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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ANÁLISE E


DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS

PIM VIII

APLICAÇÃO ASP.NET

Guaratinguetá
2018
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

APLICAÇÃO ASP.NET

Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM


apresentado à Universidade Paulista –
UNIP, para avaliação semestral no
Curso Superior de Tecnologia em
Análise e Desenvolvimento de Sistemas. 5º
Semestre.

Orientador: Prof. .

Guaratinguetá
2018
RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo o planejamento e o processo de


desenvolvimento de um sistema acadêmico, com foco nas necessidades
da Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá, apoiando-se nas principais
técnicas de programação para Internet através da plataforma .NET da
Microsoft, com a linguagem C# em conjunto com as tecnologias
oferecidas pelo ASP.NET 2.0. São discutidas todas as escolhas
tecnológicas para a criação do sistema, apresentando de forma sucinta
com dados e gráficos o porquê de cada decisão, a fim de demonstrar a
viabilidade das propostas deste trabalho e como cada uma delas favorece
a criação do sistema e pode facilitar sua manutenção. Por fim, tornou-se
possível constatar que a utilização da Internet como base para sistemas de
gestão – sejam eles acadêmicos ou não – pode ser um grande atrativo,
além de facilitar um dos maiores desafios de sistemas a serem
acessados por diferentes usuários em diferentes lugares, que é a
distribuição do mesmo.

Palavras chave: Sistema; Gestão; Acadêmico; CGA.


ABSTRACT

In this work is presented the planning and the development process of


an academic system, focused in the necessities of the “Faculdade de
Tecnologia de Capão Redondo”, using the main programming techniques
for Internet through the Microsoft.NET platform, with the C# language and
the technologies offered by ASP.NET 2.0. The technological choices for
the system creation are evaluated, presenting in resumed data and
graphs the reason of each choice, in order to demonstrate the viability
of this work proposals and as each one of them allow the system
creation and are able to turn its maintenance more easy. Finally, was became
possible to evidence that the use of the Internet as base for management
systems – academics systems or not – can be a great attractive,
facilitating one of the biggest challenges of systems to be had accessed
for different users in different places, that is it distribution.

Keywords: System; Management; Academic; CGA.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................... ........................................... 6


1.LEVANTAMENTO DE REQUISITOS ................................. .................... 7
1.1.Cenário Atual ............................................. .......................................... 8
1.2.Escolhas Tecnológicas .........................................................................10
2.PLATAFORMA.NET ....................................................... ...................... 14
2.1.Framework.NET .................................................................... ............ 15
2.2.Linguagem C# ................................................. .................................. 17
2.3.ASP.NET ............................................................................................ 23
3.CENTRAL DE GESTÃO ACADÊMICA ........................................ ........ 27
3.1.Definição de Escopo ............................................. ............................ 27
3.2.Desenvolvimento Iterativo e Incremental.................................. ...........28
3.3.Modelo de Banco de Dados .................................................... ............28
3.4.rança de Acesso ............................................................. .................. .29
3.5.Cadastros ............................................................... ........................... 31
3.6.Matrícula ..................................................................................... ........31
3.7.Arquitetura ........................................................................... .............. 33
CONCLUSÃO ........................................................................... ............... 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................... ................... 36
INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da humanidade, organizar as informações


vem sendo um desafio. E é este mesmo desafio que ainda hoje
impulsiona os avanços na área de tecnologia da informação.
Nas últimas décadas, o processo de informatização deixou de ser
estritamente científico, militar e acadêmico, para se tornar comercial.
Desde então, a informatização tornou-se um instrumento administrativo,
mostrando-se uma ferramenta poderosa de gestão.
As principais vantagens agregadas pela tecnologia foram:
capacidade de manipular uma enorme quantidade de dados
simultaneamente; precisão, velocidade, menor desperdício e redução de
custo (automação de tarefas) e, com o advento da Internet, ampliou-se
os mercados consumidores a o tamanho atingido pela grande rede.
Transformar toda a tecnologia que está disponível em oportunidades é o
grande desafio, assim como compreender exatamente para que a
informatização seja desejada (Orlandini, 2005).
Sendo assim, a informatização pode oferecer inúmeras vantagens e
oportunidades. Além disso, com a proliferação da Internet, a criação de
sistemas totalmente conectados e disponíveis todo o tempo, tornou -se
simples e, o mais importante, barata.
Dadas estas oportunidades, este trabalho pretende apresentar a
criação de um sistema de gestão acadêmica online, facilitando as
operações das três entidades principais envolvidas: alunos, professores e
funcionários administrativos.
1. LEVANTAMENTO DE REQUISITOS

O objetivo de construir um sistema acadêmico aproveitando-se das


oportunidades oferecidas por um ambiente d e Internet vai de encontro à
necessidade por este tipo de sistema.
Tal necessidade não se trata de um fato isolado, mas algo
comum a diversas instituições de ensino. Segundo Orlandini (2005), com
a presença cada vez mais constante de serviços de hospedagem de
sistemas pela Internet, é provável que a informatização esteja tão
acessível e tão presente nas organizações quanto a energia elétrica. Um
número cada vez maior de empresas está aderindo a esse serviço, que
possibilita acima de tudo uma redução expressiva nos custos inerentes à
infraestrutura de TI.
Esta evolução da Internet como base para sistemas de informação
pode ser observada na FIG. 1. Em um período de dez anos, sistemas
publicados para Internet cresceram aproximadamente 60%.

As instituições de ensino superior, em especial as instituições


públicas, parecem estar no extremo oposto deste cenário. Mesmo
instituições diretamente relacionadas à tecnologia, muitas vezes não
possuem ferramentas de ponta aproveitando-se deste conhecimento.
Uma das preocupações deste trabalho, desde o início do
levantamento de requisitos, foi avaliar como elaborar o proposto sistema
acadêmico de forma que se torne facilmente manutenível e expansível,
pela própria instituição, através de seus alunos e estagiários. Também
existe a preocupação com a continuidade do projeto, possibilitando que,
com o passar do tempo, o sistema se torne cada vez mais produtivo e,
o mais importante, auxiliando a faculdade a também se tornar mais
produtiva.

