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Editora Poisson
1ª Edição
Belo Horizonte
Poisson
2018
Editor Chefe: Dr. Darly Fernando Andrade
Conselho Editorial
Dr. Antônio Artur de Souza – Universidade Federal de Minas Gerais
Dra. Cacilda Nacur Lorentz – Universidade do Estado de Minas Gerais
Dr. José Eduardo Ferreira Lopes – Universidade Federal de Uberlândia
Dr. Otaviano Francisco Neves – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Dr. Luiz Cláudio de Lima – Universidade FUMEC
Dr. Nelson Ferreira Filho – Faculdades Kennedy
Formato: PDF
ISBN: 978-85-7042-012-1
DOI: 10.5935/978-85-7042-012-1.2018B001
CDD-658
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são
de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores.
www.poisson.com.br
contato@poisson.com.br
Sumário
Capítulo 1: Metodologia Delphi integrada ao mapeamento de processos
como ferramenta de auxílio na tomada de decisão estratégica............. 7
Kamila Matos Andrade Silva, João Thiago de Guimarães Anchieta e Araújo Campos,
Jonathas do Nascimento Pereira, Carla Monique Rocha dos Santos
:
Kamila Matos Andrade Silva
João Thiago de Guimarães Anchieta e Araújo Campos
Jonathas do Nascimento Pereira
Carla Monique Rocha dos Santos
anos 60, com base nos trabalhos à luz da opinião dos demais especialistas.
desenvolvidos por Olaf Helmer e Norman Baseia-se na ideia que o julgamento coletivo,
Dalker, pesquisadores da Rand Corporation ao ser bem organizado, é melhor do que a
(ESTES e KUESPERT, 1976). opinião de um só indivíduo (GIOVINAZZO e
WRIGHT, 2000).
A técnica é recomendada tanto quando há
ausência de dados históricos, quanto há Para que a pesquisa seja caracterizada como
deficiência destes, ou seja, quando não método Delphi, fazem-se necessárias
possuem um grau de confiabilidade aceitável algumas características, sendo elas:
para projetar decisões futuras. Consiste na anonimato, consulta dos especialistas para
aplicação sucessiva de questionários a um cada rodada de dados, troca das informações
grupo de especialistas em busca de um entre as rodadas (feedback controlado),
consenso a respeito da problemática em possibilidade de revisão das respostas
questão, no intervalo entre as rodadas de individuais em função da representação
questões é realizado um estudo estatístico de estatística e a busca do consenso
todas as respostas, de forma que esse (MUNARETTO, 2013).
resultado seja exposto aos participantes na
Segundo MUNARETTO (2013), a pesquisa
rodada subsequente. Dessa maneira os
Delphi segue os passos a seguir:
participantes podem reavaliar suas respostas
Figura 2 - Questionário
Os fatores que obtiveram maior destaque nas ordenados pelos participantes de acordo com
rodadas iniciais como fatores que dificultam a sua importância.
entrega dos produtos aos clientes, foram
Pode-se relacionar os fatores mais dificultam sobre a luz do consenso obtido na aplicação
a entrega eficiente dos produtos aos clientes da técnica, com o intuito de comparar os
com o mapeamento de processo realizado resultados com a visão previamente
durante a pesquisa, considerando como foco estabelecida pela gestão, e assim identificar
a ordem estabelecida como prioridade pelos gargalos de processo, implementar melhorias,
participantes na última rodada. Como foco de colher bons resultados e se tornar mais
possíveis melhorias destaca-se o setor de competitiva no mercado.
transporte, que no mapeamento se relaciona
A pesquisa mostrou que existem alguns
com os setores de distribuição e entrega, falta
fatores que tem maior relevância e que tem
de matéria-prima que está relacionada
impacto direto na entrega do produto, e que
diretamente ao setor de matéria-prima e fluxo
devem ser considerados para delinear novas
de informações deficientes que entende-se
estratégias empresariais. Diante disso,
que esteja relacionado a todos os setores da
acredita-se que esse modelo proposto, pode
empresa.
ser utilizado em cenários organizacionais os
quais objetivam realizar o mapeamento de
processo, sendo que suas principais
5. CONSIDERAÇÕES
vantagens são flexibilidade na aplicação dos
Este estudo apresentou a proposta de uma questionários, realização da pesquisa sem
discussão acerca da possibilidade de que o foco seja perdido, vantagem por ser
construir o mapeamento de processos com a focada em um grupo de especialistas, onde o
utilização da técnica Delphi, possibilitando fluxo e a qualidade das informações são
que a empresa estudada compreenda a maiores.
realidade do funcionamento do seu processo,
[2]. Costa, F. J.; Silva Júnior, S. D. Mensuração [7]. Migliato, Antonio Luiz Tonissi; Escrivão
e Escalas de Verificação: uma análise comparativa Filho, Edmundo. A pequena empresa e suas
das Escalas de Likert e Phrase Completion. PMKT especificidades: uma proposta de classificação
– Revista Brasileira de Pesquisas de Marketing, Fundamentada em um modelo de concepção
Opinião e Mídia. 2014. organizacional. Anais do VII Seminários em
Administração-SemeAd, São Paulo, SP, Brasil,
[3]. Dalkey, N. C. The Delphi method. An 2004.
experimental study of group opinion. Santa Monica:
Rand Corporation, 1969. [8]. Munaretto, Lorimar Francisco; Corrêa,
Hamilton Luiz; DA Cunha, Júlio Araújo Carneiro.
[4]. Estes, Gerald M e Kuespert, Don. Delphi in Um estudo sobre as características do método
industrial forecasting. Chemical and Engineering Delphi e de grupo focal, como técnicas na
News, EUA, p. 40-47, agosto 1976. obtenção de dados em pesquisas exploratórias.
[5]. Giovinazzo, Renata A.; Wright, J. T. C. Revista de Administração da UFSM, v. 6, n. 1, p. 9-
Delphi: uma ferramenta de apoio ao planejamento 24, 2013.
CAPÍTULO 2
No Quadro 5 podem ser visualizados os tiveram nota zero em todos os critérios pois
resultados da priorização dos modelos de foram considerados como questionários mais
maturidade. Os modelos CMM e CMMI voltados para a área tecnológica.
Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2. ed. Novo [30] Tahri, H.; Drissi-Kaitouni. New design for
Hamburgo: Ed. Feevale, 2013. 276 p. calculating Project Management Maturity (PMM).
Procedia-Social and Behavioral Sciences, v. 181, n.
[27] Silva, R.; Santos, E. Análise comparativa
1, p. 171-177, 2015.
de modelos de maturidade em gerenciamento de
projetos: uma contribuição ao estudo da [31] Thielmann, R. Avaliação de maturidade em
maturidade organizacional em setores de gestão de projetos: estudo de caso de um projeto
engenharia. In: III Simpósio Internacional de automotivo. GEPROS - Gestão da Produção,
Gestão de Projetos, 2014. Operações e Sistemas, v. 34, n.2, p. 35-49, 2014
[28] Souza, T.; Gomes, C. Assessment of [32] Vezzetti, F.; Violante, M.; Marcolin, F. A
Maturity in Project Management: A Bibliometric benchmarking framework for product lifecycle
Study of Main Models. Procedia-Computer Science, management (PLM) maturity models. The
v. 55, n. 1, p. 92-101, 2015. International Journal of Advanced Manufacturing
Technology, v. 71, n. 5, p. 899-918, 2014.
[29] SPALEK, S. Establishing a conceptual
model for assessing project management maturity [33] Wendler, R. The maturity of maturity model
in industrial companies. International Journal of research: A systematic mapping study. Information
Industrial Engineering: Theory, Applications and and Software Tecnology, v. 54, n.12, p. 1317-1339,
Practice, v.22, n. 2, p. 242-254, 2015. 2012.
CAPÍTULO 3
Figura 1 - Modelagem
Tabela 1 - Valores
Valores Definição Explicação
1 Igual importância Contribuição idêntica
3 Fraca importância Julgamento levemente superior
5 Forte importância Julgamento fortemente superior
7 Muito Forte importância Dominância reconhecida
9 Importância absoluta Domínio comprovado
2,4,6,8 Valores intermediários Dúvidas
Fonte: Saaty (2017)
Onde para cada critério foi abordado um Opção 04: Avaliação combinada.
parâmetro baseado na metodologia ativa,
A Tabela 3 apresenta o Questionário 1, onde o
sendo eles:
aluno deverá atribuir um conceito de 1, 3, 5, 7
H1: aprofundamento de assuntos trabalhados; ou 9, obedecendo os seguintes itens:
H2: habilidades (fazer, resolver, aplicar);
1: Igual importância (Contribuição idêntica);
H3: construção do conhecimento
3: Fraca importância (Contribuição levemente
individual/coletivo;
superior);
H4: uso do raciocínio.
5: Forte importância (Julgamento fortemente
E para cada opção foi proposta um tipo de superior);
avaliação, sendo elas: 7: Muito forte importância (Julgamento
fortemente superior);
Opção 01: Relatório;
9: Importância absoluta (Domínio
Opção 02: Avaliação ativa por pares, por
comprovado).
projetos, em grupo;
Opção 03: Avaliação tradicional;
Tabela 3 – Questionário 1
H1: Aprofundamento nos assuntos tratados
Opção 1 Relatório
Opção2 Avaliação ativa por pares, por projetos, em grupo
Opção 1
Opção3 Avaliação tradicional
Opção4 Avaliação combinada
Opção2 Avaliação ativa por pares, por projetos, em grupo
Opção 2
Opção3 Avaliação tradicional
Opção4 Avaliação combinada
Opção3 Avaliação tradicional
Opção 3
Opção4 Avaliação combinada
Opção 4 Opção4 Avaliação combinada
H2: habilidades (fazer, resolver, aplicar)
Opção 1 Relatório
Opção2 Avaliação ativa por pares, por projetos, em grupo
Opção 1
Opção3 Avaliação tradicional
Opção4 Avaliação combinada
Opção2 Avaliação ativa por pares, por projetos, em grupo
Opção 2 Opção3 Avaliação tradicional
Opção4 Avaliação combinada
Opção3 Avaliação tradicional
Opção 3
Opção4 Avaliação combinada
Opção 4 Opção4 Avaliação combinada
H3: construção do conhecimento individual/coletivo
Opção 1 Relatório
Opção2 Avaliação ativa por pares, por projetos, em grupo
Opção 1
Opção3 Avaliação tradicional
Opção4 Avaliação combinada
Opção2 Avaliação ativa por pares, por projetos, em grupo
Opção 2 Opção3 Avaliação tradicional
Opção4 Avaliação combinada
Opção3 Avaliação tradicional
Opção 3
Opção4 Avaliação combinada
Opção 4 Opção4 Avaliação combinada
H4: uso do raciocínio
Opção 1 Relatório
Opção2 Avaliação ativa por pares, por projetos, em grupo
Opção 1
Opção3 Avaliação tradicional
Opção4 Avaliação combinada
Opção2 Avaliação ativa por pares, por projetos, em grupo
Opção 2 Opção3 Avaliação tradicional
Opção4 Avaliação combinada
Opção3 Avaliação tradicional
Opção 3
Opção4 Avaliação combinada
Opção 4 Opção4 Avaliação combinada
Fonte: elaborado pelos autores (2017)
Com os dados resultantes do questionário 1, apresentada na Tabela 4.
compõe-se a matriz de decisão
Tabela 4 – Matriz da decisão
H1 H2 H3 H4 Total
Opção 1 0,11 0,25 0,22 0,55 0,34
Opção 2 0,55 0,55 0,04 0,04 0,35
Opção 3 0,30 0,10 0,15 0,15 0,17
Opção 4 0,04 0,10 0,16 0,26 0,15
Somatório 0,14 0,46 0,05 0,35
Fonte: elaborado pelos autores (2017)
gerando o gap entre elas, que é diferença dos método de avaliação. As aplicações
parâmetros. ocorreram antes e depois da aplicação do
questionário 1, gerando assim as
Após escolhido o método de avaliação, o
expectativas, percepções e gap.
Questionário 2, apresentado na Tabela 4, foi
aplicado aos mesmos alunos que
contribuíram com os dados para a escolha do
Tabela 5 – Questionário 2
11
um aprofundamento nos assuntos tratados ( ) aprofundamento nos assuntos tratados ( )
ção
17 propiciar estimular a participação ativa dos propiciou a participação ativa dos alunos
alunos ( ) ()
A metodologia Avaliação em Grupo deverá A metodologia Avaliação em Grupo
18 contribuir para construção individual do propiciou para construção individual do
conhecimento ( ) conhecimento ( )
A metodologia Avaliação em Grupo deverá A metodologia Avaliação em Grupo
19 contribuir para construção individual do propiciou para construção individual do
conhecimento ( ) conhecimento ( )
A metodologia Avaliação em Grupo deverá A metodologia Avaliação em Grupo
20
propiciar o uso do raciocínio ( ) propiciou o uso do raciocínio ( )
Fonte: elaborada pelos autores (2017)
𝐾 ∑𝑆𝑖2
𝛼= ∗ (1 − ) (1)
𝐾−1 𝑆𝑡2
Onde:
K= número de itens da escala
𝑆𝑖2 = somatório da variância dos itens
𝑆𝑡2 = variância total da escala
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As respostas do questionário 2 gerou os
resultados apresentados na Tabela 6.
Para as discussões dos itens analisados foi as expectativas e as percepções. O gap < 0
utilizada a técnica de análise de conteúdo indica tendência de melhoria a ser atingida.
(VERGARA, 2005).
