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ASSEMBLE IA LEGISLATIVA DO E STADO DO RIO DE JANEIRO

FÓRUM PERMANENTE DE DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO DO RIO DE JANEIRO


JORNALISTA ROBERTO MARINHO

Rio de Janeiro, novembro de 2018.

Carta Aberta aos Deputados

Um dos maiores entraves ao desenvolvimento do país é a baixa


qualidade de nossa infraestrutura. No Ranking 2018 de Eficiência
Logística do Banco Mundial, o Brasil ocupa a 56ª posição entre 160
países pesquisados. Entre os gargalos estão o excesso de normas, regras
e procedimentos arcaicos, traduzidos como custos legais e burocráticos.

A boa notícia é que o momento de grandes restrições orçamentárias que


vivemos coincide com o vencimento ou a renovação antecipada de
muitas das atuais concessões rodoviárias e ferroviárias federais, sendo o
período mais propício dos últimos 20 anos para implementar uma agenda
que viabilize investimentos privados na rede logística do estado.

Outra informação importante é a de que o Estado conta com o Plano


Estratégico de Logística e Cargas do Estado do Rio de Janeiro (PELC/RJ
2045), produzido a partir de um amplo diálogo e intensa participação da
sociedade para orientar o desenvolvimento do território fluminense como
uma plataforma logística de classe mundial.

Trata-se de um plano coordenado pela Secretaria de Estado de


Transportes, com suporte técnico e financeiro do Banco Mundial, que
contém em sua estrutura, além dos elementos usuais, estudos regionais
específicos, bem como a priorização de novas ações e projetos no âmbito
dos setores público e privado.

Tomando estes elementos como base, a Câmara Setorial de


Infraestrutura e Logística do Fórum de Desenvolvimento Estratégico do
Estado do Rio de Janeiro se debruçou nos últimos meses na preparação
deste documento que tem como propósito mobilizar as forças políticas do
Estado para esta agenda que pode se configurar numa importante ação
para a retomada do desenvolvimento do Rio de Janeiro.

Formada por representantes da ACRJ, AEERJ, CREA-RJ, FETRANSCARGA,


FIRJAN, SEAERJ, SISTEMA OCB/ SESCOOP/RJ e UERJ e com a participação
da Secretaria de Estado de Transportes, o grupo percebeu a
oportunidade de propor uma agenda que reúna o governo estadual, o
governo federal, os órgãos de controle e o Parlamento em torno de uma
pauta única sobre os investimentos em logística no Estado do Rio de
Janeiro.

Palácio Tiradentes – Rua 1° de Março, s/nr., sala 127, Praça XV – Centro – CEP: 20010-090 – RJ – Tel.: +55 21 2588-1352 Fax: +55 21 2588-1145
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Considerando:

- A necessidade da retomada de investimentos em infraestrutura no


Estado do Rio de Janeiro, que impactam diretamente na geração de
emprego e renda e no desenvolvimento do Estado;

- A situação precária em que se encontram as rodovias estaduais, que


impactam tanto na segurança do usuário, como também na
produtividade e competitividade dos setores econômicos;

- A necessidade de estabelecer uma visão conjunta sobre o processo de


Proposta de Manifestação de Interesse (PMI), lançado recentemente pelo
governo estadual, com foco na manutenção de 15 rodovias estaduais;

- A oportunidade facultada pelas novas concessões e renovações


antecipadas de rodovias, ferrovias e aeroportos federais que atravessam
o território do Estado do Rio de Janeiro, ora em processo de modelagem e
audiências públicas, pelo governo federal;

- A “janela de oportunidades” que se abre entre 2019 e 2020 para que se


realizem estas concessões, estabelecendo novas infraestruturas;

- A necessidade de que os parlamentares que representam o Rio de


Janeiro em nível estadual e federal unam forças no sentido de participar
ativamente na formulação das metas e objetivos pretendidos, bem como
atuem politicamente para que tais investimentos sejam priorizados,
notadamente pela União;

- A importância de voltar os olhos para a preservação das faixas de


domínio e das áreas não edificantes das rodovias e ferrovias, de forma a
manter viáveis os investimentos futuros para o desenvolvimento de tais
infraestruturas;

