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Agosto 2010, Trabalho para Economia, Regulação e Mercado

Programa Doutoral em Alterações Climáticas e Desenvolvimento Sustentado

AS ORIGENS DOS PREÇOS DAS EUA NA FASE II DO MELE


Principais interpretações e desenvolvimento da
influência das variáveis energéticas
Rita Sousa (rs@ritasousa.com)

Resumo: A partir do momento em que se atribui um custo e um limite a um ‘resíduo’ de produção, como o
é o carbono, este ganha importância nas economias nacionais, e o conhecimento das variações do seu pre-
ço passa a ser essencial nas decisões de produção. Actualmente, as percepções da origem dessas variações
do preço do carbono são algo discordantes, com os principais autores a debaterem o sentido de causalida-
de entre aquele e preços de electricidade e de gás natural ou carvão. Aqui, utilizando os dados da fase II do
Mercado Europeu de Licenças de Emissão, e particularizando aspectos dos modelos previamente propostos
por Keppler e Alberola, confirma-se a significância do efeito das variações de preços da electricidade, do
gás natural e do carvão, e consequentes spreads, nas variações dos preços do carbono. Há uma especial
influência, e inversa, dos preços daqueles combustíveis. Já o preço de electricidade tem um impacto menor,
e positivo, no preço do carbono. O clima e os aspectos institucionais não são focados neste trabalho por
não serem alvo de gestão estratégica dos principais poluidores.

I. Introdução e conseguir o maior volume de redução de emis-


sões possível, é a percepção da formação dos pre-
Actualmente os mercados de carbono são uma
ços de CO2, por todos os participantes, para que
realidade para a grande parte dos países desen-
consigam prever tendências futuras às quais
volvidos, e começam também já a sê-lo para as
devam adequar a sua gestão operacional e estra-
economias em desenvolvimento.
tégica.
Os Estados e as suas indústrias mais energia
As interpretações sobre a formação destes preços
intensivas são os directamente envolvidos no
têm sido muitas e diversificadas, apontando
cumprimento de limites de emissões de gases com
aspectos institucionais, climáticos, e de energia.
efeito de estufa (GEE), estando agora em pleno
“Período de Quioto” (2008-2012). No entanto o O objectivo deste trabalho é, assim, reunir as prin-
cumprimento destas obrigações para os países e cipais perspectivas sobre a origem destes preços,
indústrias europeias vem já deste 2005, quando o propondo um modelo de análise específica à rela-
Mercado Europeu de Licenças de Emissão (MELE) ção entre emissões e os aspectos relacionados
se tornou uma realidade, internalizando os custos exclusivamente com os mercados energéticos
das emissões de GEE através da criação e troca de (preços dos combustíveis gás natural e carvão),
licenças de emissão, que têm um preço. O MELE é por serem aqueles sobre os quais os principais
actualmente o maior mercado de CO2eq. do mun- emissores (produtores de electricidade) podem
do, está já na chamada «Fase II», e a sua liquidez e actuar.
transparência têm vindo a crescer. Para aplicação do modelo proposto utilizam-se
Hoje em dia já é certo que os mercados de carbo- dados da Fase II do MELE, até hoje, que apesar de
no vão existir no futuro, e muitos desafios se colo- muito recente é o que mais e melhor informação
cam agora na forma de os interligar. Um dos fornece.
aspectos mais importantes, de forma a gerir riscos

