salarial.
RUBENS SANTANA*
INTRODUÇÃO
A LC 101/00, como é sabido, trouxe uma série de mecanismos visando a implementação de uma gestão pública
responsável e transparente, introduzindo instrumentos de efetivo controle e a necessidade da realização de um
orçamento real e compatível com as necessidades do Poder Público. Para isto, estabeleceu sério
comprometimento do orçamento anual através da LDO e do Plano Plurianual.
Ações concretas neste sentindo se têm vislumbrado em muitas administrações a nível federal, estadual e até
municipal. Dentre tantas ações neste sentido, podemos destacar a criação e implementação de Programas de
Gestão de Pessoal.
Comumente, um Programa de Gestão de Pessoal inclui, dentre outras intervenções, a redução da jornada de
trabalho com remuneração proporcional, incentivo a licença sem remuneração, avaliação de desempenho para
progressões salariais, análise e mudança na legislação específica, a fim de eliminar alguns gastos não
condizentes com a realidade pública de hoje, tais como certos tipos de progressões salariais, apostilamento,
redução e/ou eliminação de tempo de serviço para agregação de adicionais, tais como, biênio, qüinqüênio,
decênios, e etc, aderência dos resultados da avaliação de desempenho aos adicionais (vantagens pecuniárias),
a fim de eliminar ou pelo menos minimizar a agregação destes adicionais, simplesmente através da exigência de
contagem de tempo de serviço, possibilitando também, a contagem destes adicionais para fins de
desenvolvimento profissional, o que incentiva o servidor a um desenvolvimento maior de sua capacidade
profissional e técnica e possibilita à administração potencializar seu ganho, com a progressão e a produtividade
deste servidor. Uma intervenção de suma importância nestes Programas de Gestão de Pessoal é a avaliação de
desempenho.
A limitação dos métodos tradicionais de avaliação de desempenho tem levado as administrações à busca de
soluções criativas e inovadoras. Hoje existem novos métodos de avaliação de desempenho que se caracterizam
por uma colocação totalmente nova do assunto: auto-avaliação e autodirecão das pessoas, maior participação
do servidor em seu próprio planejamento de desenvolvimento pessoal, foco no futuro e na melhoria contínua de
desempenho; entre estas se encontra a APPO – Avaliação Participativa por Objetivos.
O principal ponto desta metodologia é a participação ativa do servidor e do seu chefe imediato, adotando uma
técnica de intenso relacionamento e de visão proativa.
Os métodos de avaliação, com exceção para fins de exoneração, começam não pela apreciação do passado,
mas pela focalização no futuro. Estão mais orientados para o planejamento do desempenho futuro do que para o
julgamento do desempenho passado. Procuram orientar o desempenho para fins e objetivos previamente
negociados e fixados, procura cercá-los de todos os recursos necessários para a sua adequada consecução,
procuram medi-lo com medições adequadas e comparativas e, sobretudo, procuram dar-lhe consistência através
de constante retroação e avaliação contínua. Tudo para assegurar um desempenho conforme as necessidades
da Administração Pública e os objetivos de carreira do avaliado.
A definição dos objetivos é um passo importante no esclarecimento das expectativas que se espera do servidor,
ou seja, daquilo que ele deve ter em mente quanto ao seu desempenho. O subordinado executa tarefas
enquanto o chefe imediato proporciona-lhe os recursos necessários para isso. Os recursos podem tomar a forma
de equipes ou pessoas, supervisão, orientação, equipamentos, instalações, treinamento, retroação,
aconselhamento etc. Cada uma das partes entra com sua responsabilidade. O subordinado pede recursos
enquanto o chefe cobra resultados. Um contrato de desempenho se baseia em duas peças principais: relatório
de responsabilidades básicas e padrões de desempenho para cada uma delas. O relatório de
responsabilidade básica relaciona todas as atividades que o servidor deverá desempenhar, enquanto os padrões
de desempenho se referem a descrições dos resultados ou objetivos a serem alcançados. O ciclo da APPO
consiste em definir objetivos e responsabilidades, desenvolver padrões de desempenho, avaliar o desempenho e
novamente redefinir objetivos e assim por diante. É importante que haja um forte mecanismo de motivação das
pessoas, através de recompensas materiais e simbólicas.
A avaliação trata de verificar que objetivos foram alcançados e como o desempenho poderá ser melhorado para
elevar cada vez mais as metas e os resultados; qual foi o resultado alcançado e qual será a participação que
dele terá o indivíduo ou o grupo que o proporcionou. Isso dá liberdade às pessoas para escolherem seus
próprios meios e utilizarem melhor suas habilidades individuais e sociais.
MODELO DE PROCESSO APPO
Passo 1:
Fixar objetivos Passo 2:
Desenvolver planos de
ação
Objetivos
Organizacionais
Objetivos
Departamentais Planos de
Ação
Objetivos
Individuais
Passo 4:
Passo 3:
Avaliar o desempenho
Revisão do processo
global
O PROCESSO DE
ADMINISTRAÇÃO PARTICIPATIVA POR OBJETIVOS.
Chefes Imediatos e
Subordinado se Reúnem
Formulação de Objetivos
Consensuais
segundo o Item III do Parágrafo primeiro do artigo 41 da CF, o servidor público estável só perderá o
cargo mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho (grifo nosso), na forma de lei
complementar, assegurada (grifo nosso) ampla defesa;
para se ter periodicidade é necessário ter um programa, com etapas, condições, modos e
procedimentos, quem, onde e como vai se fazer algo. São estas informações que asseguram à
administração a condição de administrar e administrar bem;
quando se assegura ao servidor ampla defesa é necessário ter todo um respaldo jurídico, ainda mais se
tratando de exoneração de servidor, fato que por si só pode causar grandes transtornos, tanto ao
servidor quanto à administração. Se tal ato não for amparado pelos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, e isto só se conseguem através de um plano
completo de Programa de Avaliação de Desempenho, todo o processo estará fadado ao insucesso;
é necessário dar suporte ao servidor para que o mesmo possa melhorar seu desempenho;
conforme o Parágrafo 4º do Artigo 41 da CF, é ... obrigatória (grifo nosso) a avaliação especial de
desempenho;
a avaliação de desempenho não é mais um mero capricho do bom administrador. Além da necessidade
para o bom gerenciamento do servidor e da Administração, é uma obrigatoriedade;
O Programa de Avaliação de Desempenho para o servidor, além de essencial é fundamental, pois é através dele
que todos os seus direitos e deveres serão preservados, dando-lhe a capacidade de ser um servidor de
qualidade para a administração.
O Programa de Avaliação de Desempenho é a garantia de que a Administração utilizará seus esforços para
auxiliar, ouvir, dialogar e assistir o servidor.
A Administração deverá ter uma estratégia metodológica para a implantação do programa, utilizando fases e
procedimentos para a criação do comprometimento de todos em função do seu sucesso.
Existem diversos sistemas, modelos ou programas de avaliação de desempenho. Estes, no entanto, devem um
objetivo em comum, serem os mais fidedignos às realidades avaliativas, por isso é necessário que os mesmos
sejam pautados por critérios técnicos matemáticos a fim de evitarem ao máximo a subjetividade inerente ao ser
humano. A fórmula abaixo é um dos modelos que podem ser utilizados na contagem das pontuações nos
boletins de avaliação.
a) m = x/n
b) Pm = m – S
c) = (x-m)2
n-1
onde:
CONCLUSÕES