- O conjunto de propostas reunidas no Plano Estratégico de Logística e


Cargas do Estado do Rio de Janeiro (PELC/RJ 2045), que consideram como
Âncoras Logísticas no Estado: o Porto do Rio, o Eixo Multimodal do Açu, o
Aeroporto Internacional do Galeão, o Porto de Itaguaí, o Eixo Multimodal
Rio - Espírito Santo, o Eixo Multimodal Rio - São Paulo, o Eixo Multimodal
Central Rio – Minas, o Arco Metropolitano, o Eixos Rodoviários
Metropolitanos, as Ligações Transversais Estado/ Fronteiras, as Ligações
Regiões Serrana – Noroeste, e as Instalações Logísticas de Apoio

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Offshore. Estas âncoras reúnem os ativos (equipamentos, eixos de


transporte etc.) que formam a infraestrutura utilizada para o movimento
de cargas das cadeias logísticas no Estado do Rio. Elas somam o que
cada um tem de mais vantajoso, gerando melhores resultados para
todos.

Figura 1: Localização das âncoras Logísticas do PELC/RJ 2045.

PELC/RJ 2045 - Conjunto das Âncoras Logísticas


1. Porto do Rio 2. Eixo Multimodal Central Rio - Minas
3. Eixo Multimodal do Açu 4. Arco Metropolitano
5. Aeroporto Internacional Galeão 6. Eixos Rodoviários Metropolitanos
7. Porto de Itaguaí 8. Ligações Transversais Estado/Fronteiras
9. Eixo Multimodal Rio - Espírito Santo 10. Ligações Regiões Serrana - Noroeste
11. Eixo Multimodal Rio - São Paulo 12. Instalações Logísticas de Apoio Offshore
Obs.: a numeração não é indicativa de prioridade de uma ancora sobre as demais

Tomando por base as Âncoras Logísticas, o grupo definiu como


prioridades:

1. Rodovias:

✓ As modelagens para concessões em curso, permitirão novos


parâmetros nas rodovias federais, sejam aquelas que terão licitações

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antecipadas (BR-116 S Dutra, BR-116 N Rio/Teresópolis, BR-040 Rio/Juiz


Fora), sejam novas concessões (BR-101 S Rio/Santos e BR-493 Arco
Metropolitano), visando: reduzir tarifas de pedágio, aumentar o número
de pagantes, ampliar o volume de obras, implementar o uso intensivo de
tecnologia embarcada e, incorporar trechos dependentes. Reforçar ações
para facilitação das obras em curso (BR-101 N Niterói/Campos/Divisa ES,
e BR-393 Barra Mansa / Divisa MG – Além Paraíba);

✓ Dar continuidade ao Programa de PMI’s estaduais visando a possibilidade


de concessão de 5 blocos, num total de 12 rodovias, Bloco Noroeste (RJ
122, 158, 186, 160), Lote Sul (RJ 127, 145 e 155), Lote Lit. Norte (106,
162), Acesso Açu (RJ 244), Rod Metropolitanas (Ext. Linha Vermelha, Ext.
Via Light e Transbaixada).

2. Ferrovias Federais

Pretende-se com a renovação antecipada das ferrovias viabilizar


investimentos na MRS, FCA (Ferrovia Centro Atlântica), na implantação
de linhas curtas (short lines) de carga e turísticas e na viabilização da
ferrovia EF-118 Rio/Vitória, com uso de outorgas, indenizações e outros
recursos;

2.1 A MRS é uma concessionária que tem mantido as linhas em boas


condições operacionais. A meta atual é integrar suas operações as
economias das regiões por ela atravessadas.

