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Marcelo Nascimento
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Sumário
1 Aplicações 5
1.1 Desintegração Radioativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Resfriamento de um corpo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.3 Sistema Mola Massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
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4 SUMÁRIO
Capı́tulo 1
Aplicações
Seja N (t) o número de átomos radioativos em uma amostra num instante t. Define-
se a atividade de uma amostra radioativa como sendo o número de desintegrações por
unidade de tempo. Desde o inı́cio dos estudos da radioatividade, foi observado que
a atividade radioativa é proporcional ao número de átomos radioativos presentes na
amostra, ou seja,
dN
= −λN, (1.1.1)
dt
onde λ é chamado de constante de desintegração.
Se N0 é o número de átomos no instante t = 0, teremos um PVI
(
dN
dt
= −λN
N (0) = N0 .
N (t) = N0 e−λt .
Observação 1.1. Vale uma equação semelhante para a massa de uma substância radi-
oativa,
dm
= −λm, m(0) = m0 ,
dt
onde m = massa.
A meia vida de uma substância radioativa é definida como sendo o tempo necessário
para a desintegração da metade da substância.
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6 CAPÍTULO 1. APLICAÇÕES
Exemplo 1.4. Um tanque contém 100 litros de água salgada. É adicionado, nesse
tanque, água salgada à razão de 5 litros por minuto, com uma concentração de sal de 2
g/l. Ao mesmo tempo, a mistura deixa o tanque através de um buraco à mesma razão.
A mistura do tanque é continuamente agitada, de modo a manter a solução homogênea
(isto é, a concentração é a mesma em todo tanque). Se inicialmente a mistura contém
uma concentração de 1 g/l, determine a concentração num instante futuro.
Demonstração. Seja y(t) a quantidade de sal no tanque depois de t minutos do instante
inicial t0 = 0. Temos que o sal está sendo adicionado no tanque à razão de 5 · 2 g/m =
10 g/m e está saindo à razão de 5 · y(t)
100
g/m = y(t)
20
g/m. Assim, a variação da quantidade
de sal no tanque é dada por
dy y
= 10 − ,
dt 20
que é uma EDO linear de primeira ordem. Como y(0) = 100 g, temos que a solução é
Exemplo 1.5. Quando um bolo é retirado do forno, sua temperatura é de 180◦ C. Três
minutos depois, sua temperatura passa para 100◦ C. Quanto tempo levará para sua tem-
peratura chegar a 30◦ C se a temperatura do meio ambiente for de exatamente 20◦ C?
Portanto,
T (t) = 20 + 160e−kt .
Agora, sabemos que T (3) = 100, e então
80
100 = T (3) = 20 + 160e−k3 =⇒ e−3k = ,
160
logo
160 ln 2
= e3k =⇒ 3k = ln 2 =⇒ k = .
80 3
Então,
ln 2
T (t) = 20 + 160e− 3
t
.
Agora, queremos encontrar t, tal que
T (t) = 30,
logo
ln 2 ln 2 1 ln 2
30 = 20 + 160e− 3
t
=⇒ e− 3
t
= =⇒ e 3 t = 16
16
ou seja,
ln 2 3 ln 16
t = ln 16 =⇒ t = = 12 minutos.
3 ln 2
ln 16 = ln 24 = 4 ln 2.
1.3. SISTEMA MOLA MASSA 9
Consideremos uma mola (que supomos sem massa) suspensa verticalmente tendo sua
extremidade superior presa num suporte rı́gido. Quando fixamos um corpo de massa m
na outra extremidade da mola, ela se distende de uma quantidade d e, pela lei de Hooke,
passa a exercer sobre o corpo uma força de intensidade kd (onde k é a constante de
restauração da mola) e sentido contrário ao deslocamento. Sobre este corpo atuam duas
forças: o peso mg e a força restauradora da mola kd. Como o corpo está em equilı́brio,
temos que
mg = kd.
d kd 0
m mg
k(d + y)
posição de equilı́brio: mg = kd y m mg
Suponha que este corpo seja deslocado verticalmente a partir da posição de equilı́brio
e, sem seguida, liberado. Queremos estudar o seu movimento. Fixe um eixo de coorde-
nadas Oy cuja origem coincide com o ponto de equilı́brio do corpo e sentido para baixo.
as forças que atuam sobre o corpo são
peso = mg
ma = F = mg − k(y + d)
d2 y
Como a = dt2
, segue que
d2 y
m 2 = mg − ky − kd
dt
e de (1) temos
d2 y
m + ky = 0,
dt2
que é uma equação diferencial linear de segunda ordem.
Dizemos que a equação diferencial acima descreve um movimento livre sem amor-
tecimento.
10 CAPÍTULO 1. APLICAÇÕES
Exemplo 1.6. Uma massa pesando 2Kg distende uma mola em 6cm. No instante t = 0,
a massa é solta de um ponto a 8cm abaixo da posição de equilı́brio com uma velocidade
direcionada para cima de 25cm/s. Determine a função x(t) que descreve o movimento
livre.
Demonstração. Pela lei de Hooke, temos que
19, 6
mg = kd =⇒ 2 · 9, 8 = k6 =⇒ k =
6
Logo,
d2 x d2 x 19, 6
m + kx = 0 =⇒ 2 + x = 0.
dt2 dt2 6
Temos o seguinte PVI (
d2 x
+ wx = 0,
dt2
x(0) = 8, x0 (0) = −25,
19,6
onde w = 12
. A solução geral da equação diferencial é dada por
Movimento Amortecido
d2 x dx
m = −kx − β
dt2 dt
onde β é uma constante de amortecimento positiva, e o sinal de subtração indica que a
força de amortecimento atua em direção oposta ao movimento.
Segue que
d2 x β dx k
2
+ + x=0
dt m dt m
que é uma equação diferencial de movimento livre amortecido.
A equação caracterı́stica é
mr2 + βr + k = 0,
cujas raı́zes são:
p p
−β + β 2 − 4mk −β − β 2 − 4mk
r1 = e r2 = .
2m 2m
Temos três casos:
1.3. SISTEMA MOLA MASSA 11