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Zooplâncton Marinho

Curso de Graduação em Oceanografia

Profa. Sigrid Neumann Leitão


Zooplâncton Marinho

Conceito
• Conjunto de protistas não fotossintéticos e animais
• De formas unicelulares até pequenos vertebrados,
como larvas e ovos de peixes.
• Geralmente de tamanho microscópico. Alguns
macroscópicos (medusas).
• Embora sejam capazes de nadar, não são capazes de
vencer o movimento das massas d’água, mesmo os
mais fracos.
• Vivem a deriva
Zooplâncton Marinho
Histórico dos Estudos de Zooplâncton
Os pioneiros
Antonie van Leeuwenhoek (holandês) devotou 50 anos de sua vida a microscopia.
Descobriu bacterias e protozoários em gotas de chuva. Leewenheuck – 1772
usando o recém-criado microscopio observou véligeres de ostra

Martinus Slabber , holandês (1778) – um dos primeiros registros de organismos


planctônicos. Escreveu Natural Amusements and Microscopical Observations.
1828-1835
1828: John V. Thompson descreveu a Natureza do plâncton.
Coleções destas formas pequenas obtidas com uma rede de arrasto, juntamente
com suas descrições publicadas, são os primeiros registros da vasta comunidade de
animais planctônicos. Ele também foi o primeiro a descobrir a verdadeira natureza
de cracas e primeiro naturalista a afirmar que alguns crustáceos possuíam larvas
planctônicas e a trabalhar com sistemática.
1833

Charles Darwin – registrou importantes informações sobre a reprodução dos


quetognatos no Brasil, durante a expedição do Beagle.
1845

Johannes Müeller – primeiro a oficializar a rede de plâncton, após arrastar


uma rede confeccionada com seda – hoje se usa náilon. Pesquisas
principalmente no mar Báltico.
1872-1876
Ernst Haeckel – mostrou ao mundo a grande diversidade de formas e cores do
plâncton. A partir daí, o plâncton recebeu uma atenção especial.
Sir C. W. Thompson e John Murrey
Navio Challenger
O maior impulso para
a Planctologia
1. Histórico
Rota percorrida pela HMS Challenger (1872-1876)
1872-1876 – Algumas pranchas de Haeckel

Radiolários Copépodes Ctenóforos


l A expedição inglesa Challenger Expedition, entre 1872 e
1876 sob o comando de Sir Charles Wyville Thompson,
circunavegou o mundo durante quatro anos, percorrendo
110.000 quilômetros.

l A expedição realizou estudos específicos sobre biologia,


física, química e geologia marinha. Durante a viagem, mais
de 4.700 novas espécies de vida marinha foram
descobertas. Além disso, foram coletadas amostras do leito
dos oceanos, feitas observações atmosféricas e
meteorológicas e realizada uma série de medições de
profundidade e temperaturas das águas, e velocidade e
direção das correntes marinhas.

l 50 volumes entre 1877 e 1895


1. Histórico
1886: Viktor Hensen – introduziu o termo plâncton
Origem: Gr. Planktos - “errante”
Definição: “tudo o que é impulsionado ou que flutua na água”

1890: Ernst Haeckel – redefiniu o termo plâncton


Nova definição: “algo que vive ao sabor das águas”
Curiosidade: também foi Haeckel quem determinou os termos nécton e bentos
pela primeira vez.
l Do Grego, “planktos” - significa errante
l Conjunto de animais geralmente
microscópicos
l Zooplâncton contém representantes de
quase todos os filos animais
l Vive na massa d’água, mas não têm força
para vencer as correntes
l São influenciados pelos parâmetros
ambientais
•1887 – USA - Marine Biological Laboratory do Woods Hole
(Massashusetts) – W.H. Wheeler publicou a primeira lista de
copépodes com 30 espécies e Charles B. Wilson em 1932
publicou 2 monografias e expandiu para 300 espécies.
•1889: Alemanha: Primeira Expedição Plankton, no Oceano
Atlântico - sob o comando de Victor Hensen – através do
plancton o oceano é um verdadeiro produtor. Foi Professor
de Planctonologia em Kiel
•1902: Hans Lohmann (Alemanha): descobre o nanoplâncton
enquanto estudando estomagos de tunicados
•1940 – 1950 (USA) G. A. Riley e G.B. Deevey iniciaram
estudos sobre teia trófica, produtividade, fluxo de energia e
eficiência trófica.
A expedição alemã Plankton foi realizada em 1889 sob o comando de Victor Hensen, K.
Brandt e O. Krummel. A equipe realizou várias coletas de organismos marinhos no
Oceano Atlântico, inclusive de plâncton, analisando-se o ciclo da matéria no mar.
CPR
Desde 1927 existe o artigo sobre plâncton "Remarks on the need for life
history studies of marine plankton animals," por W.E. Allen at the Scripps
Institution of Oceanography:
W.E. Allen: "em matéria de relações tróficas por si só, é aparente que cada
animal do plâncton é importante, e se quisermos compreender corretamente
a vida marinha, o grau e a forma de sua influência precisa ser traçado."

