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PROJETO JOÃO TEIMOSO

ILUMINAÇÃO TEATRAL 2

APRESENTAÇÃO
Prezado leitor, nesta apostila de Iluminação você vai encontrar algumas

informações úteis a todos que desejam aprender um pouco sobre esta técnica.

Este material foi elaborado depois de uma longa pesquisa na Internet, em

diversos sites sobre o assunto. Não pretendo colocar um ponto final sobre este

tema e sim, apenas uma introdução, para que os incentive a buscarem,

pesquisarem mais, em outras fontes ou até mesmo nos links indicados no final,

já que lá, você poderá encontrar outros meios para se aprofundarem nesta

área tão vasta que é a iluminação teatral. Bom trabalho e mãos a obra!

Oséas Borba Neto


Diretor Geral
Grupo de Teatro João Teimoso

GRUPO DE TEATRO JOÃO TEIMOSO


ILUMINAÇÃO TEATRAL 3
INDICE
ASSUNTOS PÁG
Métodos de Iluminação 04
* Iluminação Frontal Difusa 04
* Iluminação Frontal Direcional 04
* Iluminação Traseira Difusa (Back Light) 04
*Iluminação Polarizada 04
A Iluminação 05
A Iluminação e o Espetáculo 06
O Espetáculo, a Arquitetura e a Cidade 07
Iluminando Cenários e Personagens 10
Iluminação Cênica 12
Elementos Cênicos - Luz 12
Impactos na Estética da Luz 13
Diálogos Sobre a Luz 14
* Observações da Luz 15
* Luz e História 16
* Luz para Enxergar versus Luz Climática 17
*Métodos de trabalhos de Luz 17
Mistura de Cores 19
Dicas de Iluminação 44
* Iluminação Digital 45
*Tipos Básicos de Luz 45
Mapa de Iluminação 48
Roteiro de Iluminação 54
Definição Angular 60
Iluminação Teatral 64
* Bases de Iluminação 65
* Planos e Ambientação 66
Dicas Gerais 66
Endereços Úteis 67

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 4

A iluminação é o aspecto mais crítico de um sistema de visão, a escolha da


iluminação correta permite uma maior precisão, confiabilidade e tempo de
resposta ao sistema. Na iluminação buscamos o maior contraste possível entre
o objeto em estudo e o restante dos componentes que compõem a imagem
correta permite nos obter a melhor imagem, aquela que torna a tarefa do
sistema de visão o mais fácil possível.

Métodos de Iluminação
O método de iluminação é escolhido de acordo com a aplicação, existem
diversas técnicas, das quais citamos:

Iluminação Frontal Difusa

Produz uma iluminação uniforme e livre de sombras e minimiza a reflexão,


pode ser obtida antepondo um vidro opaco à fonte luz ou refletindo a luz em
uma superfície branca.

Iluminação Frontal direcional

A luz incide sobre o objeto em estudo com um ângulo de incidência, direção da


iluminação, sobre a superfície, isto produz um efeito de reflexão permitindo a
deteção de detalhes na superfície, como poeira ou cantos que aparecerão
realçados com um brilho em um fundo escuro.

Iluminação Traseira difusa (Back light)

Ilumina-se o objeto por tráz criando um efeito de alto contraste, produzindo


uma silhueta escura do objeto, utilizado para medidas de dimensão e formato
do objeto em estudo.

Iluminação Polarizada

Utilizam se luz polarizada e câmera com filtro polarizador, com isso consegue
se eliminar reflexos indesejados, captando somente a luz o objeto em estudo.

Existem outros métodos de iluminação que não foram citados, mas o objetivo
da iluminação é sempre buscar o maior contraste possível entre o objeto a ser
estudado e os demais componentes da imagem.

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A Iluminação

A iluminação é um dos principais elementos da cenografia atual. Até o século


XVI, as encenações teatrais aconteciam principalmente ao ar livre. Com o
Renascimento, o espetáculo transladou-se para espaços fechados e exigiu a
utilização de velas e tochas. Nos cem anos que se seguiram já se usavam
dispositivos para refletir a luz e, no final do século XVIII, surgiram os
candeeiros a óleo com manga de vidro, mas a intensidade da luz destes era
ainda muito fraca.

Em 1803 os palcos ingleses adotaram a iluminação a gás, que provocou


modificações profundas na cenografia. Sua maior intensidade imprimia ao
cenário a dinâmica que faltava aos telões pintados e mesmo aos candeeiros. A
luz de gás possibilitava o emprego de uma mesa de luz bastante rudimentar,
composta de uma caixa da qual saíam vários tubos de borracha, cujas
extremidades estavam ligadas a lampiões distribuídos por diversos e diferentes
pontos do palco. A intensidade regulável da luz de gás tornou possível a
iluminação em resistência, ou seja, o aumento ou diminuição gradual da
intensidade de luz.

Em 1880 a luz elétrica foi usada pela primeira vez no palco no Ópera Paris. No
início do século XX o aparecimento dos refletores transformou a iluminação
cênica em arte requintada. Baseado na teoria da cor, Appia formulou, naquela
época, uma teoria que vigora até a atualidade: as cores do cenário devem ser
pobres, pois sua função não é decorativa; o colorido é proporcionado
basicamente pela luz.

Nos dias atuais os iluminadores dispõem de potentes jogos de refletores,


munidos de películas coloridas (as gelatinas) e dispositivos capazes de simular
efeitos diversos (nuvens, fogo, água). As mesas de comando de iluminação
são computadorizadas, o que facilitou sua operação, aumentando também sua
eficiência. A iluminação cênica moderna - com possibilidades quase que
ilimitadas - tornou-se o meio capaz de unificar todos os elementos visuais de
um espetáculo.

A lâmpada de gás, o sistema de iluminação com petróleo e a iluminação de


incandescência foram as etapas intermediárias na evolução dos métodos de
iluminação, desde a iluminação direta por meio de tochas até a invenção da
lâmpada elétrica.

O termo iluminação designa tanto o efeito da radiação luminosa, seja ela


natural ou produzida artificialmente, quando o conjunto de dispositivos, fontes
e focos de luz destinados a melhorar as condições de visibilidade num
ambiente, dar destaque a objetos ou embelezar algum de seus aspectos. O
termo designa também cada uma das técnicas que emprega lâmpadas e

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dispositivos artificiais para finalidades específicas, como iluminação teatral,
iluminação fotográfica e outras.

Segundo sejam destinadas a cobrir áreas limitadas ou espaços inteiros, a


iluminação pode ser geral ou localizada. De acordo com a maneira como incide
sobre o ambiente ou objeto a iluminação pode ser direta - em que os raios de
luz vão diretamente da fonte ao objeto iluminado - ou indireta, em que os raios
iluminam após refletir-se, difratar-se o refratar-se.

A unidade de grandeza com que se mede a luminosidade de um ambiente


denomina-se lux. Equivale à iluminação de uma superfície de um metro
quadrado sobre a qual incide um fluxo luminoso de um lúmen (unidade de
fluxo), distribuído de maneira uniforme. O lux também se define como
iluminação de uma superfície cujos pontos se encontram à distância de um
metro de uma fonte luminosa com intensidade de uma candeia

ILUMINAÇÃO E O ESPETÁCULO
A descoberta da eletricidade por Thomas Edison, foi o grande motor da
civilização, junto com o petróleo. E o teatro não ficou fora desta revolução. A
transformação foi radical, como aponta Jean-Jacques Roubine, pois com a luz
foi possível ver melhor os cenários, figurinos e até mesmo os próprios atores,
bem como a música que foi amplificada. A complexidade que foram adquirindo
essas artes tornou necessária a presença de um profissional que as
coordenasse. Deste modo, surge, ao redor de 1850, a figura do diretor. Essa
profunda alteração nos bastidores é claro, foi responsável por uma nova
relação do ator com seu papel e com o público, uma nova relação deste último
com o espetáculo. Creio que não seria exagero dizer que estabeleceu uma
nova arte, que se assemelhava com o teatro anterior quase que
exclusivamente por ser artesanal e pela presença do ator. Em grande parte a
iluminação é responsável pela crescente valorização do espetáculo. Dentro de
uma montagem, funciona muitas vezes para destacar ou esconder os aspectos
de uma cena. É utilizada também para criar um clima, o que faz com que sua
função intrinsecamente lírica, possa criar um efeito dramático. E de alguns
anos para cá, tem sido usada muitas vezes como elemento cenográfico e em
outras tem feito as vezes de cenário. Quem for assistir a "O falcão e o
Imperador" com luz de Maneco Quinderé, a "Os Solitários" de Beto Bruel, ou
mesmo a "Um Porto Para Elizabeth Bishop" de Wagner Freire, todas em cartaz
em São Paulo, atualmente, (primeiro semestre de 2002) poderá ter a
comprovação de que nos três casos, em diversos momentos, a luz funciona
como cenário. São invenções da segunda metade do século XX, quando as
técnicas de desenho de luz e o trabalho dos operadores ganharam enorme
desenvolvimento. Simultâneo é claro à evolução fantástica dos equipamentos,
tais como mesas de luz, ou mesmo efeitos mais artesanais com projeções de
slides fazendo as vezes de cenografia e assim por diante. A ponto de que um
espetáculo sem iluminação seja algo a princípio impensável e mesmo quando é
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concebido desse modo, como se vê em "Hysteria" atualmente em cartaz
também em São Paulo, há um uso dos reflexos da luz do dia e o espectador
tem uma sensação diferente: ou parece que viajou no tempo, de volta para o
passado (o que nos parece ser a intenção do diretor, já que o enredo se passa
no século XIX e o elenco veste trajes da época) ora tem a impressão de estar
assistindo só a um ensaio. Ou seja, sem luz, seja natural ou não, não há teatro.
Sem luz elétrica, dificilmente um teatro moderno.

