Você está na página 1de 6

Diretrizes SBD 2014-2015

Diabetes mellitus gestacional: diagnóstico,


tratamento e acompanhamento pós-gestação

Introdução seja < 92 mg/dl, a gestante deve ser natais adversos.10-11 Foram propostos,
reavaliada no segundo trimestre. então, novos pontos de corte para o
Diabetes mellitus gestacional (DMG) A investigação de DMG deve ser jejum, em uma e duas horas, que são
é a intolerância aos carboidratos diagnos- feita em todas as gestantes sem diag- ≥ 92 mg/dl, ≥ 180 mg/dl e ≥ 153 mg/
ticada pela primeira vez durante a gesta- nóstico prévio de diabetes. Entre a 24a dl, respectivamente. Segundo esses
ção e que pode ou não persistir após o e 28a semana de gestação deve-se rea- novos critérios, um valor anormal já
parto.1-3 É o problema metabólico mais lizar TOTG com dieta sem restrição de leva ao diagnóstico de DMG11 (Quadro
comum na gestação e tem prevalência carboidratos ou com, no mínimo, inges- 2). A utilização do critério proposto pelo
entre 3% e 25% das gestações, depen- tão de 150 g de carboidratos nos três IADPSG não é consenso mundial.
dendo do grupo étnico, da população e dias anteriores ao teste, com jejum de Recentemente, a OMS aceitou estes
do critério diagnóstico utilizado.4,5 Muitas oito horas. Existem diferentes méto- critérios, porém com algumas modifi-
vezes representa o aparecimento do dia- dos sendo atualmente utilizados para cações. As pacientes seriam diagnosti-
betes mellitus tipo 2 (DM2) durante a gra- o diagnóstico do DMG (Quadro 2). cadas de acordo com o grau de disgli-
videz. A incidência de DMG está aumen- Em 2010, o International Association cemia durante a gravidez. As gestantes
tando em paralelo com o aumento of the Diabetes and Pregnancy Study com critérios diagnósticos de diabetes
do DM2. Os fatores de risco para DMG Groups (IADPSG) decidiu que os cri- fora da gravidez, propostos pela OMS
encontram-se no Quadro 1. térios diagnósticos do DMG deveriam em 2006, ou seja, glicemia de jejum ≥
basear-se nos resultados do estudo 126 mg/dl ou glicemia 2 horas após 75
Hyperglycemia and Adverse Pregnancy gramas de glicose VO ≥ 200 mg/dl, ou
Rastreamento e diagnóstico Outcomes (HAPO), uma pesquisa ainda glicemia realizada ao acaso ≥ 200
observacional que tinha como meta mg/dl, seriam diagnosticadas com dia-
Não existe, até o momento, con- encontrar um ponto de corte que liga a betes na gravidez. As pacientes classifi-
senso na literatura sobre a indicação hiperglicemia materna a eventos peri- cadas com DMG são as que apresentam
do rastreamento e sobre o método
diagnóstico do DMG. A maioria das
recomendações advém de consensos Quadro 1 Fatores de risco para diabetes gestacional
de especialistas.7-10 (D) Idade de 35 anos ou mais
Na primeira consulta pré-natal Sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual
deve ser solicitada glicemia de
Deposição central excessiva de gordura corporal
jejum. Caso o valor encontrado seja
≥ 126 mg/dl, é feito o diagnóstico História familiar de diabetes em parentes de primeiro grau
de diabetes mellitus pré-gestacional. Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou
Caso glicemia plasmática em jejum pré-eclâmpsia na gravidez atual
≥ 92 mg/dl e < 126 mg/dl, é feito Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte fetal ou
o diagnóstico de DMG. Em ambos os neonatal, macrossomia ou DMG
casos, deve ser confirmado o resul- Síndrome de ovários policísticos
tado com uma segunda dosagem da
Baixa estatura (menos de 1,5 m)6
glicemia de jejum. Caso a glicemia

192
2014-2015 Diretrizes SBD

Quadro 2 Diagnóstico de DMG com TOTG com ingestão de 75 g de glicose


International Association
OMS/201312** NIH/201210* of the Diabetes and Pregnancy Study Groups**
(IADPSG, 20107) DA/2011 SBD/2011
Jejum 92-125 mg/dl 95 mg/dl 92 mg/dl
1 hora 180 mg/dl 180 mg/dl 180 mg/dl
2 horas 153-199 mg/dl 155 mg/dl 153 mg/dl

*Dois valores alterados confirmam o diagnóstico.


