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A RELAÇÃO DOS PREBIÓTICOS COMO ALIMENTOS FUNCIONAIS NA

PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE E OBESIDADE ENTRE MULHERES DE 55 A 64


ANOS.

INTRODUÇÃO

Segundo dados da OMS, cerca de 70 milhões de pessoas morrem por ano no mundo em função
das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT’s), dentre elas podemos destacar a obesidade e
doenças cardiovasculares como a aterosclerose. No Brasil, segundo nota técnica emitida pela OMS
em maio de 2015, cerca de 928 mil pessoas morreram em decorrência das DCNT’s sendo que 17%
da população corre risco prematuro de morte por essas doenças. (RILEY et al., 2017)
O último VIGITEL, uma pesquisa feita por telefone nos domicílios das capitais do país,
indicou o aumento na obesidade nos últimos 10 anos em 60%, sendo que esses dados quase que
duplicam a partir dos 25 anos de idade, sendo o percentual de obesos maior na faixa etária entre 55 e
64 anos, e mesmo havendo pouca diferença na frequência entre os sexos, ainda é maior entre as
mulheres.
Diversos fatores estão ligados ao surgimento das DCNT’s, sendo o tabagismo, sedentarismo,
consumo de açúcares e bebidas alcoólicas, alguns dos principais fatores que levam a obesidade e as
doenças cardiovasculares. O tecido adiposo, mais especificamente acumulado na região da cintura, é
metabolicamente mais ativo do que o tecido subcutâneo, sendo considerado um órgão endócrino por
liberar marcadores pró inflamatórios como no caso das adipocinas. A Proteína C Reativa (PCR)
também é um importante marcador de inflamação, pois quando elevada, podem indicar a presença de
processos vasculares importantes como a formação de placas de ateroma, esses processos acabam
formando trombos que podem acarretar em infarto do miocárdio levando a morte. Mas nem sempre
a elevação dos níveis da PCR podem estar relacionados a esses processos, o exercício físico intenso,
gravidez, uso de medicamentos ati-nflamatórios, terapia de reposição hormonal e obesidade, podem
estar relacionadas ao aumento em seu nível. (BARBALHO et al., 2015)
Alguns estudos realizados, demonstraram que os marcadores são importantes para
identificação de processos inflamatórios, podendo destacar além da PCR, a molécula de adesão
conhecida como ICAM-1 e também a citocina TNF-Alfa que é o fator de necrose tumoral,
estabelecendo assim uma conexão com alguns alimentos fontes de ômega 3, que reduziram os níveis
de Triglicerídeos e TNF-Alfa, grandes responsáveis pela formação de placas de ateroma. Esses
estudos revelaram que a suplementação com alimentos que possuam esses nutrientes em quantidade
superior a 14g/d, ajudam na prevenção de processos inflamatórios causadores de doenças
cardiovasculares, como o ômega 3 alfa linolênico (ALA), presente em alimentos de origem vegetal
como no caso da linhaça dourada e da Chia. (MARTINS et al., 2018;PRASAD, 2009) .
Dentre os alimentos funcionais que contribuem para a saúde, podemos destacar os prebióticos, que
funcionam como componentes alimentares não digeríveis, como no caso da Chia, que possui em sua
composição de acordo com estudos, a presença de 16g de ômega-3 em 100g do alimento, importante
na prevenção de doenças coronarianas e acabam também tendo a função de estimular a ploriferação
ou atividade de população de bactérias benéficas no intestino. (JIN et al., 2012) (DOLINSKY, 2009)
O presente estudo tem como com o objetivo avaliar a associação dos marcadores inflamatórios
relacionados a aterosclerose (PCR e TNF-ALFA) com o consumo de Prebiótico fonte de ômega 3, e
verificar a possível redução desses marcoadores bem como os níveis de colesterol plasmático.

METODOLOGIA

Após aprovação do comitê de ética para estudos em Humanos, será realizado um estudo experimental
de 12 semanas com um grupo de 100 mulheres com faixa etária entre 55 e 64 anos. Na seleção do
grupo, os avaliados passarão por uma entrevista onde deverão responder a um questionário sobre
práticas de atividades físicas, consumo de álcool e tabagismo e se fazem alguma dieta de redução de
peso. Durante esta fase, as participantes serão orientadas a não utilizar fontes de ômega-3 presente
em animais marinhos como, óleo de peixe, atum, salmão..., evitar o consumo de outras fontes vegetais
como linhaça e azeite, e responder um questionário de frequência alimentar. Antes da realização do
experimento, serão coletados dados antropométricos como peso e altura para determinação do IMC,
utilizando-se de uma balança eletrônica digital com capacidade de 150 kg para medida do peso e um
estadiômetro portátil para adulto com régua retrátil e extensão de até 210 cm. A circunferência do
quadril será medida com uma fita métrica retrátil para avaliar possíveis riscos de doenças
cardiovasculares. Serão avaliados através de coleta de sangue os níveis de HDL, LDL e
TRIGLICERÍDEOS, bem como os níveis de PCR e TNF-ALFA, sendo esses exames realizados com
o paciente em jejum pela manhã. Durante o estudo, o grupo controle deverá utilizar a metodologia de
registro de alimentos, sendo orientadas através de manual com instruções sobre como realizar os
registro e tabela com medidas caseiras baseada na frequência alimentar respondida previamente. Para
o experimento, será utilizada a semente de Chia moída em pequenas embalagens de 15g, que serão
distribuídas em 6 porções durante o dia, podendo ser misturadas as refeições ao longo do dia, devendo
totalizar o consumo diário de 90g. Durante o estudo, serão coletadas amostras de sangue uma vez por
semana, para que se observe alterações nos níveis de marcadores inflamatórios (PCR e TNF-ALFA),
bem como os níveis de HDL, LDL e VLDL.O peso corporal também deve ser verificado. O controle
da ingestão será feito pela entrega das embalagens vazias quando for realizada a coleta de sangue.
REFERÊNCIAS

BARBALHO, S. M. et al. Síndrome metabólica, aterosclerose e inflamação: tríade


indissociável? Jornal Vascular Brasileiro, [s.l.], v. 14, no 4, p. 319–327, 2015. ISSN: 1677-7301,
1677-5449, DOI: 10.1590/1677-5449.04315.

DOLINSKY, M. Nutrição Funcional. [s.l.]: ROCCA, 2009. v. 1.

JIN, F. et al. Supplementation of Milled Chia Seeds Increases Plasma ALA and EPA in
Postmenopausal Women. Plant Foods for Human Nutrition, [s.l.], v. 67, no 2, p. 105–110, 2012.
ISSN: 1573-9104, DOI: 10.1007/s11130-012-0286-0.

MARTINS, M. L. S. et al. Decrease in the Inflammatory Marker TNF-a after Consumption of


Flaxseed by Hypercholesterolemic Rabbits. International Journal of Cardiovascular Sciences,
[s.l.], 2018. ISSN: 2359-4802, DOI: 10.5935/2359-4802.20180002.

PRASAD, K. Flaxseed and cardiovascular health. Journal of Cardiovascular Pharmacology,


[s.l.], v. 54, no 5, p. 369–377, 2009. ISSN: 1533-4023, DOI: 10.1097/FJC.0b013e3181af04e5.

RILEY, L. et al. Noncommunicable diseases progress monitor, 2017. [s.l.]: [s.n.], 2017. ISBN:
978-92-4-151302-9.

Vigilância de fatores de riscos e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico -
VIGITEL. disponível em: <https://www.ans.gov.br/images/Vigitel_Saude_Suplementar.pdf>.
Acesso em: 15 nov. 2018.

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