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SISTEMAS DE
PROTEÇÃO
USINAS HIDRELÉTRICAS
ÍNDICE
1. FILOSOFIA DA PROTEÇÃO .................................................................................................. 3
1.1 Introdução ..............................................................................................................3
1.2 Aspectos Considerados na Proteção ........................................................................4
1.3 Análise Geral da Proteção .......................................................................................4
1.4 Características Gerais dos Equipamentos de Proteção .............................................5
1.5 Características Funcionais do Releamento ...............................................................8
1.6 Relação entre Relés de Proteção e Operadores ........................................................9
1.7 Operação dos Relés de Proteção .............................................................................8
2. TIPOS E PRINCÍPIOS DOS RELÉS .......................................................................................... 8
2.1 Classificação dos Relés ............................................................................................8
2.2 Relés Digitais...........................................................................................................9
3. PROTEÇÃO DE GERADORES .............................................................................................. 11
3.1 Introdução............................................................................................................. 11
3.2 Relé diferencial – Função 87 .................................................................................. 12
3.3 Relés de Sobrecorrente - Funções 50 / 51 .............................................................. 13
3.4 Rele de Sobrecarga – Função 49 ............................................................................. 18
3.5 Relé de Tensão - Funções 27 e 59 .......................................................................... 18
3.6 Relé de Sobrevelocidade ........................................................................................ 19
3.7 Relé de Campo – Função 40 .................................................................................. 19
3.8 Relé Direcional de Potência – Função 32 ................................................................ 17
3.9 Proteção de Distância - Função 21 ......................................................................... 17
3.10 Proteção Reversão de Fase – Função 46................................................................. 19
3.11 Cubículo de Surtos de Média tensão ...................................................................... 20
4. PROTEÇÃO DE TRANSFORMADORES ................................................................................ 22
4.1 Introdução ............................................................................................................ 22
4.2 Tipos de proteções usadas..................................................................................... 22
4.3 Diagrama Unifilar de Proteção............................................................................... 23
1. FILOSOFIA DA PROTEÇÃO
1.1 - Introdução
Todos se interessam por um bom produto quando no ato da compra e, como não poderia
deixar de ser, o consumidor de energia elétrica também exige que ela seja de alta qualidade, ou
seja, sem variações na tensão ou freqüência, quer seja por oscilações, quer seja por
interrupções.
Uma função secundária de uma proteção é dar indicação da localização e do tipo de falta.
Programas de Geração:
a) Para utilização mais econômica dos grupos geradores disponíveis;
b) Para evitar sobrecargas permanentes em LT’s e transformadores
1. Operação normal
2. Prevenção contra falhas elétricas
3. Limitação dos defeitos devido a falhas.
Operação Normal
a, Inexistência de falhas do equipamento;
b, Inexistência de erros do pessoal de operação.
Proteção:
Contra incêndio
Pelos relés e fusíveis
Contra descargas atmosféricas e surtos de manobra
Regras Básicas:
1. Se não há defeito; a proteção não atua: desligamentos desnecessários serão evitados.
2. Caso haja defeito na zona de controle do relé, as ordens devem ser precisas.
a. Função principal: promover uma rápida retirada do elemento que sofre a falta, ou quando
ele começa a operar anormalmente.
O Relé aciona o disjuntor e este é que abre o circuito:
b) Relés de Retaguarda:
A proteção de retaguarda deve ser arranjada de maneira que o motive causador de falhas na
proteção principal não o faça na proteção de retaguarda. Para isso, a mesma deve ser
localizada de maneira a não empregar ou controlar qualquer coisa em comum com a proteção
principal, para o qual servirá de retaguarda.
A proteção de retaguarda deve operar com suficiente temporização, de maneira que os relés
principais tenham tempo suficiente para atuar. Isto é: quando ocorre um curto, partem
normalmente a proteção principal e retaguarda, respectivamente.
b) Sensibilidade
Os relés e o sistema devem ser suficientemente sensíveis, de maneira a operarem os relés, nas
anormalidades. A condição de mínima geração é, geralmente, o critério que decide a
sensibilidade do relé: nesta condição, tem-se a mínima corrente de curto através do relé, para a
qual ele deve ser suficientemente sensível para operar e remover efetivamente a falta.
c) Seletividade:
É a capacidade da proteção:
I) Em reconhecer uma falta e desligar o número mínimo de disjuntores para eliminar a falta.
II) Selecionar as condições em que uma imediata operação é requerida e aquelas em que
nenhuma operação ou retardo de atuação é exigido.
d) Confiabilidade:
É a probabilidade de um componente, um equipamento ou um sistema satisfazer à função
prevista: atuar corretamente sob as condições esperadas e não operar incorretamente devido a
causas estranhas.
Alguns tipos de relés podem operar uma vez em vários anos (Os relés de linhas operam mais
freqüentemente). Isso requererá do relé: simplicidade e robustez (empregando-se matéria
prima e mão-de-obra especiais).
Todos os relés para proteção de curto e também vários outros tipos de relés operam pela
eficácia da corrente e/ou tensão vindas de TC’s e TP’s. Através de mudanças individuais ou
relativas de I e V, os relés detectam a falta e sua localização.