** Um valor alterado já confirma o diagnóstico.
OMS: Organização Mundial da Saúde; NIH: National Institute of Health/USA; ADA: American Diabetes Association; SBD: Sociedade Brasileira de Diabetes.

Quadro 3 Potenciais vantagens e desvantagens do uso do critério diagnóstico para DMG proposto pela International
Association of the Diabetes and Pregnancy Study Groups (IADPSG)
PRÓ CONTRA
Único cujos valores determinados pelo risco de complicações Não há validação da eficácia da intervenção
perinatais
Tem potencial de prevenir epidemia de obesidade Percentual significativo de macrossomia fetal não tem correlação
com DMG
Capacidade de detectar precocemente risco de macrossomia e Aumento do número de indicação de parto cirúrgico
hiperinsulinemia fetal
Custo-eficácia para prevenção de DM2 na mulher afetada13-14 Sobrecarga do sistema de saúde

glicemia de jejum de 92-125 mg/dl, do valor calórico total da dieta pode necerem elevados (jejum ≥ 95 mg/
uma hora ≥ 180 mg/dl ou duas horas de ser feito de acordo com o índice de d e uma hora pós-prandial ≥140
153 a 199 mg/dl, sendo que um ponto massa corporal (IMC)19,20 e visa a per- mg/d, ou duas horas pós-prandiais
alterado na curva já faz o diagnóstico mitir ganho de peso em torno de ≥ 120 mg/d), deve-se iniciar trata-
de DMG.12 A SBD, mesmo com as limita- 300 g a 400 g por semana, a partir mento farmacológico (B).19 O crité-
ções apresentadas, sugere a utilização do segundo trimestre de gravidez. rio de crescimento fetal para iniciar
dos novos critérios internacionais, pois O valor calórico total prescrito deve a insulinoterapia é uma alternativa
são os únicos determinados por estudo ter 40% a 45% de carboidratos, 15% sugerida por Buchanan quando a
que demonstrou associação entre os a 20% de proteínas e 30% a 40% de medida da circunferência abdominal
valores da glicemia materna e os des- gorduras (A).20 Podem-se utilizar ado- fetal for igual ou superior ao percentil
fechos perinatais (Quadro 3). çantes artificiais (aspartame, saca- 75 em uma ecografia realizada entre
rina, acessulfame-K e sucralose) com a 29a e a 33a semana de gestação (B).25
moderação (B).21,22 A dose inicial de insulina deve
Tratamento A prática de atividade física deve ser em torno de 0,5 U/kg, com ajus-
fazer parte do tratamento do DMG, tes individualizados para cada caso
Evidências recentes sugerem que respeitando-se as contraindicações (B). 26 Em geral, associam-se insuli-
a intervenção em gestantes com DMG obstétricas (B).23,24 nas humanas de ações intermediá-
pode diminuir a ocorrência de eventos Recomenda-se o monitoramento ria e rápida. Os análogos de insu-
adversos na gravidez (B).15-17 das glicemias capilares quatro a sete lina asparte e lispro têm vantagens
O tratamento inicial do DMG con- vezes por dia pré e pós-prandiais, sobre a insulina regular, promo-
siste em orientação alimentar que especialmente nas gestantes que vendo melhor controle dos níveis de
permita ganho de peso adequado e usam insulina. Se após duas semanas glicemia pós-prandiais com menor
controle metabólico (A).18 O cálculo de dieta os níveis glicêmicos perma- ocorrência de hipoglicemias (B). 27,28

