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FICHA (IN)FORMATIVA
1. GÉNERO LITERÁRIO: Drama ( começou por designar algo equivalente a teatro — proveniente da palavra grega drama, que
significava acção. Com os Românticos, drama passou a designar um determinado tipo de peça de teatro. (ler a «Memória ao
Conservatório Real», pág.154 do manual). Na linguagem corrente, drama significa acontecimento triste.)
Nacionalismo
a) na escolha da situação histórica portuguesa;
b) na atitude de Manuel de Sousa (reacção ao domínio castelhano)
c) nas palavras de Maria
Individualismo
a) confronto entre o indivíduo e a sociedade: Manuel e Madalena
b) defesa da liberdade: Manuel e Maria
Crenças em agouros, superstições, poder dos sonhos: Madalena, Maria, Telmo
Sebastianismo (como possibilidade de libertação de Portugal): Telmo e Maria
Perfil romântico das personagens:
a) Madalena (mulher fatal): amor desmedido e marcado pelo destino adverso
b) Maria (mulher-anjo): frágil, sensível, imaginativa
c) Manuel tornado Frei Luís de Sousa (o mito do escritor romântico marcado pela solidão, pela
infelicidade, pelo destino)
d) Telmo (fragmentação do EU)
e) Romeiro (personagem misteriosa)
Cristianismo: como consolo dos que sofrem (Manuel e Frei Jorge)
O tema da morte: física ou espiritual, como evasão aos conflitos (Madalena, Manuel, Maria, D.João)
Cenas violentas e aparatosas: o incêndio, a morte de Maria em cena
Utilização da prosa (a tragédia clássica era escrita em verso)
a) Aproximação da lei das 3 unidades (princípio do teatro grego, segundo o qual toda a tragédia
deve obedecer a uma unidade de acção — toda a intriga se concentra em número reduzido de personagens ligadas por
laços familiares; a uma unidade de tempo — toda a acção se concentra no tempo de 24 horas; a uma unidade de lugar
— toda a acção se desenrola no mesmo espaço.):
— a peça tem um reduzido número de personagens ligadas por estreitos laços, nobres e virtuosas
— a acção passa-se durante uma semana ( de 6ª a 6ªfeira)
— a acção desenrola-se em Almada, embora em espaços reduzidos diferentes
b) Presença do coro ( personagem colectiva da tragédia clássica que tem a função de ajudar a
compreender os acontecimentos por parte do público, contando o que se passa fora de cena e comentando os
acontecimentos e o destino das personagens): a presença constante de Telmo que comenta os acontecimentos
presentes e vive/sugere os do passado.
c) Presença de elementos trágicos: ananké, pathos, clímax desencadeado por um reconhecimento
(agnórise), hybris e ágon (no interior das personagens e entre personagens)
e) atmosfera trágica:
— ameaça do destino marcada desde o início («que a fortuna não deixa durar muito»)
— corporização dessa ameaça na crença de Telmo («vivo ou morto»)
— presságios: o retrato de Manuel a arder (perda); a mudança para o palácio de D.João
(aproximação); visão do retrato de D.João (encontro); sebastianismo (regresso); terror de Madalena
em dia de aniversários(data fatal)
2. SIMBOLOGIA
D.JOÃO: representa o Portugal antigo, glorioso, mas passado. A sua presença impede a evolução, o surgimento de um
Portugal novo.
Enquanto o povo continuar à espera do regresso das glórias passadas não conseguirá evoluir, criar uma nova nação,
igualmente válida, mas diferente, enriquecida por uma nova energia, um outro pensar.
MANUEL: representa o Portugal novo; também é patriota e cheio de qualidades. Ele veio aproveitar o que existia de
bom do Portugal antigo. Não há, no entanto, lugar para os dois: para um subsistir o outro tem, forçosamente, de morrer.
De facto, nem mesmo os mais fiéis à tradição (Telmo Pais) assim se mantêm. O aparecimento de novos ideais, de
novas criações do Portugal novo (Maria) consegue superar esse apego ao antigo.