1.1. Cenário Atual

O primeiro passo tomado no processo de modelagem foi o


entendimento do cenário atual da instituição em relação à automação
acadêmica. Para uma melhor compreensão, pode-se dividir este cenário em
três fases principais.
A primeira fase está ligada ao início das atividades da faculdade.
Este período é marcado justamente pelo inverso à proposta deste
trabalho, ou seja, pela inexistência de qualquer tipo de sistema de apoio às
atividades acadêmicas.
Paralelamente, a faculdade estava se formando e adquirindo seu
formato de trabalho. Nesta etapa inicial, surgem muitos costumes – os
quais por diversas vezes vem a se tornar regras – de como as tarefas devem
ser realizadas na instituição.
O início da segunda fase deixa bem claro este ponto. Neste
período, surge o primeiro sistema acadêmico da instituição, moldado com
o fim principal de substituir algumas operações manuais, as mesmas
operações consolidadas durante a primeira fase.
Esta abordagem de desenvolvimento, onde o sistema apenas
informatiza determinadas tarefas, não apresentando melhorias no processo
da organização, era totalmente normal e ainda hoje é muito frequente.
De pouco adianta todo o potencial da informatização se os
sistemas não estiverem muito bem coordenados e analisados. Informatizar
tarefas mal formuladas traz novos problemas e nenhuma solução, além
de nublar as possíveis causas dessas falhas. Essa situação, infelizmente
é bastante comum, pois existe uma grande confusão sobre a análise de
sistemas e a programação dos mesmos (Orlandini, 2005).
Este primeiro sistema, desenvolvido em Clipper, ganhou o nome
de Cadastro Geral de Alunos (conhecido também pela sigla CGA), visto
que seus objetivos eram estritamente os de manter o cadastro dos dados
pessoais dos alunos e automatizar a geração do RA (registro acadêmico)
para novos alunos.

Por fim, a terceira fase é corresponde à criação da segunda versão do


CGA (FIG. 3), o que ocorreu no final de 2004. Tal versão pode ser
descrita como uma adaptação do CGA original com a inclusão de
algumas novas ferramentas para automação de tarefas acadêmicas, tais
como matrícula de alunos, lançamento de notas e faltas e impressão de
alguns relatórios.
Esta segunda versão do sistema foi desenvolvida em parceria com
a empresa de tecnologia Romasoft Tecnologia, a qual havia acabado de
abrir sua filial na cidade de Guaratinguetá, como uma forma prática de
treinar alguns de seus funcionários e ao mesmo tempo retribuir o apoio
da faculdade durante o processo seletivo destes funcionários.
Tal sistema começou a ser desenvolvido sem uma fase elaborada
de análise e com a versão 1.1 da plataforma .NET da Microsoft, sendo
migrado posteriormente para as versões Beta 1, Beta 2 e Final da
plataforma .NET 2.0. Este desenvolvimento sem planejamento acabou
deixando o sistema com alguns problemas, principalmente em relação à
arquitetura e à manutenção, segundo os próprios participantes do projeto.

1.2. Escolhas Tecnológicas

Verificados os problemas encontrados nos sistemas anteriores e


delineados os principais objetivos do novo sistema, algumas escolhas
tecnológicas começaram a ser tomadas.
Verificados os problemas encontrados nos sistemas anteriores e
delineados os principais objetivos do novo sistema, algumas escolhas
tecnológicas começaram a ser tomadas. O primeiro passo foi definir a
metodologia a ser utilizada. Escolheu-se a Análise Orientada a Objetos,
por ser amplamente utilizada e de fácil compreensão. Além disso, visto
que o alvo do sistema é o ambiente de Internet, a orientação a objetos
mostra-se um grande atrativo, pois as duas maiores tecnologias de
desenvolvimento para Internet atualmente existentes são JSP, para
desenvolvimento Java, e ASP.NET, para desenvolvimento .NET (Johnson,
2007).
Além disso, uma das maiores vantagens da orientação a objetos é
a reutilização do código, possibilitada em sua maior parte graças ao
recurso de herança de classes, onde classes específicas podem se
aproveitar de recursos de classes mais genéricas, evitando repetições
desnecessárias de código (Cardoso, 2006). Em um sistema projetado
para se tornar facilmente manutenível e expansível, este recurso
representa um ganho considerável, tornando a escolha da orientação a
objetos um bom diferencial.
Já a escolha entre uma das duas maiores plataformas de
desenvolvimento orientado a objetos, Java ou .NET, nem sempre é fácil.
Enquanto Java possui ao seu lado a força do software livre, a plataforma
.NET demonstra cada vez mais seu crescimento e ganha espaço em
relação à produtividade. Sistema Acadêmico em ASP.NET 2.0 - 14. Além
disso, a plataforma .NET vem se mostrando cada vez mais performática
em diversos fatores, como o tratamento de documentos DOM (Document
Object Model) e XML (Extensible Markup Language), padrões
incrivelmente utilizados e disseminados. A FIG. 4 exibe um comparativo
de desempenho na leitura e interpretação de documentos XML entre as
versões 1.1 e 2.0 do Framework .NET em relação ao Java 1.5.
Contudo, até pouco tempo, nenhum tipo de comparativo poderia
ser decisivo na escolha entre Java e .NET, visto que o primeiro era
gratuito enquanto o segundo não. Esta situação foi resolvida em 2005,
co m o lançamento das versões Express Edition de diversos produtos de
desenvolvimento da Microsoft, versões essas que possuem licença de
utilização livre, contanto que o produto final não seja comercializado, algo
que não representa um problema para o sistema acadêmico da faculdade.
Já a escolha entre as versões 1.1 ou 2.0 do .NET Framework
não exige grandes análises. Segundo Marques (2005), a quantidade de
recursos e o aumento de produtividade no desenvolvimento para a versão
2.0 é visível – conforme será discutido mais profundamente no decorrer
deste trabalho – o que facilita a escolha. A escolha do banco de dados, o
SQL Server 2 005 Express Edition, está diretamente relacionada às duas
escolhas citadas acima. Sendo uma versão Express Edition, sua limitação
é quanto à comercialização e quanto ao tamanho limite do arquivo do
banco de dados no disco rígido (no máximo 4 GB). Tal limite não
representa um problema, já que atualmente, usando o SQL Server 2000,
com 15 anos de dados cadastrados, o banco de dados não ultrapassou
25 MB. Além disso, o SQL Server 2005 foi desenhado para ser
totalmente Sistema Acadêmico em ASP.NET 2.0 - 15 integrado ao
desenvolvimento .NET. O uso de SQL Server 2005 em conjunto com o
.NET 2.0 representa mais um grande ganho de produtividade para o
desenvolvimento (Ryan, 2006).
A FIG. 5 demonstra como todos os recursos de visualização e
edição dos dados e da própria estrutura das bases de dados estão
totalmente integrados com o ambiente de desenvolvimento do .NET 2.0,
o que agiliza e facilita o desenvolvimento.