193
Diretrizes SBD 2014-2015

O análogo de ação prolongada dete- As gestantes com ótimo controle forme as glicemias capilares. Quando
mir, após a conclusão de um estudo metabólico e que não apresentam o parto for de início espontâneo e já se
randomizado controlado realizado antecedentes obstétricos de morte tiver administrado a insulina diária, reco-
em mulheres com DM1, 29 foi recen- perinatal, macrossomia ou complica- menda-se manutenção de um acesso
temente classificado pela agência ções associadas, como hipertensão, venoso com infusão contínua de solução
reguladora norte-americana, a Food podem aguardar a evolução espontâ- de glicose, além do monitoramento da
and Drug Administration (FDA), nea para o parto até o termo.21 Não se glicemia capilar a cada hora. Durante o
como (B) para uso durante a gesta- indica cesariana pelo DMG, sendo a via trabalho de parto, deve-se manter a gli-
ção. A agência brasileira (Agência de parto uma decisão obstétrica. cemia em níveis entre 70 e 120 mg/d.19
Nacional de Vigilância Sanitária – No parto programado, a ges- É recomendada a presença de um neo-
Anvisa) ratificou esta classificação. tante necessita permanecer em jejum, natologista na sala de parto.
O uso de insulina glargina ainda não devendo-se suspender a insulina neu-
está oficialmente recomendado, tral protamine Hagedorn (NPH) e infun-
apesar de muitos relatos, com um dir uma solução de glicose a 5% ou 10% Pós-parto
número pequeno de casos, eviden- intravenosamente, com controle horário
ciarem a segurança dessa insulina da glicemia capilar; se necessário, admi- No primeiro dia após o parto, os
na gravidez (C). 9 nistrar infusão contínua de insulina regu- níveis de glicemia devem ser obser-
Um número crescente de estu- lar intravenosa com baixas doses (uma vados e a insulina basal deve ser sus-
dos não mostra efeitos deletérios do a duas unidades/hora) ou insulina regu- pensa. Orienta-se a manutenção de
uso na gestação de metformina31,32. lar, lispro ou asparte subcutânea, con- uma dieta saudável. A maioria das
Em relação a glibenclamida, os resul-
tados são discordantes quanto à efi-
Quadro 4 Recomendações e conclusões finais
cácia e à segurança. 33,34 Entretanto,
como os dois medicamentos ultra- Grau de
Recomendação ou conclusão
passam a barreira placentária 35,36 e os recomendação
estudos que avaliam crianças expos- O diagnóstico de DMG deve ser investigado em todas as grávidas
tas a eles, a longo prazo, ainda são sem diabetes pré-gestacional pela realização, a partir da 24a A
escassos, recomenda-se que o uso semana de gestação, de um TOTG com 75g de glicose anidra VO
de metformina e de glibenclamida A quantidade de calorias ingeridas deve ser baseada no IMC. O
deva ser indicado apenas nos casos valor calórico total recomendado deve ser composto por: 40% B
em que não se alcançou controle - 45% de carboidratos, 15% - 20% proteínas e 30% - 40% lipídeos
adequado da glicemia com medidas A prática de atividade física promoverá uma sensação de
não farmacológicas nos quais o uso bem-estar, menos ganho de peso, redução da adiposidade fetal,
de insulina não é viável (B). Outros melhor controle glicêmico e menos problemas durante o parto. A
agentes orais são contraindicados. atividade física é contraindicada em casos de: hipertensão A
induzida pela gravidez, ruptura prematura de membranas, parto
prematuro, sangramento uterino persistente após o segundo
trimestre, restrição de crescimento intrauterino
Parto
A recomendação de medicamentos antidiabéticos orais
glibenclamida e metformina no diabetes gestacional tem sido
A conduta obstétrica de uso de utilizada em alguns países. Estudos recentes têm mostrado a
corticosteroides para maturação pul- B
segurança da metformina e glibenclamida durante a gravidez,
monar fetal não é contraindicada, porém ainda existem dúvidas dos efeitos a longo prazo para a
mas eles devem ser administrados mãe e o filho
de forma concomitante ao monito- O uso de análogos de insulina de ação rápida, tais como a
ramento intensivo da glicemia e aos insulina aspart e lispro, é seguro durante a gravidez, propiciando
ajustes na dose da insulina. Também, um melhor controle dos níveis de glicemia pós-prandial e menor A
se necessário, podem-se utilizar toco- ocorrência de hipoglicemia. A insulina NPH humana é a primeira
escolha entre as insulinas basais
líticos para inibir o trabalho de parto
prematuro (D).37,38 (continua)

194
2014-2015 Diretrizes SBD

Quadro 4 Recomendações e conclusões finais (continuação)