Para cada tipo e local das falhas há algumas diferenças e, assim, vários tipos de proteção
existem. Cada um é projetado para reconhecer uma diferença particular e operar em resposta a
isso.
Diferenças Possíveis:
São relés eletrônicos gerenciados por microprocessadores específicos a este fim, onde sinais de
entrada das grandezas e parâmetros digitados são controlados por um software que processa a
lógica da proteção através de algorítmos.
Os relés digitais podem simular um relé ou todos os relés existentes num só equipamento,
produzindo ainda outras funções, tais como, medições de suas grandezas de entradas e/ou
associadas, sendo conhecido como relé multifunção.
Imagem 02. Diagrama simplificado de um relé digital – SEL 300G. Fonte: SEL
3. PROTEÇÃO DE GERADORES
3.1 - Introdução
Os geradores estão sujeitos a diversas condições anormais, tais como: faltas nos enrolamentos
do estator e rotor, sobrecarga, sobreaquecimento nos enrolamentos e mancais,
sobrevelocidade, motorização, perda de excitação, desbalanço de corrente, sobretensões, etc.
c) Outros Elementos
• Pára-raios, indicadores de circulação de óleo, termostatos, proteção contra incêndio (atua na
extinção do fogo iniciado devido aos arcos voltaicos dos defeitos), dispositivos de rápida
desexcitação, etc.
Os geradores são as peças mais caras (dos equipamentos de sistemas de potência) e são as
mais sujeitas a defeitos. O desejo de protegê-los de todas essas
anormalidades resulta em consideráveis divergências de opinião.
Várias “receitas” podem ser sugeridas para a proteção. Um critério usual é baseado na potência
da máquina.
• Falhas no enrolamento (entre espiras, entre fases, entre fase e terra): causadas por
sobretensões, sobreaquecimentos (corrente desequilibrada, ventilação deficiente) ou a
movimentos do condutor (força do curto, perda de sincronismo);
• Condições anormais de funcionamento: perda de campo, carga desequilibrada no estator,
sobrevelocidade, vibrações, etc.
Proteções do Gerador
Algumas das anormalidades que podem ocorrer nos geradores:
Falhas nos enrolamentos do estator
Sobrecarga
Falhas nos enrolamentos do rotor
Sobreaquecimentos nos enrolamentos e mancais
Sobre velocidade
Perda de excitação
Funcionamento como motor
Desbalanço de corrente
Sobre e subtensão
Perda de sincronismo
A soma das correntes que entram na zona de proteção deve ser igual a soma das correntes que
saem desta zona. A zona de proteção é definida como a região delimitada pelos TCs. Isto é, a
operação do relé depende exclusivamente da diferença vetorial entre as correntes circulantes
I1 e I2
A única condição para sua atuação é se a corrente diferencial (i1-i2) for superior a um valor
previamente estabelecido. O elemento protegido geralmente é um transformador de força
(com potência acima de 5VA), barramentos de SE, grandes motores e geradores, linhas de
transmissão que empregam sistemas de teleproteção.
Todos esses fatores levam a um desequilíbrio na diferença de correntes, podendo levar o relé a
uma operação ou bloqueios incorretos.
Como o próprio nome sugere, têm como grandeza de atuação a corrente elétrica do sistema.
Isto ocorrerá quando esta atingir um valor igual ou superior ao ajuste previamente estabelecido
(corrente mínima de atuação).
Possuem dois elementos (ou unidades):
a, Elemento Temporizado – Função 51
b, Elemento Instantâneo – Função 50
Sua grandeza de atuação é uma corrente fornecida ao relé (diretamente, ou por TC).
São relés cuja função é abrir um circuito, quando a corrente que percorre sua bobina excede do
valor normal. A bobina desse relé está sendo continuamente alimentada pela corrente do
circuito, através de TC, de modo que, quando atingir um valor predeterminado (valor de
ajuste), o relé opera, provocando a abertura do disjuntor.
Tape
Ajustado em função da corrente. O valor de tape determina a corrente mínima capaz de iniciar
a operação do relé, a chamada corrente de Pickup.
Dial de Tempo
- Selecionado de acordo com as temporizações requeridas para a coordenação.
Tempo Definido: Possui uma característica de tempo versus corrente plana. Portanto, acima da
corrente de pickup, o relé atuará praticamente com o mesmo tempo.
Tempo Inverso: O tempo de atuação do relé é inversamente proporcional ao valor da corrente.
Isto é, o relé irá atuar em tempos decrescentes para valores de corrente igual ou maior do que
a corrente mínima de atuação.
Obs.: Os relés digitais englobam todas as características, que podem ser selecionadas
conforme a necessidade
Atualmente, com o emprego de relés digitais, os quatro relés do esquema são substituídos por
um único que realiza as funções 50 e 51 de fase e terra. Além disso, desempenham outras
funções tais como: medição de corrente, registros de dados, de perturbações, etc. São
conhecidos como relés de multifunções.
Os RTD’s podem ser usados como medidores de temperatura em vários pontos do gerador. Isso
é conseguido com o uso de chaves seletoras e indicadoras de temperatura.