~1~
No capítulo II faz-se uma breve descrição do lidade de compra de licenças a quem tenha um
desenvolvimento dos mercados de emissões de custo de oportunidade de reduzir emissões muito
GEE, caracterizando as fases do MELE. O capítulo elevado a quem tenha possibilidades de redução
III.A. é exclusivamente dedicado aos argumentos de emissões mais baratas.
sobre a origem dos preços das licenças do MELE
Previamente ao MELE existiram outros esquemas
por quatro autores, propondo-se em III.B. o mode-
de mercado de CO2 «pilotos» como o do Reino
lo dedicado à influência dos preços dos combustí-
Unido operacional entre 2002 e 2006 «UK Emis-
veis do sector energético. Analisam-se os resulta-
sions Trading Scheme», o primeiro que envolveu
dos da aplicação do modelo à fase II do MELE em
múltiplas indústrias. Um outro na Dinamarca,
III.C. . Por fim as conclusões e próximos passos
entre 2001 e 2003 envolveu oito produtoras de
estão descritas no capítulo IV.
electricidade.
Nos últimos anos, e fora do esquema de Quioto,
II. Mercados de GEE e Unidades apareceram nos Estados Unidos da América
outros mercados de âmbito local e regional:
II.A. Mercados de Emissões de GEE
 O RGGI (Regional Greenhouse Gas Initiative),
Em 1997, na 3ª Conferência das Partes (COP3) da
lançado em 2009, com o objectivo de reduzir as
Convenção Quadro das Nações Unidas para as
emissões do sector de produção eléctrica dos 9
Alterações Climáticas (CQNUAC), aprovou-se o
estados envolvidos em 10% até 2018 relativa-
conhecido «Protocolo de Quioto» (PQ) que limita-
mente a 2009 (RGGI, 2010);
va as emissões dos países industrializados em 5%
entre 2008-2012, relativamente a valores de  O WCI (Western Climate Initiative), que engloba
1990. Foram entretanto negociados os limites 7 estados dos EUA e 4 províncias do Canadá,
nacionais e o Protocolo entrou em vigor em 2005. está a ser desenhado para entrar em funcio-
namento em 2012 (LA Times, 2010).
Compreensivelmente não sendo essa atribuição
de limites perfeitamente justa e adequada a todos,
o PQ apresenta também o conceito de ‘mecanis- No entanto o MELE é hoje o mais importante dos
mos de flexibilidade’ através dos quais, por uma mercados de emissões de GEE, colocando a Euro-
lógica de mercado, se pretende alocar os esforços pa na liderança desta nova «macroeconomia ver-
de redução onde menos custam, visto para a de».
atmosfera ser indiferente o local geográfico de
emissão de uma tonelada de «CO2equivalente». Neste momento, em parte devido ao facto de os
EUA não terem ratificado o PQ e estarem agora a
Um destes mecanismos é o Mercado de Emissões um ano de terem dois esquemas de trocas de
«International Emission Trading» (IET). O IET fun- emissões nacionais, o grande debate surge na
ciona ao nível estadual apesar do PQ também metodologia do processo de ligação («linking»)
permitir versões regionais, âmbito em que surge o entre esses mercados que pretende aumentar a
Mercado Europeu de Licenças de Emissões liquidez do mercado e consequentemente baixar
(MELE). No âmbito do IET os Estados podem custos de cumprimento dos objectivos. Interna-
entre si comprar e vender licenças de emissão. Já cionalmente esta questão também já se põe em
no esquema europeu é requisitado aos governos relação a novos esquemas que estão a aparecer na
que definam tectos de emissões a determinadas Austrália, Japão, etc.
instalações fabris, que podem então vender ou
comprar consoante a sua facilidade ou não de O tema «linking» é assim dos mais complicados
cumprir o limite imposto. É um sistema de «cap- que surge na teoria dos mercados de emissões,
and-trade», que garante que um determinado pelo facto dos diferentes mercados considerarem
objectivo é atingido (o «cap») e permite a possibi- diferentes tipos de medição, de fontes de GEE, de

~2~
preços máximos de licenças, de limites ao acesso indústrias energia intensivas (metais ferrosos,
ao CDM, etc. Em termos legais as licenças dos cimento, vidro, cerâmica e pasta e papel).
vários mercados não são de facto fungíveis1 e o
Nesta fase as emissões aumentaram 1,9%. No
tema tem já começado a ser abordado com cuida-
primeiro ano de existência do MELE foram tran-
do pelo meio científico (Stavins, 2008).
saccionados 362MtCO2, somando 7,2 mM€
Um aspecto muito relevante na conexão de mer- (PointCarbon, 2006).
cados é a formação do preço das licenças para
O preço das EUAs foi crescendo de uma forma
troca, que tomam determinados valores consoan-
razoavelmente estável até atingir um pico de
te as características do mercado em causa. Neste
30€/EUA em Abril de 2006, tendo logo de seguida
sentido, compreender a origem dos preços é da
caído até 10€/EUA em Maio, como se pode ver no
maior relevância pois ajudará a decidir sobre que
gráfico 1, em resultado de se ter tornado conheci-
aspectos podem ou não ser negligenciados no
do que vários países teriam sobre-alocado emis-
«linking», para além de contribuir para a generali-
sões às instalações, removendo os incentivos à
dade da eficiência do mercado.
redução.
Este foi um problema de falta de escassez do bem
II.B. O Mercado Regional Europeu: MELE de troca, que pode afectar qualquer mercado em
«construção», e neste caso levou a que durante
Como referido, o MELE é actualmente o maior
2006 o seu preço continuasse a descer com as
mercado de GEE a nível mundial e portanto aque-
EUAs a valerem 1,2€/EUA em Março de 2007 e
le que fornece mais e melhor informação na
0,1€/EUA em Setembro de 2007.
detecção das origens do preço da tCO2eq.
35
O MELE actualmente abrange mais de 10.000 ins-
Preço Diário de Fecho €/EUA

30
talações e 40% do total das emissões de gases 25
com efeito de estufa (GEE) da Europa (EC, 2008). 20
15
A unidade de troca neste mercado é a «European 10
Union Unit Allowance» (1EUA = 1tCO2eq), e, como 5
se supõe em qualquer mercado, está sujeita a 0
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Abr-07

Abr-08
variações da procura com consequentes impactos
no seu preço.
A sua história até hoje ainda é curta e vê-se repar- Gráfico 1- Preços EUA (spot) na Fase I do MELE
(dados Bluenext)
tida em duas fases: a Fase I e a Fase II.

