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A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
1. Introdução
Deste modo, grande parte dos investimentos a serem feitos nos modais de transporte
destinam-se o modal rodoviário pois, conforme o Atlas do Transporte (2006), no Brasil este é
o modal predominante, atendendo em média 96,2% do transporte de passageiros e 61,8% do
transporte de cargas. Segundo o Boletim Econômico (2012), a malha rodoviária brasileira
possui uma extensão de aproximadamente 1,6 milhões de km, dividida em 61.961 km de
rodovias federais, 123.830 km de rodovias estaduais e 26.827 km de rodovias municipais.
Ainda de acordo com este documento, os investimentos federais realizados nos últimos três
anos para a infraestrutura deste modal cresceram significativamente, atingindo a marca de
23,09 bilhões de reais em 2012, isto representa cerca de 20% do total autorizado pelo
Orçamento Fiscal da União para os investimentos no presente ano.
Cabe salientar que Barat et al. (2007), atestam que o setor de transporte rodoviário emprega
3,5 milhões de pessoas obtendo um valor agregado equivalente a 3,4% do Produto Interno
Bruto (PIB) nacional. Por sua vez, Ribeiro e Ferreira (2002), ratificam que este modal, no
Brasil, é o mais desenvolvido devido aos investimentos realizados desde a década de 50.
Além disto, Keedi (2001), ressalta a importância deste modal como o mais importante elo dos
modais de transporte, tendo em vista que este é o único modal que pode unir todos os demais,
praticamente não existindo a multimodalidade sem a sua participação. Além disto, também é
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um dos únicos modais capaz de unir de forma independente os pontos de origem e destino da
carga.
Por tudo que foi supracitado, percebe-se que o país reconhece a necessidade de investimentos
na infraestrutura de transporte, em especial, do transporte rodoviário. Assim sendo, o objetivo
deste trabalho é identificar a atual infraestrutura deste modal e analisar as perspectivas de
investimentos, melhorias e oportunidades nas principais cidades da região Sul da Bahia,
Itabuna e Ilhéus. Com isto, pretende-se auxiliar no planejamento do modal rodoviário na
região e contribuir para alavancar a economia local. Os tópicos a seguir, apresentam os
conceitos utilizados na pesquisa com relação à logística de transporte de um modo geral e as
características específicas do modal rodoviário.
2. Metodologia
De acordo com Yin (2005), o presente trabalho caracteriza-se como um estudo de caso, pois
se trata de uma pesquisa que cujo foco é a investigação empírica de um determinado
fenômeno, tendo como base a análise de um conjunto de características que envolvem
basicamente três etapas: planejamento, coletas de dados e análises.
Para Godoy (1995); Goldenberg (2000), o objeto de estudo é analisado profundamente através
de uma visão holística no qual se busca reunir o máximo de informações detalhadas, através
de diversas técnicas de pesquisa, sobre o tema em questão. Além disto, conforme Almeida
(1996); Santos (1999), esta pesquisa é descritiva, pois visa tratar das características de um
fenômeno a partir de observação, registro, analise e ordenação de dados, sem alterá-los.
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3. Logística de Transporte
Wanke (2009), ressalta que no Brasil um dos fatores que fazem com que seja crescente a
importância atribuída pelas empresas à logística, seria devido a estas perceberem a capacidade
desta em desenvolver funções estratégicas que atuem na geração de vantagem competitiva,
que no geral podem estar associadas à valorização dos clientes aos serviços logísticos.
Assim, a escolha do modal para Ballou (2004) envolve uma série de componentes que devem
ser levados em consideração como tamanho do carregamento, percurso, programação e tipo
de produto. Por sua vez, para a escolha do modal, Silva e Porto (2003), enfatizam a
necessidade em se analisar fatores como o prazo de entrega, segurança, limpeza,
armazenagem, rapidez e custo.
De acordo com Bowersox e Closs (2008), uma boa infraestrutura de transporte corrobora com
inúmeros benefícios a região em que está instalada como à disponibilidade de bens, à
ampliação dos mercados, à concorrência, aos custos dos produtos, entre outros. Uma análise
da infraestrutura dos modais de uma localidade é capaz de conseguir medir o seu nível de
desenvolvimento tendo em vista que usualmente ao se comparar a infraestrutura dos locais é
possível identificar aquele que é mais desenvolvido.
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Deste modo, para Keedi (2001), conhecer as características dos modais de transporte, os tipos
de veículos recomendados e as cargas que se adéquam a cada um deles são de suma
importância para o desenvolvimento de uma logística de transporte eficaz.