Maria Lúcia Candeias

Professora do Departamento de Artes Cênicas da Unicamp e crítica teatral

O espetáculo, a arquitetura e a cidade


José Canosa Miguez

Publicado no site da ONG Viercidades, 21 de setembro de 2001

Publicado na Revista Lume, edição de novembro de 2001.

Tenho participado com muito interesse do curso de Iluminação Cênica que os


lighting designers Eduardo Salino e Ricardo Vianna estão apresentando aqui
no Rio. A experiência de oito anos na direção da RIOLUZ - Companhia
Municipal de Energia e Iluminação do Rio de Janeiro - estimulou-me a
conhecer em mais detalhes o fantástico uso da luz na criação da ambientação
cênica, faculdade esta que ainda não foi devidamente explorada pela
iluminação urbana e da arquitetura.

Para dar mais sabor ao curso, Salino e Vianna promoveram uma inédita mesa
redonda com atuantes iluminadores cênicos que trabalham na cidade - Aurélio
de Simoni, Paulo César Medeiros, Rogério Wiltgen, Ricardo Dias e César de
Ramires - o cenógrafo José Dias, representantes de fornecedores e de
fabricantes - Públio Lima da GE e Teógenes da Rosco - o ator Pedro Osório,
indicado ao premio Shell pela peça Trainspotting - entre outros profissionais,
todos muito bem coordenados pela competente Claudia Cavallo. Foi
interessante conhecer as experiências e pontos de vista destes especialistas
tão dedicados ao teatro e ouvir as considerações de cada um sobre a evolução
e a qualidade da iluminação cênica no Brasil.

Desta reunião estimulante, com grande interação do público presente, e de um


rápido papo com a Cláudia, ocorreu-me fazer algumas observações e procurar
identificar os pontos comuns e aqueles divergentes entre a iluminação de
espetáculos cênicos e a iluminação de monumentos, fachadas e espaços
públicos, atividade na qual descobri e exercitei o prazer de iluminar.

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Inicialmente, em comum, a curta história da iluminação com luz elétrica. Os
pouco mais de 100 anos da luz elétrica nos levam a concluir que a arte da
iluminação é ainda muito recente, principalmente se comparada com as demais
manifestações artísticas da humanidade, como a pintura, a arquitetura, a
escultura, a literatura, etc. - todas vetustas e devidamente balizadas por
cânones e dogmas. Mas a iluminação, depois de um século de convívio com a
eletricidade, vive ainda sua pré-história, sem considerações estéticas, sem
críticas conceituais, sem passado de referência.

Diversos outros aspectos tornam complexo o ato de estabelecer valores e de


julgar a qualidade da iluminação. Indagados sobre como avaliar e projetar uma
boa iluminação teatral, os experientes profissionais presentes ao debate, entre
uns e outros "causos" muito engraçados, puderam discorrer sobre algumas
características da iluminação cênica: Paulo César Medeiros destacou o
fantástico poder da luz em criar e recriar ambientes, característica esta que os
iluminadores teatrais exploram a perfeição; Dias destacou a permanente busca
pela perfeita interação entre luz, cenários e figurinos, obtida por uma
competente direção do espetáculo; Aurélio comentou a dualidade arte/técnica,
com a prevalência de uma ou de outra refletindo no resultado final da
iluminação; e a platéia, muito participativa, contribuiu com perguntas e
comentários pertinentes. De minha parte, gostaria de meter a colher neste
caldo de luz para expressar alguns sentimentos e levantar algumas questões
que julgo pertinente.

Em primeiro lugar, confesso a minha grande inveja pelas excepcionais


condições de criação com que trabalham aqueles que iluminam o espaço
cênico. Podem dispor seus refletores em quaisquer pontos do palco, seja em
cima ou em baixo, nas laterais, na frente ou atrás; a liberdade de
posicionamento é total, apenas condicionada pelas características do palco, do
cenário e pelo mise en scène estabelecido pelo diretor.

Digo isto porque, para iluminar uma obra monumental ou arquitetônica, as


opções para posicionar e instalar os equipamentos são tremendamente
limitadas pelo entorno e/ou pelas características mais ou menos favoráveis das
fachadas e revestimentos. O uso de postes como suporte para os projetores
quase sempre é inadequado, obrigando o iluminador a colocar as fontes de luz
ao nível do chão ou em saliências das fachadas, gerando - na maior parte das
vezes, e quando não se quer comprometer as perspectivas do observador - a
luz de baixo para cima. Também os órgãos responsáveis pelo patrimônio
cultural limitam em muito as intervenções para executar projetos mais sutis e
delicados nos monumentos tombados, restringindo a iluminação a soluções
com a luz chapada, fria e uniforme, sobre as edificações. Sobre estas
limitações vale a pena citar o projeto de iluminação do Museu do Louvre em
Paris, em que o trabalho integrado dos concepteurs lumineux e dos
responsáveis pela preservação do patrimônio histórico francês chegaram a
uma solução fantástica em que o maravilhoso edifício parece banhado por uma
misteriosa luz que incide do alto, sem que se percebam as fontes luminosas.

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Por falar em refletores - como são chamados pelos iluminadores cênicos - ou
projetores - denominação usual adotada na iluminação pública e da arquitetura
- fica demonstrada a falta de uma mesma fonte didática, normativa ou
habilitadora dos profissionais de iluminação. Vale lembrar Edgar Moura em seu
livro 50 anos Luz Câmera e Ação: "Quanto à confusão de chamar um refletor
de projetor é um problema sério. Os profissionais da fotografia chamam um
ponto de luz de refletor. É errado. Deveria ser projetor, como em francês... ou
português de Portugal".

Em segundo lugar, a grande diferença entre os equipamentos de luz cênica.


Por não estarem expostos às agressivas condições de trabalho externo
(poluição, maresia, chuva, umidade, vandalismo, etc.) os refletores têm
acabamentos menos sofisticados no que diz respeito aos níveis de proteção,
pois os projetores utilizados para trabalhar em áreas externas têm carcaças
muito robustas e seus componentes óticos e lâmpadas devem ser bem
protegidos contra as intempéries e agentes poluidores.

Também em função da dinâmica de luz, obtida pela dimerização, focalização


variável, possibilidade de enquadramentos, diversidade de cores dos filtros,
desenhos dos gobos e atualmente pelo movimento dos pontos de luz e até dos
rigs, os refletores cênicos trabalham com corpos óticos desenvolvidos para
explorar estas possibilidades. A exceção é claro, fica para os indefectíveis
PAR... Porém é fácil perceber que o vertiginoso desenvolvimento tecnológico
das lâmpadas e dos equipamentos, modificando com rapidez o visual dos
espetáculos cênicos, às vezes se reflete em discutível exuberância luminosa.

As lâmpadas de uso corrente na iluminação das áreas externas, monumentos e


fachadas são principalmente aquelas do tipo de descarga de alta intensidade,
sem possibilidades de dimerização precisa (é possível apenas uma redução no
fluxo luminoso, alterando-se a condição de trabalho dos reatores). Ainda que,
no caso de soluções pontuais, com baixas potências, é viável utilizar lâmpadas
halógenas. A cor ainda é empregada com timidez pelos lighting designers da
arquitetura. Até porque é necessário imbuir-se do necessário respeito pela obra
do artista (escultor, arquiteto ou paisagista) que se vai iluminar, caso contrário
ela pode ser descaracterizada em sua cor, textura ou na leitura da forma como
conseqüência do uso inadequado da luz.

Também impressionam as cargas elétricas empregadas na iluminação teatral e


de shows. Milhares de watts são comprometidos para iluminar pequenas áreas,
o que pode soar como desperdício em tempos de apagão urbano. É raro o
cálculo luminotécnico preciso na definição da luz efetivamente necessária para
os espetáculos, ao contrário dos projetos de luz permanente em áreas
exteriores que, não dispondo da condição "dimerizadora", devem sempre ter
um consumo de energia eficiente.

Permanentemente seduzidos pelo poder da luz, os iluminadores são sempre


tentados a destacar a iluminação. O emprego da fumaça permite incorporar os
fachos luminosos ao cenário e aí a luz ganha relevância no espetáculo. Claro
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ILUMINAÇÃO TEATRAL 10
que há sempre o risco de retirar a atenção devida ao desempenho dos artistas,
mas quando adequadamente incorporada ao mise en scène, torna-se um
fantástico elemento cênico. Já na iluminação das obras de arquitetura os
fachos dos projetores só são percebidos quando incidindo sobre as fachadas
ou nas noites enevoadas.

