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ANÁLISE ENERGÉTICA COMPARATIVA ENTRE SISTEMAS DE

CONDICIONAMENTO DE AR COM UTILIZAÇÃO DE ENERGIA SOLAR:


ESTUDO DE CASO PARA O EDIFÍCIO DO BLOCO G DO CENTRO DE
TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Rafael Japiassú Leitão

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Antonio MacDowell de Figueiredo

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL


FEVEREIRO DE 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Departamento de Engenharia Mecânica
DEM/POLI/UFRJ

ANÁLISE ENERGÉTICA COMPARATIVA ENTRE SISTEMAS DE


CONDICIONAMENTO DE AR COM UTILIZAÇÃO DE ENERGIA SOLAR:
ESTUDO DE CASO PARA O EDIFÍCIO DO BLOCO G DO CENTRO DE
TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Rafael Japiassú Leitão

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO


DE ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
ENGENHEIRO MECÂNICO.

Aprovado por:

__________________________________________________
Prof. Antonio MacDowell de Figueiredo, Dr.Ing. (Orientador)

__________________________________________________
Prof. Manuel Ernani de Carvalho Cruz, PhD

__________________________________________________
Prof. Nísio de Carvalho Lobo Brum, DSc

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL


FEVEREIRO DE 2014
Leitão, Rafael Japiassú

Análise energética comparativa entre sistemas de


condicionamento de ar com utilização de energia solar: Estudo de caso
para o edifício do bloco G do Centro de Tecnologia da Universidade
Federal do Rio de Janeiro / Rafael Japiassú Leitão – Rio de Janeiro:
UFRJ/ ESCOLA POLITÉCNICA, 2014.

XIII, 89p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Antonio MacDowell de Figueiredo

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/


Departamento de Engenharia Mecânica, 2014.

Referências Bibliográficas: p. 62-63.

1. Ar condicionado. 2. Energia solar. 3. Energy Plus™. I.


Figueiredo, Antonio MacDowell de. II. Universidade Federal do Rio
de Janeiro, Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Mecânica.
III. Análise energética comparativa entre sistemas de condicionamento
de ar com utilização de energia solar: Estudo de caso para o edifício do
bloco G do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro

iii
“Eu colocaria meu dinheiro na energia solar.

Que fonte de energia!

Espero não ser necessário aguardar que o petróleo e o carvão acabem

para encarar isto.”

Thomas Edison em conversa com Henry Ford e Harvey Firestone, em 1931.

iv
AGRADECIMENTOS

A Deus, primeiramente, pelo dom da vida e por guiar meus passos em todos os

momentos de minha vida.

A meus pais, Djalma Pinto Leitão Filho e Eloisa Japiassú de Oliveira Lima Leitão,

maiores incentivadores dos meus estudos, por estarem sempre ao meu lado, dizendo

palavras amorosas e me reconfortando nos momentos difíceis. Devo tudo que sou e

conquistei a vocês.

A meu querido irmão, Filipe Japiassú Leitão, pelo companheirismo e por todos

instantes divertidos que passamos juntos.

A minha avó, Ednar Japiassú de Oliveira Lima, por todo amor, carinho e fé

transmitidos a mim.

Aos amigos que fiz durante minha graduação por tornarem os momentos de estudo e

diversão mais alegres, sem os quais minha formação seria mais árdua.

Aos professores do Departamento de Engenharia Mecânica, em especial meu

orientador, prof. Antonio MacDowell de Figueiredo, pelos conhecimentos transmitidos

durante minha graduação.

Aos funcionários do Departamento de Engenharia Mecânica por sempre estarem

dispostos a me ajudar e me dar informações durante minha graduação.

A Alan Emanuel Ribeiro, Filipe Leite Brandão, Isabelle de Loys e Daniel Gomes de

Sousa por me ajudarem em momentos distintos dessa monografia, sem os quais esse

trabalho tornar-se-ia muito mais complicado.

A todos meus amigos e familiares por torcerem pelo meu sucesso e por todas as

demonstrações de amizade e carinho.

v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

ANÁLISE ENERGÉTICA COMPARATIVA ENTRE SISTEMAS DE


CONDICIONAMENTO DE AR COM UTILIZAÇÃO DE ENERGIA SOLAR:
ESTUDO DE CASO PARA O EDIFÍCIO DO BLOCO G DO CENTRO DE
TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Rafael Japiassú Leitão


Fevereiro/2014

Orientador: Antonio MacDowell de Figueiredo


Curso: Engenharia Mecânica

Este projeto visa avaliar a viabilidade de se implantar um sistema de ar condicionado


com aproveitamento de energia solar no edifício do bloco G do Centro de Tecnologia da
UFRJ, localizado na Cidade Universitária, na cidade do Rio de Janeiro.
A possibilidade de utilização de energia solar é uma alternativa tecnicamente possível e
interessante de ser considerada, principalmente porque, quando a potência frigorífica do
edifício é mais elevada, a radiação solar também é mais elevada. Dentre os sistemas de
condicionamento de ar solar, o sistema térmico - que associa coletores solares térmicos
com chiller de absorção - é o mais disseminado, na atualidade. Entretanto, dependendo
do caso, outras tecnologias podem ser vantajosas. Uma opção, por exemplo, é o sistema
elétrico - que associa painéis fotovoltaicos ao chiller convencional de compressão de
vapor.
Para esta comparação foram utilizadas a ferramenta de simulação EnergyPlus™ e
planilhas eletrônicas, onde primeiramente foram calculadas as cargas térmicas ao longo
do ano, e com isso, determinou-se as condições de conforto em que os sistemas de
refrigeração irão operar para, por seguinte, determinar-se o consumo de eletricidade
necessário ao chiller para manter estas condições.
O interesse do presente projeto é verificar se esses sistemas de ar condicionado solar são
economicamente mais vantajosos durante o ano.

vi
Abstract of Undergraduate Project presented to DEM/UFRJ as a part of fulfillment of
the requirements for the degree of Engineer.

COMPARATIVE ENERGETICS ANALISYS AMONG AIR CONDITIONING


SYSTEMS USING SOLAR ENERGY: CASE STUDY FOR BUILDING ON BLOCK
G OF TECHNOLOGY CENTER AT FEDERAL UNIVERSITY OF RIO DE
JANEIRO

Rafael Japiassú Leitão


February/2014

Advisor: Antonio MacDowell de Figueiredo


Course: Mechanical Engineering

This project aims to assess the feasibility of implementing air conditioning systems
using solar energy in the building on block G of Technology Center at Federal
University of Rio de Janeiro, located in University City, in the city of Rio de Janeiro.
The possibility of using solar energy is technically feasible and interesting to be
considered, mainly because generally when the building cooling load is higher, the solar
radiation is also higher. Among solar air conditioning systems, the thermal system -
which combines solar collectors with absorption chiller - is the most widespread,
nowadays. However, depending on the case, other technologies may take advantage.
One option, for example, is the electrical system - which combines photovoltaic panels
with conventional vapor compression chiller.
For this comparison we used the simulation tool EnergyPlus™ and spreadsheets, which
were first calculated thermal loads throughout the year and thus determine the
conditions of comfort that the cooling systems will operate for then, determine electric
consumption necessary for the chiller to keep these conditions.
The interest of this project is to verify if those solar air conditioning systems are
economically more advantageous throughout the year.

vii
SUMÁRIO

ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................... ix


ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................... x
LISTA DE ABREVIATURA E SÍMBOLOS ................................................................. xi
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
2. OBJETIVO ................................................................................................................ 3
3. SISTEMAS DE AR CONDICIONADO SOLAR .................................................... 4
3.1. Sistema de ar condicionado solar elétrico...................................................... 4
3.2. Sistema de ar condicionado solar térmico ..................................................... 5
3.3. Alternativas avaliadas nesse trabalho .......................................................... 14
4. PROJETO SOLAIR ................................................................................................ 17
4.1. O projeto ......................................................................................................... 17
4.2. Modificações ao modelo proposto pelo projeto SOLAIR........................... 19
4.3. Considerações aplicadas nesse trabalho ...................................................... 23
5. ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 26
5.1. O edifício ......................................................................................................... 26
5.2. Cálculo da carga térmica .............................................................................. 28
5.3. Cálculo potência frigorífica........................................................................... 36
5.4. Descrição dos sistemas de ar condicionado ................................................. 42
5.5. Consumo de energia e seu custo ................................................................... 45
6. RESULTADOS ....................................................................................................... 51
7. ANÁLISES ............................................................................................................. 56
7.1. Análise de investimento do sistema de ar condicionado solar elétrico...... 56
7.2. Dimensionamento do sistema de ar condicionado solar térmico ............... 57
8. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 62
ANEXOS ........................................................................................................................ 64

viii
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 3.1 - Diagrama esquemático de um sistema de condicionamento de ar elétrico


utilizando sistema de compressão de vapor...................................................................... 4
Figura 3.2 - Esquema simplificado do ciclo de absorção ................................................. 6
Figura 3.3 - Diagrama de entalpia-concentração para H2O-LiBr ..................................... 8
Figura 3.4 - Esquema de um sistema de condicionamento de ar com ciclo de absorção e
utilização de energia solar ................................................................................................ 9
Figura 3.5 - Exemplos de coletores, aplicáveis em ar condicionado solar ..................... 11
Figura 3.6 - Ciclo de refrigeração dessecante padrão com energia solar térmica .......... 14
Figura 5.1 - Planta baixa do térreo ................................................................................. 27
Figura 5.2 - Planta baixa do 2° andar ............................................................................. 27
Figura 5.3 - Perfil para ocupação, equipamentos e iluminação ao longo dos dias ......... 34
Figura 5.4 - Arranjo típico do sistema de ar condicionado e nomenclatura utilizada .... 38
Figura 5.5 - Esquema do sistema de ar condicionado solar térmico simulado ............... 42
Figura 5.6 - Esquema do sistema de ar condicionado solar elétrico simulado ............... 42
Figura 5.7 - Esquema do sistema de ar condicionado convencional simulado .............. 44
Figura 5.8 - Representação gráfica da conversão de potência em energia ..................... 45
Figura 6.1 - Consumo de eletricidade mensal de cada sistema ...................................... 51
Figura 6.2 - Porcentagem de utilização do aquecedor auxiliar....................................... 52
Figura 6.3 - Custo relativo ao consumo de energia elétrica mensal de cada sistema ..... 53
Figura 6.4 - Consumo de eletricidade com novo horário de funcionamento ................. 54
Figura 6.5 - Custo monetário do consumo como novo horário de funcionamento ........ 55
Figura 7.1 - Curva característica dos chillers de absorção da BROAD ......................... 58

ix
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 3.1 - Comparação de sistemas de absorção alimentados por energia solar ........ 11
Tabela 3.2 - Comparação entre os principais sistemas de ar condicionado solar........... 15
Tabela 5.1 - Dimensões das zonas .................................................................................. 28
Tabela 5.2 - Dados geográficos do edifício simulado .................................................... 29
Tabela 5.3 - Propriedades dos materiais das paredes ..................................................... 30
Tabela 5.4 - Propriedades de divisórias e portas localizadas em divisórias ................... 30
Tabela 5.5 - Propriedades das portas principais ............................................................. 30
Tabela 5.6 - Propriedades dos pisos ............................................................................... 31
Tabela 5.7 - Propriedades do teto externo ...................................................................... 31
Tabela 5.8 - Taxas de dissipação de calor ...................................................................... 32
Tabela 5.9 - Densidade de ocupação .............................................................................. 32
Tabela 5.10 - Taxas típicas de calor liberado por pessoas.............................................. 33
Tabela 5.11 - Taxas típicas de dissipação de calor de equipamentos elétricos .............. 33
Tabela 5.12 - Carga térmica total e horário de máximo ................................................. 35
Tabela 5.13 - Parâmetro de entrada no COMFORT....................................................... 36
Tabela 5.14 - Propriedades do ar do recinto oriundas do COMFORT ........................... 36
Tabela 5.15 - Valores típicos de fator de by-pass........................................................... 37
Tabela 5.16 - Constantes usadas na análise psicrométrica ............................................. 40
Tabela 5.17 – Condições de insuflamento no horário de máxima carga térmica de cada
zona................................................................................................................................. 41
Tabela 5.18 - Parâmetros aplicados no sistema de ar condicionado convencional ........ 46
Tabela 5.19 - Parâmetros aplicados no sistema de ar condicionado solar elétrico ......... 47
Tabela 5.20 - Parâmetros aplicados no sistema de ar condicionado solar térmico ........ 48
Tabela 5.21 - Tarifas de energia elétrica adotadas ......................................................... 49

x
LISTA DE ABREVIATURA E SÍMBOLOS

𝐴 Área ocupada pelos coletores solares térmicos


ABS Absorção
AG Água gelada
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
𝐵𝐹 Fator de desvio da serpentina (by-pass)
𝐶10 Constante
𝐶11 Constante
𝐶12 Constante
𝐶13 Constante
𝐶8 Constante
𝐶9 Constante
𝑐𝑝𝑎 Calor específico do ar
𝑐𝑝𝑣 Calor específico do vapor d’água
COFINS Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
COP Coeficiente de performance
𝐶𝑂𝑃𝐶𝑉 Coeficiente de performance do chiller elétrico de compressão de vapor
𝐶𝑂𝑃𝑆 Coeficiente de performance do chiller de absorção
𝐶𝑇 Carga térmica
CV Compressão a vapor
DC/AC Direct current - Alternate Current
DOE United States Department of Energy
𝐸0,𝑏𝑜𝑚𝑏 Energia primária consumida pela instalação dos coletores solares (bombas)
𝐸0,𝑐ℎ𝑖𝑙. Energia primária consumida pelo chiller solar
𝐸0,𝑐𝑜𝑛𝑣. Consumo de energia primária do sistema de ar condicionado convencional
𝐸0,𝑓𝑜𝑠𝑠𝑖𝑙 Energia primária consumida pelo aquecedor auxiliar (operando com
combustível fóssil)
𝐸0,𝑡𝑒𝑟𝑚. Consumo de energia primária do sistema de ar condicionado solar térmico
𝐸0,𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒 Energia primária consumida pela torre de resfriamento
𝐸𝐸,𝐹𝑉 Produção de energia elétrica a partir dos painéis fotovoltaicos
𝐸𝐸,𝑎𝑢𝑥 Energia elétrica total consumida pelo aquecedor auxiliar (operando com
eletricidade)
𝐸𝐸,𝑏𝑜𝑚𝑏 Energia elétrica consumida pela instalação dos coletores solares (bombas)
𝐸𝐸,𝑐ℎ𝑖𝑙. Energia elétrica consumida pelo chiller solar
𝐸𝐸,𝑐𝑜𝑛𝑣. Energia elétrica consumida pelo sistema de ar condicionado convencional

xi
𝐸𝐸,𝑒𝑙𝑒𝑡. Energia elétrica consumida pelo sistema de ar condicionado solar elétrico
𝐸𝐸,𝑡𝑒𝑟𝑚. Energia elétrica consumida pelo sistema de ar condicionado solar térmico
𝐸𝐸,𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒 Energia elétrica consumida pela torre de resfriamento
𝐸𝑇,𝑓𝑜𝑠𝑠𝑖𝑙 Energia térmica total consumida pelo aquecedor auxiliar (operando com
combustível fóssil).
𝐸𝑅𝐿𝐻 Taxa de calor latente efetiva do recinto
𝐸𝑅𝑆𝐻 Taxa de calor sensível efetiva do recinto
𝐸𝑆𝐻𝐹 Efetivo fator de calor sensível do recinto
𝑓𝑒𝑙,𝑏𝑜𝑚𝑏. Demanda específica de eletricidade da instalação solar (razão entre o
consumo de energia elétrica da instalação solar, isto é, das bombas, e a
energia térmica produzida pelos coletores)
𝑓𝑒𝑙,𝑐ℎ𝑖𝑙. Demanda específica de eletricidade do chiller de absorção (razão entre o
consumo de energia elétrica do chiller de absorção e a energia térmica
retirada do edifício pelo chiller solar)
𝑓𝑒𝑙,𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒 Demanda específica de eletricidade das torres de resfriamento (razão entre o
consumo de energia elétrica do sistema de rejeição de calor, isto é, das torres
de resfriamento, e a energia térmica rejeitada)
𝐺 Irradiância solar
ℎ𝐸𝐴 Entalpia específica do ar de mistura
ℎ𝑂𝐴 Entalpia específica do ar externo
ℎ𝑅𝐴 Entalpia específica do ar do recinto condicionado
ℎ𝑆𝐴 Entalpia específica do ar insuflado
ℎ𝑙𝑣 Entalpia de vaporização da água a 0°C
H2O Água
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
LiBr Brometo de Lítio
ṁSA Vazão mássica do ar insuflado
ṁ𝑂𝐴 Vazão mássica do ar externo
𝜂𝑏𝑜𝑖𝑙𝑒𝑟 Rendimento da caldeira a combustível fóssil
𝜂𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟 Eficiência dos coletores solares térmicos
𝜂𝑒 Eficiência do aquecedor elétrico
𝜂𝑓𝑜𝑠𝑠𝑖𝑙 Rendimento de conversão de energia primária do combustível fóssil
𝜂𝑔𝑟𝑖𝑑 Rendimento de conversão de energia primária da rede elétrica
NH3 Amônia
𝑃𝑎𝑡𝑚 Pressão atmosférica
𝑃𝑣_𝑂𝐴 Pressão parcial do vapor d’água do ar externo
𝑃𝑣_𝑅𝐴 Pressão parcial do vapor d’água no recinto condicionado

xii
𝑃𝑣𝑠_𝑂𝐴 Pressão parcial do vapor d’água saturado do ar externo
𝑃𝑣𝑠_𝑅𝐴 Pressão parcial do vapor d’água saturado no recinto condicionado
𝑃𝑣𝑠_𝑎𝑑𝑝 Pressão parcial do vapor saturado no ponto de orvalho do equipamento
PIS Programa de Integração Social
𝑄𝑎𝑢𝑥 Energia térmica fornecida ao chiller solar proveniente do aquecedor auxiliar
𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 Energia térmica retirada do edifício pelo sistema de condicionamento de ar
𝑄𝑒𝑣𝑎𝑝 Calor retirado do ar por meio do evaporador
𝑄𝑔𝑒𝑟 Calor fornecido ao gerador pelos coletores solares
𝑄𝑠𝑜𝑙𝑎𝑟 Energia térmica fornecida ao chiller solar proveniente dos coletores térmicos
𝑅𝐿𝐻 Parcela latente da carga térmica
𝑅𝑆𝐻 Parcela sensível da carga térmica
𝑅𝑆𝐻𝐹 Fator de calor sensível do recinto
𝑠 Fração solar do sistema
SI Sistema internacional de unidades
𝑡𝐸𝐴 Temperatura de bulbo seco do ar de mistura
𝑡𝑂𝐴 Temperatura de bulbo seco do ar externo
𝑡𝑅𝐴 Temperatura de bulbo seco do ar do recinto condicionado
𝑡𝑆𝐴 Temperatura de bulbo seco do ar insuflado
𝑡𝑎𝑑𝑝 Temperatura de ponto de orvalho do equipamento
𝑈𝑅𝑂𝐴 Umidade relativa do ar externo
𝑈𝑅𝑅𝐴 Umidade relativa do ar do recinto condicionado
𝜐𝑂𝐴 Volume específico do ar externo
VcI Valor da tarifa de energia, inclusos os impostos
VsI Valor da tarifa de energia, sem considerar os impostos
𝜔𝑂𝐴 Razão de umidade do ar externo
𝜔𝑅𝐴 Razão de umidade do ar do recinto condicionado
𝜔𝑎𝑑𝑝 Razão de umidade do ar no ponto de orvalho do equipamento
𝛥𝐸0,𝑟𝑒𝑙. Poupança relativa de energia primária

xiii
1. INTRODUÇÃO

Sistemas de condicionamento de ar são imprescindíveis na sociedade atual. A

principal aplicação do ar condicionado tem como finalidade proporcionar um ambiente

interior cujas condições se mantenham relativamente constantes, dentro dos padrões que

ofereçam mais conforto às pessoas, apesar das variações das condições meteorológicas

exteriores e das cargas térmicas interiores.

