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INTRODUÇÃO

Nos dias atuais em que o aquecimento global, poluição e as alterações climáticas


ameaçam a qualidade de vida do ser humano, o setor primordial na economia mundial de
geração de energia tende a optar por soluções sustentáveis e cuja origem seja renovável.
É neste sentido que as turbinas hidráulicas são uma boa alternativa aos combustíveis
fósseis.

Um tipo de turbina hidráulica usado mundialmente para gerir energia a partir de


um desnível de água é a Pelton, caracterizada por requisitar grandes alturas de queda útil
e caudais pequenos, sendo assim ideal para locais montanhosos muito comuns na Europa.
Além disso, possui o maior rendimento a carga parcial, operações sem necessidade de ar
comprimido e ausência de empuxo axial hidráulico no eixo. O objetivo deste trabalho foi
analisar o desempenho de um modelo de turbina Pelton e traçar as respetivas curvas
características.

A turbina Pelton é constituída basicamente de um bico injetor e de um rotor. O


rotor possui várias pás em torno de sua circunferência, o jato atinge as pás a uma pressão
constante a qual impulsiona a turbina (MACINTYRE, 1983).

A turbina Pelton funciona de acordo com o princípio de reação: a água entra em


velocidade muito alta por um ou mais injetores nas pás do rotor. A turbina Pelton é uma
turbina de impulso, na qual a água apresenta a mesma pressão antes e depois do estágio
de saída de energia. Cada pá transmite a força para o rotor somente por um curto espaço
de tempo. Devido a esta carga alternada, a hélice corre o risco de sofrer fraturas por
fadiga, motivo pelo qual a roda é, normalmente, fabricada como uma única peça. Sendo
assim, essas turbinas de impulso são geralmente de eixo horizontal, com o gerador
montado ao lado da turbina. O rotor da turbina é acionado direcionando-se o fluxo de
água contra as pás através de injetores, de modo a tirar proveito da grande quantidade de
movimento da água.
RESUMO

O objetivo deste trabalho foi descrever o procedimento adotado no experimento


exibir e analisar os dados obtidos no experimento, presentar a curva da bomba de um
modelo de turbina Pelton do laboratório de fluidos do Departamento de Engenharia Mecânica
da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), para obtenção da condição normal de
funcionamento e das curvas características. Desenvolvida para a reproduzir em ambiente de
laboratório diversas condições de operação, o equipamento é dotado de um conjunto de
componentes que permite, por meio de sua work station, a parametrização de operação, o
controle da operação, o monitoramento das grandezas de estudo envolvidas, a apresentação
gráfica das grandezas monitoradas e a gravação dos dados obtidos durante as atividades de
práticas de estudo.

Sendo assim, é essencial mostrar o princípio de funcionamento da turbina pelton,


sua composição, características, funcionalidades, e principalmente cálculos de torque e
potência realizado no ensaio em laboratório. A turbina Pelton foi escolhida simplesmente
para mostrar o seu funcionamento aos alunos de Engenharia Mecânica (UEMA), para que
desenvolvam cálculos de torque e potência e mostrar fisicamente a turbina funcionando,
além de ser um equipamento que oferece a possibilidade de o aluno ter um contato mais
próximo com máquinas de fluxo, comumente encontradas na vida prática de um
profissional de engenharia. A bancada é desenvolvida com a finalidade didática e
educacional.
CONCEITUAÇÃO TEÓRICA

A turbina Pelton pode ser usada para baixas quedas em alguns casos até menos de
20 m (HARVEY, Adam; e outros, 1998). A maior queda em turbina PELTON situa-se
na Suíça (Dixence) com 1750 m e potência de 65 MW, já a maior potência é gerada no
Brasil (Cubatão) com 719 m de queda e potência de 110 MW. A UHE São Bernardo em
Piranguçu/MG é outro exemplo de utilização das turbinas Pelton, gerando 6,7 MW de
potência. As turbinas Pelton podem ser de eixo horizontal ou vertical e são caracterizadas
por terem um baixo número de rotações, tendo, no entanto, um rendimento de até 93%.

Ao iniciar a explicação sobre turbina Pelton deve-se estudar o rotor que é um


componente chave na turbina Pelton já que é incumbido de transformar a energia cinética
do fluido em trabalho sob a forma de rotação. O rotor é composto pela roda e pelas
conchas. Além disso, é a parte que mantém as pás ligadas ao eixo central, com a função
de transmitir os esforços para o eixo.

As turbinas Pelton, assim como toda turbina hidráulica, possuem um distribuidor


(injetor) e um receptor. O distribuidor trata-se de um bocal, de geometria apropriada para
conduzir a água, proporcionando um jato cilíndrico sobre a pá do receptor, o que é
conseguido por meio de uma agulha, denominada agulha de regularização (Macintyre,
1983).
O receptor possui um certo número de pás (ou copos) com formato de concha
especial (uma espécie de “colher dupla”), igualmente espaçadas ao longo da periferia de
um disco que gira, preso a um eixo. Este elemento é conhecido como a roda Pelton. Na
vizinhança da roda existem um ou mais injetores, dispostos de tal modo que cada um
dirige um jato segundo a tangente à circunferência cor respondente aos centros das pás.
Cada copo tem uma “a resta” ao meio o, que divide o jato incidente em duas
correntes iguais que, após escoarem sobre a superfície interna do copo (que, por sua vez,
é lisa), se afastam com uma velocidade relativa de sentido quase que oposto a o do jato
incidente. A existência de um peque no rasgo na extremidade exterior de cada copo
impede que o jato do copo anterior seja interceptado prematuramente e impede também
a deflexão do flui do e m direção ao centro da roda, quando o copo encontra o jato. Por
esse motivo, a pressão estática do fluído que sai dos injetores é a pressão atmosférica, ao
longo de todo trajeto através da máquina (Mace, 2002). As turbinas Pelton são usadas
quase que invariavelmente para acionamento de geradores elétricos que se montam sobre
o mesmo eixo. Elas são projetadas para funcionar sob condições de máxima eficiência e
a regulação da máquina tem que permite a manutenção da eficiência, mesmo quando a
potência exigida ao eixo varia. A regulação é feita sobre a vazão volumétrica de
escoamento Q, porém não pode haver variação na velocidade do jato (Vo), pois isso
implicaria na alteração da razão de velocidades u/Vo, desviando-se do seu valor ótimo
cerca de 0,46 (Massey,2002). Sendo a vazão volumétrica de escoamento dada pela
equação: Q = AVo, a regulação só pode obtida por uma variação na seção reta , A , do
jato. Tal variação é normalmente conseguida at ra vés d a ag ul ha d e regulari zação,
q ue se mo vi me nta ao
longo do ei xo d o i n je tor . A fo rma da ag ul ha é tal q ue o flui do conve rge
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modo que nem todo o fl ui do ati nge às pás; a ag ulha de regulari zaçã o pode
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Em aplicaçõ es de turbi nas P elto n de potênci a elevada, fa z-se necessá ri o a
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de um bocal de f renag em o q ua l fa z i nci di r um jato nas co stas da s pás,
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