Fase I (2005-2007) As razões destes acontecimentos foram já devi-


damente analisadas por vários autores como
Esta fase respeita ao período ‘Pré-Quioto’, e
Alberola (Alberola, 2008), Keppler (Keppler,
englobou os 15 países da UE. Abrangeu maiorita-
2010) e outros, que concordam que foi a sobre
riamente instalações do sector energético e de
alocação de licenças seguida da informação sobre
as reais emissões que deu origem à quebra. O
problema foi ultrapassado com uma atribuição de
licenças na 2ª fase bastante mais estrita. Por esta
1Fungibilidade – um atributo das licenças que podem
razão os eventos desta Fase I não vão mais escal-
ser trocadas entre si, sem qualquer diferenciação. Nes-
pelizados neste trabalho.
te caso todas as licenças (EUAs, AAUs, ERUs e CERs)
valem 1tonelada de CO2eq., e dentro de limites defini-
dos podem ser trocadas entre si.

~3~
Fase II (2008-2012) Fase III (2013-2020)
A 2ª fase do MELE (2008-2012) é em grande parte A Fase III é conhecida como o «Período Pós-
relevante por causa da diferença em relação à fase Quioto: 2013-2020». Na COP15, em Copenhaga,
anterior: a ligação aos mercados de Quioto, Dezembro de 2010, a Europa apresentou um
incluindo o reconhecimento das unidades origi- objectivo de redução de 20% até 2020 relativa-
nadas em projectos do Mecanismo de Desenvol- mente às emissões de 1990 (CCC, 2010), e inter-
vimento Limpo (MDL) - as Reduções de Emissão namente acordou apertar as regras e limites de
Certificadas (ou CERs), e da Implementação Con- utilização de formas de «compensação» de emis-
junta (JI) - as Unidades de Redução de Emissões sões com medidas que incluem: o leilão de aloca-
(ERUs). ções iniciais de EUAs em vez da atribuição gratui-
ta, como feito na Fase I; a possibilidade de manter
Foram também aceites no mercado três novos
em stock licenças de um período para o seguinte;
países (Islândia, Liechtenstein e Noruega), e ini-
entre outras (CCC, 2010).
ciou-se a discussão sobre a inclusão de novos sec-
tores, nomeadamente a aviação, aprovada para Todas estas medidas têm por objectivo aumentar
2012. a fluidez e transparência do mercado, mas as
regras e compromissos concretos para esta fase
Actualmente as empresas podem livremente tro-
ainda não estão ultimados. Espera-se que em Can-
car licenças dentro da UE, bilateralmente ou por
cun, Dezembro de 2010, haja avanços significati-
brokers (over-the-counter), ou ainda numa de 6
vos em termos de alargamento dos mercados de
bolsas. A 30/Abril de cada ano têm que entregar
carbono (tanto em fontes de emissões como em
um nº de licenças iguais às emissões verificadas
compromissos de países).
do ano anterior. Existe uma penalidade por tone-
lada de CO2 emitida não correspondida por licen-
ças de 40€ na Fase I e 100€ na Fase II.
III. Preços dos EUAs
Em termos de evolução dos preços nesta fase, até
III.A. Discussão de «drivers» dos preços
agora, observamos que os preços (spot e futuros)
estabilizaram após a época de verificação de As EUAs são transaccionadas sob a forma de pro-
emissões (Março) de 2009: dutos spot e alguns futuros em diferentes bolsas.
Como é usual, sofrem variações de preço ao longo
do tempo, que neste caso, dada a jovialidade do
40 sistema, ainda não estão suficientemente explica-
Preço Diário de Fecho €/EUA

35
30
das. Muitos autores propõem análises a aspectos
25 que a priori devam ser os «drivers», como o tipo e
20
quantidade da alocação inicial de licenças, o clima,
15
10 ou os preços dos combustíveis, encontrando rela-
5 ções por vezes inesperadas: Keppler verifica que o
0
preço da electricidade na fase I influencia o preço
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das EUA, e que na fase seguinte a relação se inver-


Spot EUA F2012 EUA
te (Keppler, 2010).
De facto nos últimos cinco anos conclui-se que a
Gráfico 2- Preços EUA (spot e futuros para 2012) na Fase II do
MELE (dados Bluenext) própria relação de causalidade entre as variáveis
pressupostamente dependentes (preços das EUA)
e independentes (preços dos combustíveis, clima,
alocação, etc.) não é clara, e é nesta linha de pen-
samento que os últimos estudos têm focado esta