Em uma cidade como o Rio de Janeiro, onde o clima tropical úmido predomina

durante a maioria dos meses do ano, o condicionamento de ar torna-se ainda mais

importante.

Atualmente o sistema de ar condicionado mais comumente utilizado, tanto em

escala doméstica quanto industrial, é o sistema por compressão a vapor, que tem como

característica um elevado consumo de energia elétrica, além disso, utiliza fluidos

refrigerantes que são danosos ao ambiente, contribuindo com a destruição da camada de

ozônio.

A preocupação com o crescimento acelerado do consumo de energia tem se

intensificado com o passar dos anos e o ar condicionado é um alvo importante quando

se deseja reduzir esse consumo em uma edificação.

Nesse sentido, por exemplo, é possível considerar o uso de sistemas que operem

termicamente ao invés da utilização da convencional operação elétrica, tais como,

chillers de absorção. Da mesma forma, é possível também a utilização de sistemas

híbridos alimentados por fontes de energia renováveis, como por exemplo, solar ou

biomassa (AFONSO, 2006).

O aproveitamento da energia gerada pelo Sol, inesgotável na escala terrestre, tanto

como fonte de calor quanto de luz, hoje sem sombra de dúvidas, uma das alternativas

energéticas mais promissoras.

1
Essa alternativa torna-se mais interessante ainda pelo fato de que a maior

disponibilidade de recurso solar acontece nas horas do dia, nas quais o uso do ar

condicionado no edifício é maior. Ou seja, nos momentos em que o sistema de ar

condicionado apresenta uma demanda de energia mais elevada, a disponibilidade do

recurso solar também é mais elevada (KIM; FERREIRA, 2007).

2
2. OBJETIVO

Esse trabalho tem como objetivo estudar a utilização de energia solar no sistema de

condicionamento de ar do bloco G do Centro de Tecnologia da UFRJ, na cidade do Rio

de Janeiro, simulando a operação de cada uma das seguintes alternativas de sistemas de

ar condicionado solar:

• Sistema de refrigeração por absorção alimentado por energia solar térmica,

através de coletores solares.

• Sistema de refrigeração por compressão de vapor alimentado por energia solar

fotovoltaica, através de painéis fotovoltaicos.

Isso será realizado, através do cálculo, para cada um dos sistemas acima, do

consumo de energia elétrica resultante de sua operação durante um ano. Esse cálculo

será realizado da seguinte maneira:

Inicialmente será obtido o desempenho térmico do edifício, através do cálculo da

carga térmica pelo software Energy Plus, seguido da análise psicrométrica para cálculo

da potência frigorífica e das condições de insuflamento do ar.

A seguir será utilizada uma formulação sugerida pelo Projeto SOLAIR (2009) da

União Europeia e modificada por ARA (2010), adaptada para o caso analisado nessa

monografia, que a partir da potência frigorífica e de parâmetros dos sistemas, calcula-se

o consumo de energia então, com dados das tarifas de energia elétrica provenientes da

distribuidora de energia LIGHT, o custo associado ao consumo dessa energia pode ser

mensurado.

3
3. SISTEMAS DE AR CONDICIONADO SOLAR

Existem duas possibilidades de se obter condicionamento de ar ou refrigeração a

partir da radiação solar. Uma delas ocorre a partir da transformação da radiação solar

em eletricidade e outra a partir da transformação da radiação solar em calor

(HENNING, 2007).

3.1. Sistema de ar condicionado solar elétrico

O sistema de refrigeração solar elétrico, aquele no qual a energia solar é

transformada em eletricidade, consiste principalmente de painéis fotovoltaicos e de um

dispositivo de refrigeração movido à eletricidade.

Embora haja outras opções tecnológicas como sistemas Peltier fotovoltaicos e

sistemas de resfriamento evaporativo fotovoltaico, observa-se uma ampla utilização de

sistemas de compressão de vapor (ARA, 2010). Nesse caso, a energia elétrica gerada

nos painéis fotovoltaicos é usada no compressor do chiller.

Figura 3.1 - Diagrama esquemático de um sistema de condicionamento de ar


elétrico utilizando sistema de compressão de vapor (KIM; FERREIRA, 2007)

É importante notar que é possível a alocação de módulos fotovoltaicos tanto na

cobertura quanto na fachada dos edifícios, tornando o sistema de ar condicionado solar

elétrico uma opção interessante em casos no quais a área a ser aproveitada pelos painéis

fotovoltaicos seja significativa.

4
O grande problema dos sistemas de ar condicionado solar elétricos segundo KIM;

FERREIRA (2007) corresponde aos custos ainda elevados de aquisição dos painéis

fotovoltaicos.

3.2. Sistema de ar condicionado solar térmico

O sistema de ar condicionado solar térmico, aquele no qual se usa o calor

proveniente da energia solar para produzir o efeito de refrigeração, utiliza coletores

solares com a finalidade de alimentar o processo de condicionamento de ar.

Segundo HENNING (2007), os sistemas térmicos de ar condicionado solar podem

ser subdivididos, conforme o processo térmico no qual se baseiam, em: sistemas termo-

mecânicos ou sistemas com transformação de calor.

Os sistemas termomecânicos convertem o calor gerado pelos coletores solares em

trabalho mecânico, através de uma máquina térmica, que por sua vez aciona um

compressor mecânico de uma máquina de refrigeração de compressão de vapor.

Os sistemas com transformação de calor usam a atração física ou química entre um

par de substâncias para produzir o efeito de refrigeração. Esse tipo de sistema tem uma

capacidade única de transformar energia térmica diretamente em capacidade frigorifica

(KIM; FERREIRA, 2007).

Os sistemas com transformação de calor podem ser classificados, de acordo com o

processo físico-químico que apresentam, em sistemas de absorção, adsorção ou

dessecantes (ARA, 2010).

Dentre os sistemas de ar condicionado solar já instalados no mundo, a maioria deles

adota a tecnologia solar térmica alimentando o sistema por absorção (ARA, 2010). A

Figura 3.2 a seguir mostra um esquema do ciclo de absorção:

5
Figura 3.2 - Esquema simplificado do ciclo de absorção (ARA, 2010)

Iniciando a análise do ciclo da Figura 3.2, constata-se que é fornecido calor ao

gerador, calor este, que é proveniente da fonte quente que corresponde aos coletores

solares.

Esse calor é utilizado para aquecer a solução no gerador. O aquecimento desta

mistura tem como finalidade promover a vaporização do fluido refrigerante (usualmente

água), separando-o da substância absorvente (usualmente brometo de lítio). Devido ao

processo de evaporação, a concentração de refrigerante no gerador diminui, obtendo-se

uma solução diluída. Esta solução diluída retorna ao absorvedor passando por um

trocador de calor da solução que tem como função pré-aquecer a solução que vai entrar

no gerador. A solução diluída que sai do gerador, no estado liquido, passa ainda pela

válvula de expansão que diminui a pressão do fluido antes deste chegar ao absorvedor.

O vapor de refrigerante produzido no gerador vai para condensador. No

condensador o refrigerante, no estado gasoso, liberta calor para o meio ambiente até

condensar, ou seja, até atingir o estado líquido.

O fluido segue para a válvula de expansão. Nesta válvula ocorre uma redução brusca

de pressão e de temperatura. O refrigerante chega ao evaporador, onde o diferencial de

temperatura em relação ao meio a refrigerar permite a absorção de calor. O fluido

refrigerante retira calor do ambiente até vaporizar por completo. Esgotada a capacidade

6
de arrefecimento, o vapor de refrigerante chega ao absorvedor. O vapor de refrigerante

vai ser absorvido pela solução binária que se encontra no absorvedor, até ao limite de

saturação da mesma. Este processo de absorção ocorre com libertação de calor para o

meio ambiente e tal como no condensador, a troca de calor pode ser potenciada com o

auxílio de ventiladores ou com um sistema de arrefecimento a água. Por fim a solução é

impulsionada pela bomba, que eleva a pressão do sistema criando um diferencial de

pressão e assegurando o funcionamento do sistema através da circulação dos fluidos.

Como foi dito anteriormente, em aplicações de condicionamento de ar para

conforto, é mais comum utilizar chiller com solução de H2O-LiBr (Refrigerante-

Absorvente). Os sistemas de H2O-LiBr trabalham a pressões abaixo da atmosférica e

apresentam um porte maior, se comparados a sistemas de NH3-H2O (mais comuns

quando temperaturas do refrigerante abaixo de 0 °C são requeridas), devido ao baixo

volume específico do vapor e uma maior complexidade em sua construção, para impedir

a entrada de ar.

A solução de H2O-LiBr tende a se solidificar a baixas temperaturas, existindo a

possibilidade de ocorrer cristalização do brometo de lítio. Esta cristalização pode ser

ocasionada devido à elevada concentração da solução ou a redução excessiva da

temperatura da mesma. Esta cristalização normalmente ocorre na solução que deixa o

gerador, antes de sua entrada no absorvedor.

A faixa de temperatura de operação e concentração da solução de H2O-LiBr, na qual

pode ocorrer à cristalização, está indicada na Figura 3.3.

7
Figura 3.3 - Diagrama de entalpia-concentração para H2O-LiBr (ASHRAE, 2006)

Um esquema de um sistema de ar condicionado solar baseado em ciclo de absorção

é mostrado na Figura 3.4. Como se pode ver nessa figura, o calor que alimenta o

gerador é fornecido pelos coletores solares, e a retirada de calor do ciclo, tanto no

absorvedor quanto no condensador, é realizada com o auxílio da torre de resfriamento.

Observa-se, também, que a água gelada obtida no evaporador é utilizada para o

condicionamento de ar do edifício (ARA, 2010).

8
Figura 3.4 - Esquema de um sistema de condicionamento de ar com ciclo de
absorção e utilização de energia solar (ARA, 2010)

Percebe-se também pela Figura 3.4, que neste tipo de sistema normalmente existem

reservatórios térmicos responsáveis por dar uma maior estabilidade do sistema. Além disso, o

fornecimento de calor através dos coletores solares em grande parte das soluções não é

suficiente, sendo por isso necessário utilizar-se um aquecedor auxiliar de modo a garantir o

fornecimento total de calor necessário ao sistema de absorção.

Para sistemas desse tipo, o desempenho energético é medido pelo Coeficiente de

Performance (COP), que pode ser expresso da seguinte forma:

𝑄𝑒𝑣𝑎𝑝
𝐶𝑂𝑃 =
𝑄𝑔𝑒𝑟

Onde:

𝑄𝑒𝑣𝑎𝑝 Calor retirado do ar por meio do evaporador

𝑄𝑔𝑒𝑟 Calor fornecido ao gerador pelos coletores solares

9
Os ciclos de refrigeração por absorção podem ser classificados, quanto ao tipo de

acionamento como: acionamento de queima direta ou acionamento de queima indireta.

Os sistemas de refrigeração por absorção de queima indireta utilizam vapor ou água

quente (caso aplicado nesse trabalho, pois a água provem dos coletores solares) como

fonte de calor para acionamento do chiller. Os sistemas de absorção que utilizam a

energia térmica proveniente da queima de combustíveis no próprio equipamento são

denominados de queima direta. Nestes, o gerador é constituído de uma caldeira para a

queima do combustível responsável pela elevação da temperatura da solução.

Os sistemas de refrigeração por absorção mais encontrados nos fabricantes são de

simples e duplo efeito. Os sistemas de absorção de triplo efeito ainda se encontram em

aperfeiçoamento para uso comercial. O número de estágios (ou efeitos) indica a

quantidade de vezes em que o calor da fonte quente é aproveitado.

Os ciclos de simples efeito utilizam a energia térmica uma vez e apenas um gerador

é necessário para a separação do vapor de refrigerante da solução. Já nos ciclos de duplo

efeito o calor é aproveitado duas vezes em geradores distintos. O vapor de refrigerante

de alta pressão produzido no gerador do primeiro estágio é condensado e o calor

presente neste condensado é aproveitado no gerador de baixa pressão, produzindo vapor

de refrigerante pela segunda vez.

O trocador de calor entre o primeiro e segundo estágios do gerador recupera parte da

quantidade de vapor de refrigerante se comparado com o ciclo de um estágio, podendo

assim, alcançar coeficientes de performance (COP) maiores.

Dependendo do número de estágios existentes no ciclo, são necessárias diferentes

temperaturas do fluido quente vindo dos coletores e diferentes valores de COP são

obtidos (ARA, 2010), conforme ilustra a Tabela 3.1.

10
Tabela 3.1 - Comparação de sistemas de absorção alimentados por energia solar
(GROSSMANN, 2002)

Temperatura
Número de Radiação solar Tipo de
COP típico da fonte de
estágios requerido [kW]* coletor
calor [°C]
Simples efeito 0,7 85 1,43 coletor plano
coletor plano
Duplo efeito 1,2 130 0,83
ou CPC**
tubo a vácuo
Triplo efeito 1,7 220 0,59 ou
concentrador
*
Estimativa por kW de potência frigorífica.
**
Compound Parabolic Collector

Figura 3.5 - Exemplos de coletores, aplicáveis em ar condicionado solar


(GUIDELINES SOLAIR, 2009)

A eficiência de um coletor solar é determinada principalmente pela sua temperatura

de funcionamento. Em uma temperatura de funcionamento mais elevada, o coletor

perde mais calor ao ambiente e proporciona menos calor ao chiller. Por outro lado, o

chiller geralmente funciona mais eficientemente com uma temperatura mais elevada.

11
Um sistema solar térmico deve ser projetado considerando essas duas tendências

opostas (KIM; FERREIRA, 2007).

Sabe-se que coletores mais baratos, em geral, aquecem os fluidos a temperaturas

menores e reduzem o COP do sistema (ARA, 2010). Entretanto, quando se adotam

coletores mais baratos a redução dos custos de aquisição do sistema é mais relevante do

que o aumento nos custos causados pela grande área coletora adotada em vista da

redução do COP do sistema (KIM; FERREIRA, 2007).

Outro sistema de ar condicionado solar térmico com transformação de calor é o

sistema com ciclo de adsorção. O fenômeno de adsorção é um fenômeno de adesão

reversível, da qual resulta a acumulação de uma substância gasosa na superfície de um

corpo, tipicamente uma superfície constituída por um material poroso.

A diferença entre adsorção e absorção reside no fato de que, nesse último processo,

o fluido se mistura com o absorvente para formar uma solução.

No caso do ciclo de adsorção, a substância que adsorve o refrigerante é solida e atrai

as moléculas do refrigerante sobre a superfície por força física ou química e não muda

sua forma no processo (KIM; FERREIRA, 2007).

Com relação aos pares refrigerante – adsorvente, os mais utilizados, neste caso, são

zeolita-água, zeolita–refrigerantes orgânicos, gel de sílica–água e carvão ativado–

metanol. Diferentemente dos sistemas por absorção, esses sistemas por adsorção evitam

o uso de bomba para a solução e são relativamente mais silenciosos durante a operação,

além de demandar temperaturas relativamente baixas do fluido proveniente dos

coletores solares, a partir de 60°C. Entretanto, os valores de COP alcançados são mais

baixos, da ordem de 0,3 a 0,7, em relação aos valores de COP do ciclo de absorção, que

podem superar a unidade (ARA, 2010).

12
Nos sistemas por adsorção, um dos principais problemas consiste na necessidade de

se ter chillers relativamente grandes. Isto pode ser afirmado pois, devido à tecnologia

empregada, para que se satisfaçam as mesmas cargas térmicas atendidas por chillers de

absorção, são necessários equipamentos bem maiores e maios pesados (ARA, 2010).

Ainda existem os sistemas dessecantes que, junto com as tecnologias por absorção e

adsorção, compõem os sistemas de ar condicionado solar térmico com transformação de

calor.

Diferentemente dos sistemas absortivo e adsortivo, sistemas estes classificados

como fechados, o sistema dessecante é aberto, ou seja, há contato físico entre

refrigerante e o ar a ser condicionado.

Enquanto os chillers acionados termicamente produzem água gelada, que é

fornecida à serpentina de qualquer tipo de equipamento de ar condicionado, os ciclos de

refrigeração abertos produzem ar condicionado diretamente.

Usualmente, esses sistemas são compostos pela combinação de um processo de

resfriamento evaporativo e um processo de desumidificação, a partir de um material

higroscópico, líquido ou sólido, chamado de dessecante, em geral, gel de sílica ou

cloreto de lítio (HENNING, 2007). Neste caso, o calor proveniente dos coletores solares

é usado para possibilitar o processo de desumidificação do fluxo de ar (ARA, 2010).

13
Figura 3.6 - Ciclo de refrigeração dessecante padrão com energia solar térmica
(HENNING, 2007)

Os sistemas dessecantes são utilizados somente em casos bastante específicos. Essa

tecnologia, de acordo com KIM, FERREIRA (2007), “onde há uma grande demanda

por ventilação e desumidificação do ar, [...] pode ser uma boa opção”.

3.3. Alternativas avaliadas nesse trabalho

A partir do que já foi apresentado é possível afirmar que existem duas possibilidades

de se obter condicionamento de ar a partir da radiação solar. Uma delas ocorre a partir

da transformação da radiação solar em eletricidade, utilizando painéis fotovoltaicos, e

outra a partir da transformação da radiação solar em calor, através de coletores solares.

Embora sejam viáveis tecnicamente, os sistemas de ar condicionado solar têm como

maior empecilho o elevado custo inicial de aquisição dos componentes da parcela solar

do sistema, seja painéis fotovoltaicos ou coletores solares. A Tabela 3.2 apresenta as

características relevantes dos principais sistemas de ar condicionado solar.

