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Título: O Conforto do Piso Radiante Eléctrico


Autor: Carlos Manuel Valbom Neves
2 ª edição: Novembro 2011

Como Reduzir Custos e Aumentar o Conforto com


o Piso Radiante Eléctrico

AVISO:
Copyright © 2010 – Carlos Valbom Neves

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser


reproduzida ou transmitida sob qualquer forma, seja electrónica, mecânica
ou em fotocópia, sem o consentimento escrito do autor.

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O autor investiu os maiores esforços na preparação deste livro e declina qualquer responsabilidade e garantia
no que respeita à precisão, aplicabilidade, instalação e fiabilidade do conteúdo. O autor não pode ser
responsabilizado por quaisquer perdas ou danos derivados da utilização de informações contidas neste livro. A
escolha do sistema é sempre da responsabilidade do leitor. Se necessário, a opinião de um especialista deve
ser procurada, devendo ter em consideração as empresas fornecedoras e instaladores destes equipamentos
na sua zona geográfica. Este livro contém material protegido pelas leis internacionais de escrita. A impressão
não autorizada deste material é expressamente proibida.

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ACERCA DO AUTOR

Carlos Valbom Neves

Carlos Valbom Neves tem formação em Engenharia Electrotécnica,


pelo Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, e licenciatura em
Gestão de Empresas, tendo colaborado com a FESTO, PHILIPS, ABB
– Asea Brown Boveri, Endress&Hauser e TECNISIS. É especialista em
Instrumentação, Controle de Processos Industriais e em Sistemas
de Aquecimento e Traçagem Eléctrica. Tem cerca de 25 anos de
experiência adquirida em centenas de projectos executados nestas áreas. Vive no Estoril, em
Portugal.

Para mais informação ou contacto:

email: c.neves@tecnisis.pt

http//www.pisoradiante.com.pt

http//www.tecnisis.pt

Telefone: +351 21 426 7290

Portugal

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Esta dedicatória é para si,

que procurou e descobriu este livro, que,

espero eu, lhe dê a informação de que precisa para escolher,

sem indecisões, o sistema ideal de aquecimento, com a melhor

estética que pode encontrar actualmente para a sua casa.

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COMO INSTALAR O SISTEMA IDEAL E PERFEITO


DE AQUECIMENTO EM SUA CASA POR
INTERMÉDIO DO PISO RADIANTE ELÉCTRICO

Descubra como melhorar o aquecimento em sua casa, ao utilizar o


piso radiante eléctrico, e escolher os materiais ideais para um
aquecimento mais rápido, com menor consumo de energia

Resultados dos testes de aquecimento efectuados com diferentes


pavimentos

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ÍNDICE

0. Introdução 7

1. Qual o sistema ideal para aquecimento de casas 11

2. O aquecimento de casa com o piso radiante eléctrico –


como reduzir custos e melhorar o conforto 23

3. Qual o tempo de aquecimento com diferentes pavimentos 31

4. O cabo radiante eléctrico 55

5. A tela radiante eléctrica 68

6. O filme radiante eléctrico 84

7. Que piso radiante eléctrico escolher para sua casa? 95

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Introdução

A quem se destina este livro?


A todos os que estejam indecisos em relação à escolha do aquecimento para as
suas casas, nomeadamente aqueles que pretendem remodelar ou construir
nova casa; ou pura e simplesmente para os que estão cansados do pavimento
que têm e procuram uma solução simples e económica para melhorar a
estética e o conforto do lar.
A ênfase do livro será dada ao piso radiante eléctrico que representa, nos
dias de hoje, a melhor solução de aquecimento, o sistema perfeito, sem
ocupação de espaço e com custos baixos de investimento e praticamente
isento de despesas de manutenção ao longo do tempo de vida do sistema.
Os custos com energia poderão ser também dos mais inferiores que irá
encontrar entre todos os sistemas existentes no mercado, desde que tenha um
sistema bem operado e dimensionado para a sua casa.
Ficará a saber se será melhor aplicar o piso radiante eléctrico ou o piso
radiante hidráulico e, no caso da escolha do piso radiante eléctrico, qual dos
três tipos de sistema – cabo radiante, tela radiante ou filme radiante –
deverá escolher.
Vai ficar surpreendido com o facto de ser possível alterar radicalmente a
estética e o conforto em sua casa com um investimento reduzido, por
intermédio de uma simples mudança do pavimento, sem ter de fazer grandes
obras.
Se estiver descontente com o pavimento que tem e, se além disso, também
sentir algum desconforto com o frio, então terá agora o conhecimento da
solução perfeita para o seu caso.
A escolha dos melhores e dos mais bem adequados materiais para o
aquecimento, bem como a forma como instala o piso radiante eléctrico,
poderá representar a diferença entre ter um aquecimento lento de várias
horas, com gastos de energia elevados, ou ter um aquecimento rápido, com
custos mínimos de energia.
Para que isso aconteça, basta uma pequena desatenção ou uma informação
errada na fase de escolha dos materiais.

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Veja-se o seguinte caso: se colocar pavimento flutuante por cima da tela ou do


cabo radiante, e se a película aplicada entre a argamassa e o laminado de
madeira não for a adequada, vai ficar com um sistema muito lento e pouco
eficaz na transmissão do calor.
Se utilizar madeira maciça ou laminado de madeira, o comportamento do piso
radiante poderá ser bem diferente do que se usar mosaicos de cerâmica ou de
mármore.
Poderá aplicar, numa remodelação de casa, o cabo, a tela ou o filme radiante;
mas qual será o mais adequado?
E se estiver a construir uma casa, qual será o sistema mais adequado?
Qual é a diferença entre o cabo radiante e a tela radiante no que toca à rapidez
e eficiência no aquecimento?
Para responder a muitas destas questões, fizemos testes com diferentes
materiais de pavimento, usando telas com diferentes potências, empregando
cabo radiante e tela radiante em pavimentos de diferentes espessuras. E
registámos os resultados tanto no aquecimento como no arrefecimento.
Alguns dos resultados foram surpreendentes!
Existe a ideia de que o pavimento de madeira não deve ser utilizado com o
aquecimento radiante. Mas essa ideia só é valida em alguns casos, sendo, na
maior parte das situações, possível a aplicação do pavimento de madeira,
desde que observados alguns pressupostos.
É claro que é possível esperar determinado tipo de resultados baseado nas
características e nos dados de condutividade térmica dos materiais, mas não
há nada como confirmar os resultados com base na experiência.
Após a leitura deste livro, ficará na posse de alguns factores muito
importantes na escolha e na instalação de um dos mais agradáveis sistemas
de aquecimento em casas – o aquecimento radiante através do pavimento.
Os princípios que agora são utilizados são os mesmos que já eram usados há
2000 anos pelos Romanos e depois pelos Coreanos e Japoneses; mas, nesse
tempo, o elemento de aquecimento eram os gases quentes de combustão dos
fornos da casa, circulando por baixo do chão e nas paredes.
Agora, pode ter esse aquecimento através do chão, utilizando a energia
eléctrica que lhe permite, com um pequeno investimento, ter um conforto
excepcional com custos de manutenção nulos e total segurança de operação.

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Mas, para isso, é fundamental escolher bem os materiais, dimensionar


correctamente o sistema adequado à sua casa e não cometer erros na
instalação.
Finalmente, vai obter a resposta a algumas das suas dúvidas,
nomeadamente:
– Qual o pavimento que se deve escolher para ter o melhor rendimento
com o piso radiante?
– Qual a melhor escolha – piso radiante eléctrico ou hidráulico? E em
que situações deverá escolher-se um ou outro?
– Se estiver aborrecido do pavimento, e se também tiver frio em sua
casa, o que deverá fazer imediatamente?
– O que deverá aplicar se estiver a remodelar a sua casa? E se estiver a
construir uma nova casa?
– Porque nunca deverá utilizar o filme radiante em cozinhas e casas de
banho?
– Poderá utilizar a madeira maciça e o laminado de madeira no chão
flutuante?
– Qual será o mais adequado para a sua casa – a tela, o cabo ou o filme
radiante?
– Que tipo de película deverá utilizar por baixo do chão flutuante?
– Vai pretender um sistema de aquecimento rápido ou de acumulação
de calor?
– Quanto tempo deverá esperar para a secagem da argamassa e antes
de ligar o aquecimento?
– Quais serão as suas despesas mensais com energia eléctrica?
– Quais os custos com a manutenção do sistema ao longo do tempo?
– Que cuidados deverá ter no dimensionamento dos circuitos eléctricos?
– Porque não existe qualquer perigo, nem de curto-circuito, nem de
incêndio, com o piso radiante eléctrico?
– Qual a razão por que a garantia do equipamento é tão longa?

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– Quanto poupa só pelo facto de ter o aquecimento pelo chão?


Este livro contém informação sobre como escolher e utilizar o piso radiante em
sua casa e poderá ser fundamental para uma decisão de investimento. Depois
de o ler, não terá dúvidas em escolher o piso radiante eléctrico ou o hidráulico,
decidir qual o sistema mais adequado – cabo, tela ou filme radiante –, e será
fácil discutir sobre piso radiante com os fornecedores dos materiais, quer
sejam os fornecedores do sistema radiante quer sejam os do isolamento,
pavimento ou cimentos de colagem.
Espero que goste e que lhe seja útil. Mas, acima de tudo, que o ajude a
decidir bem e que confirme a minha opinião de que este é o sistema ideal e
perfeito que lhe permite um ambiente e um conforto extraordinários.
Se quiser saber mais sobre os custos envolvidos neste sistema ou se quiser
fazer a comparação com outro tipo de sistemas de aquecimento,
nomeadamente recorrendo às energias alternativas, veja a tabela
comparativa dos principais sistemas de aquecimento no livro Guia do
Aquecimento Doméstico, em http://www.chaoradiante.com. Nessa
publicação, é feita a análise comparativa dos principais sistemas de
aquecimento no mercado. Será, só para exemplificar, evidente o motivo por
que deverá escolher o piso radiante eléctrico se não precisar de ter a casa
sempre aquecida ou se não quiser fazer grandes investimentos.

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1.

Qual o sistema ideal para aquecimento de casas

Estando agora a ler este livro, é porque não está contente com a situação que
tem actualmente e procura um sistema de aquecimento para a sua casa. É
muito provável que esteja numa das seguintes situações:
1. Está cansado da estética de sua casa e do actual pavimento, sentindo
elevado grau de desconforto com o frio que passa no Inverno;
2. Está a remodelar a casa com substituição total do pavimento e quer
resolver o problema do frio que tem no Inverno;
3. Está a construir uma nova casa e quer prepará-la com o melhor sistema
de aquecimento.
Em qualquer uma destas situações, poderá encontrar a alternativa ideal de
aquecimento ao utilizar o piso radiante eléctrico. O piso radiante é a solução
que garante o maior conforto com mínimo de perdas de calor e com melhor
estética.

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Maior conforto obtido com o piso radiante


O maior conforto térmico é conseguido porque o calor é emitido a partir do
chão e está perto de nós. Por isso, a temperatura a que será necessário
aquecer o piso é relativamente baixa quando comparada com todos os outros
sistemas de aquecimento.
Basta aquecer o chão a 23 °C ou 24 °C para se sentir bem e alcançar um
conforto imediato, enquanto com outros sistemas, tais como os radiadores de
parede, o aquecimento é localizado e a temperatura do aparelho poderá
atingir os 105 °C.
Com o pavimento aquecido a 24 °C, deixa logo de sentir aquela desagradável
sensação de frio, como a que tem quando está em cima de um pavimento frio,
como se o calor fluísse do seu corpo para o chão. E é isso mesmo o que
acontece, porque, de acordo com a 2ª lei da termodinâmica, todos os corpos
trocam energia entre si, sendo que o calor flui dos corpos mais quentes para os
mais frios, até ao ponto em que ambos atingem a mesma temperatura.
Com o piso radiante, toda a superfície do chão é aquecida, e não só um ou dois
pontos da divisão, pelo que a troca de calor é muito mais eficiente e mais
uniforme por estar mais próximo de nós e dos objectos.
Mas a principal razão para ser tão eficiente é que o calor é recebido pelo corpo
por radiação e sem contacto, o que dá uma sensação extremamente agradável,
como aquela que temos quando nos aquecemos ao sol.

O aquecimento uniforme é em todas as direcções


Aquecendo o chão, temos a troca de calor feita em todas direcções,
aquecendo melhor tudo o que está mais perto do chão, pelo que as perdas de
calor são muito inferiores às que existem com os aquecedores de parede ou
com o ar condicionado.
Com o tempo, os objectos tendem a aumentar a sua temperatura, tornando o
ambiente mais uniforme em todos os locais da divisão aquecida, sem correntes
de ar, com menos perdas de calor do que em qualquer outro sistema e, dessa
forma, o calor mantém-se durante mais tempo.

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Com o ar condicionando, o aquecimento é feito por convecção e por condução,


por intermédio do contacto do ar quente com o nosso corpo. No momento em
que se desliga o ar condicionado, deixa de se sentir o calor.
O aquecimento pelo piso radiante, quer seja eléctrico quer hidráulico, é ideal
por todas estas razões, mas, acima de tudo, pelo conforto que se tem: é por
radiação electromagnética que o ser humano está habituado a aquecer-se
(aquecimento por radiação solar) ao longo de milhões de anos.
Talvez por isso, já era utilizado no distante tempo dos Romanos e também há
vários séculos no Japão e na Coreia.

As temperaturas de funcionamento e inexistência de correntes de ar e fungos


O piso radiante é também óptimo porque evita a existência de fungos e
partículas no ar, sendo muito favorável para indivíduos que sofram de asma e
que sejam sensíveis a pós.
As temperaturas que se aconselham são de 23 °C/24 °C na superfície do
pavimento, que correspondem a cerca de 22 °C ou 23 °C a 1 m de altura,
dependendo do isolamento da casa. Estes valores são inferiores aos que se
verificam, por exemplo, no Verão, em que pode medir temperaturas no
pavimento na ordem dos 35 °C, especialmente se tiver directa incidência dos
raios solares.
Temperaturas acima dos 25 °C no pavimento não são recomendáveis porque
aumenta o consumo de energia e fica sujeito a maiores variações de
temperatura.

A aplicação do piso radiante está a aumentar nos países frios


Se entrar numa casa aquecida com piso radiante, vai sentir a diferença, e é
essa a razão por que cada vez mais este sistema está em expansão nos países
do Norte da Europa e Canadá.
Mas a questão que se põe é a seguinte: utilizar piso radiante eléctrico ou piso
radiante hidráulico. Qual será a melhor opção?

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Piso radiante eléctrico ou piso radiante hidráulico?


Com o piso radiante hidráulico, os tempos de aquecimento são longos, de 7 a
10 horas, porque a espessura de cimento por cima dos tubos de água se situa
entre os 6 e os 10 cm, o que pressupõe que o aquecimento nunca deve ser
totalmente desligado. Para o consumo de energia ser económico, é necessário
que se utilize bombas de calor para funcionar com fontes de energia
renováveis.
Poderá ver os valores de investimento associados aos diferentes sistemas de
produção de energia e de aquecimento no livro Guia do Aquecimento
Doméstico, em http://www.pisoradiante.com.pt, com um exemplo para uma
vivenda de 200 m2. Aí, poderá fazer a comparação dos principais sistemas de
aquecimento existentes no mercado.
Com o piso radiante hidráulico, vai ter de aquecer a água que circula em
tubagens no interior do pavimento. E o aquecimento poderá ser feito através
de caldeira a gás ou a fuel, ou com bombas de calor associadas a um sistema
geotérmico, termodinâmico ou solar.
Com base nesse estudo, o que se verifica é que se usar para o aquecimento da
água o combustível de gás ou de gasóleo, os custos de energia serão bastante
elevados.
Mas em alternativa, se utilizar como energia a terra, o ar ou o sol, associando
uma bomba de calor, vai obter custos de energia muito inferiores, embora o
investimento em equipamento seja muito mais elevado.
De modo que utilize o piso radiante hidráulico, tem duas opções:
1. Ou faz um investimento elevado no equipamento para mais tarde obter
custos baixos de energia;
2. Ou faz um pequeno investimento com o equipamento, mas,
posteriormente, terá de suportar custos elevados de energia.
Em grandes áreas de aquecimento, ou em zonas com Invernos longos, poderá
justificar-se a utilização do piso radiante hidráulico.

