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Cas Prac Jumce ne Gucraia P CAPITULO 7 INTERPRETACOES DE A REVOLUCAO BRASILEIRA O que Caio Prado Jr, Propoe em A Revolucao Brasileira € muito mais do que uma arenga O objeto da reflexao do livro de 1966 uma sociologia do “colapso do populismo’, a caracterizacao de uma cultura politica que, segundo ele, marcava profunda- mente 0 PCB, Lendo-o da Perspectiva de hoje, tem-se a im- pressdo de que o autor insiste em seu labor desconstrutivo do imaginario do pré-64 também pensando que ele reforcava, em outros grupos da esquerda, a idéia de revolucao disruptiva com © esgarcamento social ¢ crise politica, E nesse sentido que 0 livro busca a raiz da causa do de- senlace de 1964 na modalidade particular de capitalismo que Se incrustara no aparelho de Estado e se tornara parte da vida Politica nacional, recriando-se numa légica de “causae efeito”, 203 amsco Sos sem bases Sélidas.” Marca, nindo “sem 0 por formandoum? a ‘mundo desabara em 1964, encerrayg Bie pes sre Prado Jr. descreve em ee ‘cgmo Calo Prado Jr, A Reve Seren, cm Cepia politic, da ineficienee in Bras “eC ealdes, aa adNistraGHO pybje™ dos 08 sores da crise econémica e financeirg.q<°% dese Me mal encoberta dUrante CUrto prazo ane vi aha de longs date um crescimento material specu, 1 deni ga agora MOSER SUB Verdadea fan (0) or riedade das préprias bases estruiuig «Fa do pass” (Prado Jr.. 1966; 1978: 12.13) "™ gio do problema sugere distinguir n ci se e6rco” de 64 duas dimensbes interigagst vaca co cae fra" como ele insiste em dizer, uma tegan revciasbte abase do protagoismo de “classes inexseneg cae clase cmpresrial €caMpesinato~.€ da Gul poy, _fescateaconfianga do PCB no desdobramento revo tases pic do ré-6 € 2) de Outro, tem-Se um ay semua nportcia ao miMetsMO dS eSGUe TAS, see levarpelosesios daqueles aloresrevolucionsrios"e sane paplae no seguidismo A “aventra janguista", © PCR PeSapondo tm antimperialsmo burgués suficientement fore Firat alt as politica e soctai, em mula res, inca the peeebsas, pensadas ainda ao modo terceiro-mundista ‘Arwctsa de Caio Prado Jr. & politica de frente dnica nacio al-popularretorns no livro de 1966 mais centralizada nos ‘xcursos sobre 0 industralismo, eujos pontos aparecem agora um powco mais desenvolvidas em torno daquilo que 0 aulor ilaismo burocritico”. Ou Seja, aparece mais as doi ast ( insufieigneia€ PF ascenta pe hana de ser ine rc oi Cones do PCB ns “rh econ a snag sabe Yy Cn Poo Sen CN Pt ea, “gaauma caracterizagao daquele soci ora nas esFUtUAs estas, gant alguns Momentos se colo sist fas, como se FOSSe UM ator industrial sie agso burguesa. Essaaparén cee me ia levara Caio Pr ipotese sobre 0 Prado Jt, a. ier oma hip6tese sobre 0 modo de consis dees ba ah alos anoegeeeeeee 2 aan galfe alone pecan ae poet rios” ~PSD-PTB ~que dominavamacena pics ao? ieee ta eee nomen eee rere eee Sb ung eaten joey es ajgia. Nao deixa que a linguagem da doutrina marxstaenca: eS Sauce ee saat terieueenonaoe ee aed Je préprio marxismo te6rico. Por isso, €possivel se lerem com oa eanee ARTES ae arcritnet saeee ‘io. nas piginas do capstulo “A Realidade Econbmica Brasil Eira cit erie ener case ea Bap erarriae eae ees aaa cae eri wivajio domtvr susie peice meen rod nator © wo consumo ado, 966 1), eae SeanAaTS Yea a Ge pens Sagres Cacona peasda sn ives Ge ingen “gedordn populagda eujs “primers par dees" (Goh cane Uva 68 aviiam com seqenen as aes ‘Ssberuts tatofuags meade stan