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Administração Pública
Orçamento do Estado
para 2011
Relatório
Outubro • 2010
As despesas do Ministério da Saúde estão enquadradas no Programa 017 – Saúde e desagregam-se por
seis medidas, evidenciando maior volume orçamental os de Hospitais e Clínicas, de Administração e
Regulamentação e Serviços Individuais de Saúde, as quais absorvem a quase totalidade do orçamento
do Ministério, cerca de 99,8%.
Relativamente aos projectos de investimento do PIDDAC para 2011, com montante superior a 5 milhões
de euros, na área da Saúde destaca-se o projecto da Administração Regional de Saúde do Norte, que
visa a construção do Centro de Reabilitação do Norte.
V.14.1. Políticas
A política educativa do Governo estabelece como prioridades elevar as competências básicas e os níveis
de formação e qualificação dos portugueses. Neste sentido, definiram-se cinco grandes objectivos: (i)
concretizar a universalização da frequência da educação pré-escolar e do ensino básico e secundário
para todos; (ii) alargar as oportunidades de qualificação certificada para jovens e adultos; (iii) promover a
melhoria da qualidade das aprendizagens dos alunos e valorizar a escola pública (iv) reforçar as
condições de funcionamento, os recursos e a autonomia das escolas; (v) valorizar o trabalho e a
profissão docente.
A melhoria das competências básicas e dos níveis de formação decorrem de medidas destinadas a
assegurar a eficácia do sistema educativo que devem, progressivamente, traduzir-se em melhores
resultados de aprendizagem e no cumprimento efectivo da escolaridade obrigatória de 12 anos.
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Políticas Sectoriais para 2011 e Despesa Consolidada
O Programa Educação 2015, lançado no ano lectivo de 2010-2011, pretende aprofundar o envolvimento
das escolas e das comunidades educativas na concretização de compromissos nacionais e internacionais
em matéria de política educativa.
Após a universalização da oferta da educação pré-escolar às crianças de 5 anos de idade, importa agora
desenvolver esforços no sentido do seu alargamento às crianças a partir dos 3 anos de idade, de forma a
promover a igualdade de oportunidades e melhorar a aprendizagem nos níveis de ensino subsequentes.
É ainda objectivo da política educativa assegurar que todos os alunos que ingressem no sistema
educativo e formativo permaneçam no mesmo até à obtenção de uma certificação correspondente aos 12
anos de escolaridade. Para a consecução destes objectivos, prosseguem as medidas que visam a
requalificação e o apetrechamento das instalações escolares de modo a garantir as condições e o
equipamento necessários à promoção da igualdade de oportunidades e à melhoria das aprendizagens.
Neste âmbito, é de destacar o reordenamento em curso da rede escolar que, de acordo com a Resolução
do Conselho de Ministros n.º 44/2010, de 14 de Junho, visa três objectivos: (i) adaptar a rede escolar ao
objectivo de uma escolaridade de 12 anos para todos os alunos; (ii) adequar a dimensão e as condições
das escolas à promoção do sucesso escolar e ao combate ao abandono; (iii) promover a racionalização
dos agrupamentos de escolas, de modo a favorecer o desenvolvimento de um projecto educativo comum,
articulando níveis e ciclos de ensino distintos.
O reordenamento que tem vindo a ser desenvolvido na rede escolar deve ser continuado tendo em vista
a disponibilização de um ensino de qualidade que assegure as condições de aprendizagem, recursos
educativos, desportivos, artísticos, a adequada sociabilização dos alunos e correspondente a patamares
de aprendizagem assentes no princípio da equidade. No contexto de reordenamento da rede, o ensino
particular tem uma dimensão supletiva e de complementaridade em relação à rede pública, sendo os
apoios a disponibilizar pelo Estado equacionados nesse quadro de referência.
No domínio da Acção Social Escolar (ASE), assegura-se a continuidade do apoio social e financeiro
tendo em conta a aplicação das novas regras de acesso às prestações sociais não contributivas
(condição de recursos), no quadro de princípios de rigor e equidade quanto à utilização dos dinheiros
públicos. Deste modo, procura-se responder com maior acuidade às necessidades das famílias
carenciadas no que diz respeito ao acesso à ASE, garantindo os recursos necessários ao sucesso
educativo e à frequência universal da escola.