14
Tabela 3.2 - Comparação entre os principais sistemas de ar condicionado solar
(ARA, 2010)

Classe de Tecnologia de Comentários sobre a tecnologia de


Sistema solar
sistema refrigeração ar condicionado solar
Os custos altos e baixa eficiência dos
painéis fotovoltaicos podem ser uma
Compressão de limitação, porém integração dos
Elétrico Fotovoltaico
vapor painéis fotovoltaicos à edificação e a
expansão do mercado fotovoltaico
pode favorecer essa alternativa.
Os custos muito altos dos sistemas
Termo- Compressão de solares e a baixa eficiência limitam a
mecânico vapor tecnologia aos projetos de
desenvolvimento e demonstração.
Apesar dos custos ainda elevados,
apresentam desempenho energético e
Absorção maturidade tecnológica significativos,
constituindo-se na tecnologia mais
Térmico utilizada.
Com altos custos e baixa eficiência e
Transformação
com necessidade de equipamentos
de calor Adsorção
grandes, são interessantes apenas em
casos específicos.
Podem ser interessantes apenas em
casos específicos onde há grande
Dessecantes
demanda por ventilação e
desumidificação do ar.

Conforme pode ser observado na tabela acima, em relação aos sistemas de ar

condicionado solar apresentados, pode-se destacar as seguintes alternativas: o sistema

de ar condicionado solar térmico por absorção, devido a sua maturidade tecnológica e

por ser a opção mais utilizada mundialmente, e o sistema de ar condicionado solar


15
elétrico fotovoltaico associado a um chiller convencional de compressão a vapor, devido

ao grande potencial é apresentado pelos sistemas fotovoltaicos especialmente quando se

otimiza o aproveitamento solar, através, por exemplo, da integração dos painéis com o

edifício.

Diante de tudo que foi apresentado até aqui, essa monografia visa comparar o

consumo de energia elétrica, durante o ano, entre um sistema convencional de ar

condicionado e as duas principais opções de sistemas de ar condicionado solar, ou seja,

a solar térmica por absorção e a solar fotovoltaica associada a um sistema de

compressão a vapor, ambos os casos aplicados ao edifício do bloco G do Centro de

Tecnologia da UFRJ, na cidade do Rio de Janeiro.

16
4. PROJETO SOLAIR

4.1. O projeto

O SOLAIR foi um projeto financiado pelo programa Intelligent Energy Europe da

União Europeia com 13 parceiros (entre eles, institutos de pesquisas, empresas de

consultoria, indústrias, instituições públicas e privadas) de nove países (Áustria, França,

Alemanha, Grécia, Itália, Holanda, Portugal, Eslovénia e Espanha). Esse projeto foi

lançado no início de 2007 e terminou no final de 2009.

O objetivo do SOLAIR foi promover e fortalecer o uso de sistemas de ar

condicionado solares. Para isto, o projeto visava: promover a implementação desses

sistemas, difundir o conhecimento sobre a tecnologia (know-how), criar um conjunto de

instrumentos para auxiliar o crescimento desse mercado, elaborar um conjunto de metas

para este crescimento e divulgar as atividades em nível nacional e internacional.

O projeto SOLAIR produziu diversos documentos, dentre eles, um denominado

Guidelines, no qual apresenta as diretrizes para seleção, análise e projeto de sistemas de

ar condicionado solar. Esse documento apresenta um equacionamento para o cálculo da

poupança de energia primária de um sistema de refrigeração solar térmico se comparado

com um sistema de referência, ou seja, um sistema de convencional de ar condicionado

por compressão a vapor.

Energia primária é a energia retirada de uma fonte primária de energia, ou seja, uma

fonte de energia que existe em forma natural na natureza e pode gerar energia de forma

direta, antes das transformações que levaram ao uso final do recurso energético.

As equações presentes no arquivo Guidelines são mostradas a seguir:

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 (1 − 𝑠) 𝑠 𝑓𝑒𝑙,𝑏𝑜𝑚𝑏. 𝐶𝑂𝑃𝑆 𝑓𝑒𝑙,𝑐ℎ𝑖𝑙. 𝑓𝑒𝑙,𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒 (𝐶𝑂𝑃𝑆 + 1)


𝐸0,𝑡𝑒𝑟𝑚. = � + + + �
𝐶𝑂𝑃𝑆 𝜂𝑏𝑜𝑖𝑙𝑒𝑟 𝜂𝑓𝑜𝑠𝑠𝑖𝑙 𝜂𝑔𝑟𝑖𝑑 𝜂𝑔𝑟𝑖𝑑 𝜂𝑔𝑟𝑖𝑑

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 1
𝐸0,𝑐𝑜𝑛𝑣. =
𝐶𝑂𝑃𝐶𝑉 𝜂𝑔𝑟𝑖𝑑

17
𝐸0,𝑐𝑜𝑛𝑣. − 𝐸0,𝑡𝑒𝑟𝑚.
𝛥𝐸0,𝑟𝑒𝑙. =
𝐸0,𝑐𝑜𝑛𝑣.

Onde:

𝐸0,𝑡𝑒𝑟𝑚. Consumo de energia primária do sistema de ar condicionado solar térmico

𝐸0,𝑐𝑜𝑛𝑣. Consumo de energia primária do sistema de ar condicionado convencional

𝛥𝐸0,𝑟𝑒𝑙. Poupança relativa de energia primária

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 Energia térmica retirada do edifício pelo sistema de condicionamento de ar

𝐶𝑂𝑃𝑆 Coeficiente de Performance do chiller de absorção

𝐶𝑂𝑃𝐶𝑉 Coeficiente de Performance do chiller elétrico de compressão de vapor

𝑠 Fração solar do sistema

𝑓𝑒𝑙,𝑏𝑜𝑚𝑏. Demanda específica de eletricidade da instalação solar (razão entre o

consumo de energia elétrica da instalação solar, isto é, das bombas, e a

energia térmica produzida pelos coletores)

𝑓𝑒𝑙,𝑐ℎ𝑖𝑙. Demanda específica de eletricidade do chiller de absorção (razão entre o

consumo de energia elétrica do chiller de absorção e a energia térmica

retirada do edifício pelo chiller solar)

𝑓𝑒𝑙,𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒 Demanda específica de eletricidade das torres de resfriamento (razão entre o

consumo de energia elétrica do sistema de rejeição de calor, isto é, das torres

de resfriamento, e a energia térmica rejeitada)

𝜂𝑏𝑜𝑖𝑙𝑒𝑟 Rendimento da caldeira a combustível fóssil

𝜂𝑓𝑜𝑠𝑠𝑖𝑙 Rendimento de conversão de energia primária do combustível fóssil

𝜂𝑔𝑟𝑖𝑑 Rendimento de conversão de energia primária da rede elétrica

Tendo como partida as equações acima será desenvolvido o método de análise

energética a ser aplicado neste trabalho, seguindo o que foi feito por ARA (2010).

Ainda segundo ARA (2010), dois comentários importantes devem ser feitos:

18
• O cálculo proposto pelo projeto SOLAIR determina os valores de consumo de

energia primária do sistema de ar condicionado e não de consumo de energia

elétrica do sistema de ar condicionado no próprio edifício, no local de uso.

• O equacionamento não contempla a análise energética do sistema de ar

condicionado solar elétrico, que como foi apresentado anteriormente, é objeto de

estudo deste trabalho.

4.2. Modificações ao modelo proposto pelo projeto SOLAIR

Todo equacionamento feito neste subcapítulo baseia-se em ARA (2010). Dito isto, a

primeira modificação, ao equacionamento proposto em GUIDELINES SOLAIR (2009),

é: deve-se obter o consumo de energia elétrica do sistema de ar condicionado e não o

consumo de energia primária do sistema. Inicialmente, será analisada a equação

associada ao sistema de ar condicionado solar térmico por absorção que é repetida

abaixo.

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 (1 − 𝑠) 𝑠 𝑓𝑒𝑙,𝑏𝑜𝑚𝑏. 𝐶𝑂𝑃𝑆 𝑓𝑒𝑙,𝑐𝑜𝑙. 𝑓𝑒𝑙,𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒 (𝐶𝑂𝑃𝑆 + 1)


𝐸0,𝑡𝑒𝑟𝑚. = � + + + �
𝐶𝑂𝑃𝑆 𝜂𝑏𝑜𝑖𝑙𝑒𝑟 𝜂𝑓𝑜𝑠𝑠𝑖𝑙 𝜂𝑔𝑟𝑖𝑑 𝜂𝑔𝑟𝑖𝑑 𝜂𝑔𝑟𝑖𝑑

Cada parcela equação acima representa uma parte da energia primária total

consumida que foi transformada por processos diferentes, conforme esta listado abaixo:

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 (1 − 𝑠) Energia primária consumida pelo aquecedor


𝐸0,𝑓𝑜𝑠𝑠𝑖𝑙 =
𝐶𝑂𝑃𝑆 𝜂𝑏𝑜𝑖𝑙𝑒𝑟 𝜂𝑓𝑜𝑠𝑠𝑖𝑙
auxiliar (operando com combustível fóssil).

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 𝑠 𝑓𝑒𝑙,𝑏𝑜𝑚𝑏. Energia primária consumida pela instalação


𝐸0,𝑏𝑜𝑚𝑏 =
𝐶𝑂𝑃𝑆 𝜂𝑔𝑟𝑖𝑑
dos coletores solares (bombas).

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 𝐶𝑂𝑃𝑆 𝑓𝑒𝑙,𝑐ℎ𝑖𝑙.


𝐸0,𝑐ℎ𝑖𝑙. = Energia primária consumida pelo chiller solar.
𝐶𝑂𝑃𝑆 𝜂𝑔𝑟𝑖𝑑

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 𝑓𝑒𝑙,𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒 (𝐶𝑂𝑃𝑆 + 1) Energia primária consumida pela torre de


𝐸0,𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒 =
𝐶𝑂𝑃𝑆 𝜂𝑔𝑟𝑖𝑑
resfriamento.

19
Primeiramente, deve-se multiplicar cada termo pelo rendimento associado à energia

primária, ou seja, 𝜂𝑓𝑜𝑠𝑠𝑖𝑙 , no caso do primeiro termo, e 𝜂𝑔𝑟𝑖𝑑 , nos demais, assim é

obtido:

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 (1 − 𝑠) Energia térmica total consumida pelo


𝐸𝑇,𝑓𝑜𝑠𝑠𝑖𝑙 =
𝐶𝑂𝑃𝑆 𝜂𝑏𝑜𝑖𝑙𝑒𝑟
aquecedor auxiliar (operando com

combustível fóssil).

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 Energia elétrica consumida pela instalação dos


𝐸𝐸,𝑏𝑜𝑚𝑏 = 𝑠 𝑓𝑒𝑙,𝑏𝑜𝑚𝑏.
𝐶𝑂𝑃𝑆
coletores solares (bombas).

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑
𝐸𝐸,𝑐ℎ𝑖𝑙. = 𝐶𝑂𝑃𝑆 𝑓𝑒𝑙,𝑐ℎ𝑖𝑙. Energia elétrica consumida pelo chiller solar.
𝐶𝑂𝑃𝑆

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 Energia elétrica consumida pela torre de


𝐸𝐸,𝑏𝑜𝑚𝑏 = 𝑓 (𝐶𝑂𝑃𝑆 + 1)
𝐶𝑂𝑃𝑆 𝑒𝑙,𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒
resfriamento.

Observa-se que apenas a primeira parcela não foi transformada em energia elétrica,

que é o desejado, e sim, em energia térmica. Portanto, mais uma modificação no método

SOLAIR foi introduzida a fim de possibilitar a análise. Considerou-se, por hipótese, que

o aquecedor auxiliar do sistema de ar condicionado solar térmico em análise é um

aquecedor elétrico, diferentemente do aquecedor baseado em combustível fóssil do

método original (ARA, 2010). Assim:

𝜂𝑏𝑜𝑖𝑙𝑒𝑟 = 𝜂𝑒

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 (1 − 𝑠)
𝐸𝐸,𝑎𝑢𝑥 =
𝐶𝑂𝑃𝑆 𝜂𝑒

Onde:

𝜂𝑒 Eficiência do aquecedor elétrico

𝐸𝐸,𝑎𝑢𝑥 Energia elétrica total consumida pelo aquecedor auxiliar (operando com

eletricidade)

20
Então, somando todas as parcelas, obtém-se o consumo de energia elétrica do

sistema de ar condicionado solar térmico, conforme a equação abaixo:

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 (1 − 𝑠)
𝐸𝐸,𝑡𝑒𝑟𝑚. = � + 𝑠 𝑓𝑒𝑙,𝑏𝑜𝑚𝑏. + 𝐶𝑂𝑃𝑆 𝑓𝑒𝑙,𝑐ℎ𝑖𝑙. + 𝑓𝑒𝑙,𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒 (𝐶𝑂𝑃𝑆 + 1)�
𝐶𝑂𝑃𝑆 𝜂𝑒

Assim, para o sistema de ar condicionado solar térmico, o cálculo da energia elétrica

consumida, para o período estudado, depende da energia térmica retirada do edifício

(𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 ), da fração solar do sistema (𝑠), do coeficiente de performance do chiller de

absorção (𝐶𝑂𝑃𝑆 ) e de parâmetros do sistema (𝑓𝑒𝑙,𝑏𝑜𝑚𝑏. , 𝑓𝑒𝑙,𝑐ℎ𝑖𝑙. , 𝑓𝑒𝑙,𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒 ) associados à

demanda de energia dos subsistemas presentes na instalação.

Contudo, é possível determinar o valor da fração solar do sistema se for considerado

que todos os outros fatores são constantes para um determinado período. Por definição,

a fração solar corresponde à razão entre a energia térmica que aquece a água que

alimenta o chiller proveniente dos coletores solares e a energia térmica total que

alimenta o chiller, logo:

𝑄𝑠𝑜𝑙𝑎𝑟
𝑠=
𝑄𝑎𝑢𝑥 + 𝑄𝑠𝑜𝑙𝑎𝑟

Onde:

𝑄𝑠𝑜𝑙𝑎𝑟 Energia térmica fornecida ao chiller solar proveniente dos coletores térmicos

𝑄𝑎𝑢𝑥 Energia térmica fornecida ao chiller solar proveniente do aquecedor auxiliar

Pela definição de coeficiente de performance (COP), tem-se, para o chiller solar:

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑
𝐶𝑂𝑃𝑠 =
𝑄𝑎𝑢𝑥 + 𝑄𝑠𝑜𝑙𝑎𝑟

Então, isolando 𝑄𝑎𝑢𝑥 na equação na qual se definiu o coeficiente de performance e

substituindo na equação da fração solar, chega-se a:

𝑄𝑠𝑜𝑙𝑎𝑟
𝑠 = 𝐶𝑂𝑃𝑠
𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑

21
Para um período unitário de tempo a ser determinado futuramente nessa monografia,

a energia térmica proveniente dos coletores (𝑄𝑠𝑜𝑙𝑎𝑟 ), pode ser representada pelo produto

da eficiência dos coletores (𝜂𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟 ), da irradiância solar (𝐺) e da área coletora (𝐴),

logo se chega a expressão final para a fração solar, expressa pela equação a seguir:

𝐶𝑂𝑃𝑠 (𝜂𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟 𝐺 𝐴)
𝑠=
𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑

Mudando agora para o sistema de ar condicionado convencional por compressão a

vapor, ou sistema de referência, cuja equação proveniente do projeto SOLAIR é

seguinte:

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 1
𝐸0,𝑐𝑜𝑛𝑣. =
𝐶𝑂𝑃𝐶𝑉 𝜂𝑔𝑟𝑖𝑑

Pode-se, assim como foi feito anteriormente, multiplicar pelo rendimento associado

á energia primária, nesse caso 𝜂𝑔𝑟𝑖𝑑 , obtendo:

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑
𝐸𝐸,𝑐𝑜𝑛𝑣. =
𝐶𝑂𝑃𝐶𝑉

Onde:

Consumo de energia elétrica do sistema de ar condicionado convencional


𝐸𝐸,𝑐𝑜𝑛𝑣.
por compressão a vapor

Com as adaptações feitas até aqui, pode-se considerar que a primeira limitação

apresentada foi resolvida, pois houve a conversão da formulação com base na energia

primária, na formulação baseada na energia elétrica.

Entretanto, deve-se fazer ainda mais uma adaptação ao método SOLAIR de modo

que considere também o sistema de ar condicionado solar elétrico. Para isso, basta

subtrair da energia consumida pelo chiller elétrico do sistema de ar condicionado

convencional, a energia fotovoltaica produzida no mesmo período (ARA, 2010), de

acordo com a equação a seguir:

22
𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑
𝐸𝐸,𝑒𝑙𝑒𝑡. = − 𝐸𝐸,𝐹𝑉
𝐶𝑂𝑃𝐶𝑉

Onde:

𝐸𝐸,𝑒𝑙𝑒𝑡. Energia elétrica consumida pelo sistema de ar condicionado solar elétrico

𝐸𝐸,𝐹𝑉 Produção de energia elétrica a partir dos painéis fotovoltaicos

Assim, supera-se a segunda limitação apresentada pelo modelo de cálculo do projeto

SOLAIR.

4.3. Considerações aplicadas nesse trabalho

Agora, desenvolvidas as equações que permitirão o cálculo do consumo de energia

elétrica de cada um dos três sistemas de ar condicionado que são objetos desse trabalho,

serão apresentadas, a seguir, as hipóteses adotadas em cada tipo de sistema. É

importante lembrar, que se deseja calcular o consumo de cada um dos sistemas sendo

utilizados durante o ano inteiro.

• Sistema de ar condicionado convencional


𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑
Equação para o cálculo do consumo de energia: 𝐸𝐸,𝑐𝑜𝑛𝑣. =
𝐶𝑂𝑃𝐶𝑉

Onde: 𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 Será calculado, para cada hora do ano, a partir de simulação da

carga térmica no software Energy Plus, seguido de cálculo

psicrométrico, também feito em cada hora do ano.

𝐶𝑂𝑃𝐶𝑉 Será considerado constante durante todo ano, negligenciando

possíveis variações operacionais, e terá seu valor arbitrado

baseados em referências da literatura ou de mercado.

Então, fazendo o somatório do consumo de energia a cada hora do ano, calculado

nas 8760 horas anuais, se obterá o consumo total de energia elétrica desse sistema.

23
• Sistema de ar condicionado solar elétrico

Qcold
Equação para o cálculo do consumo de energia: EE,elet. = − EE,FV
COPCV

Onde: 𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 Idêntico ao sistema convencional de ar condicionado.

𝐶𝑂𝑃𝐶𝑉 Idêntico ao sistema convencional de ar condicionado.

𝐸𝐸,𝐹𝑉 Será calculado, para cada hora do ano, a partir de simulação no

software Energy Plus.

Então, fazendo o somatório do consumo de energia a cada hora do ano, calculado

nas 8760 horas anuais, se obterá o consumo total de energia elétrica desse sistema.