~4~
relação, crucial para uma construção de um mode- gia e a variações de temperatura inesperadas.
lo explicativo dos preços das EUA. Também considera que os eventos de mercado, a
informação institucional como as decisões políti-
Destacam-se aqui quatro autores: Seifert, Albero-
cas e o nível de actividade económica, podem
la, Hintermann e Keppler; que apresentam ideias
influenciar as variações dos preços do carbono.
que colmatam muitas falhas existentes em estu-
dos terminados antes de 2007-2008, altura em A lógica empírica inicialmente utilizada por mui-
que a informação sobre preços de carbono era tos autores (Alberola refere Kanen (2006), Chris-
praticamente inexistente. tiansen (2005) entre outros), era de que os preços
da energia seriam os drivers mais importantes
pelo facto dos principais emissores (produtores
Em inícios de 2007, após a 1ª quebra de preços de electricidade) poderem optar por combustíveis
das EUA na fase I, Seifert (Seifert, 2008) define menos poluentes, reduzindo emissões de CO2
um modelo estocástico de equilíbrio do MELE num curto espaço de tempo. Alberola mostra ain-
partindo do objectivo de outros modelos de mer- da que o preço das EUA por vezes reage mais às
cado: para se conseguir um equilíbrio os preços variáveis climáticas e de energia, enquanto que
de mercado têm que igualar o custo marginal de noutros períodos as decisões institucionais têm
abatimento de uma unidade de emissão. Seifert maior peso.
desenvolve esta ideia incluindo os efeitos da pos-
Da quebra de preços que acontece em meados da
sibilidade de retenção de licenças para períodos
fase I este autor sugere a existência de uma ante-
seguintes («banking»), os custos das penalidades
cipação de preços muito heterogénea entre os
por incumprimento, as quebras entre os períodos
participantes no mercado, opinião coerente com a
e os crescentes custos marginais de abatimento.
de Seifert.
Este autor explica ainda a quebra de preços a
meio da fase I como um resultado do desfasamen- Alberola nota ainda que os produtores eléctricos
to da realidade das emissões totais esperadas. também tomam especial atenção aos lucros teóri-
Sugere ainda que a disponibilização de informa- cos da venda de 1MWh de electricidade produzido
ção em períodos mais curtos, por exemplo qua- com carvão ou com gás natural. São os chamados
drimestralmente em vez de apenas anualmente, «dark» e «spark spreads» respectivamente, que
traria maior transparência ao mercado. com o aparecimento de um preço ao carbono se
tornaram «Clean Dark Spread» (CDS) e «Clean
Seifert concretamente analisa ainda os preços das
Spark Spread» (CSS). O equilíbrio entre estes
EUAs desfasados no tempo como variáveis
«spreads» representa o preço das EUAs a partir do
dependentes, isto é, faz profunda análise à auto-
qual é compensatório produzir electricidade com
correlação e à estrutura «spot-futuros» do merca-
gás natural ao invés de com carvão (Alberola
do, e conclui que os preços das EUA não terão
2008).
necessariamente que seguir padrões sazonais
relacionados com eventos institucionais ou climá- Expectavelmente Alberola observa que os preços
ticos, anuais. do gás natural e o CSS afectam positivamente os
preços das EUAs e negativamente acontece com o
Em resumo, Seifert olha para as fundações do
preço do carvão e com o CDS. Preços mais altos de
mercado – os seus aspectos institucionais – pro-
gás natural levam a uma troca para carvão, maior
pondo como solução para uma maior eficiência e
poluente, e consequentemente elevando o preço
liquidez a disponibilização de informação de
das EUAs. O inverso acontece com o preço do car-
períodos mais curtos.
vão. A variação também é positiva com as varia-
ções do preço da electricidade.
Um segundo autor, Alberola, analisa por sua vez a Já relativamente às temperaturas, Alberola só
resposta dos preços das EUAs aos preços da ener- encontra significância nos resultados relativos a

~5~
eventos extremos de frio o que traduz falta de tou significativamente a sua capacidade explicati-
robustez no papel dos aspectos climáticos na va.
variação dos preços de CO2.
De facto, Hintermann acaba por concluir que são
Em conclusão, Alberola é o 1º autor a focar as estas variações nos preços ‘desfasados’ que têm a
variáveis energéticas como principais origens das maior importância nas variações do preço das
variações de preços de carbono, encontrando-lhes EUA, mais ainda que as variações dos preços do
especial significado quando comparadas com as gás natural. Nesta situação a consequência óbvia
variáveis institucionais e climáticas. será que o preço da licença não equivalerá o custo
marginal de abatimento.
O autor conclui que existem oportunidades de
Um terceiro autor que surge com propostas dife-
arbitragem que serão usadas até que todos as
rentes é Hintermann, que critica arduamente
variáveis com impacto na formação dos preços
aqueles que tratam como independentes variáveis
das EUA estejam devidamente internalizadas no
que são fortemente endógenas: o preço da electri-
mercado via aprendizagem dos seus intervenien-
cidade e os CDS e CSS (caso de Alberola), o que
tes. Isto é, a informação ainda não é instantanea-
traz enviesamentos à análise. De facto, Hinter-
mente incorporada pelo mercado, sinal de apren-
mann critica todos os estudos prévios dizendo
dizagem de muitos novos traders.
que «não se baseiam em formais modelos de mer-
cado, incorporando os diferentes aspectos de uma Resumindo, Hintermann assume a falta de funda-
forma ‘ad-hoc’ (…) sem qualquer discussão do seu mento dos autores até agora ao assumirem exó-
significado económico» (Hintermann, 2008). O genas variáveis que podem ser endógenas
autor crê ainda ser impossível saber qual o tipo de (nomeadamente os preços de electricidade e
mercado que melhor reflecte as posições dos combustíveis), e tenta ultrapassar este problema
intervenientes: se o spot ou se o futuro a um prazo ao analisar os efeitos de preços de períodos pas-
definido, e que prazo. sados («lagged»). Conclui que estes são de facto as
principais influências do preço corrente.
Neste sentido Hintermann define um modelo sim-
ples do preço das licenças de emissões explicado
pela função de custo marginal de abatimento
Por último, Keppler (Keppler, 2010) não formali-
(cmg) das instalações, desenvolvendo a proposta
za a origem dos preços das EUAs mas antes no
inicial de Seifert. O equilíbrio encontra-se quando
seguimento dos argumentos de Hintermann, ana-
o cmg abatimento iguala o preço da licença. Esta
lisa as causalidades entre CO2, electricidade e
função é determinada por sua vez pelos preços do
outras variáveis energéticas. Começa assim a ten-
gás natural e do carvão. Assim o preço do carbono
tar responder a uma das últimas questões que é
é definido pelo preço do dia anterior, variações no
colocada por Hintermann, a da existência de uma
preço dos combustíveis e choques nos factores de
“bolha de preços” especulativa, ao mesmo tempo
risco (temperaturas, reservas de água, precipita-
que aprofunda a análise de causalidade entre os
ção, proxy de actividade económica).
vários preços. Assim Keppler aplica testes de cau-
O autor também formaliza um novo aspecto: o salidade de Granger2 a várias relações entre
processo de aprendizagem do mercado, que neste
caso leva à violação da propriedade de Markov em
que a distribuição de probabilidade condicional
do futuro apenas depende do estado presente, isto 2O teste de causalidade de Granger procura determi-
é, que dado o presente, o futuro não seria afectado nar o sentido causal entre duas variáveis, estipulando
pelas condições do passado. Hintermann verificou que variações de X causam variações em Y se valores
que a inclusão de combinações de vários «lags» de passados de X ajudam a prever o valor presente de Y.
Foi apresentado na «Econometrica» em 1969.
preços spot e futuros no modelo de facto aumen-