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O aquecimento rápido com o piso radiante eléctrico


Com o piso radiante eléctrico, o aquecimento é obtido de forma muito mais
rápida. Dependendo do tipo de sistema utilizado – FILME, TELA ou CABO
RADIANTE –, poderá ter tempos de aquecimento que vão desde os 5 minutos
até 3 horas. A rapidez do aquecimento depende essencialmente do tipo de
isolamento por baixo (espessura e condutividade térmica), do material e
espessura do cimento e do tipo de pavimento por cima.
Deste modo, com o piso radiante eléctrico, o custo mínimo com a energia para
o aquecimento é obtido se ligar o sistema apenas quando necessário, ou seja,
quando está no local, desligando o sistema quando não é preciso.
Exemplificando, nas divisões em que não está ninguém, ou durante a noite,
não há necessidade de ter o piso radiante ligado.
Isto é possível nos sistemas de aquecimento rápido com o filme radiante ou
com a tela radiante, em que os tempos de aquecimento são muito rápidos
(desde 5 a 30 minutos).

Quando o sistema deverá ter alguma inércia térmica


Se o objectivo é manter sempre a habitação aquecida nos meses mais frios,
porque está sempre alguém em casa, então é conveniente que o sistema de
piso radiante tenha uma certa inércia térmica, isto é, que mantenha o calor
durante algum tempo, depois de se ter atingido a temperatura desejada.
Quanto maior for a espessura da cobertura por cima do cabo ou da tela
radiante, maior será a inércia do sistema de aquecimento. Será então
proveitoso ligar o sistema nas horas de vazio do fornecedor de electricidade
em que o kWh é mais barato, desligando o sistema nas horas de ponta quando
o custo de kWh é mais elevado.

Quando deverá utilizar o piso radiante hidráulico


Assim, para casas em construção com uma grande área a aquecer – suponha-
se superior a 250 m2 – localizada numa região fria, e se o investimento inicial
não for preocupante, o aquecimento com piso radiante hidráulico associado a

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sistema geotérmico, aerotérmico ou termodinâmico com bomba de calor


poderá ser uma boa solução. Prepare-se para gastar acima de 30 000 € e para
considerar custos com a manutenção do sistema ao longo do tempo.

Painéis fotovoltaicos ou painéis térmicos para a geração de energia


Para a mesma moradia, e se o investimento inicial não for problema, poderá
também optar pela solução com piso radiante eléctrico e instalar painéis
fotovoltaicos para produção de energia eléctrica, que depois poderá vender ao
seu fornecedor de electricidade. Desta forma, poderá compensar o consumo
de energia eléctrica com o que ganha na produção e venda de energia.
Actualmente, em Portugal, poderá vender o kWh a 0,6 € e comprar a 0,14 €
embora estes valores sejam alterados com alguma frequência.

O sistema mais simples e económico para aquecimento do ambiente e das


águas da casa
Mas para os casos de áreas de construção mais pequenas, ou se quiser ter
custos de investimento baixos, o sistema ideal é conjugar os painéis solares
térmicos para aquecimento das águas da casa (eventualmente com uma
resistência eléctrica que compense, nos dias de Inverno sem sol, a falta de
energia de aquecimento) com o piso radiante eléctrico para o aquecimento do
pavimento.
Nesta configuração, com um investimento de cerca de 2500 a 3000 € para a
instalação de piso radiante eléctrico numa área de cerca de 140 m2, e 2000 €
para a instalação de painel solar térmico, terá um sistema bem adaptado, com
um conforto espectacular, sem custos de manutenção ao longo do tempo em
que mantiver o pavimento, e com despesas de energia relativamente baixas,
se tiver cuidado na forma como liga o sistema de aquecimento do piso
radiante. E tudo isto pelo custo aproximado de uma bomba de calor necessária
para o piso radiante hidráulico com energias renováveis.

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O que fazer quando se está a remodelar ou a alterar a estética da casa


Para as outras situações, em que o que pretende é remodelar a casa ou mudar
a estética, o ideal é o piso radiante eléctrico nas versões de TELA RADIANTE, se
utilizar cimento no piso, ou FILME RADIANTE, se quiser utilizar o pavimento
flutuante e ter o mínimo de obras.

A tela radiante e o filme radiante


Se estiver a remodelar a sua casa com a substituição de pavimentos e quiser
aproveitar para pôr o piso radiante eléctrico (e se não for possível aumentar a
altura do pavimento), então a melhor solução é, sem dúvida, a aplicação de
tela radiante porque basta uma cobertura inferior a 10 mm de cimento por
cima da tela para ser possível aplicar o pavimento. Poderá usar qualquer tipo
de pavimento, seja de cerâmica, mármore, ou laminado de madeira ou
carpete, para ter um sistema em perfeitas condições de funcionamento. A tela
radiante é aplicada de forma muito rápida no pavimento dado que o cabo já
está colocado e com o espaçamento correcto. Basta colocá-la por cima da laje
onde se aplicou o primário de regularização. Com a tela radiante, o
aquecimento é rápido, obtido em cerca de 20 a 45 minutos após o ligamento.
As telas radiantes podem ser fornecidas nas versões de 100 W/m2 ou 150
W/m2 e em dimensões desde 1,3 m2 até 23 m2.

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Fig. 1

A tela radiante tem a duração de uma vida (dura o tempo do pavimento)


porque tem uma construção muito robusta formada por condutores de
aquecimento revestidos com isolamento, envolvidos em bainha metálica de
ligação, e ainda com um isolamento externo que lhe confere uma
extraordinária resistência mecânica e eléctrica.

O cabo radiante
O mesmo tipo de robustez de construção tem com o cabo radiante, mas com
cabo de maior diâmetro – 8 mm –, sendo especialmente adequado para aplicar
com espessuras de pavimento acima de 3 a 5 cm. É o ideal quando a casa é
nova, sem limitação na altura do pavimento ou quando existem dúvidas em
relação ao isolamento do chão. O cabo radiante é aplicado com uma película
de isolante por baixo, com folha de alumínio e alvéolo de ar para garantir a

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máxima transmissão de calor para cima, para o pavimento. Na fotografia, o


cabo radiante é aplicado numa sala, por cima de película de isolante de 4 mm
com folha de alumínio e alvéolos de ar.

Fig. 2

Em cima do cabo, é então aplicada a argamassa com 3 a 5 cm e o pavimento.


Neste caso, a inércia do sistema é grande, demorando tempo no aquecimento,
mas prologando também o arrefecimento, e pode ser aplicado por cima de
todo o tipo de pavimentos.

O filme radiante
O filme radiante é outra forma de aplicação do piso radiante, mas só com
pavimento flutuante, como os laminados de madeira. Pode ser aplicado por
cima do pavimento de mosaicos ou de madeira existente, desde que coloque

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uma película de isolante e amortecedora como, por exemplo, película de


cortiça ou a película fornecida para o pavimento flutuante. O filme flutuante é
fornecido em folhas de 0,2 mm de espessura, com comprimentos de 2 a 5,6 m,
com largura de 0,5 m e com potências de 80 W/m2 e 150 W/m2.

Fig. 3: Aplicação do filme radiante com pavimento flutuante preto por cima de mosaicos de
cerâmica. Para melhorar o andamento, absorver o som e evitar as perdas de calor, foi colocado, de
seguida, película de cortiça com 4 mm e por cima o filme radiante. O resultado foi uma estética
muito agradável da sala e um conforto térmico excepcional com uma rapidez de aquecimento em
5 minutos para atingir a temperatura seleccionada de 23 °C.

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Fig. 4: O pavimento flutuante aplicado na sala com o filme radiante e com a película de isolante.

Fig. 5: Termóstato digital, colocado a 1,5 m do chão, que controla a temperatura que se pretende
obter.

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Em qualquer um dos três sistemas descritos, o elemento de aquecimento


abrange a maior área do pavimento para se obter uma distribuição uniforme, e
é ligado a um termóstato, com sensor de temperatura no pavimento, que
controla a temperatura no grau pretendido.
A utilização de qualquer um dos três sistemas vai depender do material que
aplicar no pavimento e do estado em que estiver na casa – construção,
remodelação ou mudança simples, sem obras do chão.
Se, hipoteticamente, aquecer a sua sala com 30 m2 com radiadores eléctricos
de 2500 W, é provável que em dias frios precise de, pelo menos, dois
radiadores para obter algum conforto.
Mas com o piso radiante, se aplicar a tela radiante com potência de 100 W/m2
em 25 m2 da sala, consome a mesma energia que com um radiador; no
entanto, o aquecimento é suficiente porque a distribuição de calor é feita de
forma uniforme ao longo dos 25 m2 – em vez de 1 m2 como nos radiadores –, é
processada pelo chão e com menos perdas de energia do que com o
aquecimento na parede.

O piso radiante, neste exemplo, consome muito menos energia porque:


– A potência aplicada é de metade – 2500 W contra 5000 W dos dois
radiadores;
– O tempo de sistema ligado é muito menor porque a temperatura de
controlo é de 24 °C e muito mais baixa que a dos radiadores, que
atingem cerca de 105 °C na sua superfície.
Assim, a aplicação de piso radiante eléctrico na divisão permite reduzir os
custos de energia e o ambiente é aquecido de forma mais rápida e uniforme.

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2.

O aquecimento de casas com o piso radiante eléctrico


– como reduzir custos e melhorar o conforto

Só pelo facto de efectuar o aquecimento a partir do chão, a sua poupança em


energia poderá ir até 50%, comparando com outros sistemas de
aquecimento.
Na realidade, como o aquecimento está mais perto de si, em toda a área da
divisão, e porque o calor que recebe é obtido essencialmente por radiação – a
forma mais rápida de transmissão de calor –, a sensação de calor obtém-se a
um nível de temperatura muito mais baixo do que noutros sistemas. Por outro
lado, não existem tantas perdas de calor pelo tecto, nem pelas portas e
janelas, pelo que os consumos de energia serão sempre muito inferiores.
O piso radiante eléctrico corresponde ao aquecimento efectuado a partir do
chão, instalando um elemento de aquecimento por baixo do pavimento. Esse
elemento de aquecimento poderá ser tubagem por onde circula água quente
e, neste caso, temos o piso radiante hidráulico, ou poderá ser com cabos
eléctricos especiais por onde passa uma corrente eléctrica, e teremos o piso
radiante eléctrico.

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A aplicação poderá ser com o elemento de aquecimento embebido no


pavimento, ou com o elemento de aquecimento a circular no pavimento,
aquecendo o volume de ar onde está assente o pavimento.
Os resultados obtidos em qualquer um dos sistemas são espectaculares no
ponto de vista do conforto e as grandes vantagens são:
– O aquecimento está no chão, perto de si, pelo que a sensação de
conforto é logo mais rápida;
– Sem correntes de circulação de ar no ambiente, sem partículas em
suspensão, sem fungos, sem bolores;
– Como o calor vem do chão e como tende a subir, as perdas de calor
são muito inferiores às de outros sistemas;
– A energia necessária para o aquecimento é muito menor do que em
qualquer outro dos outros sistemas porque basta uma temperatura
baixa de 24 °C para se sentir conforto;
– O ambiente torna-se mais favorável a indivíduos que sofram de asma.
E ainda muito outros factores que tornam o piso radiante excepcional.
Nos diferentes tipos de pisos radiantes existentes, poderá encontrar vantagens
e desvantagens de uns em relação a outros.
Se, no seu caso, tiver uma área de aquecimento grande, se a zona for fria com
Invernos rigorosos, se quiser manter a casa sempre aquecida e se tiver
disponibilidade para um investimento elevado, então o piso radiante hidráulico
poderá ser uma boa escolha e no futuro poderá poupar-lhe muito nos gastos
de energia. Para isso, basta associar o piso radiante hidráulico a um sistema de
geração de energia geotérmico, termodinâmico ou solar.
Mas se estiver a remodelar a casa, não podendo elevar o pavimento, ou se a
maior parte do tempo está fora de casa, ou se o seu orçamento estiver
limitado e não quiser ter mais custos futuros de manutenção, então o piso
radiante eléctrico é, de longe, a melhor solução.
O terceiro caso é para as situações em que existe caixa-de-ar entre o
pavimento (como é o caso da madeira) e a laje, e em que o elemento de
aquecimento no interior aquece o pavimento através do ar gerado. Em certa
medida, equivalente ao que se fazia com os gases quentes dos fornos na era
dos Romanos.

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Neste livro, o foco é no piso radiante eléctrico, nas modalidades de cabo


radiante para funcionar em regime de acumulação de calor, de tela radiante
aplicada directamente na laje sem colocação de qualquer isolamento para
funcionar no regime de aquecimento rápido e na modalidade de filme
radiante para aplicação directa de pavimento flutuante com laminado de
madeira.
Com o filme radiante, pode atingir a temperatura desejada em menos de 10
minutos, enquanto com a tela e cabo radiantes, os tempos de aquecimento
variam entre 30 e 60 minutos, conforme está indicado nos gráficos de
aquecimento e arrefecimento com diferentes pavimentos, utilizando-se os dois
sistemas.
O aquecimento em qualquer um destes casos é equivalente no aspecto do
conforto. O que difere é apenas nos tempos de aquecimento, nos materiais
que deverão ser aplicados no pavimento e nos custos de energia.

Onde deve aplicar o cabo radiante


O cabo radiante deverá ser aplicado em casas novas quando não existirem
problemas em elevar o pavimento, e se os materiais que pretender aplicar não
forem os melhores por terem baixa condutividade (como a madeira maciça ou
as alcatifas). Ou ainda, se pretender a casa sempre aquecida, beneficiando das
tarifas mais baixas do custo de energia nas horas de vazio.

Onde deve aplicar a tela radiante


A tela radiante é posta logo por baixo dos mosaicos ou do pavimento flutuante
com uma espessura de massa suficiente para nivelar e aplicar o pavimento. Os
pavimentos utilizados, neste caso, deverão ter boa condutividade e por isso
vão permitir aquecimentos rápidos em menos de meia hora.
Já se imaginou, chegar a sua casa, ligar o aquecimento para 24 °C e em 30
minutos ter o ambiente extremamente agradável? Vai deixá-lo ligado durante
cerca de 2 horas, sendo suficiente para manter a temperatura agradável até se
deitar.

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Para ter uma ideia de custos, se tiver o sistema de aquecimento ligado das 19
até às 21 horas, durante trinta dias num mês, na sala com 30 m2, em que
aplicou uma área de piso radiante com 20 m2, o seu custo com energia, nesse
mesmo mês, vai ser inferior a 8 €. Isto considerando o custo de energia a 0,14
€, a tela radiante com 100 W/m2 e que o sistema vai estar ligado cerca de 50%
do tempo, depois de atingir a temperatura seleccionada.
Agora, é só transpor os cálculos para outras áreas da sua casa.
Se quiser os sistemas ligado 24 horas por dia, durante trinta dias, deverá
pensar noutra forma de aplicação do piso radiante, como o sistema de cabo
com acumulação de temperatura.
Com o piso radiante, o aquecimento é muito agradável porque a transmissão
de calor é feita sem contacto, essencialmente por radiação electromagnética.
O calor é recebido de forma quase instantânea e está perto de si em toda a
área da divisão, o que é diferente do aquecimento também por radiação, com
os radiadores eléctricos ou com os radiadores a água de parede.
Com um radiador eléctrico a óleo, por exemplo, poderá ter uma área de
aquecimento de cerca de 1 m2, debitando uma potência de 2,5 kW, que vai
aquecer essencialmente os objectos mais perto. Os mais distantes recebem
menos calor e por isso, na divisão, teremos diferenças de temperatura e
alguma circulação de ar devido ao diferencial térmico em diferentes pontos.
Mas com a mesma potência, pode aquecer uma sala com 40 m2 em quase toda
a sua extensão (25 m2 de área aquecida), sendo a mesma temperatura
uniforme em toda a superfície e daí a sensação de conforto.
Por cada metro acima do solo, a temperatura baixa, em média, cerca de 1 °C.
Se aquecer o pavimento a 25 °C, terá a um nível intermédio a temperatura
considerada ideal de 22 °C a 24 °C. E a partir do momento em que tem a
superfície do pavimento aquecida, a transmissão de calor é feita
imediatamente.

