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Introdução ao Simulink
Algoritmos de Integração Numérica
Usando Componentes Elétricos no Simulink
Simulando Sistemas Dinâmicos de Qualquer Natureza
Exercícios
Introdução ao Simulink
Será apresentado neste experimento, o programa de simulação gráfica que acompanha o Matlab,
denominado Simulink. Este programa possibilita a simulação de sistemas dinâmicos lineares e não-lineares
em nível de diagrama de blocos, sendo empregado para análise e projeto de sistemas de controle.
O Simulink pode ser chamado através da tela de comandos do Matlab ou pela barra de
ferramentas, conforme mostra a Figura 3.1.
A tela principal do Simulink, Figura 3.2, é composta por um conjunto de comandos básicos na
barra superior, e por um conjunto de funções agrupadas em pastas. Estas funções pré-definidas serão
empregadas para simulação dos mais variados tipos de sistemas. Na Figura 3.2 existem 17 pastas, cada um
deles contendo um conjunto específico de funções, que são:
Para utilizar cada uma destas funções, o usuário deverá copiar a função de interesse para dentro do
seu arquivo de trabalho, que deverá ser aberto através da opção “File” na barra de comandos da janela. . Os
ambientes de simulação construídos no Simulink tem extensão de arquivo mdl. Como exemplo, considere o
ambiente de simulação “untitled1.mdl” apresentado na Figura 3.4. O exemplo é composto por um bloco
que contém um sinal tipo senoidal, denominado “Sine Wave”e por um dispositivo de visualização dos
resultados, denominado “Scope”. Cada uma destas funções possui parâmetros que podem ser ajustados
clicando duas vezes em cima da função que se deseja usar, como pode ser observado na Figura 3.5. O
traçado das linhas que interligam os blocos é realizado usando a tecla direita do mouse.
Para ligar o
ambiente de
simulação.
y f ( t , y) (3.1)
com condições iniciais y(t0) em t =t0, doravante referenciada como y0. Começando do valor inicial no
tempo t0, a tarefa do método numérico é determinar as aproximações da solução y(t), nominalmente
y1, y2,... nos instantes t1, t2,... até o instante final da simulação. Integrando a equação (1) do ponto yn no
instante tn até o próximo instante tn+1, obtém-se
t n 1
y n 1 y n
tn
f ( t , y)dt (3.2)
Desta forma, a função incremento, , pode ser interpretada como a média da inclinação da variável
y durante o intervalo de tempo h n definido por tn+1-tn.
Na barra de comandos da janela de trabalho do Simulink, o usuário tem a sua disposição através
da opção “Simulation”, um conjunto de algoritmos de integração numérica, visualizáveis através da opção
Parameters. Escolhendo esta opção o usuário poderá selecionar o método de integração empregado para a
simulação determinando também o conjunto de parâmetros necessários para que a simulação seja
adequadamente realizada, conforme mostra a Figura 3.11. Na Tabela 3.1 é apresentada uma descrição
sumaria dos principais algoritmos usados pelo Simulink.
y t n ) h 2n
( y ( m) ( t n ) h m
y( t n 1 ) y( t n ) y ( t n ) h n .... Rm (3.6)
2! m!
onde Rm denota todos os termos restantes de m+1 até o infinito. R m fornece uma estimativa do erro de
truncamento local, genericamente dado por
y ( m 1) () m 1
Rm h t n t n 1 (3.7)
( m 1)!
Comparando a equação (3.5) com a equação (3.6), percebe-se claramente que o termo restante é da
ordem de (h2), ou seja O(h2). Uma vez que o número de passos sobre um intervalo de tempo qualquer será
inversamente proporcional ao incremento de integração h, conclui-se que o erro de truncamento acumulado
esta na ordem de h, isto é O(h).
O método de Runge-Kutta utiliza termos de maior ordem da expansão em série de Taylor,
apresentada na equação (3.6), sem calculá-los explicitamente. A equação geral de predição de um algoritmo
de Runge-Kutta de ordem m é dada por
y n 1 y n (a1k1 a 2 k 2 ....a m k m ) h n (3.8)
A função incremento do RK de ordem m pode ser interpretada como sendo uma média ponderada
das inclinações de vários pontos entre tn e tn+3. Como exemplo, considerando m = 4 (RK de ordem 4), os k’s
da equação (3.8) são determinados de acordo com a seguinte formulação:
k1 f (t n , y n )
h k
k2 f t n n , yn 1 hn
2 2
(3.10)
hn k2
k3 ftn , yn hn
2 2
k 4 f t n h n , y n k 3h n
O Simulink tem todos os recursos necessários para um programa de simulação completo. Além
disso, existem outros recursos que permitem, por exemplo, emular sistemas elétricos, sistemas mecânicos,
maquinas de estado e técnicas de processamento de sinais. Também é possível empregar o Simulink para
realizar a tarefa de controle em tempo real de um processo. No Matlab um conjunto de funções
especializadas é chamado de “Tool box” e no Simulink é chamado de “Bl ockset”. Na Figura 3.12 é
assinalado o Power Sytem Bl ockset. O Power Sytem Bl ockset consiste de varias pastas que contem os
blocos necessários para a simulação de sistemas elétricos. Esse Bl ockset pode ser usado realizar a
simulação diretamente do esquema elétrico sem necessidade do emprego declarado de equações
diferenciais.
