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GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Fundada em 08 de janeiro de 1928 da E.’. V.’..

AUG.’. E RESP.’. LOJ.’. SIMB.’. THEMIS Nº 157


Fundada em 24 de julho de 1998 da E.’. V.’..

Trabalho do Ir.’. Leonardo Redaelli – A.’.M.’.


Matrícula 18546 – Iniciado em 6 de novembro de 2015

Data: 04/12/2015 Trabalho sobre...

A INICIAÇÃO.

Posso afirmar que o ritual de iniciação maçônica do aprendiz no rito escocês antigo e
aceito é a coisa legal mais parecida com o cinema de Michelangelo Antonioni, Alain
Resnais, Salvador Dali e Luis Buñel no espaço urbano da capital dos gaúchos. Enfim.
Aconteceu comigo há 28 dias aqui em Porto Alegre.

Eu fui ao prédio da Grande Loja do Estado do Rio Grande do Sul para lá dentro me dirigir
à maçônica Augusta e Respeitável Loja Simbólica A.R.L.S. Thêmis (por favor, não
durmam) como o combinado com O meu padrinho Zanoni amigo gringo às 18h. No térreo
do prédio, Esperava ansioso festava voltando e indo rodando dum lado para outro em
caminhadas curtas. Nada acontecia, nem algo era informado, muito menos viva alma
aparecia. Passavam em quantidade eram os minutos parecendo por minha impaciência
que o relógio não saia da mesma. Apareceram de surpresa três homens mascarados,
aparentemente seus 40 anos de idade, com bata e capuz triangular, parecendo membros
perseguidores de negros e semitas, Ku Klux Klan. “Ixi! Ralei-me! Agora estes caras me
levam para forca ou me cravam uma de suas lanças!” - Pensei comigo. Mas por querer
muito me tornar maçom, mantive a prontidão para esperar algumas outras surpresas,
como receber um trote semelhante ao que os novatos sofrem assim que entram na
faculdade. Com um movimento silencioso veio por trás e colocou venda preta em meu
rosto e pediu para eu seguir sua movimentação segurando sua mão.

Tipo padre meio adolescente, mão lisinha e pequena, fui guiado por longas caminhadas
descontinuadas por obstáculos.
Era venerável, era primeiro vigilante, segundo vigilante, orador, mestre de cerimônias,
irmão experto, segundo irmão experto, cobridor e guarda do templo.

- TINHA ATÉ UM COM O NOME DE IRMÃO TERRÍVEL!

Logo que ouvi pensei que para ter um nome assim o distinto tem que ser muito feio ou
muito sacaninha.
E aí peguei naquela mão e fiquei andando de tudo que é lado com o tal que já estava
parecendo um Labrador cão-guia para cegos.

Pulei, prometi, jurei, engoli amargo, ajoelhei-me em chão duro e frio, corri, caminhei sem
saber para onde estava indo (os olhos estavam tapados), subi e desci escadarias e de brinde
fui empurrado do alto do fim duma escada.
Depois de fazer uma incursão pelo que dava a sensação física de serem variados esportes
olímpicos para portadores de deficiência visual.

Veio do além uma frase com tom de voz clichê dos protagonistas bíblicos:

- A luz seja dada ao Neófito!


Simultaneamente tiraram o tapa-olho das minhas vistas.

O que me deixou deparado com uns oito marmanjos cravando espadas no meu tórax num
ambiente circundado duma espécie de névoa de histórias do rei Artur. Joelhos judiados
pela própria carga e meus 130 quilos foram sentidos em todas as partes do corpo. Mais o
medo de quebrar o lugar que eu sentasse.

Sei que na mesma data recebi três nomes ao longo da noite: O primeiro foi profano. Em
seguida quando a coisa começou a melhorar mudando para Neófito, fui rebaixado para
aprendiz.

DA INTERPRETAÇÃO

Os testes a mim submetidos são simbólicas maneiras de perguntar:

Ei, você se jogaria da beira dum abismo por contar que irmãos te segurariam, melhor
salvariam?
Você saltaria com um paraquedas preparado por estes irmãos, sem ao menos revisar? Ou
você daria um cheque em branco assinado para eles?

Prova que confia neles da mesma forma que a deusa Thêmis bota a venda nos olhos para
confiar que a lei e a justiça são cegas. A condição de maior vulnerabilidade é a aquela em
que botamos a escuridão defronte nosso semblante, por apostarmos na luz do próximo. É
a entrega!

ADENDO

Memorável foi a câmara de reflexão, ou para a maçonaria


universal “Chamber of Reflection”.

Mas Já que nosso rito é escocês e criado pelos Stuart então, "Le cabinet de réflexion".

Um cubículo negro sem entrada dum fiapo de luz e com as paredes cheias de siglas e
caveiras pintadas. Verdadeira coisa de filme de terror que a primeira vista te leva a ideia
de que os caras querem é borrar-te de medo para fazer tu desistir de se tornar um homem
livre e de bons costumes. Tinha até verdadeiro esqueleto de crânio humano. Com calma
a conclusão é que precisamos ver a morte para ver bem a vida. Tudo ali muito rudimentar
precário. Outra sacada que peguei foi que é importante viver a miséria para valorizar a
riqueza. Isso evidenciado pelo pão e água sobre a mesa.

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