• Sistema de ar condicionado solar térmico

Equação para o cálculo do consumo de energia:

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 (1 − 𝑠)
𝐸𝐸,𝑡𝑒𝑟𝑚. = � + 𝑠 𝑓𝑒𝑙,𝑏𝑜𝑚𝑏. + 𝐶𝑂𝑃𝑆 𝑓𝑒𝑙,𝑐ℎ𝑖𝑙. + 𝑓𝑒𝑙,𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒 (𝐶𝑂𝑃𝑆 + 1)�
𝐶𝑂𝑃𝑆 𝜂𝑒

Onde: 𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 Idêntico aos sistemas anteriores.

𝐶𝑂𝑃𝑆 Idêntico ao 𝐶𝑂𝑃𝐶𝑉 dos sistemas anteriores.

𝜂𝑒 Será considerado constante durante todo ano, negligenciando

possíveis variações operacionais, e terá seu valor arbitrado

baseados em referências da literatura ou de mercado.

𝑓𝑒𝑙,𝑏𝑜𝑚𝑏. Será considerado constante durante todo ano e terá seu valor

arbitrado baseados em referências da literatura ou de mercado.

𝑓𝑒𝑙,𝑐ℎ𝑖𝑙. Idêntico ao 𝑓𝑒𝑙,𝑏𝑜𝑚𝑏. .

𝑓𝑒𝑙,𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒 Idêntico ao 𝑓𝑒𝑙,𝑏𝑜𝑚𝑏. e ao 𝑓𝑒𝑙,𝑐ℎ𝑖𝑙. .

E a fração solar será calculada, para cada hora do ano, pela seguinte equação:

24
𝐶𝑂𝑃𝑠 (𝜂𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟 𝐺 𝐴)
𝑠=
𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑

Onde: 𝜂𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟 Idêntico ao 𝜂𝑒 .

𝐺 Será calculado, para cada hora do ano, a partir de simulação no

software Energy Plus.

𝐴 Será calculado com base nas dimensões presentes na planta do

prédio.

Então, fazendo o somatório do consumo de energia a cada hora do ano, calculado

nas 8760 horas anuais, se obterá o consumo total de energia elétrica desse sistema.

25
5. ESTUDO DE CASO

5.1. O edifício

O Centro de Tecnologia (CT) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),

localizado na Cidade Universitária, é o segundo maior Centro da Universidade e sede de

quatro unidades acadêmicas: a Escola Politécnica, a Escola de Química, o Instituto

Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, conhecido como

COPPE, e o Instituto de Macromoléculas.

O CT/UFRJ é divido em blocos e o edifício referente ao bloco G, onde estão

sediados a COPPE, no térreo, e o Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) da

Escola Politécnica, no segundo andar, é prédio em questão a ser analisado nesse

trabalho. As plantas de cada pavimento são mostradas na Figura 5.1 e na Figura 5.2.

26
Figura 5.1 - Planta baixa do térreo Figura 5.2 - Planta baixa do 2° andar

27
Foi adotado um pé direito de 3,5 m para ambos os andares.

As áreas mostradas nas plantas possuem as seguintes dimensões:

Tabela 5.1 - Dimensões das zonas

Zona Área (m²) Zona Área (m²)


G100 15,97 G122 155,52
G100-A 11,00 G123 40,84
G101 86,10 G125 75,60
G101-A 55,35 G127 47,07
G102 64,71 G128 77,11
G103 79,54 G130 42,04
G104 28,75 G200 71,23
G105 38,54 G201 165,13
G106 68,04 G202 48,22
G107 57,40 G203 195,29
G108 57,51 G204 97,75
G109 118,90 G205 40,87
G110 37,26 G206 241,30
G112 77,76 G207 139,57
G115 53,14 G209 264,52
G116 120,93 G210 139,72
G117 60,19 G210-A 24,90
G119 60,35 G212 151,54
G121 53,05 G213 77,69
CORREDOR 1° ANDAR 370,60 G215 79,29
CORREDOR 2° ANDAR 414,93 G216 72,83
WC FEM. 1° ANDAR 24,30 G217 77,90
WC FEM. 2° ANDAR 40,83 G218 72,02
WC MASC. 1° ANDAR 24,30 G219 105,48
WC MASC. 2° ANDAR 40,83 G220 148,61
G221 50,43

5.2. Cálculo da carga térmica

O cálculo da carga térmica é a primeira etapa do dimensionamento de qualquer

sistema de ar condicionado. Ela é o resultado da soma de todas as formas de calor em

um determinado ambiente. Esses ganhos de calor dependem de diversos fatores como:

as condições climáticas e geográficas da localidade onde esta o edifício, por exemplo,

temperatura e umidade do ar externo, altitude, velocidade e direção do vento; a

28
condição arquitetônica do prédio, por exemplo, a planta do edifício e materiais

empregados em paredes, janelas e portas; ganhos internos de internos de calor, por

exemplo, a presença de pessoas, iluminação artificial e utilização de equipamentos

eletrônicos.

Nesse trabalho utilizou-se o software EnergyPlus™ para efetuar o cálculo da carga

térmica durante o ano. A seguir serão apresentadas todas as considerações feitas e

inseridas no software para realização do cálculo.

• Condições externas

Os dados climáticos e geográficos para a simulação foram obtidos do banco de

dados do próprio EnergyPlus, disponibilizado no website do Departamento de Energia

dos Estados Unidos (DOE), em extensão “.epw”. No caso específico dessa monografia,

o arquivo utilizado é referente ao aeroporto Santos Dumont, localizado na cidade do Rio

de Janeiro, esse arquivo contém informações geográficas da localidade em questão e as

condições climáticas ao longo de todo o ano. O nome completo do arquivo é o seguinte:

BRA_Rio.de.Janeiro-Santos.Dumont.837550_SWERA.epw.

Os dados geográficos utilizados na simulação podem ser observados na Tabela 5.2:

Tabela 5.2 - Dados geográficos do edifício simulado

Parâmetro Dado
Local Rio de Janeiro
Latitude 22,90° Sul
Longitude 43,17° Oeste
Altitude 3m

• Condições arquitetônicas

Além das plantas de cada andar mostradas na Figura 5.1 e na Figura 5.2. É preciso

definir os materiais que compõe a estrutura da construção.

29
As paredes foram consideradas sendo compostas de concreto com argamassa de

cada lado e a camada mais externa, em ambos os lados, de cerâmica, totalizando uma

espessura de 150 mm, conforme informação da planta de arquitetura.

As propriedades para os materiais empregados nas paredes, conforme mostra a

Tabela 5.3, foram determinadas em concordância com a ABNT NBR 15220.

Tabela 5.3 - Propriedades dos materiais das paredes

Material c (kJ/kg.K) k (W/m.K) ρ (kg/m³) e (mm)

Argamassa 1 1,15 2000 20

Cerâmica 0,92 0,9 1600 5

Concreto 1 1,75 2400 100

Contudo, conforme pode ser visto nas plantas do prédio, existem algumas paredes

onde há um gap de ar. Nesses casos, considerou-se que esse gap de ar possui uma

resistência térmica de 0,17 m².K/W, segundo a ABNT NBR 15220.

Há também algumas divisórias, principalmente em salas onde estão localizados os

gabinetes de professores. Elas possuem as seguintes propriedades, também conforme a

ABNT NBR 15220:

Tabela 5.4 - Propriedades de divisórias e portas localizadas em divisórias

Material c (kJ/kg.K) k (W/m.K) ρ (kg/m³) e (mm)

PVC 0,98 0,2 1300 50

Ainda seguindo a ABNT NBR 15220, as características das portas são:

Tabela 5.5 - Propriedades das portas principais

Material c (kJ/kg.K) k (W/m.K) ρ (kg/m³) e (mm)

Ferro 0,46 55 7800 30

30
As janelas acrescentam à carga térmica uma quantidade de calor adicional devido à

radiação solar que atravessa os vidros, conhecida como fenestração. As propriedades

das janelas foram importadas de um banco de dados que existe no software e sua

espessura foi definida como sendo de 2,5 mm.

O piso em ambos os pavimentos foi considerado como sendo composto de concreto,

argamassa e mármore, cujas informações, provenientes da ABNT NBR 15220, estão

expostas abaixo:

Tabela 5.6 - Propriedades dos pisos

Material c (kJ/kg.K) k (W/m.K) ρ (kg/m³) e (mm)

Argamassa 1 1,15 2000 20

Concreto 1 1,75 2400 160

Mármore 0,84 2,9 800 20

E o teto do 2º pavimento foi considerado como concreto, gap de ar (com resistência

térmica de 0,17 m².K/W) e cerâmica, com as características a seguir conforme ABNT

NBR 15220:

Tabela 5.7 - Propriedades do teto externo

Material c (kJ/kg.K) k (W/m.K) ρ (kg/m³) e (mm)

Cerâmica 0,92 0,9 1600 10

Concreto 1 1,75 2400 160

• Iluminação

A iluminação artificial dissipa uma quantidade de calor no recinto fornecendo uma

carga térmica adicional ao ambiente a ser condicionado.

31
A partir de informações presentes na planta do prédio que indicavam a utilidade de

cada zona nas quais o edifício foi dividido (ver Tabela 5.1), classificou-se essas zonas

em dois tipos: auditórios (as zonas G119 e G122 somente) e não auditórios (todas as

restantes). Assim, a taxa de dissipação de calor máxima para cada zona é mostrada na

Tabela 5.8, seguindo recomendações da ABNT NBR 16401.

Tabela 5.8 - Taxas de dissipação de calor

Tipo de zona Taxa de dissipação de calor (W/m²)

Auditórios 10

Não auditórios 16

• Pessoas

Outro fator importante no cálculo da carga térmica é a existência e o nível de

atividade de pessoas no ambiente a ser condicionado, principalmente no que diz respeito

à carga latente, pois a transpiração e respiração dos ocupantes produz vapor d’água no

recinto.

Neste trabalho, as ocupações no horário de pico foram definidas de acordo com

dados das capacidades das zonas, principalmente para salas de aula, e, na falta dessa

informação para algumas áreas, com recomendações da norma ABNT NBR 16401, que

podem ser observadas na sequência:

Tabela 5.9 - Densidade de ocupação

Local Densidade de ocupação (pessoas / 100 m²)


Auditório 150
Gabinete de professores 14
Laboratório de informática 25
Sala de aula 35
Sala de convenções 120
Sala de reuniões 50

32
Em relação ao nível de atividade das pessoas presentes, os valores utilizados nesse

projeto também se basearam em informações da ABNT NBR 16401, conforme

mostrado na Tabela 5.10.

Tabela 5.10 - Taxas típicas de calor liberado por pessoas

Nível de atividade Calor total (W) Calor sensível (W) Calor latente (W)

Sentado, trabalho leve. 115 70 45

Parado em pé,
145 75 70
caminhando.

• Equipamentos elétricos

A potência dissipada por equipamentos elétricos também deve ser incluída no

cálculo da carga térmica. Nesse trabalho, alguns valores típicos de dissipação de calor

para equipamentos elétricos foram obtidos da norma ABNT NBR 16401, que são

exibidos abaixo:

Tabela 5.11 - Taxas típicas de dissipação de calor de equipamentos elétricos

Equipamento Potência dissipada (W)


Computador 65
Impressora de escritório 275
Máquina de café 1050 (sensível) / 450 (latente)
Máquina de fax 10
Monitor 70
Bebedouro de água gelada 350

• Infiltração

Segundo a norma ABNT NBR 16401, infiltração é o fluxo de ar externo para dentro

da edificação através de frestas e outras aberturas não intencionais, e através do uso

normal de portas localizadas na faixada. Nessa monografia foi utilizado o valor 0,56 l/s.

33
• Perfis variação dos ganhos internos de calor

É importante lembrar que os parâmetros expostos até aqui correspondentes às taxas

de calor dissipadas pelos elementos de iluminação, equipamentos e pessoas representam

as taxas máximas pelas quais os elementos internos à edificação contribuem para a

carga térmica.

Além disso, o programa EnergyPlus possibilita a definição de perfis de variação dos

parâmetros ao longo do tempo (dia, mês, ano) através dos objetos do programa

chamados de “schedules”.

Esses perfis de variação foram adotados a fim de conferir maior realidade aos dados

e de simular as variações de ocupação de uso de equipamentos e de iluminação, ao

longo do dia. Adotou-se o seguinte perfil de variação diária de cargas internas:

Figura 5.3 - Perfil para ocupação, equipamentos e iluminação ao longo dos dias

Definidas todas estas condições, utiliza-se o programa EnergyPlus para o cálculo da

carga térmica. O programa calcula a carga térmica total e sua parcela sensível, para todo

edifício, em todas as 8760 horas do ano. A Tabela 5.12 ilustra a carga térmica máxima e

o seu horário de ocorrência para as zonas a serem condicionadas.

34
Tabela 5.12 - Carga térmica total e horário de máximo

Zona Carga térmica (W) Horário de máximo


G100 1409,11 12-APR-15:50
G100-A 909,97 12-APR-16:00
G101 4826,63 04-FEB-07:10
G101-A 3031,99 04-FEB-07:10
G102 4575,99 12-APR-15:50
G103 4253,03 04-FEB-07:10
G104 1696,06 04-MAR-07:10
G105 2158,52 04-FEB-07:10
G106 3670,3 04-MAR-07:10
G107 3324,98 04-FEB-07:10
G108 3153,71 04-MAR-07:10
G109 6366,58 04-FEB-07:10
G110 2080,88 04-MAR-07:10
G112 4130,82 04-MAR-07:10
G115 3006,9 14-FEB-07:10
G116 6456,61 04-MAR-07:10
G117 3300,94 14-FEB-07:10
G119 5333,16 05-FEB-16:00
G121 3202,48 14-FEB-07:10
G122 13454,63 12-APR-16:00
G123 2478,95 14-FEB-07:10
G125 4468,48 14-FEB-07:10
G127 2766,87 05-FEB-07:10
G128 4327,62 04-MAR-07:10
G130 2604,43 12-APR-16:00
G200 8302,39 12-APR-16:00
G201 13507,06 11-JAN-16:20
G202 4505,62 22-FEB-17:00
G203 19845,48 11-JAN-16:00
G204 8099,59 22-FEB-17:00
G205 3994,12 11-JAN-17:00
G206 23957,79 22-FEB-17:00
G207 11228,12 11-JAN-16:00
G209 24961,83 11-JAN-16:00
G210 10931,89 22-FEB-17:00
G210-A 2672,97 11-JAN-16:00
G212 14968,73 22-FEB-17:00
G213 8606,2 11-JAN-16:00
G215 8833 11-JAN-16:00
G216 7610,72 22-FEB-17:00
G217 8536,47 11-JAN-16:00
G218 7569,25 22-FEB-17:00
G219 10109,85 11-JAN-17:00
G220 15125,71 22-FEB-17:00
G221 5249,82 11-JAN-16:00

35
Um comentário importante a se fazer, é que não foi considerada a influência tanto

dos coletores solares térmicos, quanto dos painéis fotovoltaicos, na carga térmica do

edifício.

5.3. Cálculo potência frigorífica

O próximo passo no dimensionamento de sistemas de ar condicionado é o cálculo da

potência frigorífica que a energia térmica retirada do edifício pelo sistema de

condicionamento de ar por unidade de tempo. Entretanto, para determinação da potência

frigorífica, precisa-se, primeiramente, definir as condições de conforto e de

insuflamento de ar.

• Condições de conforto

As condições de conforto dependem de fatores como taxa metabólica realizada pelas

pessoas do local, as suas vestimentas e a velocidade do ar. Esses dados foram

escolhidos segundo a ABNT NBR 16401 e, na posse dessas informações, utilizou-se o

programa COMFORT para seleção das condições de conforto nas zonas que serão

condicionadas.

Tabela 5.13 - Parâmetro de entrada no COMFORT

Parâmetro Valor

Atividade metabólica 1,2 met = 69,6 W/m²

Vestimenta típica no verão 0,5 clo = 0,0775 m²°C/W

Vestimenta típica no inverno 0,9 clo = 0,1395 m²°C/W

Velocidade do ar 0,1 m/s

Tabela 5.14 - Propriedades do ar do recinto oriundas do COMFORT

Propriedade Valor
Temperatura de bulbo seco 23°C
Umidade relativa 50%

36
• Fator de by-pass

O fator de by-pass (BF) é outra informação que se precisa selecionar para o cálculo

da condição de insuflamento e da potência frigorífica. O seu valor representa a fração de

ar que passa pela serpentina sem sofrer alterações de suas propriedades, como

temperatura e umidade relativa. Segundo BRUM (2012), este fator é um parâmetro

próprio da serpentina de resfriamento e desumidificação. Sendo uma função da

velocidade do ar e da intensidade de turbulência provocada durante a passagem do ar

pela serpentina.

O fator de by-pass que é obtido através da tabela fornecida pela CARRIER:

Tabela 5.15 - Valores típicos de fator de by-pass

Fator de by-pass Tipo de aplicação Exemplo

Uma pequena carga total ou uma carga

0,3 até 0,5 que é um pouco maior com um baixo Residências

fator de calor sensível (alta carga latente).

Aplicações típicas de conforto com uma


Fábricas, residências
carga total relativamente pequena ou um
0,2 até 0,3 e lojas de pequeno
fator de calor sensível com uma carga um
porte.
pouco maior.

Lojas, fábricas e
0,1 até 0,2 Aplicações típicas de conforto.
bancos.

Aplicações com altas cargas sensíveis ou


Fábricas, restaurantes
0,05 até 0,1 que exijam uma grande quantidade de ar
e lojas.
externo para ventilação.

Sala de operações em
0 até 0,1 Aplicações com 100% de ar exterior.
hospitais e fábricas.

37
Portanto, escolheu-se um fator de desvio da serpentina (fator de by-pass) de 0,1.

Esse valor é o utilizado para aplicações típicas de conforto como escritórios e salas de

aula.

• Vazão de ar exterior

Também deve ser considerada a quantidade de ar externo presente sistema de

condicionamento de ar. Segundo a PORTARIA da ANVISA Nº 3.523, de 28 de Agosto

de 1998, que informa que para se garantir a adequada renovação do ar do interior dos

ambientes climatizados, deve-se, no mínimo, utilizar uma vazão de ar exterior de

27m³/h por pessoa.

A partir disto e utilizando a fórmula abaixo se determina a vazão de ar exterior:

27 𝑛º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠
ṁ𝑂𝐴 =
3600 𝜐𝑂𝐴

Onde o volume específico para cada hora do ano é obtido do EnergyPlus, conhecida

a condição termodinâmica do ar externo pelos dados do arquivo climático.

• Análise psicométrica de sistemas de condicionamento de ar

O equacionamento a seguir baseia-se no arranjo típico de um sistema de

condicionamento de ar mostrado na Figura 5.4.