Nos Mancais
Nos mancais, a temperatura pode ser detectada por RTD’s, ou por termômetros de bulbo,
colocados em ranhuras no mancal.
Sua grandeza de atuação é uma tensão (diretamente ou por TP). Quando a tensão varia, temos
dois casos a considerar:
· Aumento da Tensão
· Diminuição da Tensão
O primeiro caso seria uma sobretensão, o que geralmente ocorre quando sai uma grande parte
da carga de um gerador. O relé de sobretensão é análogo ao relé de sobrecorrente, inclusive,
nos tipos construtivos (Função 59).
O segundo caso seria de uma subtensão, que acontece quando ocorre um aumento excessivo
da carga, ou mesmo, um curto-circuito. Geralmente é aplicado na proteção de equipamentos
que não operam satisfatoriamente com tensões baixas (Função 27).
Sobretensões também podem ocorrer durante uma rejeição de carga devido a uma falha do
regulador de tensão. A proteção sob estas condições é dada para o primeiro caso por um relé
de sobretensão temporizado com ajuste acima de 105% da tensão nominal e para o segundo
caso por um relé de sobretensão instantâneo com ajuste acima da máxima sobretensão
limitada pelo regulador de tensão.
Esses fatos podem provocar a perda de estabilidade (dependendo dos reguladores de tensão e
da capacidade do gerador em relação ao sistema).
Quando o campo do gerador é perdido, o fluxo de eixo direto do rotor decresce, a Unidade
Geradora se acelera e sai de sincronismo com o resto do sistema. O choque para o sistema,
quando a Unidade Geradora sai de sincronismo não será severo, já que o nível do fluxo no rotor
do gerador (ou tensão interna da Unidade Geradora) será baixo. Desprezando qualquer
oscilação de potência ativa devido ao fluxo no rotor, a Unidade Geradora fará a transição de
gerador síncrono para gerador de indução, incluindo um período de aumento na velocidade do
rotor com aproximadamente, constante potência ativa de saída.
Esta proteção é usada para proteger o gerador numa situação de falha do acionamento da
turbina. Neste caso o gerador atuará como motor e acionará a turbina, retirando a energia
necessária da rede elétrica. Esta condição provocará o sobreaquecimento das lâminas da
turbina a vapor ou cavitação da turbina hidráulica, e deve ser interrompida rapidamente.
O nível de potência ativa é determinado pelas perdas de fricção das lâminas da turbina, mais as
perdas joule, e estão situadas nas seguintes faixas:
Turbina a vapor: 1% a 3%;
Turbina a gás: 1% a 3%;
Geradores diesel: >5%;
Turbina hidráulica: 0,2% a 2%.
A proteção de distância é usada como uma proteção seletiva de retaguarda, que opere para
defeitos até o transformador, e opere em coordenação com as outras proteções adjacentes.
Desta forma ela é uma retaguarda local para a proteção diferencial do gerador e
transformador. Ela sempre utiliza as correntes do lado 2 (neutro) do gerador.
A conexão do neutro dos Transformadores de Potencial (s) ao neutro do gerador torna o relé
insensível a faltas fase-terra. No entanto, o relé irá operar para faltas entre espiras, as quais
aumentam o desequilíbrio de tensão. O relé de sobretensão é sintonizado na freqüência
fundamental, porque pelo delta aberto podem circular componentes harmônicos de terceira
ordem.
Existem diversas técnicas de proteção contra faltas fase-terra, pois estas são altamente
dependentes da forma que o gerador está aterrado.Um esquema de proteção muito
empregado para geradores aterrados com alta impedância, emprega um relé de sobretensão
com curva inversa conectado em paralelo ao reator de aterramento, conforme mostra a Figura
. Esse relé mede a tensão de seqüência nula (V0), indicado por 59GN pelo código . Quando uma
falta fase-terra ocorre, a tensão de fase do gerador é imposta sobre o transformador de
aterramento. A tensão no relé é função da relação de espiras entre o primário e secundário do
transformador de aterramento. A menor porção do enrolamento do gerador protegido por este
método é 5%.
Imagem 08 – Proteção conta curto entre fase terra. Fonte: Imagem internet
Esta proteção também pode ser utilizada para detectar faltas desbalanceadas com magnitude
inferior à carga, o que não é possível com a proteção de sobrecorrente de fase.
4. PROTEÇÃO DE TRANSFORMADORES
4.1 - Introdução
Dentre os elementos das instalações elétricas de um sistema, o transformador é o que
apresenta maior segurança de serviço. Em geral, os defeitos nos transformadores se resumem
a:
curto-circuitos entre espiras ou entre enrolamentos de alta e baixa;
sobreaquecimentos e
circuito aberto.
Legenda:
49 - Relé de temperatura de enrolamento
51 - Relé de sobrecorrente de fase, temporizado
51N - Relé de sobrecorrente de neutro temporizado
63FP - Relé de gás – BUCHOLZ
86 - Relé auxiliar, multiplicador de contatos
87 - Relé diferencial percentual BO: bobina de operação
BR - Bobina de restrição