Blocos do Simulink
Fig. 3.13: Uso de blocos conversores entre o Power System Blockset e o Simulink.
Para mostrar o emprego do Power System Blockset para simular circuitos eletricos será usado o
sistema apresentado na Figura 3.14 que consiste de um resistor e um capacitor. Os componentes resistor,
capacitor e indutor são gerados a partir do ajuste dos parametros do bloco “Series RLC Branch” mostrado
na Figura 3.15 e na Tabela 3.2. A Figura 3.16 mostra a localização dos diversos blocos do Simulink e do
Power System Blockset que são necessarios para implementar o circuito eletrico da Figura 3.14..As Figuras
3.17 e 3.18 mostram respectivamente o ambiente de simulação completo e os sinais eletricos. Para gerar os
sinais de tensão no capacitor e de corrente da Figura 3.18 foi considerado o capacitor inicialmente
descarregado e a tensão de alimentação igual a 10 Volts. Os valores do capacitor e o do resistor
empregados na simulação foram respectivamente de 100 F e 100. Complementando as informações da
simulação verifica-se que foi usado o algoritmo de integração ODE23tb e o tempo de simulação de 0.1
segundos.
+
Vi I C
_
Fig. 3.14: Exemplo de um circuito elétrico composto por uma resistência e um capacitor.
Fig. 3.16: Localização dos blocos necessarios para simular o circuito eletrico da Fig. 3.13.
Fig 3.17: Simulação do comportamento dinâmico do circuito eletrico da Fig. 3.14 utilizando em conjunto
blocos do Power System Blockset e do Simulink .
(a) Sinal de tensão no capacitor, Eixo X: tempo (b) Sinal de corrente Eixo X: tempo [segundo] e
[segundo] e Eixo Y Tensão [Volts]. Eixo Y Corrente [Ampere].
Fig. 3.18: Sinais do ambiente de simulação da Figura 3.13.
Para resolver a equação diferencial de primeira ordem (3.12) emprega-se operação inversa a
derivada, ou seja, a integração.
1 1
Vc (t ) Vc (t ) Vi (t ) dt (3.14)
RC RC
dV (t )
I (t ) C c (3.15)
dt
A Figura 3.19 mostra a localização dos diversos blocos do Simulink que são necessarios para
implementar a equação diferencial (3.14). A Figura 3.20 mostra o ambiente de simulação completo. Para
gerar os sinais de tensão no capacitor e de corrente foram utilizadas as mesmas considerações adotadas no
exemplo anterior. Somente o algoritmo de integração foi trocado para o ODE45 que é o algoritmo padrão
do Simulink. Os sinais de corrente e de tensão são identicos aos obtidos no exemplo anterior pois o circuito
eletrico é o mesmo, só mudou a maneira de implementar a simulação.
Fig. 3.19: Localização dos blocos necessarios para simular a equação diferencial (3.14).
A Figura 3.21 mostra as caixas de dialogo dos blocos “Gain”, “Sum” e “Integrator” necessários
para resolver uma ou mais equações diferenciais de primeira ordem. No contexto do exemplo a condição
inicial assinalada na caixa de dialogo do bloco “Integrator” se refere à tensão existente previamente no
capacitor antes de ligar a simulação.
(b) Os sinais e o número de entradas do bloco “Sum” (c) A condição inicial do bloco “Ïntegrator” pode ser
podem ser alterados. alterada.
Fig. 3.21: Caixas de Dialogo dos blocos “Gain”, “Sum” e “Integrator”.
Quando um sistema dinâmico exige um numero significativo de equações diferenciais de primeira
ordem, sua representação usando blocos integradores pode tornar-se muito complexa. Uma boa alternativa
nesse caso é representar as equações diferenciais de primeira ordem num conjunto de duas equações
matriciais. A primeira equação matricial (3.16) é chamada de equação de dinâmica do sistema que
relaciona todas as derivadas envolvidas nas equações que descrevem o sistema.
dx(t )
Ax (t ) Bu (t ) ou x(t ) Ax(t ) Bu (t ) (3.16)
dt
onde: u(t) é o vetor das variáveis de entrada do sistema;
x(t) é o vetor das variáveis que são aplicadas a operação de derivação;
A é denominada matriz de dinâmica;
B é matriz que pondera cada uma das variáveis de entradas.
