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DESENVOLVIMENTO

DE RESISTÊNCIA

1
RESISTÊNCIA
Capacidade de executar um movimento
durante um longo tempo

Sem perda aparente da


efetividade do movimento
PLATONOV, 2004. 2
CONCEITO
• Possibilidades do desportista de realizar, durante um tempo
prolongado o trabalho muscular, mantendo os parâmetros dados de
movimento (WEINECK, 1991)

• Capacidade psicofísica do esportista resistir à fadiga (WEINECK,


1991)

• Capacidade para suportar a fadiga frente a esforços prolongados


e/ou para recuperar-se mais rapidamente depois dos esforços
(VALDIVIELSO, s/d)

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TIPOS DE
RESISTÊNCIA
• VOLUME DA MUSCULATURA IMPLICADA
• Resistência Muscular Geral
• Resistência Muscular Local
• ESPECIFICIDADE DA MODALIDADE ESPORTIVA
• Resistência Geral
• Resistência Específica
• OBTENÇÃO DE ENERGIA
• Resistência Aeróbia
• Resistência Anaeróbia
• DURAÇÃO DO ESFORÇO
• Resistência de Curta Duração
• Resistência de Média Duração
• Resistência de Longa Duração VALDIVIELSO (S/D)
FATORES DA CAPACIDADE DE
RESISTÊNCIA
FATORES MUSCULARES
Fibras Musculares
Reservas de Energia
Atividade Enzimática
Regulação Hormonal
FATORES CARDIOCIRCULATÓRIOS
Capilarização
Volume Sanguíneo
Tamanho do Coração
VALDIVIELSO (S/D)
TIPOS DE
RESISTÊNCIA
• Resistência geral;
• Resistência específica;
• Resistência de velocidade;
• Resistência máxima;
• Resistência submáxima;
• Resistência de saltos;
• Resistência de jogo.
RESISTÊNCIA
GERAL
• NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO
DETERMINADO POR:
• Capacidade do sistema
cardiorrespiratório;
• Sistema nervoso;
• Processos de trocas atividades
coordenadas dos diferentes
órgãos e sistemas.
PLATONOV, 2004.
RESISTÊNCIA
GERAL
• Meios de treinamento:
• Corridas contínuas de longa
duração de 10 a 30 minutos com
Fc entre 130 e 150bpm;
• Corridas intervaladas;
• Fartelk;
• Treinamento em circuito;
• Jogos e repetições numerosas
das habilidades do jogo.
BARBANTI, 2001.
RESISTÊNCIA
ESPECÍFICA
• Resistência de velocidade
máxima:

Capacidade de executar
capacidades técnicas e os
movimentos do jogo com alta
velocidade durante todo o jogo.
RESISTÊNCIA
ESPECÍFICA
• Resistência de velocidade
máxima:

Ocorre em condições anaeróbias,


e processo anaeróbio alático
domina o suprimento de energia.
RESISTÊNCIA
ESPECÍFICA
• Resistência de velocidade
submáxima:

• Capacidade de executar os
movimentos exigidos no jogo
durante um longo período (40-
60s) com velocidade
submáxima.
RESISTÊNCIA
ESPECÍFICA
• Resistência de velocidade
submáxima:

• Predomínio do metabolismo
anaeróbio lático, produzido pela
maior duração dos movimentos.
RESISTÊNCIA
ESPECÍFICA
• Resistência de velocidade
submáxima:
• Meios de treinamento:
1) Corridas curtas com mudanças de
direção;
2) Corridas intervaladas (até 100m);
3) Muitas repetições de exercícios de
imitação, de acordo com a técnica do
jogo.
RESISTÊNCIA DE
SALTOS
• Capacidade de realizar múltiplas
repetições de ações de saltar
como se precisa na modalidade,
com ótimo esforço muscular.

• Trabalho muscular localizado e


ocorre de maneira anaeróbia.
RESISTÊNCIA DE
SALTOS
• Meios de treinamento:
1) Exercícios de saltos de todas
as formas;
2) Exercícios de saltos com peso
adicional (colete, peso);
3) Exercícios básicos de saltos
imitativos das ações da
modalidade específica.
RESISTÊNCIA DE
JOGO
• Capacidade de continuar a jogar
com ótima velocidade e
execução sem queda da
efetividade dos elementos
técnicos do jogo.

• É melhorada pela repetição de


jogadas jogos, em grande
número.
FONTES ENERGÉTICAS

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ANAERÓBIO ALÁTICO

ANAERÓBIO LÁTICO
(GLICOLÍTICO)

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AUMENTO DA CAPACIDADE
ANAERÓBIA ALÁTICA

• 5–10s em intensidade máximas com


intervalos 2 – 3 min para evitar
ativação da glicólise.