Escolhidas as tecnologias de desenvolvimento e armazenamento


das informações, faz-se necessário realizar definições sobre o ambiente
esperado para os usuários do sistema, visto que não é possível controlar
a forma como cada usuário acessará a aplicação, sendo esta publicada
pela Internet.
Quando o foco é desenvolvimento Web, é essencial ter definido
desde o início quais navegadores serão adotados para navegar pelo
sistema, visto que cada navegador possui suas próprias peculiaridades em
relação à interpretação dos padrões.
O órgão que regulamenta a padronização de desenvolvimento para
Internet, chamado W3C (World Wide Web Consortium), possui diversas
recomendações de melhores práticas de desenvolvimento e para quais
navegadores são voltadas. Além disso, possui diversas estatísticas que
auxiliam a escolher os navegadores-alvos na hora da definição de escopo.
A FIG. 6 apresenta estatísticas de janeiro de 2002 a julho de
2007 quanto à utilização de navegadores. É possível perceber que,
segundo o W3C (2007), os únicos navegadores com utilização maior que
10% são: Internet Explorer 6, Internet Explorer 7 e Firefox.

Outra preocupação importante está relacionada ao suporte a Java


Script pelos navegadores escolhidos. Apesar de toda a evolução ocorrida
nos servidores e plataformas de desenvolvimento para Internet, no lado
do usuário final, o navegador ainda é capaz apenas de executar
instruções simples realizadas por scripts. Dentre as linguagens de script
existentes para Internet, a mais utilizada e suportada é o Java Script.

2. PLATAFORMA .NET
Para o entendimento do sistema proposto, deve-se primeiro
entender o funcionamento geral da plataforma .NET e seu ambiente de
desenvolvimento para Internet.
Denomina-se plataforma .NET, o conjunto de componentes
desenvolvidos pela Microsoft, com alvo em sistemas Windows,
desenhados para suportar aplicações e serviços de última geração (Ryan,
2006).
Um grande destaque da plataforma .NET está na facilidade de
desenvolvimento de aplicações para os mais diversos tipos de
dispositivos. Parte desta facilidade está nos vastos recursos do Framework
.NET, há ser de talhado a seguir, e do ambiente de desenvolvimento produtivo,
chamado Microsoft Visual Studio (FIG. 7).
2.1. Framework .NET

O Framework .NET é a base da plataforma. Muitos especialistas


realizam comparações com a JVM (Java Virtual Machine).
De certa forma, o Framework .NET também é uma máquina
virtual, pois representa uma camada adicional entre o sistema operacional
e código das aplicações desenvolvidas para a plataforma. Porém, mais
do que uma máquina virtual sobre o sistema operacional, o Framework
.NET possui um conjunto de bibliotecas de componentes completa,
automatizando diversas tarefas.
Além disso, assim como em Java, o código escrito não é
compilado em linguagem de máquina, mas sim em uma linguagem
intermediária, chamada de MSIL ( Microsoft Intermediate Language),
interpretada pelo Framework no momento da execução, de forma similar
ao que ocorre com o código intermediário de Java, chamado byte-code,
interpretado pela JVM.
O Framework .NET abrange uma estrutura de objetos, classes e
ferramentas que se integram ao sistema operacional para fornecer suporte
ao desenvolvimento. Ao instalar o .NET Framework em uma máquina,
não é necessário fazer a distribuição de outros componentes, uma vez
que todos já estão instalados. Isto facilita o desenvolvimento e a
distribuição de aplicações (Sinsic, 2004). A base do Framework .NET é o
componente CLR (Common Language Runtime), responsável pela
comunicação direta com o sistema operacional, gerenciando o uso da
memória, requisitando a execução de instruções na CPU, etc. Também
é responsabilidade do CLR interpretar a MSIL gerada durante a
compilação dos programas .NET, traduzindo em linguagem de máquina.
De forma a traçar um comparativo mais específico, pode-se dizer que o CLR
é a parte do Framework .NET que corresponde à Java Virtual Machine.
Isto garante que a portabilidade na plataforma não é responsabilidade
do compilador de cada linguagem e sim do CLR, ou seja, todos os
hardwares e sistemas operacionais cuja Microsoft desenvolve uma versão
do Framework .NET são automaticamente capazes de executar qualquer
aplicação desenvolvida em qualquer uma das linguagens suportadas . Além
disso, existem projetos de migração, como o Mono, para sistemas não
suportados pela Microsoft, como Linux e Solaris, que garantem grande
compatibilidade com o Framework .NET original (Leitão, 2007). Sistema
Acadêmico em ASP.NET 2.0 - 19
Acima do Common Language Runtime, existe uma gama de
bibliotecas especializadas nas mais diversas tarefas e ambientes, como
ADO.NET e ASP.NET, dentre outros (FIG. 8). Os blocos em cinza
representam os componentes existentes em todos os sistemas Windows,
independentes do .NET Framework.
Sobre o suporte a diversas linguagens, cabe citar que Visual Basic
.NET, C#, C++.NET, Perl.NET, J# e aproximadamente mais 35 outras
linguagens podem ser utilizadas no desenvolvimento. Qualquer linguagem
que manipule objetos pode ser utilizada com o Framework .NET. Até
linguagens antigas como COBOL, Mumps e Python estão disponíveis em
versão atualizada e orientada a objetos para o Framework .NET.
Em teoria, como o Framework é um repositório de componentes e
objetos e todas as linguagens se transformam na mesma MSIL durante a
compilação, as linguagens funcionam apenas como script, instanciando os
objetos que precisam, alimentam suas propriedades e respondem aos
eventos. Dentre toda esta gama de linguagens, podemos dar maior
ênfase ao C#, visto que, segundo Petrucelli (2007), foi uma linguagem
criada especificamente para a plataforma .NET e é a mais utilizada. Sistema
Acadêmico em ASP.NET 2.0 - 20
2.2. Linguagem C#

