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Carlos seixas 1704-1742, compositor e organista português

Carlos Seixas é uma figura sui generis na tecladística européia do início do século XVIII. José
António de Carlos Seixas, provavelmente o músico português hoje mais representado nos
programas de concertos a nível internacional.Quanto a Carlos Seixas, deve-se ao cravista e
musicólogo Macário Santiago Kastner o mérito dessa busca abissal às fontes primárias e às outras
fontes.
Carlos Seixas depressa se destacou como um dos músicos mais talentosos do seu tempo. Aos 16
anos, depois de ter ele próprio assumido a substituição do seu pai como organista titular da mais
velha catedral de Coimbra, Seixas partiria para Lisboa, onde acabaria por rumar à corte de D.João
V, lugar emblemático das artes portuguesas de Setecentos e onde pontificava, como Mestre da
Capela, a figura de Domenico Scarlatti.
Alguns fatores foram preponderantes no sentido do reconhecimento tardio da produção para
instrumentos de tecla de Carlos Seixas. Poder-se- -iam citar determinantes geopolíticas que durante
séculos caracterizaram a prevalência de culturas às outras e entre estas anora o "isolamento" de Por-
tugal ao que se fazia musicalmente em França, Alemanha e Itália
Acrescente-se o espírito sedentário de Carlos Seixas que, ao que consta, não ultrapassou as
fronteiras geográficas de Portugal,
Considerado um dos maiores compositores portugueses para a musica de tecla no séc. XVIII
(período joanino, barroco)
dedicava-se também ao ensino da musica, motivo principal que o levou a ir para lisboa
A importância do português Carlos Seixas (1704-1742) enquanto compositor reside em grande parte
nas sonatas para instrumentos de tecla que escreveu. Figura cimeira da música portuguesa do séc.
XVIII, o seu estilo tem sido alvo de grande discussão, nomeadamente na questão da influência que
Domenico Scarlatti exerceu na sua produção musical. Convém recordar que o compositor e cravista
italiano é contratado pelo Rei D. João V, em 1719, para exercer as funções de Mestre da Capela
Real portuguesa. Paralelamente, Scarlatti torna-se professor de cravo da Infanta Dona Maria
Bárbara, filha mais velha do monarca, e do seu tio, o Infante D. António. Na mesma altura, D. João
V contrata Carlos Seixas para organista da Capela Real. Parece que Scarlatti ficou impressionado
com o talento e o virtuosismo do músico português quando o ouviu tocar. Ainda no campo das
suposições, reza a história que, tendo o Infante D. António sugerido que Seixas tivesse lições com
Scarlatti, este tenha respondido que deveria ser o músico português a dar-lhe lições a ele. As sonatas
de Carlos Seixas reflectem a ambiguidade estilística do período de transição das épocas Barroca e
Clássica. A desigualdade em termos de qualidade, referida pelos estudiosos da obra para tecla do
português, explica-se pela variedade de destinatários para quem eram escritas, a maior parte dos
quais eram

Giovanni Giorgi
Quanto a Giovanni Giorgi, sabe-se que chegou a Lisboa em 1725, na qualidade de “Compositor de
solfa Italiana”, mas também de compositor da Patriarcal, como o próprio atesta no rosto de uma
missa composta para esta, em 1759. Supostamente, retirou-se para Génova após o terramoto de
1755, mantendo, aparentemente, os laços profissionais com a corte portuguesa.
A permanência destes dois compositores em Lisboa coincide com uma mudança progressiva da
nossa tradição musical, permitindo o afastamento de modelos eminentemente ibéricos (como o
vilancico religioso, banido do culto em todas as igrejas do pais, por ordem régia de 1723) e a
adopção de modelos composicionais e práticas musicais de origem italiana. E no seio desta
mudança, no contexto da música sacra em Portugal, que detectamos dois modelos dominantes: o
stile pieno, que seguia o idioma contrapontístico de Palestrina, se bem que a combinação das linhas
polifónicas de igual peso desse lugar a um processo gradual de escrita baseado em progressões
harmónicas, valorizando o movimento melódico e texturas homofónicas, em detrimento do
contraponto, e o stile concertato, que absorvera o virtuosismo vocal da música dramática.
Cento e vinte e sete são os motetos compostos e organizados em série por Giovanni Giorgi,
compositor italiano que prestou serviço à coroa portuguesa de 1725 a 1762, durante o processo de
italianização cultural levado a cabo em Portugal por D. João V.
Estas composições, junto com outras obras sacras, tais como Missas e Salmos, foram escritas para
reconstituir o repertório litúrgico da Basílica Patriarcal e da Capela Real de Lisboa, o qual foi
destruído durante o Terramoto de 1755. REPERTÓRIOS E PRÁTICAS MUSICAIS (Moderadora:
Vanda de Sá)
Rui Vieira Nery: Do "som tremendo" aos "minuetes saltitantes": o órgão litúrgico
português na visão dos viajantes estrangeiros
Cristiana Spadaro: A realização do baixo contínuo nos Motetes de Giovanni Giorgi destinados à
Patriarcal de Lisboa

http://fcsh.unl.pt/media/eventos/ResumosJornadaINET.pdf

REPERTÓRIOS E PRÁTICAS MUSICAIS (Moderadora: Vanda de Sá)


Rui Vieira Nery: Do "som tremendo" aos "minuetes saltitantes": o órgão litúrgico
português na visaõ dos viajantes estrangeiros
Cristiana Spadaro: A realização do baixo contiń uo nos Motetes de Giovanni Giorgi destinados à Patriarcal de
Lisboa

Patronos da arte dos sons: a actividade


musical na Patriarcal e na Capela Real de
Lisboa entre 1750 e 1807
http://www.casadamusica.com/pt/artistas-
e-obras/compositores/s/seixas-
carlos/#tab=0
https://digitalis-
dsp.uc.pt/bitstream/10316.2/32518/1/Carlos
%20Seixas%20de%20Coimbra%20%282004
%29%20Martins.pdf
https://digitalis-
dsp.uc.pt/jspui/bitstream/10316.2/2892/10/
Carlos%20Seixas%20de%20Coimbra%20%2
82004%29.preview.pdf

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