Figura 5.4 - Arranjo típico do sistema de ar condicionado e nomenclatura utilizada


(BRUM, 2012)
Então, agora com o software Microsoft Excel, utilizando das fórmulas de

psicrometria mostradas a seguir, dados do arquivo climático retirado do banco de dados

do EnergyPlus, carga térmica e sua parcela sensível em todo o prédio, é possível

38
realizar o cálculo da vazão de insuflamento e da potência frigorífica necessária, a cada

hora, para condicionar toda edificação analisada nesse trabalho.

Um comentário importante a se fazer, é que se considerou que ar condicionado só

está em funcionamento das 7:00 às 18:00 diariamente.

ℎ𝑂𝐴 = 𝑐𝑝𝑎 𝑡𝑂𝐴 + 𝜔𝑂𝐴 �𝑐𝑝𝑣 𝑡𝑂𝐴 + ℎ𝑙𝑣 �

Onde: t é medido em °C.

𝑃𝑣_𝑂𝐴 𝑃𝑣_𝑂𝐴
𝑈𝑅𝑂𝐴 = 𝜔𝑂𝐴 = 0,622
𝑃𝑣𝑠_𝑂𝐴 𝑃𝑎𝑡𝑚 − 𝑃𝑣_𝑂𝐴

𝐶8
ln�𝑃𝑣𝑠_𝑂𝐴 � = + 𝐶9 + 𝐶10 𝑡𝑂𝐴 + 𝐶11 𝑡𝑂𝐴 2 + 𝐶12 𝑡𝑂𝐴 3 + 𝐶13 ln 𝑡𝑂𝐴
𝑡𝑂𝐴

Onde: t é medido em K e Pvs é medido em Pa.

Tem-se também:

𝐶𝑇 = 𝑅𝑆𝐻 + 𝑅𝐿𝐻 𝑅𝑆𝐻


𝑅𝑆𝐻𝐹 =
𝐶𝑇
𝐸𝑅𝑆𝐻 = 𝑅𝑆𝐻 + ṁ𝑂𝐴 𝑐𝑝𝑎 BF (𝑡𝑂𝐴 − 𝑡𝑅𝐴 ) = ṁ𝑆𝐴 𝑐𝑝𝑎 (1 − 𝐵𝐹) �𝑡𝑅𝐴 − 𝑡𝑎𝑑𝑝 �

𝐸𝑅𝐿𝐻 = 𝑅𝐿𝐻 + ṁ𝑂𝐴 BF ℎ𝑙𝑣 (𝜔𝑂𝐴 − 𝜔𝑅𝐴 ) = ṁ𝑆𝐴 ℎ𝑙𝑣 (1 − 𝐵𝐹) �𝜔𝑅𝐴 − 𝜔𝑎𝑑𝑝 �

𝐸𝑅𝑆𝐻
𝐸𝑆𝐻𝐹 =
𝐸𝑅𝑆𝐻 + 𝐸𝑅𝐿𝐻

Assim:

𝑅𝑆𝐻𝐹 𝐶𝑇 + ṁ𝑂𝐴 𝑐𝑝𝑎 BF (𝑡𝑂𝐴 − 𝑡𝑅𝐴 )


𝐸𝑆𝐻𝐹 =
𝐶𝑇 + (ṁ𝑂𝐴 BF )�𝑐𝑝𝑎 (𝑡𝑂𝐴 − 𝑡𝑅𝐴 ) + ℎ𝑙𝑣 (𝜔𝑂𝐴 − 𝜔𝑅𝐴 )�

Na equação acima há apenas parâmetros são conhecidos, lembrando que:

ℎ𝑅𝐴 = 𝑐𝑝𝑎 𝑡𝑅𝐴 + 𝜔𝑅𝐴 �𝑐𝑝𝑣 𝑡𝑅𝐴 + ℎ𝑙𝑣 �

𝑃𝑣_𝑅𝐴 𝑃𝑣_𝑅𝐴
𝑈𝑅𝑅𝐴 = 𝜔𝑅𝐴 = 0,622
𝑃𝑣𝑠_𝑅𝐴 𝑃𝑎𝑡𝑚 − 𝑃𝑣_𝑅𝐴

𝐶8
ln�𝑃𝑣𝑠_𝑅𝐴 � = + 𝐶9 + 𝐶10 𝑡𝑅𝐴 + 𝐶11 𝑡𝑅𝐴 2 + 𝐶12 𝑡𝑅𝐴 3 + 𝐶13 ln 𝑡𝑅𝐴
𝑡𝑅𝐴

E também:

39
𝑐𝑝𝑎 �𝑡𝑅𝐴 − 𝑡𝑎𝑑𝑝 �
𝐸𝑆𝐻𝐹 =
𝑐𝑝𝑎 �𝑡𝑅𝐴 − 𝑡𝑎𝑑𝑝 � + ℎ𝑙𝑣 �𝜔𝑅𝐴 − 𝜔𝑎𝑑𝑝 �

Na equação acima, a única incógnita é a temperatura de ponto de orvalho do

equipamento, pois:

𝑃𝑣𝑠_𝑎𝑑𝑝
𝜔𝑎𝑑𝑝 = 0,622
𝑃𝑎𝑡𝑚 − 𝑃𝑣𝑠_𝑎𝑑𝑝

𝐶8
ln�𝑃𝑣𝑠_𝑎𝑑𝑝 � = + 𝐶9 + 𝐶10 𝑡𝑎𝑑𝑝 + 𝐶11 𝑡𝑎𝑑𝑝 2 + 𝐶12 𝑡𝑎𝑑𝑝 3 + 𝐶13 ln 𝑡𝑎𝑑𝑝
𝑡𝑎𝑑𝑝

Então, pode-se determinar:

RSHF CT + ṁOA cpa BF (t OA − t RA )


ṁSA =
cpa (1 − BF) �t RA − t adp �

Finalizando, calcula-se:

𝐶𝑇 ṁ𝑂𝐴 ṁ𝑂𝐴
ℎ𝑆𝐴 = ℎ𝑅𝐴 − ℎ𝐸𝐴 = ℎ𝑂𝐴 + �1 − �ℎ
ṁ𝑆𝐴 ṁ𝑆𝐴 ṁ𝑆𝐴 𝑅𝐴

𝑅𝑆𝐻 ṁ𝑂𝐴 ṁ𝑂𝐴


𝑡𝑆𝐴 = 𝑡𝑅𝐴 − 𝑡𝐸𝐴 = 𝑡𝑂𝐴 + �1 − �𝑡
ṁ𝑆𝐴 𝑐𝑝𝑎 ṁ𝑆𝐴 ṁ𝑆𝐴 𝑅𝐴

𝑃𝐹 = ṁ𝑆𝐴 (ℎ𝐸𝐴 − ℎ𝑆𝐴 )

Tabela 5.16 - Constantes usadas na análise psicrométrica

Constantes
Calor específico do ar 1,0035 kJ/kg.K
Calor específico do vapor d’água 1,873 kJ/kg.K
Entalpia de vaporização da água a 0°C 2501,2 kJ/kg
Pressão atmosférica 101,29 kPa
C8 -5800,2206
C9 1,3914993
C10 -0,048640239
C11 4,1764768E-05
C12 -1,4452093E-08
C13 6,5459673

40
Tabela 5.17 – Condições de insuflamento no horário de máxima carga térmica de
cada zona

Zona Vazão mássica (kg/s) Temperatura (°C)


G100 0,14 13,0
G100-A 0,09 13,0
G101 0,49 17,6
G101-A 0,31 17,6
G102 0,45 13,0
G103 0,43 17,6
G104 0,17 17,6
G105 0,22 17,6
G106 0,37 17,6
G107 0,33 17,6
G108 0,32 17,6
G109 0,64 17,6
G110 0,21 17,6
G112 0,42 17,6
G115 0,30 17,6
G116 0,65 17,6
G117 0,33 17,6
G119 0,52 13,0
G121 0,32 17,6
G122 1,31 13,0
G123 0,25 17,6
G125 0,45 17,6
G127 0,28 17,6
G128 0,44 17,6
G130 0,25 13,0
G200 0,81 13,0
G201 1,32 13,0
G202 0,44 13,0
G203 1,94 13,0
G204 0,79 13,0
G205 0,39 13,0
G206 2,34 13,0
G207 1,10 13,0
G209 2,44 13,0
G210 1,07 13,0
G210-A 0,26 13,0
G212 1,46 13,0
G213 0,84 13,0
G215 0,86 13,0
G216 0,74 13,0
G217 0,83 13,0
G218 0,74 13,0
G219 0,99 13,0
G220 1,48 13,0
G221 0,51 13,0

41
5.4. Descrição dos sistemas de ar condicionado

Duas são as alternativas de sistemas de ar condicionado solar a serem estudadas no

trabalho. Cada uma delas terá seu funcionamento simulado no edifício alvo dessa

monografia. Um dos sistemas de ar condicionado solar em estudo é o sistema térmico,

com coletores solares que produzem água quente para um chiller de absorção. O outro

sistema é o sistema elétrico, com painéis fotovoltaicos que produzem eletricidade para

um chiller de compressão de vapor.

Figura 5.5 - Esquema do sistema de ar condicionado solar térmico simulado


(ARA,2010)

Figura 5.6 - Esquema do sistema de ar condicionado solar elétrico simulado


(ARA, 2010)

42
No sistema de ar condicionado solar térmico, os coletores solares térmicos na

cobertura produzem água quente que é levada ao chiller de absorção solar, onde é

utilizada para possibilitar a separação do par refrigerante-absorvente no gerador do

chiller. Com o auxilio de uma torre de resfriamento utilizada, retira-se o calor do

condensador do chiller, tornando-se possível a produção de água gelada para atender os

fan-coils e o sistema de distribuição de ar nos pavimentos.

Quanto ao chiller de absorção do sistema térmico de ar condicionado solar, seu

funcionamento depende, portanto, do fornecimento do fluido quente proveniente dos

coletores térmicos solares, na cobertura. Quando não há disponibilidade de radiação e

há demanda por condicionamento de ar, em um dia nublado, por exemplo, o fluido que

se dirige ao chiller solar é aquecido por um aquecedor auxiliar de backup. Assim,

garante-se que o funcionamento do sistema de ar condicionado solar térmico seja

mantido regularmente. Devido às hipóteses do método de cálculo adotado neste

trabalho, que foi discutido no Capítulo 4, o aquecedor auxiliar elétrico foi considerado

como sendo um aquecedor elétrico.

Já no sistema de ar condicionado solar elétrico, os painéis fotovoltaicos produzem

eletricidade e são alocados também na cobertura. A energia elétrica produzida pelos

módulos é do tipo corrente contínua e é transformada em corrente alternada por

inversores DC/AC. A energia produzida pelos painéis alimenta o chiller elétrico de

compressão de vapor produzindo água gelada para atender os fan-coils e o sistema de

distribuição de ar nos pavimentos.

O funcionamento do chiller elétrico de compressão de vapor depende, portanto, da

eletricidade proveniente dos painéis fotovoltaicos. Entretanto, nem sempre quando há

demanda por condicionamento de ar, há disponibilidade de radiação solar para os

43
painéis fotovoltaicos, e como, por hipótese, o sistema fotovoltaico adotado não possui

acumulação em baterias, algum backup de energia deve ser previsto.

Assim, quando o dia está nublado, por exemplo, e há demanda por condicionamento

de ar, a eletricidade para o chiller provem da rede elétrica. Em outras palavras, o sistema

fotovoltaico adotado é, por hipótese, do tipo grid-connected, no qual a rede elétrica da

concessionária de energia serve na prática de backup para o sistema.

Observando-se a Figura 5.6, entretanto, pode-se perguntar o porquê não há torre de

resfriamento no sistema de ar condicionado solar elétrico, sendo que seria usual utilizá-

la. Ao contrário, adota-se para o sistema de ar condicionado solar elétrico, um sistema

com condensação a ar. Isso ocorre, pois, o método de cálculo da energia consumida

pelos sistemas, e que foi descrito no Capítulo 4, contempla apenas a existência de

condensação a água (com torre de resfriamento) para o sistema térmico de ar

condicionado solar (ARA, 2010).

Além dos sistemas de ar condicionado solar térmico e elétrico apresentados até aqui,

outro sistema de ar condicionado será analisado neste trabalho. Esse sistema será do

tipo convencional utilizando chiller elétrico alimentado pela rede da concessionária de

energia.

Figura 5.7 - Esquema do sistema de ar condicionado convencional simulado


(ARA, 2010)

44
Dessa forma, os sistemas de ar condicionado solar podem ter seu desempenho

energético comparados entre si e com um sistema de ar condicionado convencional de

referência, que não utiliza nenhuma tecnologia de aproveitamento solar.

Como se observa na Figura 5.7, também não há torre de resfriamento no sistema de

ar condicionado convencional, pelas mesmas razões apresentadas acima para o sistema

de ar condicionado solar elétrico.

5.5. Consumo de energia e seu custo

Agora, utilizando a potência frigorífica, calculada de hora em hora para o horário de

funcionamento do ar condicionado no Subcapítulo 5.3, e o equacionamento

desenvolvido no Subcapítulo 4.2, é possível calcular o consumo de energia elétrica

durante o ano de cada um dos sistemas descritos no Subcapítulo 5.4.

Antes disso, é importante observar um detalhe, como o próprio nome indica, a

potência frigorífica possui unidade de potência (W no SI), precisa-se converter a

potência frigorífica em energia térmica retirada do edifício pelo sistema de

condicionamento de ar, que possui unidade de energia (J no SI). Esse procedimento é

ilustrado na figura abaixo:

Figura 5.8 - Representação gráfica da conversão de potência em energia


(adaptado de ARA ,2010)

45
Assim, a energia térmica retirada da edificação a cada hora de funcionamento do ar

condicionado vale:

𝑃𝐹[𝑊] ∗ 1ℎ
𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 [𝑘𝑊ℎ] =
1000

Então, para se realizar o cálculo do consumo de energia elétrica, conhecidas a

energia térmica retirada do prédio de hora em hora no horário no qual o sistema de ar

condicionado está ligado, por hipótese, das 7:00 às 18:00 (11 horas por dia) durante os

365 dias do ano, e as equações propostas no Capítulo 4, basta definir-se quais

parâmetros serão empregados nessas equações.

• Sistema de ar condicionado convencional


𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑
Equação para o cálculo do consumo de energia: 𝐸𝐸,𝑐𝑜𝑛𝑣. =
𝐶𝑂𝑃𝐶𝑉

A concepção desse sistema pode ser observada na Figura 5.7.

O valor do parâmetro utilizado nesse trabalho foi:

Tabela 5.18 - Parâmetros aplicados no sistema de ar condicionado convencional

Parâmetro Significado Valor Fonte

Coeficiente de performance do Valor arbitrado com

𝑪𝑶𝑷𝑪𝑽 chiller elétrico de compressão de 3,0 base nos valores de

vapor mercado.

• Sistema de ar condicionado solar elétrico

Qcold
Equação para o cálculo do consumo de energia: EE,elet. = − EE,FV
COPCV

A concepção desse sistema pode ser observada na Figura 5.6.

Os valores dos parâmetros utilizados nesse trabalho foram:

46
Tabela 5.19 - Parâmetros aplicados no sistema de ar condicionado solar elétrico

Parâmetro Significado Valor Fonte

Coeficiente de performance do Valor arbitrado com

𝑪𝑶𝑷𝑪𝑽 chiller elétrico de compressão de 3,0 base nos valores de

vapor mercado.

Produção de energia elétrica a partir Calculado a cada hora nas 8760


𝐄𝐄,𝐅𝐕
dos painéis fotovoltaicos horas do ano no EnergyPlus.

O sistema de aproveitamento solar fotovoltaico é constituído basicamente de painéis

fotovoltaicos e inversores.

Os painéis, por hipótese, são de silício amorfo alocados em 95% da cobertura do

edifício. A eficiência adotada para os painéis foi de 12% e a eficiência dos inversores

foi adotada como sendo de 85%.

• Sistema de ar condicionado solar térmico

Equação para o cálculo do consumo de energia:

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑 (1 − 𝑠)
𝐸𝐸,𝑡𝑒𝑟𝑚. = � + 𝑠 𝑓𝑒𝑙,𝑏𝑜𝑚𝑏. + 𝐶𝑂𝑃𝑆 𝑓𝑒𝑙,𝑐ℎ𝑖𝑙. + 𝑓𝑒𝑙,𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒 (𝐶𝑂𝑃𝑆 + 1)�
𝐶𝑂𝑃𝑆 𝜂𝑒

E a fração solar será calculada, a cada hora nas 8760 horas anuais, pela seguinte

equação:

𝐶𝑂𝑃𝑠 (𝜂𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟 𝐺 𝐴)
𝑠=
𝑄𝑐𝑜𝑙𝑑

A concepção desse sistema pode ser observada na Figura 5.5.

Os valores dos parâmetros utilizados nesse trabalho foram:

47
Tabela 5.20 - Parâmetros aplicados no sistema de ar condicionado solar térmico

Parâmetro Significado Valor Fonte

Valor arbitrado com


Coeficiente de performance do base em
𝑪𝑶𝑷𝑺 1,2
chiller de absorção KIM; FERREIRA
(2007)
Valor arbitrado com
𝜼𝒆 Eficiência do aquecedor elétrico 0,8 base nos valores de
mercado.
Razão entre o consumo de energia Valor arbitrado com
elétrica da instalação solar, isto é, base em
𝒇𝒆𝒍,𝒃𝒐𝒎𝒃. 0,02
das bombas, e a energia térmica GUIDELINES
produzida pelos coletores. SOLAIR (2009)
Razão entre o consumo de energia Valor arbitrado com
elétrica do chiller de absorção e a base em
𝒇𝒆𝒍,𝒄𝒉𝒊𝒍. 0,01
energia térmica retirada do edifício GUIDELINES
pelo chiller solar. SOLAIR (2009)
Razão entre o consumo de energia
Valor arbitrado com
elétrica do sistema de rejeição de
base em
𝒇𝒆𝒍,𝒕𝒐𝒓𝒓𝒆 calor, isto é, das torres de 0,03
GUIDELINES
resfriamento, e a energia térmica
SOLAIR (2009)
rejeitada.
Valor arbitrado com
Eficiência dos coletores solares base em
𝜼𝒄𝒐𝒍𝒆𝒕𝒐𝒓 0,5
térmicos KIM; FERREIRA
(2007)
Valor baseado na
𝑨 Área dos coletores solares térmicos 2485 m²
planta do prédio.
Irradiância solar que atinge os Calculado a cada hora nas 8760
𝑮
coletores solares térmicos horas do ano no EnergyPlus.

48
O sistema de aproveitamento solar térmico é constituído basicamente de coletores

solares e reservatório térmico.

Os coletores, por hipótese, são coletores de tubo a vácuo orientados ao norte, com

uma inclinação de 33°, seguindo orientação do site da Soletrol, alocados na cobertura do

edifício. Para eles supôs-se a eficiência de 50% e a produção de vapor de água a 150°C,

possibilitando a utilização de um chiller de duplo-efeito. A área ocupada pelos coletores

corresponde, por hipótese, a 90% da área de cobertura do prédio.