on dee vad pn ieror da eta polis de ess ese tip de desert fa eran eonqunt ees turbo end ncagocomene seem ela SS Pde burguees que suming potgen 208, Nacional e na A\ xjo do Estado Na boliga, idea sobre a “grande ransomgee Cio vr superar 0 dualismo empreqs’ inna da genes do as, e gue po ao foam do mercado de trabathy ator dizer que 8 HVESTicagigeeq srialiseeonsttira um “grande Progresso”, ey ¢ sen do pas CORT pela manera COMO Se realza, fase "Um PT plaers boa parte © e autolimita, eneerray a ET een PEFMANECESSE en aoe lonial”, dependeae™® Jaconservagao do “nexo Col Pendene iar ee empo Tas FECEIC, SO a derane fan ar nacinas ier: 91-92). hs ee iioseee anaureza.acanhada dO capitalism ng Esa are Revoligdo Brasileira mais adiane, ipjeauma burgvesiaque, desde asta origem, sera xa com o pasado ("Sem dbices econEMICOs,socisge Moen mus bem se servindo dos “tags escravaues em on apts made dE elas ay re agrestis classe ica” (idem: 116) gy annum hurguesiagi, a0 ngo dotempo, no resists pene, a ugrandecapaesangeito;penetragao. ali, rata tomatcamnente else fora ele quem, pelo contro, a wing vu seande ade negcios do mundo contempor’inea! (ikem 8} Fest brpuesa ios anastara as suas razes arias ternonalagidosseus egdeios na conkempora Ireianenatusivara “iio buraecrtica” da mona pot. <1 proceso de formagdo e acumulago privaa de cpa aves dofaverecimenta pelo poxer publica de interesses putt ses aker: 122). Na Repuhliea€ no peois-30, ck convertera associ «ie frtas em yerdato sistema, cvialo «dencersws psa propercionados pelo poxler pablico. pen sto pen detentoes dese poder em beneticio priprio e de ni Aluose grup age sel (dont, na agua nada Pe palho ave sequalfica dooautorl ra sem up poliovosde quay. assent ide, como. smi ester especitl 206 Yy ACH Pes Baseg como uma cteH0ri0 “8 pate e scien Cfsic) 0 “capitalismo buroeritices 1 Novo notadamente quando src esd ament poderos0 de Formac ering a DUTBUESIA. Esse upg ae Tpoca dt Volta do pals 0 regime cons ra rane 0 POS-EUEITO prolongado ges eye até 1964, Segundo adescrigao de ste ig, ele vai 8 serve larzamente sp anos em 5” ~ 05 Cempos do “en nat ivendo de “negociata (30) east do Estado eda Nacéo".realizndo sees ‘nas vistas at aque periodo endo idoa preps sone rae Brsfia marco Mair desseencubumena fee yeresses (idem: 25-26) taser nas ested 6 do Esa decapisive acon, Ae cipalomo sea sits oa pos Traicamene CaioPrao nse to segundo sete requis eines ernie de bom naa, 1 imbricagio Essa espeécie de nova classe seiradiara“e penetraramais pyofandamente a vida politica brasileira", na qual procures frascanar a prépria natureza por ts de um poder pibhco mas fobrado como um ente que “pairariaacima daselasscs crepe. sentria os interesses gerats do pais” (idem: 125). No the seria inedmodo até mesmo invocaro inleresse nacional e geal” para solidarizar-se com os (rabalhadores, mas “sem se expar dinetamente © comprometer seus interesses” (idem); se coabutar com 6 populisme estatal-burgués, mas smn arcar com ‘osscus eustos fiscais, que iriam onerar 0 outro grupo burguss de carter mais produtivo que indusralismo sem as compensagbes que aquele auleria havia se formado no curso do ado Jr, chamava esse tltimo setor da burguesia de justamente para realytrq lulismo buractitico”, este corria os riseos lo niercinlo e se arava diretamente com os traballulores. Diverso ila bur Sade “negdcios fiiceis™, esse grupo “regular” tinha uma visa 207

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