~6~
variáveis, incluindo interacções entre os merca- tos macroeconómicos» (Keppler, 2010). Os res-
dos spot e de futuros. O objectivo é perceber de tantes aspectos permanecem relativamente simi-
facto as ligações do mercado e a determinação de lares, mas de facto as modificações indicadas da
variáveis dependentes e independentes para fase I para a II são muito importantes, e ultrapas-
depois então definir um modelo econométrico de sam a questão da sobrealocação já suficientemen-
explicação das variações dos preços das EUAs. O te analisada:
seu teste à causalidade é extremamente importan-
te e considera:
- a teoria dos custos de abatimento de longo pra-
zo, que implica uma causalidade do carbono nos
preços da electricidade;
Esquema 2 - Relações de causalidade na Fase II do CELE
- a teoria da captura de renda de curto prazo, que (Keppler, 2010)
implica uma causalidade dos preços da electrici-
dade no carbono.
Nos dois períodos Keppler verifica que os preços
dos futuros de EUAs influenciam os spot, como
Keppler chega a duas lógicas diferentes entre o será lógico, e os ‘spreads’ (CSS e CDS) tem um
que se passou na fase I e na fase II do MELE. papel mais relevante que os preços do gás natural
e do carvão propriamente dito, em coerência com
Na fase I o aspecto principal que ressalta é a forte
os resultados de Alberola referidos previamente.
implementação dos preços dos futuros de EUAs.
«Os mercados spot e futuros estão fortemente «A grande diferença está no papel dos futuros de
interligados entre as várias ‘commodities’, não electricidade, que na fase II estão no meio da rela-
existindo relação apenas entre os diferentes mer- ção que cada preço das ‘commodities’» (Keppler,
cados spot» (Keppler, 2010). As variações de clima 2010).
são também consideradas um «driver» importante
para variações de curto prazo dos preços dos
mercados considerados. Em conclusão, Keppler mostra que na Fase I os
preços dos combustíveis, via CDS e CSS, afectam o
preço das EUAs, que por sua vez afecta o da elec-
tricidade, enquanto que na Fase II prevalece a
‘teoria da captura’ em que os preços da electrici-
dade afectam o do CO2.

De entre os autores referidos, e para terminar, é


de notar alguns aspectos ainda não estudados e
Esquema 1- Relações de causalidade na Fase I do CELE
(Keppler, 2010) que se crê trazerem novas e significativas explica-
ções: a possibilidade de existir uma ‘bolha de pre-
ços’ (quando o preço apenas é dirigido por expec-
Na fase II as relações de causalidade encontradas tativas), a possibilidade de existir poder de mer-
entre os futuros de electricidade e das EUA inver- cado de empresas de energia, o papel das penali-
tem-se, e o preço do carvão passa a «seguidor» ao dades em situações de hedging (que se torna o
invés de «driver» como o era na fase I. Também próprio preço da licença quando não é de todo
nesta fase se inverte o papel do mercado de possível cumprir os objectivos), e o update das
acções «que toma um lugar de ‘driver’ em vez de alocações nacionais, são aspectos de precisam de
‘seguidor’, o que é coerente com os recentes even-