A tabela 6 mostra que todas as expectativas e
todas as percepções obtiveram valores
numéricos acima de 80% (Bom), valorizando
CAPÍTULO 4
Figura 3 – Cronograma
A bancada foi projetada em tubo quadrado para as trasfegas entre um tanque e outro de
nas dimensões 20x20x1,5 mm, em forma de acordo com a Figura 5. Essa especificação
degraus a fim de utilizar a energia potencial baseou-se no trabalho de Calegari (2013).
aceita melhorias futuras em seu arranjo físico ergonomia das pessoas. Isso pode e deve ser
e contribuições para seu controle e tratado em novos trabalhos de conclusão de
automação. O que poderá agregar possíveis curso.
alterações referentes a segurança e
ANEXO 1
CAPÍTULO 5
desperdícios de tempos em quatro grupos de restrição do sistema; (3) subornar tudo o mais
atividades distintas: (1) esperas, (2) à restrição do sistema; (4) elevar a restrição
processamento, (3) inspeção e (4) transporte. do sistema; (5) se na etapa 4 a restrição é
O grupo 2, atividades de processamento, é o quebrada, volte à etapa 1.
único que executa processos que agregam
valor ao produto, entretanto, de acordo com
os setes grandes desperdícios do STP, 2.1.2. FATOR: ESPERAS PARA SETUP
também pode haver perdas nestas etapas. O
Em relação às esperas para setup, este fator
grupo 1 – tempos de esperas – ocorre devido
pode ser solucionado com a implantação de
às atividades de programação da produção,
programas de melhoria que reduzam ou
de espera na fila e de espera no lote. Para
elimine os tempos gastos com atividades de
Corrêa e Gianesi (2007), as atividades em que
preparação, como o método elaborado pelo
os materiais esperam em filas para serem
engenheiro japonês Shigeo Shingo, Troca
processados representam os elementos mais
Rápida de Ferramentas (TRF ou SMED –
importantes a serem atacados quando se
Single Minute Exchange of Die).
implementa a filosofia JIT. Isto posto, os
tempos de espera em fila são gerados por A TRF busca detalhar e categorizar as
três fatores: desbalanceamento entre carga e atividades de setup em interno e externo. O
produção, esperas para setup e espera por setup interno é aquele que só pode ser
problemas decorridos de falhas no sistema realizado quando a máquina não está
produtivo (TUBINO, 1999). operando, ou seja, quando ela se encontra
desligada. Por outro lado, o setup externo se
refere às atividades de preparação que
2.1.1. FATOR: DESBALANCEAMENTO ENTRE podem ser realizadas enquanto a máquina
CARGA E PRODUÇÃO estiver em pleno funcionamento, não
interferindo em seu processamento. Assim, é
Como solução para o desbalanceamento
viabilizada as posteriores análises e aplicação
entre carga e produção, o aprimoramento
de técnicas que objetivam a redução dos
pode ser realizado com a orientação da
tempos de espera, através de quatro estágios
produção de acordo com a capacidade
(SHINGO, 2000): Estágio inicial, onde as
produtiva do RRC. Desta forma, todo o fluxo
condições de setup interno e externo não se
produtivo fluirá suavemente pelo sistema de
distinguem; Estágio 1, separar os setups
produção sem a geração de filas ou estoques
internos dos externos; Estágio 2, converter os
de materiais em processo. A implantação de
setups internos em externos; Estágio 3,
programas de melhorias que apliquem os
racionalizar todos os aspetos da operação de
conceitos defendidos pela Teoria das
setup.
Restrições (Theory of Constraints – TOC)
podem solucionar os problemas gerados por
este fator.
2.1.3. FATOR: ESPERAS POR PROBLEMAS
De acordo com Cox III e Spencer (2002), a DECORRIDOS DE FALHAS NO SISTEMA
TOC é uma filosofia administrativa embasada PRODUTIVO
no sistema de gerenciamento das restrições
As esperas por problemas decorridos de
que busca a melhoria contínua ao considerar
falhas podem ser solucionadas com a
que o desempenho produtivo depende da
implantação de programas de melhoria que
efetividade de todo o sistema. Pode-se
reduzam ou elimine os tempos gastos com
entender que a TOC é uma grande síntese
atividades de manutenção e reparo, como o
conceitual quanto à administração da
método de Manutenção Produtiva Total (MPT
produção, desenvolvida a partir dos princípios
ou TPM – Total Productive Maintenance),
e técnicas provenientes do software de
desenvolvido no Japão por volta dos anos 70
gestão da produção OPT (Optimized
e 80 através do aperfeiçoamento das técnicas
Production Technology) e da abordagem
de manutenção preventiva e o
administrativa advinda do best-seller “A
estabelecimento da cultura de qualidade total
Meta”, de Elyiahu M. Goldratt. Cox III e
que impõe a falha/defeito zero (KARDEC;
Spencer (2002), tal como Fernandes e
RIBEIRO, 2002).
Godinho Filho (2010), apresentam as cinco
etapas da sistemática que caracteriza a A implementação da MPT se baseia na
aplicação da TOC: (1) identificar a restrição aplicação prática de quatro atividades que
do sistema; (2) decidir como explorar a será tratada como fundamentais (FOGLIATTO;
RIBEIRO, 2009): (1) capacitação técnica dos no sistema de produção, preferência pela
profissionais envolvidos no sistema de execução de manutenção preditiva,
produção para identificação e resolução mantimento de estoque de peças para
rápida do problema; (2) melhoria nos reposição, entre outros.
equipamentos, de acordo com resultados
obtidos por indicadores de desempenho de
disponibilidade, performance e qualidade; (3) 2.2. MODELO HÍBRIDO: SYSTEM DYNAMICS-
prática da manutenção autônoma, onde o FACTORY PHYSICS
profissional que mantém maior contato com
O modelo híbrido System Dynamics-Factory
dado equipamento desenvolva competências
Physics é composto por estações de trabalho
para detectar anomalias e intervir de forma
sequenciais, sendo que cada uma representa
preventiva às falhas; (4) prática da
as funções de apenas uma máquina. A Figura
manutenção planejada, considerando fatores
1 apresenta o esquema de ordenamento para
como prioridade competitiva da empresa,
as estações de trabalho no modelo:
existência de recurso restritivo de capacidade
A estratégia 0 representa testes para os três para a variável Lead time Total, é verificada a
cenários quando não houver a implantação de estratégia mais efetiva dentre as três
programas de melhoria contínua. As estratégias testadas para cada cenário.
estratégias 1, 2 e 3 representam testes para
A Figura 5 apresenta os resultados obtidos a
os três cenários quando houver esforços
partir da simulação, demonstrando
investidos em programas de melhoria
quantitativamente os tempos da variável Lead
contínua que reduzam tempos nas
time Total em minutos.
respectivas atividades de preparação, de
manutenção e de preparação e manutenção A estratégia que proporciona os menores
simultaneamente. tempos para a variável Lead time Total é
entendida como a mais efetiva. A visualização
da estratégia mais efetiva para cada um dos
3.4. RESULTADOS DA SIMULAÇÃO cenários possibilita analisar qual atividade do
chão de fábrica que desperdiça tempos no
Com posse das informações determinadas
processo de fabricação deve ser priorizada
para os parâmetros de entrada, cenários e
na busca pela redução do lead time de
estratégias de melhoria contínua, os testes
produção.
simulatórios são executados para cada uma
das cinco localizações do RRC na linha de
produção. A partir dos resultados obtidos
foi o que obteve maior redução do Lead time e, sendo assim, representar o ponto de
Total; equilíbrio entre as estratégias testadas.
Para as situações nas quais a quantidade de A partir da constatação da quantidade média
operações de manutenção em cada estação de operações de manutenção realizadas por
de trabalho por ano for superior a 37 (ou seja, ano nas estações de trabalho, é possível
uma disponibilidade de máquina superior a optar pelo programa de melhoria contínua
95%), o programa de melhoria contínua mais mais interessante na busca pela redução dos
viável a ser implantado é o que proporcione tempos desperdiçados.
uma redução focada nos tempos de reparo
É importante ressaltar que o presente estudo
(atividades de manutenção), pois na
adotou a suposição de que os investimentos
simulação foi o que obteve maior redução do
necessários para implantar cada uma das
Lead time Total;
estratégias aqui abordadas são equivalentes.
Para as situações nas quais a quantidade de Por esses motivos, as conclusões elencadas a
operações de manutenção em cada estação partir das simulações realizadas são
de trabalho for exatamente 37 (ou seja, uma determinadas única e exclusivamente para
disponibilidade de máquina de 95%), o seus respectivos cenários verificados e
programa de melhoria contínua mais viável a considerando essa suposição de investimento
ser implantado será o que proporcionar uma equivalente. Entretanto, os resultados
redução conjunta nos tempos de reparo e fornecem recomendações práticas para os
setup (atividades de preparação e gerentes de produção decidirem a melhor
manutenção simultaneamente), pois na estratégia de realização de melhorias.
simulação, apesar da equivalência com os
Pesquisas futuras podem ser realizadas de
resultados dos demais testes, foi o que obteve
forma a estender o presente estudo,
maior redução do Lead time Total.
alternando os desempenhos das variáveis de
Observa-se que 37 operações de chão de fábrica ou determinando cenários
manutenção por ano ou 95% de com novos parâmetros de entrada para
disponibilidade de máquina é o fator simular algumas outras variedades de
determinante para a tomada de decisão por sistemas de produção existentes.
apresentar resultados equivalentes nos testes
CAPÍTULO 6
𝑇𝑁 = 𝑇𝑅 𝑥 𝐸 (1)
𝑇𝑃 = 𝑇𝑁 𝑥 𝐹𝑇/100 (2)
𝐹𝑇 = 100 + 𝑇 (3)
b) Operação do Posto 01 transferida para o Assim o tempo das operações ficou mais
Posto 03: balanceado, possibilitando a redução de uma
mão de obra. As demais tarefas continuaram
Encaixar 1 Fiação PR/BAT na Placa
a ser executadas nos mesmos postos. A
operação ‘Pegar Placa e Quebrar a Borda’ do
c) Operação do Posto 02 transferida para o Posto 01 foi transferida para o fornecedor,
Posto 03: logo o tempo respectivo a este posto diminuiu
significativamente, pois a atividade incluía um
Encaixar Fiação BR/TR na Placa
tempo real de 8,49s e tempo padrão de 9,76s
REFERÊNCIAS
[1] Dembogurski, Renan Augusto.; Oliveira, _sto_069_490_11644.pdf>. Último acesso em: 24
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[2] Diniz, Nayara Oliveira Sudario; Calife,
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Naiara FaiadSebba. Cronoanálise e
produtivas com a abordagem da manufatura
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sustentável. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: <
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naval; XXXII Encontro Nacional de Engenharia de
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Pioneira Thomson Learning, 2001. Responsabilidade Social: As Contribuições da
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e atual. São Paulo: Saraiva, p. 83-134, 2005. TN_STO_157_914_20754.pdf>. Último acesso em:
[6] Mayer, Raymond R. Administração da 24 de abril de 2016.
produção. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1984. [10] Slack, N.; Chambers, S. & Johnston, R.
[7] Maynard, H. B. Manual de Engenharia de Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2009
Produção: Técnicas de Medida do Trabalho. 1. ed.
São Paulo:Edgard Blücher, 1970.
[8] Moreira, Daniel Augusto. Administração da
produção e operação. 2. ed. ver. e ampl. São
Paulo: Cengage Learning, 2013.
CAPÍTULO 7
Segundo Gonçalves & Marins (2006) com que este se atenha não somente a
primeiramente é importante resaltar três produção do produto (Logística Tradicional),
aspectos relacionados a produtos e materiais mas levando em conta todo o processo,
e suas respectivas embalagens, para só desde a criação até o descarte final (Logística
depois definir logística reversa. São esses: Reversa).
Do ponto de vista logístico, o ciclo de vida se
prolonga ao recebimento do produto pelo
2.2.1 TIPOS DE FLUXOS
cliente. Os produtos devem voltar ao seu
ponto de origem quando se tornam Para uma melhor compreensão da logistica
deteriorados, obsoletos ou não funcionam reversa é importante entender como funciona
para receberem o tratamento correto, o fluxo nas operações, pois este representa a
podendo ser destinado ao descarte facilidade com que uma informação, produto
adequado ou a reutilização voltar ao ciclo e material desenvolvem-se. Assim
após serem reparados; FERNANDES (2012) apresenta os dois tipos
de fluxos o Direto e o Reverso:
Do ponto de vista financeiro, o fluxo reverso
possui um custo adicional é incluso aos Fluxo direto: o fluxo direto é realizado através
custos de transporte, aquisição de matéria do gerenciamento logístico, estes fluxos são
prima, armazenamento e de produção, sendo caracterizados como percurso contínuo, onde
levando em consideração na logística; e um produto chega a alguém ou local, ou seja,
é o movimento do produtor para o
Do ponto de vista ambiental, em um processo
consumidor.
produtivo é necessário considerar e mensurar
os impactos ao meio ambiente. Assim, é Fluxo reverso: já o fluxo reverso é o que se
possível o planejamento da rede logística caracteriza pela direção oposta ao direto, ou
contempla todas as fases do ciclo do produto. seja é movimento contínuo de um
determinado produto da parte do consumidor
Assim, após as análises anteriores Gonçalves
final para a origem (produtor) ou qualquer
& Marins (2006) definem a logística reversa
componente da cadeia, ou por algum
como um processo que vai desde o
problema e especificidades do
planejamento do produto, passando pela
desenvolvimento do produto.
realização e controle do fluxo de matéria
prima até o produto acabado, do cliente até o
ponto de origem, agregando valor ou dando
2.2.2 PRODUTOS DE PÓS-VENDA E PÓS-
um destino adequado ecologicamente.
CONSUMO
Atualmente existe um decreto que apresenta
Segundo LEITE (2009, p. 18-19) a logística
o conceito recente de logística reversa. Este
reversa possui duas grandes áreas de
define logística reversa como sendo um
atuação a logística de pós-venda e de pós-
“instrumento de desenvolvimento econômico
consumo, é válido resaltar que embora estas
e social caracterizado pelo conjunto de
sejam tratadas interdependentemente pelas
ações, procedimentos e meios destinados a
demais literaturas, apontam diferenças em
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos
relação ao estágio e em qual fase o produto
sólidos ao setor empresarial, para
retornado se encontra com relação a vida útil.