O C# é uma linguagem de programação totalmente nova, inspirada


no C++, orientada a objetos e que foi lançada juntamente com a
plataforma .NET, ou seja, tem como principal foco o desenvolvimento para
Web e dispositivos móveis.
Todo código em C#, assim como nas outras linguagens da
plataforma .NET, é compilado duas vezes antes de ser executado. A
primeira compilação, pelo compilador C#, gera um executável ou arquivo
com extensão dll que contém o código MSIL. Posteriormente, este será
interpretado pelo compilador JIT (Just in Time Compiler), componente do
CLR (Common Language Runtime) que gera código nativo para a CPU que
está executando a aplicação (Ryan, 2006).
Este código é mantido na memória enquanto estiver sendo
utilizado. Mas o desempenho do restante do sistema operacional não é
afetado drasticamente já que, caso essa rotina não seja mais utilizada,
existe outro item do CLR, chamado Garbage Collector, literalmente um
“coletor de lixo”, que limpa da memória os objetos não usados.
Segundo Leitão (2007), a linguagem C# é mais performática que
outras linguagens orientadas a objeto clássicas. Como exemplo, citemos o
Smalltalk, onde tudo que está instanciado na memória é tratado como um
objeto. O custo de performance que isto implica é demasiadamente alto. O
extremo oposto, que é o Java, onde os tipos mais primitivos (como
números, textos, booleanos, etc.) não “funcionam” como objeto, atrapalha a
codificação e dificulta conversões entre tipos de dados .
O C# unifica os tipos sem alto custo em tempo de execução. Para
isso, ele realiza a divisão dos tipos por valor e por referência. Um tipo
por valor só é convertido para tipo por referência quando necessário, ou
seja, certos valores são diretamente alocados na memória e só se
tornam objetos quando, e se, necessário (Leitão, 2007).
Além de ser uma linguagem robusta para gerenciar a memória
automaticamente, o C# possui outras vantagens como : mecanismo único
de tratamento de erros, verificação de todas as conversões entre tipos
de dados, segurança contra overflow (estouro de tamanho de variáveis,
tabelas, arrays, etc.), pois sempre valida qualquer atribuição de valor,
impossibilidade de ambiguidade (não possui valores default) e facilidade
de documentação do código. Tudo isso evita falhas de codificação,
execução e segurança, além de tornar o desenvolvimento mais produtivo.
Sistema Acadêmico em ASP.NET 2.0 – 21.
Outro atrativo da linguagem C# é sua sintaxe, incrivelmente
parecida com Java, o que facilita a codificação e quase tão flexível
quanto C++, o que atrai os programadores mais experientes.
A linguagem C# mostra -se a mais eficiente da plataforma .NET,
por ter sido criada especialmente para a mesma e por seguir todos os
padrões ISO e ECMA (Ryan, 2006).
Uma declaração de classe, por exemplo, segue a sintaxe abaixo:

<visibilidade> <tipo> <nome>


public class Mensagens

Neste exemplo, a visibilidade define como esta classe poderá ser


enxergada durante a codificação, podendo assumir os valores private
(invisível para outras partes do código), protected (visível apenas para
classes que herdarem desta), internal (visível para todas as classes
codificadas dentro do projeto desta) ou public (visível para todas as
classes de todos os projetos, assim como as classes do Framework).
Em seguida, o tipo class é obrigatório para criação de classes,
mudando para outras palavras da linguagem no caso de criação de
outros tipos de estruturas, como structs, enums, etc., os quais não serão
tratados aqui.
E por fim o nome desejado para a classe pode utilizar letras e
números, contanto que não contenha espaços e pontuações.
As classes no Framework .NET são tipos customizados que podem
conter variáveis, constantes, métodos, atributos e propriedades. Para
garantir a consistência entre as classes, é possível se utilizar de herança
(onde você deriva uma nova classe de uma já existente, seja ela
customizada ou nativa do próprio Framework) ou uma interface (a qual
especifica quais métodos e atributos são obrigatórios para determinadas
classes). Além disso, para que a aplicação esteja apta a responder a
determinadas ações do usuário ou de componentes externos, você pode
se utilizar de evento sem qualquer classe (Ryan, 2006).
Os tipos de dados em C# também são completos e flexíveis,
adaptando-se facilmente a outras tecnologias, como bancos de dados e
Web Services (bibliotecas de componentes acessíveis pela Internet, com
o protocolo HTTP), e facilitando a interoperabilidade. Já que as classes
são tipos customizados, um atributo ou propriedade pode assumir
qualquer tipo, sendo este nativo do Framework ou customizado. Sistema
Acadêmico em ASP.NET 2.0 – 22.
FONTE: Microsoft Developers Network (http://www.msdn.com).