~7~
uma abordagem mais profunda (Hintermann, III.B. Proposta de organização de
2008). modelo explicativo
Com informação mais recente disponível é útil
desenvolver as ideias dos autores referidos,
Por fim, e em resumo, note-se que os autores
essencialmente testando a análise da Fase II.
identificam todo um conjunto de variáveis que se
podem organizar em 3 áreas: a do desenho insti- Reconhecendo a importância das problemáticas
tucional, a dos preços de energia, e respectivos da causalidade e endogeneidade que se encon-
spreads, e por fim a de eventos climáticos. Dis- tram nos estudos deste mercado a proposta de
pondo as variáveis encontradas nos diferentes Keppler é a que maior segurança traz. Neste sen-
estudos, com identificação do sentido da influên- tido, e até porque é o modelo que mais aproxima-
cia nos preços das EUAs (directa=(+) ou inver- ção tem à fase II e ao papel das «variáveis energé-
sa=(-)), e identificando a qualidade do ajustamen- ticas», o desenvolvimento apresentado a seguir
to de cada modelo (no R2) temos: tem por base os trabalhos de Keppler, completa-
dos com informação mais recentes e com outros
aspectos mencionados pelos restantes autores,
Tabela 1- Variáveis explicativas das variações dos preços das
principalmente Alberola.
EUA por Seifert, Alberola, Hintermann e Keppler
Esta análise foca exclusivamente a relação dos
Análise e
variáveis
Seifert Alberola Hinterm. Keppler preços das EUA com os preços de electricidade e
seus combustíveis, excluindo as variáveis climáti-
R2 do modelo - 0,34 0,48 0,20 (f II)
EUA spot    
cas, as institucionais e ainda as da economia glo-
EUA futuro  - -  bal. Em linha com os autores referidos, considera-
Informação se que estas são as variáveis que os intervenientes
institucional
 - - -
no mercado têm, no futuro, possibilidade de
Informação
verificação
-  (-)  - endogeneizar.
Penalidades  (+) - - -
Assim, temos como base da variação dos preços
Alocação  (-) - - - das EUA os preços do gás natural, do carvão e da
Cmg abatim.  (+) - -  electricidade. Estes formam os «spreads» e levam
Emissões à decisão de produção eléctrica, mais, ou menos,
esperadas
 (+) - - -
«limpa», e que em última instância define a varia-
P. spot  (+)
electricidade
- - - ção dos preços das EUA.
P. futuros  (+)  (+)
electricidade
-
(1 mês)
- Por outro lado na sequência da opinião dos auto-
 (+)  (+)  spot e res de que a relação spot-futuros não é absoluta-
P. gás natural - fut 1 mês spot e fut futuros mente clara faz-se uso das opções de Keppler que
 (-)  (-) estuda o preço dos futuros das EUA por causa das
P. carvão -  futuros
fut 1 mês spot sem. obrigações de verificação e entrega de licenças
Switch  serem apenas anuais.
- - -
Pcarvão / Pgn (sem sig.)
CDS -  (-) -  (+)
CSS -  (+) -  Dados
Temperaturas -
 (+)  (-)  (-)
ev. frios Neste modelo utilizam-se dados para as EUA de
Disponib. futuros para 2012 da Bluenext, de preço de elec-
Hídrica
- -  -
tricidade spot da EPEX, do preço de gás natural
Euronext - - - 
também spot da Powernext, e por fim a melhor

~8~
aproximação às variações dos preços futuros do No entanto, e como esperado, o ajustamento pro-
carvão a uma semana do índice ICE Newcastle. posto por este modelo (tabela 2) não resulta num
nível de explicação tão grande quando os dos
Verificam-se as correlações existentes das varia-
modelos de Alberola ou Keppler, por termos
ções dos preços das EUAs com «lags» de preços de
excluído a priori variáveis que se esperava terem
electricidade, de 4 dias, em linha com Hintermann
um peso interessante, como as temperaturas e a
(que considera ainda existirem oportunidades de
evolução da economia mundial, mas não eram
arbitragem intra e inter-diárias), e implicitamente
alvo deste estudo.
com o modelo de Keppler. Assim, propõe-se uma
análise à relação:
Tabela 2- Qualidade do ajustamento.