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros
O esquema abaixo (Figura 3) apresenta
ciclos produtivos.” (Decreto Nº 7.404 de 23 de
resumidamente “o campo de atuação da
dezembro de 2010).
logística reversa por meio das principais
Portanto, a Logística Reversa é um processo etapas dos fluxos reversos, nas duas áreas de
que busca ampliar a responsabilidade atuação citadas, observando-se sua
empresarial com o meio ambiente, fazendo interdependência.”
A figura 5 apresenta o fluxo logístico dos para a disposição final no aterro sanitário.
instrumentos de escrita estudado, desde a Assim, a Logística Reversa não acontece,
fabricação até o descarte final, ou seja, após apenas a tradicional.
o consumo os resíduos são encaminhados
Assim, considerando o total de 64.465 pilotos Com o auxílio da figura 7 que mostra a
utilizados, em cinco anos, pode-se notar uma demanda total de cada cor de piloto ao longo
média de 12.893 pilotos por ano. Vale de cinco anos, mostrando que o piloto na cor
ressaltar, que em 2013 não houve pedidos de azul e o preto são os mais utilizados pelos
pilotos nas cores preto e vermelho. Entretanto, professores, das quatro cores disponíveis,
não quer dizer que não houve consumo, pois tendo um consumo de 45,23% e 32.27%
os pedidos são realizados conforme a respectivamente.
necessidade, dessa forma é possível que os
pilotos nas referidas cores mantiveram-se
armazenados no estoque do departamento.
Sabe-se que um piloto simples pesa em torno Considerando as informações obtidas nos
de 20 gramas (PILOT, 2016), ou seja, em relatórios anuais, foi possível identificar o
cinco anos, tal instituição gerou um volume de números de professores vinculados à
aproximadamente 1290 quilogramas de instituição por ano (Figura 8), com a finalidade
resíduos,o equivalente a 1,29 tonelada. de mensurar a quantidade média das canetas
utilizadas por professor no período de um ano
Dessa forma com o auxílio da tabela 1, na Além de quantificar a geração de resíduos, foi
qual encontra-se o quantitativo de pilotos realizado o levantamento dos custos
utilizado por anos, foi possível calcular o equivalentes a aquisição desse material, a
número de canetas consumidas por figura 9 apresenta os valores de compra por
professor em cada ano. Assim, um professor ano e por cor. A instituição obteve uma
nesta instituição usa em média 18 pilotos por despesa de 65.255,36 reais ao longo de cinco
ano. anos, o que equivale a 13.051,07 reais em
média, por ano.
CAPÍTULO 8
Segundo Kardec e Nascif (2013), para obter desempenho real de um equipamento por
um melhor resultado da TPM dentro de uma meio de alguns indicadores de desempenho.
organização, a mesma deve ser
Chiaradia (2004), ressalta que a perdas de
acompanhada pela ferramenta OEE (Overral
um processo produtivo é a principal
Equipment Effectivenses), que visa mensurar
característica do OEE. Proença e Tubino
a real eficiência de um processo.
(2010), afirmam que o OEE consiste em
monitorar e melhorar a eficácia nos processos
industriais.
3.3 OEE (OVERRAL EQUIPMENT
EFFECTIVENSES) Para Oliveira e Sangineto (2010), o cálculo do
OEE é realizado a partir de três parâmetros
Segundo Hansen (2006), o OEE é uma
que são eles: disponibilidade, performance e
ferramenta utilizada apenas na TPM (Total
qualidade.
Productive Maintenance), já nos anos 90 a
ferramenta passou a ser vista como uma Abaixo a Figura 4 representa os fatores que
ferramenta autônoma, utilizada para medir o formam o OEE e a seguir os cálculos dos
indicadores.
a) Paradas programadas: são as paradas que uma baixa pressão de vapor ou até mesmo a
são programadas pela empresa; quebra de uma centrífuga de separação;
b) Perdas por paradas: são perdas que são d) Perdas por qualidade: é todo aquele tempo
creditas as falhas de manutenção, podendo para reprocessar algum produto fora do
ser elas elétrica, mecânica ou de padrão de especificação.
instrumentação;
c) Perdas por performance: são perdas que
por algum motivo foi obrigado a redução da 4.4 ÍNDICES DE PERFORMANCE
vazão de produção, podendo ser essa
A Figura 8 apresenta os índices de
redução causada por vários fatores exemplo
performance OEE.
TURNO A B C
TURNO A B C
TURNO A B C
A figura acima elenca algumas falhas que a redução de vazão do processo produtivo.
podem ocorrer no processo ocasionando uma
8. PERDAS POR QUALIDADE
perda de performance. A perda de
performance ficou definida pela empresa A Figura 12 identifica alguns itens que são
com: qualquer perda que possa ocasionar considerados como perdas por qualidade.
O gráfico 3 justifica o que foi representado no janeiro a parada programada foi de 66% e em
gráfico 2, onde no mês de agosto o indicador fevereiro a para por manutenção foi de 51%,
performance foi de apenas 23% levando o com isso reduzindo a eficiência para 1% e
índice OEE para 11%, já nos meses setembro 11% concomitantemente.
e outubro os índices OEE foi de 70% e 71%
O Gráfico 4 nós traz os percentuais de
respectivamente.
desvios que foram observados no processo
Nos meses de janeiro e fevereiro a queda do que impactaram no índice OEE.
índice se deu pelo fato de que no mês de
CAPÍTULO 9
Muitos hospitais que já aplicaram o Lean Lean Manufacturing foi a saída para que o
Healthcare em diversos países. Como hospital se reerguesse e revertesse a situação
exemplo de aplicação, Womack (2005) negativa na qual se encontrava. A Tabela 1
apresenta o caso no Virginia Mason Medical mostra os resultados alcançados pelo hospital
Center (EUA), hospital que passava por uma ao aplicar os conceitos do Lean Healthcare.
fase crítica financeira e o uso adaptado do
Outro caso, apresentado por Morilhas (2013), identificação de valor sob a ótica do usuário.
é o hospital ThedaCare, também nos EUA, Neste hospital, os ganhos foram: a queda do
que apresentou, entre outras melhorias, a número de dias em que um paciente
diminuição do número de mortalidade dos permanecia no hospital, de 6,3 para 4,9 dias;
pacientes. Os gestores comentaram que os queda do custo de cirurgia coronária em 22%;
resultados foram provenientes de um conjunto redução do tempo de espera para cirurgias
de atitudes dos médicos que foram ortopédicas de 14 semanas para 31 horas; e
examinados e melhorados, a partir da economia de cerca de US$27 milhões.
De acordo com Costa (2013), o hospital de setup de 1,5 hora para 0,5 hora, aumento
exemplo para Lean Healthcare no Brasil é o de 33% da produtividade, e economia de,
hospital São Camilo – Pompeia, em São Paulo. aproximadamente, R$ 8 milhões. Resultados
O projeto teve início a partir de uma parceria como esses, fizeram com que o hospital
com a empresa Johnson & Johnson, em 2007, adotasse o sistema de melhoria constante,
e o início das atividades em fevereiro de 2008. disseminando a cultura Lean em todos os
Em 2010, a gestão já havia implantado a setores do hospital.
metodologia Lean em 6 processos com 63
projetos no total. O critério de escolha dos
processos foi baseado no tempo takt e nível 2.3. TAKT TIME E TEMPO DE CICLO
de ociosidade, com o projeto piloto aplicado
O takt time é uma métrica que estabelece o
em uma sala de cirurgia com uso dos kaizens
ritmo em que um produto deve ser realizado.
de processos, a implementação takt time, a
Dennis (2008), define o tempo takt de um
redução tempo de setup e o kanban para
período conforme a Equação 1.
diferentes tipos de suprimentos. Os resultados
para o projeto piloto foram: redução do tempo
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝑇𝑎𝑘𝑡𝑇𝑖𝑚𝑒 =
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
(1)
Onde:
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 = 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 − 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 (2)
𝑇𝑎𝑘𝑡 𝑇𝑖𝑚𝑒
𝜀=
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜
(4)
Ainda de acordo com Abdelhadi (2015), a por último, se é uma linha de produção
comparação dos tempos também pode incapaz de atender a demanda, tendo, como
sugerir se a atividade realizada está resultado, a saída de produtos de baixa
acontecendo da maneira adequada; se a qualidade. A comparação citada acima é
linha de produção está sendo subutilizada; e, resumida pela Figura 1:
Figura 1 - Comparação entre tempo de ciclo e takt time relacionando-os à situação do processo
1960 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 =
1587 𝑝𝑎𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
= 1,24 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠/𝑝𝑎𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 (5)
O resultado mostra que tempo de ciclo é 2,64 A Figura 3 apresenta a comparação entre os
vezes maior do que o takt time. Em outras tempos de ciclo e o takt time para cada mês
palavras, no mês de maio o cliente teve que de análise, além disso, é perceptível a
esperar 0,77 horas a mais para ser atendido diferença entre esses tempos, o que confirma
no pronto atendimento, e que, portanto, a ineficiência do pronto atendimento do
ressalta a deficiência do processo. hospital em análise.
Figura 3 - Comparação entre o tempo de ciclo e o takt time do pronto atendimento dos meses
analisados
Tabela 3 - Média dos dados obtidos e resultados encontrados para os quatro meses de análise
Tempo Tempo
Número total de pacientes Tempo total Eficiência
de ciclo takt
1665 1555 0,95 0,46 208,7%
Fonte: Autoria própria
Após os cálculos realizados, a última etapa equipe era formada por 3 médicos clínicos
desta pesquisa foi identificar as fontes de gerais, 3 enfermeiras, 3 técnicas de
desperdícios dos processos do pronto enfermagem e 2 atendentes administrativas
atendimento. Para isso, formou-se uma equipe (recepcionistas), além dos pesquisadores.
de trabalho com o objetivo de identificar Assim foi possível identificar as fontes de
essas perdas e, a partir da experiência e desperdícios e, consequentemente, as
conhecimento do processo, levantar as sugestões de melhorias, feitas pela equipe de
atividades de não agregação de valor. A trabalho, de acordo com o Quadro 2.
CAPÍTULO 10
1. INTRODUÇÃO 2. METODOLOGIA
Diante das constantes mudanças que há em Para a produção deste estudo, a metodologia
todo o mundo quando se trata de tecnologia e de pesquisa base é a qualitativa, onde
informação, uma organização que se mantém buscou-se analisar a aplicação de
constantemente atualizada e integrada dos ferramentas eletrônicas e digitais, objetivando
novos conceitos e tendências é aquela que se a realização das tarefas envolvidas ao
mantém por mais tempo no mercado ou que processo de gestão de documentos no
adquire a habilidade de conquistar ainda mais âmbito administrativo das micro e pequenas
parcelas do mercado no qual está inserida. empresas. Sendo assim, determinado para a
percepção das informações, foi realizada uma
Este estudo de avaliação de intervenção visa
entrevista com cada equipe e colaborados
apresentar os resultados obtidos com a
envolvidos na atividade de gestão
gestão tecnológica dentro de um grupo de
documental, além da observação participante
micro e pequenas empresas, no que tange a
de todo o processo e subprocessos
gestão de documentos, de diversos assuntos,
envolvidos no setor administrativo de três
visto que as mesmas possuíam entre si
micro e pequenas empresas de ramos
deficiências semelhantes para manipular
distintos, localizadas no norte de Minas
esses documentos e informações dentro de
Gerais.
suas unidades administrativas.
A escolha da entrevista como método de
O perfil dos micro e pequenos empresários
coleta de informações do meio estudado,
brasileiros é, em sua maioria, homens (61%),
deve-se ao fato de muitas vezes os dados
com idade entre 35 e 54 anos (54%), com
relevantes para a pesquisa não estarem
ensino médio completo (39,7%), possuindo
registrados em documentos físicos ou digitais,
entre 1 e 4 funcionários (66%), sendo cerca
obtendo-os somente verbalmente a partir dos
de 89% dos empregados são registrados.
colaboradores envolvidos no processo que
Presentes no mercado há mais de 9 anos
obtiveram o conhecimento dessas
(87%), a dificuldade de conquistar e manter
informações através do contato direto com o
clientes é presente em 15% dos casos. (CDL;
processo ou atividade. Além de ser "muitas
SPC Brasil, 2015).
vezes superior a outros sistemas de obtenção
Para o estudo aqui realizado, levaram-se em de dados", conforme afirma Best (1972 apud
consideração as informações presentes em LAKATOS e MARCONI, 2010).
três micro e pequenas empresas da região
De acordo com Sampieri et al (2003 apud
norte de Minas Gerais. Atuantes em diferentes
LAKATOS e MARCONI, 2011), a entrevista
setores, porém com um fator em comum: a
qualitativa pode ser traduzida como um
deficiência na gestão documental e
diálogo entre duas ou mais pessoas, sendo
precariedade da gestão de tecnologia e
um o entrevistador e os demais, entrevistados.
comunicação.