Com o lançamento da versão 2.0 do Framework .NET, a Microsoft


buscou inovar a linguagem com recursos existentes até então somente
em linguagens experimentais e acadêmicas, pouco aplicados a linguagens
comerciais. Esta inovação faz parte dos objetivos de evolução da
linguagem C#, conforme pode ser observado na FI G. 9.
A seguir, temos um exemplo de classe simples em C#, com um método
que realiza a soma de dois números quaisquer recebidos como parâmetros do
método:

Como única diferença visível na sintaxe do código em relação ao


Java, temos a palavra namespace. Serve para organizar logicamente as
classes, sendo parecido com os pacotes do Java.
No código a seguir, podemos observar a utilização dos recursos
de herança e polimorfismo da orientação a objetos aplicados no C#:

Na linha 03, observamos a herança: a classe trata-se de uma janela que


herda as características de um formulário base do Windows (a classe
Form, existente no próprio .NET Framework). Em seguida, podemos notar
o polimorfismo: os dois métodos MostrarMensagem tem o mesmo objetivo
(mostrar uma mensagem), porém trabalham de maneiras diferentes.
Dentre os recursos novos específicos do C# 2.0, podemos citar as
listas genéricas, conhecido pelo nome em inglês, Generics. Trata-se de
uma melhoria que torna a linguagem mais “tipada”. Isto quer dizer que,
dada uma classe customizada, caso desejemos criar uma coleção com
várias destas classes (como uma lista ou uma pilha), não precisamos
programar a estrutura especialmente para esta classe, a estrutura se
adapta automaticamente, mesmo que a classe não seja nativa do
Framework .NET.
Outro recurso novo são os tipos nulos, conhecidos pelo nome em
inglês, Nullable Types. Este recurso permite que estruturas que por
padrão necessitam de algum valor, como números inteiros ou datas, possam
receber valores nulos. Isso facilita no mapeamento com bancos de dados,
que por padrão aceitam valores nulos para quaisquer tipos. Este tipo de
facilidade é um exemplo de coisas que aumentam a produtividade com o
C# 2.0.
Por fim, o C# 2.0 é uma das linguagens mais adaptadas ao
desenvolvimento para Internet, através do ASP.NET. A única outra
linguagem do .NET que possui tal adaptação é o Visual Basic .NET
(Petrucelli, 2007).
HTML. Em se tratando de tecnologias Microsoft, a tecnologia
utilizada era o ASP (Active Server Pages). A codificação de uma página ASP
simples pode ser conferida abaixo:
<HTML>
<P>Bem Vindo!</P>
<P>Agora são <% Request.Write(Time()) %></P>
</HTML>
As linhas delimitadas pelos sinais “<%” e “%>” eram as chamadas
de diretivas, ou seja, código que antes de retornar ao cliente era
processado pelo servidor de aplicações Web (podendo ser IIS 4.0 ou
5.0), e o que chegava ao navegador do usuário era algo como:
<HTML>
<P>Bem Vindo</P>
<P>Agora são 09:41:30</P>
</HTML>
O modelo gráfico pode ser representado com a FIG. 11:
Este modelo era lento, pois o servidor era obrigado a ler a
página e substituir os dados, ou seja, trabalhava em modo interpretado,
ocasionando erros de desenvolvimento. Além disso, a verificação de
sintaxe acabava sendo uma tarefa adicional aos programadores, por não
haver compilação prévia (Petrucelli, 2007).
Para ganhar performance, eram criados componentes compilados
do tipo Win32, em linguagens como Visual Basic 6.0, C++ ou Delphi.
Estes então eram chamados pelas diretivas do código ASP.
Outra desvantagem do ASP era a necessidade de montar a
página manualmente pela codificação, uma vez que era necessário
colocar a diretiva exatamente no local onde o resultado deveria ser
apresentado, impossibilitando a utilização de ferramentas de design para
facilitar o processo.
Estes problemas e dificuldades também eram marca de tecnologias
semelhantes e concorrentes, como PHP e ColdFusion.
No modelo atual de comunicação e processamento Web, iniciado
com o ASP.NET 1.1 e continuado com o 2 .0, as páginas não precisam ser
processadas, uma vez que as diretivas não precisam mais ser utilizadas e
passamos a ter o conceito de Code Behind.
Neste modelo, a parte dos códigos é compilada e se transforma em
um arquivo com extensão dll e os blocos HTML permanecem em um
arquivo separado, que será mesclado ao resultado do processamento da
DLL (Sinsic, 2004). Dessa forma , se ganha desempenho por não mais
interpretar o código página por página.
Além disso, a construção dos códigos é idêntica ao
desenvolvimento comum. Podemos, por exemplo, arrastar uma caixa de
texto para a página e manipularmos seus atributos, como feito em
aplicações de formulários Windows.
Outra interessante inclusão é a capacidade do servidor adaptar a
página e o HTML retornado ao cliente conforme a versão do navegador
e sistema operacional, incluindo celulares WAP.
O modelo gráfico pode ser representado com a FIG. 12.
O modelo do ASP.NET traz diversas vantagens em relação às
gerações anteriores. Segundo Johnson (2007), podemos dar destaque a:
Modelo de Desenvolvimento de Aplicação Avançado: o ASP.NET é
focado no Desenvolvimento Rápido de Aplicações (RAD, na sigla em
inglês) e criação de programas Orientados a Objetos (OOP). Permite que
você trabalhe com elementos HTML, tratando-os como objetos.
Gerenciamento Nativo de Estado: para simplificar ainda mais o
modelo de programação, o ASP.NET mantém automaticamente o estado
e os controles da página durante o seu ciclo de vida, ou seja, todos os dados
preenchidos pelo usuário são mantidos automaticamente entre várias
requisições do servidor. Por mais trivial que pareça, isso não acontece
por padrão para aplicações Web com outras tecnologias anteriores ao
ASP.NET.
Suporte a uma Rica Biblioteca de Classes: em seu programa
ASP.NET você tem acesso a todas as classes do Framework .NET , o
que torna incrivelmente semelhante o desenvolvimento para várias
plataformas, como Windows, Web e Mobile.
Desempenho: no ASP.NET todas as páginas são compiladas antes
de serem executadas, além de serem mantidas em cache na memória,
fazendo com que normalmente precisem ser processadas somente uma vez.
Escalabilidade: as aplicações ASP.NET podem rodar tanto em um
único servidor como em múltiplos servidores integrados.
Segurança: o ASP.NET tem várias formas automatizadas de
autenticação para aplicações Web, tornando a tarefa de desenvolver
aplicações seguras muito mais simples.
Gerenciamento: os arquivos de configuração do ASP.NET são
gravados como texto simples, normalmente em formato XML, o que
facilita o trabalho de administração das aplicações.
Estensibilidade: você pode estender a funcionalidade do ASP.NET
pela escrita de seus componentes customizados, herdando funcionalidades
do Framework e melhorando.

