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INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA – INTA

DIREITO PENAL
PROFESSORA EMANUELA GUIMARÃES

RELATÓRIO INJÚRIA RACIAL E RACISMO

Elaine Teixeira Fernandes

SOBRAL – CE

2017
INJÚRIA RACIAL E RACISMO

A cada dia que passa cresce o número de vítimas que sofrem com o
crime do racismo e de injúria racial, nas ruas, nos campos de futebol, nas
escolas e principalmente nas redes sociais, que se tornou o maior ponto de
encontro entre pessoas que compartilham interesses em comum. E por
acharem que a internet é uma terra sem lei, agridem com palavras de baixo
calão, ofendendo uma pessoa ou um grupo de pessoas, por sua cor, religião,
oposição sexual e etc.
Um caso de racismo aconteceu com a atriz Taís Araújo que foi alvo em
uma de suas redes sociais com grandes ofensas decorrentes da cor de sua
pele, no entanto, na grande maioria das vezes os noticiários passam
informações equivocadas sobre os de crimes de racismo ou injúria racial, mas
importante ressalta que ambos são diferentes. O crime de racismo está
previsto na Lei n.º 7.716/89 e ocorre quando as ofensas praticadas pelo autor
atingem toda uma coletividade, um número indeterminado de pessoa,
ofendendo-os por sua ‘raça’, etnia, religião ou origem, assim, impossível saber
o número de vitimas atingido.
O racismo é o ato de discriminar alguém devido à sua cor, etnia ou
crença, características que correspondiam ao já defasado conceito de raça. É o
entendimento de como se houvessem diferentes raças humanas e uma fosse
superior à outra. No Brasil o racismo é crime e está definido na Lei Número
7716/1989, é inafiançável e não prescreve. A pena para o ato de racismo é de
01 a 03 anos de prisão mais multa. Mas existem projetos de lei tramitando pelo
congresso para mudar essas penas, criando uma legislação mais clara sobre
os chamados crimes de ódio.
O crime de injúria racial está previsto no artigo 140, parágrafo
3º do Código Penal e ocorre quando o autor ofende a dignidade ou o decoro
utilizando elementos de ‘raça’, cor, etnia, religião, condições de pessoas idosas
e portadores de deficiência. Neste caso, diferente do racismo, a autor não
atinge uma coletividade, e sim a uma determinada pessoa, no caso, a vitima.
Já a pena prevista é detenção de um a seis meses ou multa e é possível o
pagamento de fiança. Conclui-se que o crime de racismo e injúria racial, apesar
de serem parecidos e confundidos na sociedade, possuem significados e
penas bem distintos. Ao praticarem estes crimes, os autores não têm dimensão
do mal que podem causar as vítimas, além de estarem desrespeitando
a Constituição Federal que busca uma sociedade igualitária e democrática.
A injúria racial é considerada um dos crimes contra a honra, e é a ação
de ofender alguém baseado em sua cor, crença, etnia ou condição enquanto
idoso ou portador de deficiência. Cometer uma injúria racial é chamar alguém
de "macaco" por ser negro, de "retardado" devido à uma deficiência mental,
entre outras palavras de calão direcionadas a esse conjunto de características
das pessoas. Além da ação penal, a injúria racial pode suscitar um processo
cível e cabe indenização. O injuriado pode pedir indenização por danos morais,
objeto do Direito Civil e que deverá ser julgado como uma nova ação, na vara
cível e não enquanto crime. Mas um processo não exclui o outro, eles possuem
duas esferas diferentes de atuação.

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