Com o objetivo de obter respostas para as
Apesar das empresas serem de diferentes
questões levantadas para a realização do
ramos de atuação dentre outras
estudo, segundo Lakatos e Marconi (2011),
características incomuns, possuíam um fator
durante o diálogo entre o entrevistador e o
dificultador em comum quando se tratava da
entrevistado, pode-se utilizar de diversos
administração de seus documentos e
meios para a obtenção de informações, como
manipulação das informações dentro da
por exemplo, anotações, computadores,
instituição, por não possuírem ou possuírem
celulares e fotografias, porém as informações
de forma deficiente uma metodologia para a
sempre são fornecidas verbalmente pelo
gestão desses documentos, que por sua vez
entrevistado ao entrevistador. Ainda que o
causava transtornos e atrasos em tramitações
entrevistado não tenha fornecido a informação
com clientes, fornecedores e com os próprios
que o entrevistador necessita, não deve haver
colaboradores das instituições.
tensão, tendenciosidades e perturbações na
Portanto este trabalho descreve a busca pela conversa, buscando sempre o entrevistador
melhoria das metodologias de gestão de manter a calma, espontaneidade e
documentos e informações dentro das MPEs, aprofundamento do diálogo.
aplicando ferramentas simples, intuitivas e de
Para Lakatos e Marconi (2011), a observação
baixo custo de implantação e manutenção.
qualitativa, também conhecida como
observação de campo, objetiva a exploração
de um ambiente e suas diferentes atividades
CAPÍTULO 11
lacticínios e outra de gelo para abastecimento margem esquerda do rio Amazonas, na região
local. da localidade de Novo Remanso, no
município de Itacoatiara, no estado do
O Terminal Portuário Novo Remanso (TPNR) é
Amazonas (Figura1).
um empreendimento que se situará na
Por meio das entrevistas constatou-se que a responsável pela construção fez divulgação
empresa durante o processo de EIA-RIMA no distrito esclarecendo informações sobre
havia divulgado para a população todas as como a implantação desse terminal portuário
etapas e que as mesmas estavam cientes do iria atingir o distrito, por meio de oficinas e
que seria desenvolvido pela empresa, da audiências públicas.
estrutura a ser instalada e das futuras
Nas visitas de Janeiro, observou-se que novas
oportunidades que poderiam surgir. No
estruturas haviam surgido, tais como uma um
entanto, ainda não haviam surgido novos
mercantil (Figura 03) e drogaria (Figura 04),
postos de trabalho ou empreendimentos
estas estruturas geraram além dos empregos
identificados pelos mesmos. Como benefício
familiares aproximadamente 04 novos postos
gerado pelo empreendimento, alguns citaram
de trabalho. Inicialmente, os empreendedores
o consumo em supermercados do distrito de
afirmaram que o TPNR não foi diretamente
Novo Remanso para produzir refeições para
responsável pela abertura do negócio, mas
os operários e engenheiros.
que tem a expectativa de que os novos
De um modo geral todos relataram que já postos de trabalho possam trazer procura por
sabiam sobre a futura construção do porto, e seus produtos.
que os representantes da empresa
Nas visitas de Abril, identificou-se a abertura entanto, afirmou que alguns funcionários do
do primeiro restaurante da cidade (Figura 05), terminal portuário frequentam seu
atendendo diariamente para almoço e janta. estabelecimento quando em visita a sede do
As proprietárias ao serem questionadas sobre município, registrando a presença de um
a influência do porto na decisão de iniciar o engenheiro durante a entrevista. Outro
empreendimento, as mesmas falaram que não empreendimento que já se encontra em
havia sido um fator decisivo, pois o TPNR andamento é a construção de um posto de
localiza-se fora da área urbana e possuem combustíveis (Figura 06) e que deverá gerar
uma cantina interna o que traz mais em torno de 10 postos de trabalho para a Vila
movimento para os supermercados. No de Novo Remanso.
técnicos que estão planejando o início da Remanso. Espera-se que até a conclusão da
construção, e a capacitação da população obra estas mudanças tornem-se perceptíveis
local com associação do SENAI, constata-se a população, gerando o efeito esperado no
que há um movimento muito pequeno que não comércio e na geração de empregos.
gera impacto significativo na economia local.
As primeiras contratações e prestação de
serviços já podem ser identificadas e espera- 6. AGRADECIMENTOS
se que
Agradecendo pelo apoio financeiro da
Desta forma, podemos concluir que este Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
processo ocorrerá de maneira lenta e em do Amazonas (FAPEAM), pela realização
fluxos, de acordo com a demanda da desse projeto junto ao Programa Institucional
empresa. A população poderá beneficiar-se, de Bolsas de Iniciação Científica e
mas no curto prazo estes reflexos ainda não Tecnológicas (PIBIC – PAIC).
são suficientes para impulsionar o
desenvolvimento econômico da Vila de Novo
[7] DE Oliveira, Gilson Batista; DE Souza [16] RIMA- TPNR. Relatório de Impacto
Lima, José Edmilson. Elementos endógenos do Ambiental: Terminal Portuário do Novo Remanso.
desenvolvimento regional: considerações sobre o Dezembro de 2015. JGP Consultoria e
papel da sociedade local no processo de Participações.
desenvolvimento sustentável. Revista da FAE, v. 6,
[17] Rodrigues, Clarissa Guimarães; SIMÕES,
n. 2, 2017.
Rodrigo Ferreira. Aglomerados industriais e
[8] DE Araujo, Tânia Bacelar. Por Uma Política desenvolvimento socioeconômico: uma análise
Nacional De Desenvolvimento Regional. Revista multivariada para Minas Gerais. Ensaios FEE, v. 25,
Econômica Do Nordeste, Banco do Nordeste, n. 1, 2004.
Vol.30 n.2 abr -jun de 1999.
[18] Silva, Francisco Gomes da. Cronografia de
[9] EIA - Tpnr. Estudo de Impacto Ambiental Itacoatiara. Manaus, Papyros Ind. Gráf, 1997
do Terminal Portuário Novo Remanso. Volume III,
.
CAPÍTULO 12
níveis de ruído presentes na biblioteca, além medições feitas nos turnos de manhã e da
do cumprimento aos valores estabelecidos tarde, além dos pisos superior e inferior. No
pela NR-15 para o turno de 8 horas. mais, também buscou-se verificar se há
diferenças estatisticamente significativa entre
2) Análise estatística inferencial sobre os
os diferentes locais de coleta. Para a
dados:
realização dessas análises, adotaram-se
Os dados mensurados quanto a nível de testes não paramétricos de acordo com eixo
pressão sonora foram confrontados, de comparação dos dados, conforme pode
buscando verificar se há diferenças ser observado no Quadro 1.
estatisticamente significativa entre as
Quadro 1 – Questionamentos, eixos comparativos e tipo de teste estatístico utilizado
Perguntas a nível geral Eixo de comparação Tipo(s) de teste
Há diferenças entre os turnos? Comparação de dois Mann-Whitney Mediana
grupos
Há diferenças entre os locais de coleta? Comparação de quatro Kruskal-Wallis
grupos
Há diferença entre o piso superior e Comparação de dois Mann-Whitney Mediana
inferior? grupos
Tabela 1 - Níveis de Pressão Sonora (em dB) coletados no Espaço de Leitura Individual 1 (Piso
Inferior)
Turno PI01 PI02 PI03 PI04 PI05 PI06 PI07 PI08 PI09 PI10 PI11 PI12 PI13 PI14 PI15 PI16 PI17
Manhã 76,1 77,7 73,1 71,3 74,8 79,5 72,6 69,7 71,3 73,3 71,0 71,6 70,8 70,7 69,2 73,6 71,2
Tarde 73,3 72,2 67,9 79,1 67,9 73,3 72,9 73,9 75,8 70,9 70,7 71,6 70,1 73,2 75,5 72,6 72,1
PI18 PI19 PI20 PI21 PI22 PI23 PI24 PI25 PI26 PI27 PI20 PI29 PI30 PI31 PI32 PI33 PI34
Manhã 69,7 71,2 74,1 72,3 70,1 74,4 79,1 73,1 75,5 71,9 67,1 69,2 72,1 70,3 72,6 69,9 67,6
Tarde 74,2 70,3 76,0 70,3 73,4 79,1 75,0 73,3 71,0 73,5 73,5 71,2 73,3 75,1 72,4 71,3 69,1
Tabela 2 - Níveis de Pressão Sonora (em dB) coletados no Espaço de Leitura Individual 2 (Piso
Inferior)
Turno PI35 PI36 PI37 PI38 PI39 PI40 PI41 PI42 PI43 PI44 PI45 PI46 PI47 PI48 PI49 PI50 PI51
Manhã 70,9 73,1 79,1 70,4 74,2 70,8 71,6 72,6 69,2 71,3 75,1 76,3 73,7 72,6 72,9 69,1 71,9
Tarde 69,2 70,3 72,6 76,0 75,2 76,1 72,9 71,6 73,3 69,1 73,3 74,4 75,3 76,1 70,8 70,7 70,1
PI52 PI53 PI54 PI55 PI56 PI57 PI58 PI59 PI60 PI61 PI62 PI63 PI64 PI65 PI66 PI67 PI68
Manhã 67,7 73,0 70,1 73,0 74,6 69,1 70,7 70,3 69,3 70,3 69,7 79,5 74,4 77,7 70,7 67,8 67,3
Tarde 73,8 71,8 72,0 69,1 71,9 72,6 71,3 73,2 79,1 73,3 74,8 69,7 79,5 73,2 71,3 72,6 76,0
PI69 PI70 PI71 PI72 PI73 PI74
Manhã 74,4 79,1 71,3 75,5 73,3 72,3
Tarde 72,3 72,0 71,3 72,6 73,6 70,8
A média dos níveis de pressão sonora estar entre 35-45dB(A). Logo, constata-se que
correspondentes aos pontos de medição no os níveis de ruído ultrapassam os valores
Espaço de Leitura Individual 1 apresentados estabelecidos pela norma. O mesmo
na Tabela 1, foi igual a 72,3 dB(A) no período acontece com os dados coletados no Espaço
da manhã, e 72,8dB(A) no período da tarde. de Leitura Individual 2, da Tabela 2, a média
De acordo com NBR-10.152 (1987), os dos valores foi igual a 72,4dB(A) no período
valores aceitáveis de níveis de pressão da manhã, e 72,9 dB(A) no período da tarde.
sonora para este tipo de ambiente devem Mais uma vez, constata-se que os níveis ruído
presentes no recinto não estão dentro do sonora coletados estão dispostos nas Tabelas
limite tolerável estabelecido pela norma. 3 e 4.
Para os Espaços de Leitura em Grupo do Piso
Superior da BCCB, os níveis de pressão
Tabela 3 - Níveis de Pressão Sonora (em dB) coletados no Espaço de Leitura em Grupo 1 (Piso
Superior)
Turno PS01 PS02 PS03 PS04 PS05 PS06 PS07 PS08 PS09 PS10 PS11 PS12
Manhã 73,0 77,6 76,3 75,4 76,3 79,5 76,8 72,6 77,1 77,0 77,0 72,6
Tarde 76,3 76,7 75,1 78,3 73,9 76,8 77,1 77,5 73,9 77,8 76,0 75,5
PS13 PS14 PS15 PS16 PS17 PS18 PS19 PS20 PS21 PS23 PS23
Manhã 78,1 79,9 74,5 75,5 76,0 76,4 72,1 83,2 77,3 90,1 77,0
Tarde 75,2 77,0 79,2 74,9 73,8 72,4 76,2 79,4 74,1 75,5 73,2
Tabela 4 - Níveis de Pressão Sonora (em dB) coletados no Espaço de Leitura em Grupo 2 (Piso
Superior)
Turno PS23 PS24 PS25 PS26 PS27 PS28 PS29 PS30 PS31 PS32 PS33 PS34
Manhã 79,5 74,9 78,5 75,5 73,8 76,3 75,4 74,6 76,0 77,1 76,4 73,9
Tarde 78,1 77,3 74,9 75,3 73,9 74,5 76,3 76,4 76,0 74,8 72,3 75,5
Diante dos resultados do Quadro 3, constata- valores estabelecidos pela NR-15 para o turno
se que conforme se modifica os locais de de 8 horas, porém ainda não satisfazem aos
coleta de dados e o piso, há diferença nos valores elencados pela NBR-10152.
níveis de ruído. Sendo assim, o ruído no piso
Por conseguinte, fez-se a análise inferencial
superior é diferente do ruído no piso inferior,
na qual constatou-se que há diferenças
tal como, o ruído no espaço de leitura
estatisticamente significativas entre os
individual é diferente do ruído no espaço de
diferentes locais de coleta e os diferentes
leitura em grupo, por exemplo. Por outro lado,
pisos o que revela que conforme altera-se o
não se verificou uma diferença
ambiente de estudo, os níveis de ruído sofrem
estatisticamente significativa entre os turnos,
modificações. Não obstante, revelou-se que
ou seja, o nível de ruído pela manhã é
não há diferenças estatísticas entre os turnos
semelhante ao nível de ruído encontrado a
estudados, acarretando a conclusão que não
tarde.
importa o período temporal que o indivíduo
está na biblioteca, pois os níveis de ruído
tendem a se manter semelhante.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das observações in loco durante a
Este artigo teve como objetivo central, a
coleta de dados, percebeu-se que as fontes
verificação dos Níveis de Pressão Sonora
de ruído que provocaram o desconforto
(NPS) existentes na biblioteca de uma
acústico não são oriundas de uma fonte
Instituição de Ensino Superior. Inicialmente,
exterior a biblioteca, corredores e repartições
constatou-se, a partir de comparação dos
próximas, mas sim originada no interior deste
valores de NPS encontrados com os
recinto, provocadas por aqueles que estão
estipulados pela Norma NBR-10152, que
inseridos neste ambiente de trabalho, além do
estes dados estão acima dos valores
ruído de fundo constante ocasionado pelo
aceitáveis, configurando assim o ambiente
sistema de ventilação.
deste recinto como barulhento e ruidoso.