• Os intervalos de recuperação são


determinados pela duração de cada
exercício e pela especialização do
atleta.

ZATSIORSKY, 1980
AUMENTO DA CAPACIDADE
ANAERÓBIA LÁTICA

• Considerar que o pico anaeróbio


lático é entre 15 – 45 seg;

• Duração ótima do trabalho


anaeróbio lático 30 – 90 seg.

PLATONOV, 2003.
PARÂMETROS DE
TREINAMENTO PARA
RESISTÊNCIA AERÓBIA
• Estímulos do treinamento que não elevem a
FC acima de 130bpm não aumentam
significativamente a capacidade aeróbia;

• Estímulos de 60 a 90s melhoram a


resistência anaeróbia;

• Componente importante no começo da


corrida
PARÂMETROS DE
TREINAMENTO PARA
RESISTÊNCIA AERÓBIA
• Intervalo de descanso entre 45 a
90s ou Fc 120bpm;

• Descanso de baixa intensidade;

• Fc pode ser bom indicativo de


fadiga (+180bpm).
BOMPA, 2002
❑ RESISTÊNCIA AERÓBIA
DESENVOLVIMENTO
DE RESISTÊNCIA
❑ RESISTÊNCIA ANAERÓBIA

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CLASSIFICAÇÃO DA
RESISTÊNCIA

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EXERCÍCIO DE RESISTÊNCIA DE
BAIXA INTENSIDADE

PRÉ
TREINAMENTO

PÓS
FORÇA (N) TREINAMENTO
FORÇA MÁXIMA (N)

TAXA MÁXIMA DE
DESENVOLVIMENTO
DE FORÇA

TEMPO
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EXERCÍCIO DE RESISTÊNCIA DE
BAIXA INTENSIDADE
• Mudanças no tipo de fibra, resultando numa diminuição nas fibras tipo II;

• Aumento nas fibras tipo I;

• Impede crescimento muscular, prejudicando capacidade de gerar altas


taxas de desenvolvimento de força, e otimizar geração de potência
máxima;

• A EEBI não deve ser usada por atletas em esportes que dependem
predominantemente do fornecimento de POTÊNCIA ANAERÓBIA, exigem
altos níveis DE PRODUÇÃO DE FORÇA, ALTAS TAXAS DE
DESENVOLVIMENTO DE FORÇA, RÁPIDAS VELOCIDADES DE
MOVIMENTO OU ALTOS NÍVEIS DE POTÊNCIA.

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EXERCÍCIO DE RESISTÊNCIA DE
ALTA INTENSIDADE
• Aumentar o teor da fibra tipo II;

• É recomendável que o treinamento intervalado seja usado


para desenvolver resistência para esportes que requerem
desempenho repetitive de exercicio de alta intensidade;

• Treinamento de corrida 3 K e 10 K pode ser


significatoivamente melhorado com EEAI.

27
FATORES QUE AFETAM
O DESEMPENHO DA
RESISTÊNCIA AERÓBIA

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FATORES QUE AFETAM O DESEMPENHO DA
RESISTÊNCIA AERÓBIA

POTÊNCIA
AERÓBIA

TIPO DE FIBRA LIMIAR DE


MUSCULAR LACTATO

ECONOMIA DE
MOVIMENTO
• Potência aeróbia é medida como a mais alta
taxa na qual o oxigênio pode ser recolhido e
utilizado pelo organismo durante o exercício
máximo e pode também ser definida como o
consumo máximo de oxigênio (VO2MAX.)

POTÊNCIA • Sistema pulmonar;

AERÓBIA • Débito cardíaco máximo;

• Capacidade de transporte de oxigênio;

• Fatores associados ao músculo esquelético.


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• O sistema pulmonar limita o VO2 máx. em
circunstâncias muito especificas. A
dessaturação do oxigênio pode ocorrer em
atletas de elite que estejam executando
trabalho máximo, porque um alto débito
cardíaco de exercício (Q= volume sistólico x
frequência cardíaca) diminui o tempo de
transito da célula vermelha do sangue, através
SISTEMA do capilar pulmonar. O tempo de transito
diminuído para a CVS diminui o tempo

PULMONAR disponível para saturar o sangue com O2


limitando o desempenho. (DIMINUINDO O
DESEMPENHO)

• A redução em desempenho reduzida pela


altitude pode ser experimentada em resposta a
exposição de curto prazo a altitude (1-3 dias) o
que pode estimular uma redução na saturação
de O2. 31
• O Q máx. é uma função da frequência
cardíaca máxima e do volume de sangue
(volume sistólico) bombeado pelo coração.

• É geralmente aceito que atletas de elite


DÉBITO apresentem valores mais altos de Q máx.