Modelob
Std. Error of
Model R R2 Adjusted R2 the Estimate
1 ,341a ,116 ,108 9,57789
Em que se considera as variáveis identificadas
com f: preço futuro 2012, s: preço spot, Elec: Change Statistics
variação de preço da electricidade, G: variação do R2 F Chan- Sig. F Durbin-
preço do gás natural, C: índice de preço de carvão, Model Change ge df1 df2 Change Watson
1 ,116 14,607 3 334 ,000 ,011
: erro, : coeficientes.
a. Predictors: (Constant), sftICoal_spot, IGN_spot, IElec_spot
b. Dependent Variable: IEUA_f12
Note-se ainda que, tal como nos estudos dos auto-
res referidos, o modelo é mais representativo da
Note-se que o teste de Durbin-Watson nos indica a
realidade quando considerarmos como variáveis
ausência de autocorrelação dos erros, com valores
as variações dos preços, ao invés dos próprios
muito baixos, o que apesar de ser um bom resul-
preços absolutos.
tado cria questões sobre o papel da série temporal
em causa.
III.C. Análise de resultados Ainda assim, o R2 e o R2 ajustado variam entre
Em estudos prévios iniciais, utilizando redes de 11% e 12%, um valor razoável, e significativo
inteligência artificial de previsão do preço spot como podemos ver nos valores da estatística F da
das EUA apenas via preço spot da electricidade de tabela 3, em que os resultados são aceites a 5% de
4 períodos prévios e subsequentes foi possível nível de significância.
obter erros médios absolutos de 1,8% (Sousa,
2010). Aqui identifica-se, de início, uma relação: Tabela 3 - Análise de significância.
250
ANOVAb
200 Sum of Mean
Model Squares df Square F Sig.
150 1 Regression 4019,952 3 1339,984 14,607 ,000a
Residual 30639,845 334 91,736
100 Total 34659,798 337
a. Predictors: (Constant), sftICoal_spot, IGN_spot, IElec_spot
50
b. Dependent Variable: IEUA_f12
0
Fev-09

Fev-10
Out-09
Mar-09

Jun-09

Nov-09

Mar-10
Abr-09
Mai-09

Jul-09

Abr-10
Dez-08

Dez-09
Set-09
Ago-09
Jan-09

Jan-10

Relativamente às variáveis explicativas confirma-


se a significância de todas apesar de neste modelo
IEUA f12 IElec spot IGN spot ICoal spot
e para estes anos de 2009 e metade de 2010 o
Gráfico 3 – Variações % dos preços suavizados de futuros2010 índice de variação dos preços do gás natural e do
das EUA, electricidade, gás natural e índice de preço de carvão, carvão contribuírem mais para as variações do
com base a 20/04/2010 (Bluenext, EPEX, Powernext e ICE).

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índice de preços dos futuros de EUA (β dos coefi- Tabela 5 - Estatísticas descritivas das variáveis.
cientes standardizados na tabela 4). N Mean Mean Std. Dev. Var
Std.
Relativamente a problemas de multicolinearieda- Stat. Statistic Error Statistic Statistic
de os níveis de tolerância mostram que esta não é IEUA_f12 338 97,1392 ,55162 10,1414 102,85
IElec_spot 338 95,6188 1,0771 19,8020 392,15
uma questão problemática, mas será necessário ir IGN_spot 338 101,225 1,9025 34,9775 1223,4
testando as estatísticas à medida que surgem mais sftICoal_spot 338 77,7292 ,61589 11,3231 128,21
Valid N 338
dados, para maior consistência do modelo.
Skewness Kurtosis
Statistic Std. Error Statistic Std. Error
IEUA_f12 -,734 ,133 ,845 ,265
Tabela 4 – Contributo, significância, e análise de colinearieda-
IElec_spot 1,294 ,133 1,705 ,265
de das variáveis independentes.
IGN_spot 1,440 ,133 1,095 ,265
sftICoal_spot ,404 ,133 -,864 ,265
Coeficientesa
Unstandardized Coefficients
Model B Std. Error
1 (Constant) 117,274 4,039
IElec_spot ,042 ,039
IGN_spot -,072 ,022 IV. Conclusões e próximos passos
sftICoal_spot -,217 ,048
Partindo dos modelos que inicialmente analisam
Standardized os aspectos energéticos – Alberola e Keppler – em
Coefficients
Model Beta t Sig. conjunto com as opiniões de Seifert e Hintermann,
1 (Constant) 29,039 ,000 estuda-se aqui a influência das variações de pre-
IElec_spot ,082 1,076 ,283
IGN_spot -,248 -3,249 ,001 ços da electricidade, carvão e gás natural nas
sftICoal_spot -,243 -4,536 ,000 variações de preços do carbono, deste início de
Collinearity Statistics
2009 até hoje, no MELE.
Model Tolerance VIF
1 (Constant) O modelo proposto é significante ao nível de 5%,
IElec_spot ,450 2,221 com resultados mais coerentes com os de Keppler
IGN_spot ,455 2,198
sftICoal_spot ,924 1,082 que com os de Alberola. Isto é, à excepção dos
a. Dependent Variable: IEUA_f12 efeitos do preço do gás natural, todos os restantes
resultados são similares entre os três modelos em
É de particular interesse verificar que o sentido da termos de sentido da tendência: inversa no caso
influência das variações dos preços do carvão é das variações do preço do carvão e directa no caso
coerente com os resultados de Alberola obtidos na das do preço da electricidade. Isto é, preços de
fase I, mas não o do gás natural, que se inverte na electricidade e carbono variam no mesmo sentido,
fase II, em concreto em 2009/10. De facto esta é enquanto que de carbono e carvão variam no sen-
uma dificuldade com a qual Keppler se deparou, tido inverso.
considerando apenas o CDS (o spread ‘do carvão’) Mas de facto os efeitos das variações do preço do
na fase II. gás natural traduzem uma discrepância entre
Os resultados deste modelo indicam que as varia- Alberola e Keppler, resultando que o estudo aqui
ções no preço do carvão têm um efeito maior (- apresentado reforça a posição de Keppler. Este
0,21 para -0,072) na variação dos preços das EUA, autor, que já se tinha deparado com este aspecto,
mas ainda assim no mesmo sentido negativo. Já os para resolver a questão considerou, na análise da
preços da electricidade têm um efeito positivo, fase II, apenas os efeitos da variação do «clean
sentido confirmado nos estudos dos diversos dark spread», afirmando que tanto os preços do
autores. carvão como do gás natural aparecem no final da
relação causal, e não no início. Esta afirmação, à
luz dos resultados aqui obtidos, e das notações de