Posteriormente, a partir de dosimetria Logo, o tratamento acústico deve, então, ser
realizada nos usuários, verificou-se que os priorizado, visto que as atividades
valores encontrados estão de acordo com os desenvolvidas neste tipo de ambiente
requerem alto grau de concentração, ficando Mudança das acomodações dos usuários,
evidente que nesta Biblioteca isso não bem como cadeiras, pois estas são fontes
acontece de forma facilitada. consideráveis de ruído quando deslocadas
pelos usuários;
A partir dos resultados obtidos e com base
nas leituras em artigos, periódicos e teses, Aplicar as determinações da NBR 10152:
faz-se necessário sugerir alterações no Níveis de ruído para o Conforto Acústico, que
ambiente da Biblioteca Central da UFPI, a fim recomenda que os níveis máximos de ruído,
de torná-lo mais confortável acusticamente especificamente em bibliotecas, devem estar
aos seus usuários. Para isso, são sugeridas situados entre 35 a 45 dB;
as alternativas a seguir:
Por fim, tendo em vista que a biblioteca da
Manutenção ou troca do sistema de Instituição de Ensino Superior é extremamente
ventilação atual da biblioteca; importante no contexto da universidade, faz-
se a utilização de meios para garantir
Campanhas que visem conscientizar os
melhores condições de conforto acústico para
usuários sobre a necessidade de silêncio
a comunidade acadêmica e seus usuários.
neste recinto;
[7] Falzon, Pierre. Manual de Ergonomia. [14] Teles, R. M.; Medeiros, M. P. H. Perfil
Madrid: Modus Laborandi, 2009. 712p. audiométrico de trabalhadores do distrito industrial
de Maracanaú - CE. Revista da Sociedade
[8] Fidelis, N.V.W; Fernandes, C. A. F. Análise Brasileira de Fonoaudiologia, Fortaleza, vol.12, n.3,
Ergonômica do Trabalho de um Operador de Torno p.233-239, 2007.
Mecânico em uma Universidade do Paraná. In:
Encontro Nacional de Engenharia de Produção, [15] Wachowicz, M. C. Ergonomia. Curitiba:
25., 2015, Fortaleza. Anais... Fortaleza, 2015. Rede e-Tec Brasil, 2013. 176p.
ANEXO 1
ANEXO 2
Delimitação e pontos definidos para medição pontual no Espaço de Leitura Individual 2
ANEXO 3
ANEXO 4
ANEXO 5
Pontos de localização dos usuários na planta baixa do piso inferior no fase de dosimetria
ANEXO 6
Pontos de localização dos usuários na planta baixa do piso superior na fase de dosimetria
CAPÍTULO 13
Resumo: Atualmente várias empresas já entendem que seus recursos humanos são
tão importantes quanto os materiais e financeiros. A negligência com a saúde de
funcionários pode pôr em risco os objetivos organizacionais. Desta forma, ela deve
ter especial atenção. Este estudo tem como objetivo realizar uma avaliação
ergonômica em postos de trabalhos de uma indústria de confecções localizada na
cidade de Mossoró-RN utilizando os métodos OWAS e RULA. Para tanto, realizou-
se levantamento bibliográfico sobre o tema, agendou-se visitas técnicas à empresa
e reunião com representante da mesma, além de coletarem-se informações para
análises. Optou-se por trabalhar com dois postos de trabalho: I - Produção e
costuraria; II - Corte de tecidos. Por suas características, o trabalho classifica-se
como qualitativo, exploratório, aplicado com estudo de caso. Utilizou-se o software
Ergolândia, versão 5.0, para a tabulação dos dados. Os resultados apontaram que
o posto de trabalho I apresentou grau 2 de criticidade, ou seja, recomendam-se
ações de correção das condições atuais de trabalho a médio prazo. Já o posto de
trabalho II apresentou grau 3, indicando condições laborais mais severas. Isto
implica em ações corretivas mais urgentes. Por fim, elaborou-se um plano de ações
como forma de minimizar a realidade encontrada.
Para que a análise fosse mensurada precisou- resultados que apontavam “postura normal,
se estabelecer critérios e limites para sua sem desconforto e sem efeito à saúde” e na
quantificação. Iida (1990) explica que foi outra “postura ruim, desconforto com risco de
desenvolvida uma escala, contendo quatro danos à saúde”. A Tabela 1 mostra os valores
prontos, em que os valores finais de cada correspondes aos intervalos de análise do
estudo deveriam ser alocados. A escala método OWAS.
possuía, em uma das extremidades,
empresariais. Logo após, teve-se acesso aos posições pré-definidas pelo programa com as
departamentos contidos na organização, bem observações feitas in loco, chegou-se aos
como o número e funcionários atuante em valores considerados neste estudo. Já para a
cada setor. A partir de então, escolheu-se os aferição de pesos utilizou-se uma balança
dois postos de trabalho, já mencionados simples, sem tara, pra o cálculo de peso
neste documento, como alvos do estudo. transportado em cada exercício.
Os últimos momentos foram de conversas Os dados foram tabelados no software Excel,
informais com os funcionários, com perguntas versão 2013, e posteriormente inseridos no
breves e abertas e levantamento de software Ergolândia 5.0, que realiza os cálculo
informações. A coleta de dados foi realizada necessários e oferece resultados em uma
através de observações, anotações e escala de criticidade que varia de acordo
registros fotográficos de dentro das com o método ergonômico selecionado.
instalações da empresa. O resultado e
aplicação destes registros podem ser
conferidos na Seção 4 deste trabalho. 4 APLICAÇÃO, RESULTADOS E
DISCUSSÕES
A seguir encontram-se expostas as
3.4.2 TABULAÇÃO DOS DADOS
aplicações e análises em cada posto de
Parte das informações consideradas foi trabalho analisado segundo os métodos
repassada pela própria gerência da empresa OWAS e RULA.
e anotadas pelos pesquisadores, como por
4.1 POSTO DE TRABALHO I
exemplo, o nome de cada setor, a quantidade
de funcionários e carga horária diária. O O primeiro posto de trabalho analisado foi o
registro fotográfico foi feito por câmera de produção e manufatura. Nesta função as
semiprofissional onde escolheu-se um ângulo colaboradoras exercem basicamente a
que retratasse com fidelidade a atividade atividade de costura de peças de roupas e
desempenhada por cada colaborador. Como tecidos de forma que cada uma é responsável
não fazia parte do intuito central, a identidade por uma parte isolada da peça e, no fim, há
dos personagens foi resguardada. uma junção dos componentes cujo resultado
(output) é o produto requerido. A Figura 5
Os valores de angulação de membros e
mostra algumas funcionárias em exercício em
coluna foram atribuídos seguindo-se a uma
seus postos de trabalho.
lógica visual proposta pelo software
Ergolândia (ver Figuras 1 e 2). Juntando-se as
De acordo com a dinâmica de trabalho Tabela 3. Ela mostra de forma sucinta todas
constatou-se que este posto apresenta as as informações relevantes e necessárias para
seguintes particularidades apresentadas na a alimentação do software Ergolândia.
Para esta situação foram extraídas as Ainda que não esteja exposto todo o tempo a
informações contidas na Tabela 4. Percebe-se essas condições, o trabalhador analisado
que representa uma situação mais severa que tende a sofrer maiores danos.
o posto de trabalho analisado anteriormente.
A Figura 7 mostra a interface dos dados Apesar de não desempenhar esta função em
inseridos no programa para este posto de toda jornada diária de trabalho, o funcionário
trabalho. Verifica-se uma categoria de ação apresentou nível 2 de criticidade. Entre outros
nível 2, ou seja, deve haver mudanças nas fatores que contribuíram para este resultado,
atuais condições de trabalho a médio prazo destaca-se o fato de o mesmo trabalhar em
sob pena de prejudicar a saúde do pé, com ambas as pernas esticadas, e,
trabalhador e comprometer seu rendimento sobretudo, manusear durante muito tempo um
funcional. objeto pesado (a máquina de corte tem peso
superior a 10 Kg).
O tempo dispendido para esta atividade, nas Quando analisado segundo os preceitos do
condições apontadas, não é fixo. A RULA, o trabalho de corte de matéria prima
porcentagem usada nesta análise foi recebeu os seguintes dados expressos na
calculada a partir de uma média de valores Figura 7 (b). A situação analisada apresentou
das amostras coletadas nos dias observados. uma pontuação igual a 6 e um nível de ação
Entretanto, o próprio funcionário alertou que Grau 3. Segundo McAtamney e Corlett (1993),
esse percentual varia de acordo com a valores entre 5 e 6, indicam que investigações
demanda existente, chegando a duplicar o e mudanças devem ocorrer brevemente. Ou
percentual observado em épocas de maiores seja, as condições de trabalho a que o
fluxos de trabalho, como também pode ser funcionário está exposto coloca-o em risco
menor que o registrado neste estudo. laboral, sendo, portanto, necessárias medidas
corretivas o quanto antes.
Apesar disto, entende-se que o resultado
proposto pelo programa é aceitável, uma vez
que não apontou medidas extremistas: nem
4.2 PLANO DE AÇÕES
nível 1 (postura de trabalho ideal), nem nível 4
(necessidade urgente de mudanças). Como Construiu-se um plano de ações, apresentado
as informações representaram um na Tabela 5, com medidas mitigadoras em
comportamento médio, esperava-se como relação à realidade encontrada. As
resposta a solicitação de acompanhamento e indicações visam amenizar as maiores
a realização paliativa de medidas a médio problemáticas ergonômicas aferidas pelo
prazo, afim de sanar ou minimizar as software Ergolândia como longos tempos em
preocupações posturais existentes. uma mesma posição, desconforto de mobília
e atividades em pé.
CAPÍTULO 14
ações futuras decorrentes de sua experiência condições reais e o resultado antecipado não
dentro e fora do trabalho, das alterações configura o resultado efetivo, logo a tarefa não
fisiológicas como envelhecimento e pode ser confundida com o trabalho. Quanto
adoecimento, devido ao ambiente a atividade de trabalho, Guérin et al. (2008) a
compartilhado com outros indivíduos, etc. posicionam como o elemento central que
Nessas condições, a organização real organiza e estrutura os componentes da
necessita constantemente se recompor, se situação de trabalho, é o modo de como os
reconstruir, apoiando-se em competências resultados são obtidos e os meios utilizados.
profissionais, tanto individuais quanto A compreensão dos determinantes
coletivas, que podem flutuar enormemente estabelecidos entre tarefa e atividade são
(GARRIGOU et.al, 2007). propostos, pelos autores supracitados, com
um modelo integrador da atividade de
A tarefa segundo Guérin et al. (2008) mantém
trabalho, sintetizado pelos elementos
uma estreita relação com o trabalho por meio
determinantes da atividade de trabalho: o
de suas condições e resultados. Mas essa
trabalhador, a empresa e os fatores que
relação é a do objetivo à realidade, cujas
contribuem para a organização desses dois
condições determinadas não são as
conjuntos (Figura 1).
Falzon (2007) define a regulação como um desenvolvida pelos indivíduos, para gerenciar
mecanismo de controle que confronta a as variações das condições externas e
produção desejada com os resultados de um internas da atividade e para levar em conta os
processo e os ajusta em relação à diferença efeitos da atividade. Assim sendo, a atividade
constatada. O mesmo autor situa que o produz efeitos relativos à tarefa (incidem
conceito de regulação é utilizado em sobre o desempenho em quantidade,
ergonomia de acordo com o objeto em que a qualidade, estabilidade, etc.) e relativos ao
regulação incide, ou seja, sobre o sistema trabalhador que repercutem na saúde,
(trabalhador como supervisor, comparador e acidentes de trabalho e nas suas
regulador de um processo) ou da própria competências (FALZON, 2007).
atividade humana (trabalhador regula sua
atividade a fim de evitar repercussões
negativas em si mesmo, atingir os objetivos 3. METODOLOGIA
da tarefa, ou aprender). De acordo com
A AET procura captar o fazer do trabalhador
Terssac e Maggi (2004), os resultados ou a
nas circunstâncias e condições em uma
eficiência do sistema só são obtidos devido à
situação real no trabalho. A metodologia faz
capacidade de regulação da atividade
com que a pesquisa seja flexível,
dependendo do dia a dia nos postos de Neste contexto, uma ação ergonômica
trabalho e fazendo com que as hipóteses abrange desde a análise da demanda até o
iniciais sejam quebradas ao longo do diagnóstico e recomendações, conforme
processo investigativo. ilustrado na Figura 2 (GUÉRIN et al., 2008).
Fonte: Autores
Fonte: Autores
Fonte: Autores
(continuação...)
Fonte: Autores
Entre os materiais citados o que mais gera Trabalho de solo - o paciente não fica
estabilidade ao paciente é a sela clássica montado no cavalo. Esse método em relação
rural pelo maior tamanho do colo e por aos esforços biomecânicos exigidos ao
apresentar estribos que dão sustentação, equoterapeuta é um dos que menos exigem,
depois a sela clássica de hipismo que pelo fato da interação terapeuta com o
também apresenta estribos, porém, com um paciente não necessitar de contato de apoio e
colo menor e por fim as mantas com alça e o paciente é estimulado a interagir com o
com selote que apresentam funções similares, cavalo, o conduzindo e sendo guia, além de
enquanto a manta sem alça gera uma maior outras dinâmicas de estímulo. O
instabilidade, pois o paciente não tem onde equoterapeuta e paciente com um cabresto
se segurar. longo ficam localizados no centro de um
círculo e o cavalo fica circulando por ambos
através de estímulos. Isso é possível com
4.3 TRATAMENTOS TERAPÊUTICOS VERSUS pacientes que apresentam uma autonomia e a
CONSTRANGIMENTOS BIOMECÂNICOS finalidade é aumentar as percepções e
coordenação motora do paciente (Figura 8).
Dentro do tratamento da equoterapia existem
diferentes formas de terapia por meio da
utilização do cavalo.
Fonte: Autores
Fonte: Autores
Por fim, o atendimento duplo, na qual o carga da força para contenção do paciente é
paciente necessita de duas pessoas, uma em dividida entre ambos. A Figura 10 ilustra as
cada lado do cavalo, o que geram técnicas supramencionadas.
desconfortos parecidos ao anterior, porém a
Fonte: Autores
pessoa que vai do lado externo da curva estabelecidos entre tarefa e atividade e os
acaba sendo afastada do corpo do cavalo fatores que contribuem para a organização do
pelo próprio animal. Observou-se com o novo trabalho. Constatou-se constrangimentos
equipamento a evolução do paciente em físicos dos equoteapeutas no decorrer das
relação a postura, conseguindo atingir por observações sistemáticas e as ações de
algum tempo a postura ereta. regulação para o cumprimento dos objetivos.