3 - CENTRAL DE GESTÃO ACADÊMICA

Terminado todo o processo de levantamento de requisitos e


realizadas as principais escolhas tecnológicas, pode-se direcionar ao
objeto do trabalho: o novo sistema acadêmico para a Faculdade de
Tecnologia de Guaratinguetá.
Conforme visto anteriormente, a sigla CGA foi consolidada para
definir o sistema. Contudo, como o escopo não é mais apenas o
cadastro de alunos, o nome do mesmo foi modificado para Central de
Gestão Acadêmica, visto que o conjunto de todas as suas
funcionalidades prevê apoiar em todos os passos a gestão de assuntos
acadêmicos.

3.1. Definição de Escopo

Para o novo sistema, ficaram definidos os seguintes pontos-chave:


 Deve estar pronto para ser acessível pela Internet,
cabendo à instituição apenas definir um servidor de
hospedagem pela Internet com suporte a ASP.NET 2.0 e SQL
Server 2005;
 Deve diferenciar os usuários em Alunos, Professores
e demais Funcionários, apresentando conteúdo customizado a
cada um destes grupos;
 Deve conter todos os recursos existentes na versão
anterior do CGA, que esteve rodando desde 2004 na faculdade;
 Deve implementar novas operações relativas à
matrícula, com destaque para a possibilidade dos próprios alunos
realizarem sua matrícula pela Internet;
 Deve ser bem elaborado e conter um código coeso e
acoplável, de fácil manutenção e expansão;
 Deve conter código-fonte aberto, permitindo que a
própria instituição seja responsável pelas futuras manutenções.
Sistema Acadêmico em ASP.NET 2.0 - 29

3.2. Desenvolvimento Iterativo e Incremental

Outro ponto importante sobre o processo de desenvolvimento do


sistema está na abordagem de gerenciamento de projetos a ser utilizada,
que é o processo de desenvolvimento iterativo e incremental.
Com isto, o ciclo de vida de análise e desenvolvimento do sistema
torna-se incrivelmente flexível. Desta forma, a base do sistema pode ser
elaborada de forma simples e rápida, conforme apresentado neste trabalho,
e o objetivo da facilidade de manutenção pode ser alcançado sem grandes
esforços.
Após este primeiro ciclo de desenvolvimento, que está sendo
concluído em conjunto com este trabalho, a implantação da primeira
iteração do sistema pode ser realizada com facilidade na instituição, em
um ambiente controlado de homologação. A partir daí, diversos testes de
performance, usabilidade e aderência podem ser realizados pelo próprio
cliente, no caso a FATEC Guaratinguetá.
Estes testes podem ser realizados de forma controlada em um
primeiro momento, com dados fictícios e situações planejadas. Em
seguida, dados replicados do ambiente de produção atualmente funcional
na faculdade podem ser utilizados de forma a simular situações reais e
tentar expor o sistema o máximo possível à realidade da instituição.
Consequentemente, torna-se fácil e rápida a obtenção de resultados,
observando-se os pontos críticos a serem solucionados e as sugestões de
melhorias. Com isto, fica simples elaborar a próxima iteração do processo
de análise e desenvolvimento, voltados para estes itens apontados.
Dessa forma, o sistema fica auto expansível e praticamente ilimitado,
sempre sendo possível criar um novo processo iterativo com novas
funcionalidades e correções. Além disso, quando tornar-se perceptível a
possibilidade de utilizar integralmente o sistema, é necessário somente migrá-
lo para um ambiente de produção, podendo por fim abandonar quaisquer
versões anteriores e se aproveitar totalmente dos novos recursos.

3.3. Modelo de Banco de Dados

O modelo de banco de dados segue os preceitos de bancos


objeto-relacionais, apesar de ser criado com uma ferramenta relacional, o
SQL Server 2005, conforme discutido anteriormente. Tais preceitos ajudam
a implementar, principalmente, o conceito de herança, existente nas
linguagens orientadas a objetos, em bancos relacionais.
A FIG. 14 demonstra as principais tabelas envolvidas com o
cadastro de pessoas, sejam alunos, professores ou funcionários,
simulando a herança entre estas entidades. De forma prática , a tabela
TPessoa deve conter os dados de todas as pessoas relacionadas
diretamente com a instituição, ou seja, alunos, professores e funcionários.
Consequentemente, as tabelas filhas, TAluno e TProfessor, devem conter
os dados específicos de cada um destes dois perfis.
Independentemente, a tabela TUsuario também se relaciona com a
tabela TPessoa, representando os dados de acesso desta pessoa no
sistema. Observa -se que a pessoa não precisa ser obrigatoriamente
professor ou aluno para acessar o sistema, visto que a relação ocorre com a
tabela mais genérica, que é a TPessoa. Isto também evita dados
desnecessários no banco de dados, pois é totalmente plausível que
existam diversos alunos e professores que não fazem mais parte da
instituição e portanto não devem possuir registros associados em
TUsuario, ou seja, não possuem permissão para acessar o sistema.
A integridade desta regra deve ser considerada quando os alunos
estiverem se formando ou os professores deixando a instituição, ou seja,
o sistema deve automaticamente remover os registros de TUsuario para
estes usuários que deverão automaticamente deixar de ter acesso ao sistema.