Quatro após criar o equipamento houve o lançamento do Continuous


Plankton Recorder (CPR) acoplando-o a navios que cruzavam o Atlântico
Norte e o Mar do Norte. Deste então cerca de 300 tem se envolvido nesta
tarefa de coleta de dados, incluindo navios do Greepeace, navios de
pesquisas, de passageiros e de cargas.

Scripps Institution of Oceanography (1903) – California (USA) é um dos


centros mais antigos, maiores e mais importantes para a investigação do
oceano, atmosfera e ciências da terra, educação e serviço público no mundo.
Rotas do CPR
Histórico para o Brasil
Estudos descritivos
(Composição, abundância e distribuição)

l Período histórico: 1819-1945


Pesquisas advindas das grandes expedições
internacionais;
Objetivo: Inventariar dados para as áreas
da Botânica e Zoologia;
Limitação: técnicas e equipamentos
1920: Grande expedição pelo Atlântico –
Navio Meteor (ALE)
Estudos descritivos
(Composição, abundância e distribuição)

l Período pós-guerra
Aumento do interesse pelos
oceanos, favorecendo a expansão
da Planctologia;
Em 1949, a Marinha promoveu as
primeiras expedições
oceanográficas nacionais
Estudos descritivos
(Composição, abundância e distribuição)

l Período recente: 1960-2000


Período de impulso no Brasil;
Os estudos ficaram cada vez mais
regionais e de interesse na Pesca;
Ênfase em grupos específicos,
sobretudo as medusas, copépodes,
quetognatos e apendiculários
Estudos descritivos
(Composição, abundância e distribuição)

l Período atual: 2000-2010


Período de “estagnação científica”;
Maior investimento nas ilhas
oceânicas;
Primeiros passos para os estudos
sobre produtividade
Estudos descritivos
(Composição, abundância e distribuição)

Norte l Apesar das dimensões e da


peculiar hidrodinâmica, estudos
sobre o zooplâncton ainda são
escassos!

l Ênfase: estuários e áreas


oceânicas sob influência da
descarga do Rio Amazonas.
Estudos descritivos
(Composição, abundância e distribuição)

l A maioria das pesquisas ainda não


está publicada
l Conhecimento maior para
Nordeste Copepoda e Chaetognatha
l Biomassa zooplanctônica (peso
úmido)
l Nesta área existe um alto grau de
homogeneidade
l Holoplâncton domina 80%
Estudos descritivos
(Composição, abundância e distribuição)

l Arquipélago de São Pedro e São Paulo

Nordeste

l Díaz (2007) registrou um total de 205


taxa nas águas superficiais do ASPSP
l Arquipélago de São Pedro e São Paulo

Nordeste

l Díaz (2007) registrou um total de 205


taxa nas águas superficiais do ASPSP
Estudos descritivos
(Composição, abundância e distribuição)

l Região mais avançada em termos


de conhecimento!
l Primeiros estudos enfocando
produção, reprodução e ovos de
resistência, por exemplo.
l Biomassa zooplanctônica
(biovolume)
Sudeste/Sul
Estudos descritivos
(Composição, abundância e distribuição)

Norte

Nordeste

Sudeste/Sul
Como estão os nossos estudos em
relação aos de outros países?

l No geral, nossos estudos atuais


equivalem:
Aos americanos e ingleses das
décadas de 50 e 60;
Aos da Austrália e Japão das
décadas de 70 e 80;
E aos do Chile e Peru dos anos 90
e início dos anos 2000!

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