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As diferentes formas de transmissão de calor


No aquecimento de uma casa por piso radiante eléctrico, a transmissão de
calor é feita por três vias:
– Radiação;
– Convecção;
– Condução.

O aquecimento por condução acontece quando se liga a energia eléctrica ao


cabo radiante que vai aumentar a temperatura, aquecendo também o
material/argamassa de cimento que o envolve, bem como o pavimento.

Do pavimento aquecido, a transmissão de calor faz-se por radiação de


infravermelhos para as pessoas e para todos os objectos na divisão. O calor é
transmitido sem contacto, sendo o ar transparente com esta energia.

Dos objectos aquecidos e do pavimento, o calor vai tender a subir. Com o


aumento de temperatura, a densidade do ar baixa, gerando-se fluxos
ascendentes de ar quente. E é o ar quente em contacto que transmite o calor.
Com o piso radiante, o fluxo de ar quente é uniforme ao longo da área da
divisão, sendo muito rapidamente sentido a cerca de 1 m do pavimento. Por
cada metro acima do pavimento aquecido, a temperatura baixa de 1 °C a 2 °C.
A sensação de frio acontece pela perda de calor sofrida pelo nosso corpo e é
tanto mais desagradável quanto mais rápida for essa perda. Se o nosso corpo
não compensar essa perda de energia, então sentimos frio.
Por radiação, o nosso corpo ganha e perde energia e por convecção, esse
efeito é ainda mais acentuado. É por isso que para a mesma temperatura, se
houver vento, a sensação de frio aumenta.
Para melhor perceber este efeito, imagine-se na varanda de sua casa num
radioso dia de sol sem vento e com temperatura de 25 °C. Como se sente?
Imagine agora que uma nuvem lhe tapa o sol! Qual a sensação? Sente frio?
E imagine agora que se gera um vento forte!

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Como se sente agora com 25 °C, vento forte e céu encoberto?


É provável que agora sinta frio! Isso devido à menor energia de radiação
recebida e à mais rápida perda de calor pelo vento (convecção). Mas se se
sentar na pedra ainda quente da varanda, vai sentir-se mais confortável (efeito
de condução).
O nosso corpo actua como uma bateria emitindo e recebendo energia dos
objectos e do ambiente exterior. Quando a recepção de energia não é
suficiente para compensar as perdas de energia, então sentiremos frio. E esse
efeito é tanto mais acentuado quanto mais rápida for essa variação.

Qual a temperatura de conforto numa casa


Numa casa, num ambiente fechado sem grande circulação de ar, a
temperatura ideal, considerada muito agradável, é a temperatura
compreendida entre 21 °C e 23 °C. Para valores inferiores a 19 °C, já se tem
uma sensação desagradável de frio.
Assim, bastam apenas três graus de variação na temperatura para sentirmos a
sensação de conforto ou desconforto. Mas o controle desta gama de
temperatura poderá ser complicado em casas de elevado pé-direito com mau
isolamento, ou se utilizar sistemas de aquecimento incorrectos.
Imagine como será aquecer uma sala com mezzanine (com cerca de 7 m de
altura), com uma área de 100 m2, utilizando ar condicionado ou radiadores de
parede!
Ou instala um sistema de ar condicionado de grande potência……
Ou radiadores a água de parede e tem custos elevadíssimos com a energia…
Ou opta pelo aquecimento do chão em que, à partida, vai precisar de muito
menos energia no aquecimento, cerca de menos de 50% …
Ou passa frio….

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Os materiais ideais para utilizar no pavimento radiante


Testes efectuados para medir a rapidez de variação da temperatura em
diferentes pavimentos, utilizando cabo radiante e tela radiante, indicam qual
o sistema adequado para a sua casa.
O objectivo destes testes foi de saber qual a rapidez de aquecimento e de
arrefecimento com diferentes materiais de pavimento e com diferentes
espessuras de argamassas de aplicação dos mosaicos ou do laminado de
madeira.
Com a análise destes resultados, poderá ter uma expectativa para a sua casa,
caso aplique o piso radiante eléctrico. Será mais fácil para si escolher o
pavimento, decidir sobre qual o sistema a utilizar e optimizar o funcionamento
do mesmo.
Utilizaram-se vários painéis com pavimentos de diferentes materiais, com
diferentes espessuras de pavimento.
Além dos testes do pavimento, pretendeu-se também fazer a comparação
entre o aquecimento obtido quando se utiliza o cabo radiante e a tela radiante
de diferentes potências.
Quando se utiliza o cabo radiante, é pressuposto colocar-se uma espessura de
argamassa superior a 3 cm, onde o sistema actua como acumulador de calor. O
sistema demora bastante tempo a aquecer, mas, em contrapartida, uma vez
aquecido, o chão leva bastante tempo a libertar o calor. Este sistema é mais
demorado na instalação pelo facto de ser necessário posicionar o cabo a
intervalos uniformes e pela colocação da argamassa.
Em comparação com o cabo, pretendeu-se testar a tela radiante, instalando
uma espessura de argamassa ou cimento inferior a 1 cm por cima da tela.
Neste caso, o aquecimento é mais rápido e este tipo de aplicação é o
presumível para as situações em que se pretende um aquecimento rápido em
determinadas horas do dia.
No primeiro painel, foi utilizado mosaico de cerâmica colocado por cima de 3
cm de argamassa e utilizado o cabo radiante. O mosaico é o ideal para a
transferência de calor e por isso, neste painel, a evolução do aquecimento é
influenciada essencialmente pela espessura da argamassa.
No segundo painel, foi utilizada tela radiante de 150 W/m2, com pavimento de
cerâmica e com 1 cm de espessura de argamassa. Serve para comparar com o
primeiro painel.

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Nos painéis seguintes, é sempre utilizada tela radiante com potência de 100
W/m2 (uma das mais utilizadas pela Tecnisis), com 1 cm de argamassa e
aplicada com diferentes pavimentos.
No terceiro painel, foi colocado laminado de madeira directamente assente na
argamassa e noutra zona foi aplicado película de plástico com alvéolos de ar –
típico para pavimento flutuante.
No quarto painel, foram utilizados diferentes pavimentos:
– Laminado de madeira com película térmica própria para chão
flutuante;
– Mosaico de mármore branco;
– Mosaico de granito;
– Madeira maciça de pinho;
– Mosaico de cerâmica preto e mosaico branco.
Os resultados foram muito interessantes e nalguns casos mesmo
surpreendentes.
Na tabela seguinte, indicam-se os valores obtidos no aquecimento desde a
temperatura de 16 °C até temperaturas de 27 °C e depois a situação inversa,
desligando os termóstatos de controlo de temperatura.
As medições de temperatura foram feitas utilizando um sensor colocado no
interior do pavimento que mediu a temperatura no chão entre duas passagens
do cabo de aquecimento (temperatura média na área) e a medida feita com
um pirómetro óptico apontado para a superfície do pavimento. O pirómetro
óptico mede a temperatura superficial – a temperatura de radiação de
infravermelhos do pavimento, a mesma que é absorvida pelo nosso corpo.
Veja a tabela com a medida de temperaturas ao longo do tempo em diferentes
painéis de teste no capítulo 3.

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3.

Qual o tempo de aquecimento com diferentes


pavimentos

Fizemos na Tecnisis testes exaustivos para medir os tempos e a temperatura


em diferentes pavimentos, de forma que concluíssemos quais os melhores
materiais a aplicar com o piso radiante. Foram utilizados como elementos de
aquecimento o cabo radiante e a tela radiante com diferentes espessuras de
cimento e pavimentos de cerâmica, mármore, madeira e laminado.
A experiência com o filme radiante foi feita apenas com o laminado de madeira
aplicado por cima do pavimento da sala, que é o que se recomenda para o
filme radiante.

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Medição da temperatura na superfície do pavimento com pirómetro óptico


Testes com materiais: MC – Mosaicos Cerâmica com cabo e potência de 105 W/m2; em MC
com tela de 150 W/m2 e 1 cm de argamassa; em LM – Laminado Madeira; MM – Madeira
Maciça; M – Mármore; G – Granito; MC e tela 100 W/m2.
Temperatura programada no termóstato: 27 °C

Material Cabo –
Tela – MC Tela – Tela – LM 1 Tela – MM Tela – M
/ MC 3 cm Tela – G Tela – P
1 cm ARG MC 1 cm cm 100 1 cm Ar Branco 100
Tempo ARG 100 W/m2 100 W/m2
150 W/m2 100/m2 W/m2 100 Wg W/m2
(H) 18 W/m
0.00 16,7 16,7 16,7 16,7 16,7 16,7 16,7 16,7
0.15 17 20,5 18,5 18 17,8 17,6 18,2 18,5
0.30 17,8 24,5 19,8 19,9 19,2 18,4 19,2 19,4
1.00 19,8 27 22,7 23,3 22,3 22,6 22,8 23
1.30 20 25,8 23,4 25 22,8 22,5 23 23,2
2.00 21,8 27,2 25,2 24,2 24,2 24,2 23,6 24,3
3.00 23 24,8 25,7 25 24,5 24,6 24 25
3.30 26 26,2 24 24,2 23,4 24,6 25 24,8
4.30 25,8 26 24,9 24,9 23,6 24,1 24,3 25,2
5.30 23 21,5 20,6 21,2 20,4 21 20,8 21
6.30 21,8 20,6 20,4 20,5 19,8 20,4 20,6 20,7
7.30 20,4 19,6 19,5 19,3 19,6 19,6 19,5 19,7
8.00 20,2 19,6 19,7 19,8 19,2 19,6 19,5 19,5

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Gráfico de variação da temperatura ao longo do tempo nos diferentes


pavimentos da tabela anterior
30
ºC Aquecimento Ligado Aquecimento DesLigado
28

26

Cabo -MC 3cm ARG 18W/m


24
Tela -MC 1cmARG 150/Wm2

22 Tela-MC 1cm 100/m2

Tela -LM 1cm 100W/m2


20
Tela -MM 1cm Ar100Wg

Tela-M Branco 100W/m2


18
Tela-G 100W/m2
16 Tela-P 100W/m2

14
0.00 0.15 0.30 1.00 1.30 2.00 3.00 3.30 4.30 5.30 6.30 7.30 8.00
Horas

Testes realizados na TECNISIS

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Temperaturas no interior e na superfície dos pavimentos aquecidos


Medição de temperatura no interior do pavimento (Ti) e com pirómetro óptico na superfície (Ts)

Testados os materiais: MC – Mosaicos Cerâmica; LM – Laminado Madeira; MM – Madeira


Maciça; M – Mármore; G – Granito; P – Porcelana
Temperatura seleccionada no termóstato: 27 °C

Cabo–MC Tela–MC Tela–MC Tela–LM Tela–MM Tela–M Tela–G Tela–P

Pavimento 3 cm ARG 1 cm ARG 1 cm ARG 1 cm ARG 1 cm ARG Branco


2 2 2 2 2 2 2
18 W/m 150 W/m 100 W/m 100 W/m 100 W/m 100 W/m 100 W/m 100 W/m
Hora SISTEMA DE AQUECIMENTO LIGADO
0.00 Ti 17 17 17 17 17 17 17 17
0.00 Ts 16,7 16,7 16,7 16,7 16,7 16,7 16,7 16,7

0.15 17 21 17 17 17 17 17 17
0.15 17 20,5 18,5 18 17,8 17,6 18,2 18,5

0.30 18 26 20 20 20 20 20 20
0.30 17,8 24,5 19,8 19,9 19,2 18,4 19,2 19,4

1.00 20 28 23 23 23 23 23 23
1.00 19,8 27 22,7 23,3 22,3 22,6 22,8 23

1.30 22 27 26 26 26 26 26 26
1.30 20 25,8 23,4 25 22,8 22,5 23 23,2

2.00 23 28 28 28 28 28 28 28
2.00 22,8 27,2 25,2 24,2 24,2 24,2 23,6 24,3

3.00 25 26 26 26 26 26 26 26
3.00 23 24,8 25,7 25 24,5 24,6 24 25
SISTEMA DE AQUECIMENTO DESLIGADO
3.30 27 27 26 26 26 26 26 26
3.31 26 26,2 24 24,2 23,4 24,6 25 24,8

4.30 27 27 27 27 27 27 27 27
4.30 25,8 26 24,9 24,9 23,6 24,1 24,3 25,2

5.30 24 22 22 22 22 22 22 22
5.30 23 21,5 20,6 21,2 20,4 21 20,8 21

6.30 21 21 21 21 21 21 21 21
6.30 21,8 20,6 20,4 20,5 19,8 20,4 20,6 20,7

7.30 21 20 20 20 20 20 20 20
7.30 20,4 19,6 19,5 19,3 19,6 19,6 19,5 19,7

8.00 21 20 20 20 20 20 20 20
8.00 20,2 19,6 19,7 19,8 19,2 19,6 19,5 19,5

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Nestes testes, utilizaram-se os seguintes painéis:


1. Pavimento de mosaico de cerâmica, aquecido com cabo radiante com
uma potência de 105 W/m2, embebido em argamassa de 3 cm de
espessura;

2. Pavimento de mosaico de cerâmica, aquecido com tela radiante com


uma potência de 150 W/m2, embebido em argamassa de 1 cm de
espessura;

3. Pavimento flutuante de laminado de madeira com película de plástico e


alvéolos de ar, aquecido com tela radiante com uma potência de 100
W/m2, embebido em argamassa de 1 cm de espessura;

4. Pavimento flutuante de laminado de madeira com película própria para


piso radiante porosa para passagem de calor, aquecido com tela
radiante com uma potência de 100 W/m2, embebido em argamassa de 1
cm de espessura.

5. Pavimento de mosaico de mármore e de granito e de porcelana


aquecido com tela radiante com uma potência de 100 W/m2, embebido
em argamassa de 1 cm de espessura;

6. Pavimento de madeira maciça, aquecido com tela radiante com uma


potência de 100 W/m2, embebido em argamassa de 1 cm de espessura.

As medidas de temperatura são as indicadas na tabela e para melhor


visualização mostrada no gráfico de tendências.
Todos os painéis foram ligados à mesma hora e desligados quando o painel
mais lento atingiu a temperatura desejada de 26 °C.

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O objectivo destes testes foi saber:


– O tempo necessário para atingir a temperatura de 26 °C em cada
painel e a rapidez de variação de temperatura no arrefecimento após
desligamento do sistema em cada pavimento;
– A diferença entre a temperatura superficial do pavimento e a
temperatura no interior do pavimento;
– Se matérias isolantes como a madeira maciça podem ser utilizados no
piso radiante;
– Quanto tempo está ligado o sistema depois de se ter atingido a
temperatura desejada;
– Quais os custos com energia em cada uma das situações.
O controlo de temperatura foi feito com termóstato da Tecnisis com um
diferencial de controlo de 1 °C e utilizando como referência de temperatura o
valor medido por sensor colocado na argamassa, por baixo do pavimento.
Os testes foram feitos num dia frio de Janeiro, com temperatura exterior
inferior a 10 °C e com temperatura no interior da sala do edifício de 16 °C.

E as conclusões foram:

1. O painel aquecido com cabo radiante, com 3 cm de argamassa e com


mosaicos de cerâmica demora cerca de 3 horas e 30 minutos a atingir os
26 °C.
Mas depois de desligar o termóstato, manteve durante 30 minutos a
temperatura de 26 °C e demorou cerca de cerca de 2 horas e 30 minutos até
baixar aos 20 °C e mais 1 hora e 30 minutos até aos 18 °C.