Observou-se, por meio da análise da
Na quarta tentativa, a sela foi adaptada,
atividade, como o mecanismo de regulação
fazendo com que o estribo alcançasse o pé
foi utilizado pela equoterapeuta no caso da
do paciente, com o cavalo de estatura menor.
alternância da Montaria em que buscou-se
Com a sela maior que se mostrou mais
alternativas para a mudança do modo
apropriada para o quadril do paciente, com o
operatório, procurando a compreensão de
estribo da sela na altura do pé, conseguiu-se
quais fatores geravam desconforto e quais
atingir os objetivos que a equoterapeuta
ações de melhorias e adaptações nos
buscava que era a resposta aos estímulos
recursos, tanto de equipamentos quanto
terapêuticos e minimização dos
terapêuticos, poderiam contribuir na melhoria
constrangimentos musculares.
da atividade e na sua continuidade.
Mecanismos que Terssac e Maggi (2004)
citam que só são obtidos devido à
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
capacidade de regulação da atividade
O trabalho em um Centro de Equoterapia desenvolvida pelos indivíduos, para gerenciar
apresenta uma demanda elevada de as variabilidades da atividade e para levar em
desconfortos e constrangimentos físicos aos conta os efeitos da atividade. O olhar sob a
equoterapeutas. Por meio da AET, ainda em atividade propicia o conhecimento sobre o
condução, conforme salientado nesse artigo, trabalho e viabiliza soluções na obtenção de
discutiu-se aspectos determinantes uma melhor qualidade de vida laboral.
REFERÊNCIAS
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Ergonomia. O que é Ergonomia. Rio de Janeiro, ergonomia à prevenção dos riscos profissionais. In:
2016. Disponível em: Falzon, Pierre (Editor). Ergonomia. São Paulo:
http://www.abergo.org.br/internas.php?pg= Edgard Blucher, 2007, p. 423-439.
o_que_e_ergonomia. Acesso em: mai. 2016.
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2009.
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Porto Alegre: UFRGS, 2004. Dissertação (Mestrado
[8] Kelpam Couros. Selas. Disponível
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<http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/2/browse?
value=Chiaramonte%2C+Lu%C3% ADs+Cl %C3% [9] Terssac, G. e Maggi, B. O trabalho e a
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[4] Falzon, P. Natureza, objetivos e
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conhecimentos da ergonomia – Elementos de uma
análise cognitiva da prática. In: Falzon, Pierre
(Editor). Ergonomia. São Paulo: Edgard Blucher,
2007, p. 3-19.
CAPÍTULO 15
Fonte: Própria
Na Tabela 2 apresenta-se a análise da para o desembarque, passando pela sua
função de cada trabalhador desde o controle carga de trabalho no desempenho daquela
da quantidade de carne que chega no local função, chegando na remuneração.
Fonte: Própria
Na quadro 2 apresentam-se as normas de função tempo esse entre uma descarga de
produção e sistema de qualidade, como que uma peça e outra e o tempo de seu
são feitas as exigências e a descrição do descanso, tendo em vista que as peças são
tempo do trabalhador no desempenho de sua pesadas e requer agilidade.
Fonte: Própria
A quadro 3 mostra as condições ambientais funcionários, consequentemente
apresentadas no posto de trabalho, visando proporcionando-lhes um maior conforto e
uma melhor condição de trabalho para seus melhor desempenho de suas funções.
Fonte: Própria
Fonte: Própria
A figura 06 pode-se constatar que a categoria mundo, sendo importante, mais um estudo em
2 e 3 se prevalecem sendo a força e tensão âmbito nacional e internacional, neste quesito.
segundo analise da metodologia Winwovas
uma categoria que merece atenção e
vislumbra a aplicação de metodologias como 5. CONCLUSÃO
ginástica laboral.
Durante a jornada de trabalho no setor de
O empregado continua com movimentos, desembarque, o trabalhador é orientado
também se enquadra na categoria 3 e pode quanto à sua educação postural como forma
exigem a visão de precauções do trabalho de prevenção a futuras lesões, evitando assim
conforme na figura. Corroborando ainda fadigas musculares e, consequentemente,
estudos realizados no Brasil e mundo, e com desempenhando melhor suas funções dentro
a relevância do trabalho Análise ergonômica da empresa.
do trabalho,em conjunto com a metodologia
Como forma de solucionar alguns problemas
OWAS, que determina a ginástica laboral e
nesse setor foram recomendados algumas
outras avaliações técnicas como variações no
soluções: o levantamento deve possibilitar a
trabalho.
escolha da postura; deve-se manter a coluna
A relevância do estudo, então não fica reta e usar a musculatura das pernas durante
somente na analise, mas também nas o levantamento; a frequência dos
proposições de melhorias, onde o ambiente e levantamentos não deve ser muito intenso; a
o labor do trabalho em frigoríficos, serve de duração do levantamento deve ser no máximo
arcabouço para a analise de vários autores no uma hora, e deve ter períodos de pausas.
[5] Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. [14] Iida, I. Ergonomia: projeto e produção.
Nota técnica – medidas para controle de riscos 2.ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2005.
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processamento de carnes. Brasília, 2004.
working postures in industry: a practical method for
[6] Defani, J.C. Avaliação do perfil analysis. Applied Ergonomics, V.8, n.4, p. 199-201,
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frigoríficos e abatedouros: o caso da Perdigão – improvement of work postures in the building
Carambel.. Dissertação (Mestrado em Engenharia industry: application on the computerized OWAS
de Produção) – Universidade Técnica Federal do method. Applied Ergonomics, 22 (1), p. 43 –48,
Paraná, Ponta Grossa, PR, 2007. 1991.
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edição 1º ano 2002. mar. 2009.
[8] Delwing. E.B. Análise das condições de [18] Matos, C.H.; Proença, R.P.C. Condições
trabalho em uma empresa do setor frigorífico a de trabalho e estado nutricional de operadores do
partir de um enfoque macroergonômico.. 132 f. setor de alimentação coletiva: um estudo de caso.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Revista Nutrição, v. 16, p. 493-502, 2003.
Produção) – Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Porto Alegre, RS, 2007.
[9] Evangelista, Wemerton Luís, D.Sc.,
Universidade Federal de Viçosa, agosto de 2011.
[19] Oliveira, C. R. de e col. Manual Prático da Maria Teresa Corrêa de Oliveira, Fábio Alher. 2. ed.
LER. Belo Horizonte: Livraria e Editora Health, São Paulo: Atlas, 2002.
1998.
[23] Szelwar, L.I.; Lancman,S.; Johlben, W.M.;
[20] Ribeiro, S. B., Souto, M. do S. M. L.; Araujo Alvarinho, E.; Santos, M. Análise do trabalho e
Junior, I. C. Análise dos riscos ergonômicos da serviço de limpeza hospitalar: contribuições da
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através do software Winowas. In: Enegep, 24, Produção.; 14:45-57, 2004.
2004, Florianópolis. CD ROM. Florianópolis: UFSC,
[24] Xavier, Dr. Antonio Augusto de Paula.
2004.
Apostila: Ergonomia. Curso de Especialização em
[21] Silva, M.C. Meio ambiente como fator
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limitante no desempenho do trabalho e segurança
2013.
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1995. [26] YIN, Robert K. .Case study
research.Design and methods. London: Sage
[22] Slack, Nigel; chambers, Stuart; Johnston,
Publications, 1989
Robert. Administração da Produção. Tradução de
CAPÍTULO 16
manter seus colaboradores, pois são eles que dão vida aos projetos e planos
traçados. Contudo, na indústria moveleira é dado pouca ou nenhuma atenção aos
seus trabalhadores, em relação ao bem estar, saúde e segurança. Neste sentido, o
presente trabalho objetivou analisar os fatores de risco, responsáveis pelos
acidentes de trabalho no setor moveleiro, visto que há uma incidência frequente
nesta área de atuação, deixando os colaboradores na maioria das vezes com
lesões permanentes. Para investigar o problema, adotou-se um enfoque qualitativo
de natureza descritiva, empregando como procedimento técnico o estudo de caso.
A partir das observações feitas no local de trabalho, verificaram-se alguns
problemas como: a falta de equipamentos de proteção individual e coletivo,
desorganização, falta de limpeza, máquinas sem a proteção, prática de atividades
ergonomicamente inadequadas e risco químico e biológico. Com isso, foi proposto
à implementação do programa 5S para melhorar a organização da movelaria,
também foi sugerido melhorias para os problemas internos apresentados indicando
possíveis soluções para sanar os riscos químicos, físicos, biológicos e
ergonômicos, presentes no ambiente de trabalho, para então, criar um espaço
organizado e com mais segurança.
Figura 01 – Movelaria
Os funcionários devem trabalhar com dedos dos pés, contra agentes cortantes e
vestimentas adequadas e limpas, perfurantes; óculos para proteger os olhos;
contribuindo com a limpeza do ambiente e máscara para proteger as vias respiratórias
proporcionando condições saudáveis a si e contra poeiras e névoas; e protetor auricular
aos colegas. Os benefícios desta atitude são contra níveis de pressão sonora.
tornar o ambiente de trabalho mais agradável
e padronizado, o que poderá reduzir
acidentes de trabalho. 4.3.1. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
COLETIVA (EPCS)
As máquinas utilizadas na movelaria são de
4.2.5. SENSO DE DISCIPLINA (SHITSUKI)
cortes, lixas, furos e outros, e as atividades
Segundo Franco (2008, p.59) o desempenhadas por elas são grandes
desenvolvimento do Senso de Autodisciplina geradoras de pó, e não tem nenhum
significa estimular as pessoas a realizarem o equipamento para coletar este resíduo. Neste
seu trabalho corretamente: caso é proposto o uso de coletor de pó para
intensificar a proteção contra esses agentes.
Compartilhar a missão, visão e os
princípios da empresa; Os funcionários também fazem uso de
Educar para a criatividade; esmeril, sem nenhuma proteção nas mãos,
Melhorar as comunicações em geral; rosto e pescoço ficando assim expostos aos
Atribuir responsabilidades e delegar respingos e as radiações luminosas
autoridade; resultantes desta atividade. Por mais que essa
Criar um clima de confiança e atividade possa não prejudicar o funcionário,
solidariedade. recomenda-se o uso de protetor facial para
proteção do rosto e pescoço.
Não foi observado o uso de EPIs, e de acordo As marcenarias expõem os trabalhadores aos
com relato do dono da empresa e dos mesmos riscos da indústria em geral, porém
trabalhadores até então nunca houve nenhum pode vir a acontecer casos mais sérios,
tipo de acidente grave, apenas um devido aos riscos elevados de acidentes,
trabalhador sofreu um pequeno corte nas incluindo perda dos membros (SOUZA, 2004).
mãos, mas que não deixou sequelas. Souza (2004) explica que, para garantir o
Para a segurança na realização das tarefas trabalho em condições seguras, há
pelos trabalhadores, os EPIs recomendados necessidade de proteções diversificadas e
são: uniformes para padronizar os adequadas a cada máquina utilizada no
funcionários e para sua proteção, isso poderia processo produtivo, e de trabalhadores
evitar respingos de produtos químicos direto orientados para utilizá-las corretamente a
no corpo; botas para proteção contra cada operação a ser executada. Na Tabela 1
impactos de quedas de objetos sobre os são expostos alguns riscos e sugestões para
as máquinas.
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gep04030767.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2012.
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Engenharia Florestal) – Universidade Federal do www.portaldaindustria.com.br/agenciacni/noticias/
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graduacao/defesas/pdf_dr/2008/t244_0286-
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Instituto de Tecnologia da Amazônia, Manaus, http://www.rbgdr.net/revista/index.php/rbgdr/article
2004. /view/509 >. Acesso em: 13 de Abril 2017.
CAPÍTULO 17
Segundo Gomes (2002), as características de detrimento que possa ser causado pela
um feixe de raios X estão relacionadas com a radiação do individuo;
intensidade da radiação, que é o número de
b) A eficácia, os benefícios e riscos de
fótons emitidos, dependendo da intensidade
técnicas alternativas disponíveis com o
da corrente do tubo e do tempo de duração
mesmo objetivo, mas que envolvam menos ou
da exposição. Primeiro tais condições
nenhuma exposição a radiações ionizantes.
fornece-nos uma referência da taxa de dose
absorvida. Uma segunda característica trata
quantidade da radiação, que depende da
2.3.2. OTIMIZAÇÃO
tensão do tubo e do filtro que se introduz no
feixe. O sistema de filtração retira fótons de Conforme descreve Jabarra (2006), o
baixa energia que são produzidos e evita a principio básico da proteção radiológica
interferência na formação da imagem ocupacional estabelece que todas as
radiológica atenuando a dose na pele dos exposições devem ser mantidas tão baixo
pacientes. quanto razoavelmente exequíveis. Tal
princípio é conhecido como ALARA (As Low
As Reasonably Achievable). O princípio
2.3. PRINCÍPIOS DE PROTEÇÃO ALARA estabelece, portanto, a necessidade
RADIOLÓGICA do aumento do nível de proteção a um ponto
tal que aperfeiçoamentos posteriores
2.3.1. JUSTIFICAÇÃO
produziriam reduções menos significantes do
Segundo CNEN (2006), um dos objetivos da que os esforços necessários.
proteção radiológica é a diminuição a níveis
A ANVISA (1998) determina que a otimização
aceitáveis ou a eliminação das exposições à
da proteção deve ser aplicada em dois níveis.
radiação para prevenir seus efeitos
O primeiro refere-se aos projetos e
biológicos. Deste modo, deve-se avaliar toda
construções de equipamentos e instalações.
a atividade que utilize radiações ionizantes,
Segundo, nos procedimentos de trabalho. As
garantindo que o uso deste procedimento
exposições médicas de pacientes devem ser
seja totalmente justificável. Neste caso,
otimizadas ao valor mínimo necessário para
existindo outro método que o substitua, com o
obtenção do objetivo radiológico, compatível
mesmo benefício, este deverá ser preferido à
com os padrões aceitáveis de qualidade de
radiação ionizante, independentemente do
imagem. Logo, a ANVISA (1998) determina
seu custo financeiro.
que no processo de otimização de
Conforme determina a ANVISA (1998), o exposições médicas deve-se considerar:
princípio da justificação na medicina deve ser
a) A seleção adequada do equipamento e
aplicado considerando:
acessórios;
a) Que a exposição médica deve resultar em
b) Os procedimentos de trabalho;
um benefício real para a saúde do indivíduo
e/ou para sociedade, tendo em conta a c) O programa de garantia da qualidade;
totalidade dos benefícios potenciais em
d) Os níveis de referência de
matéria de diagnóstico ou terapêutica que
radiodiagnósticos para pacientes;
dela decorram, em comparação com o
Quadro 1 - Níveis de referência de radiodiagnóstico por radiografia para paciente adulto típico
Notas: PA: projeção póstero-anterior; AP: 200. Para combinações filme-tela mais
projeção antero-posterior; LAT: projeção rápidas (400-600) estes valores devem ser
lateral; CC: projeção crânio-caudal; JLS: reduzidos por um fator de 2 a 3.
junção lombo-sacro.