CARDÍACO • Atletas de elite de resistência aeróbia exibem


aumento na frequência cardíaca e no debito
cardíaco em resposta a crescente intensidade
do exercício.

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• Alterações da concentração de hemoglobina
podem ter um profundo efeito sobre o
transporte de O2 para o trabalho muscular.

TRANSPORTE • Atletas usam transfusões de sangue para


aumentar artificialmente suas concentrações
DE OXIGÊNIO de Hb, um aumento concomitante em VO2
máx. e Q máx. é visto. Essas relações entre
concentrações de Hb, VO2 máx. e Q máx.
explicam parcialmente porque o doping
sanguíneo é efetivo.

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FIBRAS TIPO II
MÚSCULO
ESQUELÉTICO

FIBRAS TIPO I
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• Economia de corrida ou
movimento tem sido definida
como o consumo de oxigênio
necessário para executar exercício
ECONOMIA DE a uma dada intensidade ou taxa de
trabalho mecânico feito para a
MOVIMENTO energia gasta.

• INDIVIDUOS TREINADOS X NÃO TREINADOS

• TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE


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FATORES QUE AFETAM O
DESEMPENHO DE
RESISTÊNCIA ANAERÓBIA

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BIOENERGÉTICA
• Aumentos nos estoques de ATP,
fosfocreatina (PCr) e glicogênio muscular
são relatados em resposta ao treinamento
intervalado.

• Essas alterações em propriedades


enzimáticas parecem permitir um
fornecimento mais rápido de energia
durante episódios de exercício de alta
intensidade, permitindo assim ao atleta
manter um nível de desempenho mais alto.
ÁCIDO LÁTICO
• A capacidade de tamponar ácido lático ou
íons de H tem sido sugerida estar
relacionada á capacidade de desempenho
em corrida.

• Métodos de treinamento intervalado


mostraram aumentar as capacidades de
tamponamento de atletas, o que permite ao
corpo manter o fluxo energético a uma taxa
rápida e portanto manter o desempenho de
alta potência.
SISTEMA
CARDIOVASCULAR
• Atletas que participam de esportes que
dependem de EEAI não devem participar de
treinamento EEBI. Pois prejudica a
capacidade de desempenho anaeróbio.

• O EEAI aumenta o VO2 Máx. , volume


sistólico, capacidade de usar o metabolismo
oxidativo durante a recuperação.
SISTEMA
NEUROMUSCULAR
• Treinamento intervalado de alta
intensidade não interfere com o
desenvolvimento da alta força ou potência
necessárias ao desempenho em esportes
que dependem de EEAI.

• Treinamento EEBI diminui a capacidade do


atleta de produzir força na região de alta
velocidade , baixa frequência frequência da
curva força-velocidade.
MÉTODOS PARA DESENVOLVER
RESISTÊNCIA DE BAIXA
INTENSIDADE OU AERÓBIA
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REPOUSO ATIVO
• Repouso ativo é frequentemente usado para
estimular a recuperação de treinamento de alta
intensidade ou competição.

• Exige baixa frequência cardíaca (<65 % no máximo) e


dura cerca de 30 a 60 minutos.

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DISTÂNCIA LONGA EM
RITMO LENTO (LSD)
• Envolve milhagens ou distâncias de treinamento
relativamente altas que são executadas por uma
longa duração (30-120 minutos ou mais dependendo
do esporte) em intensidade moderada a baixa (66 % -
80 % da FC Máx.; 55 % - 75 % VO2 Máx.)

• Melhora a função cardiovascular, capacidades de


termorregulação, produção de energia mitocondrial e
capacidade oxidativa do músculo esquelético.
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TREINAMENTO INTERVALADO

• Envolve o desempenho repetido de episódios de


exercicio curtos a longos geralmente realizados em
ou acima de limiar de lactato, com períodos de
exercício de baixa intensidade ou repouso completo.

❑ Intervalados aeróbios;
❑Intervalados anaeróbios.
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INTERVALADO AERÓBIO
• Sessão CONTÍNUA o atleta manteria um ritmo
constante ou ligeiramente acima do limiar de lactato
pela duração da sessão de exercício.

• Intervalos de RITMO OU TEMPO contêm períodos de


exercícios de estado estacionário similares ao
contínuo, mas neste modelo os episódios são mais
curtos e intercalados com breves períodos de
recuperação.

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INTERVALADO ANAERÓBIO
• Nesse tipo de treinamento intervalado, a duração do
trabalho é muito curta (<2 min.) e a intensidade é
supramáxima.

• Treinamento intervalado anaeróbio que usam 4 a 10


séries de 15 a 30 segundos de trabalho total intercalados
com 45 segundos a 12 min. de recuperação tem
demonstrado aumentar significativamente VO2 máx.,
resistência anaeróbia e estimular muitas adaptações
fisiológicas que melhoram o desempenho em menos de
2 semanas.

