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Assembleia de Westminster

A Assembleia de Westminster (ou, Calvinismo


tradicionalmente, Assembleia dos Divinos de
Westminster) foi o concílio convocado, entre
1643 e 1649, para reestruturar a Igreja da
Inglaterra. Produziu, entre outros documentos, a
Confissão de Fé de Westminster e dois
catecismos: o Catecismo Maior e o Breve João Calvino
Catecismo. Bases históricas:

A Assembleia de Westminster caracterizou-se não Cristianismo


somente pela erudição teológica, mas por uma Agostinho de Hipona
profunda espiritualidade, foi constituída de 121 Reforma

dos mais capazes pastores da Inglaterra, 20 Marcos:


membros da Casa dos Comuns e 10 membros da
Casa dos Lordes, todos os 121 teólogos eram A Institutio
Christianæ Religionis
ministros da Igreja da Inglaterra e quase todos
de Calvino
eram calvinistas. Os Cinco Solas
Cinco Pontos (TULIP)
Antecedentes Princípio regulador
Confissões de fé
O Rei Carlos I (1625-1649) procurou impor o Bíblia de Genebra
anglicanismo aos puritanos ingleses e aos
Influências:
presbiterianos escoceses. Porém, estes últimos se
rebelaram e enfrentaram com êxito os exércitos Teodoro de Beza
reais. Precisando de mais tropas e dinheiro, John Knox
Carlos viu-se forçado a promover a eleição de um Ulrico Zuínglio
parlamento. Jonathan Edwards
Teologia puritana
Para frustração do rei, os ingleses elegeram um
Igrejas:
parlamento puritano, que foi prontamente
dissolvido. Feita nova eleição, a maioria puritana Reformadas
tornou-se ainda mais expressiva. Diante da recusa Presbiterianas
Congregacionais
do parlamento em ser novamente dissolvido,
resultou uma guerra civil. Batistas Reformadas

A Assembleia
Por setenta e cinco anos os puritanos
vinham insistindo para que a Igreja da
Inglaterra tivesse uma forma de governo,
doutrinas e culto mais puros. Assim, o
parlamento convocou a Assembleia de
Westminster, composta de 121 dos mais
Assembleia de Westminster capazes pastores da Inglaterra, 20
membros da Casa dos Comuns e 10
membros da Casa dos Lordes. Todos os 121 teólogos eram ministros da
Igreja da Inglaterra e quase todos eram calvinistas.

Quanto ao governo da Igreja, a maioria era a favor da forma presbiteriana,


muitos desejavam a forma congregacional e uns poucos defendiam a forma
Episcopal. Essa questão gerou os debates mais longos e acalorados da
Assembleia, que se reuniu na Abadia de Westminster, em Londres, a partir
de 1º de julho de 1643. Os trabalhos se estenderam por cinco anos e meio,
durante os quais houve mais de mil reuniões do plenário e centenas de
reuniões de comissões e subcomissões.

Os Escoceses
Tão logo a Assembleia iniciou os seus trabalhos, as forças parlamentares
começaram a sofrer reveses na guerra. O parlamento buscou o auxílio da
Escócia, que concordou em ajudar sob uma condição – que todos os
membros da Assembleia de Westminster e do parlamento assinassem um
pacto solene comprometendo-se a manter e defender a Igreja Presbiteriana
da Escócia e a reformar a Igreja da Inglaterra e da Irlanda em sua doutrina,
governo, culto e disciplina, de acordo com a Palavra de Deus. Isso foi
aceito. Os presbiterianos escoceses também puderam enviar
representantes à Assembleia de Westminster, quatro pastores e dois
presbíteros, que participaram dos trabalhos sem direito a voto. Eles
exerceram uma influência desproporcional ao seu número. Logo que
chegaram e foi assinado o pacto solene (setembro de 1643), houve uma
mudança radical no trabalho da Assembleia. Até então, a ideia era revisar
os Trinta e Nove Artigos da Igreja Anglicana. Agora, passou-se a fazer uma
reforma completa da Igreja.

Os Documentos
A Assembleia de Westminster caracterizou-se
não somente pela erudição teológica, mas por
uma profunda espiritualidade. Gastava-se muito
tempo em oração e tudo era feito em um espírito
de reverência. Cada documento produzido era
encaminhado ao parlamento para aprovação, o
que só acontecia após muita discussão e estudo.
Os chamados “Padrões Presbiterianos”
elaborados pela Assembleia foram os seguintes:

Diretório do Culto Público: concluído em


dezembro de 1644 e aprovado pelo parlamento no mês seguinte.
Tomou o lugar do Livro de Oração Comum. Também foi preparado o
Saltério: uma versão métrica dos Salmos para uso no culto (novembro
de 1645).
Forma de Governo Eclesiástico: Concluída em 1644 e aprovada pelo
parlamento em 1648. Instituiu a forma de governo presbiteriano em
lugar da episcopal, com seus bispos e arcebispos.
Confissão de Fé: concluída em dezembro de 1646 e sancionada pelo
parlamento em março de 1648.
Catecismo Maior e Breve Catecismo: concluídos no final de 1647 e
aprovados pelo parlamento em março de 1648.

Consequências
Com o auxílio dos escoceses, as forças parlamentares derrotaram o rei
Carlos I, que foi decapitado em 1649. O comandante vitorioso, Oliver
Cromwell, assumiu o governo. Porém, em 1660, Carlos II subiu ao trono e
restaurou o episcopado na Igreja da Inglaterra. Teve início uma nova era
de perseguições contra os presbiterianos. Na Escócia, a Assembleia Geral
da Igreja Presbiteriana adotou os Padrões de Westminster logo que foram
aprovados, deixando de lado os seus próprios documentos de doutrina,
liturgia e governo que vinham da época de John Knox. Isso é ainda mais
surpreendente diante do fato de que somente quatro pastores escoceses
participaram da Assembleia de Westminster (Alexander Henderson,
Robert Baillie, George Gillespie e Samuel Rutherford). As razões para isso
foram os méritos dos padrões de Westminster e o desejo de maior unidade
entre os presbiterianos das Ilhas Britânicas. Da Escócia, esses padrões
foram levados para outras partes do mundo.[1]

Referências
LINGLE, Walter L. Presbyterians: their history and beliefs.
Richmond: John Knox Press, 1960.

Ligações externas
Portal Mackenzie - A Assembleia de Westminster parte 1
Portal Mackenzie - A Assembleia de Westminster parte 2

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