At last but not least, há que considerar o caráter efêmero da iluminação cênica,
que vive apenas durante o curto espaço de tempo das temporadas, ao
contrário do caráter institucional e permanente que se dá à iluminação de
monumentos e fachadas e também da função utilitária da luz dos interiores.

Estas considerações são feitas apenas como estímulo para uma abordagem
mais detalhada do assunto. Fica a minha expectativa de que começa a ser
possível, com o uso correto das novas tecnologias e com uma adequada
interação profissional entre fabricantes, arquitetos, urbanistas e lighting
designers, trazer para as cidades as possibilidades incríveis que a iluminação
cênica faculta. Principalmente pela possibilidade de gerar ambiências noturnas
criativas, capazes de humanizar os espaços públicos quase sempre tão
inexpressivos e impessoais durante as noites urbanas.

* José Canosa Miguez é arquiteto, light designer, consultor em iluminação


urbana e da arquitetura da ONG Vivercidades e foi Presidente da Rioluz no
Governo Luiz Paulo Conde.

Iluminando Cenários e Personagens

Iluminação é um dos aspectos mais importantes ao se construir uma cena.


Criar uma luz branca, plana é muito fácil, mas não se acrescenta muito em
termos de dramaticidade. Acompanhe abaixo algumas posições de luz
influindo sob o personagem:

A posição da luz nesta cena está por trás do rosto, a um ângulo de 45º.
Dá o mínimo de detalhes criando um efeito de "suspense".

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A posição da luz nesta cena está na lateral. Dá uma definição dos


contornos da face e um efeito de profundidade.

Posição frontal em 45º. Ideal para simular a iluminação em retratos.

Posição da luz à frente do motivo da cena. Iluminação Plana.

A posição nesta luz está abaixo do motivo. É denominada luz inferior e


produz um efeito assustador, de filme de terror.

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Iluminação superior. Posicionar a luz sob o motivo resulta em uma


iluminação favorável em cenários comuns. É a luz clássica.

ILUMINAÇÃO CÊNICA

Nem sempre a solicitação de construção de um prédio teatral parte de uma pessoa


conhecedora do fazer teatral ou com interesses culturais. Muitas vezes, políticos
voltados para a autopromoção, ou até mesmo mecenas motivados por pura vaidade,
conduzem o processo de construção, acarretando inúmeros prejuízos econômicos,
financeiros, técnicos e artísticos.

Entretanto, se o arquiteto (geralmente a primeira pessoa a ser consultada) tiver a


consciência de que um prédio teatral é uma obra complexa, antes de fazer qualquer
esboço para o projeto certamente se ocupará de promover consultoria com profissionais
diretamente envolvidos nesta área: cenotécnicos, cenógrafos, diretores e iluminadores.
Para um maior esclarecimento apresentamos, em duas versões (português e espanhol),
um programa que auxilia na construção de pequenos teatros ou adaptação de espaços ao
fazer teatral. Opte pela versão que melhor se aplique e esperamos, com isso, que evite
graves problemas e a possibilidade de uma atividade artística bem realizada.

Elementos Cênicos – luz


A iluminação é um dos elementos que mais ganhou importância a partir do final
do século XIX. Isto se deve, em grande parte, à luz elétrica e as tremendas
possibilidades que se delinearam desde então. Não cabe aqui uma explanação
histórica sobre a iluminação teatral, os primeiros tipos de lâmpadas e refletores,
mas a sua importância hoje no desenvolvimento de um espetáculo.

Muitos são os tipos de refletores e conseqüentemente os tipos de luz e efeitos


hoje conseguidos; entende-se por iluminação tudo o que você pode fazer com
luz, que vai desde a iluminação direta, passando pelo trabalho com sombras,
projeções, reflexos, e transparências, até a criação de climas, ambientes e
delimitação de espaços (ou qualquer outra coisa que a imaginação permitir),
utilizando-se de lâmpadas incandescentes, lâmpadas frias, fogo (velas e
tochas), objetos fosforescentes e fluorescentes e até bioluminescência (vi uma
cena em que a iluminação era feita com vaga-lumes).
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Devido a imensa gama de tipos e aplicações para a luz, surgiram cursos e
profissionais especializados em iluminação. Nestes cursos o iluminador
aprende não apenas a criar efeitos e a utilizar as tão famosas “gelatinas”
(filmes coloridos colocados à frente dos refletores para alterar a cor da luz),
mas também um pouco de eletricidade (ligações elétricas, potência de luz,
voltagem e amperagem), estuda a composição das cores, e os efeitos e as
relações com o espaço, a maquiagem e o figurino.

Um exemplo interessante: uma maquiagem que utiliza as cores vermelha e


branca; um figurino que consiste num macacão listrado também vermelho e
branco. Pois bem, essa é a vontade do diretor que precisa ser respeitada. Se o
iluminador colocar uma luz vermelha, por exemplo, o que acontecerá? Tudo
ficará vermelho, as listras desaparecerão e a maquiagem ficará chapada... Se
o iluminador souber o que está fazendo, pode tirar um bom partido dessa
situação, caso contrário se perderá e “estragará” os outros elementos cênicos.

De qualquer forma, trabalhar com luz, se bem conduzido, e aliando figurino,


maquiagem, sonoplastia e cenário (sem esquecer do ator, é claro), que
novamente insistimos em chamar de UNIDADE, pode-se gerar efeitos e
situações que emocionam, surpreendam e arrebatem a platéia, que é o que
sempre almejamos.

O conselho de sempre: procure um bom profissional. O projeto de iluminação –


mapa de luz – precisa ser bem pensado e exaustivamente experimentado.
Excelentes profissionais, que sabem fazer “milagres” e conhecem tudo de luz
geralmente são caros e necessitam de equipamentos de última geração,
também muito caros; mas pode-se conseguir bons iluminadores que saibam se
virar com uma gama de refletores comuns a preços razoáveis. Vale a pesquisa
e, é claro, o tipo de montagem que se quer.

Impactos na estética da luz


Com o advento da iluminação elétrica no final do séc XIX, todo um conceito de
cidade, trabalho, educação, enfim, da vida nas grandes cidades estava
alterado. A iluminação elétrica propiciou um maior aproveitamento do tempo e
um melhor aproveitamento da vida. Onde havia trevas, agora havia luz e luz de
"qualidade", pois, a luz elétrica propiciou pela primeira vez ao ser humano o dia
artificial.

Na arte o impacto foi grandioso. Artistas agora podiam pintar à noite e isso
passou a ser especialmente interessante. A vida dos cabarés e teatros
ganhava mais emoção.Nos teatros principalmente, em pouco tempo, mudanças
na tecnologia já haviam mudado estéticas. Já com a iluminação a gás, o telão,
que compunha os cenários de fundo dos teatros, perdera sua graça. Com a
iluminação frontal e de contra luz havia dimensão do ator e foi preciso então

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 14
dar dimensão verdadeira aos cenários. Essa é apenas uma das muitas
mudanças que ocorreram em função do aparecimento de novas tecnologias.
Mas não é só isso. Podemos também perceber mudanças estéticas no teatro
também em relação a estados de tensão social, como no caso do Brasil das
décadas de 60 e 70. Autores, diretores e grupos com visões políticas
contestadoras passaram a cultivar uma estética com caráter mais "pobre". A
utilização de espaços alternativos para suas apresentações fazia parte do
movimento contestatório. As grandes companhias continuaram a existir e foi
dentro delas que profissionais da "velha guarda" mantiveram, e alguns ainda
mantêm, velhas fórmulas de construção estética. Enquanto isso, a geração de
contestadores criava seus próprios signos. Na maioria das vezes, dispondo de
poucos recursos tecnológicos para seus efeitos, esses profissionais
compunham estéticas próprias, mais preocupadas com o discurso do que com
a plástica. Depois de passada a turbulência desses anos, muitos desses
profissionais ganharam o respeito do grande público. Fizeram escola e seus
discípulos carregam até hoje a influência recebida de seus mestres.
Espetáculos "pobres" hoje são vistos em grandes teatros que contém
estruturas bem maiores do que esses profissionais dispunham na época.
Na virada dos anos 80 e 90, com o aparecimento de tecnologias digitais e com
a abertura política, novamente surgem no cenário teatral propostas estéticas
que premiam um pouco mais a plástica cênica, porém, agora a televisão era o
ponto de referência.

Enfim o que percebemos nitidamente é que as estéticas vão sendo construídas


sob a capa de influências complexas. Tecnologias, pressões sociais, modismos
da televisão, etc, são fatores que nos fazem refletir a jornada da estética da
iluminação e, por conseguinte, da plástica teatral no Brasil.

