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ser empreendida de dentro éa propria tibrica, locus som sida ‘menos confortivel do que as escrivaninhas de Universidade, mas, por iso mesmo, coneret, Eeevidente que tl atuarto esta longe de ser possbilitada sem riscos; 05 pscbingos disposts a atuar dentro da indstia preci sariam, ato coninuo, de uma orgenizacbo enquanto categoria, com forge. suficente para zelar pela manuteng20 do préprio emprego e pelt observinca os prinefpos ios em suas atuaghes, Como sempre, &possiel que todas as nossas consieragSes tslejam erradas, Se for 0 cas, 4 ica forma de pereebermos & m8 pritica, 0 que termina por revlidar pelo avesso as conclusdes cima, Temas cctera de que debate que vier a aprofandar,acstar fu recasar as relxGes que expomos pode nos claearo camino, se for baseado no operirio concrete, na fabrica real e na atoagdo do pscologofidedita. Estarcis, sea dGyida, melhor embasados na prt © menos susetivels ds armacilhas proprias dos contos de fads, Bibliografin ado, Wand A Traformacin do Compertenent om Mera, ‘ho Paul, Tse deDostorumenta,PUCSP, 108) mines. Fredaann, Georrs, O Trabalio em Migeias, Sto Palo, Ed, Prsec ‘ve 972 MecCotmlch, Tifa, aici Iedusiial Sto Pala, Fa, da Universiéne “deStoPaul/ Herder, 1988, Psicologia na comunidade* Albert Abib Andery Psicologia a Comunidade & ama expresto reativamente nova em nosso meio. Nela, a palavracomunidade vem sendo usada para designar 4 instrumentalizecio de conhecimentos e téenicas ‘sicldgicas que possam contribeir pare uma melhoria ma qualidade Ge vida €as pessoas e grupos distrboidos nas indmeras aglome- rages humanes que compiem a grande cidade Bum nome que procura captar um movimento de Psicologia tual de pavlatno distanciamento dose locus tradicional: sala de ‘experimentos cu de discusses puramente ecadémicas; a ante-sala de geréaci exectiva das empresas indusriais; 0 consaltro part ‘ular centradoem stendimentounicamente individual. um movimento de aprorimasio do eotdiano das pessoas principalmente nos burrose instiuigees populares onde a grande pervela. da populaglo vive, orpaniza-se e cria seus canis de expresso. Essa busca de insereio da Psicologia na Comunidade parte da escoberia de que, nesses situages © lugares, a presenga ativa dos ‘conhecimentor prioligics tem sido pouco freqoente, prirande {ndividuos e grspos muito numerosos dos beneicos que 8 ciSncia 1 Ao ise conentar, note tote, acto no petogo, else fated Prison na Comodo, enandonde sa eva he bne Pop, mea nic excusva, so psc, "a mterdacoinardie a parszapto de posses da ororie comm nce so Gefen, nest tno, como sengrarton does at deve proporsione, Pesstem a velhostabus, sobre Psicologia, que dem assim Ser éeounclados. Mas € esse contato também que a Psicologia enquant ciacia procure renorar-se nos seus conteidos, retodologiae fenica, tornando-se mais proxima de uma verdadeira Psicologia Su Esse nome apareceu, por primeiro, na Inglaterra! ¢ nos Estados Unidos, apés, spalhou'se por varios pales, inclusive 0 Brasil, com aceitagto bastente desigual. ‘Psicologia na Comunidade nfo fi criada para designar wna nove Escola de Biologia nem uma nova teoria ou um nove “smo” ‘de moda, Representa uma guinada para uma nova forma de pensar do deminante até 0 final 'Na sociedide contemporines, perturbada pelas mudansas tecnolégicas,eultras esac, ¢ precio tentar isere a Psicologia somo uma forma de explicagto, ajuda e mudanga em prol da ‘sobrevivencia do proprio homem, A. Palcologia dos anos SO fiolavace demais dos problemas eoletvos do. bomem conten- porineo, encerrdo-e mum torre de cristal da discussto mers mente seadimica e do atendimesto a poucas pessoas da elite ‘scondmica. Poueo se preoeupava por definir ume atuaglo ver Geiramente soci e consituirse assim numa das Géncassociis ‘tes para nossa epoca. ‘Para ese solamento