No tópico a seguir será apresentada uma análise sobre as características da infraestrutura do
modal rodoviário visando identificar entre outros pontos, quais são as suas as vantagens e
desvantagens, quando a utilização deste transporte é indicada e quais os atuais problemas e
desafios para o seu desenvolvimento.
4. O Modal Rodoviário
Segundo Corrêa e Corrêa (2007); Slack, Chambers e Johnston (2002), dentre os critérios para
a escolha do modal existem cinco mais relevantes, eles possuem uma escala de importâncias
diferentes que variam de acordo com a necessidade e estratégia da organização. A tabela 1
apresenta estes critérios e os seus conceitos associados.
Nesse sentido, fazendo uma análise do transporte rodoviário Keedi (2001), frisa que os
investimentos neste modal serão voltados para o aumento da qualidade, voltados para a
melhoria de sua infraestrutura para garantir o seu papel na cadeia logística.
Com relação à rapidez Lambert (1998), afirma que o transporte rodoviário de um modo geral
proporciona um serviço mais rápido do que as ferrovias e comparado com o transporte aéreo,
considerado o modal mais veloz, o mesmo apresenta vantagens neste quesito ao aliar outros
critérios como no caso os custos dos fretes em pequenas distâncias.
Segundo Teixeira (2007), a velocidade média em que o modal opera é uma grande vantagem
para as empresas, pois, isto diminui o tempo em que a carga fica em transito e
consequentemente o seu custo de produto ocioso. Aliado a isto, o nível de frequência é alto,
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podendo ser utilizado muitas vezes o que compensa o fato da sua baixa capacidade de
volume.
No que diz respeito aos custos deste modal, Alvarenga e Novaes (2005); Lima (2006),
classificam em dois: os custos diretos, que são passíveis de alteração de acordo com a
quilometragem percorrida ,tempo gasto na viagem, depreciação do veículo, salário dos
motoristas, licenciamento, entre outros e os custos fixos, que ocorrem mesmo quando o
nenhuma carga está sendo transportada, geralmente associada aos gastos administrativos.
Observa-se desta forma que existe uma necessidade em fazer um controle desta atividade
buscando utilizar o modal da melhor forma possível promovendo a redução dos custos. Nesse
sentido, Lima (2003), destaca que a uma das formas de redução dos custos mais simples
porém eficaz é analisando o cálculo de custeio do frete, que ainda é um dos menores em
relação aos outros modais.
Diante do que foi exposto, cabe ressaltar que o modal apresenta vantagens com relação à
rapidez e agilidade na entrega e possui também alta flexibilidade e custo de frete
relativamente baixo. Entretanto, possui baixa capacidade de carga, alto custo do combustível
quando o serviço é realizado em longas distâncias e apresenta grande necessidade de
investimento em recuperação da infraestrutura. Em razão destes aspectos, como principais
desafios para o transporte rodoviário pode-se citar a melhoria e ampliação da malha
rodoviária.
O presente tópico tem como objetivo apresentar um resumo sobre os municípios de Itabuna e
Ilhéus e os resultados da pesquisa que estão divididos em nos três subtópicos a seguir no qual
o primeiro identifica as rodovias que fazem parte destes municípios, o segundo revela as
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condições em que estas se encontram e o terceiro aborda as melhorias que estão sendo
realizadas e os planejamentos futuros.
Esta região foi historicamente marcada pela produção agrícola e em especial a do cacau,
entretanto, atualmente é sede de muitas empresas e indústrias. Segundo consta no Relatório
Anual do Governo do Estado da Bahia de 2012 (SEPLAN, 2013), foram recém-implantadas
553 empresas em Ilhéus e 731 em Itabuna.
Com relação à identificação das rodovias federais e estaduais que fazem parte da região de
Itabuna e Ilhéus pode-se citar:
BA-251 se estende do estado da Bahia até o Mato Grosso tendo uma malha de 1.515,2km;
BR-415/BA-415, rodovia esta que é parte federal e parte estadual, liga os municípios
de Vitória da Conquista/BA às cidades de Ilhéus e Itabuna, tem uma malha rodoviária de
201km;
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BA-001 que atravessa o litoral do estado da Bahia até a capital Salvador com uma malha de
658,2km;
BA-262 liga o município de Vitória da Conquista a Brumado resultando uma malha total de
281,1km.
A Figura 2, mostra o mapa rodoviário com destaque as cidades da região Sul da Bahia
adaptado do Sistema de Transportes da Bahia (2010), criado pelo Departamento de
Infraestrutura e Transporte da Bahia (DERBA).