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FARTLEK
• Um corredor pode intercalar períodos de corrida
rápida com corrida lenta.

• O Fartlek não pede não pede cargas de trabalho ou


frequências cardíacas específicas.

• Se baseia na sensação subjetiva de como se sente o


episódio de treinamento.
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DURAÇÃO DA
MÉTODO DE FREQUÊNCIA INTENSIDADE (% INTENSIDADE
PORÇÃO DO
TREINAMENTO (SEMANAL) FC MÁX.) VO2 MÁX.
TREINO
REPOUSO ATIVO 1 OU 2 30-60 MIN. < 60 % < 55 %
> 30 MIN.
DISTÂNCIA
(DISTÂNCIA DA
LONGA EM RITMO 1 OU 2 60% -70% 55 % - 65 %
CORRIDA OU
LENTO (LSD)
MAIS LONGA)
A FREQUÊNCIA
A FREQUÊNCIA
TREINAMENTO DE CARDÍACA E VO2
CARDÍACA E VO2
RITMO CONTÍNUO 1 OU 2 20-30 MINUTOS DE LIMIAR DE
DE LIMIAR DE
OU TEMPO LACTATO
LACTATO

INTERVALOS 30-40 MINUTOS 80 % - 85 % OU


1 OU 2
AERÓBIOS DE TEMPO TOTAL MÁXIMA
< 2 MIN. DE
SESSÃO DE
INTERVALOS TRABALHO
1 OU 2 MÁXIMA SUPERMÁXIMA
ANAERÓBIOS (INTERVALO DE
REPOUSO 1:1 –
1:5)
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FARTLEK 1 > 30 MINUTOS VARIAR VARIAR
MICROCICLO PARA UM CORREDOR DE 10 KM
COM TREINAMENTO ANAERÓBIO
INTERVALADO

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MÉTODOS PARA DESENVOLVER
RESISTÊNCIA DE ALTA
INTENSIDADE OU ANAERÓBIA
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• MANIPULAÇÃO DOS INTERVALOS / TRABALHOS;
• INTENSIDADES DOS INTERVALOS;
• DURAÇÃO OU DISTÂNCIA DO INTERVALO;
• VOLUME DE EXERCÍCIO;
• DURAÇÃO DO TREINAMENTO INTERVALADO;
• FREQUÊNCIA DO TREINAMENTO INTERVALADO;
• PROGRESSÃO DO TREINAMENTO INTERVALADO;
• MANUTENÇÃO NA TEMPORADA.

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• O intervalo de trabalho – repouso pode ser ditado
pelas exigências do esporte.

• Futebol demonstra relações de trabalho-repouso


de aproximadamente 1:7 a 8 com 3 a 4 segundos
de trabalho intercalado com exercício de baixa
intensidade.

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• Não usar FC como indicador de intensidade, não é
recomendado porque a FC está pouco relacionada a
este cenário.
• É melhor definir metas de tempo de treinamento com
base na capacidade máxima de atleta individuais.
• Estabelecer tempos alvos para distâncias
especificas é uma excelente ferramenta para
individualizar a intensidade da sessão de
treinamento.
53
• A qualidade do treinamento de EEAI é mais
importante que a quantidade.

• A distância ou duração do intervalo deve ser


correspondente ao modelo competitivo
estabelecido para a atividade esportiva.

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• O volume de treinamento intervalado será mais alto durante o
inicio da fase preparatória e diminuirá durante a fase competitiva
do plano de treinamento anual.

• Pesquisas tem explorado esquemas de volume de treinamento


intervalado que exigem entre 2 e 24 repetições até 40 repetições.
Algumas evidências sugerem que corredores precisem entre 10
e 20 repetições por treinamento.

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• Embora a literatura tenha mostrado significativa melhora de
desempenho como resultado de apenas 2 semanas de
treinamento intervalado de alta intensidade, mais pesquisas
são necessárias de modo a estabelecer diretrizes para a
duração do treinamento necessária para otimizar o
desempenho.

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• Pode ser prático limitar o treinamento de EEAI para 2 ou 3
dias por semana.

• O treinador deve modular o estímulo de treinamento de


modo a permitir a restauração apropriada, continuando a
estimular adaptações fisiológicas

• Deve ser considerado em conjunto com as outras


modalidades de treinamento (força, pliométrico, agilidade,
tático, técnico) 57
• Quando o atleta está tentando desenvolver uma
base de condicionamento durante a parte inicial da
fase preparatória do treinamento, as intensidades
de intervalos deverão ser inferiores e conter
métodos mais extensivos.

• Quando o atleta avança em direção a temporada,


pode ser intensidades mais altas e volume de
treinamento mais baixos.
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