2. No extremo oposto, temos o painel com mosaicos de cerâmica, tela de


150 W/m2 e 1 cm de argamassa. Demorou menos de 30 minutos a
atingir 26 °C.

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A temperatura manteve-se, variando cerca de 1 °C até ao momento em que é


desligado o termóstato. A temperatura baixa dos 26 °C para 24 °C em cerca de
1 hora e leva aproximadamente 2 horas para atingir os 20 °C.

3. Nos outros painéis


Aplicada a tela radiante com 100 W/m2, com 1 cm de argamassa e diferentes
materiais de pavimento, nomeadamente:
– LM - Laminado de madeira, 100 mm de largura e 8 mm de espessura;
– Mosaicos de cerâmica 300x300 mm e 10 mm de espessura;
– Mosaicos de mármore 250x250 mm e 12 mm de espessura;
– Mosaicos de granito 250x250 mm e 12 mm de espessura;
– Tábuas de madeira de pinho maciça, com 100 mm de largura e 15 mm
de espessura.
O aquecimento mais lento nos painéis com o aquecimento da tela radiante
verificou-se com a madeira maciça, demorando cerca de 1 hora e 30 minutos
para atingir os 24 °C, e no painel com laminado de madeira, mas com película
do pavimento flutuante em polietileno com alvéolos de ar.
Com a medida de temperatura efectuada na superfície do pavimento e no
interior do pavimento é possível verificar uma diferença de cerca 2 a 3 graus
nos pavimentos com maior isolamento, como é o caso da madeira maciça e do
laminado de madeira com flutuante. Essa diferenciação de temperatura é de
cerca de 1 °C nos painéis em que a condutividade térmica do material é boa.
São os casos dos painéis com mosaico, de cerâmica ou de mármore e granito, e
naqueles em que o laminado de madeira é assente directamente no chão de
cimento, ou quando se aplica a película de flutuante térmica apropriada para
piso radiante.
Os pavimentos com baixa condutividade térmica não devem ser utilizados com
o piso radiante eléctrico. São os casos da cortiça, da alcatifa (TOG superior a
2,5) e a madeira maciça.
Os mosaicos de cerâmica, os mármores e o granito têm boa condutividade
térmica, possibilitam um aquecimento rápido e por isso são óptimos para o
piso radiante.

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Na utilização do pavimento flutuante com laminado de madeira deve aplicar-se


uma película com boa condutividade térmica e própria para piso radiante.
Para obter a temperatura ideal de 22 °C no ambiente, a cerca de 1 a 2 m do
chão, basta controlar a temperatura no pavimento em cerca de 25 °C na
superfície do chão. A temperatura baixa cerca de 1 °C por metro após o nível
do chão.
Deste modo, ao colocar o aquecimento radiante no pavimento é necessário
que qualquer material colocado por cima possibilite uma boa transferência de
calor. Quanto maior a condutividade térmica do material, tanto mais rápida e
uniforme será a passagem do calor. E o inverso: quanto mais isolante for o
material, maior a resistência na passagem do calor e menos efectivo será o
sistema no aquecimento.
Outros exemplos são os casos de cortiça ou de alcatifa aplicados no piso
radiante. Como são materiais isolantes, o aquecimento do piso é obtido de
forma mais lenta do que com outros materiais de melhor condutividade
térmica.

O filme radiante
Com o filme radiante aplicado com laminado de madeira por cima,
directamente em contacto com este, a rapidez de variação de temperatura é
muito rápida, conseguindo-se um aumento de 2 °C em cerca de 5 minutos e de
7 °C em cerca de 10 minutos para atingir a temperatura desejada de 26 °C. Em
comparação com a tela radiante e com o cabo radiante, o filme radiante é o
mais rápido no aquecimento, mas também o mais rápido no arrefecimento
depois de ser desligado. A experiência foi feita com laminado de madeira de 6
mm de espessura.
Para colocação de piso com laminado de madeira, o filme radiante é realmente
uma óptima solução.

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Fig. 6: Mosaicos cerâmicos com 3 cm de argamassa.

Fig. 7: Painel com mosaicos de cerâmica, tela 150 W/m2 e 1 cm de argamassa.

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Fig. 8: Pirómetro óptico para a medição de temperatura de superfície.

Fig. 9: Painel com diferentes pavimentos e com 1 cm de espessura de argamassa.

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Pontos importantes na instalação do piso radiante


O que deve definir antes de instalar o piso radiante?
É fundamental que ao instalar um sistema de aquecimento por piso radiante,
tenha em atenção o seguinte:
– A potência em W que vai instalar na casa, quais as divisões que quer
aquecer e quais as perdas de calor calculadas;
– O quadro eléctrico e a potência contratada devem estar
dimensionados e ter capacidade para a carga adicional com o piso
radiante;
– O tipo de pavimento que vai ser aplicado;
– Como vai utilizar o aquecimento, algumas horas por dia ou 24 horas
por semana;
– Como vai controlar a temperatura, manual ou de forma automática;
– Se o piso radiante vai funcionar como sistema primário ou secundário
de aquecimento.
Se ao escolher e instalar o piso radiante, tiver cuidado com estes aspectos,
então poderá conseguir o mais agradável tipo de aquecimento existente no
mercado, com grandes poupanças nos consumos de energia.

Qual o sistema de aquecimento mais rápido


Provavelmente, será o ar condicionado, que lhe aquece o ambiente por
convecção de forma quase imediata. Mas vai ter de considerar um sistema de
maior potência e que vai gerar circulação de ar no ambiente. Para melhorar a
eficiência, deverá direccionar o ar quente para o chão e manter o sistema
sempre ligado.
No momento em que desliga o AC, a temperatura baixa rapidamente.
Os gastos de energia são mais elevados pelo facto de haver perdas de calor
através do tecto, das paredes e pelas portas e janelas. Essas perdas aumentam
ainda mais devido à circulação de ar que força a entrada de ar frio do exterior.
É o aquecimento puro por convecção.

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Poderá ainda utilizar a lareira com recuperadores de calor, ou os radiadores de


parede com água quente em que recebe o calor por radiação. Mas o calor é
sentido proporcionalmente à distância a que está dessa fonte quente.
Ou poderá utilizar o piso radiante, em que o calor recebido por radiação é
sentido muito rápido por estar uniforme ao longo de toda a área. Em qualquer
ponto da divisão, estamos perto da fonte quente. Conforme poderá verificar
no gráfico anterior com os testes, é possível em menos de 30 minutos atingir a
temperatura do pavimento de 25 °C, e assim a sensação de calor, ou com o
filme radiante, em que em menos de 10 minutos consegue a temperatura
pretendida.

Os pavimentos ideais para utilizar com o piso radiante


Para que a transmissão de calor por piso radiante se faça de forma optimizada
é fundamental que a resistência na transmissão do calor seja minimizada.
Para utilização em pavimentos, temos a noção de que existem excelentes
materiais para utilizar com piso radiante. Os mosaicos de cerâmica, por
exemplo, são óptimos.
E também é sabido que a cortiça é um bom isolante e por isso deverá ser
evitada no aquecimento por piso radiante.
Mas, em contrapartida, há outros materiais em que existe a dúvida, como é o
caso do mármore ou do granito ou da madeira maciça.
Poderemos utilizar a madeira maciça no piso radiante?
A resposta é simples e está confirmada no gráfico dos testes efectuados.

O pavimento que deve escolher para ter o melhor rendimento com o piso
radiante
Deverá escolher consoante o seu gosto e a textura que mais lhe agradar, mas é
fundamental que tenha uma boa condutividade térmica. No livro Guia do
Aquecimento Doméstico, poderá consultar a tabela com os valores de
condutividade dos principais materiais utilizados no piso radiante.

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Deste modo, comprova-se que os mosaicos de cerâmica são os melhores para


piso radiante.
O mármore, o granito e certos laminados de madeira são também bons
materiais para piso radiante.
O pavimento flutuante também poderá ser utilizado, desde que instale uma
película com boa condutividade térmica.
O que não é aconselhável são as carpetes, alcatifa, a cortiça e algumas
madeiras maciças.
Quanto menor for a condutividade do pavimento, maior o isolamento e maior
a resistência à passagem do calor.

Como utilizar a madeira maciça e o laminado de madeira no chão flutuante


A madeira maciça é isolante e, portanto, não será a ideal para utilizar com o
chão radiante. Mas se utilizar o cabo radiante embebido em 3 a 5 cm de
argamassa, e isolante térmico de 3 ou 5 cm de espessura colocado por baixo
do cabo, então poderá utilizar a madeira maciça. Deverá, no entanto, saber
quais as características da madeira em questão e se não existe problema com
essa madeira devido à variação de temperaturas.
Quando utilizar a madeira maciça, o que é importante garantir é que a variação
de temperatura seja a mais lenta possível, de forma que não altere a textura
da mesma. Por outro lado, é fundamental que por baixo do cabo radiante
exista um bom isolamento para que o calor seja todo projectado para cima.
O aquecimento na divisão é conseguido desde que a resistência à passagem do
calor no sentido ascendente seja inferior ao da resistência para baixo.
Embora a madeira tenha características isolantes, a perda de calor para cima é
muito superior àquela para baixo com a placa de isolante e com a placa de
betão.
Sem a placa isolante nunca é aconselhável a aplicação de pavimento de
madeira.

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O que aplicar no aquecimento de sua casa – a tela, o cabo ou o filme


radiante?
Vai depender essencialmente dos seguintes factores:
– Quanto tempo vai estar em casa?;
– Poderá subir o pavimento?;
– Qual o pavimento que vai utilizar (laminado, madeira, cerâmica,
carpete, mármore)?;
– Quais as temperaturas médias no Inverno no local onde se encontra a
casa?;
– Vai ser o aquecimento primário ou auxiliar?
Se tiver uma ocupação de casa durante muitas horas nos meses frios, e quiser
manter o sistema sempre ligado, então será melhor utilizar o cabo radiante
com piso para acumulação de temperatura. O sistema nunca se desliga e
aproveita as horas de tarifa mais baixa para acumular o calor que será
libertado nas horas de tarifa mais cara.
Se precisar de aquecimento poucas horas no dia, então utilize a tela radiante.
Se o pavimento for mau condutor térmico, como a madeira, será conveniente
utilizar o cabo radiante com espessura de massa superior a 3 cm e com um
bom isolamento por baixo.
Se não quiser fazer grandes obras e não puder subir o piso, utilize o filme
radiante.

Os materiais de construção a aplicar no piso radiante


Se utilizar tela radiante, a aplicação poderá ser feita directamente na laje,
devendo garantir-se que o chão esteja liso e limpo. É sempre boa prática
aplicar primário para alisar e retirar imperfeições. Buracos ou fendas no chão
devem ser fechados. A tela é colocada directamente nesse chão e por cima é
aplicada massa de aplicação de mosaicos (cimento cola) com uma espessura de
5 a 8 mm só para cobrir a tela radiante. Os mosaicos são aplicados
directamente nessa massa. Se os mosaicos forem de dimensão superior a 50

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cm, deve aplicar maior espessura e, eventualmente, massa de regularização,


tal como indicado pelo fornecedor de mosaicos.
Com o laminado de madeira, a aplicação da tela é feita com cobertura de
argamassa com cerca de 10 a 15 mm e depois com película apropriada para
pavimento flutuante com aquecimento. É uma película que deixa passar o
calor. O conjunto de laminado de madeira e película térmica não devem
exceder a espessura de 15 mm.
Uma instalação com tela não necessita de isolante térmico e executa-se
rapidamente, se tudo estiver já preparado.
Se utilizar o cabo radiante, então deverá aplicar um bom isolante térmico em
cima do qual colocará o cabo e depois a argamassa com espessura superior a 3
cm. O isolante térmico aconselhável será o do tipo floormate de 3 ou 5 cm de
espessura.
Neste caso, poderá aplicar por cima qualquer tipo de pavimento, uma vez que
a variação de temperatura é lenta e o calor é todo projectado para cima.

A influência do isolamento térmico no piso radiante eléctrico


Como e em que condições deverá ser instalado o isolamento térmico com o
piso radiante?
Na maioria das aplicações com piso radiante eléctrico, terá essencialmente as
seguintes opções:
– Cabo radiante;
– Tela radiante;
– Filme radiante.
O cabo radiante é aplicado com 30 a 50 mm de espessura de argamassa e o
objectivo é que funcione em sistema de armazenamento de calor, de forma
que mantenha as divisões da casa quentes durante muitas horas. O sistema
pode ser ligado durante a noite para beneficiar de preços mais baixos de
electricidade e armazenar o calor, para o ir libertando durante o dia com o
sistema desligado.

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O calor é transmitido, neste caso, por condução, circulando sempre da zona


mais quente para a zona mais fria e a uma velocidade que depende da
resistência do material e do diferencial de temperaturas. Quanto maior a
resistência, menor a condutividade, e assim mais tempo será necessário para
essa transmissão de calor.
A perda de calor é dada pela seguinte fórmula:
Área x Condutividade do material x (T1-T2) /espessura do material
A tendência para a direcção do fluxo de calor vai depender da maior ou menor
resistência que tiver no nível ascendente ou descendente e é dada pelo valor
da perda de calor considerada.
Se a perda de calor for maior no sentido ascendente, então o fluxo de calor vai
tender a subir.
Quando utiliza o cabo radiante, tem por baixo a laje e a argamassa com uma
espessura de cerca de 25 cm. Para cima do cabo radiante, há cerca de 3 cm de
argamassa e 1 cm de mosaicos de cerâmica, só para referir uma hipótese.
Se adicionalmente aplicar placas de isolamento térmico por baixo do cabo,
está a garantir que o calor é todo projectado para cima.
Mesmo que no pavimento aplique materiais com baixa condutividade térmica,
como a madeira maciça, o calor vai tender a subir, passando pela massa de
cimento, pela madeira e libertando-se no ambiente. É apenas uma questão de
tempo que depende do isolamento.
Se aplicar tela radiante, o objectivo é obter um aquecimento mais rápido do
ambiente. A tela é aplicada com uma cobertura de cimento cola ou de
argamassa de 5 a 10 mm. A resistência à transmissão de calor no sentido
ascendente é muito inferior a do sentido descendente e não será, neste caso,
necessário usar o isolamento térmico por baixo da tela quando aplica
pavimentos com boa condutividade.
Nos casos de aplicação do pavimento flutuante, deverá utilizar uma película
apropriada para piso radiante.
Se pretende aplicar madeira maciça, então será conveniente utilizar
isolamento térmico por baixo, e, por conseguinte, a solução com o cabo
radiante.

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A aplicação do mosaico com a tela radiante


A tela deve ser aplicada em chão limpo e estável. Depois de ser colocada na
divisão e ligada ao termóstato, efectuam-se as medidas de resistência de
aquecimento e as medidas de resistência de isolamento.
Deve ser aplicado cimento cola normal na forma de uma camada regular com
cerca de 7 mm de espessura, enquanto para os mosaicos de dimensões
maiores (mosaicos de 50x50 cm), deve ser usado o cimento cola especial.
Se o chão estiver em mau estado, é conveniente dar-lhe um acabamento com
argamassa de cimento.
Se o chão for de madeira e apresentar grandes desníveis, deve aplicar-se
argamassa de isolamento em que a areia é substituída por grânulos isolantes e
de seguida aplicar um primário de fixação.

A potência a calcular para o sistema de piso radiante


Como regra, poderá considerar que tela de 100 W/m2 será a mais adequada
para a maioria das situações. Se o seu local for em zona muito fria e se for o
único sistema de aquecimento na casa, poderá utilizar a tela de 150 W/m2 ou
de 200 W/m2 em 70% da área da divisão a aquecer.
Com o cabo radiante, poderá diminuir ou aumentar o afastamento entre
passagens de cabo, logo, aumentar a potência por área de superfície. O mais
usual é o cabo com uma potência de 17 W/m. Depois de calcular a potência
para a divisão, pode então calcular o comprimento de cabo a utilizar.
Para calcular a potência de aquecimento em kW para a sua divisão, multiplique
a área pela altura e divida por 10.
No caso do piso radiante, divida por 20 porque com este piso não tem tantas
perdas de calor.
Se a casa estiver em zona muito fria, multiplique por 1,1.
Se quiser calcular a potência de forma exacta, deverá usar a fórmula das
perdas de calor para diferentes materiais nas superfícies envolventes da
divisão.