Valmir Perez

Light designer responsável pelo Laboratório de Iluminação do Departamento de


Artes Cênicas - IA/Unicamp

Diálogos sobre a Luz


"A luz é de uma flexibilidade quase milagrosa. Ela possui todos os graus de
claridade, todas as mobilidades, pode criar sombras e irradiar no espaço a
harmonia de suas vibrações, como o faria a música." Essas são palavras do
teórico suíço Adolphe Appia, registradas por Patrice Pavis, em seu Dicionário
de Teatro (Ed. Perspectiva, 99). Continuando, ele também indica que "a luz
intervém decisivamente no espetáculo. Ela não é simplesmente decorativa,
mas participa da produção de sentido do espetáculo. Suas funções
dramatúrgicas são infinitas..." Claro que tudo isso é teoria e sabemos que a luz
não se reflete muito no campo das palavras. E também não é esse o caso da
nossa função de iluminador no Brasil, uma profissão órfã de escolas, que
sempre é aprendida a duras penas, hoje representada por alguns profissionais
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ILUMINAÇÃO TEATRAL 15
bastante criativos que podemos contar nos dedos. Para entender um pouco
mais sobre esse fenômeno, montamos um pequeno fórum de discussões,
depois de entrevistarmos Hamilton Saraiva, Wagner Freire, Guilherme Bonfanti,
Iacov Hillel, Nezito Reis, Cibele Forjaz e Marisa
Bentivegna.

Observações da Luz

Antes desse pequeno debate, algumas


observações gerais de nossos iluminadores: a
primeira é sobre tecnologia nacional e
precariedade de equipamentos. Tudo seria
possível com maiores investimentos, mas no
Brasil... Vamos às outras:

- Todos citam Hamilton Saraiva como um dos


pioneiros no registro de pesquisas e de uma nomenclatura sobre a luz. E como
o próprio Hamilton diz, isso aconteceu por pura necessidade, já que o seu
Grupo de Teatro Amador, lá atrás, não tinha acesso a nenhum tipo de registro.
Assim, Saraiva elaborou o seu próprio material de pesquisa.

- Quanto à escola de luz no Brasil, há consenso de que é precária, pois não


existe cadeira de formação para iluminadores profissionais. A saída está nas
oficinas que esses mesmos iluminadores volta e meia ministram, formando
novos operadores e futuros parceiros de luz. Quanto à bibliografia nacional,
também é um desastre, contando com raríssimos títulos, alguns já fora de
catálogo ou esgotados.

- Contra a limitação de equipamentos, a resposta é conjunta: somente a


criatividade, coisa nativa de brasileiros, pode resolver essa questão.

- Sobre o olhar feminino da luz, nossas entrevistadas não estão preocupadas


com um suposto machismo na área. No entanto, Marisa Bentivegna lembra um
exemplo internacional, no Japão, onde ela e equipe foram discriminadas até
provarem na prática que a brasileira pode ser até chefe de equipe técnica. As
operadoras de luz parece mesmo que já são preferência nacional, pois tendem
a apresentar mais concentração e envolvimento.

- Nossos iluminadores pontuam que as novas tecnologias são bem-vindas.


Pena que em muitos teatros isso ainda é uma possibilidade remota. Mas todos
trabalham para melhorar esse quadro e procuram manter-se bem informados
diante das novidades. E sobre a prata da casa, ressaltam a boa qualidade das
mesas de luz nacionais. Já os nossos refletores ainda têm um longo caminho a
percorrer.

- Em luz, a experiência adquirida em de cada trabalho sempre fala mais alto. A


respeito de filosofias (como luz clonada, luz com cheiro, luz yin/yang e outros
sonhos), a maioria dos nossos iluminadores afirma que o fundamental é
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ILUMINAÇÃO TEATRAL 16
traduzir e adequar o que pretendem os grupos ou os diretores. E concluíram
que qualquer idéia, por mais insólita que pareça, sempre pode significar um
ótimo desafio para criar novos caminhos.

Luz e História

Wagner - É sempre bom conhecer a história, principalmente do Teatro Grego.


Luz é sol, e no anoitecer se trabalhava com tocheiros e espelhos refletores. O
princípio de determinar e direcionar a luz vêm do teatro grego.

Bonfanti - Num trabalho artístico toda referência é sempre bem-vinda. Como


gosto do trabalho artesanal de luz, construir objetos, misturar linguagens, essas
referências são maravilhosas. Já imaginou, construir uma resistência a sal e
colocar o ator para manipulá-la?

Saraiva - Essa luz de fogo pode criar situações muito interessantes. A


dificuldade é que perdemos conhecimento dessas técnicas rudimentares. Com
a luz elétrica, conseguimos simular, mas é como se simulássemos
instrumentos musicais. A realidade do fogo é muito interessante e próxima ao
ser humano e sempre leva para o lado da ancestralidade.

Marisa - Assim como as tragédias gregas ainda são freqüentemente


revisitadas, os elementos técnicos desse e de outros períodos servem como
referência até hoje. A utilização do fogo em cena também serve também de
contraponto a tanta sofisticação tecnológica que detemos agora.

Nezito - Com essa história do apagão, dei uma entrevista dizendo sobre voltar
ao teatro grego, que trabalhava com o sol. Se a coisa ficar preta mesmo, por
que não voltar às tochas? Eu acho fantástico poder fazer um evento desses.
Algum empresário deveria construir um espaço para esse tipo de experimento.

Cibele - É fundamental para um iluminador o conhecimento da história da


iluminação teatral e da história do teatro como um todo...Não por acaso
Ziembinski foi um dos grandes pais da encenação moderna no Brasil e grande
iluminador. Foi através de suas luzes fantásticas que ele fez de Vestido de
Noiva o marco do nascimento da era da encenação moderna no Brasil.

Luz para enxergar versus Luz climática

Iacov - Para mim, a iluminação dá a leitura do espetáculo. Ela clareia ou


escurece pontos de vista. É um ponto de vista. Tudo depende de como se
coloca os refletores perante o ponto de vista do público. Cores projetadas
servem basicamente para climatizar, para mudar os climas. Como a iluminação
revela a interpretação, a cor ajuda a compreensão do que se quer ressaltar.

Bonfanti - Dizem que não gosto de iluminar ator, que não posso ver um vitral,
uma janela, ou um cenário. Eu não diria criar atmosfera, diria que existe um
espaço determinado pela cenografia, um conceito do diretor sobre aquele
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ILUMINAÇÃO TEATRAL 17
espaço e o que vai acontecer ali. Pronto, a luz deve compor com tudo isso.
Quanto às comédias mais tradicionais, o trabalho é mais o de "clarear" a cena.

Saraiva - Entendo que a luz deve servir o espetáculo e não só o espaço, senão
seria apenas pictórica. Há uma concepção pictórica, fazer o rosto do ator
aparecer. Com isso, vamos ver que o ator não precisa de tanta luz. Quanto à
luz chapada, vai sempre contra a dimensionalidade do palco. Encosta tudo ao
fundo, mas também pode ser usada para peças realistas e sem necessidade
de colocação simbolista. Por outro lado, criou-se a contra-lua, lateralidade, para
dar mais dimensão. Uma luz a pino pode significar uma figura, aura de
divindade. Luz é um signo bastante móvel e tem valores primordiais.

Nezito - A função fundamental da luz é iluminar. E a luz de atmosfera pode


surgir de qualquer ângulo, do chão, onde se cria uma figura fantasmagórica,
etc. Eu acho que se deve iluminar primeiro, depois criar o clima. Não adianta
ter uma bela luz, se o ator ou o texto estão mal resolvidos. Não adianta ter uma
boa luz para escamotear outras deficiências. Isso é coisa que a gente vê no
dia-a-dia. Com um bom texto e boa interpretação, o espetáculo poderá ser
apresentado até com uma luz de serviço, que vai levar a emoção para o
espectador. A boa luz é aquela que fica harmoniosa com o espetáculo, quando
o espectador nem a percebe.

Wagner - Quanto ao uso das cores, acho que é uma característica de cada
iluminador. São tecnicamente pertinentes, mas podem ser abstraídas. Você
pode buscar ângulos para ter mais opções. Depois, você borda, para não
deixar a luz quadrada. O Guilherme e a Marisa, por exemplo, usam muito a luz
de arquitetura, luz fria, dicróica, e conseguem ótimos resultados.

Cibele - Eu diria que a mesma luz que serve para enxergar pode criar um
universo além do visível, aquele que excita a nossa imaginação e não somente
clareia, mas inventa realidades. A luz transforma o espaço no tempo. A luz
edita a história. A luz envia a nossa imaginação da realidade para a fantasia
em segundos. A luz nos transporta no tempo sem sairmos do lugar.

Métodos de trabalhos de Luz

Wagner - Minha forma de trabalhar começa com a direção. Assim, já fiz até
comédia com luz climática. Normalmente, vou para o ensaio e querem me dar
texto, mas vejo somente ensaios e depois de duas, três vezes, começo a
pensar na luz. Vejo se vou trabalhar com planos abertos, gerais. Penso que a
luz sempre tem que determinar ambiência. A luz pode deixar o ambiente
pesado ou arejado. Outra coisa é decupar cenas e determinar focos de
atenção, até se chegar na concepção. Tive privilégio de fazer luz que
contracena com ator e costumo ouvir elogios, quando o ator está se
movimentando ou virando e a luz está entrando, junto com ele.