3.4. Segurança de Acesso

Conforme citado anteriormente, o sistema precisa estar acessível


para diferentes grupos de usuários, cada qual com determinadas
permissões de acesso aos conteúdos. Isto é possível graças às
associações existentes entre as funcionalidades, os usuários e seus perfis
de acesso.
Além de trabalhar com a permissão geral de cada um destes tipos de
usuário (aluno, funcionário e professor), o sistema deve possuir a
possibilidade de configuração de grupos de usuários específicos para
acessar determinados recursos. Por exemplo, determinados relatórios
podem estar acessíveis somente a professores do curso de
Processamento de Dados. É possível então criar um perfil de acesso
para professores deste curso, com acesso a tais relatórios. Professores de
outros cursos, apesar de também serem professores e terem basicamente
as mesmas permissões, não terão possibilidade de acessar estes
conteúdos específicos. Tais configurações podem ser realizadas de forma
simples.
Além disso, também é possível configurar permissões
personalizadas para cada usuário. Sendo assim, é possível que um
professor ou funcionário específico possua acesso completo a outras áreas,
como a manutenção do próprio sistema. Também é possível definir
professores coordenadores, que poderão acessar conteúdos específicos
para eles.
Por fim, o sistema tem que estar preparado para bloquear usuários
não autorizados, como ex-alunos ou outras pessoas que não tenham
vínculos com a faculdade. Este bloqueio não deve ser realizado somente
na primeira tentativa de acesso, mas sim constantemente, verificando
todas as tentativas posteriores e garantindo inclusive que as permissões
do usuário não se mantenham abertas por um longo tempo, o que
permitiria que, por exemplo, outra pessoa se utilizasse destas permissões
caso utilize o mesmo computador num curto espaço de tempo. Sistema
Acadêmico em ASP.NET 2.0 - 35
Aproveitando-se de recursos existentes no ASP.NET 2.0 para
segurança de acesso, em conjunto com outras boas práticas, é possível
tornar o site até 95% seguro, visto não existem meios de tornar um site
100% seguro em nenhuma hipótese (Johnson, 2007).
Tais recursos englobam: criptografia de dados, autenticação e
autorização e podem ser amplamente configurados com arquivos XML do
próprio Framework .NET. Um exemplo é a criptografia realizada com
todas as senhas do sistema, que utiliza chaves de 128 bits, teoricamente
impossíveis de serem quebradas. Com tais técnicas, nem mesmo
usuários autorizados com acesso direto ao banco de dados conseguem
entender e/ou decifrar as senhas de nenhum usuário do sistema.
Os recursos de personalização também são flexíveis e extensíveis.
A tela principal para os três tipos de usuários pode ser configurada
constantemente para condizer com a situação da faculdade. É possível,
por exemplo, que na época das matrículas, a tela principal dos alunos
seja configurada para destacar de forma visível a possibilidade de ser
realizada a matrícula pela Internet. É possível associar um endereço ao
alerta, que neste caso pode ser a tela de re-matrícula que deve abrir
para o aluno.
A tela também fornece suporte a conteúdo dinâmico, como
exibição de notícias diversas. Tais notícias podem ser alimentadas em
forma de feeds RSS (Really Simple Syndication, um conjunto de
“dialetos” padronizados para distribuição de conteúdos agregados, os
quais vem se tornando populares principalmente para divulgação de
notícias).
Com o tempo, a instituição pode personalizar a tela principal de alunos,
professores e funcionários para enfocar as reais necessidades de cada
com o sistema.
3.5. Cadastros

O sistema também é composto por diversas telas de cadastro, de


forma a garantir a disponibilidade dos mais diversos dados, de apoio ou
não. Dois exemplos de cadastros de apoio são cidades e países. Outros
cadastros essenciais ao sistema são, por exemplo: alunos, disciplinas,
professores, cursos, etc.