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Os circuitos eléctricos a considerar para a alimentação do piso radiante


eléctrico
Por regra, tenha em mente que cada circuito não deverá ter uma potência
superior a 2,5 kW e que a cada um deverá fazer corresponder um disjuntor de
protecção. Desta forma, ao desenhar o seu sistema de piso radiante, agrupe as
diferentes zonas de aquecimento, de forma que não exceda esta potência. Se,
suponha, na sua casa com 140 m2 de área aplicar a tela radiante nas zonas
mais importantes numa extensão de 70 m2, obterá uma potência total de 7
kW.

A compatibilidade electromagnética, o perigo de fogo e de electrocussão


Ao utilizar cabos e telas radiantes de boa qualidade e instalando as devidas
protecções, não existe qualquer perigo de radiação, nem de fogo, nem de
electrocussão.
O sistema deverá ter compatibilidade electromagnética, por outras palavras,
não deve interferir nem ser sensível a outros sistemas eléctricos na casa.
A radiação magnética gerada pelo piso radiante (no caso de cabos e telas
certificados e de boa qualidade) é inferior a 0,2 T (Tesla), ou seja, inferior à
radiação emitida por um telemóvel ou uma televisão.
Estes cabos devem ser ignífugos, não propagando o fogo, e totalmente seguros
contra electrocussão, isto é, em caso de toque, desliga-se a energia eléctrica
em menos de 30 milésimos de segundo por intermédio dos disjuntores de
protecção.

A grande robustez e a construção do piso radiante eléctrico


Os cabos radiantes de boa qualidade devem ter uma grande robustez
mecânica, ser isolados, ter uma forma linear e um longo tempo de vida.
A certificação adequada confirma todas essas situações. Os cabos podem
surgir na versão de condutor simples ou duplo condutor (facilita imenso a
instalação), e incluem um terceiro condutor de terra ou malha de isolamento.

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Cada condutor é isolado com bainha de polietileno e o conjunto está protegido


ainda com dupla bainha de protecção com exterior de PVC.
Na versão de tela, o cabo poderá ter um diâmetro inferior a 4 mm enquanto na
versão de cabo, o diâmetro é de cerca de 8 mm.

A duração do piso radiante eléctrico


Se a instalação for feita correctamente com o cabo embebido na argamassa ou
no cimento de colagem do pavimento, o sistema de aquecimento terá a
duração de uma vida ou a duração do pavimento.
Já o sensor de temperatura e o termóstato poderão ter duração inferior, e por
isso é prevista a montagem, de forma que possam facilmente ser substituídos
em caso de avaria.
Resumindo, se a sua decisão for aplicar o piso radiante, não se vai arrepender.
Com o piso radiante, poupará em energia, vai ter mais espaço na casa e
deixará de se preocupar com a manutenção do sistema de aquecimento, que
lhe garantirá um extraordinário conforto térmico.
Se quiser complementar o conforto térmico com a estética na sua sala, então
instale uma lareira com permutador de calor.
Deste modo, se estiver a construir ou a remodelar a sua casa, é altura de
aproveitar para colocar o piso radiante eléctrico, podendo funcionar como
sistema primário ou secundário de aquecimento.

A aplicação da tela radiante no chão de betão, de madeira ou de mosaicos


A tela radiante pode ser colocada directamente no chão de betão, desde que
este esteja devidamente liso, sem falhas, sem porosidades e perfeitamente
plano. Se o chão não estiver plano, deve aplicar-se uma camada de
regularização à base de argamassa de cimento, e de seguida pôr-se primário de
regularização com um rolo para obter uma superfície lisa.
Se o chão for de madeira e estiver plano, deverá aplicar-se primário de
regularização. Se existirem desníveis, poderão colocar-se placas de

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aglomerado, ou de contraplacado, e então aplicar argamassa com isolante à


base de grânulos expandidos. Depois de secar durante dois dias, deverá
aplicar-se o primário de regularização.
Se o chão for de mosaicos, deverá limpar-se todos os resíduos com decapante
e depois aplicar o primário de fixação.
Depois de ter o chão perfeitamente liso e limpo, coloca-se a tela ao longo de
toda a superfície a aquecer. São tiradas as medidas de resistência do cabo
radiante e as de resistência do isolamento. Se existir energia eléctrica no local,
deve fazer-se o teste de aquecimento e de seguida cobrir com o material em
que se vai assentar o pavimento.
Se o pavimento for de mosaicos de cerâmica, é aplicado cimento cola flexível,
utilizando uma espátula dentada, com uma espessura de cerca de 5 a 8 mm.
Para mosaicos de grande dimensão, acima de 0,5 m, deve aplicar-se cimento
cola especial com uma espessura de 10 mm.
Se o pavimento a aplicar for de madeira ou laminado de madeira, por cima da
tela é aplicada argamassa de cimento com uma espessura de 10 a 15 mm. A
estrutura de suporte do cabo radiante serve também para melhorar a fixação e
a consistência da argamassa.
O tempo de secagem deverá ser, pelo menos, de uma semana, sem ligar o
aquecimento. Por cima desta superfície, é então aplicada a película que torna
o andamento mais suave e que facilita a transferência do calor. É uma película
à base de esferovite porosa e com capa superficial condutora. Por cima desta
película, é aplicado o pavimento laminado de madeira.
A tela radiante vai dar consistência à estrutura de cimento, evitando a abertura
de fissuras e quebras, desde que se garanta um bom tempo de cura, não
inferior a uma semana.
Nunca se deve utilizar a tela radiante directamente por baixo de alcatifa ou
laminado de madeira. Deve ser sempre utilizada uma pequena camada de
cimento ou de argamassa.
Esta camada deve secar, no mínimo, durante uma semana.
A tela radiante pode ser aplicada directamente no pavimento sem qualquer
placa de isolamento por baixo. Para garantir que o calor é totalmente
projectado para cima, pode usar um primário especial que é,
simultaneamente, isolador e reflector de radiação de calor.

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Assim, será possível ter uma máxima eficiência na emissão do calor sem
aumentar a altura do piso e sem fragilizar a estrutura por cima da tela.

A aplicação do cabo radiante no chão


O cabo radiante é em geral mais barato do que a tela radiante e deve ser
aplicado quando se pretende o efeito de acumulador de calor: aproveitar para
armazenar o calor nas horas de tarifa de electricidade mais baixa e libertá-lo
nas horas de tarifa alta.
O cabo radiante pode ser aplicado directamente por cima da película de
isolante reflectora. Esta película tem cerca de 4 mm com uma ou duas
superfícies de alumínio e com uma ou mais camadas de bolhas de ar. A
superfície de alumínio garante a transmissão do calor por radiação para o
pavimento, enquanto a bolha de ar evita as perdas de calor por condução,
permitindo o máximo rendimento.
Esta película evita a passagem de calor para as zonas inferiores mais frias.
O cabo radiante é então aplicado ao longo da divisão com os espaçamentos
adequados. Por cima do cabo, é aplicada a argamassa com uma espessura de 3
a 5 cm. O tempo de aquecimento será tanto mais elevado quanto mais espessa
for esta camada – normalmente, 1 hora por cada centímetro de espessura.
Este tipo de sistema deve ser aplicado, de preferência, quando os pavimentos
tiverem características isolantes, sendo fundamental que todo o calor
produzido seja projectado para cima. É o caso dos pavimentos de alcatifa ou de
madeira maciça que criam grande resistência à transferência de calor.

Pontos importantes para obter a máxima eficiência com o piso radiante


eléctrico
1. Escolha para pavimento materiais com boa condutividade térmica, por
exemplo, cerâmica, pedra ou laminado de madeira de baixa espessura;
2. Escolha tela radiante quando pretende obter aquecimento rápido e,
nesse caso, o pavimento dever ter boa condutividade térmica;

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3. Escolha o cabo radiante com uma espessura de cimento de 3 a 5 cm


quando pretender um aquecimento com acumulação de calor para
manutenção de temperatura por longos períodos;
4. Faça um bom isolamento utilizando placas de floormate de 3 ou 5 cm e
película de barreira radiante de boa emissividade para projectar o calor,
isto é, toda a radiação de infravermelhos para cima;
5. Utilize interruptores diferenciais de 30 mA que desligam a alimentação,
em caso de toque inadvertido, que dá passagem à terra;
6. O chão onde se vai aplicar o cabo e tela radiantes deve estar seco e
preparado para receber o sistema radiante;
7. Coloque o sensor de medição de temperatura dentro do pavimento a 30
cm da parede e dentro de um tubo oco e fechado na ponta;
8. Teste a resistência do cabo e a resistência de isolamento antes e depois
de aplicar o cabo radiante;
9. Deixe secar a argamassa durante 30 dias, para o caso do cabo radiante, e
no mínimo, uma semana após a aplicação da tela radiante;
10. Garanta que os chãos onde vai aplicar a tela radiante estejam planos,
limpos e livres de fissuras e porosidades.
11. No aquecimento com tela radiante, aplique um primário especial
isolante com características reflectoras de infravermelhos, garantindo
um aquecimento mais rápido;
12. No aquecimento com cabo radiante para acumulação de calor, aplique
isolante térmico com folha de alumínio reflector e com alvéolos de ar
entre as duas faces;
13. Nunca sobreponha o cabo nem a tela radiante;
14. Nas zonas de contacto com as paredes, deve estar o isolamento
térmico, de forma que permita a expansão e contracção da placa e, ao
mesmo tempo, que evite a perda de calor nessas zonas. Este aspecto é
tanto mais importante quanto maior a espessura da argamassa por cimo
do cabo radiante;
15. Em zonas frias com Inverno rigoroso, será aconselhável utilizar tela
radiante de 150 W/m2 de potência ou cabo radiante calculado para uma
potência superior a 100 W/m2.

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Como calcular a distância entre voltas do cabo ao aplicar o cabo radiante


Se a sua opção for pela aplicação do cabo radiante, deverá distribuir a potência
e a emissão de energia de modo uniforme ao longo da divisão. Os passos para
efectuar esse cálculo são:
1. Definir qual a potência para divisão (já indicado anteriormente), 80
W/m2, presuma. Para uma sala de 30 m2, são 2,4 kW;
2. Escolher o cabo de aquecimento – qual a potência e qual o
comprimento. Cada fabricante tem definido os cabos com determinado
comprimento para determinada potência. Vamos supor a potência do
cabo 17 W/m, o que pressupõe um cabo de 2400 W/17 W/m, igual a 141
m ou a dois cabos, um de 100 m e outro de 40 m;
3. Definir as distâncias em relação às paredes – se houver móveis, o melhor
é considerar essas zonas mortas, mas, se não as souber, uma boa prática
será calcular 25 cm de afastamento;
4. Calcular a distância entre cabo de acordo com a fórmula:
Dc=(La x Co)/( Cc-La-Co) em que Dc é a distância entre o cabo, La é a
largura da área a aquecer, Co é o comprimento da área a aquecer e Cc, o
comprimento do cabo radiante. Se, como hipótese, na sala de 30 m2
com La=6 m e Co=5 m, retirando 0,25 m da distância até à parede, então
DC= 5,5x4,5/141-5,5-4,5=0,189 m.
Deste modo, para a sala de 30 m2, supondo uma potência total de 80
W/m2 ou 2,4 kW, é necessário um cabo radiante de 141 m, afastado
das paredes em 0,25 m e com distância entre cabos de 0,189 m.
Se escolher bem o tipo de pavimento radiante, vai conseguir um conforto
extraordinário e ao mesmo tempo evitar custos com manutenção e despender
os consumos mínimos de energia.
Mas para isso, deverá calcular bem a energia que vai necessitar para aquecer a
sua casa, tendo em consideração as temperaturas médias na zona da casa, o
grau de utilização e os níveis de isolamento de paredes e pavimento.

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Com base nestas variáveis, e consoante se trate de casa nova ou em


reconstrução, e dependendo ainda do tipo de pavimento escolhido, assim vai
seleccionar o cabo ou tela radiantes com a potência adequada.
Se tiver em conta estes factores e utilizar os métodos indicados neste livro, não
vai falhar!
São baseados na experiência adquirida em muitas outras aplicações e em
inúmeros testes efectuados com diferentes materiais.
Se na sua casa já tem aplicado o chão radiante, espero que concorde comigo
quando digo que é um dos mais agradáveis tipos de aquecimento em casas. O
mesmo já era considerado pelos Romanos e pelos Coreanos há muitos séculos.
Se for o construtor ou o responsável pela (re)construção da casa, estou certo
de que o piso radiante que instalou lhe vai dar uma vantagem adicional no
processo de venda ou de arrendamento da casa.
Prepare-se para no futuro utilizar cada vez mais esta técnica do piso radiante
eléctrico.
Na Kasa do Futuro, uma casa espectacular na Ericeira que utiliza as mais
modernas técnicas de construção em todo o mundo, o piso radiante foi
aplicado em toda a casa – veja o artigo em http://www.chaoradiante.com.

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4.

O cabo radiante eléctrico

O cabo radiante eléctrico é aplicado como sistema principal de aquecimento.


Para se obter o máximo rendimento, deve ser aplicado em conjunto com
película de isolante térmico, embebido em massa de cimento com pelo menos
3 a 5 cm, em casas com isolamento térmico. Como sistema complementar de
aquecimento, poderá ser combinado com lareiras ou ar condicionado.
A optimização no consumo de energia é conseguida utilizando termóstato
programável que permite a programação da temperatura de funcionamento
ao longo do dia e da semana.

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Fig. 10

Como obter um bom rendimento no aquecimento


Para se conseguir uma boa eficiência, o cabo radiante é aplicado embebido
directamente na estrutura do chão de cimento e pode receber qualquer tipo
de pavimentos: cerâmica, alcatifa, linóleo, laminados, mármore ou madeira.
O cabo é colocado por cima de película de isolante e embebido em 3 a 5 cm de
cimento, garantindo uma grande inércia. Funciona como acumulador de calor,
o que permite manter o aquecimento durante várias horas, mesmo depois de
se ter desligado, bem como uma frequência de funcionamento baixa. Se a
divisão tiver um bom isolamento, o sistema vai estar na posição de desligado
durante longos períodos.

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O cabo radiante de um e de dois condutores


O cabo poderá ser de um ou de dois condutores, mas, por facilidade de
instalação, o de dois condutores é o mais utilizado e o mais simples. É
constituído pelo ligador de acoplamento de ponta fria, cabo radiante e
terminação de cabo.
Nesta configuração, a instalação do cabo é mais simples, com a alimentação
feita numa das pontas do cabo. Em alternativa, com o cabo de único condutor,
o condutor de aquecimento é ligado num terminal do termóstato e a outra
ponta é ligada no segundo terminal, depois de ter sido estendido ao longo de
toda a área, fechando deste modo o circuito eléctrico.

O controlo de temperatura por termóstato e a poupança de energia


O cabo é instalado com um termóstato que liga o sistema quando a
temperatura é inferior à seleccionada e desliga-o quando é superior. Nestas
condições, o sistema consome menos energia do que a potência instalada e a
frequência de funcionamento depende da temperatura ambiente. No Inverno,
poderá estar ligado 70% do tempo, enquanto na Primavera e Outono poderá
estar 10% do tempo ligado.

Como é constituído o cabo radiante


O cabo radiante é muito robusto e tem a duração de uma vida sem avarias. É
constituído por revestimento exterior, malha metálica de protecção,
isolamento e os dois condutores de aquecimento.

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Fig. 11

O isolamento é à base de polímero, material muito resistente ao calor e não


inflamável.
A malha de protecção melhora a resistência mecânica e dá protecção eléctrica,
aumentando ainda a resistência ao calor do cabo.
A bainha exterior do cabo é em PVC duro, também muito resistente ao calor.

As principais características do cabo são:


– Voltagem: 220 VCA;
– Máxima temperatura de operação: 80 °C;
– Mínima temperatura de operação: -10 °C;
– Mínimo raio de torção: 30 mm;
– Comprimento da junção fria que liga ao termóstato: 3 m;
– Diâmetro do cabo: 5 a 8 mm, dependendo da versão.