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✓ A proposta do RJ na Renovação da Concessão da MRS prioriza


principalmente:

• Implantar o Ferroanel Tramo Norte de SP, associado à restauração


da linha BL (Bitola Larga) entre Pederneiras e Panorama (ALL
Paulista);
• Implantar e operar ramal de ligação N. Iguaçu / Comperj em BL,
trecho inicial da futura EF-118;
• Reformular as linhas em BL (Bitola Larga) e BM (Bitola Métrica) no
Pátio de Barra Mansa, associado à implantação de terminal de
granéis agrícolas;
• Implantar Rede de Terminais Intermodais nos Eixos RJ/SP e RJ/BH;
• Intervenções nas passagens em nível nos trechos Japeri - Itaguaí e
Japeri - Arará;
• Eliminação das principais PNs (Passagens de Nível) e implantação
de trechos de muros em áreas de importantes conflitos
operacionais, a exemplo de Barra do Piraí;
• Melhorias no Pátio Arará e reformulação geral das linhas e pátios
no Porto do Rio;
• Ponte de acesso ferroviário à Siderúrgica Votorantim em Resende;

2.2 A Ferrovia Centro Atlântica (FCA) abandonou 95% das linhas concedidas
no Estado do Rio de Janeiro. A situação atual da malha da FCA é de
maneira geral muito ruim, havendo 40 km de linhas em operação e 760
km de linhas inoperantes, desativadas ou em supressão definitiva.

✓ A proposta do RJ na Renovação da Concessão da FCA prioriza


principalmente:

• Reformular as linhas em BM (Bitola Métrica) no Pátio de Barra


Mansa;
• Uso das indenizações referentes aos ramais antieconômicos ou
desinteressantes em devolução à União, para aplicação em
projetos ferroviários federais no Estado, economicamente
sustentáveis e preferencialmente com aplicação relacionada a cada
devolução de trecho;
• Direcionar parte da outorga futura da FCA e parte das indenizações
cabíveis no território fluminense, como apoio à implantação da EF-
118 Rio/Vitória, trecho Comperj / Açu;
• Implantar às suas expensas a infra e super estruturas, e prover
material rodante para as linhas de Trens Turísticos Angra / Lídice /

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Rio Claro (Mata Atlântica), Paraíba do Sul / Cavarú (Estrada Real –


14km);
• Apresentar plano de melhorias e investimentos às suas expensas
para o trecho operacional Barra Mansa / Falcão (acesso a CSN);
• Financiar estudos e modelagens com vistas à possibilidade de
implantação de short lines para carga geral e/ou turismo nos
trechos remanescentes das linhas de BM (Bitola Métrica) no Estado;
• Garantir a preservação da faixa de domínio dos trechos originais da
EF-103 Rio/Vitória, que serão utilizados na EF-118, até que seja
assinado contrato com o futuro concessionário da EF-118.

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✓ A EF-118 foi incluída no PPI (Programa de Parceria de Investimentos) em


06/07/2018 e priorizada sua implantação pela União. É prioridade de vital
importância para o centro-norte do Estado.

3. Aeroportos
Apoiar o desenvolvimento das operações do Aeroporto Internacional do
Galeão e nas possíveis concessões ou metas para o Aeroporto Santos
Dumont (SDU), Jacarepaguá, Macaé e Campos.

Foto: Aeroporto Internacional do Galeão

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✓ O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro – Galeão (AIRJ) deve atuar


como hub aeroportuário nacional e internacional de passageiros e cargas
para diversas regiões do país, apresentando os melhores indicadores de
custos e qualidade de serviços do Brasil.

✓ Esse aeroporto tem o maior conjunto de infraestruturas aeroportuárias da


América do Sul, estando capacitado para atender cerca de 25 milhões de
passageiros/ano com bom nível de serviço.

✓ Com importância estratégica no complexo de logística integrada e de


movimentação de bens de consumo e de pessoas, o Galeão foi
originalmente planejado e projetado para ser o principal hub aéreo do
país. É, simultaneamente, âncora e ativo logístico do Estado do Rio de
Janeiro. Em 2017 o país importou por via aérea 19,8% do valor total
nacional importado, sendo que no mundo este percentual chega em
média a mais de 35%, o que nos permite concluir que em existe espaço
para dobrar o valor da movimentação das importações por via aérea no
Brasil.

✓ É importante incluir na agenda federal emenda no Orçamento Geral da


União para viabilizar melhorias nos acessos rodoviários do aeroporto.

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4. Portos

4.1 Porto do Rio:

✓ O Porto do Rio de Janeiro deverá ser referência nacional para a


movimentação de cargas de alto valor agregado, oferecendo alta
qualidade de serviços e custos competitivos, orientado a uma
progressiva especialização.