3.6. Matrícula
Um dos requisitos mais importantes para o sistema trata-se da matrícula
dos alunos. Na verdade não é apenas um único requisito, pois existem
basicamente três tipos de matrícula.
O primeiro tipo é a matrícula automática realizada quando o aluno
ingressa na faculdade.
Neste caso de uso, é necessário somente selecionar o aluno
ingressante de acordo com uma lista de classificados, disponibilizada para
todas as instituições dias antes da matrícula. Tal lista contém todos os
candidatos, ordenados pela classificação, de forma que seja possível
selecionar candidatos aprovados diretamente ou através de lista de
suplentes.
Selecionado o novo aluno, é gerado automaticamente um número
de registro (conhecido como RA, ou registro acadêmico) para o m esmo.
Este número será sua chave única de identificação durante todo o curso.
Em seguida, são gravados os dados básicos deste novo aluno e criada
automaticamente sua primeira matrícula, contendo todas as disciplinas do
primeiro semestre, já que o aluno provavelmente irá cursar exatamente
estas disciplinas. Em todo caso, deve ser possível editar esta matrícula
posteriormente, para o caso do aluno realizar dispensa de disciplinas ou
cursar outras disciplinas em regime especial.
Para tornar a iteração do aluno simples, esta tela se apoia em
dois conceitos difundidos de interface: navegação estilo wizard e interatividade
estilo chat.
Para tornar a iteração do aluno simples, esta tela se apoia em
dois conceitos difundidos de interface: navegação estilo wizard e interatividade
estilo chat.
Quando o aluno acessa a tela, recebe boas vindas e um texto
introdutório, informando qual funcionário está disponível para lhe atender.
Através de uma arquitetura de chat, o funcionário estará, nos dias de
matrícula virtual a serem definidos pela instituição, presente virtualmente
para atender o aluno, da mesma forma que ocorreria presencialmente.
O aluno é guiado por várias telas que simulam o processo real de
matrícula, como a confirmação de dados pessoais e a escolha de
disciplinas a serem cursadas.
Lembrando que esta última só deve estar disponível caso o aluno
possua disciplinas pendentes de outros semestres, caso contrário não é
necessário, pois todas as disciplinas do ciclo atual do aluno podem ser
automaticamente adicionadas em sua matrícula.
Sempre que o aluno precisar realizar alguma interação (como
editar dados pessoais ou escolher disciplinas), terá disponível um botão
de envio. Neste momento, os dados aparecerão na tela do funcionário que
está lhe atendendo. O funcionário pode então aprovar ou reprovar os dados
recebidos do aluno.
Em caso de reprovação, pode digitar algum texto explicativo, para
que o aluno proceda da forma correta.
Quando todos os dados estiverem de acordo com o esperado pelo
funcionário e a matrícula puder ser aceita, o funcionário precisa apenas
acionar o botão de aceite e automaticamente o aluno receberá em sua
tela o comprovante de matrícula que poderá ser impresso. Da mesma
forma, o funcionário também recebe um comprovante, a fim de assegurar a
autenticidade da operação para ambas as partes. Terminados estes passos,
a matrícula está realizada sem que o aluno precise se direcionar até a
faculdade.
3.7. Arquitetura

Além da definição das principais funcionalidades e criação de


protótipos das telas abordadas pela primeira iteração do sistema, toda a
arquitetura da aplicação deve ser formulada.
O primeiro componente, CGA.Web representa a interface da
aplicação. Este componente na prática é uma aplicação Web, ou seja,
um site programa do em ASP.NET e C#. Sistema Acadêmico em ASP.NET
2.0 – 43.
Tal aplicação necessita apenas de um servidor de hospedagem
Windows Server com .NET Framework 2.0 e SQL Server 2005 para
estar disponível pela Internet. Dentro deste componente, as páginas do
ASP.NET, os arquivos visuais, como imagens, temas e folhas de estilo, e
os scripts executados no navegador do usuário, conforme discutido
anteriormente neste trabalho.
Vinculado a este componente, está o CGA.Negócios. Esta camada
representa a lógica de negócio da aplicação. Além disso, encapsula as
chamadas utilizando-se do padrão de projeto Facade (Cardoso, 2006), a
fim de fornecer um ponto de acesso único a todas as aplicações de
interface que tenham necessidade de acessar as informações oferecidas
por este sistema. Isto se torna simples não apenas pelo padrão do
Facade, mas também por tal componente ser um Web Service. Segundo
Sincic (2004), um pacote de classes acessíveis de forma remota através
do protocolo de Internet, o HTTP.
A utilização de Web Services permite inclusive que outros sistemas
da instituição realizem operações providas pelo sistema CGA de forma
simples e eficiente, inclusive independente da tecnologia utilizada. É
possível, por exemplo, que um sistema para controlar a reserva de projetos
pelos professores acesse operações do Web Service do CGA afim de
buscar os dados dos professores, evitando a existência de diversos bancos
de dados com dados replicados na faculdade.
A camada seguinte à de negócio é a CGA.Framework.Dados. Tal
camada pequena, tem a responsabilidade apenas de executar comandos
no banco de dados. Para este sistema em específico, adotou-se a
utilização de Stored Procedures como forma de acesso padronizado ao
banco. Tais Stored Procedures encontram-se armazenadas no pacote
denominado SQLObjects . Sendo assim, a responsabilidade da camada de
dados é simplesmente executar determinada Stored Procedure retornando
dados do banco de dados e transformando os mesmos em objetos do
.NET, para que a camada de negócio possa trabalhar de forma fácil.
O último componente da arquitetura é o CGA.Framework.Web
Controls. Tal componente prevê a abstração e automatização de tarefas
repetitivas no sistema, principalmente voltadas à interface e às validações de
dados.
Diversos controles customizados estão previstos neste componente,
a fim de tornar os códigos HTML mais limpos e o desenvolvimento o mais
produtivo possível. Com a utilização correta desta arquitetura, prevê-se
que o tempo de desenvolvimento de uma tela de complexidade média caia
de 8 horas para apenas 3 horas de codificação.
CONCLUSÃO

Com a utilização de sistemas informatizados moldados visando a


melhoria de processos, em conjunto com o poder de distribuição e
abrangência das aplicações para Internet, é possível obter ganhos
significativos em relação a produtividade e eficiência em tarefas nas mais
diversas áreas. Um sistema acadêmico voltado a três tipos diferentes de
público tem potencial para melhorar inúmeras atividades na instituição.
Este trabalho foi elaborado visando demonstrar as necessidades do
proposto sistema acadêmico para a FATEC Guaratinguetá e as escolhas
tomadas para possibilitar o desenvolvimento do mesmo. Com base neste
estudo, conclui -se que as escolhas tecnológicas foram satisfatórias e a
base do sistema pôde ser elaborada, podendo o mesmo ser expandido
futuramente de acordo com as necessidades da instituição.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Books, 2006.
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Ciência Moderna, 2006.
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Novatec, 2003.
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Florianópolis, SC: Visual Books, 2006.
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Development. Redmond, Washington: Microsoft Press, 2007.
LIBERTY, J. Programando C#. Rio de Janeiro, RJ: Alta Books, 2006.
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s/ferramdesenv.mspx>Acesso em: 06/11/2018.
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<http://www.w3schools.com/browsers/default.asp>. Acesso em: 06/11/2018.

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