contribuiu 2 propria identifies da rea chameda Psicologia Social. Fssa fren de pesguisa ¢ conher Cimento surgu desde 0 infeo do‘séeulo XX, mas sua manera de ‘onsideraro que vem a sero social em Psicologia perturbou durante ‘meio século sua izergiona comunidade ds homens. ‘As corentes mais antigas definiram Psicologia Social como cstudo do comertamentos instintivos: gregéries, agressvos ou lutrascondutasemocces ligadas a fatores genetics ehereditéries, ' isoladas do cortexto social mutivel em que sempre resparccem, Em contraposig8o a esta corrente instintivista, sugiram os cexperinientalsta,prinipalmente americanos,atomizandoo estudo ‘dor comportamentos socias através do esquema S-R abstrato © (91 VerDondr Mike , Poco de Commas, Ca. “Curse Bbie0 en Pico Eton, 12 Ver Koren, Shadon J, Modern Gia’ Pychoogy. Princes of ‘nzervenion inthe Clie aod Canmunty, Now fra, Baste Books I ‘sre, APRAxtsDoFSICOLOGO 2s vatio de conteido social. Os comportamentos sociis pasar a ser Aeseritos a nivel apenas da aprendizagem de reastes individuals a tstimulos proximas, abstraindo esses estimulos des contextos mals terse: bistros, econBmicoreculturals,em que, de verdade,estho Inseridose dos quais ganham significado e sentido. Essas tendéncias mais antigas da Psicologia Social, que hoje sto consideradas quate a-ocais,uraram mals de melo séctlo, com ‘excopto talvez de um ou outro autor, como Kurt Lewin, prema turamentefalcido em 1947. S.nos anos 70 & que eta Psicologia se ‘consderaem crise como construgioespcifia de um saber préprioe busea, numa resproximas2o as cneias histbrieo-socials, sua nova _maneira de trabelhar o social om Picologis. E nesse contexto de erse eredefinigdot que» Piclogia na ‘Comunidade tem sua hora eveze pode consttuirse até numa porta aberta & reavaliag30 da Psicologia enquanto teoria e pritiea [Nama recente resenba dos quinze anos de aparecimento da Psicologia na Comunidade, 0 professor americano Sheldon J. Korchin$ assim earacterizou os temas principais que maream 0 ppensamento atual des que trabalham na irea da Psicologia na Comunidede: “1 Os fatores sfcioambientais slo muito importantes na eterminasio e meiicagte de comportamentos. 2) AS intervenséesséclo-comunitirias (interengBes orien- tadas pars osistema em contraste com intervenes oientadas para 5 pisioas) podem ser efclentes tanto para tornar as institlgbes Sociais (por exemplo, a familia, a escola) meis saudéveis quanto para reduziro sofrimento individual '3) Estas intervengBes deveriam vsur mais prevengto 60 que 6 tratamento ov a recbilitate de desordens emocionas. NBo 56 a pessoa necesitada mas também a populacto-em-sco &« gervina preceupasdo da Psicologia da Comunidade. 4) Essasintervensdes deveriam ter como objetivo 2 melhoria ‘a competéncia social, mais do que a simples reduto do sofrimento Psicol6gico, Programas orientados pars o comunitirio deveriam ‘Acentuar mais oque éadaplaive do que o patolégico na vida social. (2) Ver Regus, Arie e Seton, Easy, In Argues Bratavoe ‘be Pclois Aad i 3074, 1783 Tai Vor tana, She T, My I Educapdo © Sociedade, nf 6, 100. (8) Op otesn. areas, 5) A ajuds 6 mais efcar quando obtids na proximidade dos smbienles em que os problemas apareeem. Portanto, os einios da ‘comunidade deveriam trabulhar em ambiente familiares proxies das pessoas necessitadas, antes que em loesis sociale geogat camenteafasados dels 6) As cles da comunidade deveitm ir a0 encontro dos lientes, antes que ficar passivamente & erpera de que eles 0 Procurem profisionalmente. Sua atuasio profisional deveria ser Alexive, faclmente acessive! no local e tempo onde a noceridade surge ¢ oferedda numa stmoslera que redura, 20 invés de sumentar, 1 distincia social entre profitsonale a pessoa ajudada, ‘A sjusladeveria ser acessvel Agueles que dela necesstam © nfo 36 408 que procuram, 7) A fim de