Marisa - É nos ensaios, com o diretor, que começo a antever o que será o
desenho final, é quando me concentro unicamente naquilo. A partir desse
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ILUMINAÇÃO TEATRAL 18
contato próximo, tenho a sensação de que tudo à minha volta pode ser
associado ao projeto, tudo é possível e aí começo a filtrar, a pensar no
desenho, no equipamento, no roteiro. Gosto das referências dos diretores, um
artista plástico e seu universo cromático, uma imagem, um texto, um filme.Vou
atrás de tudo, para me sentir livre para o intuitivo. Conhecer tecnicamente um
trabalho me dá segurança para criar.

Nezito - Só aceito trabalhar quando tenho tempo hábil. Primeiro, é uma falta de
respeito chamar o iluminador na última hora, se todos os outros componentes
são chamados com antecedência. Gosto de estudar o texto, antes de assistir
aos ensaios. Ali mesmo já começo a vislumbrar o que seria interessante.
Depois que estudei e analisei, encontro-me com o diretor que geralmente já
tem uma concepção de luz. Depois, a gente acaba propondo, elaborando plano
de luz, para que tudo se monte da melhor forma. Quanto mais informação,
melhor.

Iacov - Como eu dirijo espetáculos, a iluminação vem junto. Depende de cada


projeto, acompanhar ensaios, saber e entender o que os diretores querem. A
iluminação é um processo muito simples de se fazer. O que interessa é usar o
palco e a luz para dizer o que você quer.

Bonfanti - Olha, se eu disser que em mais de 10 anos de trabalho, a cor ainda


é intuição pra mim, vai parecer esquisito? Pois é. Eu penso branco, depois que
venço a barreira, começo a colorir. Creio que devemos sempre pensar, achar
um porquê, encontrar um sentido. Mesmo que o conceito venha depois. Eu
jogo uma púrpura ali sem mais nem menos, olho e entendo porque fiz aquilo,
mas o impulso vem do inconsciente. Existe a pintura como fonte de pesquisa,
livros, cada um vai chegando às suas cores. Eu tenho cores que me
acompanham... Quais? Me digam... Agora, eu não agüento mais ver noite azul
e dia âmbar... Me digam em que lugar do mundo a noite é azul e o dia, âmbar.
Vamos ser mais criativos.

Cibele - As sensações e a "viagem" são fundamentais para um iluminador.


Quanto ao meu método de trabalho, está profundamente ligado à direção. Para
iluminar, eu gosto de acompanhar todo o processo de criação do espetáculo.
Desde a análise do texto até os ensaios técnicos, tudo é inspiração necessária
ao meu entendimento do espetáculo e à conseqüente criação de um conceito
de luz.

Saraiva - Como iluminadores, precisamos entender a linguagem e os anseios


do diretor e saber traduzir sonhos como, por exemplo, uma luz que pare a 10
cm do chão, ou uma luz que faça uma curva no palco, e outras idéias
estranhas. Mas a gente acaba interpretando esses sonhos. Mas diante disso
tudo, uma das coisas que mais me assusta é quando uma dramaturga diz que
tem uma peça que é só luz... Fico orgulhoso pelo fato de muitos dos meus
discípulos, hoje, estarem criando e crescendo cada vez mais. No final das
contas, o que salva tudo é o profissional de luz enfrentar seus desafios com

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 19
muita dignidade, ética e humildade, um caminho que sempre leva a pessoa à
sabedoria e à iluminação.

por Dario Uzam

MISTURA DE CORES
Quero mostrar para vocês a importância dos efeitos cromáticos da iluminação
sobre os objetos pigmentados.

No teatro, o estudo das cores-pigmentos e cores-luz é extremamente


importante na composição plástica dos espetáculos. A luz influencia
sobremaneira o restante dos elementos cênicos, alterando inevitavelmente sua
composição final. Vou mostrar abaixo e nas páginas subsequentes alguns
resultados obtidos na mistura de algumas cores-luz sobre cores-pigmento.

As esferas pigmentadas abaixo estão iluminadas sob uma luz branca, então
temos as cores pigmento sem mistura.

Escolhi algumas cores que acredito serem as mais utilizadas nos teatros
brasileiros e levei em consideração uma gama entre quentes e frias para
melhor aproveitar o estudo. Algumas vezes o objeto poderá parecer não estar
devidamente iluminado isso acontece porque as cores luz não são refletidas
pelas cores pigmento e sim totalmente absorvidas.

Escolhi alguns filtros da marca Rosco, que são mais utilizados nos teatros.

Veja o resultado na esfera branca.

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 20

Pale Yellow 07 Medium Amber 20 Fire 19

Light Pink 35 Tropical magenta 346 Medium Prple 49

Special Lavander 54 Lavender 57 Congo Blue 382

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 21

Gas Light Green 388 Pea Green 86 Primary Green 91

Neutral Grey 398 Chocolate 156 Rose Gold 305

Veja o resultado na esfera amarela.

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 22

Pale Yellow 07 Medium Amber 20 Fire 19

Light Pink 35 Tropical magenta 346 Medium Prple 49

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 23

Special Lavander 54 Lavender 57 Congo Blue 382

Gas Light Green 388 Pea Green 86 Primary Green 91

Neutral Grey 398 Chocolate 156 Rose Gold 305

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 24

Veja o resultado na esfera laranja.

Pale Yellow 07 Medium Amber 20 Fire 19

Light Pink 35 Tropical magenta 346 Medium Purple 49

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 25

Special Lavander 54 Lavender 57 Congo Blue 382

Gas Light Green 388 Pea Green 86 Primary Green 91

Neutral Grey 398 Chocolate 156 Rose Gold 305

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 26

Veja o resultado na esfera vermelho.

Pale Yellow 07 Medium Amber 20 Fire 19

Light Pink 35 Tropical magenta 346 Medium Purple 49

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 27

Special Lavander 54 Lavender 57 Congo Blue 382

Gas Light Green 388 Pea Green 86 Primary Green 91

Neutral Grey 398 Chocolate 156 Rose Gold 305

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 28

Veja o resultado na esfera verde.


.

Pale Yellow 07 Medium Amber 20 Fire 19

Light Pink 35 Tropical magenta 346 Medium Purple 49

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 29

Special Lavander 54 Lavender 57 Congo Blue 382

Gas Light Green 388 Pea Green 86 Primary Green 91

Neutral Grey 398 Chocolate 156 Rose Gold 305

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 30

Veja o resultado na esfera ciano.

Pale Yellow 07 Medium Amber 20 Fire 19

Light Pink 35 Tropical magenta 346 Medium Purple 49

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 31

Special Lavander 54 Lavender 57 Congo Blue 382

Gas Light Green 388 Pea Green 86 Primary Green 91

Neutral Grey 398 Chocolate 156 Rose Gold 305

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 32

Veja o resultado na esfera azul

Pale Yellow 07 Medium Amber 20 Fire 19

Light Pink 35 Tropical magenta 346 Medium Purple 49

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 33

Special Lavander 54 Lavender 57 Congo Blue 382

Gas Light Green 388 Pea Green 86 Primary Green 91

Neutral Grey 398 Chocolate 156 Rose Gold 305

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 34

Veja o resultado na esfera magenta.

Pale Yellow 07 Medium Amber 20 Fire 19

Light Pink 35 Tropical magenta 346 Medium Purple 49

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 35

Special Lavander 54 Lavender 57 Congo Blue 382

Gas Light Green 388 Pea Green 86 Primary Green 91

Neutral Grey 398 Chocolate 156 Rose Gold 305

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 36

Veja o resultado na esfera violeta.

Pale Yellow 07 Medium Amber 20 Fire 19

Light Pink 35 Tropical magenta 346 Medium Purple 49

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 37

Special Lavander 54 Lavender 57 Congo Blue 382

Gas Light Green 388 Pea Green 86 Primary Green 91

Neutral Grey 398 Chocolate 156 Rose Gold 305

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 38

Veja o resultado na esfera ouro

Pale Yellow 07 Medium Amber 20 Fire 19

Light Pink 35 Tropical magenta 346 Medium Purple 49

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 39

Special Lavander 54 Lavender 57 Congo Blue 382

Gas Light Green 388 Pea Green 86 Primary Green 91

Neutral Grey 398 Chocolate 156 Rose Gold 305


.

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 40

Veja o resultado na esfera prata.

Pale Yellow 07 Medium Amber 20 Fire 19

Light Pink 35 Tropical magenta 346 Medium Purple 49

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 41

Special Lavander 54 Lavender 57 Congo Blue 382

Gas Light Green 388 Pea Green 86 Primary Green 91

Neutral Grey 398 Chocolate 156 Rose Gold 305

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 42

Veja o resultado na esfera cobre.