Neste contexto, será ainda lançado um programa de empréstimo de manuais escolares, cuja gestão será
assegurada por cada agrupamento de escolas, procurando-se, desta forma, optimizar a utilização de
recursos já disponibilizados ao sistema.
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Políticas Sectoriais para 2011 e Despesa Consolidada
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É neste contexto que se pretende aumentar, em mais dois anos e meio, o nível médio de qualificação dos
portugueses em idade activa, garantir a escolaridade a todos os jovens pelo menos até aos 18 anos e
reduzir a saída precoce do sistema educativo e formativo, bem como, aumentar a formação nas áreas
profissionais emergentes da economia e aferir os impactos das qualificações, medidos em
empregabilidade e em progresso na carreira profissional dos jovens e adultos.
Importa potenciar os instrumentos de regulação como o Catálogo de Qualificações que mercê da sua
flexibilidade disponibiliza referenciais de qualificação de qualidade, ajustados às necessidades
económicas emergentes, bem como consolidar os mecanismos de monitorização, acompanhamento e de
avaliação do Programa de qualificação de jovens e adultos.
De modo a atingir em 2015 a média europeia, aprofundam-se medidas de política que visem a
participação de adultos em actividades de aprendizagem ao longo da vida.
O Programa Educação 2015 visa melhorar as competências básicas dos alunos portugueses, assegurar
a permanência no sistema de todos os jovens até aos 18 anos e garantir o cumprimento da escolaridade
obrigatória de 12 anos, estabelecendo, para o efeito, como indicadores da qualidade educativa, os
resultados nas provas nacionais (provas de aferição e exames nacionais de Língua Portuguesa e
Matemática), taxas de repetência nos vários anos de escolaridade e taxas de desistência escolar.
O ensino artístico e a educação especial também são alvo de intervenção, de forma a melhorar a
utilização de recursos, garantindo aos alunos uma maior adequabilidade do sistema educativo. Deve
aprofundar-se a inclusão ao nível da educação especial, em função das necessidades já apuradas,
potenciando o número de unidades já existentes, em escolas dos 2.º e 3.º ciclos, dando continuidade a
uma monitorização que assegure a identificação dos ajustamentos necessários.
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Políticas Sectoriais para 2011 e Despesa Consolidada
A continuidade dos projectos e programas que se revelam prioritários para a melhoria da qualidade das
aprendizagens e de o combate ao abandono e insucesso escolares deve enfatizar a optimização dos
recursos, procurando sinergias agregadoras capazes de gerar ganhos de eficácia e eficiência do sistema
educativo.
O Plano Tecnológico da Educação (PTE) continuará a desenvolver projectos e actividades nas escolas
preparando as novas gerações para os desafios da sociedade do conhecimento.
Inicia-se agora uma 2.ª fase do PTE que, em linha com a Agenda Digital, promoverá a rentabilização dos
recursos e das capacidades instaladas, oferecendo, através do Portal das Escolas, serviços de apoio ao
processo de ensino-aprendizagem e à gestão escolar.
Será reforçado o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido com as autarquias, tendo em vista a
utilização ajustada dos recursos existentes a nível local em benefício da comunidade educativa de forma
consequente e sustentada.
Será igualmente aprofundada a articulação entre a Rede de Bibliotecas Escolares e o Plano Nacional de
Leitura, de modo a prestar um serviço a toda a rede de escolas públicas, disponibilizando recursos
diversificados e potenciando a consecução dos objectivos estabelecidos nos respectivos projectos.
Está em curso um conjunto de medidas no sistema educativo, que visam optimizar os recursos e se
regem por princípios de selectividade e eficiência, sem colocar em causa a qualidade do sistema público
de educação. Recentemente, foi criado um grupo de trabalho conjunto entre o Ministério da Educação e o
Ministério das Finanças e da Administração Pública, para o acompanhamento destas reformas e
discussão de outras medidas de optimização.
