central é de que esta ideologia apesar de seu caráter racista foi
legitimada ou assimilada, cotidianamente, por setores da população negra. Com efeito, a assimilação desta
ideologia converteu-se num mecanismo de inserção psicossocial dos negros em um mundo dominado pelos
brancos.
Palavras-chave: Negro, racismo, branqueamento, marginalização.
Introdução
Metodologia
A mão de obra europeia ocupou os trabalhos que eram realizados pelos negros em
situação de escravidão, porém de maneira assalariada. Os ex-escravos viram-se obrigados
a continuar submissos à escravidão, trabalhando em troca de moradia e alimentação,
conseguindo trabalhos com salários precários ou, em casos extremos, até mesmo praticar
atos ilegais.
No final do século XIX e início do século XX, houve uma redução significativa
da consciência de pertencimento a uma classe ou grupo social, que deveria lutar por
direitos e melhores condições de vida. Alimentado pela imprensa que propagava o padrão
de beleza europeu e toda a ideia de branquitude como raça superior, às vezes de forma
subliminar e, muitas vezes, de forma explícita e direta. Assim, o modelo ideal que era
representado pelo ser branco atuou nas mais diversas esferas do comportamento do negro
brasileiro, passando por hábitos, tradições, costumes e pela estética. (SANTOS, 2009).
Esse discurso fez acreditar que, no Brasil, nunca houvera barreiras raciais (dada à
miscigenação). Desta maneira, a responsabilidade da não-ascensão social se dava pela
incapacidade do próprio indivíduo negro.
Comumente atribuído a Gilberto Freyre, o termo “democracia racial” representa
uma leitura da realidade brasileira, que visava provar, para o Brasil e para o mundo, que
a escravidão no Brasil foi mais branda e que o preconceito racial é quase inexistente por
causa da pluralidade das raças e das boas relações que se estabeleceram entre elas. A
visão de Freyre afirma que, devido à intensa miscigenação brasileira, não se estabeleceu
um critério racial para a mobilidade social.
Considerações Finais