Pale Yellow 07 Medium Amber 20 Fire 19

Light Pink 35 Tropical magenta 346 Medium Purple 49

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 43

Special Lavander 54 Lavender 57 Congo Blue 382

Gas Light Green 388 Pea Green 86 Primary Green 91

Neutral Grey 398 Chocolate 156 Rose Gold 305

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 44
Dicas de iluminação

A iluminação é um aspecto fundamental em qualquer composição. Vamos


abordar primeiramente alguns aspectos técnicos sobre iluminação natural.

Ao nosso redor existe uma série de formas de energia perfeitamente


individualizadas pela física, conhecidas, em seu conjunto como campo
eletromagnético. A especificidade e características dessas formas de energia
estão determinadas pelo comprimento da onda de cada faixa de energia que
determinam reações físico-químicas diferenciáveis.

Vamos analizar uma onda tomando o conceito simples e natural das ondas do
mar. Podemos então dizer que uma onda será completa quando estiver
determinada por uma crista positiva e uma crista negativa consecutiva. Se
considerarmos então como uma fonte pontual de energia luminosa, os raios
luminosos divergem à medida que se afastam da fonte.

Resumindo, a luz é uma forma de energia radial que se desloca em linha reta,
transportada por uma onda que determina sua qualidade. Considerando o fato
físico da distribuição da luz, podemos acrescentar: "a intensidade da luz
aumenta ou diminui em relação inversa ao quadrado da distância".

Em outras palavras, analisemos um ponto luminoso que banha a superfície A a


uma distância DX. A intensidade da luz que chega até A será Y, se afastarmos
a superfície A até uma distância que seja o dobro de DX, a intensidade
luminosa medida agora sobre a superfície A será de 1/4 de Y.

Este conceito é muito importante para focalizar os pontos onde devem ser
corretamente iluminados. Outro fato é o de que a energia não se perde, se
transforma. A luz, uma forma de energia, pode sofrer diferentes processos de
transformação. Por exemplo, uma luz branca, caindo sobre um tecido de

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 45
veludo negro, será quase totalmente absorvida e convertida em calor, que é
outra forma de energia com diferentes comprimentos de onda.

Iluminação Digital

Vamos agora abordar alguns aspectos da Iluminação Digital e considerações


gerais sobre como criar técnicas de iluminação real para as cenas em
Computação Gráfica.

Em primeiro lugar, devemos desvinculara algumas idéias sobre iluminação


natural de iluminação digital. Em geral, é preciso muita técnica para conseguir
o efeito desejado sobre uma cena. A Computação Gráfica oferece um leque de
opções para você iluminara a sua cena, não restringindo-se apenas as luzes
naturais. Porém, isto pode trabalhar contra você, se não souber ou usar de
maneira incorreta a composição de luzes em uma cena.

Tipos Básicos de Luz

•Luz Principal
•Luz de Preenchimento
•Luz de Recuo

LUZ PRINCIPAL

A primeira luz de uma cena é conhecida como Luz Principal, que é sempre a
fonte básica da iluminação podendo assim cobrir uma extensa área em uma
cena.

Geralmente esta luz é posicionada em 45 graus a partir da frente do objeto e


45 graus acima da linha central. Mas isso não quer necessariamente dizer que
sempre a luz principal deve estar nesta posição. Ela pode vir de trás, ou até
abaixo do objeto ou tema de sua cena.

Embora esta posição forneça um bom visual do objeto, o resultado é uma


imagem plana e sem vida com sombras marcadas e muito pronunciadas. Além
disso, a cena parecerá sempre escura demais, porque não há uma luz
ambiente natural para iluminar áreas sombreadas.

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 46

Esta aparência poderá


ser útil em algumas
ocasiões, como em
uma cena noturna, por
exemplo.

LUZ DE PREENCHIMENTO

As luzes de preenchimento fornecem a profundidade e a sensação de


realidade da cena.

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 47
LUZ DE RECUO

É também conhecida como luz de fundo ou luz de margem. O objetivo da luz


de recuo é separar os objetos alvos do fundo iluminando sua borda. Esta luz
proporciona uma intensificação na iluminação das bordas dos objetos,
causando pequenos destaques refletidos.

Obs.: Para a luz de preenchimento e a luz de recuo não precisa


necessariamente diminuir a sua intensidade. Para estes exemplos,
apenas atenuei sua luminosidade usando cores mais escuras do que o
branco puro, usada para a luz principal.

Luz de preenchimento Luz de recuo

Parte deste conteúdo foi baseado no Livro "Dominando o 3D Studio Max R2.5 de Jon A. Bell.

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 48
MAPA DE ILUMINAÇÂO

Vamos primeiramente entender como é que funciona um mapa de luz:

Mapas servem para que alguém encontre alguma coisa não é mesmo?

Um mapa de iluminação é isso aí. Uma maneira de você dizer para os técnicos
de teatro, diretores, atores e demais profissionais, o que você quer e como
você quer a sua luz.

Um mapa de iluminação é um veículo de comunicação entre o desenhista,


projetista, criador e os demais profissionais envolvidos num espetáculo.

Algumas coisas são básicas num mapa de iluminação e não podem faltar de
jeito nenhum. por exemplo:

* Tipos de equipamentos e potências.

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 49
* Posições no palco, platéia, etc.

* Direção focal.

* Ângulo de inclinação.

* Cor e intensidade.

 Altura das varas de suporte.

Veja no mapa abaixo o que você já tem para estar utilizando:

Você tem varas que podem ser excluídas, duplicadas e realocadas.

Você tem as pernas laterais da caixa italiana.

Você tem cilcorama ou cortina de fundo que também podem ser duplicadas,
excluídas ou realocadas.

Uma legenda com equipamentos mais comuns nos teatros. Você poderá
fabricar objetos e acrescentar na legenda.

Paremos por aí. Vamos entender agora como é que funciona a montagem do
seu mapa:

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 50

Vamos começar nosso mapa supondo que você precise informar o desenho de um foco
na lateral direita do palco, sobre uma mesa.

Desenhe primeiramente o elemento cênico, no caso a sua mesa.

Depois disso, desenhe um círculo demarcando a área a ser iluminada.

Selecione com a ferramenta seleção um refletor da legenda. No nosso caso clicamos um


fresnel.

Com o objeto selecionado, digite a tecla Ctrl + D, para duplicar o objeto.

Arraste seu fresnel duplicado sobre a vara de iluminação, na posição 1. Essa será sua
luz frontal.

Duplique novamente o fresnel e arraste para a posição 2. Essa será sua Back light.

Para facilitar sua programação na mesa e a construção da planilha de refletores e


roteiro, nomeie os efeitos, no nosso caso foco "A" e numere os refletores.

Pronto, você já tem o desenho do primeiro efeito.

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 51

Seguindo o mesmo processo anterior, desenvolveremos um detalhe de iluminação de


foco "B".

Desenhe o objeto cênico, no nosso caso uma cama, e posicione um recorte de elpsoidal
em torno do objeto.

É importante saber de antemão o posicionamento de refletores e de cenários na caixa


para se conseguir o efeito desejado. Para se obter um bom desenho é necessário o
conhecimento prévio no plano real, ou seja, não basta saber desenhar, é necessário
conhecer refletores e suas características.

Fazendo isso, nomeie o efeito e numere o refletor.

Vamos agora formatar uma geral.

Observe agora que o desenho de formatação da geral engloba totalmente o


espaço cênico da caixa italiana, no nosso caso a geral "C".

A formatação envolveu mais 22 refletores fresnel que foram devidamente


alocados em suas posições.

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 52
O que fica estabelecido no desenho é que para formatação da geral "C" são
necessários esses refletores para apenas uma cor de geral.

No caso de várias gerais, o desenho de formatação pode continuar o mesmo,


adicionamos apenas mais refletores e nomeamos com outras letras, por
exemplo: Uma geral Âmbar "E" com o mesmo desenho.

A nomeação é importante para podermos qualificá-la na planilha de refletores,


a qual vocês verão em seguida...

A planilha de refletores acompanha o mapa, ela fornece a configuração


específica de cada equipamento, sua cor, sua potência, seu ângulo de
inclinação e seu efeito no espetáculo.

Quando a montagem é realizada, os técnicos terão que programar os refletores


em canais na mesa e a planilha também facilitará esse trabalho.

Observe agora como a planilha é montada e sua relação com o mapa. Tenha
em mente que mapa e planilha não funcionam um sem o outro.

Os técnicos basearão a montagem da luz no desenho e a planilha lhes dará os


detalhes de correção da luz.

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 53
Veja o nosso mapa pronto e a planilha logo abaixo. Faça a comparação para
entender melhor esse sistema:

NÚMERO TIPO POTÊNCIA CÔR (ROSCO) ÂNGULO EFEITO


01 FRESNEL 1000 W BRANCA 00 45 GRAUS FOCO FRONTAL "A"
02 FRESNEL 1000 W BRANCA 00 45 GRAUS FOCO CONTRA "A"
LICO DAYLIGHT BLUE
03 1000 W 60 GRAUS FOCO FRENTE "B"
(ELIPSOIDAL) 45
DE 04 A MEDIUM STRAW
FRESNEL 1000 W 30 GRAUS GERAL FRENTE "C"
09 14
DE 10 A MEDIUM STRAW 45 GERAL FRENTE
FRESNEL 1000 W
13 14 FRESNEL PALCO "C"
DE 14 A MEDIUM STRAW
FRESNEL 1000 W 90 GRAUS GERAL PINO "C"
17 14
DE 18 A MEDIUM STRAW
FRESNEL 1000 W 90 GRAUS GERAL PINO "C"
21 14
DE 22 A MEDIUM STRAW
FRESNEL 1000 W 45 GRAUS GERAL CONTRA "C"
25 14

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 54
ROTEIRO DE ILUMINAÇÂO
Vamos entender o que é um roteiro de iluminação.