A segunda equação matricial (3.17) é chamada de equação de saída do sistema que determina as
variáveis de saída do sistema.
As equações (3.18) a (3.20) pode ser escrita na forma matricial de acordo com as equações (3.16)
e (3.17), ou seja:
1 1
x (t ) x(t ) u (t )
RC RC
(3.21)
y1 (t ) 1 0
y (t ) 1 / R x(t ) 1 / R u (t )
2
A Figura 3.22 mostra o ambiente de simulação completo da equação matricial (3.21). Para gerar os
sinais de tensão no capacitor e de corrente foram utilizadas as mesmas considerações adotadas no exemplo
anterior, inclusive o algoritmo de integração usado é o ODE45. Os sinais de corrente e de tensão são
identicos aos obtidos no exemplo anterior pois só foi alterada a maneira de implementar a simulação.
A Figura mostra a caixa de dialogo do bloco responsável por implementar a equação matricial
(3.21) no ambiente de simulação.
Exercícios
+
Vi I C
_
.
Vi (t ) VR (t ) VL (t ) VC (t )
onde
dI (t ) 1
C
VR (t ) R I (t ) , VL (t ) L e VC (t ) I (t )dt
dt
Construa um ambiente de simulação com blocos Construa um ambiente de simulação com o bloco
“Integrator” usando as equações diferenciais que “State-Space” usando a equação matricial que
representam o comportamento dinâmico do sistema representam o comportamento dinâmico do sistema.
Considerando que:
x1 (t ) I (t ) , x2 (t ) Vc (t ) , u(t ) Vi (t )
1 y1 (t ) I(t ) e y 2 (t ) Vc (t )
VC (t ) I (t )
C Obtêm-se:
R 1 1
I(t ) I (t ) Vc (t ) Vi (t )
L L L 1
x1 (t ) x 2 (t )
C
1 R 1
x 2 (t ) x1 (t ) x 2 (t ) u (t )
L L L
y1 (t ) x1 (t )
y 2 (t ) x 2 (t )
2. A figura abaixo ilustra um sistema de dois tanques interligados, cada um deles com formato
cilíndrico cuja área da seção transversal é dada respectivamente por A1 e A2.. A resistência a
passagem do liquido pelas válvulas C1 e C2 é indicada pelos parâmetros R1 e R2. Representar o
sistema na forma similar a um sistema de equações algébricas lineares, considerando o caso em que
Qi = 0.
H1 (t ) H 2 (t )
Q1 ( t )
R1
H 2 (t)
Q 2 (t)
R2
dH 1 ( t )
A1 Q i ( t ) Q1 ( t )
dt
dH 2 ( t )
A2 Q1 ( t ) Q 2 ( t )
dt
Construa um ambiente de simulação com blocos Construa um ambiente de simulação com o bloco
“Integrator” usando as equações diferenciais que “State-Space” usando a equação matricial que
representam o comportamento dinâmico do sistema representam o comportamento dinâmico do
sistema.
Considerando que:
x 1 ( t ) H1 ( t ) , x 2 ( t ) H 2 ( t ) , u ( t ) Q i ( t )
y1 (t ) H1 (t ) , y 2 (t ) H 2 (t ) ,
y 3 (t ) Q1 (t ) e y 4 (t ) Q 2 (t )
(t) 1 1 1
H 1 Q i (t) H1 ( t ) H1 ( t )
A1 A1 R 1 A1R 1 Obtêm-se:
(t) 1 1 1 1 1
H 2 H1 ( t ) H 2 ( t ) x 1 ( t ) x1 (t)
1
x1 (t )
1
u(t)
A 2R1 A2 R1 R 2 A1R 1 A1R 1 A1
1 1 1 1
x 2 ( t ) x1 (t) x 2 ( t )
A 2R1 A2 1
R R 2
y1 ( t ) x 1 ( t )
y 2 (t) x 2 (t)
1 1
y 3 (t) x1 (t) x 2 (t)
R1 R1
1
y 4 (t) x 2 (t)
R2
3. A figura abaixo ilustra um sistema do tipo massa, mola e amortecedor. Representar o sistema na
forma similar a um sistema de equações algébricas lineares, considerando o caso em que F(t) = 0.
x(t)
b
M F(t)
k
Admite-se que o coeficiente de amortecimento b=1.0, a constante da mola k=2 N/m e a massa do
carro m=5 Kg. Não há entradas no sistema. Considerando-se a deflexão inicial igual 1m da posição
de equilíbrio.
Construa um ambiente de simulação com blocos Construa um ambiente de simulação com o bloco
“Integrator” usando as equações diferenciais que “State-Space” usando a equação matricial que
representam o comportamento dinâmico do sistema representam o comportamento dinâmico do sistema.
Considerando que:
Bibliografia