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Alberola é agora merecedora de atenção futura V. Referências
mais profunda. Artigos:
Em todo o caso, também se tendo observado neste Alberola, E., Chevallier, J., Chèze, B., “Price drivers and structu-
estudo que os preços dos combustíveis têm um ral breaks in European carbon prices 2005–2007”, Energy
Policy 36 (2008) 787–797;
maior efeito que o próprio preço da electricidade
Benz, T. “Modeling the price dynamics of CO2 emission allow-
nas variações do preço do carbono, é possível
ances”, Energy Economics 31 (2009) 4–15;
considerar-se que as tecnologias de produção
Jaffe, J., Stavins, R. N., "Linkage of Tradable Permit Systems in
eléctrica estão já estabilizadas, não havendo gran- International Climate Policy Architecture" Discussion Paper
de margem de arbítrio via «spreads» (CDS e CSS). 08-07, Harvard Project on International Climate Agreements,
Belfer Center for Science and International Affairs, Harvard
Assim, de todos os aspectos mencionados, e com Kennedy School, (2008).
os resultados obtidos, será agora de se considerar
Keppler, Mansanet-Bataller, “Causalities between CO2, elec-
em estudos próximos os fundamentos institucio- tricity, and other energy variables during phase I and phase II
nais e económicos do mercado (como Hintermann of the EUETS.”, Energy Policy (2010),
sugere), e seus impactos no preço do carbono, doi:10.1016/j.enpol.2010.02.004;
analisando-se: os efeitos de poder de mercado por Seifert, J., Uhrig-Homburg, M., “Dynamic Behavior of CO2 Spot
Prices”, Journal of Environmental Economics and Manage-
parte das empresas eléctricas; o atingir dos 20%
ment 56 (2008) 180-194;
de produção renovável previsto pela UE; a imple-
Sousa, Rita, Lopes, F. “Origins of CO2 Prices”, poster presented
mentação de novas tecnologias como a captura e at “Clima 2010”, Exponor Feira Ambienergia 2010, (2010)
armazenamento de carbono; e o papel das penali- Porto.
dades por incumprimento.
A médio prazo também as novas regras para a Websites:

fase III trarão efeitos acrescidos, principalmente CCC, " Meeting Carbon Budgets – ensuring a low-carbon recov-
ery- 30 June 2010.”
em virtude da actual alocação gratuita inicial de
http://thecccdev.heymoscow.com/reports/2nd-progress-
licenças ser substituída por leilões. report (CCC, 2010), consultado em Agosto 2010.
Já no longo prazo a ligação «virtual» a outros mer- CCC, "Chapter 4: Carbon markets and carbon prices. In: Build-
ing a low-carbon economy – The UK’s contribution to tackling
cados como os dos Estados Unidos é provavel-
climate change.”
mente o aspecto que maior impacto pode ter nos http://www.theccc.org.uk/reports/building-a-low-carbon-
preços das EUAs. economy (CCC, 2008), consultado em Agosto 2010.
EC, “Questions and Answers on the Commission's proposal to
revise the EU Emissions Trading System”
Os mercados de carbono estão oficialmente http://europa.eu/rapid/pressReleasesAction.do?reference=
implementados nas trocas internacionais restan- MEMO/08/35&format=HTML&aged=0&language=EN&guiLa
nguage=en (EC, 2008), consultado em Agosto 2010.
do agora torná-los o mais líquidos, transparentes
IISD, “Linking in the EU ETS Bulletin, Vol. 115 No. 1”, Interna-
e consequentemente eficientes, possível. Um
tional Institute for Sustainable Development (IISD), 2005,
estudo aprofundado sobre a formação de preços e http://www.iisd.ca/sd/euets/ymbvol115num1e.html, (IISD,
interligação de mercados trará, neste contexto, 2005), consultado em Agosto 2010.
mais valias preciosas. LA Times, “California, New Mexico and 3 Canadian provinces
outline regional cap-and-trade program”
http://articles.latimes.com/2010/jul/28/local/la-me-
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ climate-pact-20100728 (LA Times, 2010), consultado em
Agosto 2010.
Point Carbon, “Carbon 2006 market survey - Point Carbon”,
http://www.pointcarbon.com/wimages/Carbon_2006_final_
print.pdf (PointCarbon, 2006), consultado em Agosto 2010.
RGGI, “Regional Greenhouse Gas Initiative” www.rggi.org
(RGGI, 2010), consultado em Agosto 2010.

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