2. The Expert Committee on the Dia-
O análogo de insulina de ação prolongada Glargina tem-se gnosis and Classification of Diabetes
mostrado seguro para utilização no diabetes gestacional, mas os Mellitus. Report of the Expert
C
relatos são de um número pequeno de casos e não permitem a
Committee on the Diagnosis and
sua indicação generalizada
Classification of Diabetes Mellitus.
O uso do análogo de insulina de ação prolongada detemir em Diabetes Care. 1997;20:1183-97.
gestantes com diabetes tipo 1 foi seguro e não inferior ao uso do
B 3. Oppermann MLR, Reichelt AJ,
NPH quanto ao controle glicêmico e à taxa de hipoglicemia.
Faltam estudos em diabetes gestacional Schmidt MI. Diabetes e gestação. In:
Duncan BB, Schmidt MI, Giuglia-ni ERJ
O uso de metformina ou de glibenclamida deve ser indicado
(eds.). Medicina ambulatorial: condu-
apenas nos casos em que não se alcançou controle adequado da
glicemia com medidas não farmacológicas nos quais o uso de B tas de atenção primária baseadas em
insulina não é viável. Glibenclamida pode estar relacionada com evidências. 3. ed. Porto Alegre: Artes
pior desfecho fetal. Médicas, 2004; p. 376-82.
Deve-se realizar um TOTG com 75 g de glicose seis semanas após o 4. Schmidt MI, Duncan BB, Reichelt AJ,
parto para avaliar o status glicêmico da paciente. Caso o teste esteja B Branchtein L, Matos MC, Costa e Forti
normal, realizar ao menos uma glicemia de jejum anualmente A, et al. Gestational diabetes mellitus
Mulheres com histórico de DMG, com o objetivo de prevenir diagnosed with a 2-h 75-g oral glu-
DM2, devem ser orientadas a reduzir peso corporal, manter cose tolerance test and adverse preg-
atividade física regular e evitar uso de contraceptivos compostos B nancy outcomes. Diabetes Care. 2001
apenas de progestágenos. O uso de metformina pode ser Jul;24(7):1151-5.
indicado para aquelas que apresentam intolerância à glicose. 5. Sacks DA, Hadden DR, Maresh
(A) Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência; (B) Estudos experimentais e M, Deerochanawong C, Dyer AR,
observacionais de menor consistência; (C) Relatos de casos – estudos não controlados; (D) Opinião Metzger BE, et al. Frequency of ges-
desprovida de avaliação crítica, baseada em consenso, estudos fisiológicos ou modelos animais.
tational diabetes mellitus at collabo-
rating centers based on IADPSG con-
sensus panel-recommended crite-
mulheres apresenta normalização O aleitamento materno por perío- ria: the Hyperglycemia and Adverse
das glicemias nos primeiros dias após dos maiores que três meses está rela- Pregnancy Outcome (HAPO) Study.
o parto. Deve-se estimular o aleita- cionado à redução do risco de desen- Diabetes Care. 2012 Mar;35(3):526-8.
mento materno.39 Caso ocorra hipergli- volvimento de DM2 após a gestação 42 6. Branchtein L, Schmidt MI, Matos MC,
cemia durante esse período, a insulina Por outro lado, o uso de contraceptivos Yamashita T, Pousada JM, Duncan
é o tratamento indicado. Deve-se evi- compostos apenas de progestágenos BB. Short stature and gestational dia-
tar a prescrição de dietas hipocalóricas está relacionado ao risco aumentado betes in Brazil. Brazilian Gestational
durante o período de amamentação. de desenvolvimento de DM2 após o Diabetes Study Group. Diabetologia.
É recomendado reavaliar a tole- parto.43 Mulheres com intolerância à gli- 2000;43:848-51.
rância à glicose a partir de seis sema- cose e histórico de DMG quando redu- 7. International Association of Diabetes
nas após o parto com glicemia de zem 7% do peso corporal, com prática and Pregnancy Study Group
jejum2,9 ou com um teste oral com 75 g de atividade física regular ou quando Recommendations on diagnosis and
de glicose,1 dependendo da gravidade utilizam metformina, tem decréscimo classification of hyperglycemia in preg-
do quadro metabólico apresentado de 53% da incidência de DM2.44 nancy. Diabetes Care. 2010;33:676-82.
na gravidez (B). Nas revisões ginecoló- 8. Federação Brasileira das Associações
gicas anuais, é fundamental recomen- de Ginecologia e Obstetrícia. Manual
dar a manutenção do peso adequado, Referências das gestações de alto risco. 2011.
revisando as orientações sobre dieta e Disponível em: http://www.febrasgo.
atividade física, e incluir a medida da 1. World Health Organization. Definition, com.br/extras/downloads/gestacao_
glicemia de jejum.40 Em torno de 15% diagnosis and classification of diabetes alto-risco_30-08.pdf.
a 50% das mulheres com DMG desen- mellitus and its complications: report 9. Committee Opinion n. 504. Screening
volvem diabetes ou intolerância à gli- of a WHO consultation. Geneva: World and diagnosis of gestational diabe-
cose após a gestação.41 Health Organization, 1999. tes mellitus. American College of