Todos ou a maioria das pessoas já ouviram falar em roteiros turísticos não é


mesmo?

Pois bem, quando você vai a uma agência de viagens e quer programar suas
férias, geralmente aquela mocinha bonitinha te mostra algumas opções.

Países, estados, cidades, etc. Dentro das cidades, opções de hotéis, pousadas
e por aí vai.

Depois você pode escolher também, quando é possível é claro, o meio de


transporte. Geralmente a gente escolhe aquele da nossa preferência, mas há
casos em que só existe mesmo um tipo de meio transporte para chegarmos até
o local desejado.

Marcamos também datas e horários de visitas a locais históricos, eventos,


festas da região, entradas e saídas nos respectivos hotéis, etc. Enfim,
pensamos nosso roteiro de acordo com as nossas possibilidades e as
possibilidades da região.

Roteiros existem para que as pessoas possam programar suas atividades.


Para que tudo já fique previamente facilitado.

Continuemos então para entendermos o que é um roteiro de iluminação.

Vamos entender porque um roteiro de iluminação é tão importante:

Você já pensou em ir ao teatro e assistir um espetáculo onde, luz, som e atores


não se entendessem?

O ator falaria seu texto no escuro com a música alta e quando saísse, você
veria um palco vazio com gente trocando cenários e limpando o chão. legal não
é mesmo? Qualquer dia desses alguém ainda inventa o teatro da "Casa dos
Maquinistas", ou o teatro dos "Autistas" se você preferir. Sinceramente, prefiro
ainda um Hamlet.

Pois é, mas se técnicos , atores, diretores, e demais profissionais de teatro não


seguissem roteiros isso seria provavelmente muito comum.

No nosso caso, estudaremos apenas um roteiro de iluminação. Você verá em


seguida como pensamos esse roteiro e para quem pensamos.

Bons roteiros são aqueles que contêm informações precisas nas suas
determinadas áreas.

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 55
Um bom roteiro de iluminação é aquele que possui informações completas do
comportamento das luzes durante o espetáculo.

Vamos ver então que tipos de comportamentos as luzes podem ter num
espetáculo:

* Intensidade

* Cor

* Velocidade de entrada e de saída

* Efeitos diversos de movimentação temporal como por exemplo: Relâmpagos,


discotecas, efeitos de flash de máquinas fotográficas, etc.

* Acompanhamento de atores, atrizes, cenários, no caso de utilização de


canhões seguidores ou moving lights.

Com essas informações em mãos, operadores de mesas de iluminação podem


executar ou programar roteiros de espetáculos inteiros.

Se você ainda não leu a dica de mapa de iluminação, veja agora, pois você
precisa entender o mapa e a planilha de refletores que vamos te mostrar agora,
para entender também o roteiro.

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 56

NÚMERO TIPO POTÊNCIA CÔR (ROSCO) ÂNGULO EFEITO


01 FRESNEL 1000 W BRANCA 00 45 GRAUS FOCO FRONTAL "A"
02 FRESNEL 1000 W BRANCA 00 45 GRAUS FOCO CONTRA "A"
LICO
03 1000 W DAYLIGHT BLUE 45 60 GRAUS FOCO FRENTE "B"
(ELIPSOIDAL)
DE 04 A 09 FRESNEL 1000 W MEDIUM STRAW 14 30 GRAUS GERAL FRENTE "C"
GERAL FRENTE PALCO
DE 10 A 13 FRESNEL 1000 W MEDIUM STRAW 14 45 FRESNEL
"C"
DE 14 A 17 FRESNEL 1000 W MEDIUM STRAW 14 90 GRAUS GERAL PINO "C"
DE 18 A 21 FRESNEL 1000 W MEDIUM STRAW 14 90 GRAUS GERAL PINO "C"
DE 22 A 25 FRESNEL 1000 W MEDIUM STRAW 14 45 GRAUS GERAL CONTRA "C"

Se você entendeu direitinho a planilha e o mapa acima, você deve ter


percebido que para cada efeito foi dado um "nome", no nosso caso "A" "B" e
"C".

O efeito "A" é um foco na mesa

O efeito "B" é um foco na cama

O efeito "C" uma geral

Vamos agora imaginar um roteiro simples com apenas uma variável naquele
mapa do exemplo:

Para que o público já entre no clima do espetáculo logo na entrada da sala,


você pensou o seguinte:

Quando o público entrar, a platéia estará à meia-luz.

O foco da cama (B) estará a uns 80% da capacidade total.

E a geral (C) a uns 30%.

Vamos passar isso para uma linguagem mais prática, para que o operador de
luz não tenha que ler uma bíblia toda vez que tiver que fazer uma mudança:

Primeiro informamos para o operador que as luzes já devem estar acesas


quando o público entrar. Tanto as luzes de platéia quanto a iluminação da
cena. Então a coisa fica assim:

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 57
QUANDO O PÚBLICO ENTRA...

E>

( LP ) 50 %

( B ) 80 %

( C ) 30 %

Toda vez que o sinal E> aparecer você convenciona que ele significa "Luz Que
Entra" e o sinal

S< significa "Luz Que Sai"

Pronto, você já tem a informação da entrada do público.

O operador tem as letras (nomes) dos efeitos marcadas na mesa de luz. Para
cada canal ou grupo de canais de um efeito pré-determinado.

Vamos supor agora que depois que o público colocou-se em seus lugares, os
atores iniciam o espetáculo.

Você sabe exatamente a luz que está acesa. É aquela da entrada, não é
mesmo?

Vamos visualizar o roteiro novamente:

QUANDO O PÚBLICO ENTRA...

E>

( LP ) 50 %

( B ) 80 %

( C ) 30 %

Suponha agora que em determinado momento a atriz grita "Eureca" e, que


nesse momento, todas as luzes tenham que ir a 100%.

Veremos como fica o próximo movimento então:


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ILUMINAÇÃO TEATRAL 58

QUANDO A ATRIZ GRITA "EURECA"...

E>

(LP) 100 % RR (2s)

( B ) 100 % RR (2s)

( C ) 100 % RR (2s)

Perceba que colocamos agora mais uma informação, no caso o símbolo

" RR ".

Esse símbolo significa que as luzes irão a 100 % em velocidade de resistência


rápida em 2 segundos.

Temos então até agora dois movimentos de iluminação:

QUANDO O PÚBLICO ENTRA...

E>

( LP ) 50 %

( B ) 80 %

( C ) 30 %

QUANDO A ATRIZ GRITA "EURECA"...

E>

(LP) 100 % RR (2s)

( B ) 100 % RR (2s)

( C ) 100 % RR (2s)

GRUPO DE TEATRO JOÃO TEIMOSO


ILUMINAÇÃO TEATRAL 59
Vamos agora supor que em determinado momento o ator joga-se ao chão e as
luzes precisariam voltar às suas características anteriores. Veremos como
ficaria nosso roteiro:

QUANDO O ATOR JOGA-SE AO CHÃO...

S<

( LP ) 50 % RL ( 6s )

( B ) 20 % RL ( 8s )

( c ) 70 % RR ( 2s )

Notou agora que as luzes voltam às suas posições anteriores, porém, com
diferentes velocidades?

Você percebeu como fica mais fácil para o operador entender as mudanças na
luz?

Passe agora para a próxima etapa que vamos te dar uma lista de símbolos
para você

No Laboratório de Iluminação da Unicamp, foi criado uma legenda para roteiro


de iluminação que utilizamos constantemente.

Você também pode criar sua própria legenda, com tanto que ela acompanhe
seu roteiro. Os iluminadores têm que conhecer o seu código para operarem a
luz com perfeição.

Veja agora nossa legenda:

E> Luzes que entram

S< Luzes que saem

RR Resistência rápida

RL Resistência lenta

W Black Out

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 60
FL Efeitos de flash ( máquina fotográfica )

FLX Efeitos de flash contínuos

CA Cortinas que abrem

CF Cortinas que fecham

LP Luzes de platéia

LS Luzes de serviço

DS Efeitos de discotecas ou danceterias

Viu como é simples!

Você pode utilizar essa legenda e acrescentar quantas informações você


quiser.

O mais importante é o entendimento do processo do roteiro.

DEFINIÇÃO ANGULAR

Um bom projeto de iluminação deve conter todas as informações relevantes


possíveis.

Quando você informa na Planilha de Refletores o ângulo de inclinação dos


equipamentos, você deve sempre se basear na incidência dos efeitos no solo.