(**) para filme do grupo E.
(*) DEP, dose de entrada da pele. Estes
(***) determinada em uma mama comprimida
valores são para receptor de imagem de
de 4,5 cm para sistema tela-filme e uma
sensibilidade média, velocidade relativa de
unidade com anodo e filtração de molibdênio.
2.4.2. DISTÂNCIA
2.4.1. TEMPO
Conforme apresenta Tauhata [et al.] (2003),
A CNEN (2006) afirma que quanto menor o dobrando-se a distância entre a fonte
tempo de exposição à radiação ionizante geradora e o detector reduz-se a taxa de
menor será a dose absorvida, considerando dose a ¼ de seu valor inicial. Dessa forma, o
que a dose absorvida de uma pessoa é modo mais fácil de se defender contra as
diretamente proporcional ao tempo em que radiações ionizantes é distanciando-se da
ficou exposta a uma determinada taxa de fonte geradora.
0, 693
.x
I I 0 .e .x
ou I I 0 .e CSR
Onde,
I0 é a Intensidade inicial da radiação;
I é a intensidade atenuada da radiação;
μ é o coeficiente de atenuação total do material para energia de radiação;
x é a espessura da blindagem;
CSR é a camada semi-redutora do material.
No quadro abaixo, Tauhata [et al.] (2003) ferro em função da quilovoltagem pico do
apresenta os valores da camada semi- tubo de raios X.
redutora (CSR) para o chumbo, o concreto e o
Figura 6 - Dosímetro
com dados e análises sobre medidas de 1º junho de 1998, da ANVISA, que regula
preventivas e protetivas nos trabalhos com sobre as diretrizes de proteção radiológica
radiação ionizante, visando minimizar suas em radiodiagnóstico médico e odontológico.
exposições e consequentemente seus efeitos O Ministério do Trabalho e Emprego aprovou,
biológicos. no ano de 2005, a Norma Regulamentadora nº
32 que estabelece as diretrizes básicas para
Tal preocupação se estende também aos
a segurança e saúde no trabalho em serviços
acompanhantes e pacientes, que
de saúde, que no item 32.4 estabelece
normalmente são expostos a radiação
também algumas exigências com relação às
ionizante por um tempo muito curto,
radiações ionizantes na área da saúde.
comparado aos trabalhadores do setor de
radiologia. Nesse caso, não é possível medir Todas as observações e análises deste
ou conhecer a taxa de dose equivalente que estudo foram entregues a unidade hospitalar,
são submetidos, estando estes indivíduos com a sugestão de que implementem as
amparados pelo princípio da justificação (ver ações necessárias para as correções das não
item 2.3.1). conformidades.
A Norma Regulamentadora nº 15, classifica as Assim, concluímos que é necessária uma total
radiações ionizantes como um risco físico. participação dos funcionários e diretores das
Porém, afirma Tauhata [et al.] (2003) que os unidades hospitalares onde são realizados os
efeitos da radiação ionizante possuem radiodiagnósticos médicos. Defendemos a
características físicas, químicas e/ou importância da implantação de uma política
biológicas para todos os indivíduos expostos. de segurança dos funcionários
Logo, ao pesquisarmos os requisitos legais e ocupacionalmente expostos às radiações
normas aplicáveis ao segmento de ionizantes. Deste modo, a preocupação com
radiodiagnóstico médico, verificamos que a a segurança e a saúde dos trabalhadores
preocupação com a sua utilização no Brasil devem fazer parte da cultura das unidades
teve início na Comissão de Energia Nuclear hospitalares com o objetivo de que todas as
(CNEN) através de suas normas sobre atividades com radiações ionizantes sejam
proteção radiológica. Porém, a proteção planejadas e executadas de forma eficaz
radiológica adquiriu maior aderência na área baseadas nos princípios e nos fatores de
hospitalar a partir da Portaria Federal nº 453, proteção radiológica.
REFERÊNCIAS <http://www.cefetsc.edu.br/~radiologia/downloads.
html> Acesso em: 19 de Julho de 2007.
[1] Anvisa - Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, Portaria do nº 453, Diretrizes de proteção [6] Ferreira, Aurélio. Novo dicionário
radiológica em radiodiagnóstico médico e eletrônico Aurélio versão 5.0. Positivo Informática,
odontológico, de 1 de junho de 1998. Publicada 2004.
em Diário Oficial da União em 02/06/1998.
[7] Fernandes, Geraldo Sérgio et. al.
[2] Azevedo, A. Radioproteção em serviços Avaliação dos riscos ocupacionais de
de saúde. FIOCRUZ - Rio de Janeiro, 2005. trabalhadores de serviço de radiologia, São Paulo,
Disponível em: v. 38, n. 4, 2005. Disponível em:
http://www.fiocruz.br/biossegurancahospitalar/dado <http://www.scielo.br
s/material10.pdf Acesso em: 26/05/2006 /scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
39842005000400009&lng=en&nrm=iso>. Acesso
[3] Cnen - Comissão Nacional de Energia em: 19 de Julho de 2007.
Nuclear, CNEN-NN-3.01, Diretrizes básicas de
proteção radiológica. Portaria CNEN/PR 007 de [8] Gomes, Robson Spinelli. Condições do
17/01/2006 (Alterações). Publicada em Diário meio ambiente de trabalho e riscos da exposição
Oficial da União em 18/01/2006. aos raios x no serviço de radiodiagnóstico de um
hospital público. Fundacentro, 2002.
[4] Da Silva, Teógenes et. al. Sinopse das
recomendações de 1990 da “International [9] Icrp - International Commission on
Commission on Radiological Protection” Radiological Protection. Recommendations of the
(publicação ICRP 60). COPPE, UFRJ, Rio de International Commission on Radiological
Janeiro, 1993. Protection, ICRP Publication 60, Pergamon Press,
New York, 2002.
[5] Elbern, Alwin. Formação da imagem
radiográfica, Colégio Brasileiro de Radiologia, [10] IPEN - Instituto de Pesquisas Energéticas
2002. Disponível em e Nucleares. Noções básicas de proteção
radiológica. Coord. Sandra A. Bellintani e Fátima
das Neves Gili. IPEN, São Paulo, 2002.
CAPÍTULO 18
atuam em locais insalubres, como na indústria gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que
de mineração ou no setor elétrico (BRANCO, seja, pela natureza da atividade, de
2011). De acordo com a Redação Tuiuti exposição, possam ter contato ou ser
(2016), “a possibilidade da saúde ou absorvido pelo organismo através da pele ou
integridade física de um funcionário sofrer por ingestão;
algum prejuízo durante a execução de suas
Riscos de acidentes: qualquer fator que
atividades profissionais é chamada de risco
coloque o trabalhador em situação vulnerável
ocupacional. A maioria desses riscos está
e possa afetar sua integridade, e seu bem
associada a ambientes em que o trabalhador
estar físico e psíquico. São exemplos de risco
fica exposto a ruídos, vibrações, gases,
de acidente: as máquinas e equipamentos
iluminação inadequada ou outras situações
sem proteção, probabilidade de incêndio e
que podem colocar a saúde em risco”.
explosão, arranjo físico inadequado,
Para avaliar se determinado ambiente de armazenamento inadequado, etc.;
trabalhado oferece riscos, a Classificação
Riscos biológicos: consideram-se como
Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)
agentes de risco biológico as bactérias, vírus,
descreve a classificação de grau de risco de
fungos, parasitos, entre outros.
um local. Esta pode variar entre 1 e 4, de
acordo com a intensidade do risco. O grau de
risco de acidente de trabalho é atestado
2.4 DOENÇAS OCUPACIONAIS
também pela NR-4, sendo que toda empresa
que trabalha em atividades perigosas deve Doenças ocupacionais são aquelas
apresentar a NR-4 em sua CNAE (REDAÇÃO produzidas pelo exercício do trabalho, pela
TUIUTI, 2016). contaminação acidental e/ou pela exposição
ou contato direto provenientes do trabalho.
Estas doenças são desenvolvidas lentamente
2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS e em muitos casos quando aparecem já estão
OCUPACIONAIS E SEUS AGENTES em um estágio evoluído. Por esta demora dos
sintomas, torna-se mais difícil relacionar a
Os riscos no ambiente laboral podem ser
doença aos riscos do ambiente do trabalho e
classificados em cinco tipos, de acordo com a
em alguns casos pode levar mais de 15 anos
Portaria nº 3.214, do Ministério do Trabalho do
(GONÇALVES FILHO, 2012).
Brasil, de 1978. Esta Portaria contém uma
série de normas regulamentadoras que Para Silva et al. (2007) nas atividades
consolidam a legislação trabalhista, relativas à operacionais realizadas em marmorarias, os
segurança e medicina do trabalho. trabalhadores estão expostos a agentes
Encontramos a classificação dos riscos na ambientais como poeira contendo sílica, que
sua Norma Regulamentadora nº 5 (NR-5): podem causar doenças como silicose e
câncer; e ruído, que pode ocasionar a perda
Riscos físicos: consideram-se agentes de auditiva induzida pelo ruído (PAIR), além de
risco físico as diversas formas de energia a riscos de acidentes e ergonômicos.
que possam estar expostos os trabalhadores,
tais como: ruído, calor, frio, pressão, umidade,
radiações ionizantes e não ionizantes, 2.5 MEDIDAS PREVENTIVAS
vibração, etc.;
Coltre (2011) diz que “a Segurança no
Riscos ergonômicos: qualquer fator que Trabalho é uma ferramenta indispensável para
possa interferir nas características o desenvolvimento das atividades na
psicofisiológicas do trabalhador, causando construção civil de forma a obter eficiência e
desconforto ou afetando sua saúde. São eficácia no processo de trabalho e para a
exemplos de risco ergonômico: o qualidade de vida do trabalhador”. A
levantamento de peso, ritmo excessivo de responsabilidade pela vida e saúde do
trabalho, monotonia, repetitividade, postura trabalhador e da população recai sobre o
inadequada de trabalho, etc.; Estado e as organizações, cabendo aos
Riscos químicos: consideram-se agentes trabalhadores colaborar para o sucesso da
de risco químico as substâncias, compostos implementação das ações estabelecidas
ou produtos que possam penetrar no (ARAUJO, 2004, p.20).
organismo do trabalhador pela via De acordo com Neto (2013), evitar acidentes
respiratória, nas formas de poeiras, fumos de trabalho requer disciplina de
Devido à pequena quantidade de funcionários se caracteriza por ter uma produção do tipo
a empresa não é obrigada a constituir SESMT- puxada (o processo produtivo inicia-se
Serviços Especializados em Engenharia de somente após o pedido do consumidor). A
Segurança e em Medicina do Trabalho e a marmoraria tem como objetivo o tratamento
CIPA - Comissão Interna de Perversão de final da rocha, adequando as placas às
Acidentes. De acordo com a NR-4 – Serviço especificações de dimensões e acabamento
Especializado em Segurança e Medicina do superficial que o produto final deve possuir,
Trabalho, sua atividade se enquadra no de acordo com o pedido do cliente.
Código 23.91-5 - Aparelhamento e outros
Os processos utilizados pela marmoraria
trabalhos em pedras, e apresenta nível 3 de
iniciam-se no recebimento das chapas de
grau de risco.
mármore e granito. Em seguida, de acordo
com as especificações solicitadas pelos
clientes, são feitos os cortes das peças.
4.2 PROCESSO PRODUTIVO DA EMPRESA
Posteriormente, ocorre o acabamento, que
O processo de produção da marmoraria é a envolve os subprocessos de lixamento,
combinação de recursos naturais (matéria- polimento e lustração de bordas e superfícies,
prima) com mão-de-obra, tecnologia, e por fim, a montagem e acabamento final da
equipamentos e insumos utilizados com peça. A dinâmica do processo da produção
métodos eficazes de trabalho, resultando em encontra-se representado no Fluxograma 01.
produtos com alto valor agregado. A empresa
[19]. Santos, Alcinéa Meigikos dos Anjos; [21]. SILVA, Maria Cristina A da; ANDRADE,
Cançado, Raul Zanoni Lopes; Anjos, Roberto Leandro. Boletins SEBRAE: Marmorarias. SEBRAE,
Meigikos dos; Amaral, Norma Conceição do; Lima, 2014. Disponível em:
Leila Cristina Alves. Características da exposição <http://www.sebraemercados.com.br/wpcontent/up
ocupacional a poeiras em marmorarias da cidade loads/2015/10/2014_08_06_BO_Agosto_Construca
de São Paulo. Revista Brasileira Saúde oCivil_m armores_pdf.pdf>. Acesso em 09 dez.
Ocupacional. São Paulo, 2007. 2016.