195
Diretrizes SBD 2014-2015

Obstetricians and Gynecologists. Applications of Research. Ann Intern 28. Pettitt DJ, Kolaczynski JW, Ospina P,
Obstet Gynecol. 2011;118:751-3. Med. 2013 May 28. doi: 10.7326/0003- Jovanovic L. Comparison of an insu-
10. National Institutes of Health Consensus 4819-159-2-201307160-00661. lin analog, insulin aspart, and regular
Development Conference: Diagnosing 18. Schirmer J et al. Assistência pré-natal: human insulin with no insulin in ges-
Gestational Diabetes Mellitus. 2013 manual técnico. Brasília: Secretaria de tacional diabetes mellitus. Diabetes
march. Disponível em: http://preven- Políticas de Saúde-SP/Ministério da Care. 2003;26:183-6.
tion.nih.gov/cdp/conferences/2013/ Saúde, 2000; 66p. 29. Mathiesen ER, Hod M, Ivanisevic M,
gdm/final-statement.aspx. 19. American Diabetes Association Garcia SD, Brøndsted L, Jovanovic
11. Metzger BE, Lowe LP, Dyer AR, Trimble Medical management of preg- L, et al. Maternal Efficacy and
ER, Chaovarindr U, Coustan DR et al. nancy complicated by diabetes. 3 Safety Outcomes in a Randomized,
Hyperglycemia and adverse preg- ed. American Diabetes Association, Controlled Trial Comparing Insulin
nancy outcomes. The HAPO Study Clinical Education Series. 2000. Detemir With NPH Insulin in 310
cooperative research group. N Engl J 20. Franz MJ, Horton ES, Bantle JP et al. Pregnant Women With Type 1
Med. 2008;358:1991-2002. Nutrition principles for the mana- Diabetes. Diabetes Care. 2012 Jul 30.
12. Diagnostic Criteria and Classification gement of diabetes and related 30. Negrato CA, Rafacho A, Negrato G et
of Hyperglycaemia First Detected in complications. Diabetes Care. 1994; al. Glargine vs NPH insulin the-rapy in
Pregnancy. World Health Organization 17(5):490-518. pregnancies complicated by diabetes:
2013.acesso em http://apps.who.int/ 21. ADA Reports. Position of the Ameri- an observational cohort study. Diab
iris/bitstream/10665/85975/1/WHO_ can Dietetic Association: use of nutri- Res Clin Pract. 2010;89(1):46.
NMH_MND_13.2_eng.pdf. tive and nonnutritive sweete-ners. J 31. Rowan JA, Hague WM, Wanzhen G,
13. Mission JF, Ohno MS, Cheng YW, Am Diet Assoc. 2004; 255-75. Battin M, Moore MP. Metformin ver-
Caughey AB. Gestational diabetes scree- 22. ADA Reports. Position of the American sus insulin for the treatment of ges-
ning with the new IADPSG guidelines: a Dietetic Association: nutricion and tational diabetes. N Engl J Med. 2008;
cost-effectiveness analysis. Am J Obstet lifestyle for a healthy pregnancy 358(19):2003-15.
Gynecol. 2012 Oct;207(4):326.e1-9. outcome. J Am Diet Assoc. 2002; 32. Rowan JA, Rush EC, Obolonkin V, Battin
14. Werner EF, Pettker CM, Zuckerwise L, 1022:1479-90. M, Wouldes T, Hague WM. Metformin
Reel M, Funai EF, Henderson J, et al. 23. American College of Obstetricians and in gestational diabetes: the offspring
Screening for gestational diabetes Gynecologists. Diabetes and preg- follow-up (MiG TOFU): body compo-
mellitus: are the criteria proposed nancy. Technical Bulletin. 1994. sition at 2 years of age. Diabetes Care.
by the international association of 24. Davies GAL, Wolfe LA, Mottola MF, 2011 Oct;34(10):2279-84.
the Diabetes and Pregnancy Study MacKinnon C. Joint SOGC/CSEP cli- 33. Langer O, Conway DL, Berkus MD,
Groups cost-effective? Diabetes nical practice guideline: exercise Xenaks EM, Gonzales O. A comparison
Care. 2012 Mar; 35(3):529-35. in pregnancy and the postpartum of glyburide and insulin in women
15. Crowther CA, Hiller JE, Moss JR, period. Can J Appl Physiol. 2003; with gestational diabetes mellitus. N
McPhee AJ, Jeffries WS, Robinsons JS. 28:329-41. Engl J Med. 2000;343:1134-8.
Effect of treatment of gestational dia- 25. Buchanan T, Kjos SL, Montoro 34. Cheng YW, Chung JH, Block-
betes mellitus on pregnancy outco- MN et al. Use of fetal ultrasound to Kurbisch I, Inturrisi M, Caughey AB.
mes. N Engl J Med. 2005;352: 2477-86. select metabolic therapy for pregnan- Treatment of gestational diabetes
16. Landon MB, Spong CY, Thom E et al. cies complicated by mild diabetes. mellitus: glyburide compared to
Multicenter, randomized trial of treat- Diabetes Care. 1994;17:275-83. subcutaneous insulin therapy and
ment for mild gestational diabetes. N 26. Hadden DR. When and how to start associated perinatal outcomes. J
Engl J Med. 2009;361:1339-48. insulin treatment in gestational dia- Matern Fetal Neonatal Med. 2012
17. Hartling L, Dryden DM, Guthrie A, Muise betes: a UK perspective. Diabetic Med. Apr;25(4):379-84.
M, Vandermeer B, Donovan L. Benefits 2001;18:960-4. 35. Hague WM, Davoran PH, McIntyre
and Harms of Treating Gestational 27. Jovanovic L, Ilic S, Pettitt DJ, Hugo D, et al. Metformin crosses the pla-
Diabetes Mellitus: A Systematic Review K, Gutierrez M, Bowsher RR et al. centa: a modulator for fetal insulin
and Meta-analysis for the U.S. Preventive Metabolic and immunologic effects resistance. BMJ 2003;327: 880-881.
Services Task Force and the National of insulin lispro in gestational diabetes. 36. Hebert MF1, Ma X, Naraharisetti SB,
Institutes of Health Office of Medical Diabetes Care. 1999;22:1422-7. Krudys KM, Umans JG, Hankins GD,

