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Leomir Hilário1
UFS
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Professor substituto no Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Doutor
em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com doutorado-sanduíche na
Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). E-mail: leomirhilario@yahoo.com.br
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O livro de Rubén Gallo chamado “Freud’s Mexico. Into the Wilds of Psychoanalysis” conta parte dessa
história da relação entre psicanálise e México. Bem como o livro de Martha Reynoso chamado “Historia
del psicoanálisis en México: pasado, presente y futuro”. Aliás, a história deste último livro diz muito dessa
relação: em setembro de 2011, no Museo Casa León Trotsky se reuniram vários psicanalistas que
compartilharam suas impressões sobre a história e prática da psicanálise no México. Ou seja, no México, a
psicanálise sempre foi e ainda é uma maneira de exercer uma crítica e prática social de esquerda. A
propósito, abusando um pouco da nota de rodapé, foi através de Trotsky que se deu a aproximação primeira
do ponto de vista de uma interface mais radical e produtiva entre Freud e Marx. Ele viveu em Viena de
1907 até 1914. Colaborou com a revista Pravda com Riazanov e Yoffe (que era paciente de Alfred Adler).
Não é difícil imaginar que essa proximidade tenha levado Adler a, em 1908, apresentar uma leitura sobre
as relações entre marxismo e psicanálise nas reuniões de quartas-feiras à noite. Em 1922, mais
especificamente em seu livro “Literatura e Revolução” quebrando com o consenso soviético negativo em
relação à psicanálise, Trotsky afirma que entender que há uma incompatibilidade entre marxismo e
psicanálise é muito simplista.