[20]. Silva, E. L. da; Menezes, E;M. Metodologia [22]. Strauss, Anselm; Corbin, Juliet. Basics of
da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. Qualitative Research-Techniques and Procedures
Florianópolis: Laboratório de Ensino à Distância da for Developing Grounded Theory. United States:
UFSC, 2001. Sage Publications, 1998.
CAPÍTULO 19
esse estudo feito através dela é importante Social registraram 101.814 afecções
para que o trabalho seja executado de forma musculoesqueléticas ocupacionais. Nota-se
correta, assim atingindo os resultados que dentre as doenças ocupacionais
desejados (IIDA, GUIMARÃES, 2016). A existentes, LER/DORT é a que possui maior
melhora do posto de trabalho é uma das número de diagnósticos médicos dentre os
primeiras medidas tomadas na visão da trabalhadores (MAENO; TAVARES; LIMA,
ergonomia (GUÉRIN et al., 1997). 2016). A relevância de estudos ergonômicos
associados a redução de incidência desses
Ainda há uma ausência de estudos na
distúrbios, visto que o ambiente de trabalho
Ergonomia de profissionais na área de
leva em consideração vários aspectos desde
estética, o que pode aumentar a incidência de
o meio em que a ação ocorre, a criação de
problemas como LER/DORT entre outros
equipamentos mais ergonômicos para a
distúrbios.
execução dessas tarefas e a organização dos
postos de trabalho.
2.2. TRABALHO REPETITIVO E LER/DORT
O trabalho repetitivo leva às Lesões por 2.3. MASSOTERAPIA
Esforço Repetitivo ou Distúrbios
A massagem surgiu em tempos pré-históricos.
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
A combinação de exercícios e massagem
mais conhecidos pela sigla LER/DORT vários
sempre foi um cuidado com a saúde. Esse
sintomas são diagnosticados, como dor,
procedimento desde então foi aplicado em
sensação de peso, fadiga geralmente de
várias situações até os dias de hoje que é
pescoço e membros superiores mas que
usado de forma estética para melhorar a
podem acometer membros inferiores também
circulação, reduzir a retenção de líquidos e
(BRASIL, 2003). De acordo com Oliveira et al.
até mesmo para o relaxamento do corpo. É de
(1998) LER é um conjunto de distúrbios que
extrema importância que o profissional
aparecem durante a vida profissional de
conheça a técnica para uma passagem
acordo com as condições de trabalho, isso
eficaz, não é necessário golpes fortes ou
pode variar dependendo da época, relações
pesados, também se atentar a posição em
sociais e econômicas, o que determinam a
relação a maca para que o tratamento seja
forma de trabalho dentro das organizações.
feito da forma correta, sem lesionar o paciente
A preocupação com doenças e o profissional atuante. A preocupação com
osteomusculares se deu após a Revolução o conforto do paciente muitas vezes é maior
Industrial, que foi intensificada a partir da que a posição de trabalho do massagista e
mecanização e o aparecimento dos isso pode ocasionar em problemas a longo
computadores (OLIVEIRA, 2007). LER é prazo para o profissional (CASSAR, 2001). De
considerada quando manifestadas em acordo com Fritz (2002) uma boa postura ao
membros superiores e pescoço associados se desenvolver a massagem é importante,
ao trabalho. Existe uma diferença entre LER e afinal, a distensão muscular, fadiga e uso
DORT, o primeiro conceito aplica-se a pessoa excessivo dos membros pode comprometer a
que já apresenta alguma lesão ou trauma, já o saúde do profissional reduzindo assim seu
termo DORT verifica-se o aparecimento de tempo de atuação na área.
sintomas como dor e formigamento nos
A postura mais adequada é aquela que o
membros, sem ocorrer nenhuma lesão prévia
profissional se sinta confortável e que consiga
(BOSCOLO, 2002). De acordo com Gonçalves
manter os pés no chão, e ao mesmo tempo
e Camarotto (2015), o trabalho é considerado
tendo liberdade para executar os seus
repetitivo, com análises da atividade no
movimentos durante a sessão.
momento em que ela é executada e sabe-se
que esses movimentos repetitivos podem O domínio das diversas técnicas de
estar diretamente ligados a causa de dores e massagem além das diversas posições para
lesões levando a ocasionar esses distúrbios executa-las devem ser levadas em
(BRIDGER, 2009). consideração e feitas de maneira correta pelo
massagista (CASSAR, 2001).
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS)
realizada pelo IBGE em 2013, apontou que A massoterapia pode ser feita em três lugares
cerca de 3.568.095 trabalhadores como a maca, cadeira ou colchonete. O
apresentaram diagnóstico para ter LER/DORT, paciente pode determinar se tiver alguma
no mesmo ano, os dados da Previdência
Figura 3 –Partes dos corpos que apresentaram dores/desconfortos no período dos últimos 7 dias e
12 meses
De acordo com a figura 5 usada para avaliar implementadas, como se pode ver no grau de
os níveis de riscos apresentados pela figura 4, riscos obtidos com essa pesquisa que em sua
investigações e mudanças devem ser maioria ficou entre 4-7 e 8-10.
Na figura 7 estão representados alguns necessita de uma maior força e precisão dos
procedimentos faciais feitos durante o punhos e das mãos, já na terceira e na quarta
atendimento, na primeira e na segunda figura figura é feita a higienização e hidratação da
o profissional está executando a limpeza de pele da paciente nota-se alguns movimentos
pele na paciente, esse procedimento repetitivos com as mãos durante essa etapa.
[8] Cybis, W.; Betiol, A. H.; Faust, [21] Oliveira, C. R. de et al. Manual Prático de
R. Ergonomia e UsabiIidade: Conhecimento LER. 2. ed. Belo Horizonte: Health, 1998.
Métodos e Aplicações. 2. ed. São Paulo: Novatec, [22] Oliveira E. R. Prevalência de doenças
2007. Osteomusculares em cirurgiões dentistas da rede
[9] Devitt, K. A comparative study of three pública e privada de Porto Velho – Rondônia.
observational techniques to establish if podiatrists Dissertação de Mestrado UNB. Brasília, 2007.
are at risk of musculoskeletal ill-health. M.Sc. [23] Paludo, H. C. M. Paludo V. Analise
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National University of Ireland, Galway, 2010, Processo de Salga da Carne de uma fábrica de
(unpublished thesis). Charque. In: ENEGEP 35. Anais, Fortaleza, 2015.
[10] Fritz, S. Fundamentos da massagem [24] Pheasant, S. Bodyspace: Anthropometry,
terapêutica. 2ª Edição. São Paulo: Manole, 2002. Ergonomics and the Design of Work. 2. ed. Great
[11] Gonçalves, J. M.; Camarotto, J. A. Britain: Taylor & Francis, 1998.
Estratégias operatórias frente ao trabalho [25] PINTO, A. M. P. “Análise ergonômica dos
repetitivo. Production, v. 25, n. 1, p.190-200, mar. postos de trabalho com equipamentos dotados de
2015 visor em centros de saúde da administração
[12] GUÉRIN, F. et al. Compreender o trabalho regional de saúde do centro.” Dissertação de
para transformá-lo: A prática da Ergonomia. São Mestrado da Faculdade de Medicina da
Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1997. Universidade de Coimbra, 2009.
[13] Hignett, S.; Mcatamney, L. Rapid entire [26] SURDIVAL, L. Wrist Posture and Wrist
body assessment (REBA). Applied ergonomics, v. Repetition as Possible Risk Factors During Podiatry
31, n. 2, p. 201-205, 2000. Work. M.Sc. Occupational Health & Safety and
Ergonomics National University of Ireland, Galway,
[14] Iida, I., Guimarães, L. B. de 2010. (unpublished thesis)
M.: Ergonomia: projeto e produção. 3. ed. São
Paulo: Blucher (2016).
CAPÍTULO 20
Resumo: Na atualidade, existe uma preocupação muito grande no que diz respeito
à segurança do trabalho. Um dos setores que se destacam negativamente nesse
assunto é o da indústria da construção civil. Este é reconhecido como um dos que
mais geram acidentes. Dessa forma, o presente trabalho propõe-se em analisar a
situação da segurança do trabalho em empresas da construção civil na cidade de
Angicos/RN. O estudo foi desenvolvido em três empresas de pequeno porte e para
cada empresa, foi aplicado um checklist que englobava aspectos sobre as
condições administrativas e relações trabalhistas, condições de engenharia e
segurança no trabalho e as condições de saúde e higiene. A pontuação das
empresas foi obtida pela razão entre número de SIMs encontrados pelo número de
quesitos aplicáveis e, por conseguinte, multiplicado por 100. Logo em seguida,
calculou-se o coeficiente de risco à saúde que foi obtido multiplicando a
quantidade de situações perigosas por cinco por cento (5%). Encontrou-se o
resultado final com a subtração da pontuação pelo coeficiente de risco à saúde.
Dessa forma, a empresa A obteve 60,6%, recebendo classificação “bom”, a
empresa B obteve 38,8%, classificação “ruim” e, por fim, a empresa C que obteve
15,87%, recebendo a atribuição “péssimo”. Percebe-se que apenas a empresa A
apresenta resultado satisfatório. Já as empresas B e C, tem muito que melhorar no
que tange a segurança no trabalho para reduzir os riscos inerentes à atividade da
construção civil.
nº de SIMs encontrado
Pontuação = x100
nº de quesitos aplicados
Após essas etapas tem-se o resultado final de isso obteve-se (3) o resultado final, para
todos os quesitos aplicáveis que é obtido caracterizar as empresas de pequeno porte
seguindo as seguintes etapas: (1) somatório de Angicos/RN (BRASIL, 2003).
de todos os quesitos (2) Risco à Saúde e com
𝑛º 𝑑𝑒 𝑆𝐼𝑀𝑠 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠
(1) Somatório de todos os quesitos = x100
𝑛º 𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑠𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐á𝑣𝑒𝑖𝑠
(2) Coeficiente de Risco à Saúde = (Nº de situações perigosas que configuram risco iminente à
saúde) x 5%
4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS DO última não estava de acordo com a maioria
CHECKLIST dos itens sobre as condições administrativas
e relações trabalhistas, dentre os quais, cita-
4.2.1 AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES
se os mais relevantes, como é o caso dos
ADMINISTRATIVAS E RELAÇÕES
trabalhadores não apresentarem registros e,
TRABALHISTAS
consequentemente, não há recolhimento de
A primeira etapa do questionário aplicado nas INSS e FGTS. Dessa forma, tal empresa fica a
empresas analisa as condições desejar no quesito relações trabalhistas e
administrativas das empresas e as relações pode ter problemas futuros tais como causas
trabalhistas. O Gráfico 1 apresenta os judiciais. Todas as três empresas
resultados inerentes sobre estas condições. apresentaram em comum o fato de não
disporem de vale alimentação e vale
Através dos resultados do Gráfico 1, percebe-
transporte.
se que as empresas A e B apresentam
resultados satisfatórios. Todavia, a empresa C
apresenta um resultado insatisfatório. Essa
Gráfico 2 – Resultados referentes à segurança nos canteiros das obras e treinamento realizado
pelas empresas.
análise. Dessa maneira, mostrando uma as condições e, logo abaixo, tem-se os itens
preocupação com a saúde dos seus baseados na Norma 18 (NR 18) que foram
colaboradores. utilizados para efetuar a análise das
empresas:
No que se refere às condições das áreas de
vivência das empresas, o Gráfico 3 apresenta
Gráfico 3 – Distribuição dos dados referentes às condições das áreas de vivência das empresas.
𝑛º 𝑑𝑒 𝑆𝐼𝑀𝑠 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠
(1) Somatório de todos os quesitos =
𝑛º 𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑠𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐á𝑣𝑒𝑖𝑠
x100
(2) Coeficiente de Risco à Saúde = (Nº de situações perigosas que configuram risco iminente à
saúde) x 5%
EMPRESA A = 30X5% = 15%
EMPRESA B = 43X5%= 21,5%
EMPRESA C = 59X5% = 29,5%
CAPÍTULO 21
gráfica e analisados estatisticamente de forma idade média de 30,7 anos, sendo que a moda
quantitativa e descritiva. se encontra na faixa de 20 a 29 anos –
implicando na afirmação de que a maioria dos
empregados de frigoríficos possui menos de
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 30 anos de idade.
A faixa etária dos entrevistados mostra que os
trabalhadores de frigoríficos apresentam uma
Gráfico 1 - Faixa etária dos entrevistados
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Foi constatado que o número de acidentes foi por função para auxiliar de produção é de
maior entre os homens (70,6%) do que com 26%, assim como de 66% para operador de
as mulheres (29,4%), sem levar em máquinas e 100% para auxiliar de refeitório,
consideração gravidade, agente causador, assistente operacional, pedreiro e pintor.
turno de trabalho, entre outros fatores. Portanto, apesar da função auxiliar de
produção ser mais representativa em número
Uma provável causa se dá pelas diferentes
de acidentes, é também a função com maior
funções que ambos desempenham, em que o
número de trabalhadores. Assim sendo,
gênero masculino desempenha funções
proporcionalmente, as funções que mais
classificadas com maior risco – como pedreiro
geram acidentes são auxiliar de refeitório,
e pintor, por exemplo – e por ocupar postos
assistente operacional, pedreiro e pintor,
de trabalho que envolvem maior atividade
todas com um índice de 100% dos
braçal.
trabalhadores acidentados.
A porcentagem de trabalhadores acidentados
Fonte: Autor
Apesar de 100% dos entrevistados terem 56 % dos entrevistados e não há EPI para
respondido receber os EPI’s adequados para este agente, logo as empresas frigoríficas
o risco de sua função, observa-se, por meio devem gerar planos de ação para
do gráfico 3, que há uma percepção de que constatação dos níveis de iluminância nos
os riscos físicos ruído são altos (58 %) e que a diversos setores da empresa.
umidade apresenta alto risco para 44 % dos
entrevistados.
Já a iluminação representa alto risco para
CAPÍTULO 22