Definidos todos esses parâmetros expostos acima, é possível calcular o consumo de

eletricidade anual para cada um dos três sistemas de ar condicionado analisados nessa

monografia. Esse cálculo foi feito a cada hora, com auxílio do software Microsoft

Excel, no horário de 7:00 às 18:00 para todos os dias do ano.

Conhecidos esses números, pode-se descobrir qual o gasto monetário associado ao

consumo de energia elétrica de cada opção de sistema de condicionamento de ar. Para

isso, utilizam-se as tarifas impostas pela Light.

• Gasto monetário

No Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a alimentação

de entrada é feita com nível de tensão de 13,8 kV (BEHENCK, 2011) e por esse motivo

está enquadrado no grupo A e subgrupo A4. Além disso, é tarifado pela estrutura

tarifária horo-sazonal na modalidade verde (BEHENCK, 2011).

Tabela 5.21 - Tarifas de energia elétrica adotadas (LIGHT, 2013)


Tarifa de alta tensão
Estrutura Horo-Sazonal Verde (tarifas sem incidência de ICMS, PIS e COFINS)
Demanda de Consumo R$/MWh
Demanda
Nível de tensão ultrapassagem Ponta Fora de Ponta
R$/kW Seca Úmida Seca Úmida
A4 (2,3 a 25 kV) 13,81 27,67 1.161,79 1.137,87 142,04 128,16

49
O horário de ponta para o consumo de energia elétrica é o período do dia de maior

utilização de rede da Light. Corresponde ao período entre 17:30 e 20:30, com exceção

de sábados, domingos e feriados nacionais (LIGHT, 2013). Nessa monografia, por não

se trabalhar com períodos de 30 minutos, foi considerado como horário de ponta o

período de 17:00 às 20:00. Além disso, não foi feita a distinção em dias de semana e

fins de semana e também, não se considerou a presença de feriados nacionais no cálculo

do gasto monetário.

Com uma temporada de sete meses, o período seco corresponde a maio, junho,

julho, agosto, setembro, outubro e novembro. Já entre os meses de dezembro e abril é

caracterizado o período úmido (LIGHT, 2013).

Nos valores mostrados na Tabela 5.21, ainda não estão incluídos os tributos

cobrados pelo governo federal e estadual. O governo federal realiza a cobrança do PIS e

COFINS através da conta de luz, com alíquotas de 1,65% e 7,60%, respectivamente,

enquanto o governo estadual realiza a cobrança do ICMS, fixado em 29% (LIGHT,

2013). Segundo a ANEEL, o valor da tarifa de energia repassado ao consumidor, já

incluído os impostos, é dado pela equação abaixo:

𝑉𝑠𝐼
𝑉𝑐𝐼 =
1 − (𝑃𝐼𝑆 + 𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆 + 𝐼𝐶𝑀𝑆)

Em que: 𝑉𝑐𝐼 Valor com imposto

𝑉𝑠𝐼 Valor com imposto

𝑃𝐼𝑆 Tributação do PIS

𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆 Tributação do COFINS

𝐼𝐶𝑀𝑆 Tributação do ICMS

Assim, definidos os valores cobrados pela Light, incluídos os impostos, pode-se

determinar a conta de luz, a ser paga a cada mês do ano, devido à utilização de cada um

dos sistemas de ar condicionado em estudo nessa monografia.

50
6. RESULTADOS

Nesse capítulo serão comparados e analisados os resultados de todos os sistemas de

ar condicionados simulados. A partir disso, serão propostas mudanças e verificação se,

realmente, algum dos sistemas de condicionamento de ar com utilização de energia

solar é viável.

Figura 6.1 - Consumo de eletricidade mensal de cada sistema


Pela Figura 6.1 pode-se observar que em todos os sistemas o consumo de energia é

maior exatamente nos meses mais quentes como era de se esperar. Os valores negativos,

em alguns meses, para o sistema de ar condicionado solar elétrico representam que

naquele mês o sistema fotovoltaico produziu mais energia que o consumido pelo chiller

de compressão de vapor. Percebe-se também que ambos os sistemas com

aproveitamento solar consomem menos energia que o sistema convencional.

Entretanto, percebe-se que o sistema solar elétrico, aquele com painéis

fotovoltaicos, consome bem menos energia que o sistema solar térmico, aquele com os

51
coletores solares e o chiller de absorção. Isto ocorre devido a grande parcela do

consumo estar associado ao aquecedor auxiliar (resistência elétrica) no sistema de ar

condicionado solar térmico, como está ilustrado na Figura 6.2.

Figura 6.2 - Porcentagem de utilização do aquecedor auxiliar


Apesar de, apenas 11% do calor adicionado anualmente ao gerador vir da resistência

elétrica, essa porção representa 59% do consumo elétrico anual do sistema de

condicionamento de ar solar térmico.

Custo da energia consumida em cada um dos três sistemas analisados é observado

na Figura 6.3.

52
Figura 6.3 - Custo relativo ao consumo de energia elétrica mensal de cada sistema
Os valores negativos na Figura 6.3 indicam que no respectivo mês o consumidor

obteve um crédito com a distribuidora de energia. Outra importante observação é que, a

diferença de perfil entra a Figura 6.1 e a Figura 6.3 deve-se a pequena participação do

aparato solar no horário de ponta, por exemplo, menos 1% da energia produzida nos

painéis fotovoltaicos ocorre entre 17:00 e 18:00.

Percebe-se também na Figura 6.3 que o sistema de ar condicionado solar elétrico é o

que tem o menor custo dos três sistemas simulados, porém o sistema solar térmico

possui o maior custo, maior inclusive que o sistema convencional, apesar de consumo

anual de eletricidade dessa opção ser menor que o do convencional (Figura 6.1). Isso

acontece, pois durante o horário de 17:00 às 18:00, no qual a tarifa de energia é maior,

praticamente toda a energia dos sistema solar térmico provém da resistência elétrica.

53
De fato, 62,7% do custo anual relativo ao consumo de energia elétrica do sistema de

ar condicionado solar térmico é devido a utilização do aquecedor auxiliar no horário de

ponta.

Sendo assim, pode-se analisar se ao desligar o ar condicionado uma hora mais cedo,

às 17:00, impedindo assim o consumo em horário de ponta, o sistema solar térmico

torna-se proveitoso, se comparados com os outros também funcionando nesse novo

horário diário. As figuras a seguir mostrando os resultados com esse novo horário de

utilização do ar condicionado:

Figura 6.4 - Consumo de eletricidade com novo horário de funcionamento

54
Figura 6.5 - Custo monetário do consumo como novo horário de funcionamento
Percebe-se que, com essa mudança de horário, o custo do consumo de energia do

sistema solar térmico torna-se menor que o do sistema convencional. Contudo, o

sistema de ar condicionado solar elétrico continua sendo o melhor dos três analisados.

Uma alternativa para reduzir mais o consumo de energia do sistema de

condicionamento de ar solar térmico seria substituir a resistência elétrica por uma

caldeira que dá calor indiretamente ao gerador através da queima de um combustível,

por exemplo, gás natural. Mas, a análise se essa modificação torna o sistema solar

térmico mais vantajoso economicamente que o sistema solar elétrico foge ao escopo

desse trabalho, e essa análise torna-se mais complicada, pois se deve considerar o preço

do combustível a ser comprado quando os coletores solares térmicos não conseguirem

fornecer totalmente o calor requerido no gerador.

55
7. ANÁLISES

Diante dos resultados expostos no Capítulo 6, serão feitas duas análises nessa parte

do trabalho:

• Visto que o sistema de ar condicionado solar elétrico é mais vantajoso dentre as

opções que utilizam aproveitamento solar, será feito uma análise de

investimento simples para verificar se esse sistema é viável economicamente.

• Percebido que a resistência elétrica é a principal responsável pelo elevado custo

da conta de luz associada ao sistema de condicionamento de ar térmico, será

dimensionado o sistema solar térmico sem a presença da resistência elétrica e

verificará qual parcela do edifício esse sistema é capaz de atender.

7.1. Análise de investimento do sistema de ar condicionado solar elétrico

Para a análise de investimento da viabilidade de implementação do sistema de ar

condicionado solar elétrico, ou seja, análise se o sistema composto por painéis

fotovoltaicos e inversores gera uma economia relevante capaz de justificar o custo

inicial necessário para sua compra e instalação, foi pedida uma proposta a empresa

Solar Energy do Brasil.

Diante da localidade e da área disponível para sistema fotovoltaico, a empresa

recomendou a utilização do painel fotovoltaico de silício policristalino da Yingli Solar,

modelo YL240P-29b, de 240 Wp e 14,7 % de eficiência. O painel deve ser orientado ao

norte, com uma inclinação de 23°.

A empresa indicou a utilização de cinco arranjos, onde cada arranjo é composto por

aproximadamente 318 painéis fotovoltaicos e 15 inversores. O inversor utilizado é do

tipo grid-tie de 5 kW.

Segundo dados da proposta, no total o sistema seria capaz de produzir em média

cerca de 50000 kWh por mês (uma diferença de 4% a mais em relação ao simulado,

56
devido à inclinação e utilização de um painel mais eficiente). Além disso, o sistema

como um todo ocuparia uma área de 2595 m² (94% da área total da cobertura) e teria

um peso distribuído sobre a estrutura de 31,85 toneladas.

A aquisição desse sistema custaria de cerca de 2,4 milhões de reais e ainda a Solar

Energy do Brasil dá uma garantia de 25 anos nos painéis e cinco anos nos inversores.

Outra informação relevante é que, segundo a Yingli Solar, o painel escolhido, após 10

anos, produz 91,2% da energia que um painel novo seria capaz de produzir e, após 25

anos, produção cai para 80,7%.

Pela simulação no EnergyPlus, o sistema fotovoltaico é capaz de produzir

anualmente 576,8 MWh, gerando uma economia de R$ 135.550,00 e, lembrando que o

custo de aquisição do sistema fotovoltaico é de 2,4 milhões de reais, pode-se fazer um

simples cálculo de tempo de retorno de investimento obtendo que o tempo de retorno do

investimento feito é de 17,7 anos.

7.2. Dimensionamento do sistema de ar condicionado solar térmico

Utilizando as condições de projeto indicadas pela ASHRAE, na localidade do

Aeroporto Santos Dumont, para máxima carga térmica calculada em todo o edifício,

obtida pelo EnergyPlus, e realizando cálculo semelhante ao feito no Subcapítulo 5.3,

obtém-se uma potência frigorífica de 201,7 TR, ou seja, essa deve ser a capacidade de

refrigeração do chiller de absorção a ser selecionado para que esse chiller possa atender

todo o prédio.

O chiller selecionado é o modelo BH75 de 248 TR da BROAD, que é um chiller de

duplo estágio e utiliza água a 180/165°C (entrada e saída da água quente de

alimentação), com uma vazão nominal de 38,2 m³/h. Esse chiller precisaria atuar com

80% de sua capacidade nominal para suprir a edificação, para isso precisaria de uma

57
vazão de água de 30,5 m³/h. Os responsáveis por prover essa vazão e temperatura serão

os coletores solares.

A Figura 7.1 foi reproduzida do catálogo da BROAD em anexo. Ela mostra a

relação entre as variações percentuais da potência frigorífica e da vazão de água

necessária nos chillers da absorção da BROAD.

Figura 7.1 - Curva característica dos chillers de absorção da BROAD

O coletor solar escolhido é o AP30 da Apricus. São coletores tubo a vácuo, que

devem ser orientados ao norte geográfico, com uma inclinação de 33°, seguindo

orientação do site da Soletrol. A distância mínima entre fileiras de coletores solares,

para a latitude de 23°, é de 1,2 m seguindo recomendação de DASOL (2008).

Especificações nominais do coletor, em anexo, indicam que, para vazão de água de

3 l/min por coletor, o aumento de temperatura obtido nesse coletor é de 9,3°C. Assim,

para que seja atingida a necessidade de temperatura e vazão da água para o chiller,

considerando uma temperatura ambiente de 36°C, seriam necessários 2550 coletores

solares (170 conjuntos em paralelo de 15 coletores em série cada conjunto) que

ocupariam uma área quase seis vezes maior que a cobertura do prédio.

58
Alocando os coletores somente sobre a cobertura do edifício, ou seja, 2760 m², é

possível produzir, utilizando as mesmas especificações nominais como base de cálculo,

uma vazão de 5,2 m³/h a uma temperatura de 180ºC.

Com isso, pode-se usar um modelo de chiller de menor porte, o BH20 de 66 TR. A

vazão de 5,2 m³/h representa 50% da vazão nominal (ver em anexo) desse modelo de

chiller, logo, pela Figura 7.1, essa percentagem de vazão vai fazer com que o chiller

opere a 45% de sua potência frigorífica nominal, ou seja, 29,7 TR. Assim, esse sistema

é capaz refrigerar cerca de 15% do prédio.

Outra opção é usar os chillers do tipo BZH da BROAD, que são chillers de duplo

estágio que utilizam água e gás natural.

Lembrando que para esse sistema de ar condicionado solar é preciso a existência de

uma torre de resfriamento, assim uma análise de retorno de investimento torna-se mais

complicada de ser feita.

59
8. CONCLUSÃO

O presente estudo apresentou inicialmente conceitos referentes ao sistema de ar

condicionado solar: os tipos existentes, o sistema de aproveitamento da energia solar de

cada uma das alternativas, a tecnologia de refrigeração associada a cada tipo e seus

fundamentos e características. Das opções apresentadas destacou as seguintes

alternativas: o sistema de ar condicionado solar térmico por absorção e o sistema de ar

condicionado solar elétrico fotovoltaico associado a um chiller convencional de

compressão a vapor. Alternativas estas, analisadas neste trabalho.

Falou-se também do projeto SOLAIR, financiado pela União Europeia, cujo

objetivo foi promover e fortalecer o uso de sistemas de ar condicionado solares.

Utilizando-se como base um equacionamento criado pelo projeto e explorado por ARA

(2010), foi apresentado um roteiro de cálculo para consumo de energia de cada uma das

opções de sistemas de condicionamento de ar solar estudadas.

A seguir foi apresentado o edifício em questão neste trabalho e, com auxílio da

ferramenta computacional EnergyPlus™, se obteve os valores das cargas térmicas.

Além disso, foi feito os cálculos psicométricos, com a utilização do Excel, para que

fossem encontradas a temperatura e a vazão mássica de insuflamento, necessárias para

manter a condição de conforto, e a potência frigorífica requerida no prédio.

Finalmente foi descrito como os sistemas de ar condicionado solar funcionariam na

construção e quais foram parâmetros utilizados no cálculo do consumo energético e a

tarifa de energia associada a esse consumo.

Os resultados mostrados nos gráficos apontaram as seguintes conclusões:

• O sistema de ar condicionado solar elétrico é o que consome menos energia

elétrica, podendo, em alguns meses, produzir mais energia do que consumir.

60
• A resistência elétrica utilizada no sistema de ar condicionado solar térmico

modelado é a grande responsável pelo elevado consumo de energia desse

sistema podendo, dependendo do regime de utilização, torná-lo mais caro, no

sentido de consumo de energia, que sistema convencional de ar condicionado.

A partir dessas constatações, foram realizadas algumas análises:

• Para o sistema de ar condicionado solar elétrico foi feito um simples cálculo de

tempo de retorno de investimento e se viu que esse tipo de investimento seria

muito grande e não traria benefícios à curto prazo por terem um tempo de

retorno grande, próximo a vida útil do painéis fotovoltaicos. Com isso, conclui-

se que não valeria a pena ter gastos com esse tipo de equipamento, no momento,

para atender a necessidade de condicionamento de ar.

• Para o sistema de ar condicionado solar térmico verificou-se que, apesar de

viável tecnicamente, seria necessária uma área quase seis vezes maior que a

cobertura do prédio para atender a todo edifício, além disso, seria preciso haver

uma torre de resfriamento responsável por retirar calor do ciclo absorção.

Algumas sugestões para trabalhos futuros são:

• Analisar a viabilidade econômica de um sistema de ar condicionado solar

térmico no qual a resistência elétrica foi substituída por uma caldeira alimentada

por, por exemplo, gás natural.

• Analisar outras utilizações, que não sejam ar condicionado, para aproveitamento

da energia solar incidente no Centro de Tecnologia da UFRJ.

• Analisar se a economia em reais por ano do sistema fotovoltaico pode ser útil à

universidade, apesar do custo elevado de compra do sistema de painéis e

inversores.

61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AFONSO, C.F.A, 2006, “Recent advances in building air conditioning systems”,


Applied Thermal Engineering, v. 26, pp 1961-1971.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL), Por dentro da conta de


luz: informação de utilidade pública, 4 ed., Brasília. Disponível em
<http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/Cartilha_1p_atual.pdf> Acesso em:
08/11/2013, 19:00:00.

ARA, P.J.S., 2010, Desempenho de sistemas de condicionamento de ar com utilização


de energia solar em edifícios de escritórios. Dissertação de M.Sc., Universidade de São
Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

ASHRAE, 2006, “Absorption cooling, heating and refrigeration equipment” In: Owen,
M. S., ASHRAE Handbook: Refrigeration, chapter 41, Atlanta, GA, EUA, American
Society of Heat, Refrigeration and Air Conditioning Engineers.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15220:


Desempenho térmico de edificações, Rio de Janeiro, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 16401:


Instalações de ar-condicionado - Sistemas centrais e unitários, Rio de Janeiro, 2008.

BEHENCK, I.S., 2011, Estudo comparativo da viabilidade de sistemas fotovoltaicos


conectados à rede, através do software Homer. Projeto de Graduação, Engenharia
Elétrica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

BRUM, N., 2012. “Notas de aula do prof. Nísio Brum”, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

CARRIER, W., 1960, “Applied Psychrometrics” In: Carrier Air Conditioning


Company, Handbook of Air Conditioning System Design, part 1, chapter 8, Syracuse,
NY, EUA, McGraw-Hill.

62
DEPARTAMENTO NACIONAL DE AQUECIMENTO SOLAR (DASOL), 2008,
Manual de Capacitação em Projetos de Sistemas de Aquecimento Solar.

GROSSMAN, G., 2002, “Solar-powered systems for cooling, dehumidification and air
conditioning”, Solar Energy, v.72, n.1, pp. 53-62.

HENNING, H.M., 2007, “Solar assisted air conditioning of buildings – an overview”,


Applied Thermal Engineering, v.27, pp.1734-1749.

KIM, D.S., FERREIRA, C.A.I, 2007, “Solar refrigeration options – a state-of-the-art


review”, International Journal of Refrigeration, v. 30, pp.1-13.

LIGHT. Disponível em: <http://www.light.com.br >. Acesso em: 04/11/2013, 17:45:00.

SOLAIR, 2009, Guidelines: requirements on the design and configuration of small and
medium sized solar air-conditioning applications, Intelligent Energy Europe.