Veja a seguir como o Laboratório de Iluminação da Unicamp informa suas


definições angulares num projeto de iluminação:

GRUPO DE TEATRO JOÃO TEIMOSO


ILUMINAÇÃO TEATRAL 61

Veja como fica a iluminação na prática:

Esse a seguir, é o efeito provocado por um refletor elipsoidal a 0 graus de


incidência.

É como se um farol de automóvel incidisse sobre a atriz. (Ver Ilustração)

GRUPO DE TEATRO JOÃO TEIMOSO


ILUMINAÇÃO TEATRAL 62

Agora observe a sombra numa incidência de 30 graus.

Parece que a figura está sendo iluminada por um sol de final de tarde.

Num ângulo de 45 graus, a iluminação apresenta características do sol às 3


horas da tarde.

Repare que a sombra tem um deslocamento atrás da figura.

GRUPO DE TEATRO JOÃO TEIMOSO


ILUMINAÇÃO TEATRAL 63

Quando posicionamos o equipamento incidindo a 60 graus temos o seguinte


resultado:

Quando posicionamos o equipamento incidindo a 70 graus chegamos quase ao


sol de meio-dia, porém, com um pouco mais de luminosidade na face da atriz.

GRUPO DE TEATRO JOÃO TEIMOSO


ILUMINAÇÃO TEATRAL 64

Com um refletor elipsoidal, desenhamos um foco com incidência de 90 graus


sobre a atriz.

Repare que o desenho mostra bem uma iluminação de sol ao meio-dia.

ILUMINAÇÃO TEATRAL
A Composição da luz deve ser pensada para cada proposta de trabalho. O que
registramos aqui, são os desenhos de luz mais comuns, adequados para a
maioria das cenas em palco italiano. Dividimos os desenhos de luz em duas
categorias, para melhor estudá-las: 1. Bases de Iluminação; 2. Planos e
Ambientação.As ilustrações estão postas sobre a planta baixa do palco, isto é,
vemos o palco de cima para baixo. Combinações das luzes vistas a seguir
GRUPO DE TEATRO JOÃO TEIMOSO
ILUMINAÇÃO TEATRAL 65
podem ocorrer, levando-se em consideração os planos cênicos de cada
montagem. No mais, é só imaginar qual o clima que gostaria de dar a cada
cena e desenhar a sua própria luz. Bom trabalho.

BASES DE ILUMINAÇÃO

Geral Frontal Geral Frontal Geral Frontal Geral de Contra Geral Composta
Batida Cruzada Mista Batida Colorida Batida
As bases de luz em contra são
Produz linhas de
Dá volume a indicadas para dar mais brilho as
expressão
Aumenta a cenografia sem cenas, enchendo o palco de luz e
uniformes e
profundidade do grande perda das atenuando as sombras duras das
aproxima os
palco e evidencia linhas de luzes frontais. Podem ser coloridas,
atores e
as linhas de expressão do ator. dando atmosfera de noite, entardecer,
elementos de
expressão. Para Mais indicada para ou sensações emocionais até. Podem
cena do público,
que o ator pareça espetáculos sem ser brancas, emprestando uma linha
porém tira um
mais próximo do mudança de brilhante em recorte em volta dos
pouco da
público, porém, planos atores, eliminando as sombras
profundidade de
ele precisa estar cenográficos, pois projetadas dos spots frontais. Precisa-
palco e algumas
na boca de cena as luzes que se tomar cuidado para não "vazar" luz
nuances das
(procênio). compõem a geral para a platéia, ferindo os olhos
expressões
trabalham juntas. principalmente de quem está nas
faciais.
primeiras fileiras
Caso seja
necessária Quando se trabalha com mais de uma
As luzes frontais na direita e
mudanças de geral, é recomendável que sejam
esquerda, podem ser usadas
planos
separadamente, iluminando "meio previamente programadas no máster ,
cenográficos (lado
palco", ou parte dele, possibilitando afim de poder acendê-las em um
direito, esquerdo),
recortes de planos cênicos. único botão, se possível, inclusive,
em alguns casos,
Também podem ser usadas em programando bases com focos e
será necessária
resistência para evidenciar uma composições mais complexas,
uma segunda
cena, enquanto outra aguarda evitando "riscar" a luz durante a
base de luz geral,
progressão dramática. apresentação.
nem sempre
disponível.
O ângulo dos spots ligth acima, em relação ao palco, geralmente é de 45°.
Porém, isto vai depender do pé diretor do teatro, da distância entre o procênio
e a barra de iluminação, e dos ajustes para cada situação, a fim de iluminar as
cenas de um determinado espetáculo.

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 66
PLANOS E AMBIENTAÇÃO

Geral Colorido Geral Foco de


Foco Frontal Foco Frontal Foco
Frontal C/ Colorido12h C/ Pino
Batido Cruzado Composto
Colotran Colotran Colorido
Pino+Frontal
45° - 40° -
45° 90° 45° Batido+Contra 90°
35° Batido
Quando mais
perto da boca
Cria uma
de cena, menos
Este foco, áurea de luz
espaço o ator Foco usado
projeta uma em torno do
terá para de cima para
sombra no ator. As luzes
Preenche todo o trabalhar, baixo, dando
rosto do ator, podem ser
espaço cênico Preenche todo o gerando cenas peso a
dando todas
em dégradé (do espaço cênico mais densas e, expressão
contraste as brancas, ou
procênio para o homogeneamente, ao mesmo facial. Pode
linhas de em
fundo do palco). acentuando tempo, criando ser colorido,
expressão, combinações.
Usado muito em escurecendo as cumplicidade ou branco.
além de criar A cena fica
espetáculos de linhas de com a platéia. Endurece o
um movimento muito
dança e de expressão. Se mais longe, personagem,
de luz na brilhante. Se
música. parte do corpo diminui A
cena, por o figurino for
pode ser estatura do
causa da colorido, a
cortada, mas o personagem
diagonal. imagem salta
rosto
aos olhos
permanece em
evidência.
Pode-se, também, trabalhar com a
Geral Colorida de Contra C/
Colotran. O efeito é uma silhueta e Luzes usadas para destacar uma cena em primeiro,
o achatamento da profundidade segundo, ou terceiro plano (frente, meio, ou fundo do palco),
cênica criando lembranças, apartes, monólogos emotivos e
psicológicos, etc. Um cuidado que devemos ter é a distância
Geralmente usa-se esta geral da linha da luz com o procênio, sua abertura (aqui 50%) e
colorida combinada com focos, angulação com o palco. .
destacando elementos cênicos, ou
atores de uma cena complexa.

DICAS GERAIS
FILAMENTOS

Não se esqueça de aquecer os filamentos das lâmpadas todo dia, antes do


espetáculo. Grave uma cena com todos os canais a 10% e com tempo de 05

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ILUMINAÇÃO TEATRAL 67
minutos. Dispare imediatamente antes da entrada do público!

TEMPERATURA DE COR

Quanto mais baixa for a temperatura de cor, mais avermelhada será a luz, e
quanto mais alta for a temperatura de cor, mais azulada será a luz. Atenção: É
importante não confundir temperatura de cor da luz, com temperatura de
trabalho da lâmpada.

SINAL PARA MOVING'S

Se você for usar vários Moving Lights, numa grande distância, saiba que pode
haver perda de sinal ocasionando inúmeros problemas. Como solução, use um
spliter. Que nada mais é que um amplificador de sinal. Isto equilibrará teu
sistema e evitará dores de cabeça.

GELATINAS

Ao usar gelatinas de cores escuras, deve-se fazer pequenos furos com uma
agulha ou alfinete.Dessa forma você permite a passagem do calor, sem
interferir no efeito; e ainda prolonga a vida da gelatina.

ENDEREÇOS UTEIS:
LABORATÓRIO VIRTUAL

Ainda bem que não é você que sobe na escada cada vez que o iluminador
muda de idéia e testa um novo efeito.Mas se fosse, você com certeza iria antes
testá-los! http://dolphin.upenn.edu/~pacshop/lab/lab.html

FONTES DOS TEXTOS:


www.selco.com.br/ciencia/metodos_iluminacao.htm
www.dionisius.hpg.ig.com.br/tecnica/luz.htm
www.iar.unicamp.br/lab/luz/textos2.htm
www.iar.unicamp.br/lab/luz/textos1.htm
www.3dzone.com.br/tecnicas_iluminacao.html
www.guiadeatores.com.br/colunistas/teatro/colunas_taeatro_mitos00.htm
www.iar.unicamp.br/lab/luz/textos4.htm
www.cooperativadeteatro.com.br/camarim/camarim24/capa.htm
www.iar.unicamp.br/lab/luz.htm
www.3dzone.com.br/dicas_iluminacao.html
www.iar.unicamp.br/lab/luz/mapalux.htm
www.iar.unicamp.br/lab/luz/roteiro.htm
www.iar.unicamp.br/lab/luz/dangular.htm
www.bonfante.com.br/brasil/f_04.htm
www.temnac.hpg.ig.com.br/apoio/iluminacao.htm#BASES DE ILUMINAÇÃO

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