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A potência de aquecimento do cabo radiante


O cabo radiante existe com a potência linear de 15 a 20 W/m e em diversos
comprimentos, desde 7 m, com potência de 105 W, até cabo radiante de 159
m e potência de 2700 W.
O dimensionamento do cabo faz-se para que em cada divisão a potência se
situe entre 80 W/m2 e 150 W/m2, dependendo igualmente da potência que é
possível utilizar na casa.

Exemplos de selecção de cabo radiante para diferentes áreas


Para uma casa de banho com 0,7 m2 a 1 m2, poderá utilizar-se um cabo de 7 m
com a potência de 105 W.
Para um quarto com área entre 10 m2 e 14 m2, poderá utilizar-se um cabo de
84 m com potência de 1500 W.
Para uma sala de 17 m2 a 25 m2, poderá utilizar-se um cabo de 131 m com uma
potência de 2530 W.
Como indicativo, refere-se que para as situações desfavoráveis, como casas
mal isoladas ou regiões mais frias, a selecção do sistema deverá ter em
consideração o seguinte:
– Se o piso radiante for único sistema de aquecimento na casa, a área de
aquecimento deve abranger, pelo menos, 70% da área total da divisão e
a potência instalada de aquecimento deve ser entre 110 W/m2 e 150
W/m2;
– Se o piso radiante funcionar como sistema adicional de aquecimento
(existindo lareira ou ar condicionado), a potência total do cabo radiante
deverá ser entre 80 W/m2 e 120 W/m2 da área da divisão.
Quanto maior a possibilidade de existirem perdas de calor através das portas,
pé-direito elevado, mau isolamento de placa e de paredes ou clarabóias, assim
mais elevada deve ser a potência a instalar.

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Em regiões menos frias, e quando existe limitação na potência possível ou na


configuração do quadro eléctrico, poderá reduzir-se a potência no piso
radiante.

Como fazer a instalação do cabo radiante


Para se obter um aquecimento uniforme na divisão, o cabo deve ser instalado
em voltas, com as passagens do cabo sempre à mesma distância, e ligado a um
termóstato colocado na parede. Neste termóstato, é ligada a alimentação de
220 VC, o sensor de temperatura de pavimento e a ligação fria do cabo
radiante.

Fig. 12

O sensor de temperatura deve ser colocado dentro de tubo oco fechado na


ponta entre duas passagens de cabo radiante, e embebido no cimento que
cobre o cabo radiante a cerca de 30 cm da parede. Esta posição permite que o
sensor obtenha medidas representativas da temperatura do pavimento e que
se proceda à sua substituição em caso de avaria (e, daí, o tubo oco). O
termóstato compara a temperatura medida pelo sensor com a temperatura
seleccionada e liga ou desliga, de acordo com o desvio negativo ou positivo da
temperatura seleccionada.

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Fig. 13

O termóstato poderá, por razões estéticas, ficar ao mesmo nível dos outros
interruptores da divisão ou a uma altura de 1,5 m.

Fig. 14

As misturas utilizadas na argamassa de cimento devem ser as adequadas para


utilização com aquecimento do chão.

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Fig. 15

Antes de se aplicar a argamassa de cimento, devem ser feitos testes de


funcionamento, nomeadamente, a ligação de alimentação e a confirmação do
aquecimento do cabo radiante. Em alternativa, deve-se fazer a medida da
resistência entre os condutores de aquecimento e entre o isolamento e o
condutor.
A ligação do cabo ao termóstato é feita pelos dois condutores de aquecimento
coloridos e pela malha metálica do cabo que será ligada à terra da casa.

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Fig. 16

O cabo de aquecimento pode ser ligado directamente ao termóstato, no caso


de apenas um cabo de aquecimento, ou através de uma caixa de ligações
intermédia, no caso de existirem mais cabos de aquecimento ligados ao
mesmo termóstato.
O termóstato deverá ser colocado em zona onde esteja acessível, fora de
obstruções de móveis, e onde seja possível a ligação de alimentação dos cabos
ao quadro eléctrico.

O dimensionamento dos cabos de alimentação


O cabo de alimentação do termóstato deve ter condutores de secção de 2x1
mm2 para correntes máximas de carga de 16 A (máxima potência de
aquecimento de 3,5 kW), de 2x1,5 mm2 para um máximo de 19 A ou 4,1 kW e
2x2,5 mm2 para 27 A ou 5,9 kW.
Em casas de banho, saunas e outros locais húmidos, os termóstatos devem ser
colocados no exterior da divisão.

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É recomendável que os sistemas de aquecimento com potência de 2 kW sejam


ligados independentemente e protegidos com disjuntor de corte.
O sistema de aquecimento deverá ser ligado através de interruptor diferencial
com corrente nominal abaixo de 30 mA. Este aparelho é colocado no quadro
eléctrico para monitorizar o isolamento eléctrico do sistema. Se o cabo
radiante for colocado em zonas com humidade, a malha de protecção do cabo
deverá ser ligada ao condutor principal de terra, onde são ligadas todas as
partes metálicas do local.
Para a instalação do termóstato e do sensor de temperatura, é necessário
abrir um roço na parede e no chão com 20x20 mm e a 50 cm da parede.

A colocação do sensor e do cabo de aquecimento


O sensor de temperatura é colocado em tubo plástico VD ou tubo corrugado e
fechado na ponta para evitar a entrada de cimento. O sensor fica dentro do
tubo perto da ponta e ligado no outro extremo ao termóstato. Em caso de
falha de sensor, este deve facilmente ser retirado e substituído por outro.
O cabo de aquecimento é colocado também no roço da parede em tubo
separado e deve ser posicionado ao longo da divisão. A distância entre
passagens do cabo radiante ao longo das voltas não deve ser inferior a 6 cm.

Os testes de funcionamento após a instalação


Após a instalação do cabo ao longo da divisão, devem ser feitos testes de
funcionamento ao ligar-se a alimentação do termóstato e verificar-se o
aquecimento no cabo radiante, ou medindo-se a resistência entre os dois
condutores de aquecimento, que deve ter os valores específicos de tabela do
cabo e a resistência de isolamento do cabo.

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Fig. 17

Se tiver de se ausentar durante alguns dias da casa, e se tiver o sistema com


acumulação de calor (3 a 5 cm de cimento por cima do cabo), então poderá
não desligar completamente o sistema, mas mantê-lo a gerir uma temperatura
mínima, de forma que, quando utilizar a casa, o sistema passe a controlar a
temperatura desejada, sem ter de iniciar a partir de temperaturas muito
baixas.

A instalação do cabo em zonas com móveis ou com isolantes


O cabo radiante não deve ser instalado debaixo de móveis sem pés ou de
estruturas que evitem a propagação do calor para o ambiente da divisão.
Quando colocar o cabo radiante por cima de camadas isolantes, evitar o
contacto directo se as mesmas forem corrosivas, absorventes ou inflamáveis,
bem como impedir a proximidade de óleo, gorduras ou substâncias similares.
A malha metálica de protecção do cabo deverá ser ligada de forma segura e
permanente ao terminal de terra da caixa de serviço ou do termóstato.

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A colocação de um termóstato por divisão


Para cada divisão, é conveniente utilizar o cabo e o respectivo termóstato, não
sendo correcto a colocação do mesmo cabo em pavimentos diferentes (por
exemplo, de madeira e cerâmica) ou do mesmo cabo em divisões diferentes.
O cabo deve estar completamente embebido na massa de cimento e sem
bolhas de ar que impeçam a transmissão de calor.
O cabo radiante deve ter aprovações internacionais, entre as quais o
certificado CE de compatibilidade electromagnética e o certificado de
conformidade.

As vantagens do cabo radiante


Quando é possível elevar o pavimento, numa casa em construção ou em
regiões muito frias, são inúmeras as vantagens do cabo radiante e destacam-se
as seguintes:
– A possibilidade de se utilizar com quase todo o tipo de pavimentos,
quer seja isolante quer não, se devidamente instalado com o isolamento
e sistema de acumulação de calor – 3 a 5 cm de cimento;
– Facilidade de instalação e manuseamento;
– Grande robustez e duração de uma vida;
– A variação lenta de temperatura é mais adequada para pavimentos de
madeira com elevado stress térmico;
– Grande diversidade de cabos radiantes com diversas potências para
praticamente todas as aplicações;
– Inércia no funcionamento com aquecimento e arrefecimento lentos
através da espessura do pavimento para a manutenção de temperatura
em zonas muito frias;
– Custo baixo do equipamento e grande qualidade;

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– Poupança de energia pela acumulação de calor e baixa frequência de


funcionamento.
O funcionamento do sistema ao longo do tempo dependerá da forma como for
feito o dimensionamento e a instalação do sistema radiante no pavimento.

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5.

A tela radiante eléctrica

A tela radiante eléctrica é o ideal para aquecimento rápido de casas e para


aplicação em casas remodeladas em que a elevação do pavimento deve ser
mínima. A tela radiante é aplicada directamente na laje sem necessidade de
isolamento e embebida em mistura de cimento adesiva de 8 a 10 mm, onde se
poderão colocar os mosaicos de cerâmica ou o pavimento flutuante.

Fig. 18

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A estrutura onde é aplicada a tela tem de ser rígida, de forma que evite
variações de pressão quando se anda no pavimento. Com uma espessura
reduzida de pavimento por cima da tela, a resistência à passagem de calor é
mínima quando comparada com a resistência da laje por baixo – o calor tende
a subir e transmite-se para o ambiente muito rapidamente. Como indicado nos
gráficos do capítulo 3, o tempo médio de aquecimento é de 30 minutos e
depende da condutividade térmica do pavimento aplicado. A cerâmica e as
pedras têm uma condutividade muito boa e permitem uma óptima
transmissão de calor. Com a madeira, a transmissão de calor já é mais lenta e
com o pavimento flutuante é necessário ter cuidado com o tipo de película que
se coloca entre o cimento e o laminado. Se for isolante, então teremos um
aquecimento mais lento.

Fig. 19

Se se pretender aplicar madeira maciça, carpete ou outros pavimentos de


elevada resistência térmica, será conveniente utilizar película de isolante com
cabo radiante, na aplicação indicada no capítulo 3.
A tela radiante é constituída pelo cabo radiante fixo e aplicado em rede de
película adesiva de 0,5 m de largura, pronta a colocar no pavimento. É o

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sistema mais rápido de se instalar porque basta estender a tela ao longo da


área da divisão, sem necessidade de definir os espaçamentos do cabo e sem
necessidade de colocar isolamento.
A optimização no consumo de energia, quando se utiliza a tela radiante, é
conseguida ao ligar o aquecimento nos momentos em que se necessita,
evitando fazê-lo quando não se está no local. Como o aquecimento é rápido,
acciona-se o sistema apenas quando se precisa, obtendo-se o conforto
desejado com rapidez.

Fig. 20: Tela radiante aplicada na zona útil de uma casa de banho.

Na figura, em cima:
1. Rede plástica adesiva de suporte do cabo radiante;
2. Cabo radiante de aquecimento;
3. Curvatura do cabo para espaçamento entre passagens do cabo radiante;

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4. Junção fria do cabo radiante;


5. Terminal final do cabo radiante no caso de dois condutores;
6. Distância entre cabo igual ao diâmetro de curvatura;
7. Cabo de ligação fria ao termóstato;
8. Separação entre telas radiantes;
9. Termóstato;
10. Sensor de temperatura.

A colocação da tela radiante


A tela radiante aplica-se muito facilmente, estendendo-a em toda a área da
divisão. A tela é fornecida em peça única com 0,5 m de largura e com
comprimento que depende da área a abranger. A adaptação é feita cortando a
rede plástica (cuidado para não cortar o cabo da rede), girando-a e colocando-
-a nos espaços pretendidos de aquecimento, conforme indicado em baixo.
A aplicação deve ser feita nas zonas úteis da divisão, evitando-se a colocação
por baixo de loiças, de móveis ou estruturas fixas.
Os diferentes segmentos da tela radiante devem ser aplicados com a
separação que é definida pela própria estrutura da tela, de forma que o cabo
radiante fique sempre a uma distância mínima de outros cabos, nunca
podendo sobrepor-se.

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Fig. 21: A tela é cortada na zona da rede e colocada de acordo com a geometria da divisão.

A colocação do sensor de temperatura


O controlo de temperatura é feito pela comparação entre o valor que é
seleccionado no termóstato com o valor medido da temperatura do
pavimento. O sensor de temperatura deve ser colocado embebido na massa de

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cimento entre duas passagens de cabo radiante e a uma distância de cerca de


50 cm da parede.
O sensor é colocado em tubo corrugado oco e fechado na ponta para que se
possa retirá-lo e substituí-lo, caso seja necessário.

Fig. 22: Sensor colocado em tubo a cerca de 50 cm da parede e ligado à caixa de junção.

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Fig. 23: Rasgo na parede para a colocação do tubo do sensor de temperatura.

Colocação da tela nas zonas úteis da divisão


A tela radiante deverá ser colocada nas zonas úteis da divisão, evitando-se a
colocação debaixo de móveis fixos, de loiças ou de equipamentos, de forma
que o calor gerado possa ser emitido para o ambiente da divisão.
Aproximadamente, uma cozinha deverá ser coberta com a tela radiante em
cerca de 60%, enquanto numa casa de banho, é provável que só 40% de área
deva ser utilizada. Em quartos e salas, a área útil rondará os 80%.
Mas a decisão sobre a área a considerar para a colocação da tela radiante
dependerá sempre do que existir na casa e do que for pretendido na fase de
projecto ou de instalação.

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Fig. 24: Duas divisões com a mesma área bruta, mas com áreas de colocação de tela radiante
diferentes.

A instalação dos elementos do piso radiante


O sistema radiante é composto pela tela radiante, pelo termóstato de controlo
e pelo sensor de temperatura. A tela radiante é colocada directamente na laje
e é embebida em cimento cola, em cima do qual são aplicados os mosaicos, os
laminados ou outros pavimentos. Se existir mais do que uma tela radiante, a
ligação do cabo deverá ser feita a uma caixa intermédia de serviço; caso
contrário, poder-se-á ligar directamente ao termóstato. A alimentação do
termóstato deve ser feita a partir do quadro eléctrico, tendo o cuidado de
colocar protecções contra curto-circuitos e de não exceder a potência
admissível no termóstato.

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Fig. 25: Composição do sistema de piso radiante: 1. Pavimento; 2.Cimento cola ou argamassa de 7
a 10 mm; 3. Tela radiante; 4. Laje; 5. Caixa intermédia de ligações; 6. Termóstato.

A posição do termóstato e da caixa de ligações


O termóstato poderá ser colocado ao nível de outros interruptores na divisão,
por motivos estéticos ou por outros de sua preferência. A título de exemplo, a
1,5 m, como referência que lhe permitirá uma boa visualização e operação.
A caixa de ligação intermédia poderá ser colocada cerca de 20 cm do
pavimento e deve ser utilizada quando se instalar mais do que uma tela na
divisão.

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Fig. 26: Posição dos elementos de ligação e controlo do piso radiante: 1. Termóstato; 2. Tubo de
colocação do cabo de aquecimento e do sensor; 3. Caixa intermédia de ligações.

Como obter um bom rendimento no aquecimento


Com a tela radiante, pretende-se um aquecimento rápido e para isso é
fundamental que a espessura do cimento aplicado por cima da tela seja
mínimo. Quanto maior a espessura de argamassa de cimento por cima, mais
tempo demora para libertar o calor para o ambiente. Se aplicação for de
pavimento de cerâmica, o ideal será utilizar a mistura adesiva cimento cola,
com uma espessura suficiente para envolver o cabo radiante, que poderá ter
um diâmetro de 4 mm ou menor, dependendo do fabricante. Nesta situação, a
transferência de calor é muito rápida pela proximidade e pela óptima
condutividade da cerâmica, do mármore ou da maioria das pedras naturais.
Se o pavimento aplicado for do tipo flutuante, é importante que a película que
é colocada por baixo do laminado de madeira tenha uma boa permeabilidade à

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passagem do calor, e que a espessura de massa embebendo a tela não exceda


os 10 mm, de forma que garanta um aquecimento rápido.
A aplicação de madeira maciça, de alcatifas espessas ou de qualquer outro tipo
de piso de características isolantes, não terá um bom rendimento e, nesse
caso, é melhor optar pela versão de cabo radiante com isolante térmico.
A frequência de operação da tela radiante será mais elevada do que com o
cabo radiante por ter uma inércia muito menor e a diferença nos consumos
deverá depender da utilização dada a cada um dos sistemas.