SOLETROL, Notícias – Água e Sol – Edição 10 – Acertando o Ângulo. Disponível em:


<http://www.soletrol.com.br/noticias/agua_e_sol/10/pg02.php>. Acesso em:
08/11/2013, 15:00:00.

63
ANEXOS

A seguir estão os dados dos componentes selecionados nas análises feitas no

Capítulo 7, na seguinte ordem:

• Painéis fotovoltaicos e inversores

• Chiller de absorção

• Coletores solares

64
SOLAR ENERGY
DO BRASIL
#1 EM ENERGIA RENOVÁVEL
DIMENSIONAMENTO

SOLAR 10000
76,32 kWp

Sistema Solar - Estimativa Unidade Quantidade

Média de Energia Gerada – Simulação realizada no software PVSYST V.5.68 kWh/mês 10014

Quantidade estimada de painéis Unid. 318

Área utilizada m² 519

Peso distribuído dos painéis sobre a estrutura kg 6370

Inversor Grid Tie 5k Unid. 15

Monitoração WEB Opcional

VALOR PROMOCIONAL PARA PAGAMENTO NA ASSINATURA DO CONTRATO R$ 410.913,00

Valor Normal R$ 480.360,00

A quantidade de energia gerada pode variar de acordo com a região e irradiação solar do local, a simulação realizada no software PVsyst V5.68 considerou a
região centro oeste para estimar a geração de energia elétrica.

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BROAD CENTRAL AIR CONDITIONING (ABSORPTION LiBr+H2O)

BROAD X NON-ELECTRIC CHILLER


MODEL SELECTION & DESIGN MANUAL
ENERGY CONSERVATION IS
PRIORITY OF A/C

Ŗ!Function
! Cooling, heating, hot water (dedicatedly or
simultaneously)

Ŗ!Application
! !ő! Provide chilled/heating water for
large-scale buildings!
!ő!
!
Produce chilled water over 41°F
and heating water below 203°F

Ŗ!Cooling capacity
! 6.6-3,307Rt(23-11,630kW)
Ŗ!Energy sources
! ő!!Natural gas, town gas, biogas, diesel,
recycled oil
! ő!!!!!
gas/oil dual fuel, gas & waste heat
hybrid (multiple energy)
ő!!
!
waste heat from power generation
industrial waste streams (steam, hot
water, exhaust, etc)

Ŗ!Super energy-saving
!! ő!! Compared with conventional electric
air conditioning, the energy efficiency
of BROAD non-electric air conditioning
is 2 times higher, while their CO2
emissions are 4 times lower.
ő!!
!
Compared with conventional water
distribution systems, BROAD pakaged
pumpset system reduces the rated
power demand by 40-60%, and the
operating electricity consumption by
60-75%.
Sept. 2008 . US
22

Packaged Hot W/Exhaust chiller Performance Data


BYH/BYE: hot water/exhaust from power generation or industrial waste streams
(pumpset, enclosure data are the same as steam chiller)!
code model cooling heating chilled W cooling W heating W hot exhaust consump. power solution unit main main shell
capacity capacity water dem- wt. ship. shell operation
flowrate pressure flowrate pressure flowrate pressure cooling heating
con- and wt. ship. weight
drop drop drop
sump.! wt.

Rt kW MBH kW GPM ftH 2 O GPM ftH 2 O GPM ftH 2 O GPM lb/h lb/h kW klbs klbs klbs klbs

two- 20 66 233 / / 126 10 208 16.7 / / 45 / / 1.7 2.2 10 5.5 11


stage
50 165 582 / / 314 10 520 16.7 / / 112 / / 4.3 4.8 18 10 20
hot
water 75 248 872 / / 471 10 779 16.7 / / 168 / / 4.6 6.2 21 11 24
chiller 100 331 1163 / / 629 10 1039 16.7 / / 224 / / 6.8 7.5 26 14 29
BH 125 413 1454 / / 786 10 1299 16.7 / / 280 / / 6.8 9.7 31 16 33
hot
150 496 1745 / / 943 13.4 1559 16.7 / / 336 / / 6.8 10.8 35 19 40
water
365°F 200 661 2326 / / 1257 13.4 2078 16.7 / / 449 / / 10.2 15.6 46 24 53

250 827 2908 / / 1571 16.7 2598 20 / / 559 / / 10.2 17.2 57 28 66

300 992 3489 / / 1886 16.7 3118 20 / / 673 / / 11.7 23.3 / 33 77

400 1323 4652 / / 2514 16.7 4157 20 / / 898 / / 13.2 26.6 / 44 99

500 1653 5815 / / 3143 20 5196 23 / / 1122 / / 17.7 32.6 / 53 112

600 1984 6978 / / 3771 20 6235 23 / / 1346 / / 20.7 39.9 / 62 139

800 2646 9304 / / 5029 20 8314 23 / / 1795 / / 25.9 53.3 / 64 158

1000 3307 11630 / / 6286 20 10392 23 / / 2244 / / 34.9 67.2 / 66 203


two- 20 66 233 522 153 126 10 208 16.7 58 6.7 / 3392 3392 1.7 3.3 14 5.5 15
stage
50 165 582 1310 384 314 10 520 16.7 144 6.7 / 8482 8482 4.3 7.7 26 10 27
exhaust
chiller 75 248 872 1962 575 471 10 779 16.7 215 6.7 / 12725 12725 4.6 9.7 31 11 35

BE 100 331 1163 2617 767 629 10 1039 16.7 288 6.7 / 16960 16960 6.8 12.5 40 14 44

exhaust 125 413 1454 3272 959 786 10 1299 16.7 360 6.7 / 21207 21207 6.8 14.5 48 16 53
932°F
150 496 1745 3927 1151 943 13.4 1559 16.7 431 6.7 / 25449 25449 6.8 16.7 55 19 59

200 661 2326 5234 1534 1257 13.4 2078 16.7 576 10 / 33920 33920 10.2 23.8 73 24 79

250 827 2908 6544 1918 1571 16.7 2598 20 717 10 / 42414 42414 10.2 26.6 / 28 92

300 992 3489 7851 2301 1886 16.7 3118 20 862 13.4 / 50881 50881 11.7 34.8 / 33 123

400 1323 4652 10468 3068 2514 16.7 4157 20 1153 13.4 / 67841 67841 13.2 40.0 / 44 145

500 1653 5815 13085 3835 3143 20 5196 23 1439 16.7 / 84802 84802 17.7 50.7 / 53 183

600 1984 6978 15702 4602 3771 20 6235 23 1734 16.7 / 101762 101762 20.7 64.1 / 62 236

800 2646 9304 20940 6137 5029 20 8314 23 2301 20 / 135683 135683 25.9 80 / 64 260

1000 3307 11630 26174 7671 6286 20 10392 23 2878 20 / 169603 169603 34.9 90 / 66 288

General Conditions:
1. Rated hot W inlet/outlet temp for hot W 9. Pressure limit for chilled/cooling W: 116psig
chiller:356°F/329°F 10. Adjustable load: 5%~115%
2. Rated exhaust inlet/outlet temp for exhaust 11. Fouling factor for chilled W: 0.0001hr ft2·°F/Btu,
chiller: 932°F/320°F for cooling W:0.00025hr ft2·°F/Btu
3. Rated chilled W outlet/inlet temp: 44°F/56.7°F 12. LiBr Solution concentration: 52%, solution weight is
4. Rated cooling W outlet/inlet temp: 97.5°F/85°F included in unit ship, wt.
5. Rated heating W outlet/inlet temp for two-stage 13. Machine room ambient temperature: 41~109°F,
exhaust chiller: 149°F/131°F humidity ļ!85%
6. Lowest permitted outlet temperature for chilled 14. Rated cooling COP: 1.41
water: 41°F 15. Rated heating COP for exhaust chiller: 0.93
7. Lowest permitted inlet temperature for cooling 16. Life design: 25 years
water: 50°F 17. Please refer to P5, P6 & P7 for performance curve,
8. Adjustable chilled water flowrate: 50%~120% model selection & ordering and supply list information.
6

Packaged DFA Performance Curves

cooling capacity changes heating capacity changes


211 211

91 91

ǁ 71 ǁ 71

51 51

31 31
31! 41! 51! 61! 71! 81! 91! :1! 211 31! 41! 51! 61! 71! 81! 91! :1! 211
cooling capacity ǁ heating capacity ǁ

chilled W temp changes ambient temp changes


231
231
221
211
ǁ 211 ǁ
91
:1
71
91
51/5!53/3!!55!!56/9! 58/7!5:/5!62/3!!64! 65/9! 86/3!89/9!93/5!!97! 9:/7!:4/3!:7/9!211/5!215
chilled W outlet temp °F ambient temp °F

cooling capacity water consumption Note: electricity consumption means the


fuel consumption electricity consumption consumption of the burner and pumpset.

COP Nomenclature
Rated COP:1.36 CZ![!211!Y!EljlljI2ljGb
IPLV COP:1.56
Load COP Factor Result High pressure type (details in below table)
H1 20% more heating capacity
A 100% 1.360 0.01 0.014
Function : k-cooling-heating type, d-cooling only,
B 75% 1.569 0.42 0.659
default is heating, cooling and hot water
C 50% 1.619 0.45 0.729 Fuel type: B -oil C-LPG D- natural gas E-town gas
D 25% 1.308 0.12 0.157 BROAD non-electric chiller design code
Note: The integrated part load value (IPLV) (X indicates 10)
reflects chiller's actual COP in operation. Cooling capacity: 10 4 kcal/h
Chiller type: Z-direct-fired(code of other types
available in “Performance Data” pages)
Environmental Product: B-BROAD, Y-packaged chiller
Protection Features Codes for high pressure type:
Operating Noise dB(A) pressure limit chilled water code cooling water code
Model BYZ 31ċ61 86ċ311 Ľ361 117~174psig Fa Ma

DFA ļ68 ļ69 ļ71 175~232psig Fb Mb

pumpset ļ68 ļ68 ļ6: 233~290psig Fc Mc

cooling tower ļ73 0 0 291~348psig Fd Md


outside enclosure ļ51 ļ52 ļ53

Emissions:
CO/CO2ļ0.02% NOxļ46ppm (O2=5%)
7

Model Selection & Ordering


Function selection! Split shipment
ő! !BROAD chillers are classified into standard type ő!!If limited by access of customers’ machine room (or
(cooling-heating-hot water),A/C type (cooling-heating) limited by container transportation), split shipment can be
and cooling only type. chosen.
ő!!
An extra boiler is recommended to meet the excessive ő!!
The chiller normally will be split into two pieces as main
heating requirement when heating load exceeds 1.3 times shell and HTG. 3 pipes must be connected at jobsite.
of cooling load. Customers need to prepare welding facilities, nitrogen
! and provide necessary help.

Fuel selection
ő! !Fuels applicable to a DFA can be: natural gas, town gas, Control
LPG, bio-gas, light oil, or recycled oil.
ő!!BROAD chiller and its pumpset are equipped with
ő!!Natural gas and recycled oil are of priority. complete control function, including internet monitoring.
ő!!
Applicable to gas/oil (for special orders) ő!!If users have a building management system(BMS), the
ő! !Different fuel matches different burner. BMS control interface can be selected as an optional
supply. If the BMS interface is not ordered along with the
chiller, it can be purchased later.
Load selection!
ő! !Building cooling/heating load cannot be estimated, as Machine room location
it is more closely related to building insulation and room ő!!On the floor or on building rooftop.
function than to building area. ő!!If limited by facilities, the chiller and the pumpset can be
ő! !Model selection is mainly determined by cooling load. If installed in basement while cooling tower on the floor, on
the heating load is not enough, a HTG enlarged model stilt or on building top.
ő!!
should be selected. Metal enclosure does not apply to basement installation.
The chiller and pumpset are installed in the same metal
enclosure so as to minimize piping length.
Quantity
ő! !The fewer units, the lower initial investment and operation
Lead time
cost (as the chiller’s COP will be higher and water system’s
electric consumption will be lower at part load). ő!!ļ BYZ150: 3-6 months
ő!!
2 units are recommended for one system (the total ő!!BYZ200-BYZ400: 4-8 months
capability equals to required load). No need to have ő!!Ľ BYZ500: 8-12 months
standby unit. One unit can be considered for buildings
that allow chiller stop once a year.
Warranty!
Free warranty is to cover 12 months from commissioning or
Flowrate selection 18 months from shipment,whichever comes earlier.
ő! !BROAD pumpset adopts a large temperature difference BROAD provides paid service in the whole life span. Service
and low flowrate design so as to save power consumption pricelist is available upon request.
dramatically.
ő!!
BROAD designs the pump head according to its profound
experience.
ő!!
If the head is proved to be insufficient, BROAD will enlarge
the pump free of charge.

Pressure selection
ő! !The standard pressure limit for chilled/heating/cooling
water is 116psig. Information about high pressure type is
available on page 5.
ő!!
117~174psig system: select high pressure type.
175~232psig system: either extra pressure type, or
secondary heat exchanger, to be comprehensively
evaluated.>232psig system: secondary heat exchange.
8

Packaged DFA Supply List


Products Category Item Remarks
Chiller Main shell Main shell body Includes LTG, condenser, evaporator, absorber, cold/heat insulation
Auto purge/vent system Includes falling head auto purge device, auto air vent device
Solution pump, refrigerant pump Welded type
Low temp. heat exchanger Plate type including heat insulation
Motor valve Refrigerant motor valve, auto purge valve, etc.
HTG HTG shell Includes HTG body, front/rear flue chamber, frame base, etc.
High temp. heat exchanger Plate type
Water heater For heating & hot water, N.A. for cooling only type
Thermostatic valve 1 piece each for heating water & hot water constant temp. control.
N.A. for cooling only type
Enclosure Encloses HTG shell, high temperature heat exchanger and water heater.
Removable
Burner Includes gas valve trains, filter, safety devices, muffler, etc.
Gas flow meter For accurate measuring of the gas consumption.
N.A. for non gas-fired type
Control Chiller control cabinet Includes low voltage components, special circuit board, microprocessor
system or PLC, etc.
Touch screen For operation (“central control” for BY20 & BY50)
External control elements Includes temperature & pressure sensors, flow switches, solution level
probes and actuators
Inverters Solution pump inverter and refrigerant pump inverter
Network gateway For Internet monitoring
BMS interface Connects to BMS system through dry contact or serial communication
Solution LiBr solution Includes corrosion inhibitor and energy intensifier.
Pumpset Pumpset Chilled/heating water pump Two pumps (BY20, BY 50 only one pump)
system Cooling water pump Two pumps (BY20, BY 50 only one pump)
Hot water pump Two pumps (BY20, BY50 only one pump)
N.A. for cooling only and cooling-heating types
Pumpset piping Includes zero resistance filter, zero resistance check valve, soft
connectors, valves and vibration isolator
Enclosure piping* Includes all piping within the system to the external connections
Piping accessories in enclosure Includes flow switches, vent valves and their sockets, and soft connectors.
Motor drain valve When water quality becomes poor, this valve automatically drains the cooling
water. It also drains cooling water automatically in winter to avoid freeze.
cooling/heating switch N.A. for cooling only type
Chilled/heating water N.A. for cooling only type
check valve
Flow meter Includes gas, chilled/heating W, cooling W, hot W flow meters. For
accurate measuring of the load.
Water softener For hard water softening (optional for BY20 & BY50)
Auto dosing device Automatically charge biocide corroision inhibitor and antisludge to the cooling water
Pumpset control cabinet Includes cooling W pump and cooling tower fan inverters (no inverter
forĽ3 cooling fans), soft starter, low voltage electric parts, etc.

Electric wiring* Includes wires, cables, cable conduit, cable supporters, etc.
Enclosure / Metal enclosure Aluminum-galvanized zinc shell with insulation
Accessories Includes ventilation and gas leakage detector (for gas type only)

Notes : 1. “*” means only standard size is available. For any size change, please specify it in purchase orders.
2. Supply list of waste heat chillers is almost the same as DFA supply list. The main difference of waste heat chillers lies
in HTG. Supply list will be provided separately when the order is placed.
Delivering Sustainable Hot Water Solutions

Product Overview
AP Evacuated Tube
Solar Collector
AP Solar Collector Product Overview

Product Overview
Apricus AP range of evacuated tube solar collectors are suitable for both residential and commercial applications.
The design of the AP solar collector is a culmination of nearly 10 years of feedback from installers and solar
professionals all over the world and aims to meet their requirements with the following key features:
• Modular “plug ‘n’ play” design (Manifold, frame and tubes in separate packages)
• Lightweight manifold design
• Choice of Stainless Steel or Anodized Aluminium mounting frames
• Extremely reliable header design due to only 4 or 6 brazing points (depending on configuration)
• Contoured header for turbulent flow even at low flow-rates
• All glass wool insulation for high temperature stability
• Patented heat transfer fin design for optimal heat transfer
• Extreme cold resilience (freeze protected heat pipes)
• Coastal region corrosion resistance (with optional anodized AL frame)
• UV stabilized components
• High wind load strength
• High snow load strength

Product Range
AP collectors are available in 10, 20, 22 or 30 tube sizes and have a number of options depending on the local
market requirements.

Model AP-10 AP-20 AP-22 AP-30

Length 2005mm
m / 78.9”

Height 136mm / 5.35” (not inc


cluding mounting frame
e)

Width 796mm / 31.34” 1496mm / 58.9” 1636mm / 64.4” 2196mm / 86.45”

Peak Output* 648W / 2,210Btu 1296W / 4,422Btu 1425W / 4,862Btu 1944W / 6,632Btu

Aperture Area 0.94m2 / 10.1ft2 1.88m2 / 20.23ft2 2.07m2 / 22.3ft2 2.83m2 / 30.46ft2

Gross Area 1.59m2 / 16.95ft2 3m2 / 32.3ft2 3.28m2 / 35.29ft2 4.4m2 / 47.4ft2

Gross Dry Weight 35kg / 77lbs 63.5kg / 139.8lbs 71.3kg / 156.8lbs 95kg / 209.5lbs

Fluid Capacity 310ml / 10.5fl oz 550ml / 18.6fl oz 600ml / 20.3fl oz 790ml / 26.7fl oz

* Data from ITW report 09COL805. Calculated at midday (trans IAM = 1), G=1000W/m2, ΔT (tm-ta)=0

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AP Solar Collector Product Overview

How it Works
er Pipe
Header
Construction
Manifold
M
The AP solar collector is comprised of four main parts:

Evacuated Tube (ET)


Absorbs solar energy and converts it to usable H
Heat Transfer Fin
heat. Vacuum between the two glass layers
insulates against heat loss.
Evacuated Tube
E
Heat Pipe (HP)
Copper vacuum pipe that transfers the heat from
H
Heat Pipe
within the ET up to the manifold.

Manifold
Insulated box containing the copper header pipe.
The header is a pair of contoured copper pipes
with dry connect sockets that the heat pipes plug
into.