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De acordo com os dados da Pesquisa de Rodovias da CNT (2012), pode-se verificar que as
rodovias citadas anteriormente, apresentam ligação com vários municípios, isto além de
facilitar o fluxo de cargas, colabora ainda mais com que Itabuna e Ilhéus se tornem pontos
estratégicos para o recebimento e escoamento dos produtos na região. A Figura 3 apresenta de
forma detalhada, um quadro com os principais pontos de passagem, destas rodovias estaduais
analisadas na pesquisa.
Em uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transporte em 2010 (CNT, 2010),
que teve como um dos principais objetivos avaliar as rodovias brasileiras estaduais e federais
quanto a sua pavimentação, sinalização e geometria viária, foi identificado que de uma forma
geral as rodovias do estado da Bahia se encontram em situação precária, principalmente as
que fazem parte da malha rodoviária dos municípios de Itabuna e Ilhéus. A Figura 4 apresenta
um quadro com as variáveis abordadas para cada constructo desta pesquisa.
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Tabela 2 – Dados das rodovias estaduais e federais que interceptam Itabuna e Ilhéus.
Origem / Extensão
Rodovia Destino na Analisada Geral Pavimento Sinalização Geometria
Bahia (km)
BA-415/ Vitória da 44 Ruim Regular Ruim Ruim
BR-415 Conquista /
Ilhéus
BR-101 Ilhéus / 976 Regular Bom Regular Regular
Vitória da
Conquista
BR-251 Ilhéus / 61 Regular Bom Ruim Péssimo
Buerarema
BA-262 Ilhéus / 80 Bom Ótimo Ótimo Regular
Aritaguá
Fonte: Adaptado de Pesquisa de rodovias – CNT 2012
5.3. Ações de melhoria de planejamentos futuros
Especificamente sobre o modal rodoviário, de acordo com este relatório, foram realizadas a
recuperação de 1.022km de estradas, com um gasto de aproximadamente 279,6 milhões de
reais e construídas seis pontes, totalizando 108,2m em diversas rodovias estaduais, dentre
estas estão as rodovias BA-415 e BA-262.
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A infraestrutura deste complexo logístico contará com os a criação do Porto Sul em Ilhéus, a
Ferrovia de Integração Oeste-leste e o novo aeroporto de Ilhéus. Com relação ao Porto Sul,
tem objetivo é auxiliar no escoamento da produção agrícola da região Centro-Oeste do Brasil,
etanol, fertilizantes, carvão, produtos siderúrgicos, contêineres e diversas cargas em geral.
Por sua vez, a construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), que irá ligar
Figueirópolis/TO ao Porto Sul, localizado em Ilhéus visando o escoamento da produção de
grãos do Oeste e do minério de ferro vindo de Caetité/BA e Tanhaçu/BA, e diversos produtos
importantes, tais como: fertilizantes, derivados de petróleo e biocombustíveis.
Assim, estas três grandes obras irão auxiliar a infraestrutura rodoviária da região, mais
especificamente as BR-101, BR-251 e BR-415, redesenhando o mapa dos modais de
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6. Conclusões
Assim, como uma das metas, identificou-se que as principais rodovias, federais e estaduais,
que fazem parte da malha rodoviária desta região são as BR-101, BA-251, BR-415/BA-415,
BA-001 e BA-262. Através delas, circulam cargas não só destas duas cidades como também
das cidades circunvizinhas, sendo originadas da produção agrícola e diversas empresas e
indústrias desta localidade.
Diante deste diagnóstico, estão sendo realizados vários investimentos dos governos federal e
estadual no sentido de recuperar esta malha rodoviária. Além disto, existe o projeto de
duplicação da BR-415 trecho Itabuna-Ilhéus que visa melhorar o fluxo do transporte de cargas
intenso na região.
Estas intervenções que estão sendo realizadas e que ainda ocorrerão tanto no modal rodoviário
como nos demais modais irão corroborar para consolidar as cidades de Itabuna e Ilhéus como
um importante polo industrial e de serviços e somado ao futuro complexo logístico, esta
região pode vir a ser uma Plataforma Logística significativa para o estado.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Maria Lucia Pacheco de. Como elaborar monografias. 4. ed. Belém: Cejup,
1996.
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LAMBERT, Douglas M., STOCK, James R., VANTINE, José G. Administração estratégica
da logística. São Paulo: Vantine Consultorias, 1998.
LIMA, Mauricio Pimenta. Custeio do transporte rodoviário de Cargas. 1 ed. São Paulo:
Atlas, 2003.
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WANKE, Peter. Logística empresarial: A perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2009.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman,
2005
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