A tela radiante de um ou dois condutores e de diferentes potências.


A tela radiante pode ser fornecida nas versões de 80 – 100 – 150 ou 200 W/m2.
Quanto maior a potência por m2, maior o consumo, mas também mais rápido
será o aquecimento e mais longo o período de tempo em que o sistema está
desligado. Utilizar 100 W/m2 que abranjam toda a área da divisão é uma
solução bastante equilibrada porque permite um aquecimento uniforme em
toda a área da divisão sem comprometer os requisitos de potência instalada.
Se se optar pela solução de 200 W/m2, o aquecimento é mais rápido do que
com 100 W/m2, mas para a mesma área aquecida, o consumo será duas vezes
superior. Mas se a opção for de instalar a mesma potência, então a área
abrangida pelo aquecimento será de metade.
Exemplificando, para uma sala de 26 m2, se aplicar uma tela radiante de 23 m2
de 100 W/m2, o consumo é de 2300 W. Mas se puser na mesma área a tela de
200 W/m2, o consumo será de 4600 W.
Se, nesta situação, aplicarmos as duas telas para uma área aquecida de casa de
100 m2, teremos, num caso, uma potência instalada de 10 kW, enquanto no
outro, de 20 kW, que pressupõe maiores requisitos de dimensionamento do
quadro e de mais potência contratada.

O controlo de temperatura por termóstato e a rapidez de aquecimento


O cabo é instalado com um termóstato que liga o sistema quando a
temperatura é inferior à seleccionada e desliga-o quando é superior. Como o
aquecimento é rápido, a melhor forma de economizar energia é a de accionar

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os sistemas somente quando se precisa. A frequência de operação do sistema


vai depender da temperatura seleccionada, da temperatura ambiente e das
perdas de calor típicas dessa divisão.

A construção da tela radiante


O elemento de aquecimento na tela radiante é o cabo de um ou de dois
condutores, de acordo com a versão, e tem uma grande duração, com ou sem
avarias, por ser muito robusto e constituído por revestimento exterior, malha
metálica de protecção, isolamento e os dois ou um condutores de
aquecimento.
O isolamento é à base de polímero, material muito resistente ao calor e não
inflamável.
A malha de protecção melhora a resistência mecânica e dá protecção eléctrica,
aumentando ainda a resistência ao calor do cabo.
A bainha exterior do cabo da tela é em PVC duro, muito resistente ao calor.

As principais características da tela radiante são:


– Voltagem: 220 VCA;
– Máxima temperatura de operação: 80 °C;
– Mínima temperatura de operação: -10 °C;
– Mínimo raio de torção: 30 mm.
– Comprimento da junção fria que liga ao termóstato: 3 m;
– Diâmetro do cabo radiante na tela: 3 a 4 mm, dependendo da versão.

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A potência de aquecimento da tela radiante


A tela radiante existe com a potência de 80 – 100 – 150 – 200 W/m2 e em
diversos comprimento, desde 2,6 m com potência de 130 W até tela de 46 m e
potência de 2300 W – para o caso de tela de 0,5 m de largura e potência de
100 W/m2.
O dimensionamento do cabo faz-se para que em cada divisão a potência se
situe entre 80 W/m2 e 150 W/m2; dependerá igualmente da potência que é
possível utilizar na casa.

Exemplos de selecção de tela radiante para diferentes áreas e utilizando a


tela de 100 W/m2
Para uma casa de banho com 4 m2, poderá utilizar-se uma tela de 2,1 m2 com a
potência de 210 W.
Para um quarto com área entre 10 m2 e 14 m2, poderá utilizar-se uma tela com
área de 12 m2 com potência de 1500 W.
Para uma sala de 30 m2, poderá utilizar-se uma tela de 23 m2 com uma
potência de 2300 W.
Como indicativo, poderá dizer-se que para as situações desfavoráveis, como
casas mal isoladas ou regiões mais frias, poderá seleccionar telas de potência
de 150 ou 200 W/m2.

Como fazer a instalação da tela radiante


A tela deve ser instalada ao longo da área útil da divisão, tendo o cuidado de
não sobrepor o cabo radiante. Para isso, basta estender a rede lado a lado nas
diferentes passagens. A tela é ligada a um termóstato colocado na parede.
Neste termóstato, é ligada a alimentação de 220 VC, o sensor de temperatura
de pavimento e a ligação fria do cabo radiante.
O sensor de temperatura deve ser colocado dentro de tubo oco fechado na
ponta entre duas passagens de cabo radiante, e embebido no cimento que
cobre o cabo radiante a cerca de 30 cm da parede. Esta posição permite que o

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sensor obtenha medidas representativas da temperatura do pavimento e


permite a sua substituição em caso de avaria (e, daí, o tubo oco). O termóstato
compara a temperatura medida pelo sensor com a temperatura seleccionada e
liga ou desliga, de acordo com o desvio negativo ou positivo da temperatura
seleccionada.
O termóstato poderá, por razões estéticas, ficar ao mesmo nível dos outros
interruptores da divisão ou a uma altura de 1,5 m.
As misturas utilizadas na argamassa de cimento devem ser as adequadas para
utilização com aquecimento do chão.
Antes de se aplicar o cimento ou a argamassa, devem ser feitos testes de
funcionamento, nomeadamente, a ligação de alimentação e a confirmação do
aquecimento do cabo radiante. Em alternativa, deve-se fazer a medida da
resistência entre os condutores de aquecimento e entre o isolamento e o
condutor.
A ligação do cabo ao termóstato é feita pelos dois condutores de aquecimento
coloridos e pela malha metálica do cabo que será ligada à terra da casa.
O cabo de aquecimento pode ser ligado directamente ao termóstato, no caso
de apenas um cabo de aquecimento, ou através de uma caixa de ligações
intermédia, no caso de existirem mais cabos de aquecimento ligados ao
mesmo termóstato.
O termóstato deverá ser colocado em zona onde esteja acessível, fora de
obstruções de móveis, e onde seja possível a ligação de alimentação dos cabos
ao quadro eléctrico.

O dimensionamento dos cabos de alimentação


O dimensionamento deverá ser feito tal como indicado para o caso do cabo
radiante.

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Os testes de funcionamento após a instalação


Após a instalação da tela radiante ao longo da divisão, devem ser feitos testes
de funcionamento ao ligar-se a alimentação do termóstato e verificando o
aquecimento no cabo radiante, ou medindo-se a resistência entre os dois
condutores de aquecimento, que deve ter os valores específicos de tabela da
tela e a resistência de isolamento do cabo na tela.

Fig. 27

Se tiver de se ausentar durante alguns dias da casa, deverá desligar o sistema,


de forma que não tenha custos de energia porque, quando precisar, o sistema
repõe muito rapidamente a temperatura desejada.

A colocação de um termóstato por divisão


Para cada divisão, é conveniente utilizar o cabo e o respectivo termóstato, não
sendo correcto a colocação da mesma tela em pavimentos diferentes (por
exemplo, de madeira e cerâmica) ou do mesmo cabo em divisões diferentes.
A tela deve estar completamente embebida na massa de cimento e sem bolhas
de ar que impeçam a transmissão e calor.

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A tela radiante deve ter aprovações internacionais, entre as quais o certificado


CE de compatibilidade electromagnética e o certificado de conformidade.

As vantagens da tela radiante


É ideal para aplicar como aquecimento em reconstrução ou manutenção de
casas quando não se pode subir muito o pavimento. Outras vantagens são:
– A rapidez de aquecimento porque a espessura do pavimento é
reduzida;
– A facilidade de instalar a tela porque o cabo está já devidamente
posicionado na rede;
– Facilidade de instalação e manuseamento;
– Grande robustez e duração de uma vida;
– Grande diversidade de telas radiantes com diversas potências para
praticamente todas as aplicações;
– Custo baixo do equipamento e grande qualidade.
A tela radiante é um dos sistemas mais utilizados para aquecimento de
pavimento, sendo muito fácil de instalar, sem custos de manutenção e com
uma grande durabilidade. É o sistema a utilizar se estiver a mudar o pavimento
com aplicação de massas de cimento e se pretender um aquecimento rápido.

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6.

O filme radiante eléctrico

O filme radiante é uma óptima solução para casas e escritórios quando se


pretende o aquecimento do pavimento com o mínimo de obras, e desde que a
escolha do pavimento seja de laminados de madeira, parqué ou carpete. Uma
instalação com o filme radiante é feita em pouco tempo e sem utilizar
cimentos nem matérias ou soluções adesivas.
O filme radiante pode ser colocado por cima do pavimento já existente, no
qual se aplica o novo pavimento, tal como o flutuante, ou retira-se o piso que
existe, substituindo-o por novo pavimento flutuante.
Se a divisão tiver mosaicos e pretender melhorar o conforto e a estética, tal
será fácil de concretizar ao escolher um pavimento flutuante, colocando-o por
cima do filme radiante. A sequência será por cima do mosaico: instale a
película de isolante, o filme radiante e finalmente o laminado de madeira.
Com o filme radiante, obtém-se a maior rapidez de aquecimento, sendo
possível obter, em menos de 10 minutos, a temperatura programada, o que é
ainda mais rápido do que a tela radiante.

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Fig. 28: A aplicação do filme radiante com o laminado, filme, película de isolante e base do piso de
madeira ou de betão.

O filme radiante pode ser fornecido nas versões de 150 W/m2 ou de 80 W/m2 e
no formato de 0,5 m de largura, com comprimento desde 2,4m até 5,4 m. O
filme está ligado, com o cabo frio de ligação, ao termóstato.
É composto por resistência/filme de aquecimento, estando pronto a aplicar no
chão e ligar ao termóstato de temperatura.

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O filme radiante tem uma espessura de 0,2 mm, pelo que torna possível a
colocação do aquecimento no pavimento em praticamente todas as
aplicações.
Mesmo depois de ser aplicado, pode ser retirado e posto em outro local que se
pretenda.
O funcionamento e o controlo de temperatura são feitos como com a tela e
com o cabo radiantes, utilizando sensor de temperatura, colocado no
pavimento e ligado a termóstato na parede.
Na aplicação em baixo, as duas salas do escritório foram remodeladas com a
colocação de pavimento flutuante e aquecimento com filme radiante.
Por cima dos mosaicos de cerâmica, aplicou-se película de isolamento, o filme
radiante de 150 W/m2 e o laminado de madeira.
O sensor de temperatura foi aplicado no pavimento e o termóstato embutido
na parede de termolaminado.

Fig. 29: Sala de reuniões com o pavimento inicial com mosaicos de cerâmica.

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Fig. 30: Aplicação da película de isolante no chão de mosaicos e abertura da caixa na parede para
a colocação do termóstato com cabo de ligação no interior.

Fig. 31: O material utilizado na colocação do pavimento flutuante aquecido: filme radiante, réguas
de laminado de madeira, película de isolante térmico.

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Fig. 32: Aplicação do laminado de madeira com o filme radiante e película de isolante térmico.

Após a colocação do filme radiante por cima da película de isolamento, é


aplicado o laminado de madeira, que, neste caso, foi em cor preta. O
acabamento ficou excepcional e a sensação de conforto inigualável com uma
temperatura agradável, sem pontos frios, sem ocupação de espaço na sala.
Os custos com energia são baixos, dado que a potência é baixa (1200 W) e o
sistema é utilizado apenas em dias frios e durante cerca de 3 horas.

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Fig. 33: Aspecto final da aplicação do pavimento flutuante, com aquecimento por filme radiante de
0,2 mm de espessura e com uma potência total de 1900 W.

Com o filme radiante, é muito fácil mudar a estética de uma divisão e garantir
uma temperatura ideal no ambiente.
O filme radiante é a melhor solução para acompanhar com pavimentos
decorativos e as grandes vantagens são:
– Tempo mínimo de aquecimento (inferior a 10 minutos);
– Solução económica de conforto térmico;
– Fácil e rápido de instalar;
– Flexibilidade que permite a aplicação de piso radiante em qualquer
casa.

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Tela radiante ultrafina com cobertura de alumínio para laminados


Ideal para aplicar com laminado de madeira e parqué em casas em
remodelação, ou em casas em construção, quando seja importante manter o
nível do pavimento ao mínimo.

Fig. 34

A tela extrafina de alumínio é constituída por cabo radiante de dois condutores


com diâmetro de 1,6 mm, com terminal de fim de linha, com junção fria, fixa
numa rede de fibra e com cobertura em folha de alumínio que garante a
distribuição uniforme de calor na superfície da tela. Assim, com o cabo
radiante fixo na rede não existe necessidade de espaçar o cabo, tornando a
instalação mais rápida e simples.
A tela radiante de alumínio (2) é aplicada por cima da película de isolante
térmico (3), com a folha de alumínio virada para cima, e por cima desta, é
aplicado o laminado de madeira (1). Com este sistema, o pavimento anterior
(4) pode manter-se.

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Fig. 35

O aquecimento é uniforme pela acção da película de alumínio que distribui o


calor em toda a área da tela ao eliminar os pontos frios nos intervalos entre o
cabo radiante.
Esta é uma óptima solução sempre que a escolha for por pavimento flutuante
e não estiver na disposição de fazer obras, nem utilizar argamassas e colas de
cimento. O novo pavimento flutuante é aplicado directamente em cima desta
tela, sem necessidade de qualquer tipo de colagem. No futuro, pode ser
retirado desse local e utilizado em outra casa com toda a facilidade, mantendo-
se intacto o pavimento anterior.
A aplicação desta tela radiante ultrafina de alumínio é especialmente indicada
para a utilização em casas de banho, cozinhas ou locais húmidos, em que o
pavimento seja em laminado de madeira, situações em que o filme radiante
não será o indicado.

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Fig. 36

A construção da tela radiante ultrafina de alumínio é em cabo de duplo


condutor e terra, com fixação por rede de fibra e cobertura com folha de
alumínio. A potência é de 150 W/m2 e as especificações são:
– Voltagem: 230 VCA;
– Temperatura máxima: 80 °C;
– Temperatura mínima: -10 °C;
– Comprimento do cabo frio de ligação: 4m;
– Diâmetro do cabo radiante na tela: 1,18 a 1,62 mm.
As versões disponíveis são de telas de alumínio com 0,5 m2 e potência de 75 W
até telas para áreas de 10 m2 e potência de 1500 W.
A colocação da tela radiante ultrafina de alumínio na divisão faz-se cortando a
estrutura da tela, girando-a e adaptando-a à geometria da divisão (cuidado
para não cortar o cabo da tela), de forma que abranja a área útil no local.

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Fig. 37: Corte na tela para rotação e cobertura de área adjacente.

A colocação da tela é com a folha de alumínio virada para cima, o que permite
uniformizar a temperatura em toda a área.

Fig. 38

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O controlo de funcionamento é feito através de termóstato e sensor de


temperatura, tal como na tela radiante, sendo o sensor de temperatura
colocado no cimento entre duas passagens de cabo radiante.
Sempre que se pretenda colocar pavimento flutuante em cozinhas e em casas
de banho sem fazer obras com cimentos, a tela radiante de alumínio é a
melhor solução.

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7.

Que piso radiante eléctrico escolher para a sua


casa?