196
2014-2015 Diretrizes SBD

et al. Obstetric-Fetal Pharmacology and incidence of non-insulin-depen- tational diabetes mellitus. Diabetes
Research Unit Network. Are we opti- dent diabetes mellitus in Pima indians. 2012; 61:3167–3171
mizing gestational diabetes treatment The Lancet. 1997;350: 166-8. 43. Kjos S, Peters R, Xiang A, Thomas D,
with glyburide? The pharmacologic 40. American Diabetes Association. Schaefer U, Buchanan T. Contraception
basis for better clinical practice. Clin Physical activity/exercise and diabe- and the risk of type 2 diabetes mellitus
Pharmacol Ther. 2009 Jun;85(6):607-14. tes. Clinical practice recommenda- in Latina women with prior gestatio-
37. Secretaria de Políticas, Área Técnica da tions. Diabetes Care. 2004;27 (Suppl. nal diabetes mellitus. J Am Med Assoc
Saúde da Mulher. Avaliação da vitali- 1):S58-S62. 1998;280:533–538.
dade. In: Gestação de alto risco. Brasília: 41. Pridjiian G, Benjamin TD. Update on 44. Ratner RE, Christophi CA, Metzger
Ministério da Saúde, 2000; p.131. Gestational Diabetes. Obstet Gynecol BE, Dabelea D, Bennett PH,
38. Landon MB, Gabbe SG. Antepartum Clin N AM. 2010;32:255-67. Pi-Sunyer X, et al. Prevention of
fetal surveillance in gestational dia- 42. Ziegler A, Wallner M, Kaiser I, diabetes in women with a history
betes mellitus. Diabetes. 1985;34 Rossbauer M, Harsunen M, Lachmann of gestational diabetes: effects of
(Suppl. 2):50-4. L et al. Long-term protective effect of metformin and lifestyle interven-
39. Pettitt DJ, Forman MR, Hanson RL, lactation on the development of type tions.J Clin Endocrinol Metab. 2008
Knowler WC, Bennett PH. Breastfeeding 2 diabetes in women with recent ges- Dec;93(12):4774-9.

197

Você também pode gostar