empregar recursos de fei aceseoe aumentar seu mpeto potenca,o profisional deveria colaborar com of recursos hhumanos ds comunidade (responsiveis locals) © empregir trabe Ihadores associddos ndo-profssionas. O trabalho do profisional Pode envolier mais consultoria do que atendimento diet, 8) Bxiggncias do papel tradicional © norms costumeiras profissionas devem ter abrendadas, © exerclcio da profssto ne ‘comunidade exige uma programaeio imaginosa © novos modelos conceituals; as inovagdesdevem serestimaladas, 9) A comunidade deveria, se ndo controlar, a0 menos part sipar do desenvolvimento e execusio dos programas formuladcs, levano em conia as necessidades « prescupagtes das membros da comunidade. 10) Problemas de sade mental éoveriam ser encarador de ‘maneira mals abrangente do que rstrita, desde que ces se ente- lagam com muitas outas facetas do bem-estar cecal tis como 0 temprego, habitagio ¢ elucagio, Para ober elciénia maxima, os programas ée aide meatal du comonidade deveriam oeupar-se som ‘uma fara de proslemas cia mais amplaporstel, 1) A edueagto do pico para compreender a naturens¢ a8 ‘ausas dos problemas picostocials eos recursos disponvels para se Jidar com esses problemas é uma tarfa valogs 12) Desde que muitos problemas de sade mental relasio- nam-se com uma ampla Taxa de carénciss socials, tals como pobreza, ravismo, densidade urbana ¢ alienagdo, caréncias esas |e eso fora Jo aleance ds intervengdes dot profssionss, 0 ‘sic6logo da comunidade devora ser orientade pa facitagdo das reformas soci, |ApEAxIsDOSIcOLOOO » 13) Pare desenvoler 0 conbecimento necessiro pare uma Interveneio como adequado conhecimento de cause, a Psicoiogin da ‘Comunidade requer a contribuirio das abordagense pesquisas no natural eecoléycas”. sas caratersticas da Psicologia na Comunidade mostram ‘que essa prns se afasta nas suas pesquisaseintervenges do asim, dio nevraismo do centisae profisional em Psicloga Exe postulado de neuralsmo jf tinha sido derotado pela constatagto de que a ciénci, enquanto constrocdo histéica € socal, mio € neatea nas suas motivagdes nem ea escolha de seu objeto de estude. NEo € neutra nas suas allangas com as forgas ‘econbmicasepolitcas atuantes te Sociedade. ‘A Psicologia na Comunidade pretende aproximarse das clases populares, ajudando-as na conscientzagdo de sua identidade psicossocial de classes submissas e dominadas, como primeira ‘asso para uma superagto dessa degradante stuagto de submissio. Surgindo numa épeca em que a interdisipfinaridede das cifncias socials humanss € valorizada, em que o labor educstivo & tido como primordial na atuaglo social. a Psicologia na Comv: ldade procurs difundi- através do trabalho do psivtloge © de ‘outros profissionais envolides com trabalho educativo © social Valoriza © trabalho educstivo conscientzador ¢ reconhece, pioneros e mestres, autores que nto sto profisonalmente Pslcé- Hogos. Nese rl, inclubse necessariamente Paulo Freie, um dos bratleiror que destaccu na Psicologia a metodologa da allabet ‘agto das massa. O método Paulo Freire’ nto # sb ume thenice Dedagigica de alfabetizacto, mas consttubse num modelo de ‘trabalho de aproximagao & classes populares. Mostra para 0 psc logo 0 que se pode fazer em prot da conscientizato e da redes- ‘oberts o valor dos incividuossubmetidos a process seculares de ddominagto e alienados de sua propria cultura. Artcula a forgas vivas de resistéacia, de reas, crescimento elibertugto dos grupos socials populares. 'A Pricologia na Comunidade devord assim clocat os recursos 4a Psicologia em prol do process de ibertasto. Cabe & Psicologia ‘na Comunidade trabalbar nos indiniduos © grupos a visto de ‘mundo, & aunpercepeto enquanto pessoas & grupos: reavallar {81 Vee trance, Carbs R., 0 gue & Mle Pauly Fre, k3. rao, 1

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