Não há desculpa se continua a sentir frio em sua casa, ou se a estética do


pavimento lhe desagrada!
Na verdade, com as soluções actuais, será muito fácil resolver esses problemas
de uma só vez, com um custo de investimento bastante acessível.
O Sr. Manuel estava a remodelar a sua casa no Porto, com a substituição de
todo o pavimento. Nas casas de banho e cozinha, ia aplicar mosaicos de
cerâmica, enquanto nas outras divisões, seria usado laminado de madeira. A
maior condicionante é que não poderia elevar muito o piso.
Como a casa era muito fria, aproveitou a oportunidade para aplicar o sistema
de aquecimento no pavimento e a solução escolhida foi com tela radiante
eléctrica, que requer menor espessura de argamassa. A tela foi aplicada tanto
no caso dos mosaicos como no do laminado, com a potência de 100 W/m2, de
dois condutores, ligada a termóstatos do tipo analógico, de grande
simplicidade de utilização e muito robustos.

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A aplicação de filme radiante em moradia em Alverca


Numa moradia em Alverca, o proprietário aproveitou o facto de estar a
substituir as portas para fazer algo quanto ao aquecimento. Na verdade, o
desconforto era enorme devido à localização e construção da casa, e também
porque o pavimento era todo de mosaico.
A solução mais simples foi a de instalar piso radiante eléctrico por cima do
pavimento existente, logo evitando-se grandes obras na casa. Foi colocada
uma película de isolamento térmico por cima dos mosaicos, filme radiante por
cima do isolante e pavimento flutuante directamente por cima do filme.
O pavimento subiu, assim, cerca de 10 mm.
A sensação de conforto mudou desde logo, com um ambiente mais quente,
com outra estética e muito mais agradável.
Só pelo facto de se ter aplicado a película de isolante por cima dos mosaicos,
deixou de se ter a sensação de frio intenso. E com o aquecimento rápido do
piso através do filme radiante, a casa tornou-se muito confortável e
completamente diferente do que era antes.
Os termóstatos aplicados são do tipo analógico com a função simples – ligado
e desligado – e indicação de temperatura inferior ou superior ao valor
seleccionado. A selecção da temperatura é feita para um valor indicado de
referência.

Exemplo nos escritórios da Janiking


Nos escritórios da Janiking, o problema do frio também se punha e permitiu
fazer experiências interessantes. No piso zero, com zona de recepção e sala de
reuniões, a circulação de pessoas era constante, e em dias frios era
extremamente desagradável. O problema era agravado porque o chão era de
mosaicos de cerâmica e as portas tinham de ser mantidas sempre abertas.
Utilizaram-se, no início, radiadores eléctricos a óleo, mas com poucos
resultados.
A solução foi a de colocar o piso radiante eléctrico, utilizando o filme radiante.
Por cima dos mosaicos, foi aplicada película isoladora de cortiça e por cima, o
filme radiante de 150 W/m2. Finalmente, colocou-se um laminado de madeira
de 7 mm. A mudança sentida foi imediata. Além da estética das salas, que

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melhorou imenso, a sensação de frio desapareceu. Com dois termóstatos, as


duas salas são controladas de forma independente, e a temperatura desejada
de 23 °C atinge-se em cerca de 5 minutos. Durante os dias frios de Inverno, o
sistema é ligado entre as 9 e as 11 horas, ficando desligado, em geral, no
restante período do dia.
O ambiente mudou nestas salas em que se aplicou o piso radiante, mas
também nas salas contíguas. O efeito é devido à radiação de calor que aquece
as paredes e objectos em redor, transmitindo igualmente o calor para as
outras salas.

A comparação de consumos de radiador e filme radiante na Tecnisis


No mesmo escritório, mas no piso 1, o problema com o frio é algo que ainda
persiste. Existe um ar condicionado, mas numa zona aberta, ampla, o sistema
terá de estar sempre em funcionamento para ser eficaz. Isto causa desconforto
às pessoas sujeitas à incidência directa do ar quente, enquanto para as outras,
o frio mantém-se. Para dois dos funcionários, a solução foi a de adquirir dois
radiadores eléctricos a óleo de 2500 W de potência e colocá-los nas
respectivas zonas.
Em dias frios, os dois radiadores estão sempre ligados e servem apenas para o
aquecimento dessas duas pessoas nesse local. No restante espaço do piso 1, a
sensação de frio é constante, sendo normal encontrar temperaturas pela
manhã de cerca de 16 °C.
A sensação de calor é tanto maior quanto mais perto se estiver da fonte de
calor e, na realidade, temos apenas 1 m2 de superfície radiante.
Neste escritório, temos, então, duas realidades bem diferentes com o
aquecimento!
No piso 1, temos dois radiadores com uma potência de 2500 W cada e dos
quais beneficiam duas pessoas. O consumo diário é de cerca de 5000 Wx8
horas, ou seja, cerca de 40 000 W por dia, isto é, 5,56 € por dia de custo (0,14
€/kWhx40 kW).
No piso zero, com o piso radiante eléctrico colocado em duas salas, com um
total cerca de 26 m2, foi aplicado filme radiante com uma potência de cerca de

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1900 W, sendo ligado, em média, durante 2 horas por dia. A potência calculada
é, neste caso, de 1900 Wx2horas, perfazendo 3800 W por dia.
No mesmo escritório, a diferença entre a utilização de piso radiante eléctrico e
a de radiadores é de um consumo de cerca de dez vezes inferior para o piso
radiante, sendo o calor e o conforto sentidos em áreas muito maiores.
Enquanto no piso radiante eléctrico a fonte emissora de calor está distribuída
no chão uniformemente, e a temperaturas relativamente baixas de 23 °C, com
os radiadores, a fonte de calor está numa área de cerca de 1 m2 e a uma
temperatura de cerca de 105 °C.

A aplicação de cabo radiante em vivenda em Sintra


Outro exemplo, é o de uma vivenda remodelada em Sintra. A casa tem uma
área de 190 m2, é mal isolada, sendo o frio no Inverno muito intenso. O
pavimento utilizado é de cerâmica na cozinha e casa de banho, e de pavimento
flutuante nos quartos e sala. A solução inicial pretendida tendia para a tela
radiante porque se queria um aquecimento rápido, mas surgiu a dúvida se o
rendimento seria bom, uma vez que a casa estava mal isolada.
A solução definitiva foi a utilização de cabo radiante colocado com película de
isolamento térmico, e com aplicação de 3 cm de argamassa, com uma potência
média de 100 W/m2. Com esta opção, a garantia de bom rendimento é total,
embora o aquecimento seja mais demorado.
O isolamento garante uma excelente transmissão de calor e evita a perda de
calor para a laje, sendo certo que a enorme massa de cimento aquecido por
baixo do flutuante é a garantia de um óptimo ambiente. Foram aplicados
termóstatos do tipo programável dia/semana, de forma que no fim-de-
-semana, quando o proprietário utiliza a casa, a mesma esteja já aquecida, não
sendo necessário esperar as 2 horas para sentir o aquecimento.

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A aplicação de cabo radiante na Kasa do Futuro


Na Kasa do Futuro, na Ericeira, uma casa lindíssima com todos os
equipamentos mais inovadores, foi aplicado o piso radiante eléctrico em todas
as divisões da casa. A opção foi pelo cabo radiante, uma vez que os pavimentos
variavam muito, desde laminados de madeira passando por cerâmica e
pavimento com revestimento de pele e superfície isoladora de cerâmica.
Alguns destes pavimentos tinham características isolantes, sendo o oposto do
que se requer quando se aplica o piso radiante.
Mas com a película de isolante aplicada por baixo do cabo, a transmissão de
calor faz-se com óptimo rendimento, pelo que em todas as situações, o
aquecimento conseguido é ideal. Foram utilizados os termóstatos
programáveis interligados ao sistema de domótica da casa, de forma que
controle, desde o exterior, todo o sistema. Nesta casa, o piso radiante foi
aplicado para uma área total de cerca de 500 m2.

As aplicações da tela radiante em diversos apartamentos em Lisboa


Um outro cliente é responsável pela reabilitação de inúmeros apartamentos
em Lisboa, e aplica sempre o piso radiante eléctrico quando se muda o
pavimento. A escolha recai na tela radiante, uma vez que, na maior parte dos
casos, não se pode elevar muito o piso, mas, além disso, porque se pretende
rapidez no aquecimento. A preferência foi para a tela radiante de 100 W/m2
dado que pode ser aplicada com todos os pisos, sem necessidade de elevar
muito o nível do pavimento.
Em centenas de aplicações efectuadas, o grau de satisfação é enorme, tendo,
no geral, superado as expectativas. As únicas razões que motivaram alguma
insatisfação foram o consumo de energia e a necessidade de aumentar ou
alterar a distribuição de energia e a potência contratada. Por vezes, o disjuntor
dispara quando se liga o sistema de piso radiante em todas as divisões.
Estas situações podem ser resolvidas se, em vez de se accionar todo o sistema
em simultâneo, se ligar apenas as divisões em que for necessário o
aquecimento, colocando um sistema de encravamento que evite a ligação
simultânea das várias zonas da casa. Outra possibilidade passa pela passagem
de sistema monofásico para sistema trifásico, distribuindo as zonas da casa
pelas diferentes fases do sistema.

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A redução do consumo é conseguida ligando o sistema apenas quando é


necessário.
O aquecimento lento, que é detectado nos primeiros meses da aplicação,
tende a melhorar à medida que o cimento vai secando.
Com um sistema de piso radiante eléctrico instalado, a facilidade de utilização
é enorme, podendo controlar o aquecimento em cada divisão, na temperatura
que desejar, e obtendo consumos de energia que dependem, acima de tudo,
do tempo de utilização.
Mas o mais impressionante é o conforto que se tem com a temperatura
uniforme em todas as zonas da divisão, com todo o piso à temperatura ideal
de 23 °C.
Se a instalação estiver feita com o cabo radiante ou com a tela radiante, a
temperatura é uniforme em todo o pavimento, com um tempo para se atingir
a temperatura desejada – desde meia hora até 3 horas, dependendo da
espessura de cimento por cima do cabo radiante.
Depois de se desligar o termóstato, a temperatura também se mantém
durante algum tempo e é proporcional ao tempo de aquecimento.
Caso o pretenda, antes de se deitar, poderá desligar o sistema radiante,
evitando consumos desnecessários de energia. Se a zona for muito fria, poderá
conservar uma temperatura de conforto, dando um exemplo, na ordem dos
18°C.
Se a instalação estiver feita com o filme radiante, a variação de temperatura
faz-se rapidamente – entre 5 e 10 minutos tanto no aquecimento como no
arrefecimento –, permanecendo o calor acumulado nas paredes e nos objectos
perto do chão.
Todos os objectos trocam calor entre si e a tendência é para que fiquem à
mesma temperatura.

Qual o sistema a utilizar – cabo, tela ou filme radiante?


Mas para si, qual será o sistema mais adequado: cabo radiante, tela radiante
ou filme radiante?

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Provavelmente, já terá uma ideia e decidido qual o sistema que é mais


conveniente para a sua casa. Na minha opinião, a decisão sobre o tipo de
sistema a utilizar depende destes factores principais:
– Da temperatura média de Inverno no local da casa;
– Se a casa está em construção ou é casa em remodelação;
– O tempo que passa na casa durante o dia.
Com base nestas informações, o meu critério de escolha será:

1. Cabo radiante – se a casa estiver em construção, se o local da casa for


muito frio, se tiver pessoas durante o dia na casa necessitando de longos
períodos de aquecimento, se tiver pavimentos com tipo isolante, como
madeira maciça (que não deve ter variações bruscas de temperatura),
ou outros pavimentos com características isolantes, se a casa for
reconstruída, mas tiver problemas de isolamento.
O cabo radiante permite uma variação lenta de temperatura, mas causa
uma grande inércia no aquecimento, que é dada pela enorme
acumulação de temperatura do cimento que envolve o cabo radiante. O
cabo radiante aplica-se com a película de isolante e é embebido no
cimento, onde é aplicado o pavimento. Com o cabo radiante, pode
aplicar-se todo o tipo de pavimento.
2. Tela radiante – se for uma casa em reconstrução em que não pode
elevar muito o pavimento, se for uma casa nova em que já existe um
bom sistema de isolamento e em que se pretende um aquecimento
rápido.
Se o mais importante for obter rapidamente conforto pela manhã, ou no
final do dia, e ter o sistema na maior parte do tempo desligado para
minimizar os consumos de energia. A tela é muito fácil de aplicar e
poderá ser escolhida com diferentes potências de aquecimento 80
W/m2, 100 W/m2 ou 150 W/m2.
3. Filme radiante – se não quiser fazer grandes obras e se o pavimento for
de laminado de madeira, poderá optar por retirar o pavimento que já
tem. De seguida, aplica-se uma película de isolante térmico, por cima o
filme radiante e depois os laminados de madeira que sejam adequados
para piso radiante. Em alternativa, poderá manter o pavimento que

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existe, como os mosaicos de cerâmica ou a madeira, aplicar a película de


isolamento, o filme e o novo laminado de madeira.
Nesta configuração, poderá retirar o filme radiante e utilizá-lo noutra
casa, conservando o que existia anteriormente.
4. Tela ultrafina com cobertura de alumínio – para pôr em cozinhas e em
casas de banho, e se não quiser fazer obras nem aplicar cimento, e se o
pavimento a colocar for laminado de madeira. Esta solução poderá
também utiliza-la em quartos e salas com laminados de madeira ou com
alcatifa.
Com estas alternativas, encontra logo a solução para o seu caso, podendo
facilmente adaptar ao seu orçamento disponível.
Poderá colocar o piso radiante nas divisões que considerar mais importantes e
deixar para mais tarde a aplicação nas restantes. Poderá consumir muito
pouco com a energia eléctrica se tiver cuidado nos tempos de utilização – é só
escolher temperaturas baixas de controlo, 23 °C em vez de 26 °C, em
detrimento das altas, que lhe exigem o sistema sempre ligado.
De todos os tipos de sistema radiante, o mais barato é o cabo radiante,
seguindo-se a tela radiante e depois o filme radiante. Se gostar de laminado de
madeira, tem agora no mercado pavimentos lindíssimos e adaptados para o
filme radiante que lhe possibilitam, num fim-de-semana, mudar de forma
radical a estética de sua casa.
Os prazos de garantia destes equipamentos são longos e a segurança na
utilização total, se estiverem bem dimensionados para a operação através de
ligações seguras no quadro, com interruptores de 30 mA.
Para saber mais sobre custos de investimento e de exploração, poderá fazer
uma comparação dos principais sistemas de aquecimento para casas no livro
Guia do Aquecimento Doméstico, em http://www.pisoradiante.com.pt.
O sistema que me parece ideal para novas moradias é o de aquecimento das
águas de consumo com o painel térmico solar e o aquecimento da casa com o
piso radiante eléctrico.
Para casas usadas, é também fácil escolher o sistema para deixar de ter frio no
Inverno e, ao mesmo tempo, melhorar a estética da casa. Se tiver familiares
com problemas de asma ou alergias, a utilização de pavimento flutuante
aquecido é uma óptima solução.

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Se houver dúvidas quanto ao rendimento deste sistema, lembre-se da


comparação feita para o aquecimento do escritório com os dois radiadores
eléctricos a óleo, ou a situação com o pavimento radiante eléctrico. Pelos
cálculos, o conforto é superior com o piso radiante e o custo é cerca de oito
vezes maior com os radiadores eléctricos.
A explicação é simples: num aquecedor com a superfície de 1 m2, em que a
temperatura superficial atinge os 105 °C, o calor é sentido só na proximidade
deste. Com o piso radiante, a temperatura superficial é de 23 °C (a que se
programar) e propaga-se numa área de 26 m2. Se o aquecimento for feito com
aquecedores laterais de água quente, a temperatura superficial é de 43 °C, mas
a superfície é maior do que nos radiadores a óleo. Mas o problema do
aquecimento lateral continua com muitas perdas de calor para as paredes e
tecto.
Com todas estas opções, pode escolher o sistema ideal para a sua casa, com
baixos valores de investimento e sem despesas futuras de manutenção.
Controlando com cuidado os tempos de aquecimento, poderá poupar muito
nos gastos de energia.
E se tiver cuidado com trabalhos futuros e não fizer furos no pavimento, terá
um sistema com a duração de uma vida (ou com a duração do pavimento),
sem custos de manutenção, sem ocupação de espaço e com um conforto
térmico que é inigualável, pelo menos, na minha perspectiva actual.

FIM

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