✓ A área do Porto é o metro quadrado do território fluminense que mais


gera receitas tributárias. Comparativamente, a arrecadação de ICMS pelo
Porto, da ordem de R$ 2,28 bilhões (em 2014), supera a da maioria dos
municípios do Estado do Rio de Janeiro.

✓ Para atingir um alto nível de serviços e aperfeiçoar sua relação com a


capital fluminense, o Porto do Rio deverá ter acessos rodoferroviários
adequados para a movimentação de cargas de alto valor agregado.

✓ Quanto aos acessos rodoviários, deve ser incluído em emenda do


Orçamento, verba de R$ 1 milhão para que se iniciem as obras de
duplicação da Av. Alternativa (Avenida Prefeito Júlio de Moraes Coutinho
e Rua Carlos Seidl), importante acesso ao Porto na região Portuária do
Caju. Já existe o Projeto Básico para esta obra, faltando somente a
Licença Ambiental, que seria entregue pela iniciativa privada para licitar
no final de 2019.

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✓ Para o êxito das adequações propostas, é necessário que elas sejam


incluídas na agenda federal e viabilizadas por meio de emendas ao
Orçamento Geral da União. Uma vez que ainda não está totalmente
definido o Orçamento Federal de 2019, há uma janela de oportunidade
para incluir nas execuções do ano vindouro, minimamente, os projetos de
dragagem para aprofundamento a 15 metros e equalização do canal de
acesso aos terminais do Porto do Rio.

✓ Da mesma forma, devem ser solicitados recursos para o aprofundamento


do Canal da Barra Grande, acesso principal à Baia da Guanabara, com o
objetivo de atingir uma profundidade de 17 metros na maré alta.

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✓ Solicitar, também, recursos que garantam a equalização e o


aprofundamento dos Cais Caju e São Cristóvão.

-15,5m

-15,5m
-15,5m

-15,5m

-15,5m

4.2 Porto de Itaguaí

✓ O Porto de Itaguaí deve consolidar-se como principal porto de


transferência de cargas em contêineres entre navios de diferentes portes
(transhipment) do país, e como ativo estruturador das cadeias produtivas
regionais, aproveitando-se de sua extensa retro área. É o porto com a

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maior movimentação de cargas do Estado do Rio de Janeiro (53 milhões


de toneladas em 2017). Atualmente, o Porto de Itaguaí, opera seu
terminal de contêineres com calado operacional máximo de 15,4 metros,
o maior da Costa Leste da América do Sul.

✓ Para ampliar sua competitividade o porto necessita de dragagens no


Canal Derivativo e, em 3 áreas de ultrapassagem ao longo do canal
principal, no acesso ao terminal de contêineres, o que permitirá entrada
e saída simultânea de embarcações, reduzindo o tempo e os custos das
operações, o que implica em investimentos da União para dragagens
ainda no ano de 2019.

4.3 Porto do Açu

✓ O Porto do Açu em operação desde 2014, é o de maiores dimensões


físicas do país, com área operacional licenciada de 90 km², e 9 terminais
em funcionamento. Seu principal acesso, a Rod. Federal BR 101 N,
encontra-se em duplicação pelo concessionário privado, apresentando
dificuldades, notadamente do trecho entre os km 144 e km 261
(Cabiúnas/ Rio Bonito), que conta com fortes limitações ambientais. A
implantação da Rod. RJ 244 deverá conectar o Porto a BR 101 N, e está
contemplada na PMI das Rodovias Estaduais;

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Km 144

BR-101 N

Km 261

✓ A implantação da ferrovia EF 118 Rio/Vitória é o projeto de maior


importância estratégica para o Porto, e encontra-se priorizada pelo
Governo Federal no Programa PPI 2018.

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Compõem a Câmara Setorial de Infraestrutura e Logística do Fórum de


Desenvolvimento do Rio:

• Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ)


• Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ)
• Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro
(CREA-RJ)
• Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN)
• Federação do Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro
(FETRANSCARGA)
• Organização das Cooperativas do Estado do Rio de Janeiro / Serviço
Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado do Rio de
Janeiro (SISTEMA OCB/ SESCOOPRJ)
• Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de
Janeiro (SEAERJ)
• Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

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