Neste âmbito, dá-se destaque para o encerramento de 701 escolas do 1.º ciclo do ensino básico com
menos de 21 alunos e para a reorganização dos agrupamentos escolares.
O processo de encerramento de escolas vem no seguimento da reforma que se iniciou nos anos lectivos
de 2006/07 e 2007/08, e que levou ao encerramento de cerca de 2200 escolas isoladas e sem condições
para assegurar o sucesso educativo dos alunos. É de realçar que a definição do critério mínimo de alunos
atende, desde logo, à necessidade de garantir melhores condições de aprendizagem, de ensino e de
socialização dos alunos, sendo que a transferência para escolas de maior dimensão permite o acesso de
alunos e docentes a uma massa crítica de recursos educativos (bibliotecas, cantinas, TIC, entre outras
infra-estruturas). O encerramento das escolas, resultando numa redução de custos na gestão da rede
escolar, promove assim a melhoria das aprendizagens e do ensino.
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Políticas Sectoriais para 2011 e Despesa Consolidada
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Em 2011, serão promovidas outras medidas de optimização que envolvem o reajuste do plano curricular
e da respectiva carga horária, a reafectação do financiamento ou a adequação dos recursos humanos às
necessidades educativas, conforme descrito no Capítulo I.
V.14.2. Orçamento
A diminuição verificada no subsector do Estado resulta do efeito conjugado da aplicação das medidas
generalizadas de redução de despesa, da poupança que se pretende atingir pela aplicação das
cativações previstas na lei, bem como das medidas de política sectorial implementadas e a implementar.
No subsector dos serviços e fundos autónomos, do total de 162,2 milhões de euros, a que corresponde
um decréscimo de 23,7% relativamente à estimativa de execução de 2010, destaca-se a redução
registada no Gabinete de Gestão Financeira devido ao facto de para 2011 não estarem orçamentadas
verbas para o Parque Escolar, E.P.E. e o acréscimo verificado nos orçamentos das Escolas Portuguesas
de Moçambique e Díli.
A despesa do Ministério da Educação por agrupamentos económicos, evidencia ao nível dos serviços
integrados o peso das despesas com o pessoal na ordem de 76,5% e com as transferências correntes de
14,9%, destinadas sobretudo ao ensino pré-escolar e ao ensino particular e cooperativo. Ao nível dos
serviços e fundos autónomos realçam-se as transferências correntes para a componente social do ensino
pré-escolar.
Do programa do Ministério salienta-se a medida referente aos estabelecimentos de ensino não superior
que absorve praticamente a totalidade dos recursos orçamentais afectos ao Ministério (cerca de 95,7%).
V.15.1. Políticas
As metas da estratégia europeia EU2020 nestas duas áreas (ensino superior e Investigação e
Desenvolvimento - I&D) constituem referenciais da estratégia nacional que adopta para Portugal, no
horizonte 2020, níveis de despesa em I&D (pública e privada) entre 2,7 e 3,1% do PIB, e o valor de 40%
de diplomados do ensino superior na coorte de idades entre 30 e 34 anos. Estas metas nacionais para o
final da década situam Portugal, no que respeita aos indicadores europeus escolhidos, pelo menos ao
nível das metas globais europeias para 2020 e decorrem da análise realista da evolução recente assim
como da análise do impacto dos programas em curso. A proposta de Orçamento de Estado para 2011
consagra estas prioridades políticas.
O Governo firmou com o sistema de ensino superior um Contrato de Confiança, instrumento que garante
o desenvolvimento do sistema binário do ensino superior em Portugal e o reforço de todas as suas
instituições, assegurando a diversidade das áreas de formação, a qualificação crescente do seu corpo
docente, o sucesso escolar, e a rápida expansão dos níveis de qualificação superiores da população. Em
particular, visa-se a formação de mais cem mil activos nos próximos quatro anos e um processo exigente
de definição de indicadores e objectivos por cada instituição, e de avaliação anual dos resultados
atingidos.