Mounting Frame
Strong and easy to install with various options to
match different mounting methods.
Mounting Frame
M

Operation
Step 1: The absorber coating on the inner glass tube absorbs sunlight and converts it into heat.
Step 2: Steam forms inside heat pipe which transfers heat rapidly up to the manifold.
Step 3: A pump circulates water or heat transfer fluid through the header pipe, carrying heat back to the
storage tank. Gradually throughout the day the tank is heated up.

Evacuated Tube Anatomy Basic System Diagram

Rubber Tube Cap


p
Absorber Coating
g
Clear Outer Tube
e

 
   

    !
 
  "
    


   
    

SET

Heat Transfer Fin


H

Top Plate & Spring


T
Heat Pipe Bulb
H

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AP Solar Collector Product Overview

Main Component Specifications

Component Materials & Specifications


Material: Borosilicate 3.3
Tube style: Twin wall all glass
Evacuated Tubes
Dimensions: ∅58mm / 2.28” outer tube; ∅47mm / 1.85” inner tube;
1.8m / 71” length, 1.8mm / 0.07” outer tube wall thickness

Material: Graded AL/N on AL


Solar Absorber Absorptance: >92% (AM1.5); Emittance: <8% (80oC / 176oF)
Coating
Vacuum: P<5x10-3 Pa; Heat loss: <0.8W/(m2 oC) / 0.14Btu/hr/ft2/oF

Material: High purity “oxygen free” copper (ASTM: C10200; DIN: OF-Cu)
Heat transfer fluid: distilled water
Heat Pipes Maximum heat transfer capacity: 220W / 750Btu
Operating angle: 20-80o Startup temperature: ~30oC / 86oF

Material: Copper (ASTM: C1100, DIN: ECu-58); Potable water rated.


Brazing rod material: BAg45CuZn Maximum pressure: 800kPa
Copper Header Pipe
Connection options: 3/4” (⅞” OD) US copper; 19.1mm OD copper with DN20 flared
nut (Australia); 22mm OD copper (Europe)

Heat Transfer Fins Material: High purity aluminium

Rubber Components Material: HTV Silicone Rubber (UV stabilized)

Mounting Frame Material: 439 Stainless Steel or 6005-T5 Aluminium Alloy

Tube Clips Material: 301 Stainless Steel

Fasteners Material: 304 Stainless Steel

Manifold Casing Material: 3A21 Aluminium with Anodized or Powder Coated Finish

Material: Glass Wool (K = 0.043W/mK)


Manifold Insulation Thickness: Average >50mm / 2”

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AP Solar Collector Product Overview

Instantaneous Efficiency
The instantaneous efficiency level depends on the surface area used for the calculation. It is important to use the
same area (absorber, aperture or gross) when comparing collectors. Aperture is the standard area measurement
for presenting efficiency values.

AP Collector Performance Variables for Different Surface Areas

Variable Absorber Aperture Gross Area

AP-30 Area * 2.4 m2 / 25.8 ft2 2.83 m2 / 30.46ft2 4.4 m2 / 47.4ft2

Eta0 (ƞ0) 0.81 0.687 0.442

a1 1.77 1.505 0.968

a2 0.0130 0.0111 0.0071

* Surface area values differ slightly from Europe to North America due to difference in measuring methods.

The following is the AP solar collector performance curve based on the aperture area.

Collector Efficiency Curve

Delta-T (tm-ta) oF

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200


80%

70%
Solar Conversion Efficiency

60%

50%

40%

30%

20% Solar Radiation = 800W/m2 = 253Btu/ft2

10%

0%
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
Delta-T (tm-ta) oC

It is important to consider BOTH efficiency conversion and IAM when


looking at a collectors true daily or annual heat output.

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AP Solar Collector Product Overview

Instantaneous Efficiency
IAM is a measure of the change in collector performance as the angle with the sun changes. This is measured in
two planes, longitudinal which represents sun’s path over the collector throughout the year and transversal which
represents the sun’s path over the collector each day.

TRANSVERSAL IAM LONGITUDINAL IAM

MIDDAY SUMMER

SPRING
AUTUMN

EVENING MORNING
WINTER

The following table provides the IAM values for Apricus AP Solar Collectors (same for all sizes).
A value of 1.00 is when the sun is perpendicular to the collectors surface; so midday for transversal, and mid
spring/autumn for longitudinal if the collector is installed at the same angle as the location’s latitude.

Angle 0o 10o 20o 30o 40o 50o 60o 70o 80o 90o

Longitudinal 1.00 1.00 1.00 0.99 0.97 0.92 0.84 0.70 0.45 0.00

Transversal 1.00 1.02 1.08 1.18 1.35 1.47 1.39 1.57 0.95 0.00

The longitudinal IAM is the same for most flat plate and PASSIVE TRACKING
evacuated tube collectors. Transversal IAM, however, can
vary greatly between solar collectors, and even amongst
different evacuated tube designs. It is often referred to as
the “passive tracking” as it provides a performance
adjustment factor for how well the absorber of the
collectors “tracks” or “faces” the sun throughout the day.
Apricus AP collectors have an excellent IAM curve as the
tubes facing the sun for most of the day and only shade
each other at extreme angles. The result is fairly stable
output from 9am - 3pm.
Any daily or annual collector output calculations MUST
consider IAM properly in order to provide realistic results.
Evacuated Tubes

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AP Solar Collector Product Overview

Flow Rates
The liquid flow rate through the collector depends on the desired temperature rise. In most cases a variable
speed controlled pump is recommended so a target temperature rise is maintained. The following calculations
are based on water as the circulating liquid, with collector operating at the maximum rated midday output. Please
note that either side of midday output can exceed these levels by up to 15% due to the IAM angle adjustment
factor. Values will differ slightly for other heat transfer fluids.

Flowrate Temp Rise (oC)


(L/min) AP-10 AP-20 AP-22 AP-30

1 9.3 18.6 20.4 27.8

2 4.6 9.3 10.2 13.9

3 3.1 6.2 6.8 9.3

4 2.3 4.6 5.1 7

5 1.9 3.7 4.1 5.6

For most domestic hot water applications, if not using a variable speed pump, choose a flow rate from the above
table that corresponds to around a 10oC / 18oF temperature rise. That will provide a good balance between
preventing excessive rise in the summer and also preventing short cycling of the pump during periods of poorer
solar radiation. Apricus offers a simple calculator to determine the above values for other flow rates or
temperature rises.
The following curves provides the pressure drop values for an AP-30 collectors. This can be used to help
determine pump sizing when installing a number of collectors in series.

AP-30 Pressure Drop Curve


Flow rate (US gallons/min)

0 1 2 3 4
1.2 4.0

1
Pressure Drop (feet head)
Pressure Drop (m head)

3.0
0.8

0.6 2.0

0.4
1.0
0.2

0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Flow rate (L/min)

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AP Solar Collector Product Overview

Snow & Wind Loading


AP solar collectors are rated for up to 295kg/m2 / 60lbs/ft2 snow
loading. The roof and attachment points must also be suitably rated.
Mounting frames are available for the AP solar collector that can
withstand category C cyclonic winds (249km/h / 155mph). For such
conditions there are specific requirements that must be observed.

Certification
The AP range of solar collectors have obtaining the following certifications:

Standard Report No. Region

OG-100 100-2007033A USA

FSEC 00442N USA (Florida)

IAPMO USEC S-5995 USA (California)

NSF-61 Tested 17248 North America

CSA 2375921 Canada

Solar Keymark 011-7S161 R Europe

AS/NZS 2712:2007 100633 Australia & New Zealand

Watermark 40107 Australia & New Zealand

agement .
an I
M
SO
y
Qualit

900 1

ITW Universität Stuttgart 011-7S161 R


Global-Mark.com.au®




 


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AP Solar Collector Product Overview

Choice of Materials
Choice of material is extremely important for a collector that is going to be exposed to the elements 24/7 and
expected to last for many years, and so great consideration has gone into the selection of materials for the AP
solar collector. Following is a summary of some of the key material choices that may differ from other products on
the market.

Silicone Rubber
HTV Silicone rubber is used for the manifold seals and tube caps as
this material does not become brittle during freezing conditions and
does not crack or powder with extended UV exposure.

Tube Attachment
Plastic caps that clip into the frame can be used to secure the tubes in
place but over time they become brittle and degrade in UV radiation.
Instead, AP solar collectors use a high tensile stainless steel clip that
ensures the tubes are held firm long term even during extreme wind
loads.

High Purity Copper


Heat pipes used to transfer heat from within the evacuated tube up to
the header are produced by Apricus in house using high purity C10200
grade copper. The choice of material and manufacturing process is
extremely important to ensure longevity. Using a lower purity grade
copper such as C12200 reduces the cost of the heat pipes
considerably but can reduce the longevity as impurities in the copper
leach out over time (3-5 years) to form an air pocket in the bulb,
compromising the heat transfer operation.

Folded Aluminium Manifold Casing


Rather than using extruded aluminium for the manifold casing, the AP
collector uses folded 0.8mm thick high tensile aluminium alloy sheet.
This provides a very strong, rigid casing that provides a total
assembled manifold weight of only 9.2kg / 20.25lbs for AP-30, half that
of most other designs. That extra weight makes a huge difference to
an installer when carrying the manifold up a ladder. Prototypes of a
revised AP solar collector casing design were even developed in 2008,
but rejected by installers in field trials simply due to the extra weight it
added.

Evacuated Tubes
Apricus uses the AL/N on AL coating that is an extremely mature and
reliable technology able to achieve 92% absorptance of solar radiation
and conversion to heat.

End of Life Recyclability


Ease of recycling was a key consideration when selecting the materials
for the AP solar collector, so ensuring minimal end of life environmental
impact.

© 2013 - Apricus Solar Co., Ltd. 8 A11-01.3.1-PB-V5 (April 2013)


AP Solar Collector Product Overview

Packing
Packing Design
10 years of shipping experience have provided many valuable lessons and helped develop packing methods that
provide the best balance between cost, weight and safety. Regardless of if the packages are shipped air freight,
palletized for LCL sea freight or in a full shipping container, the very best efforts are made to ensure it arrives
safely.

Packing Format
Box Type Contents Container Packing

Standard: Manifold, heat transfer paste, tube clips


Manifold Box Loose
Optional: Basic mounting frame, brass fittings

Wooden pallet with


Box of 10/10 ET/HP (15 boxes/pallet) STANDARD
Tube Box steel bracing or Loose
Box of 12/10 ET/HP (12 boxes/pallet) OPTIONAL
(customer’s choice)

Standard frame provided together in manifold. Angle


Frame Loose
frame kits bundled together and packed in boxes.

Example:
AP-30 collector would require:
• 1 x AP-30 Manifold Box (including standard frame)
• 3 x Boxes of 10 ET/HP
Refer to the product catalogue for complete details of all product and box
options.

Container Packing
20’ FCL:
• 10-12 x Pallets of ET/HP
• 50 x AP-30 collectors (adjust to match pallets of ET/HP)
• Frame kits and auxiliary components
40’ FCL:
• 22-24 x Pallets of ET/HP
• 100 x AP-30 collectors (adjust to match pallets of ET/HP)
• Frame kits and auxiliary components

Exact loading capacity depends on the components ordered, but in most


cases container space usage exceeds 95%.

More Information
For more information about other Apricus products or to make contact with your local Apricus office please visit
www.apricus.com. On the Apricus website, register for access to the Apricus Tech Centre for technical files,
product certificates, test reports, collector sizing tools, installation case studies and much more.

© 2013 - Apricus Solar Co., Ltd. 9 A11-01.3.1-PB-V5 (April 2013)


AP Solar Collector Product Overview

Manufacturer Limited Warranty


AP Solar Collector

LIMIT OF LIABILITY WARRANTY EXCLUSIONS


EXCEPT FOR THE EXPRESS LIMITED WARRANTY PROVIDED FOR This warranty shall be void and shall have no effect if:
HEREIN APRICUS HEREBY DISCLAIMS AND EXCLUDES ANY AND (a) The design or structure of the Products are attempted to be
ALL OTHER WRITTEN OR ORAL EXPRESS WARRANTIES OR modified or altered in any way, including by not limited to attaching
R E P R E S E N TA T I O N S . A N Y I M P L I E D W A R R A N T Y O F non-Apricus approved appliances or equipment;
MERCHANTABILITY OR IMPLIED WARRANTY OF FITNESS FOR A
PARTICULAR PURPOSE MUST ARISE UNDER STATE LAW TO (b) The Products are not installed or repaired in accordance with
APPLY, AND IS HEREBY LIMITED IN DURATION TO THE DURATION applicable local codes;
OF THE WRITTEN LIMITED WARRANTIES PROVIDED HEREIN (c) The Products are not installed by qualified, suitably licensed
UNLESS OTHERWISE BARRED BY ANY APPLICABLE STATUTE OF persons;
LIMITATION. APRICUS DISCLAIMS ANY RESPONSIBILITY FOR (d) The installer had not received Product installation training by an
S P E C I A L , I N D I R E C T, S E C O N D A R Y, I N C I D E N TA L , O R authorized Apricus distribution partner:
CONSEQUENTIAL DAMAGES ARISING FROM OWNERSHIP OR
USE OF THESE PRODUCTS, INCLUDING PERSONAL INJURY, (e) The installation was not completed in line with the guidelines of
INCONVENIENCE, LOSS OF USE OR LOSS OF INCOME. NO the then current Apricus installation manual;
AGENT OR REPRESENTATIVE OF APRICUS HAS ANY AUTHORITY (f) System is exposed to excessive system pressure;
TO EXTEND OR MODIFY THIS WARRANTY UNLESS SUCH (g) Solar collector is exposed to flow rates in excess of 15Lpm /
EXTENSION OR MODIFICATION IS MADE IN WRITING BY A 4gpm;
CORPORATE OFFICER. WHERE ANY DISCLAIMERS AND
LIMITATIONS CONFLICT WITH APPLICABLE STATE LAW, (h) Any system component is damaged due to freezing;
APPLICABLE STATE LAW SHALL PREVAIL. (i) Any system component leaks due to corrosion;
Some states do not allow the exclusion or limitation of incidental or (j) Water quality is not within specified limits, and/or non-approved
consequential damages and some states do not allow limitations on heat transfer liquids are used;
how long implied warranties may last, so the above limitations may not (k) Damage to the collector header is caused due to heat buckling;
apply to you.
(l) Failure is due to wind, hail, storms or other acts of God;
WITH RESPECT TO ANY END-USER OTHER THAN A CONSUMER
END-USER WHICH PURCHASES APRICUS PRODUCTS FOR (m) Failure or loss of efficiency is due to lime-scale formation;
COMMERCIAL, INSTITUTIONAL, INDUSTRIAL OR OTHER NON- (n) Product serial tag or other identification is defaced or removed;
RESIDENTIAL PURPOSES, APRICUS DISCLAIMS ANY IMPLIED
WARRANTY OF MERCHANTABILITY OR IMPLIED WARRANT OF (o) Product is relocated from its original point of installation;
FITNESS FOR A PARTICULAR PURPOSE AND FURTHER (p) Collector is not commissioned and is left to dry stagnate for a
DISCLAIMS ANY LIABILITY FOR SPECIAL, INDIRECT, SECONDARY, period exceeding 14 consecutive days;
INCIDENTAL, OR CONSEQUENTIAL DAMAGES ARISING FROM (q) Any operation exceeds the documented design limits of the
OWNERSHIP OR USE OF THESE PRODUCTS, INCLUDING system components or materials.
PERSONAL INJURY, INCONVENIENCE, LOSS OF USE OR LOSS OF
INCOME. END USER OBLIGATIONS
Apricus assumes no responsibility under this Limited Warranty for any In order to obtain performance of any obligation under this warranty, the
damage to the Products caused after they have left the control of End-User must:
Apricus, including but not limited to damages caused by any trades
people or visitors on the job site, or damage caused as a result of post- (a) Firstly determine if the Product is within the applicable Warranty
installation work. This Limited Warranty shall be invalidated by any Periods. This can be determined by referring to the installation
abuse, misuse, misapplication or improper installation of the Products. record form, or alternatively the original purchase invoice. If
neither documents are available, the serial number and
GENERAL manufacturing date will need to be read off the Product serial tag.
Apricus warrants its Solar Collectors and Accessories (the “Products”) Some Products may be installed in a location that is not accessible
to the End-User and so the information may only be obtained by a
to be free from defects in workmanship under normal usage for the qualified service technician.
applicable Warranty Period from the date of installation. This Limited
Warranty extends to the End-User of the product at the original (b) Contact the company who installed the original Product, or, if
installation location, and is not transferable. unknown or unable to be contacted, contact Apricus directly.
In the event of a defect, malfunction or other failure of the Products The following information may be required to determine if the Product
occurring within the applicable Warranty Period which is not caused by issue is eligible for coverage under the terms of this Limited Warranty.
any misuse or damage to the Product while in the possession of the (i) Information related to the manner in which the Product(s) were
End-User, Apricus will remedy the failure or defect within a reasonable installed.
amount of time. The remedy will consist of repair or replacement of the
Products, or refund of the purchase price, in Apricus’s sole discretion. (ii) The history of operation.
However, Apricus will not elect to refund the purchase price unless it is (iii) Any repairs that may have been made.
unable to provide a replacement, and repair is not commercially (iv) Evidence that the Product(s) were installed by a qualified,
practical and cannot be made within a reasonable timeframe. After a licensed contractor.
reasonable number of attempts by Apricus to remedy any defects or
malfunction, the End-User will be entitled to either a refund or (v) Evidence that the Product(s) were installed in accordance with
replacement of the product or its component parts. The remedies the applicable Products Installation Manuals and any special
stated herein are the sole remedies for defects within the applicable written design or installation guidelines by Apricus for this project.
warranty period. (vi) Evidence that the Product(s) were installed in accordance with
all applicable local building, plumbing and electrical codes.
WARRANTY PERIOD
The “Effective Date” of warranty coverage is the installation date as CUSTOMER SATISFACTION
recorded on the installation record form, purchase invoice date, or, if We believe you will be fully satisfied by the service you receive from the
neither are available, the date of manufacture plus sixty (60) days. local Apricus representatives and from Apricus. However, because our
aim is your complete and lasting satisfaction, Apricus adds another
Component Coverage feature to your warranty's protection. In the unlikely event that you feel
our response to a warranty service request is not satisfactory, Apricus
Manifold Casing Ten years parts offers you an opportunity to air your complaint in an impartial Mediation
Copper heat transfer header Fifteen years parts process.
The opportunity to mediate any complaint made by an End-User is
Evacuated Tubes and Heat Pipes Ten years parts hereby extended to all End-Users. If you are a Consumer End-User,
the provisions of the federal Magnuson-Moss Warranty Act provide that
Mounting Frame Fifteen years parts you may not file suit against Apricus until your claim has been submitted
to Mediation for an informal dispute settlement and a decision has been
reached.

© 2013 - Apricus Solar Co., Ltd. 10 A11-01.3.1-PB-V5 (April 2013)

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